• Nenhum resultado encontrado

Caracterização morfológica de Justicia pectoralis Jacq. e J. gendarussa Burm. F. (Acanthaceae).

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Caracterização morfológica de Justicia pectoralis Jacq. e J. gendarussa Burm. F. (Acanthaceae)."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

C A R A C T E R I Z A Ç Ã O M O R F O L Ó G I C A DEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Justicia pectoralis JACQ. Ε J. gendarussa BURM. F. (ACANTHACEAE)

Antonio Fernando M. OLIVEIRA, Laíse de Holanda C. ANDRADE

RESUMO —zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Justicia pectoraliszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA e J. gendarussa são espécies de interesse medicinal utilizadas  popularmente em vários países da América do Sul e Central como analgésicas e antiinflamatórias. 

As folhas de J. pectoralis também são utilizadas por indígenas da Amazônia brasileira e da Venezuela em  r a p é s  a l u c i n ó g e n o s . J. pectoralis e J. gendarussa foram  c a r a c t e r i z a d a s  morfologicamente sob condições padronizadas de cultivo e investigadas quanto a presença de 

algum princípio alucinógeno. Duas variedades de J. pectoralis, J. pectoralis var. stenophylla Leonard e J. pectoralis var. A. (indeterminada), foram diferenciadas pelo hábito, forma e número  de folhas; J. gendarussa difere destas pelo hábito, forma das folhas e coloração das nervuras. O  uso de J. pectoralis como alucinógena também é discutido. 

Palavras-chave: Alucinógeno; Etnobotânica; Morfologia; Justicia gendarussa; Justicia pectoralis. Morphological Characterization of Justicia pectoralis Jacq. and J. gendarussa Burm. F. (Acanthaceae)

ABSTRACT — Justicia pectoralis and J. gendarussa are species of medicinal interest employed  in several countries of Central and South America as analgesics and antiinflamatories. The leaves  of J. pectoralis are also utilized by indigenous of the Brazilian Amazon and Venezuela as 

hallucinogenic snuffs. J. pectoralis and J. gendarussa were morphologically characterized under standardized experimental cultivation and investigated to any evidence of hallucinogenic principle. Two varieties of J. pectoralis, J. pectoralis var. stenophylla Leonard and J. pectoralis var.  A. (undetermined), were differentiated by the habit, form and number of leaves; J. gendarussa

differs by the habit, form of the leaves and color of the veins. The use of J. pectoralis as hallucinogenic is also discussed. 

Key-words: Ethnobotany; Hallucinogen; Morphology; Justicia gendarussa; Justicia pectoralis.

Departamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco.  Av. Prof. Moraes Rego, s/n ­ Cidade Universitária, Recife ­ PE, Brasil,  C E P : 50.670.920. 

INTRODUÇÃO

Justicia pectoralis e J. gendarussa têm uso corriqueiro na  m e d i c i n a  p o p u l a r  c o n t r a  d o r e s e  inflamações. As espécies ocorrem  espontaneamente ou são cultivadas,  sendo J. pectoralis freqüentemente  encontrada no México, Venezuela,  Trindad, Cuba, Jamaica, Oeste do  Equador, Norte e Nordeste do Brasil;  J. gendarussa predomina a Oeste da  África e índia e, também, no Nordeste  brasileiro (Chagnon et ai,  1 9 7 1 ; 

Morton, 1977; Wasshausen, 1977; van  den Berg, 1986; Barros, 1992). 

Espécies do gênero Justicia, por  a p r e s e n t a r e m  s e m e l h a n ç a s  morfológicas entre si, compartilham  alguns nomes populares e indicações  fitoterápicas. Dentre os seus vários  epítetos, "chambá" e "anador" são os  m a i s  e m p r e g a d o s no  N o r d e s t e  b r a s i l e i r o  p a r a J. pectoralis e J. gendarussa (Rizzini, 1948; Chagnon  et ai, 1971; Barros, 1992). 

(2)

utilizam  r a p e s  a l u c i n o g ê n i c o s 

baseados em espécies dos gêneros zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Virola  ( M y r i s t i c a c e a e ) e 

Anadenanthera (Leg. Mimosoideae).  Embora folhas de J. pectoralis já  tenham sido identificadas nesses rapes  ( C h a g n o n ,  1 9 7 1 ;  P r a n c e , 1972a; 

1972b;  S c h u l t e s , 1979; 1990), a  presença de alcalóides nesta espécie  ainda é contraditória. Por outro lado,  derivados cumarínicos são referidos  como seus principais constituintes  (Macrae & Towers, 1984).  Este estudo visou caracterizar  morfologicamente duas variedades de  J. pectoralis e J. gendarussa, d e s e n v o l v i d a s em  c o n d i ç õ e s  padronizadas de cultivo, além de  averiguar a presença de compostos  que justifiquem o uso de J. pectoralis

como alucinógena. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

M A T E R I A L Ε M É T O D O S 2.1 Material estudado

2.1.1.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Justicia pectoralis Jacq. var. stenophylla Leonard, Herbário

UFP na

10456.

Erva com aproximadamente 29  cm de altura.  C a u l e  a s c e n d e n t e ,  subcilíndrico a sub­quadrangular,  verde com  p ê l o s  r e t r o r s o s ,  e s b r a n q u i ç a d o s , de 0,6 mm de  comprimento, dispostos em linhas  v e r t i c a i s ; nós inferiores  f r e q ü e n t e m e n t e com  r a í z e s  adventícias; entrenós com 2,0 cm de  c o m p r i m e n t o .  F o l h a s  o p o s t a s ,  membranáceas, verdes, às vezes com  p o n t u a ç õ e s  v i n á c e a s ;  l â m i n a  estreitamente­lanceolada, 1,0­4,0 cm 

de comprimento, ápice atenuado, base  aguda, margem inteira, pilosas em  ambas as faces; pêlos com 0,3 mm de  comprimento; pecíolo com 5,0 mm de  c o m p r i m e n t o ;  p a d r ã o de venação  c a m p t ó d r o m o ­ b r o q u i d ó d r o m o .  Inflorescência racemosa com 5,8 cm  de comprimento, raquis com pêlos  glandulosos. Brácteas e bractéolas  estreitamente lanceoladas, glabras.  Flores sésseis, zigomorfas; cálice  v e r d e ,  5 ­ l o b a d o , piloso  ( p ê l o s  glandulosos e não glandulosos); corola  tubulosa, branca à lilás, 9,0 mm de  comprimento, tubo reto, lábio superior  ereto, triangular, o inferior 3­lobado,  externamente pubérulo; estames 2,  inclusos, parcialmente adnatos ao tubo  da corola, a parte livre do filete com  3,0 mm de  c o m p r i m e n t o ; anteras  r i m o s a s com 0,5­1,2 mm de  comprimento. Ovário supero, 1,3 mm  de comprimento, oblongo, bicarpelar,  bilocular, 2 óvulos por lóculo; disco  glandular na base (nectário), com 0,1 ­ 0,2 mm de comprimento; estilete ter­ minal, com 5,0 mm de comprimento,  pubérulo; Fruto cápsula, clavada,  glabra, 1,2­2,3 mm de comprimento.  Sementes castanho­avermelhadas,  a c h a t a d a s , com 0,9­1,2 mm de  comprimento (Fig. 1). 

2.1.2. Justicia pectoralis Jacq. var. A, Herbário UFP n2

10897.

(3)
(4)

linhas verticais; freqüentemente com  raízes adventícias, notadamente nos  nós inferiores; entrenós com 2,3 cm de  c o m p r i m e n t o .  F o l h a s  o p o s t a s ,  membranáceas, verdes, às vezes com  pigmentação vinácea, mas não tão 

freqüente  q u a n t o na  v a r i e d a d e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA stenophylla; lâmina foliar 

estreitamente­ovaiada, com 2,0­3,5 cm  de comprimento, ápice atenuado e  b a s e  o b t u s a ,  m a r g e n s  i n t e i r a s ,  pubescente em ambas as faces, pêlos  simples com 0,3 mm de comprimento;  pecíolo com 6,0 mm de comprimento;  padrão de venação camptódromo­ b r o q u i d ó d r o m o .  I n f l o r e s c ê n c i a  r a c e m o s a com 6,0 cm de  comprimento. Brácteas e bractéolas  estreitamente lanceoladas, glabras.  Flores sésseis, zigomorfas; cálice  verde, 5­lobado, pubescente (pêlos  glandulosos e não glandulosos); corola  b r a n c a à  l i l á s com 9,0 mm de  comprimento, tubo reto, lábio superior  ereto, triangular, o inferior 3­lobado,  externamente pubérulo; estames 2,  inclusos, parcialmente adnatos ao tubo  da corola, parte livre do filete com 3,2  mm de comprimento, anteras rimosas,  com 0,5­1,3 mm de comprimento.  O v á r i o  s u p e r o com 1,2 mm de  comprimento, oblongo, bicarpelar,  bilocular, 2 óvulos por lóculo; disco  glandular na base (nectário), com 0,1­ 1,2 mm de comprimento; estilete ter­ minal, com 5,2 mm de comprimento,  g l a b r o .  F r u t o  c á p s u l a ,  c l a v a d a ,  p u b é r u l a , com 1,3­2,5 mm de  comprimento. Sementes castanho­ avermelhadas, achatadas, com 1,0­1,2 

mm de comprimento (Fig. 2). zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.1.3.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Justicia gendarussa Burm. F.,

Herbário UFP na

08961. Subarbusto com aproximadamente  1,0 m de altura. Caule ereto, cilíndrico,  lenhoso na base, castanho­vináceo, pêlos  simples com 0,9 mm de comprimento;  entrenós com 3,0 cm de comprimento.  Folhas opostas, verde­escuras,  membranáceas; lâmina foliar com 1,5­8,0  mm de comprimento, elíptica, ápice  acuminado e base cuneada, de margens  inteiras, levemente crenadas, pilosas em  ambas as faces, pêlos com 0,4 mm de  comprimento; nervuras vináceas, padrão de  venação camptódromo­broquidódroma;  pecíolo com 8,0 mm de comprimento.  Inflorescência racemosa com 7,0 cm de  comprimento, pubescente. Brácteas e  bractéolas opostas, estreitamente  lanceoladas, glabras. Flores sésseis,  zigomorfas; cálice castanho, 5­lobado,  pubescente; pêlos glandulosos; corola  tubulosa branco­rosada com 18,0 mm,  tubo reto, lábio superior ereto, trian­ gular, o inferior 3­lobado; estames 2,  inclusos, parcialmente adnatos ao tubo  da corola, parte livre do filete com 5,0  mm de comprimento, anteras rimosas,  com 0,5­2,0 mm de comprimento.  O v á r i o  s u p e r o , com 2,0 mm de  c o m p r i m e n t o ,  v i n á c e o  e s c u r o ,  o b l o n g o ,  b i c a r p e l a r ,  b i l o c u l a r , 2  óvulos por lóculo; disco glandular na  base  ( n e c t á r i o ) , com 1,0 mm de  comprimento; estilete terminal, com 

12,0 mm de comprimento, pubescente.  Fruto cápsula, clavada, glabra, com 

(5)
(6)

FigurazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Justicia gendarussa Burm. F.: a = hábito da planta; b = flor em corte longitudinal; c = 

(7)

2.2 Cultivo zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O estudo desenvolveu­se a partir  do  p l a n t i o de  e s t a c a s  o b t i d a s de  p l a n t a s  m a t r i z e s ,  c u l t i v a d a s em  d i f e r e n t e s  á r e a s no estado de  Pernambuco (Brasil). As estacas, sem  folhas, foram retiradas da região  m e d i a n a dos  r a m o s  c o n t e n d o de  quatro a cinco pares de gemas foliares  (Barros, 1992).  O substrato utilizado para o  cultivo consistiu de uma mistura de solo  argilo­arenoso acrescido de matéria  orgânica (estéreo), na proporção de  2,5:1,5, respectivamente, acondicionado  em sacos de plástico preto com  capacidade para 10 kg. Forneceu­se um  regime de regas diárias, mantendo­se a  umidade próxima a capacidade de  campo do solo.  2.3 Morfologia A caracterização morfológica das  espécies e variedades foi efetuada  s e g u n d o  m e t o d o l o g i a  c l á s s i c a  utilizada em trabalhos de taxonomia e  a terminologia utilizada foi de acordo 

com Hickey (1973) e RadfordzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA et al ( 1 9 7 4 ) . Para a  c o m p a r a ç ã o dos 

t á x o n e s , foram  s e l e c i o n a d o s  o s  s e g u i n t e s  c a r a c t e r e s : hábito das  plantas, forma da folha e padrão do  sistema de nervação, comprimento dos  ramos e entrenós, pilosidade, tipo de  inflorescência, coloração e estrutura  das flores, frutos e sementes. O mate­ rial descrito se encontra depositado no  Herbário UFP (Recife­PE).  2.4 Química Ensaios cromatográficos para  d e t e c ç ã o de  c u m a r i n a s , que 

constituem os princípios ativos de J. pectoralis, e de alcalóides, por serem 

um  i n d i c a t i v o do  p o t e n c i a l  alucinógeno de qualquer espécie veg­ etal, foram realizados nos três táxones.  Extratos brutos foram obtidos a  partir da infusão metanólica de mate­ rial recém­coletado constituído de  folhas e caules. Para a detecção de  cumarinas e alcalóides foi realizada  cromatografia em camada delgada em  placas de gel de silica G (Merck) e as  fases  m ó v e i s  d e f i n i d a s  s e g u n d o  métodos convencionais (Harborne, 

1984; Wagner et al, 1983). 

R E S U L T A D O S Ε D I S C U S S Ã O

(8)

pectoralis.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA As principais características  morfológicas que diferenciam os três 

táxones analisados encontram­se na  Tabela 1. 

Apesar das visíveis variações  morfológica entre as duas variedades  de J. pectoralis, ambas apresentaram  1,2­benzopirona e umbeliferona como  constituintes principais, notadamente 

nas folhas.  Q u a n t i t a t i v a m e n t e , a  v a r i e d a d e stenophylla possui um  maior teor de cumarinas. Nenhum  derivado cumarínico foi detectado nas  folhas e caule de J. gendarussa. Os  testes cromatográficos  r e v e l a r a m  ausência de alcalóides nos três táxones  examinados, independente do órgão  analisado (Tab. 2). 

TabelazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 1. Principais características morfológicas de Justicia pectoralis var. stenophylla, Justicia

pectoralis var. A e Justicia gendarussa desenvolvidas em condições padronizadas de cultivo. 

E s p é c i e s 

Característica* zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAJusticia pectoralis var. stenophylla

Justicia pectoralis

var. A 

Justicia gendarussa

HÁBITO  h e r b á c e o  c e s p i t o s o 

h e r b á c e o 

d e c u m b e n t e  subarbustivo ereto 

2 8 , 5 cm alt.  2 9 , 3  c m alt.  9 5 , 5 cm alt. 

LÂMINA FOLIAR 

C o m p r i m e n t o  1,0­0,4 cm  3,3­2,0 cm  8,0­1,5  c m 

F o r m a  estreitamente­ lanceolada 

estreitamente­ o v a d a 

elíptica­ a c u m i n a d a 

Ápice  a t e n u a d o  a t e n u a d o  c u n e a d o 

B a s e  a g u d a  obtusa  c u n e a d a 

FLOR 

Corola 

C o l o r a ç ã o  b r a n c a a lilás  b r a n c a a lilás  b r a n c a ­ r o s a d a 

D i m e n s ã o  9,0 mm  9,0 mm  18,0 mm 

• Cálice 

C o l o r a ç ã o  verde  verde  c a s t a n h o 

E s t a m e s 

Filete  3,0 mm  3,2 mm  5,0 mm 

A n t e r a s  0,5­1,2 mm  0,5­1,3 mm  0,5­2,0  m m 

Ovário 

C o l o r a ç ã o  verde  verde  v i n á c e o 

D i m e n s ã o  1,3 mm  1,2 mm  2,0 mm 

(9)

A presença de cumarinas emzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA J. pec-toralis já foi referida por vários autores 

(Macrae & Towers, 1984; Mills et al, 1986; De Vries etal, 1988; Barros, 1992;  Lino et al, 1997) sugerindo serem tais  substâncias as principais responsáveis pela  sua atividade fítoterápica. A ausência de  alcalóides em J. pectoralis, por outro lado,  foi mencionada por Macrae & Towers  (1984) e por Melo & Andrade (1989),  apesar de Duke (1987) revelar a presença  de pequenas quantidades de triptaminas em  J. pectoralis, as quais, segundo o autor, 

seria uma forte evidência de princípio  alucinógeno nesta espécie. 

Os ensaios fitoquímicos com J. gendarussa confirmam os resultados  de Govindachari et al. (1969) sobre a  ausência de alcalóides e cumarinas  nesta planta. Deste modo, apesar desta  e s p é c i e ser  t a m b é m  e m p r e g a d a  p o p u l a r m e n t e  c o m o  a n a l g é s i c a e  a n t i i n f l a m a t ó r i a , sua  a t i v i d a d e  f í t o t e r á p i c a é  d e v i d a a  o u t r o s  princípios diferentes das cumarinas,  p r o v a v e l m e n t e  f l a v o n ó i d e s C­

glicosilados (Oliveira, 1995). 

N e n h u m a das  s u b s t â n c i a  identificadas em J. pectoralis, justifica  o seu uso  c o m o  a l u c i n ó g e n a .  Provavelmente, o odor agradável das  cumarinas ainda é a causa principal da  utilização desta espécie em rapes  alucinogênicos por tribos indígenas da 

Amazônia brasileira e da Venezuela. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A G R A D E C I M E N T O S

Os autores agradecem o auxílio  da Dra

. Sheila Regina Profície do  Jardim Botânico do Rio de Janeiro  (Brasil) pela identificação das espécies  e ao  C o n s e l h o  N a c i o n a l de  D e s e n v o l v i m e n t o  C i e n t í f i c o e  Tecnológico (CNPq) pelo suporte  financeiro. 

Bibliografia citada

Barros, R.F.M. 1992. Efeito da radiação

so-lar sobre o crescimento e produçãode cumarinas em Justicia pectoralis var. stenophylla Leonard. Dissertação de 

Mestrado. Universidade Federal Rural de  Pernambuco, Recife. 143p. 

Tabela 2. Metabólitos secundários investigados através de cromatografia em camada delgada  em Justicia pectoralis var. stenophylla, J. pectoralis var. A e J. gendarussa desenvolvidas em 

condições padronizadas de cultivo. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Espécies

MptahniitnczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Justicia pectoralis Justida pectoralis Justicia

ivieiaDoiitos yQX stenophylla var. A gendarussa

Alcalóides

Cumarinas +++ ++ ++

(10)

Chagnon, Ν.A ;zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Le Quesne, P; Cook, J.M.  1971. Yanomame halucinogens: anthro­

pological, botanical and chemical find­

ings.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Current Anthropol., 12: 12-1 A.

De Vries, J.X; Tauscher, B; Joshi, B.S. 1988.  Constituents of Justicia pectoralisiacq. Gas chromatography/mass spectrometry  of simple coumarins, 3­phcnilpropionic  acid and their hydroxy and methoxy de­ rivatives acid and their hydroxy and  methoxy derivatives. Biomed. Environ.

Mass. Spectrom., 15: 413­417. 

Duke, J.A. 1987. Handbook of medicinal

herbs. Florida, CRC Press. 677p. 

Govindachari, T.R; Jadhav, S.J; Joshi, B.S.  1969. Chemical investigation of some  indian plants: Part IV. Indian J. Chem., 7: 308­310. 

Harborne, J.B. 1984. Phytochemical methods. 2.rd. London, Chapman & Hall. 288p. 

Hickey, L.J. 1973. Classification of the archi­ tecture of dicotyledonous leaves. Amer. J.

Bot., 60: 17­33. 

J a c q u i n , N.J. 1760. Sertum botanicum:

enumerado systematica plantarum, 5: 11. 

Leonard, E.C. 1958. The Acanthaceae of Colom­ bia, 111. Contributions from the United

Slates National Herbarium, SI: 613­615. 

Lino,  C S ; Taveira, M.L; Viana, G.S.B; Matos,  F.J.A. 1997. Analgesic and anti­inflamma­ tory activities of Justicia pectoralis Jacq  and its mais constituents: coumarin and  umbelliferone. Phytother. Res., 11: 211­215. 

Macrae, W D; Towers, G.H.N. 1984. Justicia

pectoralis: a study of the basis for it's 

use a hallucinogenic snuff ingredient. J.

Ethnopharm., 12: 93­111. 

M e l o ,  R . F ;  A n d r a d e ,  L . H . C . 1989.  Contribuição ao estudo farmacognóstico  do  c h a m b á Justicia pectoralis Jacq.  (Acanthaceae). Biol. Bras., /:195­207. 

Mills, J; Pascoe, K.O; Chambers, J. 1986. Pre­ liminary investigations of the wound heal­ ing properties of a Jamaica folk plant 

(Justicia pectoralis). West Indian Med. J., 35: 190­193. 

Morton, J.F. 1977. Some folk­medicine plants  of Central American markets. Quat. J.

Crude Drug Research., 15: 165­162. 

Oliveira, A.F.M. 1995. Caracterização de

Acanthaceae medicinais conhecidas como anador no Nordeste do Brasil.

Dissertação de Mestrado, Universidade  F e d e r a l de  P e r n a m b u c o ,  R e c i f e ,  Pernambuco, 125p. 

Prance, G.T. 1972a. An ethnobotanical com­ parison of four tribes of  a m a z o n i a n  indians. Acta Amazônica, 2: 7­28. 

Prance G.T. 1972b Ethnobotanical notes from  Amazonian Brazil. Economic Botany,

26: 221­237. 

Radford, A.E; Dickison, W.C; Massey, J.R.  1974. Vascular plant systematica.  N e w  York, Harper & Tow Publishers, 891 p. 

Rizzini, C.T. 1948.  C o n t r i b u i ç ã o ao  c o n h e c i m e n t o da tribo  J u s t i c i e a e  (Acanthaceae). Arq. Jard Bot., 9: 37­69. 

Schultes, R.E. 1979. Evolution of the identification  of the Myristicaceous hallucinogens of South  America. J. Ethnophann., I: 211­239. 

Schultes, R.E. 1990. De plantis toxicaris e  Mundo Novo Tropicale commentationes  XXXVI Justicia pectoralis (Acanthaceae)  as a source of an hallucinogenic snuff. 

Economic Botany, 44: 61­70. 

van den Berg, M.E. 1986. Ethnobotany of a  t r a d i t i o n a l  a b l u t i o n in  P a r á ,  B r a z i l . 

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Botânica,  2 : 2 1 3 ­ 2 1 8 . 

Wagner, Η ; Bladt, S; Zgainski, E.M. 1983. 

Drogennanalyse. Berlim, Springer Verlag, 

164p 

Wasshausen, D.C. 1977. New taxa of Acanthaceae  from the Rio Palenquc Science Center in  Equador. Selbyana, 2: 14­22. 

Imagem

Figura 1.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA  Justicia pectoralis zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA  var
Tabela 2. Metabólitos secundários investigados através de cromatografia em camada delgada  em Justicia pectoralis var

Referências

Documentos relacionados

588635061 588635080 588635099 588635147 588635189 588635195 588635239 588635249 588635262 588635271 CABELEIREIRO E BARBEIRO MOTORISTA DE VEÍCULOS PESADOS DE MERCADORIAS MECÂNICO

Este projeto visa contribuir para que Florianópolis vire referência em investimento social privado de Micro e Pequenas Empresas, em que estas se veem como parte da construção de

LAVANDERIA, GRUPO ZALESKI, QUALITY BRASIL, ACADEMIA VIDA ATIVA, PROMOSILK, MECANICA DO

Diante do contexto e considerando a importância novos estudos sobre plantas com caráter medicinal, o presente estudo se propõe a verificar o efeito de diferentes tipos de

pectoralis encontra-se na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse pelo SUS (Ministério da Saúde, 2008), sendo a nutrição das plantas afetada

Observando a Figura 12 podemos concluir que o método de Gram-Schmidt realmente funciona muito bem neste caso, haja vista que a referência utilizada no método, isto é, o espectro

Na secagem dos extratos por aspersão (spray dryng) a análise dos gráficos de superfície de resposta, em concordância com a função geral de otimização, indicou que a

Diante disto, este trabalho teve como finalidade avaliar o potencial da sensibilidade de cepas padrão de Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes em diferentes