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Estudo piloto sobre esquistossomose mansoni em área rural do Município de Itanhomi, Vale do Rio Doce, Minas Gerais.

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Academic year: 2017

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ESTUDO PILOTO SOBRE ESQUISTOSSOMOSE MAISISONI EM AREA

RURAL DO MUNICÍPIO DE ITANHOMI, VALE DO RIO DOCE,

MINAS GERAIS*

M aria José Conceição, Paulo Nolasco Pedrosa, Joyce N . S ta in e r da Silva

e José Rodrigues Coura

N e s t e t r a b a l h o o s a u t o r e s a p r e s e n t a m d a d o s r e l a t i v o s à p r e v a l ê n c i a e f o r m a s c l i n i c a s d a e s q u is to s -s o m o -s e m a n -s o n i , h o -s p e d e i r o i n t e r m e d i á r i o e d e t e r m i n a ç ã o d o -s e u í n d i c e d e i n f e c ç ã o e m S a n ta L u z i a d o C a r n e i r o , á r e a r u r a l d o M u n i c í p i o d e I t a n h o m i , V a le d o R i o D o c e , M in a s G e ra is .

O e s t u d o s e c c i o n a l d a p o p u l a ç ã o r e v e l o u 4 2 , 1 % d e p o s i t i v i d a d e p a r a o v o s d e S.mansoni e m u m e x a m e d e fe z e s p e t o m é t o d o d e L u t z ( H o f f m a n n , P o n z , J a n e r ) e u m p e r c e n t u a l d e 6 , 8 % d e p a c ie n t e s c o m h e p a t o - e s p le n o m e g a l ia .

O h o s p e d e i r o i n t e r m e d i á r i o e n c o n t r a d o f o i a B.glabrata c o m u m í n d i c e d e i n f e c ç ã o d e 3 , 2 % .

1. INTRODUÇÃO

Em 1937, M ar t in s e Ver sian i su ger iram que a invasão d o t er r ir ó r io m in eir o pela esquist os- som ose m an so n i t ivesse o co r r id o p elo nor t e, co m as co r r en t es m igr at ó r ias p r o vin d as da Ba­ h ia e de o u t r o s Est ad o s d o No r d est e que se dest in avam às áreas d o s rios Jeq u it in h o n h a, M u r ici e Do ce.

Em 19 47, Can çad o t am b ém en f at izo u a exp an são da esqu ist o ssom ose em d iversos M u- n icíp io s de M inas Ger ais e o grave p r ob lem a que co n st it u ía para a Saú d e Pú b lica.

A in d a em 1 9 47 , Bassér ese Pan t o ja cit ar am as at ivid ad es d o SESP , in iciad as em 19 43, em áreas d o Rio Do ce. Se gu n d o esses au t o r es, at é ent ão , M inas Ger ais p er m an ecia isent a de q u al­ q uer o b ser vação, co m exceção d o t r ab alh o de César Pin t o 2 3 , em Go ver n ad o r Valad ar es.

Br en er e M o u r ão 5 realçaram a im p o r t ân cia da d o en ça at ravés d e est u d o s lo n git u d in ais. A p ó s exam e de 6 6 5 in d iv íd u o s em 5 áreas en­ d êm icas, ver if icar am ín d ices de in f ecção var iá­ veis de 2 8 ,8 % (Bald im ) a 9 3 ,9 % (D ist r it o de M ed ina). Em 1 9 66 , Ka t z e Br en er r eexam in a­ ram 11 2 desses p acien t es, ver if ican d o qu e m e­ nos de 10% das f o r m as h ep at o -in t est in ais evo­ lu ír am para h ep at o -esp lên ica e, em cerca de 25 % d o s que apresent aram essa evo lu ção , de- m on st r ou -se f o r m a d escom p en sada.

Kat z e co l.1 4 , Ka t z1 2 , An t u n es e co l.1 e Ka t z13 d esen volvem pesquisas lo ngit u d in ais em 4 lo calid ad es: Bald im , Calcio lân d ia, M axa- cali e Tu p ar ecê (D ist r it o de M ed in a), respect i­ vam ent e subm et endo-se os p acien t es a t r at a­ m en t o e sp ecíf ico e, em algum as áreas, em pre- gam -se m olu scid as.

Em área rural d o M u n icíp io de It an h o m i, Vale d o Rio Do ce , Co n ceição e Co u r a7 se­ guem evo lu t ivam en t e um a co m u n id ad e de 14 80 h abit an t es, 6 0 ,2 % co m in f ecção pelo

S . m a n s o n i. Na área u rb an a desse m u n icíp io ,

Lew is e Co u r a17 ver if icar am prevalência de 4 0 ,3 % e vêm aco m p an h an d o um gr up o de pa­ cien t es su b m et id o s a t r at am en t o co m o xam n i- q u in e.

San t o s e Co u r a25 no M u n icíp io de Padre Par aíso , Vale d o Jeq u it in h o n h a, realizaram t r at am en t o co m o xam n iq u in e em p op u lação co m 6 3 ,1 % de in f ect ad o s, observan do-os lo n ­ git u d in alm en t e, após est u do in icial da m orbi- dade.

O present e p r o jet o p ilo t o o b jet ivo u a ava­ liação da p r evalência da in f ecção esquit osso- m ó t ica em um a co m u n id ad e rural de M inas Ger ais at ravés de exam es de f ezes; a classif ica­ ção clín ica da d o ença de aco r d o com sua m or- bidade na área, além de esclarecer a espécie vet or a e seu ín d ice de in f ecção .

Os d ad os p r elim in ar es o b t id o s servir ão de base para um est ud o lo n git u d in al na área.

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2. D ESCR IÇÃ O D A Á R E A

O M u n icíp io de It an h o m i localiza-se no V a ­ le d o Rio Do ce. Tem p o r co o r d en adas geográ­ f icas 1 9 °1 0 ' 3 0 " lat it u d e sul e 4 1 ° 5 2 ' 1 8 ” lo n ­ git ude oest e.

Co m um a área de 7 9 4 km q u ad r ad o s, p o s­ sui segundo o cen so d o IB G E (1 9 7 0 ), 2 5 .6 1 5 h abit ant es, sendo 3 .3 3 4 na zo n a u r b an a, 22.281 na zo n a rural e d en sidad e d em o gr áf ica de 3 2 ,2 6 h abit an t es p o r q u ilô m et r o q u adr ad o .

Lim it a-se co m os M u n icíp io s de Car at in ga, Co n selh eir o Pena, Go ver n ad o r Valad ar es, Ta- r u m ir im e Tu m ir it in ga.

É car act er izad o p o r u m a t o p o gr af ia acid en ­ t ada, ent r ecor t ad a p o r vales; sit u ad o a 25 5 m et ros acim a d o n ível d o m ar e co m um clim a t r o p ical: t em p er at ur a m áxim a de 4 0 ° C, m ín i­ ma de 2 8 °C e m éd ia de 3 0 °C.

A eco n om ia da região baseia-se na agr op e­ cu ária.

Com põe-se de 3 d ist r it o s e 5 co m u n id ad es rurais, um a delas, a de San t a Lu zia d o Car n ei­ ro, onde se p rocedeu o present e est ud o . Lo ca ­ liza-se a 3 0 km da sede m u n icip al. Essa lo cali­ dade é at ravessada p elo Có r r ego d o Car n eir o , que se lança no r io Car at in ga e est e n o Rio Do ce. É d esp r o vid a de ab ast ecim en t o d 'águ a, energia elét r ica, rede de esgot os e ser viço m é­ d ico .

3. M A T ER I A L E M ÉTO D O S

3.1 — Dad o s sobr e a área e su a p o p u lação

Ap ó s levan t am ent o d em o gr áf ico d a co m u ­ nidade m apeou-se a área a ser p esqu isad a, as­ sinalando-se as co leçõ es de água.

Realizo u-se o cen so da p o p u lação at ravés d o cadast r am ent o e da visit a in d ivid u al a t o ­ dos os d o m icílio s.

3.2 — Exam es Par asit o ló gico s

0 exam e p ar asit o ló gico de f ezes d a p o p u la­ ção f o i r ealizado p elo m ét o d o de sed im en t a­ ção q u alit at ivo de Lu t z15 , d escr it o p o st er io r ­ m ent e p o r H o f f m an , Po ns e Ja n e r 1 0 . Prep ar a­ vam -se duas lâm inas d o m esm o m at er ial.

Os car am u jo s co let ad o s f o r am id en t if icad o s no Lab o r at ó r io d o In st it u t o de Bio lo gia da Un iver sidade de M inas Ger ais, so b a o r ien t a­ ção do Pr of essor J.Pelle gr in o . Det erm ino u -se o

índ ice de in f ecção d o s m o lu co s, após a e xp o si­ ção à lu z ar t if icial d u r ant e 6 0 m in u t o s.

3 .3 — In t r aderm o -reação

Su bm et eu -se à int r ad er m o -r eação co m an t í- geno de ver m e ad u lt o am ost r a aleat ór ia repre­ sent at iva d a p op ul ação (1 1 ,5 %).

A t écn ica da in o cu lação d o an t ígen o f o i baseada no t r ab alh o de Kagan , Pellegr in o e M em ó r ia1 1 : in jeção de 0 ,0 5 m l na região ven t ral d o an t eb raço . A p ó s 15 m in u t o s, f azia- se a leit ur a segu nd o a t écn ica de Pellegr in o e M acedo 2 0 , co nsider an d o-se p o sit ivas as rea­ çõ es igu ais ou in f er io r es a u m ce n t ím e t r o q u a­ d r ad o de área.

3 .4 — Exam e clín ico

Em f ich as p ad r o n izad as f o r am r egist rados os exam es clín ico s, ob t en do-se os seguint es dad os:

a) Id en t if icação d o p acien t e, t em p o de p er m a­ n ên cia na área, p o ssíveis af ast am en t os.

b) Rit m o in t e st in al'e ep isó d io s h em o r r ágico s nos ú lt im o s 6 m eses.

c) Tr at am en t o e sp e cíf ico : d r o ga u t ilizad a, d a­ t a e lo cal.

d) Exam e d o ab d ô m en : em d ecú b it o d o rsal e na p o sição de Sh u st er . A s d im en sões d o f í ­ gad o e d o b aço f o r am r ef er id as em ce n t í­ m et r os. O f ígad o , m ed id o na lin h a h em icla- vicu lar d ir eit a, em r elação ao apênd ice xi- f o id e. O b aço , m ed id o em relação à r ebo r­ d a co st al esquerda na lin h a h em iclavicu lar esq uerd a. Esp ecif icar am -se os gr aus de co n ­ sist ên cia, t ip o de b o r d a, su p e r f ície e sen si­ b ilid ad e desses ór gãos.

e) Presença de ascit e, cir cu lação co lat er al, edem a e ou h ip o e vo lu t ism o . ’ f ) Para a d et er m in ação d as f o r m as clín icas

u t ilizo u -se a classif icação de Pessoa e Bar- r os22 m o d if icad a p o r Bar b o sa2 , qu e ad o ­ t o u 3 t ip o s:

Tip o I — Esq u ist o sso m o se in f ecção co m ou sem sin t o m as in t est in ais p o u co f req üen t es, at r ib u íveis ou n ão á d oença em causa.

Tip o II — Esq u ist o sso m o se d o en ça f o r m a h ep at o -in t est in al. Sin t o m at o lo gia in t est in al f r eq üen t e, p ar t icu lar ­ m ent e co m ep isó d io s d isen t er if o r - m es e h ep at o m egalia.

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gia in t est in al m u it o freq üen t e, p r in cip alm en t e co m ep isó d io s di- sent er if or m es, h ep at o m egalia e es- p leno m egalia.

4 . R ESU LT A D O S

4.1 — Dad o s sobr e a p o p u lação

Det er m in o u -se p elo cen so que a p o p u lação de San t a Lu zia d o Car n eir o era co n st it u íd a de 23 3 h abit an t es, send o 11 5 h om en s (4 9 ,3 %) e 118 m ulh eres (5 0 ,7 %). (Tab e la I)

Qu an t o à d ist r ib u ição p o r gr u p o ét n ico : 4 5 % eram b ran co s, 4 1 ,7 % m est iço s e 13,3% negros.

Cad ast rar am -se 63 r esidên cias, o nd e co abi- t avam , em m éd ia, 3 ,6 pessoas p o r d o m icílio .

4 .2 — Exam es Par asit o ló gico s

Do s 2 0 9 exam es de f ezes r ealizad o s (8 9 ,7 % da p o p u lação ), 4 2 ,1 % f o r am p o sit ivo s para ovos de S . m a n s o n i. (Tab ela II) . N o gr u p o et á­

r io ent re 0 e 5 anos a p o sit ivid ad e f o i de 17 ,7 % alcan çan d o 7 2 ,2 % n o gr u p o de 16 a 20 anos e 4 4 % acim a de 50 anos de idad e.

O n ú m er o m edian o de ovo s de S .m a n s o n i

p o r gr am a de f ezes, p elo m ét o d o de Bar bo sa, f o i de 50 ovos p o r gr am a de f ezes.

O h o sp edeiro in t er m ed iár io na área f o i a

B . g la b r a ta , co m ín d ice de in f ecção de 3 ,2 %.

4 .3 — In t r ader m o -r eação

A p r evalência m édia de esq uist ossom ose m an so n i, avaliad a at ravés d a reação int r ad ér

-m ica, f o i de 7 3 ,3 % da p o p u lação ; no gr upo et ár io ent re 16 e 20 anos, 100% d os in d iv í­ d u o s m ost ravam -se in f ect ado s.

4.4 — Exam e Clín ico

Fo r am exam in ad o s clin icam en t e 206 ha­ b it ant es, ou seja, 8 8 ,4 % da p o p u lação t o t al.

De aco r d o co m a classif icação clín ica, 6 9 ,4 % d o s in f ect ad o s est avam in clu íd o s no t ip o I, 23 ,8 % no t ip o II e 6 ,8 % no t ip o III. Dent r e esses ú lt im o s, 4 ,5 % apresent avam b aços palpáveis de 2 a 5 cm da reborda cos- t al esquerda, na lin h a h em iclavicu lar esquer­ da e, apenas 2 ,3 % acim a de 5 cm .

A d ist r ib u ição d os p acient es segundo as f o r m as clín icas encont r a-se na Tab ela III .

Ob ser vou -se 1 caso de f or m a clín ica t ip o I I I , d escom p en sad a. O pacien t e t in h a 23 anos de idade, cir cu lação co lat er al e relat ava epi­ só d io h em o r r ágico prévio.

N o que co n cer n e ao co n t at o da p o pu lação co m os f o co s, ver if icou -se que 6 5 ,8 % dos ha­ b it ant es t in h am co n t at o m u it o freqüent e, 2 8 ,4 % p o u co freqüent e è 9,4% co n t at o au­ sent e.

5. CO M EN T Á RIO S

A área rural d o M u n icíp io de It an h o m i, V a ­ le d o Rio Do ce , M inas Ger ais, apresent ou-se co m o área de alt a end em icid ade e m orbidade, co m base na p o sit ivid ad e para ovos de S .m a n ­ s o n i de 4 2 ,1 %, no per cen t u al de 6 ,8 % de f o r ­

m as clín icas t ip o l l í e na o co r r ên cia da f orm a descom pensada, d a doença. Os ín d ices de

in-T A B E L A I

D ist r ib u ição da Po p u lação de San t a Lu zia d o Car n eir o segu nd o os Gr u p o s Et ár io s e Se xo 1 9 7 2

-G RU PO ET Á R I O T O T A L NP M A SCU LIN O

N P %

FEM IN IN O

NP %

0-5 51 2 0 3 9 ,2 31 6 0 ,8

. 6 -1 0 36 20 5 5 ,5 16 4 4 ,5

11-15 18 11 61,1 7 3 8 ,9

16-20 25 11 4 4 ,0 14 56 ,0

21 -3 0 41 20 4 8 ,7 21 51,3

3 1 -4 0 18 8 4 4 ,0 10 55,6

4 1 -5 0 16 8 5 0 ,0 8 50 ,0

M ais de 50 28 17 6 0 ,7 11 39 ,3

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T A B E L A II

Pr evalên cia da esq uist ossom ose m an so n i, at ravés de exam es de f ezes p elo m ét o d o de Lu t z, d ist r ib u íd a segu nd o os gr up o s et ár ios e sexo . San t a Lu zia d o Car n eir o , 1972

G RU PO ET Á R I O T O T A L P O SIT IV O S

NP %

M A SCU LIN O

N P NP % NP

FEM IN IN O

N P %

0-5 4 5 8 17,7 15 2 13,3 3 0 6 20,0

6-1 0 3 2 10 3 1 ,2 17 5 29 ,4 15 5 33 ,3

11-15 14 6 4 2 ,8 8 4 5 0 ,0 6 2 33,3

16-20 18 13 72 ,2 8 6 7 5 ,0 10 7 70,0

21-30 41 22 53,6 20 12 6 0 ,0 21 10 47 ,6

31-40 19 9 4 7 ,3 8 5 6 2 ,5 11 4 36,3

41 -5 0 15 9 6 0 ,0 8 4 5 0 ,0 7 5 71,4

M ais de 50 25 11 4 4 ,0 16 7 4 3 ,7 9 4 4 4 ,4

T O T A L 20 9 88 42,1 100 4 5 4 5 ,0 109 43 39 ,4

Ob s.: T O T A L — N ú m er o de exam es de f ezes r ealizad os NP — Núm er o de exam es de f ezes p o sit ivo s

% — Per cent ual de exam es de f ezes p o sit ivo s

T A B E L A III

Classif icação clín ica de 8 8 p o r t ado res de S . m a n s o n i d ist r ib u íd a seigundo os gr up o s et ár ios

San t a Lu zia d o Car n eir o , 1972.

G RU PO S ET Á R IO S

T O T A L N P

T IPO I

NP %

T IPO I

NP %

T IPO III

NP %

0-5 8 5 6 2 ,5 3 3 7 ,5 . .

6-10 10 7 7 0 ,0 3 3 0 ,0 -

-11-15 6 3 50 ,0 3 50 ,0

-16-20 12 9 69 ,2 3 23 ,0 1 7,8

21-30 22 15 68,1 4 18,1 3 13,8

31 -4 0 9 6 6 8 ,6 1 11,1 2 22 ,3

41 -5 0 9 7 77,7 2 22 ,2 - \

M ais de 50 11 9 81 ,8 2 18,2 -

-T O -T A L 88 61 6 9 ,3 21 23 ,8 6 6 ,8

f ecção m ost raram -se su p er io res aos revelados por Rod r igu es da Silv a 24 em d iverso s m u n icí­ pios d o Vale d o Rio Do ce.

A prevalência da in f ecção esq uist ossom át i- ca pr edo m inou em jo ven s na f aixa et ár ia ent re 11 e 30 anos de idade, co m o t em sid o relat ado por diversos aut ores co m o M art in s e Ver sia- n i19, Pessoa e A m o r im 2 1 , Klo e t ze l1 6 , Bar b o ­ sa2 .

Houve p r e d o m ín io de p revalên cia d a in f e c­ ção no sexo m ascu lin o , co m o f o i r ef er id o p o r Dias* . Essa variação de p revalên cia p o r se xo

em cad a região parece d ep end er d ir et am ent e das at ivid ad es exer cid as p elos in d iv íd u o s. No gr u p o de 41 a 50 anos ver if ico u -se p r e d o m ín io de sexo f e m in in o , co m o n os est u d os de Bar b o ­ sa2 nu m a d as lo calid ad es de Per n am b u co .

A int raderm o-re& ção revelou m aio r sen sib i­ lid ad e que o exam e de f ezes em d et ect ar a in f ecção esqu ist o sso m át ica em t o d o s os gr u ­ p os et ár io s, de m o d o sem elhant e às o b ser va­ çõ es de Kagan , Pellegr in o e M em ó r ia1 1 .

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n ão ap resent ou repercussões clín icas dé im ­ p o r t ân cia, co m o nas o bservações de Br en er e M o u r ão 5 .

Os p acien t es classif icad o s n o t ip o II (2 3 ,8 %), eram so b r et u d o jo ven s. Dad o s sim i­ lares f o r am cit ad o s p o r Ko e t ze l1 6 .

A s f o r m as h ep at o -esplên icas o cor r er am t an ­ t o no sexo m ascu lin o (3 ,4 %) q u an t o no f em i­ n in o (3 ,4 %), send o p red o m in an t es acim a de 3 0 anos de idad e, co m o n os r esult ad os o b t i­ d os p o r Bar b o sa2 .

A s co n d içõ e s só cio -san it ár ias pr ecár ias da área, co m ausên cia ab so lu t a de san eam ent o, além d o s p ro b lem as cu lt u r ais d a p o p u lação , p r o vavelm en t e f acilit ar am a elevada f r eq ü ên ­ cia de co n t at o d o s h ab it an t es co m os f o co s de in f ecção .

A B . g la b r a ta , espécie vet o ra d a área, é co n ­

sider ada o h o sp edeir o m ais ef icien t e d o

S . m a n s o n i p o r Bar b o sa, Co elh o e D o b b in 3 ,

n ão só em r elação a su scet ib ilid ad e à in f ecção , co m o ao e q u ilíb r io h o sp ed eir o -p ar asit o .

Há necessidade de p r o ssegu im ent o evo lu ­ t ivo desse est u do na t en t at iva de aver iguar a r elação ent re o t ip o de cepa de S .m a n s o n i

lo cal, a cap acid ad e vet or a d o h o sp ed eir o in ­ t er m ed iár io , a p revalên cia d a in f ecção e a evo lu ção das f o r m as clín icas da d oença.

SU M M A RY

D a ta o n p r e v a le n c e a n d m o r b i d i t y o f S c h is to s o m ia s is m a n s o n i, l o c a l i n t e r m e d i a t e h o s t a n d i t s r a te o f i n f e c t i o n , i n th e c o u n t y o f S a n ta L u z ia d o C a r n e ir o , S ta te o f M in a s G e ra is , B r a z il , a r e p r e s e n te d .

A c r o s s - s e c c io n a i s t u d y d e m o n s t r a t e d a f i g u r e o f 4 2 . 1 p e r c e n t o f p o s i t i v i t y f o r S.m an ­

soni e g g s i n o n e fa e c e s p a r a s i t o i o g ic e x a m in a -t i o n b y L u -t z m e -t h o d ( H o f f m a n , P o n s , J a n e r m e t o d ) .

L iv e r a n d s p le e n e n ia g e m e n t w e r e o b s e r v e d i n 6 . 8 p e r c e n t o f t h e p a ti e n ts .

T h e in t e r m e d i a t e h o s t / 'B.glabrat a^ s h o w e d a n i n f e c t i o n r a t e o f 3 . 2 p e r c e n t.

R E F E R Ê N C I A S B I B LI O G R Á F I C A S

1. A N T U N ES, C.M .F.; K A T Z , N .; P E R E I R A , J.P.; Z I C K E R , F. & SI L V A , A .: Te n ­ t at ivas de co n t r o le de h elm in t o ses in ­ t est in ais at ravés de t r at am en t o em m assa co m Pam o at o de p ir ant el em um a aldeia in d ígen a. A n ais d o I X Co n ­

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