SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
original
Análise
comparativa
da
dor
em
pacientes
submetidos
à
artroplastia
total
do
joelho
em
relac¸ão
aos
níveis
pressóricos
do
torniquete
pneumático
夽
Marcos
George
de
Souza
Leão
∗,
Gladys
Pedrosa
Martins
Neta,
Lucas
Inoue
Coutinho,
Thiago
Montenegro
da
Silva,
Yacov
Machado
Costa
Ferreira
e
Waryla
Raissa
Vasconcelos
Dias
Fundac¸ãoHospitalAdrianoJorge,Manaus,AM,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem16deoutubrode2015 Aceitoem10defevereirode2016
On-lineem2dejunhode2016
Palavras-chave:
Artroplastiadojoelho Medic¸ãodador Torniquetes
r
e
s
u
m
o
Objetivos:Avaliar,pormeiodaescalavisualanalógica(EVA),adorempacientessubmetidos àartroplastiatotaldojoelho(ATJ)comdiferentespressõesdotorniquetepneumático.
Métodos:Foifeitoumestudoobservacional,descritivo,decaráteranalítico,prospectivo, ran-domizado,noqual60pacientesforamsubmetidosàATJ,divididosemdoisgrupos,osquais foramcomparadosentresi:umgruponoqualaATJfoifeitacompressãodotorniquetede 350mmHg(Padrão)eoutrocom100mmHgacimadapressãoarterialsistólica(P+100).Esses pacientestiveramsuadoraferidapelaEVAapós48horas,noquintoeno15◦diasapóso
procedimentocirúrgico.Secundariamente,forammedidostambémaamplitudede movi-mento(ADM),osangramentoviadrenosuctoreascomplicac¸õesemcadaumdosgrupos estudados;osdadosforamsubmetidosàanáliseestatística.
Resultados:Apósaanálisedosdados,nãofoiconstatadadiferenc¸aestatisticamente signifi-canteemnívelde5%designificânciadapressãoemrelac¸ãoàincidênciadecomplicac¸ões (p=0,612),ADM(p=0,202),aosangramentoapós24 e48h(p=0,432ep=0,254)eàEVA. Tambémnãofoiconstatadacorrelac¸ãodotempodeisquemiaemrelac¸ãoaEVAeao san-gramento.
Conclusões:Aspressõesusadasdotorniquetepneumático,350mmHgoupressãoarterial sistólica+100mmHg,nãotiveraminfluênciasobreador,aperdasanguínea,aamplitude demovimentoeascomplicac¸ões,sãopressõessegurasquenãoalteramoresultadofinal, desdequerespeitadosotempodaisquemiaeindividualizadososcasos.
©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileirade OrtopediaeTraumatologia.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
夽
TrabalhodesenvolvidonoDepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,Fundac¸ãoHospitalAdrianoJorge,Manaus,AM,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:mgsleao@uol.com.br(M.G.S.Leão).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.02.002
Comparative
analysis
of
pain
in
patients
who
underwent
total
knee
replacement
regarding
the
tourniquet
pressure
Keywords:
Arthroplasty,replacement,knee Painmeasurement
Tourniquets
a
b
s
t
r
a
c
t
Objectives: Toevaluatethroughthevisualanaloguescale(VAS)thepaininpatients under-goingtotalkneereplacement(TKR)withdifferentpressuresofthepneumatictourniquet.
Methods: Anobservational,randomized, descriptive studyon ananalyticalbasis, with 60patientswhounderwentTKR,dividedintotwogroups,whichwerematched:agroup whereTKRwasperformedwithtourniquetpressuresof350mmHg(standard)andtheother withsystolicbloodpressureplus100mmHg(P+100).Thesepatientshadtheirpainassessed byVASat48hours,andatthe5thand15thdaysafterprocedure.Secondarily,thefollowing werealsomeasured:rangeofmotion(ROM),complications,andblooddrainagevolumein eachgroup;thedataweresubjectedtostatisticalanalysis.
Results: Afterdata analysis,therewasnostatisticaldifferenceregarding theincidence ofcomplications(p=0.612),ROM(p=0.202),bleedingafter24and48hours(p=0.432and p=0.254)or inrelationtoVAS.Nocorrelationwasobservedbetweentimeofischemia comparedtoVASandbleeding.
Conclusions: Theuseofthepneumatictourniquetpressureat350mmHgorsystolicblood pressureplus100mmHgdidnotinfluencethepain,bloodloss,ROM,andcomplications. Thereforethepressuresattheselevelsaresafeanddonotchangethesurgeryoutcomes; thetimeofischemiamustbecloselyobservedtoavoidmajorcomplications.
©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileirade OrtopediaeTraumatologia.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Opapel dotorniquetepneumático aindaécontroverso. No entanto,éamplamenteusado peloscirurgiõesortopédicos. Acredita-sequeousodelesejaeficaznadiminuic¸ão intra-operatória da perda de sangue ena criac¸ãode um campo exangue,noqueteoricamentefacilitariaacirurgiaeatécnica decimentac¸ão.Ousodotorniqueteéquaseindispensávelna práticaortopédica.
Omodernotorniquetepneumáticotemassuasraízesno tempodoImpérioRomano(199AC-500DC),quando dispositi-vosdebronzeecouro(fig.1)foram usadosparaocontrole do sangramento de amputac¸ões dos membros durante as
Figura1–Torniqueteusadopelosromanos.Otorniquete éfeitodebronzeeécobertocomcouroparaajudara protegeracoxadopacienteereduzirador(impressocom permissãodaScienceandSocietyPictureLibrary:
http://www.scienceandsociety.co.uk/).
batalhas. O termo torniquete foi cunhado por Jean Louis Petiteéumaderivac¸ãodoverbofrancêstourner(girar).Com o advento da anestesia geral, Joseph Lister em 1864 foi o primeiro ausarumtorniquetepara criar umcampo cirúr-gicoexangue.Em1904HarveyCushingintroduziuoprimeiro torniquete inflável (pneumático) e permitiu, assim, que a pressãodotorniquetepudessesermonitorizadaecontrolada manualmente.1
Umadesvantagemdotorniqueteéamorbidadequeadvém deseuuso,especialmentenalesãoneuromuscularsecundária àisquemianeuraledostecidosmuscularesedalesãodireta compressivaaosnervos.Alémdisso, asmudanc¸as hemodi-nâmicas que acompanham a insuflac¸ão e a desinsuflac¸ão podem deprimir a func¸ão cardiorrespiratória no período perioperatório.2Otempodedurac¸ãoeapressãosegurospara ousodotorniquetepermanecemcontroversos,nãohá diretri-zesrígidasestabelecidas.Umlimitesegurodeumaatrêshoras detempotemsidodescrito.3Ousodotorniquetepormaisde duashorasepressõesmaioresdoque350mmHgnos mem-brosinferioresemaioresdoque250mmHgnaextremidade superioraumentaoriscodecompressãoeneuropraxia.4
Amaneiramaisfrequentedeseavaliaradorépormeio daescalavisualanalógica(EVA),instrumentoquetenta afe-rirumacaracterísticaouatitudequeseacreditaquevariapor meiodeumasériecontínuadevaloresenãopodeser facil-mentemedidadiretamente.Porexemplo,aquantidadededor queopacientesentevariapormeiodeumafaixaquevaide nenhumador(zero)àdorextrema(10).5
pressãoarterialsistólica(PAS).Secundariamenteserão avalia-dasaperdasanguínea,ascomplicac¸õesdaferidaoperatóriae aamplitudedemovimento(ADM)dojoelhooperado.Apartir daí,determinarqualmétodoémaisseguroevantajosopara ospacientes.
Materiais
e
métodos
Foifeitoumestudoclínicorandomizado,opesquisador prin-cipalfoicoberto(cego)emrelac¸ãoàpressãoqueseriausada notorniquete.Estetrabalhoteve segmentodesetembrode 2014 a setembro de 2015, com 60 pacientes submetidos à ATJ. Foram seguidas as Normas Consolidadas dos Relató-riosdeEnsaios(ConsolidatedStandardsofReportingTrials
– CONSORT, desenvolvidas porum grupo internacionalde
ensaístasclínicos,estatísticos,epidemiologistaseeditoresde revistasbiomédicasafimdemelhoraroregistrodosensaios clínicosrandomizadosepermitir,assim,aosleitores enten-deremodesenhodoestudo,ocomportamento,aanáliseea interpretac¸ãopormeiodatotaltransparência)6,7(fig.2).
Foicriadoumprotocolopróprioparaesteestudo.Os paci-entesqueatendiam aoscritérios de elegibilidade paraATJ, nesteestudo,eramaleatoriamente agrupados,pormeiode sorteiosimplesemdoisgruposporumdosautores,não par-ticipantedacirurgia,semlevaremconsiderac¸ãoidade,sexo, deformidade:umgrupochamadodepadrão,noqualas pres-sõesdotorniquetenaraizdacoxaeramde350mmHg,eum grupochamadodeP+100,noqualaspressõesdotorniquete seriam100mmHgacimadaúltimaPASaferidaantesdeentrar
nasaladecirurgia(processofeitonasaladerecuperac¸ão anes-tésica). Os grupos foram randomizados da seguinteforma: foram colocados emuma bolsa de tecido 60 papelotesdo tipoPost-it®(3MdoBrasil,Sumaré,SP),101mmx101mm,da
mesma cor,dobradossobresimesmosporduasvezescom 30 unidades escritas Padrão e30 papelotes preparados da mesmamaneiraescritosP+100.Daíospapeloteseram retira-dosàmedidaqueospacientesfossemoperados;seporacaso acirurgiafossesuspensaporqualquermotivo,ospapelotes voltavam àsacola.Ogrupo padrão,então, foicompostode 30pacientes,setedogêneromasculinoe23dofeminino,com médiade65,4anos,comdesviopadrão–DPde±8,6anos.No grupoP+100,foramalocados30pacientes,oitomasculinose 22femininos,commédiadeidadede66anos(DP±7anos).A deformidadeemvarofoipresenteem83,3%doscasosevalgo em16,7%detodosospacientes.
Foram incluídos pacientes regularmente cadastrados na instituic¸ãonaqualoestudofoifeitocomindicac¸ãoclássicada ATJ,taiscomo:pinc¸amentomedialoulateralqueimpedisse a visualizac¸ão doespac¸o articular, desvios emvaro femo-rotibial maiores doque 15◦; desvios emvalgo femorotibial maioresdoque10◦;subluxac¸ãofemorotibialnoplano fron-talmaiordoque10mm;anteriorizac¸ãodatíbiaemrelac¸ão aofêmurnaradiografiadeperfil;comprometimentogravede doisdostrêscompartimentosarticularesdojoelho (femoroti-bialmedial,femorotibiallateraloufemoropatelar)8efalhano tratamentoconservadorporpelomenostrêsmeses,quando essescritériosnãoforampreenchidos.Aidade,apesarde con-sensualmenteserpreferívelacimade60anos,nãofoilevada em considerac¸ão, e sim o real dano articular do joelho: o
Avaliados eligibilidade (n = 71)
Excluídos (n = 11)
♦Sem critérios de inclusão (n = 9) ♦Recusaram a participação (n = 0) ♦ Outros motivos (n = 2)
Analisados (n = 30)
♦Exclusão Ø
Perda do seguimento Ø Grupo P + 100 mmHg (n = 30)
♦Receberam Intervenção (n = 30)
Perda do seguimento Ø Grupo 350 mmHg (n = 30)
♦Receberam intervenção (n = 30)
Analisados (n = 30)
♦Exclusão Ø
Alocação
Análise
Seguimento
Randomização (n = 60)Recrutamento
Tabela1–DezregrassegurasdeBrunerparausodo torniquete(recomendadoporKuttyeMcElwain)11
Aplicac¸ão Apenasemmembrossaudáveisoucom
cautelaemmembroscomprometidos.
Tamanhodo
torniquete
Brac¸o10cm;coxa15cmoumaislargosem
coxasmaiores.
Localdeaplicac¸ão Brac¸oproximal;coxaproximal.
Acolchoamento Pelomenosduascamadasdealgodão
ortopédico.
Preparodapele Evitarmolharoalgodão(ocluirotorniquete).
Pressão 50-100mmHgacimadasistólicanobrac¸o;
dobrodasistólicanacoxa;ou200-250mmHg
nobrac¸o;250-350mmHgnacoxa.
Tempo(durac¸ão) Nomáximo3horas(recuperaem5-7dias);
geralmentenãoexceder3horas.
Temperatura Evitaroaquecimento;friosepossível,
manterocampooperatórioúmido.
Documentac¸ão Tempoepressão.
Calibrac¸ão Pelosmenossemanalmentecom
manômetrodemercúrio.
Manutenc¸ão Trimestral.
paciente ter diagnóstico de artrose moderada em diante
(Ählback,modificadoporKeys≥III).9,10
Excluímos qualquer paciente com diabetes descom-pensado (glicemia jejum>140mg/dL), hipertensão arterial sistêmica descontrolada (PAS >200mmHg), doenc¸as vascu-lares periféricas, tromboembolismoprévio, neoplasia ativa, infecc¸ão,artritereumatoide,obesoscomíndicedemassa cor-pórea maior do que 35 Kg/m2 (devido à circunferência da
coxa),semtetocirúrgico(AmericanSocietyof Anesthesiolo-gists[ASA]escore>III),osqueevoluíssemcomcomplicac¸ões graveseosqueserecusaramaassinarounãoentenderamo termodeconsentimentolivreeesclarecido(TCLE).
Paraaplicac¸ãodotorniqueteusamosasdezregrasseguras deBrunerparausodotorniquete(recomendadasporKutty eMcElwain),11 conformeatabela1.Otorniqueteusadoem todosospacientesfoioScandmedEletronicTourniquet 600-20®(ScandmedAB,Stockholm,Sweden)de12,5cmdelargura.
Os pacientes foram submetidos à anestesia raquidiana de acordo com os protocolos do servic¸o de anestesiolo-giadainstituic¸ão(osanestesiologistasnãosabiamdoobjetivo dotrabalho). Apósoprocedimentoanestésico,o torniquete pneumáticoeraaplicadonaraizdacoxadomembroaser ope-radosobreumacamadadealgodãoortopédicocomintuitode protec¸ãodapele.Atécnicacirúrgicafeitafoiapadrãopara artroplastiadojoelho:comviadeacessoarticular transqua-dricipitalclássica,comeversãodapatela.Usam-senoservic¸o guiasintramedularesparaoscortesdofêmure extramedu-laresparaocortedatíbia.Adecisãodepreservarounãoo ligamentocruzadoposterior(LCP)foitomadadeacordocom osachadosintraoperatórios,asdeformidadeseobalanc¸ode partesmoles.Fazpartedarotinadoservic¸orecapearapatela apósdenervac¸ãoesinovectomialocalafimdeevitar“clunck síndrome”,oscasosnosquaisnãoerarecapeadaforamdevido àespessura(<18mm),masessaserameburneadas, neurotiza-dasefoifeitafacectomialateral.ApróteseusadafoiaModular
III®(MDT,RioClaro,SP,Brasil)dotipoquepreservasseounãoo
LCP.Foramusadosdrenossuctoresdotipoportovacde3,2mm, alocados intra-articular e profundamente ao tecido celu-larsubcutâneo;apósassuturas,eraconfeccionadocurativo
Leve Moderada
Escala visual analógica - EVA
Intensa
Figura3–Escalavisualanalógica(EVA).
oclusivocompressivoinguinomaleolardotipoRobertJones. Casootempodacirurgiafossesuperioraduashoras,o tor-niquete era liberadoeentão feita revisão da hemostasiae oprocesso semelhanteaoanteriorerafeito(drenos, curati-vos).Otempomédiodeisquemiafoide118,5minnogrupo P=100mmHgede110minnogrupoPadrão.Ascirurgiasforam feitas pelo pesquisador principal ou sob assistência direta desse.
Com24e48horasdepós-operatórioerammedidosos débi-tosdodrenosuctor;oscurativoseramtrocadoseosdrenos retiradosàs48horasdoprocedimentopeloautorquenão sor-teouosgruposeentãoerafeitaaaferic¸ãodadorpormeioda EVA(fig.3)semhavermanipulac¸ãoarticular,eramverificados aADMpassivaeoaspectodaferidaoperatória;ospacientes recebiamdeacordocomascondic¸õesclínicasomesmo pro-tocolodeanalgesia(tenoxicam20mg12/12h,tramadol50mg EV8/8h,dipirona1gEV6/6h)ereabilitac¸ão.Aoquintodia,os pacientestinhamaferidanovamenteador,aADM,oaspecto daferidaoperatóriaedadaaaltahospitalarconforme tole-radoeencaminhadosaoservic¸odefisioterapia.No15◦ dia, essespadrõesforamnovamenteavaliadosnoretorno ambu-latorialeanotadosnoprotocolo.Todosospacientesfizeram tromboprofilaxiacomDabigatranacomdoseajustadaàidade efunc¸ãorenalpor15dias(220mgou150mg/dia).Todosos pacientesfizeramprofilaxiadeinfecc¸ãohospitalarcom cefa-zolinasódicanadosede1gde8/8hporcincodias.
Osdadosforamapresentadospormeiodegráficose tabe-las,nosquaissecalcularamasfrequênciasabsolutassimples erelativasparaosdadoscategóricos.Na análisedosdados quantitativosfoicalculadaamédiaeodesviopadrão(DP).No entanto,quandofoiconstadaarejeic¸ãodahipótesede nor-malidade dosdados pormeio dotestede Shapiro-Wilk ao níveldesignificânciade5%(p<0,05), optou-seporcalcular amedianaeosquartis(Qi).Nacomparac¸ãodasmédiaspara
osdadosparamétricosfoicalculadaaestatísticadetestetde Student.Jánaanálisedamediana,usou-seaestatísticanão paramétricadeMann-Whitney.Oníveldesignificânciafixado nostestefoide5%.
OsoftwareusadonaanálisefoioprogramaEpi-Infoversão 7.4paraWindows®.
TodosospacienteslerameassinaramoTCLE;otrabalhofoi submetidoaoComitêdeÉticaemPesquisa(CEP)dainstituic¸ão, comonúmerodeCertificadodeApresentac¸ãoparaApreciac¸ão Ética(CAAE):36658014.2.0000.0007,querecebeuoparecer con-substanciadodoCEPcomonúmero869.472.
Resultados
Tabela2–Resumodasavaliac¸õesdospacientes
Pressãodotorniquete(mmHg)
Variáveis(n=60) p+100 350
fi % fi % Total p
Gênero 0,766a
Feminino 22 48,9 23 51,1 45
Masculino 8 53,3 7 46,7 15
Idade(anos) 0,794b
Média±DP 66,0±7,0 65,4±8,6
Complicac¸ão 0,612c
Sim 1 3,3 3 10,0 4
Não 29 96,7 27 90 56
EVA2DPO 0,625d
Mediana 2,0 2,0
Q1-Q3 0,5-3,0 0,5-4,0
EVA5DPO 0,571d
Mediana 2,0 1,0
Q1-Q3 1,5-3,0 0,5-3,0
EVA15DPO 0,195d
Mediana 2,0 3,0
Q1-Q3 1,0-3,0 1,5-5,0
Sangramento24h 0,432d
Mediana 525,0 590,0
Q1-Q3 380-760 450-900
Sangramento48h 0,254d
Mediana 170,0 120,0
Q1-Q3 105-240 55-180
fi,frequênciaabsolutasimples;DP,desviopadrão;Qi,quartil;EVA,escalavisualanalógica,ATJ,artroplastiatotaldojoelho. a Testedoqui-quadradodePearson.
b TestetdeStudent. c TesteexatodeFisher. dTestedeMann-Whitney.
emvarocom50pacientesoperadoseapenas10com deformi-dadeemvalgo.Verificou-seumacomplicac¸ãonogrupoP+100 etrêsnogrupoPadrãosemdiferenc¸aestatisticamente signifi-cativa(p=0,612).AEVAnosegundodiapós-operatório(DPO), noquintoeno15◦tambémnãomostroudiferenc¸as significati-vas(p=0,625;0,571;0,195;respectivamente).Ossangramentos atravésdodrenosuctorcom24e48horastambémnão mos-traramdiferenc¸asestatisticamentesignificativasemambos osgrupospormeiodotestedeMann-Whitney(tabela2).O resultadodaEVAestámaisbemrepresentadonoboxplotda
figura4eosangramentonoboxplotdafigura5.Aamplitude demovimentonãosemostroudiferente emambosos gru-pos(tabela3).Nãofoiobservadacorrelac¸ãoentreotempode isquemiaeasvariáveis:EVAnosegundo,quintoe15◦DPOe sangramentode24e48h(tabela4),foraminsignificantesdo pontodevistaestatístico.
Discussão
Ahistóriadeumaespecialidadecirúrgicaé,emgrandeparte, escrita em torno doregistro dos seus avanc¸os técnicos. O torniquetepneumáticoéumsimplórioinstrumentoquando comparado com os outros apetrechos no cenário e arma-mentáriocirúrgicomoderno.Noentanto,temdesempenhado um papel importante em melhorar a precisão das cirur-giasortopédicas.Otorniquete,apesardeserumdispositivo
EVA 15 DPO (∗p = 0,195)
EVA 5 DPO (∗p = 0,571)
EVA 2 DPO (∗p = 0,625)
350 p + 100 350
p + 100 350
p + 100 9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Escore
2 2
1 2
3
2
∗ Teste de Mann-Whitney.
Figura4–BoxplotdasmedianasdaEVAemrelac¸ãoa pressãodotorniquetenospacientessubmetidosaATJ. EVA,escalavisualanalógica;ATJ,artroplastiatotaldo joelho;DPO,diapós-operatório.
relativamentesimples,levaamuitosperigospotenciaisesua aplicac¸ãodeveserconfiadaapenasapessoasexperientes.12
Tabela3–Distribuic¸ãosegundoamedianadaflexão,extensãoeADMemrelac¸ãoapressãodotorniquetenospacientes submetidosaATJ
Pressãodotorniquete
Variáveis(n=60) p+100mmHg 350mmHg
Q1 Mediana Q3 Q1 Mediana Q3 pa
Flexãopré 100,0 110,0 120,0 100,0 110,0 120,0 0,375
Flexãopós 90,0 95,0 100,0 90,0 97,5 130,0 0,664
Extensãopré 0,0 2,5 10,0 0,0 0,0 10,0 0,980
Extensãopós 0,0 0,0 0,0 0,0 5,0 10,0 <0,001
ADMpré 95,0 107,5 120,0 90,0 100,0 120,0 0,398
ADMpós 90,0 95,0 100,0 80,0 90,0 100,0 0,202
Valordepemnegritoitálicoindicadiferenc¸aestatísticadasmedianasnonívelde5%designificância. fi,frequênciaabsolutasimples;Qi,quartil;ADM,amplitudedemovimento,ATJ,artroplastiatotaldojoelho. a TestedeMann-Whitney.
Sangramento 48h (∗p = 0,254)
Sangramento 24h (∗p = 0,432)
350 p + 100
350 p + 100
2.000
1.500
1.000
500
0
ml
590 525
120 170
∗ Teste de Mann-Whitney.
Figura5–Boxplotdasmedianasdosangramento(24e 48h)emrelac¸ãoapressãodotorniquetenospacientes submetidosaATJ.
ATJ,artroplastiatotaldojoelho.
ATJnãomostroubenefício,excetoumarecuperac¸ãoumpouco maisrápidadadorpós-operatória.
AousarotorniquetenaATJ, oscirurgiõesdevem consi-derarcuidadosamenteasuaeficáciaeseguranc¸a.Insuflaro torniquetesomentequandodacimentac¸ãoouporumtempo limitadopodeserumaopc¸ão.Ensaiosclínicosrandomizados adicionaisbemprojetadossãonecessáriosparaesclareceros
Tabela4–Correlac¸ãodotempodeisquemiaemrelac¸ão aEVAem2DPO,5DPO,15DPOesangramento
Tempodeisquemia
Variáveis(n=60) R pa
EVA2DPO -0,18 0,174
EVA5DPO 0,21 0,102
EVA15DPO 0,13 0,318
Sangramento24h -0,02 0,882
Sangramento48h -0,08 0,558
r,coeficientedecorrelac¸ão;EVA,escalavisualanalógica;DPO,dia pós-operatório.
a Testetparacorrelac¸ão.
papéisecompararosefeitosdediferentesmétodosaplicac¸ões dostorniquetesnasATJs.14
Worlandetal.15chegamaconclusõessemelhantes,porém commétodosdiferentesaonossoestudo,noqualna artro-plastiatotaldojoelhoserecomendaousodotorniquetecom umapressãode100mmHgacimadapressãoarterialsistólica, eessaéadequadaparaproporcionarumcampoausentede sangueeiráresultarnumamenordorpós-operatória,dados quepodemsercorroboradosporestetrabalho.
Em2012,Taietal.,16emestudoprospectivo,randomizado ebemcontrolado,concluíramqueousodotorniquetenaATJ poupatempocirúrgico,reduzaperdasanguíneaeimpedea inflamac¸ãoeodanomuscularexcessivos.
Agrandecontrovérsiaatualéacercadousoounãodo torni-quete.Nikolaouetal.,17emmetanáliserecente,concluemque acomplicadarespostaparaessedilemaaindaédifícil,apesar da extensapesquisasobreoassunto.Éevidentequevárias questõesemergemsobreousodotorniquete,relacionam,por exemplo,omelhormomentodeliberac¸ão,apressãoideale asfasesdacirurgiaemquedeveserinsuflado.JáZhang et al.18demonstramemmetanálisequeonãousodotorniquete naATJtemmelhoresresultadosclínicosemrelac¸ãoà inci-dênciadecomplicac¸õeseADMnopós-operatórioimediato. Nãohouvediferenc¸asignificativaentreosgruposestudados naperdareal desangue.Portanto,deve-sepensarna eficá-cia eseguranc¸adouso dotorniquetenaATJ, os cirurgiões devem usá-lo de forma prudente. Todavia,nos dados que foramavaliadosnoestudonãoseobservaramdiferenc¸asde perdasanguínea,conformeseobservounonossotrabalho.
Aincidênciadecomplicac¸õessempreestevepresentecom usodotorniquete.OdinssoneFinsen19revelaramumataxa de complicac¸ões semelhante à da década de 1970. Castro-pil etal.20 relatam umcasode lesão donervofemoral,no qualapressãodotorniqueteestevedentrodoindicadoenão houve reinsuflac¸ão.Issodemonstraque atéquandose res-peitam todos os parâmetrosdescritos como adequados ao longodainsuflac¸ãoemcirurgiasdojoelhooriscodeocorrerem complicac¸õesexiste;numericamente,nogruponoquala pres-sãodotorniquetefoide350mmHg,houvemaiscomplicac¸ões, porémsemsignificânciaestatística(p=0,612).
domanguito,comessasfrequentementemenores. Concluí-ramque,mesmonogrupodepacientesemquefoiusadaa “pressãodeoclusãodomembro”,eessageralmenteeramais baixa,nãohouvediminuic¸ãodadorpós-operatóriaououtros resultados.Noentanto,pacientessubmetidosàATJcomuma pressãodotorniquetede≤225mmHgtiveram umamenor taxadecomplicac¸õesdaferidaoperatória,taiscomoretardo nacicatrizac¸ãoeinfecc¸ões,achadosqueforamreproduzidos nonossoestudo,poisnãoverificamosdiferenc¸asnospadrões dedor,complicac¸õesesangramentoentreosgrupos.
Noordin et al.1 e Sharma e Salhotra4 fazem excelente explanac¸ãoacercadousodostorniquetes,até com diretri-zesfuturaseresumemqueníveispressóricosmaiselevados do torniquete estão associados com um maior risco rela-cionado de lesão nervosa. Ishii e Matsuda22 recomendam umapressão de 100mmHgacima da pressão sistólica, em vez do convencional 350mmHg, obtendo um campo ope-ratório suficientementeexangueeminimizaram potenciais complicac¸ões,fatosessesobservadosnotrabalhoem ques-tão,noqualacirurgiaéperfeitamentefactívelcompressões menoresehouveumapercepc¸ãogeralderecuperac¸ãomais rápidasemevidênciasdemaiorsangramento.
Souza Leão et al.,23 em publicac¸ão nacional, avaliaram apenas a perda sanguínea com a liberac¸ão do torniquete apósacimentac¸ãoouconfecc¸ãodoscurativos,semlevarem considerac¸ão apressão de insuflac¸ão. Concluíram que não houve diferenc¸asestatisticamente significativasnotocante aosníveishematimétricoseperdasanguíneapelodreno suc-tor;quandosecomparamasdiferentespressõesdotorniquete nãohádiferenc¸adaperdasanguínea,conformefoi demons-tradonestetrabalho.
Wakankaretal.24 concluíramqueousodotorniqueteé seguroequeapráticapodesermantida.Não hádiferenc¸a significativa no tempo cirúrgico, na dor pós-operatória, necessidadedeanalgesia,novolumerecolhidonosdrenos, noedemapós-operatórioenaincidênciadecomplicac¸õesda feridaoutrombosevenosaprofunda,nosquaistivemos resul-tadossemelhantesnosparâmetrosavaliados.Éahabilidade cirúrgicaquereduz consideravelmenteotempodacirurgia econsequentementedotorniquetee seobservamdestarte menorestaxasdecomplicac¸ões.
Unveretal.25mostraramqueaaplicac¸ãodotorniquetecom menorpressãodeinsuflac¸ãopodeminimizarascomplicac¸ões doseuusoeospacientesrecuperamamobilidadefuncional maisrapidamente.DadoscorroboradosporPapalia etal.,26 segundoosquaisousodotorniquetenãolevaaumaumento significativonorisco decomplicac¸ões maiores,porémcom nenhumadiferenc¸aclínicanosresultadosemmédioprazo.
AdordaEVAéuminstrumentoválidoparamensurara doremumpontonotempo.Noentanto,adordaEVAnãose comportalinearmenteeareceptividadepodevariaraolongo dapeculiaridadedador.Consequentemente,diferenc¸as clíni-casminimanteimportantesoualteramosescoresemgeralou superestimamaverdadeiramudanc¸a.27
Comofatoreslimitantesdotrabalhotêm-seopoucotempo deseguimentodospacientesapósoprocedimentocirúrgico, atéparaverificaroutrascomplicac¸ões,comotrombosevenosa profunda,quecostumamaparecerematé30dias,eos paci-entesjánãoestavammaisinseridosnoprotocolodepesquisa; anãofeituradetestesdeforc¸amuscularafimdesaberoreal
dano causadopelotorniquetenãofoinossoobjetivo,assim comoafunc¸ãoarticular,bemcomooresultadodacirurgiapor meio deescoresespecíficosparaesse fim;atomadada lei-turadaEVAsetornaesporadicamentedifícilparaavaliac¸ãoda dor,poisospacientestêmdificuldadedecompreenderonde selocalizarnaescalaparaquantificarsuador.
Conclusões
De posse dos dados do estudo, não foi possível verificar diferenc¸as, nosgrupos estudados, relativasaonível dedor pormeio da escala visualanalógica, aovolumede sangra-mentoatravésdodrenosuctoreàamplitudedemovimento dojoelho;tambémnãofoipossívelcorrelacionaressas variá-veis comotempodeisquemia.Ataxadecomplicac¸ões foi numericamentesuperiornogruponoqualapressãodo torni-quetepneumáticofoide350mmHg,porémsemsignificância estatística. Dessaforma,pressõesde até350mmHgno tor-niquete são seguras e caso o cirurgião opte por pressões menores,essasnãoirãotrazerprejuízoaoatooperatórionem acarretarãomaiorsangramento.Aspressõesdevemser indi-vidualizadas paraos pacientes,sendo ascomplicac¸ões são muitomaisrelacionadascomaexperiênciadocirurgiãodo que com aspressõesdotorniquete usadas, desdeque nos parâmetrosadequados.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1.NoordinS,McEwenJA,KraghJFJr,EisenA,MasriBA.Surgical tourniquetsinorthopaedics.JBoneJointSurgAm.
2009;91(12):2958–67.
2.TetroAM,RudanJF.Theeffectsofapneumatictourniqueton bloodlossintotalkneearthroplasty.CanJSurg.
2001;44(1):33–8.
3.PedowitzRA.Tourniquet-inducedneuromuscularinjury.A recentreviewofrabbitandclinicalexperiments.ActaOrthop ScandSuppl.1991;245:1–33.
4.SharmaJP,SalhotraR.Tourniquetsinorthopedicsurgery. IndianJOrthop.2012;46(4):377–83.
5.WewersME,LoweNK.Acriticalreviewofvisualanalogue scalesinthemeasurementofclinicalphenomena.ResNurs Health.1990;13(4):227–36.
6.TheCONSORTGroupConsolidatedStandardsofReporting Trials–CONSORT.Disponívelem:
http://www.consort-statement.org[acesso02dedezembrode 2014].
7.SchulzKF,AltmanDG,MoherD.CONSORTGroup2010 statement:updatedguidelinesforreportingparallelgroup randomizedtrials.AnnInternMed.2010;152(11):726–32.
8.CamanhoGL,OliviR,CamanhoLF.Artroplastiatotaldejoelho empacientesidososportadoresdeosteoartrose.RevBras Ortop.1998;33:271–4.
9.AhlbäckS.Osteoarthrosisoftheknee.Aradiographic investigation.ActaRadiolDiagn(Stockh).1968;Suppl 277:7–72.
operationmethodsin200knees.ActaOrthopScand. 1992;63(5):497–501.
11.KuttyS,McElwainJP.Paddingundertourniquetsintourniquet controlledsurgery:Bruner’stenrulesrevisited.Injury. 2002;33(1):75.
12.KlenermanL.Thetourniquetinsurgery.JBoneJointSurgBr. 1962;44-B:937–43.
13.Abdel-SalamA,EyresKS.Effectsoftourniquetduringtotal kneearthroplasty.Aprospectiverandomisedstudy.JBone JointSurgBr.1995;77(2):250–3.
14.TaiTW,LinCJ,JouIM,ChangCW,LaiKA,YangCY.Tourniquet useintotalkneearthroplasty:ameta-analysis.KneeSurg SportsTraumatolArthrosc.2011;19(7):1121–30.
15.WorlandRL,ArredondoJ,AnglesF,Lopez-JimenezF,Jessup DE.Thighpainfollowingtourniquetapplicationin simultaneousbilateraltotalkneereplacementarthroplasty. JArthroplasty.1997;12(8):848–52.
16.TaiTW,ChangCW,LaiKA,LinCJ,YangCY.Effectsof tourniquetuseonbloodlossandsoft-tissuedamageintotal kneearthroplasty:arandomizedcontrolledtrial.JBoneJoint SurgAm.2012;94(24):2209–15.
17.NikolaouVS,ChytasD,BabisGC.Commoncontroversiesin totalkneereplacementsurgery:currentevidence.WorldJ Orthop.2014Sep18;5(4):460–8.
18.ZhangW,LiN,ChenS,TanY,Al-AidarosM,ChenL.The effectsofatourniquetusedintotalkneearthroplasty: ameta-analysis.JOrthopSurgRes.2014;9(1):13.
19.OdinssonA,FinsenV.Tourniquetuseanditscomplicationsin Norway.JBoneJointSurgBr.2006;88(8):1090–2.
20.CastropilW,BitarAC,BrottoMWI,D’EliaCO,SchorB, LuquesIU.Neurapraxiadofemoralpelousodogarrote: relatodecaso.RevBrasOrtop.2008;43(11/12):513–5.
21.OlivecronaC,PonzerS,HambergP,BlomfeldtR.Lower tourniquetcuffpressurereducespostoperativewound complicationsaftertotalkneearthroplasty:arandomized controlledstudyof164patients.JBoneJointSurgAm. 2012;94(24):2216–21.
22.IshiiY,MatsudaY.Effectoftourniquetpressureon perioperativebloodlossassociatedwithcementlesstotal kneearthroplasty:aprospective,randomizedstudy. JArthroplasty.2005;20(3):325–30.
23.SouzaLeãoMG,SouzaHAP,FerreiraYMC.Avaliac¸ãodaperda sanguíneaapósaliberac¸ãoprecoceoutardiadaisquemiaem pacientessubmetidosàartroplastiatotaldojoelho.RevBras Ortop.2013;48(2):152–8.
24.WakankarHM,NichollJE,KokaR,D’ArcyJC.Thetourniquet intotalkneearthroplasty.Aprospective,randomisedstudy. JBoneJointSurgBr.1999;81(1):30–3.
25.UnverB,KaratosunV,TuncaliB.Effectsoftourniquet pressureonrehabilitationoutcomesinpatientsundergoing totalkneearthroplasty.OrthopNurs.2013;32(4):217–22.
26.PapaliaR,ZampognaB,FranceschiF,TorreG,MaffulliN, DenaroV.Tourniquetinkneesurgery.BrMedBull. 2014;111(1):63–76.