M ort alidade de mulheres em idade fért il
em Campinas, São Paulo (1985-1994)
Mo rtality amo ng child b e aring -ag e wo me n
in Camp inas, São Paulo (1985-1994)
1 Cen tro de Pesqu isa das Doen ças M atern o-In fan tis d e Cam p in as, Un iversid ad e Estad u al d e Cam p in as. C. P. 6181, Cam p in as, SP 13081-970, Brasil. 2 Departam en to de Tocogin ecologia, Facu ld ad e d e Ciên cias M éd icas, Un iversid ad e Estad u al d e Cam p in as. C. P. 6181, Cam p in as, SP 13081-970, Brasil. An ibal Faú n d es 1,2 M ary An gela Parp in elli 2 José Gu ilh erm e Cecatti 2
Abst ract To p rovid e a p rofile of th e m ain h ealth p roblem s in ch ild bearin gage w om en , w e stu d -ied all 3,086 d eath certificates from th e SEADE Fou n d ation for w om en from 10 to 49 years of age an d resid in g in th e m u n icip ality of Cam p in as, from Jan u ary 1, 1985, to Decem ber 31, 1994. Th e p rim a ry ca u se of d ea t h w a s id en t ified a n d cla ssified a ccord in g t o t h e 10t h rev iew of t h e ICD. Pop u lation d ata w ere obtain ed from th e Laboratory for Ep id em iological An alyses an d Research , UN ICAM P. On e-fou rth of th e d eath s w ere card iovascu lar in origin , on e-fifth w ere from extern al cau ses, an d alm ost 20% w ere d u e to n eop lasm s. M atern al m ortality w as th e n in th cau se of d eath . Ex t ern a l ca u ses p red om in a t ed in t h e 10-t o-34-yea r a ge grou p , a s com p a red t o ca rd iova scu la r d isea ses a n d n eop la sm s in t h e 35-t o-49-yea r grou p. M ost a la rm in g w ere t h e p red om in a n ce of t ra ffic a ccid en t s a m on g ca u ses of d ea t h in w om en u p t o a ge 34 (grea t er t h a n AIDS d u rin g t h e stu d y p eriod ) an d th e h igh m ortality rate from h om icid es.
Key words Mortality; Fertile Age; Wom en ; Cau se of Death
Int rodução
Na s so cied a d es eco n ô m ico, cu ltu ra l e so cia l-m en te l-m ais d esen volvid as, a l-m ortalid ad e l-m as-cu lin a é m a io r d o q u e a fem in in a em to d a s a s fa ixa s etá ria s. Esta co n d içã o resu lta em u m a m aior esp eran ça d e vid a ao n ascim en to d e cer-ca d e sete a oito an os p ara as m u lh eres (Ban co Mu n d ia l, 1990). As a n á lises m a is recen tes so -b re a m ortalid ad e d e ad u ltos em p aíses d e Pri-m eiro Mu n d o têPri-m Pri-m ostrad o u Pri-m a ten d ên cia d e au m en to n a m ortalid ad e d e m u lh eres relacion a d a , p rirelacion cip a lm erelacion te, à s m u d a relacion ça s d e co m -p o rta m en to e a o s h á b ito s, co m o : fu m a r, a li-m en tação in adequ ada, u so de drogas, sexo d es-p ro tegid o, m a io r es-p a rticies-p a çã o n o m erca d o d e trab alh o, com p red om in ân cia d e d oen ças rela-cion ad as a essas ativid ad es (McGin n is & Foege, 1993; Wald ron , 1993).
No Bra sil, em b o ra seja u m p a ís m en o s d e-sen vo lvid o, d a d o s d o Ba n co Mu n d ia l (1990) ap on tam p ara u m a esp eran ça d e vid a ao n asci-m en to, asci-m a io r easci-m to rn o d e cin co a n o s p a ra a s m u lh eres (63 a n o s p a ra o s h o m en s e 68 a n o s p ara as m u lh eres). Esta d iferen ça, à sem elh an -ça d e p aíses d esen volvid os, vem ap resen tan d o ten d ên cia à d im in u içã o, co m o verifica d o n o p eríod o d e 1980 a 1988, com gan h o m aior p ara os h om en s (seis an os) d o qu e p ara as m u lh eres (4,6 an os), ten den do assim à dim in u ição da d is-tân cia en tre as resp ectivas esp eran ças d e vid a ao n ascim en to (Ch or et al., 1992).
Nã o existe u m co eficien te esp ecífico p a ra m ed ir a m ortalid ad e d e m u lh eres em id ad e re-p rod u tiva, e n em tam re-p ou co o in tervalo d e id a-d e é n ítia-d o p ara a a-d efin ição a-d este con ceito. Biologicam en te é rep resen tad o p elo p eríod o com -p reen d id o d a m en a rca à m en o -p a u sa , m a s é am p lam en te con h ecid o qu e a id ad e d a m en ar-ca sofre alterações, in clu sive secu n d árias a fa-tores exógen os, p od en d o acon tecer fisiologica-m en te d o s 10 a o s 16 a n o s. En treta n to, n ã o se p o d e d eixa r d e co n sid era r a gra vid ez n a a d o -lescên cia, m esm o em m en in as m en ores d e 15 an os. Siq u eira & Tan aka (1986), ao avaliarem a m o rta lid a d e en tre a d o lescen tes n o Bra sil, re-gistraram 0,59% d e ób itos secu n d ários à gravi-d ez, p arto e p u erp ério, em m en in as gravi-d e 10 a 14 an os. Dessa form a, recom en d ase q u e os estu -d o s so b re m o rta li-d a -d e -d e m u lh eres em i-d a -d e rep rod u tiva d evam in clu ir a faixa etária d e 10 a 14 a n o s, e n ã o so m en te a p a rtir d o s 15 a n o s (Lau ren ti, 1988). Ap esar d e q u e a id ad e d a m e-n op au sa p ode sofrer grae-n des variações, h á qu a-se u m con a-sen so n a id ad e d e 49 an os p ara d efi-n ir o térm iefi-n o d a id ad e rep rod u tiva.
Este trab alh o p rop õe-se an alisar a m ortali-d a ortali-d e ortali-d e m u lh eres em iortali-d a ortali-d e rep roortali-d u tiva ,
resi-d en tes n o Mu n icíp io resi-d e Cam p in as, en tre 1985 e 1994, co m b a se em a n á lise p o rm en o riza d a d as d eclarações d e ób ito (DO).
A cid a d e d e Ca m p in a s, situ a d a n a regiã o su d este d o estad o, é u m cen tro in d u strial, co-m ercial, cu ltu ral e co-m éd ico b astan te d esen vol-vid o d o Esta d o d e Sã o Pa u lo, co n ta n d o a in d a com d u a s u n iversid a d es. Um a p esq u isa sob re as con d ições d e vid a (PCV) n a cid ad e d e Cam -p in a s m o stro u q u e em 1994, 20% d a s fa m ília s eram ch efiad as p or m u lh eres e u m q u arto d os ch efes era m igran te. A ren d a fam iliar p er cap i-taera d e R$348,00, m etad e d as fam ílias d isp u -n h a d e até R$186,00 d e re-n d a fam iliar per capi-ta, e m ais d e 36% tin h am ren d a su p erior a d ez salários m ín im os. Vin te p orcen to d as m orad ias lo ca liza va m -se em ru a s sem p a vim en ta çã o, 17% d as fam ílias n ão tin h am acesso ao sistem a p ú b lico d e esgoto, coexistin d o situ ações d e ex-celen te n ível sócio-econ ôm ico e cu ltu ral, com u m gru p o razoável d e fam ílias em situ ação d e extrem a p ob reza (SEADE, 1995). Estas caracte-rísticas esp eciais d a cid ad e torn am Cam p in as u m a m istu ra d e cid a d es d o terceiro e d o p ri-m eiro ri-m u n d o.
Con h ecer as cifras d e m ortalid ad e, b em co-m o a s ca u sa s d e co-m o rte d esta s co-m u lh eres resi-d en tes n o m u n icíp io, p oresi-d erá con trib u ir p ara o co n h ecim en to d o s p ro b lem a s d e sa ú d e q u e m ais freqü en tem en te acom etem este gru p o d e m u lh eres, com as p ossíveis fu tu ras im p licações d e n ovas p rop ostas d e in terven ções p ara a m e-lh o ria d a s co n d içõ es d e vid a e d e sa ú d e d esta p op u lação.
Casuíst ica e mét odos
Estu d a ra m -se 3.086 DO d e m u lh eres d e d ez a 49 an os, resid en tes n o Mu n icíp io d e Cam p in as, n ú m ero q u e rep resen ta o total d e ób itos fem i-n ii-n os ocorrid os i-n o p eríod o d e p rim eiro d e ja-n eiro d e 1985 a 31 d e d ezem b ro d e 1994, p ara a faixa etária esp ecífica. A fon te p rim ária d os d a-d os a-d e ób itos foi a Fu n a-d ação SEADE (Fu n a-d ação Sistem a Estad u al d e An álise d e Dad os), in icial-m en te se valen d o d a listageicial-m d e tod as as DO, corresp on d en tes a p essoas com as característi-cas acim a d escritas.
lad os, segu n lad o a CID 9 com aju ste lad e equ ivalên -cia p ara CID 10, u m a vez qu e h ou ve extravio n o arqu ivo d a Fu n d ação SEADE.
Os d a d o s p o p u la cio n a is referen tes a o p e-ríod o en tre 1985 a 1994 foram ob tid os n as estim ativas d e p op u lação resid en te d o IX e X Cen so Dem ográfico d o Brasil (1980 e 1991), calcu -lad as p elo Lab oratório d e An álises e Pesq u isas Ep id em io ló gica s, Dep a rta m en to d e Med icin a Preven tiva e Socia l, Un iversid a d e Esta d u a l d e Ca m p in a s (LAPE/ DMPS/ UNICAMP). Pa ra o cá lcu lo fo ra m u tiliza d o s d a d o s cen sitá rio s d e 1980 e 1991, a p lica n d o -se p ro gressã o geo m é-trica com in terp elação e extrap olação. Margem d e erro estim ad a d e 4%.
A cau sa b ásica d o ób ito foi d efin id a com o a doen ça ou lesão que in iciou a sucessão de even -to s m ó rb id o s q u e levo u d ireta m en te à m o rte, o u a s circu n stâ n cia s d o a cid en te o u vio lên cia q u e p ro d u ziu a lesã o fa ta l (OMS, 1995). Utili-zou -se a classificação d a cau sa b ásica d o ób ito, segu n d o os 21 cap ítu los d a CID 10 (OMS, 1995) e segu n d o a lista d e tab u lação d a m ortalid ad e n ú m e ro 2 (m o rt a lid a d e ge ra l list a se le cio n a -d a) – CID – 10.
Pelo p reen ch im en to d o form u lário esp ecí-fico d o estu d o, com os aju stes d a cau sa b ásica, qu an d o n ecessários, os d ad os foram revisad os, co rrigid o s m a n u a lm en te e in tro d u zid o s em p ro gra m a Ep i-In fo 6.0, p a ra rea liza r o cá lcu lo d o s co eficien tes d e m o rta lid a d e gera l e d e m ortalid ad e esp ecífica p or cau sa ou gru p o d e cau sas e p or gru p o d e id ad e.
Garan tiu -se o sigilo d as fon tes d e in form a-çã o, sem id en tifica a-çã o d os su jeitos, p rofissio-n a is e h o sp ita is q u e a terofissio-n d era m o u p reerofissio-n ch e-ram as DO.
Result ados
M ort alidade por causas segundo capít ulos do CID 10
A p rin cip al cau sa de m orte foi o gru p o de doen -ças cardiovascu lares, rep resen tan do u m qu arto d o tota l d a m orta lid a d e, segu id o p ela s ca u sa s extern as e n eop lasias. A m ortalid ad e m atern a fo i a n o n a ca u sa d e ó b ito fem in in o em id a d e rep rod u tiva p ara o p eríod o, m u ito p róxim a d a oitava cau sa q u e corresp on d eu às d oen ças d o a p a relh o gên ito-u rin á rio ( Ta b ela 1). A a n á lise d etalh ad a d a m ortalid ad e m atern a será ob jeto d e u m a p u b licação esp ecífica e sep arad a.
A gra n d e m a ioria d os ób itos a con teceu n a cid a d e d e Ca m p in a s (96%) e e m a m b ie n t e h o sp it a la r (85,1%). Ce rca d e 10% d o s ó b it o s ocorreram n o d om icílio e 16,3% d as DO foram
em itid as p elo Serviço d e Verificação d e Ób itos (SVO), o q u e sign ifica q u e n estes ca so s o u o ób ito ocorreu n a resid ên cia, ou n ão h ou ve as-sistên cia m éd ica n o p eríod o d a d oen ça.
M ort alidade por idade e capít ulo do CID 10
A m o rta lid a d e p ro p o rcio n a l, b em co m o seu s coeficien tes, foi m aior à m ed id a q u e au m en ta a id ad e, sen d o o coeficien te m ais d e d ez vezes su p erior n o gru p o etário d e 45-49 an os q u e n o gru p o d e 1014 a n o s. On ze p o rcen to d a s m u -lh eres q u e fo ra m a ó b ito era m a d o lescen tes e p erto d e 20% tin h am até 24 an os (Tab ela 2).
O coeficien te d e m ortalid ad e p or cau sas extern as m an tevese estável com in cid ên cia su -p erio r a 20 ó b ito s/ 100.000 m u lh eres d esd e o s 20 até os 49 an os d e id ad e e foi a p rim eira cau -sa d e ó b ito p a ra to d o s o s gru p o s etá rio s m a is joven s, até 30-34 an os, com p ico m áxim o p ara o gru p o etá rio d e 15-19 a n o s, em q u e esteve p róxim o a 30 ób itos/ 100.000 m u lh eres (Figu ra 1). As ca u sa s ca rd iova scu la res e n eo p lá sica s a u m en ta ra m d ra m a tica m en te co m a id a d e, p assan d o a ser a p rim eira e a segu n d a cau sa d e m o rta lid a d e a p a rtir d o s 35 a n o s d e id a d e. O m a io r co eficien te co rresp o n d eu à s d o en ça s ca rd iova scu la res, co m a p roxim a d a m en te 130
Tab e la 1
Distrib uição p e rce ntual e co e ficie nte d e mo rtalid ad e p o r faixa e tária d e mulhe re s d e 10 a 49 ano s, re sid e nte s e m Camp inas d e 1985 a 1994, se g und o cap ítulo s d a CID 10.
Capít ulo n % Coeficient e1
IX (ap are lho circulató rio ) 781 25,3 28,6
XX (causas e xte rnas) 610 19,8 22,3
II (ne o p lasias) 605 19,6 22,1
I (infe cto -p arasitárias) 253 8,2 9,2
X (ap are lho re sp irató rio ) 243 7,9 8,9
XI (ap are lho d ig e stivo ) 131 4,2 4,8
XVIII (mal d e finid as) 124 4,0 4,5
XIV (ap are lho g ê nito -urinário ) 83 2,7 3,0 XV (g ravid e z, p arto e p ue rp é rio )2 82 2,7 3,0
IV (d o e nças e nd ó crinas) 66 2,1 2,4
XIII (d o e nças d o te c. co njuntivo ) 49 1,6 1,8 VI (d o e nças d o siste ma ne rvo so ) 37 1,2 1,3
III (d o e nças he mato ló g icas) 11 0,4 0,4
XVII (malfo rmaçõ e s co ng ê nitas) 9 0,3 0,3
V (transto rno s me ntais) 2 0,1 0,07
Tot al 3.086 100
1p o r 100.000 mulhe re s.
ób itos/ 100.000 m u lh eres d e 45-49 an os, segu i-d o p ela s n eo p la sia s co m 100 ó b ito s/ 100.000 m u lh eres n o m esm o gru p o etário. O coeficien -te d e ó b ito s p o r d o en ça s in fecto -p a ra sitá ria s, d o ap arelh o resp iratório e gastrin testin ais tive-ra m ta m b ém u m a u m en to, m a is d iscreto, n o s gru p os d e m aior id ad e.
En tre a s ca u sa s co m m en o r co eficien te, ch am a a aten ção o alto n ú m ero d e casos clas-sificad os n o gru p o d e cau sas m al d efin id as d e ób ito q u e ch ega a m a is d e d ez ób itos/ 100.000 m u lh eres n a fa ixa etá ria a cim a d e 40 a n o s. O coeficien te d e m ortalid ad e p or d oen ças en d ó-crin a s ta m b ém a tin ge n íveis sem elh a n tes n o gru p o d e m aior id ad e, segu id as p elas d oen ças gên ito-u rin árias, cu jo coeficien te au m en tou a p artir d os 30-40 an os (Figu ra 2). As d oen ças h e-m a to ló gica s, e-m en ta is e e-m a lfo re-m a çõ es co n gê-n itas m agê-n tiveram -se com coeficiegê-n te igê-n ferior a 1/ 100.000 m u lh eres, sem gran d es variações se-gu n d o id ad e (n ão ap arecem n a Fise-gu ra 2).
M ort alidade por doenças específicas e idade
Os acid en tes d e trân sito m an tiveram -se com o a p rin cip al cau sa isolad a d e m orte d esd e os 10 até os 34 an os, ap resen tan d o, ju n to com os d e-m ais acid en tes, u e-m a elevação n a faixa etária d e 15-19 an os e m an ten d o-se estáveis n as d em ais faixas etárias (Figu ra 3). Além d isso, d en tro d as cau sas extern as, os h om icíd ios foram m ais fre-q ü en tes n o gru p o etá rio d e 20-24 a n o s e n ova ascen são ocorreu aos 35-39 an os. O cân cer d e m a m a a d q u ire im p o rtâ n cia a p a rtir d o s 30 an os, sen d o o coeficien te d o gru p o m ais velh o cerca d e seis vezes m a io r q u e n a fa ixa etá ria en tre 30 e 40 an os. O au m en to d os ób itos com
a id a d e é m en o s a cen tu a d o p a ra o câ n cer d e colo u terin o, e in icia-se aos 25 an os. Para AIDS, o s m a io res co eficien tes estivera m n o s gru p o s etários d e 25-29 an os e 40-44 an os.
Discussão
A valid ad e d a DO com o in stru m en to d e an áli-se, em b ora ap resen tan d o algu m as d eficiên cias n a d eterm in ação d a cau sa b ásica, já foi testad a p revia m en te e co n sid era d a sa tisfa tó ria , u m a vez q u e o p reen ch im en to é sistem a tiza d o e o n ú m ero d e om issões é in sign ifican te p ara o Es-tad o d e São Pau lo (Maia & Cam p an ário, 1994). O co eficien te d e m o rta lid a d e d e 113,0 p o r 100.000 m u lh eres d e 10 a 49 an os, en con trad o em n o sso estu d o, e o s crescen tes co eficien tes segu n d o a id ad e, d e 31,9/ 100.000 m u lh eres n o gru p o etá rio d e 10-14 a n o s, a té 364,2/ 100.000 m u lh eres n a id ad e d e 45-49 an os, são m u ito se-m elh an tes aos en con trad os p or Lau ren ti et al. (1990), n o Mu n icíp io d e Sã o Pa u lo, n o a n o d e 1986. Estes a u to res id en tifica ra m u m co efi-cien te d e m ortalid ad e d e 114,9/ 100.000 m u lh e-res e co eficien tes p o r id a d e d e 30,5/ 100.000 m u lh eres n o gru p o etá rio d e d ez a 14 a n o s e 373,0/ 100.000 m u lh eres d e 45-49 a n o s. Pa ra Carvalh eiro & Man ço (1992), n o Mu n icíp io d e Rib eirã o Preto, o co eficien te d e m o rta lid a d e p ara a p op u lação d e m u lh eres d e 15 a 49 an os, n o p eríod o d e 1985 a 1989 foi d e 125,1/ 100.000 m u lh eres, m a s esta s a u to ra s n ã o a va lia ra m a fa ixa etá ria d e 10 a 14 a n o s. En treta n to, seu s co eficien tes d e m o rta lid a d e d e 38,4/ 100.000 em m u lh eres d e 15 a 19 an os foram con sid eravelm en te m en ores qu e aqu eles p or n ós en con -tra d o s, d e 56,2/ 100.000 em m u lh eres n a m es-m a id ad e. Por ou tro lad o, n o gru p o etário d e 35 an os, n ossos coeficien tes de m ortalidade foram sem p re m en o res, o q u e su gere d iferen ça s re-gion ais d en tro d o p róp rio Estad o d e São Pau lo. A p eq u en a p ro p o rçã o d e ó b ito s q u e o co rreu fo ra d o m u n icíp io (4%) e a a lta p o rcen ta gem que ocorreu em hosp ital (85%) seguram en -te refle-tem a cap acid ad e h osp italar d e Ca m p i-n a s, e a p eq u ei-n a p ro cu ra d e a tei-n çã o m éd ica em ou tras cid ad es p ela p op u lação d o m u n icí-p io. Ch am a a aten ção o n ú m ero relativam en te a lto d e ó b ito s cu ja s DO fo ra m em itid a s p elo SVO (16,3%), q u e rep resen tam casos d e m orte sem a ssistên cia m éd ica o u co m a ten d im en to p recá rio q u e im p o ssib ilito u o d ia gn ó stico d a ca u sa b á sica , o q u e p o d e ser co n sid era d o co -m o in d ica d o r d e a cesso e d a q u a lid a d e d a a s-sistên cia m éd ica receb id a p ela p op u lação.
A elevad a p rop orção d e ób itos p or d oen ças ca rd iova scu la res, n este gru p o d e m u lh eres,
Tab e la 2
Distrib uição p e rce ntual e co e ficie nte d e mo rtalid ad e d e mulhe re s d e 10 a 49 ano s, re sid e nte s e m Camp inas, d e 1985 a 1994, se g und o g rup o e tário .
Grupo et ário População n óbit os % Coeficient e2
feminina1
10-14 400.449 128 4,1 31,9
15-19 377.192 212 6,9 56,2
20-24 398.008 254 8,2 63,8
25-29 405.484 338 10,9 83,4
30-34 373.710 392 12,7 104,9
35-39 319.810 466 15,1 145,7
40-44 256.728 571 18,5 222,4
45-49 199.075 725 23,5 364,2
Tot al 2.730.456 3.086 100 113,0
1So mató ria d a p o p ulação fe minina d e d e z a 49 ano s, e stimad a se g und o faixa e tária, p ara o s d e z ano s (1985 a 1994).
com p red om ín io crescen te a p artir d o su b gru p o d e id a d e 3034 a n o s, co in cid e co m o s p a -d rões -d e m ortali-d a-d e -d e m u lh eres em i-d a-d e re-p rod u tiva avaliad os re-p or Lau ren ti et al. (1990), Lolio et al. (1991) e Carvalh eiro & Man ço (1992) em ou tros m u n icíp ios d o Estad o d e São Pau lo. Esta característica é d iferen te d a ob servad a p or Pa n eq u e (1986) q u e, em Cu b a , rela to u q u e a s doen ças cardiovascu lares deixaram de ser a p
ri-m eira cau sa d e ri-m orte feri-m in in a, n o gru p o d e 15 a 49 an os, d esd e 1968.
Neste con texto, vale ressaltar q u e, n as ú lti-m as d écad as, as lti-m ortes p or d oen ças card iovas-cu la res, n eop la sia s, a cid en tes e violên cia , d e-n o m ie-n a d a s d o ee-n ça s d a ie-n d u stria liza çã o, têm d o m in a d o o p erfil d a m o rta lid a d e d e a d u lto s n o s p a íses d esen vo lvid o s. As d o en ça s ca rd io -va scu la res, en treta n to, têm d ecrescid o em a
l-Fig ura 1
Co e ficie nte d e mo rtalid ad e d e mulhe re s d e 10 a 49 ano s no p e río d o d e 1985 a 1994, se g und o cap ítulo s d a CID 10 p o r faixa e tária.
Fig ura 2
Co e ficie nte d e mo rtalid ad e d e mulhe re s d e 10 a 49 ano s, re sid e nte s e m Camp inas no p e río d o d e 1985 a 1994, se g und o causas se le cio nad as e p o r faixa e tária.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
140 causas externas
do enças g astro -intestinais
do enças do ap. respirató rio
do enças cardio vasculares
neo plasias
45 a 49 40 a 44
35 a 39 30 a 34
25 a 29 20 a 24
15 a 19
10 a 14 idade
ó
b
it
o
s/
1
0
0
.0
0
0
0 2 4 6 8 10 12
mal definidas
malfo rmaçõ es co ng ênitas
do enças do ap. g ênito -urinário
do enças do tecido co njuntivo
do enças do sistema nervo so
do enças mentais
do enças endó crinas
do enças hemato ló g icas
45 a 49 idade 40 a 44
35 a 39 30 a 34
25 a 29 20 a 24
15 a 19 10 a 14
ó
b
it
o
s/
1
0
0
.0
0
gu n s gran des cen tros u rban os, às cu stas de m elh o ria s n a s co n d içõ es d e d ia gn ó stico e tera -p êu tica es-p ecializada, em faixas etárias m ais jo-ven s, e p assaram a rep resen tar p arcela im p or-ta n te d o s ó b ito s n a p o p u la çã o d e 65 a n o s o u m ais (Su th erlan d et al., 1990).
Diversos asp ectos p od em ser im p u tad os ao p red o m ín io d a m o rta lid a d e p o r d o en ça s ca r-d iovascu lares n a p op u lação fem in in a em ir-d ar-d e fértil. No Estado de São Paulo, Lolio et al. (1991), Lotu fo & Lolio (1993a), Lotu fo & Lolio (1993b ) d iscu tem a alta p revalên cia d e h ip erten são ar-teria l sem d ia gn ó stico n o Esta d o e, p o rta n to, sem tratam en to ad equ ad o. Ou tro asp ecto rele-van te a esta situ ação d iz resp eito d iretam en te aos p rogram as d e saú d e p ú b lica ap licad os à gi-n ecologia e obstetrícia. Beral (1979) su gere ava-liar os ób itos fem in in os secu n d ários n ão ap n a s à s com p lica ções d o ciclo grá vid o p u erp e-ral, m as tam b ém aos qu e p od eriam estar asso-cia d o s à a n tico n cep çã o. Neste a sp ecto, seria im p ortan te avaliar a correlação d a m ortalid ad e p o r d o en ça s ca rd iova scu la res p elo u so, p o r exem p lo, d e a n ticon cep cion a is ora is, em m u -lh eres co m h ip erten sã o a rteria l p révia e/ o u co m h ip erten sã o secu n d á ria a o u so d a m ed ica çã o, o u a o h á b ito d o ta b a gism o o u co m a n teced en te d e fen ôm en os trom b oem b ólicos. In -felizm en te estes a sp ecto s n ã o p u d era m ser a va lia d os e, d essa form a , n ã o é p ossível a p ro-fu n d a r esta d iscu ssã o, q u e n ecessita estu d o s ep id em io ló gico s esp ecífico s p a ra su a m elh o r elu cid ação.
Diferen te d o en con trad o p or ou tros au tores b ra sileiro s (Lo lio et a l., 1991; Ca r va lh eiro & Man ço, 1992), p ara o Estad o d e São Pau lo, em qu e as cau sas extern as rep resen taram a tercei-ra cau sa d e m orte, n o gru p o estu d ad o estas rp resen taram u m qu in to d a m ortalid ad e n o rp e-ríod o e foram a segu n d a cau sa d e ób ito, ap esar d e m u ito p róxim a às m ortes p or n eop lasias.
O crescim en to d a m o rta lid a d e secu n d á ria às cau sas extern as tem sid o avaliad o n o Brasil, em d istin tos segm en tos d a p op u lação. Verm e-lh o & Mello-Jorge (1996) d escrevem a evolu ção d a m ortalid ad e d e joven s d e 15 a 24 an os, n os Mu n icíp ios d e São Pau lo e Rio d e Jan eiro, ocorrid a d e 1930 a 1991, e revelaram taxas crescen -tes d e m o rta lid a d e p o r ca u sa s extern a s, q u e p a ssa ra m a o cu p a r o p rim eiro lu ga r d esd e a d écad a d e 60, e com u m crescim en to n os coe-ficien tes d e a té três vezes p a ra o a n o d e 1991 em relação ao an o d e 1960. Os au tores d efin em esta situ ação com o a tran sição ep id em iológica p ara a violên cia.
Esta situ a çã o n ã o é p ecu lia r d o Bra sil. A m ortalid ad e p or cau sas extern as tem sid o ob -jeto d e p reocu p ação p ela su a rep ercu ssão n e-gativa sob re a qu alid ad e e a exp ectativa d e vid a ao n ascim en to e a estab ilid ad e econ ôm ica n as Am érica s, p a rticu la rm en te d esd e o a n o d e 1993, q u an d o a Organ ização Pan am erican a d e Saú d e (OPS) a elegeu com o tem a d a 111aReu
-n ião d o Com itê Execu tivo.
Na an álise d a m ortalid ad e p or cau sas extern a s é im p o rta extern te selecio extern a r seu s co m p o extern eextern
-Fig ura 3
Co e ficie nte d e mo rtalid ad e d e mulhe re s d e 10-49 ano s, re sid e nte s e m Camp inas no p e río d o d e 1985 a 1994, se g und o alg umas causas e p o r faixa e tária.
0 5 10 15 20 25 30
ho micídio
o utro s acidentes
acidentes de transito
AIDS
câncer de co lo
câncer de mama
45 a 49 40 a 44
35 a 39 30 a 34
25 a 29 20 a 24
15 a 19
10 a 14 idade
ó
b
it
o
s/
1
0
0
.0
0
tes, segu n d o critério s d a CID. Yu n es & Ra js (1994), ao avaliarem a ten d ên cia d esta m ortali-d a ortali-d e n a p o p u la çã o ortali-d a s Am érica s, n o p erío ortali-d o d e 1979 a 1990, id en tificaram com p ortam en to d istin to en tre o s p a íses, em rela çã o a o s três gru p os p rin cip ais d e m ortes p or cau sas exter-n as, acid eexter-n tes d e tráfego, su icíd ios e violêexter-n cia. Con clu em qu e, em b ora ten h a h avid o u m a ten -d ên cia -d e qu e-d a n a m ortali-d a-d e p or cau sas ex-tern a s em n ove d o s q u in ze p a íses a va lia d o s, esta d ep en d eu p rim o rd ia lm en te d a red u çã o d os acid en tes d e tráfego.
Nossos d ad os, coin cid in d o com o verifica-d o p or Yu n es & Rajs (1994) p ara o Brasil, ap re-sen tam d en tre as cau sas extern as, d ois com p on eon tes m ais alarm aon tes: os acid eon tes d e trâon -sito e os h om icíd ios. O coeficien te d e m ortald a ortald e p o r a ciortald en tes ortald e trâ n sito, n o sexo fem in iin o, ein coin trad o in este trab alh o in ão é d iferein -te d o d escrito n o Bra sil, q u e, em 1986, fo i d e 9,4/ 100.000 m u lh eres, rep resen tan d o o q u in to m aior d o m u n d o (OMS, 1990/ 1992).
Da d o s sem elh a n tes fo ra m p u b lica d o s p o r Mello-Jorge & Latorre (1994) q u e en con traram in crem en to n os ób itos p or acid en tes d e trân si-to n o sexo fem in in o d e 7,8 em 1979 p ara 8,5 em 1983. Nos n ossos d ad os, os acid en tes d e trân si-to con stitu íram a p rin cip al cau sa d e m orte d e m u lh eres até o gru p o d e 3034 an os, su p eran -d o in clu sive as m ortes p or AIDS, o qu e con tras-ta com a m ín im a im p ortân cia q u e se d á a este p rob lem a d en tro d o setor d e saú d e.
Assim m esm o, a lgo sem elh a n te a co n tece com as q u estões relacion ad as aos h om icíd ios, q u e n o Bra sil têm revela d o u m p a n o ra m a extrem am en te n egativo e p reocu p an te. Na p op u -la çã o estu d a d a , o s h o m icíd io s a p resen ta ra m d u a s in flexõ es, u m a n a fa ixa etá ria d e 20-24 an os e u m a segu n d a aos 35-39 an os, com coe-ficien tes d e m ortalid ad e p róxim os a 5/ 100.000 m u lh eres e 3/ 100.000 resp ectivam en te, m u ito p róxim os das taxas p ara o Brasil de 5,03 n o gru -p o de 20-29 an os en con tradas -p or Sou za (1994). O con texto social e econ ôm ico d o p aís n as ú ltim as d écad as p arece ter p ap el d ecisivo n es-ta situ a çã o. As d esigu a ld a d es so cia is e o m er-ca d o recessivo d e tra b a lh o fo rm a l têm p ro p i-ciad o, p rin cip alm en te aos m en os favorecid os, u m m ercado p aralelo, com o p or exem p lo o n ar-cotráfico e o n arcoterrorism o.
O jovem é, sem d ú vid a , m a is su scetível e d essa fo rm a tem -se d efin id o u m p erfil p a ra a violên cia, caracterizado com o in divídu o jovem , p o b re e p rim o rd ia lm en te d o sexo m a scu lin o. Os d a d o s d este estu d o m o stra m , en treta n to, q u e o h o m icíd io é ta m b ém ca u sa im p o rta n te d e m orte en tre as m u lh eres n a faixa etária ava-lia d a , su p era n d o ta m b ém o s ó b ito s p o r AIDS
n os gru p os d e até 2024 an os, n o p eríod o com -p reen d id o -p or esta -p esqu isa.
Ap esa r d e a s d o en ça s n eo p lá sica s tere m o cu p a d o o terceiro lu ga r en tre a s ca u sa s d e m orte, n este estu d o, estas rep resen taram p ra-tica m en te u m q u in to d a m o rta lid a d e to ta l d e m u lh eres (19,6% d o s ó b ito s), fica n d o m u ito p róxim a d a segu n d a cau sa (extern as). Este re-su ltad o é sem elh an te aos d e ou tros estu d os d e m orta lid a d e em id a d e rep rod u tiva , n o Esta d o d e São Pau lo, esp ecificam en te n os Mu n icíp ios d e Sã o Pa u lo e Rib eirã o Preto, em q u e a s n eo-p lasias reeo-p resen taram a segu n da cau sa de m or-te (Lau ren ti et al., 1990; Carvalh eiro & Man ço, 1992). Su rp reen d en te foi o ca so d o Mu n icíp io d e Recife, on d e as n eop lasias foram a p rim eira cau sa d e m orte, com 28,8% d a m ortalid ad e to-ta l d e m u lh eres em id a d e fértil, n o s a n o s d e 1992 e 1993 (Alb u qu erqu e et al., 1998).
Vale ch am ar a aten ção qu e o cân cer d e m a-m a p assou a ser a p rin cip al cau sa d e a-m orte p or n eo p la sia , co m co eficien te d u a s vezes m a io r qu e p ara cân cer d e colo u terin o, a p artir d os 40 a n o s d e id a d e, segu in d o u m p a d rã o m a is ca -racterístico d e p aíses d esen volvid os.
A m ortalid ad e p or n eop lasia d e colo u terin o, terin a faixa etária até 44 aterin os, com coeficieterin -tes p róxim os a 5/ 100.000 h ab itan -tes, foi m en or in clu sive q u e o d e m u ito s p a íses d e p rim eiro m u n d o co m o In gla terra , em d a d o s d o a n o d e 1992 e Esta d o s Un id o s em 1991 (OMS, 1993/ 1994). Por ou tro lad o, o coeficien te d e m ortali-d aortali-d e p ara n eop lasia cervical aju staortali-d o p or iortali-d a-d e, a-d e a p roxim a a-d a m en te 3/ 100.000 m u lh eres d e 10 a 49 an os, n este estu d o con trastam com a ob servação d e Alb u q u erq u e et al. De acord o co m seu s d a d o s, é p o ssível estim a r u m co efi-cien te d e 8,4/ 100.000 m u lh eres, em id a d e re-p ro d u tiva , n o Mu n icíre-p io d e Recife em 1992-1993 (Alb u q u erq u e et al., 1998). A m en or m or-ta lid a d e p o r esor-ta ca u sa em Ca m p in a s or-ta lvez p ossa ser atrib u íd a a u m p rogram a d e p reven -çã o d esta d o en ça , m a is a n tigo e exten so q u e em ou tras regiões d o p aís.
p articip ação d a AIDS n este cap ítu lo. Ap esar d e a AIDS tam b ém se associar ao n ível sócioecon ôm ico, su a isócioecon cid êsócioecon cia sofre isócioecon flu êsócioecon cia d e ou -tras variáveis in d ep en d e d o n ível sócio-econ ô-m ico.
A m ortalid ad e m atern a rep resen tou o n on o gru p o d e ca u sa s d e m o rte n esta p o p u la çã o, com 2,7% d o total d e ób itos, coin cid in d o com Carvalh eiro & Man ço (1992). Foi a qu in ta cau sa d e m orte, com 5,9% d o total d e ób itos, n a ava-liação d e Lau ren ti et al. (1990); a n on a, corres-p on d en d o a 2,7% d a m ortalid ad e, n a avaliação d e Carvalh eiro & Man ço (1992) e a sétim a cau -sa , co m 4,1% d o to ta l d e m o rtes d e m u lh eres em id ad e fértil n o estu d o d e Alb u qu erqu e et al. (1998).
De tod os os d ad os ob tid os, n ão h á d ú vid as d e q u e o q u e m a is ch a m a a a ten çã o d e q u a lq u er ob servad or é o lu gar d estacad o lq u e ocu -p am a violên cia n o trân sito e o h om icíd io, co-m o cau sas d e co-m orte d e co-m u lh eres eco-m id ad e fér-til. En q u an to a AIDS e as m ortes m atern as são
ob jeto d e m aior d estaqu e n o âm b ito n acion al e m u n d ia l (e n o ca so d a AIDS, d e a m p la s e cu s-tosas cam p an h as p ara su a p reven ção e con tro-le), a violên cia d o trân sito e a violên cia p essoal, a p esa r d e ca u sa r u m n ú m ero b em m a io r d e ób itos, n ão con segu em ch am ar a aten ção, n em d e au torid ad es d e saú d e, n em d e m eios d e co-m u n icação social, n eco-m d a p op u lação eco-m geral. As organ izações p reocu p ad as com a saú d e d a m u lh er, p or exem p lo, p arecem ain d a n ão ter to m a d o co n sciên cia d a im p o rtâ n cia d a s ca u -sa s extern a s, a lém d a violên cia d om éstica . Os p ró p rio s m éd ico s, em p o siçõ es d e in flu ir n a s p olíticas d e saú d e e ed u cação, ain d a n ão con -sid eraram a gravid ad e d estes p rob lem as.
Se a p u blicação destes dados con segu ir ch am ar a aten ção d e colegas, au torid ad es d e saú -d e e -d o p ú b lico em geral, a fim -d e, sem sen sacion alism os, criar con sciên cia p ara estes p ro -b lem as, é p ossível qu e m ed id as m ais eficien tes sejam tom ad as p ara evitar este en orm e n ú m e-ro d e m ortes qu e n ão d everia acon tecer.
Referências
ALBUQUERQUE, R. M.; CECATTI, J. G.; HARDY, E. E. & FAÚNDES, A., 1998. Ca u sa s e fa to res a sso cia d o s à m o rta lid a d e d e m u lh eres em id a d e rep ro -d u tiva em Recife, Bra sil. Cad ern os d e Saú d e Pú -blica, 14(Su p. 1):41-48.
BANCO MUNDIAL, 1990. Relatório Sobre o Desen -volvim en to Mu n d ial 1990: A Pobrez a. Rio d e Ja -n eiro: Fu -n d ação Getú lio Vargas.
BERAL, V., 1979. Rep rod u ctive m ortality. BM J, 2:632-634.
CARVALH EIRO, C. D. G. & MANÇO, A. R. X., 1992. Mortalid ad e fem in in a n o p eríod o rep rod u tivo em lo ca lid a d e u rb a n a d a regiã o su d este d o Bra sil. Evo lu çã o n o s ú ltim o s 20 a n o s. Revista d e Saú d e Pú blica, 26:239-245.
CH OR, D.; DUCH IADE, M. P. & JOURDAM, A. M. F., 1992. Diferen cia l d e m o rta lid a d e em h o m en s e m u lh eres em localid ad e d a região su d este, Brasil 1960, 1970 e 1980. Revista d e Saú d e Pú blica, 26: 246-255.
LAURENTI, R.; BUCHALLA, C. M.; LOLIO, C. A.; SAN-TO, A. H. & JORGE, M. H. P. M., 1990. Mortalid ad e d e m u lh eres em id ad e fértil n o Mu n icíp io d e São Pa u lo (Bra sil), 1986. I. Meto d o lo gia e resu lta d o s gerais. Revista de Saú de Pú blica, 24:128-133. LOLIO, C. A.; LAURENTI, R.; BUCHALLA, C. M.;
SAN-TO, A. H. & JORGE, M. H. P. M., 1991. Mortalid ad e d e m u lh eres em id ad e fértil n o Mu n icíp io d e São Pa u lo (Bra sil), 1986. III. Mo rtes p o r d iferen tes cau sas: Doen ças cardiovascu lares. Revista de Saú -de Pú blica,25:37-40.
LOTUFO, P. A. & LOLIO, C. A., 1993a . Ten d ên cia n a m ortalid ad e p or d oen ça cereb rovascu lar n o Esta-d o Esta-d e Sã o Pa u lo : 1970 a 1989. Arqu ivos d e N eu -ropsiqu iatria, 51:441-446.
LOTUFO, P. A. & LOLIO, C. A., 1993b. Ten d ên cia d a m o rta lid a d e p o r d o en ça isq u êm ica d o co ra çã o n o Esta d o d e Sã o Pa u lo : 1970 a 1989. Arqu ivos Brasileiros de Cardiologia, 61:149-153.
MAIA, P. B. & CAMPANÁRIO, P., 1994. A m orta lid a d e p o r ca u sa s n o Esta d o d e Sã o Pa u lo n o p erío d o 1980-1992. In : Mortalidade e Sobrevivên cia n o Es-tad o d e São Pau lo. In form e Dem ográfico 26. São Pau lo: Fu n d ação SEADE.
McGINNIS, J. M. & FOEGE, W., 1993. Actu al cau ses of d eath in th e Un ited States. JAMA, 270:2207-2212. MELLO-JORGE, M. H . P. & LATORRE, M. R. D. O.,
1994. Aciden tes de trân sito n o Brasil: Dados e ten -d ên cias. Cad ern os d e Saú d e Pú blica,10(Su p. 1): 19-44.
OMS (Orga n iza çã o Mu n d ia l d a Sa ú d e), 1990/ 1992. World Health Statistics An n u al, 1989/1991. Gen e-b ra: OMS.
OMS (Orga n iza çã o Mu n d ia l d a Sa ú d e), 1993/ 1994. World Health Statistics An n u al, 1992/1993. Gen e-b ra: OMS.
OMS (Organ ização Mu n d ial d a Saú d e), 1995. Classifi-cação Estatística In tern acion al d e Doen ças e Pro-blem as Relacion ad os à Saú d e, 10aRevisã o, v. 1.
Sã o Pa u lo : Cen tro Co la b o ra d o r d a OMS p a ra a Classificação d e Doen ças em Portu gu ês. PANEQUE, R. J., 1986. La m ortalid ad d el ad u lto d e 15
a 49 a ñ o s en Cu b a . Niveles y evo lu ció n , 1960-1982. Revista Cu ban a d e Ad m in istración d e Sa-lu d, 12:339-349.
SEADE (Fu n d a çã o Sistem a Esta d u a l d e An á lise d e Da d o s), 1995. Pesqu isa d e Con d ições d e Vid a n o Mu n icípio de Cam pin as, 1994. Prim eiros Resu lta-dos. São Pau lo: SEADE.
SIQUEIRA, A. A. F. & TANAKA, A. C. A., 1986. Mortali-d a Mortali-d e n a a Mortali-d o lescên cia co m esp ecia l referên cia à m o rta lid a d e m a tern a , Bra sil, 1980. Revista d e Saú de Pú blica,20:274-279.
SOUZA, E. R., 1994. Ho m icíd io s n o Bra sil: O gra n d e vilão d a saú d e p ú b lica n a d écad a d e 80. Cadern os de Saú de Pú blica, 10(Su p. 1):45-60.
SUTH ERLAND, J. E.; PERSKY, V. W. & BRODY, J. A., 1990. Proportion ate m ortality tren ds: 1950 th rou gh 1986. JAMA,264:3178-3184.
VERMELH O, L. L. & MELLO-JORGE, M. H . P., 1996. Mortalidade de joven s: An álise do p eríodo de 1930 a 1991 (A tran sição ep id em iológica p ara a violên -cia). Revista de Saú de Pú blica,30:319-331. WALDRON, I., 1993. Recen t tren d s in sex m ortality
ra-tios for ad u lts in d evelop ed cou n tries. Social Sci-en ce an d Medicin e,36:451-462.