UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULOINSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIASDEDALUS ' Acervo ' lGG
30900004550
CARACTERIZAçÃO BIOSSEDI MENTOLÓGICA
OUANTITATIVA
DO
SISTEMA
ESTUARIO-
MANGUEZALDA
BAIA
DE
GUARATUBA, PRCátia Fernandes Barbosa
Orientador: Prof. Dr. Kenitiro Suguio
DISSERTAÇAO DE MESTRADO
COMISSAO EXAMINADORA
ilill [il llil ffi llil llil llil llil ffi ffi ilil il
il
ass. nome
Presidente:
Dr.
Ke¡ i t i ro Suqu iqEXaminadOfeS: Dr. Setembr íno Pet r i
SAO PAULO
Foram analisadaç 58 amostrag de sedimento da superffcie de
fundo do estuõIrio e 60 do manquezåI da Bðfð de cuaratuba,
localizada no litoral sul do Ëstado do Paranõj.
As amostras do estudrro permitiranr a discrimir¡açåo de
quatro subambientes pela anal ise sedimentol.ôgica e cinco
subambientes baseados nð andlise microfaunfstica (foraminfferos
e tecamebas). A digtribuiçäo clas assembléias microfaunfsticas
(comÞosta basicamente por especimes aglutinantes), êrr conjunto
com ås fácies sedimentares definrdas, demonstram estar este
ambiente em processo de lntensa sedimentação. Extensos depcisitos
de planfcie arenosa int.ermaré e inframaré, aqui encontrados,
Þodem caracterizar â tiltima fase dentro de uma seqüência
regressiva. A amostraçem no manguezal permitiu reconhecer t.rês
biofácies,demonstrando haver uma correlação vertical entre os
tipos de veqetação, å altitude, e a microfauna analisada. À
distribuiçåo descrit.a parå o alto månguezal pode seguramente
permitir a reconstituiçåo de antigos nfveis marinhos com um erro
aproximado de + lX cn.
t. (.,
.,., O
f:;ioi. ,, ) r .. ¡...,r
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AtsSTRACT
58 surface bottom sediment samF,les of the estuary and 60
mangrove sediment samples were coll.ected from the Guaratuba
estuary, located on the southern coastline of the Paranå State,
southern Brazil, aprox. area: 170 Kmt'.
From a sedimentological point of view, the 58 estuary
samples define four different envrronment types, whiLe five different zones hrere defined from microfaunistic analysis
(foraminifera and thecamoebians) . the distribution of microfauna
assenbl.ages - basically aqglutinated foraminifera, when
consrdered with the defined sedimentary facies, shov¡ intense
depositton (0.6 I.6 cm/yeðr) . These processes. are mainly
chðrðcterrzed þy r¡ide sub and rntertidal sheet sand deposits,
seeminqly the Iast phase of ð regressive seguence.
The màngrove sampling distrnçuishes a sequence of 3 biofacies,
Émpliagisinq a vertical correlation of veçetation, altitude and
microfauna. The described distribut.ion for hish mangroves can
åccuracy-Meus s l ncet-os aqradec tmentc¡s ao Pr-of Dr. Xenrtrro
Sugulo,por sua atencrosð orientaçåo e por ter me rntroduzrdo ao estudo das var:.açöes do nlveI do mar, sugerrndo para este
trabalho ð utilrzaçåo de foramÍnlferos como ferramenta útit em
estudos sedrmentoloçicos- Aqradeço-ihe aincia por seu rnteresse e conflança depositacios em mim, em tooas as etapas desse tr-abalho, sem os quars nada disso terlð sido þossfvel.
Ao Prof , Dr. David B. Scott. por sua co-orrentação no estucjo
dos f oramrnf f eros, partrcrpando atrvamente deste trabal.ho
-Açr-adeço-lhe arnda a opor-tunidaoe que tive em estaqiar na
Dalhousre Unlve¡-srty, bem como na utrlizaçðo das lnstaJ.açci es desta Urilversidaoe e do Bedtord Instrtute of oceanogrèphy.
Ào CNPq e CAPES pela conL-ess¿io oa bolsa de estudc¡ ð nÍve1
de
mesLrado-À l'undação de Amparo à Pesqursa oo Estado de São Paulo
(FÀPESP) que, através do Processo; Geolosia BB/3447-2, concedeu
o subsrdro financerro necessário ¿r execuçäo dos trabalhos de
campo realizados em 19Bg na área.
Especiars aqradecrmenÈos a Prof. Dr. Beatriz B. Erchler (1OlUSP) e ao Prof . L)r. Ì'loysés G. T'essler- (lolUSP) , peio carinhc->
e atenÇào qrre ttveram comrço ào lonqo desse t.rabalho perrrr.t
rndo-me a utilizaçäo dos laboratórros de geologlð marinha do Inst i tuto Oceanogrêif i co da USP , bem como cie equi pamentos necessár'ios nesta pesquisa.
Ao Prof. Rooolfo J. Ançuio (UtPR) pelo apolo tecnrco no
cåmpo, discussöes e mðterÍais fornecLdos.
Ào técnico Clodoaldo Tr¡lent ino (lOlUSP) por sua atenclosð colaboraçåo ta¡rto na etapa de campo quanto de Iaboratcirio bem como pela crrnf ecçäo clo amostrador "Phleger" uti l i zado n,r co jeta
de
foramínfferos-Ao Laboratório oe Sensoriamento Remoto (LASER-IO,/USP) pelo
forneclmento e tratamento das image¡rs de
satélite-A José Car-Ios Slcol i Seoane pelo apolo e partrcrpaç¿io nas diversas etapas deste trabalho.
À lvone Keiko Sonokl,Hårm1 Takrya, Marla Luiza 1"1 . cle
Carvalho e Silva, Rita Par-isi Conde e IsmaeÌ dos Santos Oliveira pelo åpc)io técnrco nðs clrversas .rl-eas cle rnf ormåtrca.
A Elras Per-erra pelo cuidado com que tabaLhou no
xerox-Aos amiços e todos agueles que direta ou inoiretamente
Beglrmù
Àbstract
Àçrôdecimentos
fNDICE fnd i ce das I luströções
TNTRODUçÃO ...I
2 - TRÀEALHOS PRÉVIOS ...3
2.1 - Trdbðlhos reólizados n,l éirea .,,..,.3
2.2 - sfntese dos princlpais estudos ern áreas mårinhas marginais com utrlizaç,åo de f(ìr,tminf f eros e tecamebas. .3 2.2.I - Mðr'rç¡uezðis e,/ou pårrtãnos salinos., ... ,.,.3
2,2.2 - Estuáric,s ...5
2.3 - ArrL icaçôes pðleoecoldqicås,, ., ^,...,7
3 - ÁREA DE ESTUDO ...8
3.I - Clinra... ...8
3.2 - Hldrosr,rf ia e hidroloçia... ...8
3.3 - PoluiÇão... ...10
3.4 - contexto qeolóçico reqional . ... . .. . -11
3.4.l" - ceomorfologia.... . . . . .13
4 - MATERIÀTS E MÉTODOS... ...I7 4..1 - Campo ...I7 4.L.1 - AmostrÀgem na planf cile de maré. ...,L7 4-I.2 - Àmostrågem no estuário ...19
4.2 - L,rboratdrio ...20
4.2.I - Análise de microorqanlsmos ,....,.20
4.2.2 - Anáìise dos sedimentos.., -...2I 4.3 - Gabir¡Ète... ,,.,..22
4.3.1 - Trätamento estðtfsttco de dàdos ...23
5 _ RESULÎADOS DO ESTUÁRIO . . ..25
5.1 - Variéveis ffsico-quÍmicâs ...,25
5.1.I - Sajinidade ...25
5.1-.2 - TemÞerùtur,e ....,25
5,2 - Cäracterização sedimentolóqìca do estuário .. .,,..29 5.2.L - Dlstriburçåo de cLasees modais sÈqundô os
parâmetros estat.fsticos de Folk & r¡rðrd ( I 15 7 ) . . . . Zg
5.2.2 - Matéri,t org&nica ...37 5,2.3 - Cðrbonðto blodetrltico..,,. ,..,....39 5.2.4 - fndice de sedimentação no estuári.o -.,....39
l./¡;jçuÞÞdlr . ,,,,.4f
5.3 - Distriburçåo de foraninfferos e tecônlebas ...,..,-43 5,3.1 - Tendência qeràI de distribuição microfaunfstica . . . .44
5,3.2 - Andlise de espécies diàsnósticðs..,,. ....54 5.3,3 - Influênc1ùs åmbtent.ais nas tendênciðs faunfsticès..,.5S
5 .4 - Dí scussãÕ dos resul. taclos , , . . , ,57
6 - RESULTAÞOS DO ¡,IÄNGU¡'ZÀL ...,58
6.1 - Veqetação ....S8
6.2 - Distrrbuição microfåunfstica e botånica .,_.59
6.3 .- Disclrss,io dos reslrltðdos .,...76
7 - coNslDERÀçÕEs FIN¡\IS .. . ..7A
7.1 - Estu,lrio... ...7a
7,2 - Mansuezðl.. ....,,.80
I - TAXONOMTÀ E ESTÀMPAS.... ...82
ARCELLACEA ("Thecðmoebia" ) . . ...62
FORÀMINIFERTDÀ,.. .,.,84
ESTÀMPÀS ...91
REFERËNCÍÀ$ BIBLIOGRÁFICAB. .. .. .. , .98
fNDTCE DAS I LUSTRÀçÕES
Este texto contém l8 figuràs,
à nexo ,
F T GURÀS
18 tabelas, 7 estampas e L
32
l, - Mapa de localização da érea de estudo e ,tmostraqens
reäìizðdas ...,..,...9
2 - Im,rçem de satéIite LANDSÀT dð reqiSo de cuôratl¡ba. ..,,...I4
3 - Imagem de satélite LÀNDSAT TM-5 da área estuårinô...,..16
4 - Àmostràdor "Phleqey"..., -.,.18
5 - MaÞð balimétrico esquèmáticù da bafa de Guaratubð . . , . . . , . , 28
6 - Histoçrõmas de freqüénciðs de cl,rsses textur-ais cìos
sedr\Tìentos dè superffcie de fundo do estuário .,.,...30
7 - MàÞa de irsoporcent.rçens de areið. dos sedimentos de fundo
da bafa de cuarätubä..,..
I - Pàrâmetros granuJ.ométricos de FÕlk & v'ard (l-957)
I - Màpà de isoporcentägens de matéria orqãnicd dès
sedi.mentôs da superffcre de fundo do estuárro -,....38À
L0- Màpð de isoporcentúqÊns de CaCo3 dos sed j:mentos da
superflcie de fundo da baf ,r de cuäràtuba .... ...40
1l- SubambiLentes estuarinos definidos à partlr do diámetro
méd i o dos sed inentos de f undo , qr,tu de se I ec i onarne¡rto
e profundidade,.. ..,,,42
f2r Dendroçra¡ìå dð análise de agrupamento - "clustèr" a Þèrtir
da nicrofðunà.... .,.,.50
Ì3- Subambientes estuarinos def ini:dos a partir da micr'ÒfàunÂ.,51
]4- Seção A do månquezãl ... ,,,.,6I
15- seçöo B do mançuezè]... ...64
16* seçãc, c'e c do manqueza]... ,...68
L7 - seçðo D cìo $anguezal.,. ....,."...7!
I8 - Seção E do mangueza!... ..,.74
lAB E LAS
l-Informações oceanoqráficas estuarinas dð bðfa de Gudrat.uba-,26
2-Sfntese dos result.àdos dðs ênálises qrånuIométricas. , ...,. ,.31
5-ocorrênci a
6-Ocorrênci a
7-ocorréncia
8-OcorrencÍa
9-ocorrêncið
10-Ocorrência
ll-ocorrêncið l2-ocorrência
I3-ocorrênc i ð
f4-ocorrêncIå
15-ocorréncia L6-ocorrênciå
l7-ocorrência
l8-ocÕrrêncià
cìe foramlnfferos e tecdmeÞas na Seção L....,....45
de forôninlferos e tecðmebas nå Seçåo II..,...,..45 de foraminfferos e tecamebàs nå seção III....,...46
de foramr¡rfferÒg e tecðmebôs n,r seçåo Iv...46 de foraminfferos e tecamebas nà Seção v.,.,. ...47
de foraminÍferos e tecamebas na seção VI .... -,.^47
de fÒräminfferos e tecamebas na Seç,îo VIL..,..,48
<ie foraminfferos e tecômebðs nð seção vIII. . . . . .48
de foraminfferos e tecamebas na Seção IX...,....49
de foraminfferos e tecamebas nâ Seçãô 4... ....62 cÌe foramlnfferos e tecamebðs nà seção 8...,.65 de foramirrÍferos e tecamebas na Seção c' e c,.,.69
de for-,åninf feros e tec,tmebås nd Seçâo D...,. ....72 de foraminfferos e tecamebas na Seção E- -... -. -,75
E STÀMPÀS
1- Thecamoebia.. ...,...,91
2 - Foraminiferida ..,.,..92
3 - Tllecàmoebia e ForåÍinrferida... ...93
4 - Foraminiterida àqlutr¡tântes,..,, ..,.,...94 5 - Foraminiferida aqlutinantes.. . ...,....95 6 - Foräminiferidð aq1utinantes...., .,...,96 7 - For,lminrferldð calcár:.os ....,,...97
ÀNEXO
]. - INTRODUç'iO
O objétivo deste estudo consiste na åÞli.caçåo de métodos
biÒ1óqicos quantitativos nð determinaçâo da relaçäo entre
foraminfferos e tecdmebas com âs varidve j.s ambientåis tals como,
salinidàde,märë, vegetação, temperàturð,sedimento e matéria
orqiiinicà, chegàndo-se åo zoneämento dðs assembléias desses
microorganismos no sistemà estuário-manquezal sob cl ima
subfropical úmido nð Bafä de cuaratuba(pR).
Poucos zoneamentos foram e1àborådos nog estudos de
distribuição dos foråminfferos e tecamebas que tenhàm ðplicação no estudo das flutuações do nfvel do ¡nar.
À arnostraçem no estuário tem como objetivo a definição clas
variaçöes horizontåis em grônde escala, de nodo å deterninar a
existêncià de ditf èrenças microfàunfsticðs em reläção ao
mançuezal, enquanto que neste o objetivo é à definiçåo das
vartàçòes mi.crofèunfsticðs vertÍcais de pequenä escala. As
cåràcterÍsticaa dos sedrmentos dà superftcie de fundo permitem,
através do padråo de distribulçåo dos sedi:rnentos, compreender a
hidrodinàmica atuante,
Àpesðr dä åmpla ocorrèncìa qeoqráfica de muitas espécles de
foråmlniferos e tecâmebàs, ä composição nicrofaunfstica vàriå de
lugar Þara luqår e existen assembléias de espécies que ocupan
zonðs distintas, coft eLevaçåo bem deftnidâ em relaçåo ao nfvel do mðr, na superffcie das áreas Ìitor¿ineas. o conhecimento dos
biLótopos ocutr)ados atualmente pèIos foràminlferos, ðssociados ¿t
composiçåo botânicà dessas dreàs, pocje ser usado na
interpretaç¡Io de påIeoâmbientes deposÍcionðís e na reconstituição das anLigas posiçòes do nfvel do nar em
testemunhos, refinàndo a Þrecisão de outros métodos de t L00 cm
pðràr sequndo Scott & I'lediol i (1986), + 5 cm. Seçundo estes
àutores, o primeiro passo consiste em ter-se o conhecimento do
zoneamenro local dos foraminlferos ðtuais.
Àindà quanto ðo refinàmento de dådos, na zona cost e i ra
meridional do Brðsi I , as estruturàs biossedimentares
representàdås por tubos òe ¿'AÅ-f -r,¿ â -(,¿!r ¿l eÍn dEFdEitoE I i toråneÕ8,
marcam a zona infråmaré, A partir do zoneamento aqui proposto,
em sedimentog fÒssilfferos ,uma vez que ter-se-á o conhecrmento
dä assemblêia de foräftinlferos presenEes nå zonâ suprð-naré
(manguezal superior), marcando o nfvel atinqido pelas marês mðis
altas (sizfçla),parð a ãrea do Estado do parèná. Este método é válido desde gue se encontrem assenbléias preservadðs em
sedimentos de subsuperflcie que pernitam reconhecímento da biotð
2 - TRÀBÀLHOS PRÉVIOS
2.L - Trðbalhos Realizados nâ Áreà
Poucos trabalhos prévios foräm feitos nð área da Bðfa de
cuaratubä (pR) . Biqarella (1950-I951) realizou a descrição de
várj.os sambaguì.s na regiSo. Jåkobi (I953) analisou a di5tribuiçåo da sal.inidade e do pH na bala. sð1,ðnuni & BiqarelIa (1962) e Fuck ef a4 (1969) eläborårôm às primeirds ptàntàs
qeológicas da áreð, enquanto que Madeira-Fðlcettà (Ig7A), en seu estudo sobre ä distribuição das associações de forðminfferos em
ðmbientes mixohalinos, i.nctuiu cuðratuba, Martrn ¿¿ d¿. (I9gg)
realizàram o mðis recente mâpeamento qèolóqico dc) guåternário
costeiro do Estado do pùrànd e o IpÀRDEs (lg8g) elåborou
zoneamento de todo o litoral do Estðdo,onde incluiu alguns dados sobre a ãrea de Guaratubè.
2.2 - Sfntese dos Principars Estudos em Á,reas Marj.nhås Mdrqinðis com Utilrzaçåo de Foraminfferos e Tecamebag
2,2.I - Mðnquezðis e/ou påntanos Salinos
Phl.eqer & Walton (1950) foran os Þrineiros a càracterizal- a
distribuiçåo de foraminfferos efi Þåntanos salinos (',salt $arshes"). Phleqer (1965) sugerìu ä existênctä de um zoneamento
verticàl das espécÌes com relaçåo ao nfvel do mar e ôutros
trabalhos (phleqer, 1966 ,L967 ,I970:' phleqer & Brâdshaw,1966 e
Brðdshðr,¡ 1968) sequiram-se a este, associändo às assembléiðs de
foräminfferos e a conÞosição botånicà dos p&ntðnos sàlinos com våriðçöes diurnðs e sazonais de vários parâmetros ambÍentåis.
llurray (1971) fez urna revisão da distribuição dos foraminfferos de Þåntðnos sä1inos, diferenciando-os de acordo com as
cåràcterfsticås dàs águas.
À identlficaçåo dos litnites e amplitudes das biofácies
ocupàdas pelos foraminfferos de pântðnos salinos só foi iniciðda
por Scott (I976a) na Cðlitfórniä,seçuindo-se outros trabalhos em
I990, inédito; scott & MedioIi,1978,I980ð, I982, t986; Scott 6.
Martini ,1982) .
scott & Medíol i (].928, 1986) desenvolveram um método de
aplicação dos zoneämentos das åssembléiàs desses anbientes
atuais em reconstitutções de nfveis marinhos quðternários e de
suð paleoecol.ogia. parå esseg ðutores so¡nente as assembléias de
manquezais definem de formä öbsoLuta o nfvel do mår, devido a
restrrta zona que ocupàm em relação a este.
Nä Àmér1ca do SUI , os trðbalhos de Boltovskoy & Vidarte
(19771 no Equador e Boltovskoy & Martinez (1983) na CoÌômbiâ, cäracterizam-se como importàntes contribuições nos estudos dog
manquezals. Boltovskoy O-984) reðIizou uma excelente revisão de
f or,lminf f eros de manguezais,emborð esses trabalhos nåo
apresentem dados quàntificàdos.
Em manquezais brasileiros,Zaninetti eÍ a4 . (I977,I979) ,
Diås-Brito & Zaninetti (I979),Beurlen & Hilterman (I983),
Bronnimdnn E zaninetti (1984b) , Bri:)nnimann (1986) , Bronnimðnn &
whittðker (1988) reallzaràm trabalhos, cârðcterizðndo à distribuição ecolóqica dos forðminlferos, a tÀxonomia e a geobotånicà, embora zoneamento e quantificaçåo não tenham sido
apresentados,
A microfauna de foraminfferos dos ambientes parálicos da
costa oeste ðfricanÀ descritàs en Rouvillois
(IgB2),Ausseil-BadÍe (I983) , Debenay aÍ a¿. (I9B7l e Þebenðy (1,990) såo
comparáveis ås encontrôdàs nos manquezais brasileiros descritos
por Petri (I974) , zåninetti c¿ a.¿. (I977,I979) e gá-Brito 6. vi cð lvi (1982). Inclusive, nà porção suÞerior das sondèqens el.aboradès por Rouvillois (ap.e¿f . ) as associações são
comparáveis às encontrðdas nå Bafà de Sepetiba (RJ) atuatmente,
evidenciando umà regressåo màrinha na costa seneqalesð.
Àpesar de muitos estudos em áreas de pãntðnos saJrnos de
diversos locais, somente nos trabalhos mai s recentes outros
autores tëm elàborðdo o zoneðmento proposto por Scott & Medioli
(I978,
r986) . trÌ i I L iams (f 989) apl ìcou o zoneànento deforðminlferos ðtuais do Delta do Rio Frâser (Cðnadá) na
interpretação dos Þaleoambientes depôsicionais en testemunhos e
reconheceu umð regressão marinha da orden de 4 a 5 m durante o
5
suântificàção de foråninlferos atuais de ambiente Íìârinho
narginal de manquezål-1aqunà na pIètàformð carbonática de porto
Rico. Scott & Leckire (I990) definiräm o zoneamento vertical atual nos pântanos salinos do SuI dà Nova Ingìaterrà para à interpretação dos depósitos de turfa en subsuperffcie,
2.2.2 - Estuár i os
A partir dð décàda de 70, começou-se a considerar que à distribuição de foraninfferos em grande escala é controladâ,
além da profundidade, peìa màsså de água, temperatura,
substrato, produtividade biogênica, interðções biolóqicas, nutrientes disponlveis ê f itodet.ritos, inclutndo-se fatores
bióticos è ablóticos (l.latera & Lee. 1972; Lee & MuIler,1973;
Muller, 1975; Steineck & Bergstein,7979¡ CàraIp, l9B4; Ellison,
1984; Tappan,l986; HerrleIin,I986; Gooday,IgBS; etc.).
As àssembléiðs em áreas estuarinàs, tem se mostrðdo
imÞortantés ferramentas em sua ctassit-rcação ðmbiental,
delinitando âlqumås carâcterfsticas oceanográficås de f orrÏìð mðis
econönica do que técnicas convencl.onais umð vez que esses
ambientes são geralmente definidos de acordo com a distribuição
de suå sèÌinidðde, tornando simples à conpreensão dos padrões de
circuìação,estabilidade bðtimétrica e jrnfluências oce¿inicas.
Essàs assenbléiàs tèm sido investiqadas em vârias reqiöes
por diversos ðutores, com importantes contribuições reIàcionando
foraminlferos e:
- vðridveis ambientäis (Walton,I955; Boltovskoy, 1952; Phleger & Eqrinq,1962 t Boltovskoy & Boltovskoy, l96g;
Murray,1968; Buzås,1969; Boltovskoy & Lena, IgTI; Scott,I974;
Sei91re,I975; Àllen & Roda,I977; trells, I9B5) ;
- rnterpretação de ambientes deposiciónais (scott ef at. , L976,1987 i Qvà1e,1986) ;
- proposta de classificãção estusrinð (scott ef a-(.,I977);
- estudo dos padrôes de circulêção modal (Scott e¿
a¿.,).980; Schàfer & srnÍth,1983; ÀIve E Naqy,I986);
- distribuição ecolCiqica (Àssor & Julius,fg83) ;
- càrðcterizåçãÕ dàs flutuaçöes do nlvel do nar (petrucci
6i
- reconsLruções hidrolóqrcas de ambrentes margi.nai,s holocênlcos
(Pujos, 1984; Nordberq & Berçstein, Iggg);
- fndice de sedlmentàção ( Chang, l9B4; Schàfer e¿
a¿.,1989) .
No Brasil dêstàcam-se as contribuições de Tinoco (I95g),
closs (1962), cLoss & Màdeirà (1966,1967). cIoss & Medeiros
(1965, 1967), MadeÍra (1969), petri (t9ZI, I9Z9), Made j.rà_ Fdlcetta (I974), suguio c¿ a¿. (1979), Bronnimänn e¿ a¿. (l"98t), Bronnimann E Zâninetti (1984a) e Bronnimann (19g6) . crànde
parte destes trðbàlhos caråcteriza-se como estudos ecológicos e
taxonômicos das biocenoses nð clàssificação a¡nbientar de caráter
descritivo, å¡ exceção dos trabalhos de petri (I971), que correlaciona sedimentos neocenozcjicos marrnhos cÕm base èm
vàriàçties intrðespecfficas utilizando o gênero lniTr/rn.(,a, e petrl
(1979), que através da análise de foraminfferos e tecàmebas,
estabelece o sentido predominante das correntes màrinhas
responsáveis peIè dist.ribuição dos sedinentos de fundo.
As tecamebas, representàdäs pelos Arcellaùeä, têm srdÒ
encontradàs em váriôs tipos de èmbientes de dguas doces e
salobras. No Brasil, os trabalhos que se utilizäm de tecamebas
como ferra¡nenta ecor.ógica na resoluçäo de probremas ambientais,
à1ém de aIguns já anteriormente citados, são os de closs E
Medeiros (1967) e petri , 1973 lapad petri t974,1979) . No
exterior, Boltovskoy & Lena (I966) descreve¡n a taxonomia das
espécies enconLrad,ts na bafa de Ushuðid, Harnan (ÌggZ) trata em
estudo detalhàdo as tecàmebas do Deltä do Mississippi, MediotÍ &
scott (I983,1985) e Mediot i d/ a1 . (19S7) começam d
reorganizaç3io tðxonõmj.ca do grupo, bastante confusa até então. À
partir dos traL¡alhos de Scôtt & Medioli (19g3), patterson a¿
a¿, (19851 e Medioti & Scott (l98g), as assembléias começam a ser
correLacronadas com pðrâmetros ambientais e sua distribuição em
superffcie usädå também na interpretàção paleoecoLdgica dog
sedimentos, èssequràndo åsstm suà uti I i zàção em
7
2.3 - Àplicações Pðleoeco]óçicðs
À partir dos trabalhos de Nätlånd (1933) , quando começou_se
a considerar os foraminfferos bentönicos cono ind i cðdores
paleobatimétricos' ås ðssenbréias das áreas marinhas rnàrgrnàis
começam a ser utilizadas como indicadoras paleoambientaig, sendo
os tråbalhos de Hedberg (].934) e Saunders (I95g) pione j:ros na
comparação das associaçõee recentea com aquelas de sedrmentos
terciãrios nä interpretðção do pðleoðmbiente deposicional.
Sob boas condições de preservação, vários ambientes podem
sèr diferenciados em subsuperffcie atravês da interpretação
paleoecoldqica de asgembléias ceno-mesozdicas (até o Cretáceo) de foraminfferos aqlutinantes, como enfàti zàdo Þor várros autores (Petri , I974; Wall I9Z6; Douqlas ,1979i Zaninetti ,1979i
scott & Mediol i ,I986; gvale,1986; culver,l9go) .
Forðminfferos aglutinðntes de águas rasag são cosrnopol itas
e relativamente estáveis aträvés do tempo geoldgico, Assrm, a
partir de um zoneamento em superflcie podem ser interpretãdàs assembléias de subsuperflcie, preciBàndo a localização de antigos nfveis marinhos, Þois foraminfferos de ¡nanguezal
superior Þossuêm estrettù åmplitude vertical (Scott &
Medio1i,I978, t980å). scott e¿ a¿. (1983), åtravés dà comÞðràçäo
dos {a,t¿ modernos com os ia,Ì:a ceno-lr'esc)zó jt cos , até o Cretáceo,
procura chegar à um grâu de simÍlaridðde e àplicabilidade como
modelo nä interpretação dessas paleoasseftbléias.
o estudo e desenvolvinènto de metodologias Þârd a melhor
compreènsão das assembléias de foraminrferos e tecamebas em
ambientea de manquezal e estuário, une ambientes Þrodutores de
matériä orgånica e acumuladorès poLenciðis de energia fóssrl, os
manguezais (Zaninetti, f979; Culver,l-990) com os estuários, que
de äcordo com o processo de trðnsporte de sedimentos å eleg
associðdos sâo bons anátogos de algumås bacias portadoras de
À Bäfa de cuàrðtuba está situadð na porçåo meridionàl
costeirËr do Estado do paràná, entre as latitudes Sut 25- 50' e
25'" 55' e lonqitudes Oeste 48.'30'e 48.,' 45,, possuindo 14 Km dè
comprimento, nå direão E-hr e làrqura náxima de 5 Km,sua abertura
para o oceano possui 700 m de largura (FiS,I).
3.1 - cl imà
O cl ima da área de estudo, sequndo a cl assi ficàção de
xöppen, é mesotérmico e subtropical tjmido com veråo quente e
inverno frio com farta distrrbuição ànuà1 dðs chuvag, sem ocorrência de perfodo seco (isotetås anuais de 1976 mm/ðno). A
média da amÞlitude térmicå ànuàl é de
temperaturas né¡ximàs de 38.'C e das mfnimas de I1.',C, de ðcordo
com Monte iro (1963).
Em média, 2l-30å dã fregüència dos ventos que incidem sobre
a åreå äpresentàm sentrdo predomlnànte SW, corn velocidades
mêdias de 06-1"0 nós durante o àno, com exceção dos neses de
maio, que ðpresênta 203 da freqüência de ventos con sentido N e
junho. com 25 å em sentido g (DHN,1974).
Ðe acordo con os ventos, as ondas predoninàntes no Oceðno
Àt1äntico â frente da áreà ànalisôdð possuem sentido
predoninðnte sw e someÌrte nos neses de maio e junho o sentido é
NE. À velocidade nédià das correntes em superffcie encontrà-se
em torno de 05-1,5 nós (DHN,1974).
3.2 - Hr drograf i a e Hidrotoaiå
Montanhas com àltitudes próximas a L.000 m detimitam sua
Bacia Hidroqráficå que possui I393 Xm'? À montante o estuárro
apresenta dois afluentes principais: o rio Såo João e o rio
Cubatão, côm afluentes de menor importância na narqem sul, uma
vez que 2/3 dos rios eståo presentes em suà t¡argem norte. À
descarga nédià anuaL dos principäis rios não é conhecidà.
Sob o ponto de vista hidroló9ico a chðmada bafa pode ser
25045'
4 8045 $UARATIJEA
48'Jo'
25"45'
26"00
4 go4 5'
LEGENDÀ:
w
tr
convènções:
Drènàgem
Bâncog Sut)mer sos
Manguezaisr e Áreðs èlagðdàs
CÒntàto entre vertentes e b.¡ixad,l
E==
t¡
RTI
uÀJl
|laÞa llase: Serviço Geoþráfico
do Exército (ScE)
4g030'
AMOSTRAGENS REÀLIZADÀS :
"
Estações est-uàrinäsc---.' SeçõeB eBtuarinas; realizadas em Fevlgg - I,II,Iv
\ realizàdàs em !'evl99 - IÍI,V,VI ,VII
\ VIII,IX
Seções em m,tnquezal: realizadas em Fev/gg - À,8,
reðlizadas em Mäi/89 - C,D,E
Figura 1- Mapð de Locàl.ização
ùmostrðqens realrzadas
Sambaguis: iä1 , 52, S3, 54, 55, s6
TestemunhàgÉm: Ti, T2,T3
secõesllLurrares
Ie2
da área de estudo e
perpendicular ð linha de costà e possui comuniçaçåo livre con o mar. Di lui-se de r¡aneira mensurdvel com as áçuàs fìuviàis.
aÞresentàndo a cunha saìina sob ð cunha de água doce, de åcordo
com ða conceituàções de pritchard (1967) e vários outros
autores.
seu limite hidrolóqico superior é determinàdo não sÕmente
pela salinidàde màs pelð força do regime de nôré, sendo seu
limite inferior fixädo pela geomorfologra local de àcordo com o
conceito de Cåspers (I967), Este conceito de Iimite hidroldqico
estuarino pode ser compreendido en cuaratubà pela estreita
åberturà para o oceêno determinada pelos pontões rochosos que
delimit.àm sua entrada. Em áreas estuarinas, . estreitas
comunicações com o nàr causàm aumento nås velocidades das
corrèntes de mâré, possibi I i tando a peneträção destas àté ðs
partes nais profundäs do estuário e, consequente aumento do poder erosivo (Emery E Stevenson, I95Z).
3.3 - Poluição
A bafð de cuðratuba receþe efluentes do rio do MeIo e
pesqulsas realizadas pelð SUREHMÀ durônte o àno de I9g4
demonstram que os produtos poluentes pertencem ao gruÞo dos
orqanoclorados, què apresentam çrðnde persistência no neio
ambiente e os àsrotóxicos encontrados foräm : TDE , BHC , DDT ,
DDE, Lindàne, CIordane,À1drin, Endrin, Dietdrin, e Heptåcìtclor e dentre os valores encontrados à màior concentração (121,470 ppb)
ocorreu no lodo 4n za¿u)rê (IPARDES, I9g9).
À cidade de cuaratuba, sequndo dodos do IpÀRDEs (ap. c.4¿.),
não dispôe de sistemà público de esgotos sanitários sendo ô
za¿¿làa-11
3,4 - Conter{to ceolóçico Regionå1
A fäixa costeira na årea de cuàrâtuba é càracterizàdà pela
exiBtência do embasanento Pré-Càmbriano superposto por depósitos
continentðis e ¡narinhos cenozóicos,principalmente de idade quðternária.
As unidades Pré-Cambrianas ao redor da bafð, de oeste para
leste, são constitufdas por rochäs de diferentes 9rðus
metamórficos çràdåndo de granada-biotitè-muscovita xi.stos a
clorita-biotita-muscovità xistos incluindo Localmente quartzo
xistos e quartzitos, passando Þor biotita gnàisses ðtë
migmatitos. À norte da bðfa há um corpo de grãnito de anatexia
(Fuck eÍ a4 ., L969) . Pontões do embasanento constítufdos por
niqmàtitos controlam å ùtual entràda dð bafå.
Os depósitos nèocenozóicos continentðis, representàdos no
Estado do Paraná pela For!ìação Àlexandrå (Bigårel la e¿
¿z¿,,1959), são cardcterizados pela ausência de camadas gutas e äté recentemente foram considerödos àfossi I fferos. Lima 6,
Àngulo (1989) estudando paì inomorfos em càmadà I inhftica
encontrada nestè For¡nação, atribuirèm-lhe idade Miocénica
Inf er1or.
Os depósitos quaternårios locais såo caracterizados l)or
terraços pleistocénlcos e holocênicos (nenos desenvolvidos) . Os
terràços pleistocénicos na área, devem corresponder ¿t Formðçåo
Cananêia, presente tämbém em Paranaçuá/ÀntoninÀ, descrita por
Tessler & suquio (1986) que the atribuiram origem narinha rasa
devido a presènça de tubos fdsseis de ¿'a.tl¿cá¿¿¿.t e estruturðs
hidrodinånicas, Parâ a transqressåo homonima considera-se a
idade "máximã" de I20.000 anos 4.P., baseado em dàtações pelo
métodÒ do Io/U em corais no litoral da Bàhiå (Martin e¿
a¿.,L942) quando o nfvel do mar enconträva-se a 812 n acimã do
ätuäI.
Evidências de nfvel màrÍnho àlto anterior à Transgressão
canðnéia (I20.000 ànos A.p. ) estão bem representados
especialmente nà plãnfcie cosLeira do Rio crande do suI
(Villttock ef a.e. ,f986r, sendo tentativamente atribufdos aos
estádios interqlåciais Yèrnouthiano (Barreirô I) e Àftonrano
Freire,L960;Bigare11a.1975) ocorren terraços provavelrnente
atribufveis à Barreirå II de Villwock t¿7p. c¿¿. ),no entanto mais
estudos são necessários parà a melhor côrðcterizàção espðcial e
temporal desseg registros (Martin eÍ a¿.,l9BB),
Pärà os eventos holocénicos é pogsfvel realizar à reconstituiçåo espacial e tenÞorðt das flutuðções do nfvel marinho. Martin ¿Í a.C. (L988) elaboraram a reconstruçåo das flutuações do nfvel reLativo do mar no Estàdo do paraná,
baseados em datäções pelo mêtodo do ràdiocarbono de conchas de
moluscos encontradas em depósitos paleotagunares e sambaquis,
cheçando-se à seguinte conc l usão :
"Apd¡ interseptar o nível do rar atual [á ó,400 anos 4.P., o nível relativo do rar atingiu seu "prireiro
¡áxiro", não superior a 2,5 r arira do atual, hií cerca de 5,f00 anos A.P. ¡antendo-se alto atÉ cerca de 4,1$0 anos A. P.
Aprís 3,830 anoe A.P. o nível rel¡tivo do rar ¿tingiu ur "¡áxiro" de cerca de f,á l acira do atual, por volta de
3,ó00 anos Â.P. Sua queda se deu entre 3,00å a¡m A.P. e ¿,500 anos 4.P., quando chegou a ur '¡iniro" abaixo do nível atual. Supõe-Ee que outrr elevaçäo otorreu antes de 2,500 anos 4.P".
Nä proposta de MarLtn e¿ a-C. (ap.c4¿,), enquànto que no
Estado do Paråná o nfvel do màr se mànteve acima do nfvel atual
desde 6,400 anos À.p. åté por volta de 3.600 anos À.p., com dois
estádios máximos, no Estado de santa catarinå entre 4,100 e 3,800 anos A.P. o nfvel relativo do mðr situava-se abaixo do
ðtuà1. Tåis diferençðs provèvelmente Þodem ser explicadas por
variaçöes regressjtvôs dentro de uma tendència transgressiva de
måior escalå, o que mostra a necessidade de maior detðlhafiento
na reconstituiçåo dà evoluçâo dos nfveis mðrinhoB elaborados
Þàrà o Estàdo do Pêrðnå.
Martin e¿ aÍ. (1985) atribuen essas díferenças â defornðçåo
nà superffcie do qeóide, descðrtando a Þossibi I Ídade de movimentos neotectônicos, Tràbålhos mais recentes entretanto,
ten demonstrado tectônica ðtuante em depósitos terciários e
quaternárros nðs reqiões do bdixo vale do Rio Ribeirð do Iguðpe (MeIo, 1990) be¡n como nas bacias de são pðulo, Taubaté, Resende,
Volta Redonda e curitibð (Riccomini, 1989) . Evidências de
movimentos tectônicos na opinião de ButIer, t970 (aplrd Almeida,
1976) dentro do contexto dè Baci.a de gantös se estendem àté o
Terciário SuperÍor * pleistoceno. Àssim, diferenças eustáticas
também pocleriàm ser expl icadàs pelo contexto geológico
13
Martin ¿¿ a.¿. (:l 9BB) aplicaràm como modelo evoluti.vo Þàra o Estado do Pàraná, o modelo inicialmente proposto por Martin a/ a¿. (I9A3\ válido para o trecho entre Màcaé (RJ) e Recife (PE).
Parece-nos cIåro ðceitar como base, em seu 1u9år, o modelo
proposto para a regiåo de Cananéia-Iguape (Suquio & Martin,l976) e modif¡cá-1o, tentando associá-Io à desembocåduras fluviais pàra a elaboração de um modelo pära este Estado. A Þroximldàde
e semelhànça dos depósitos bêm como dos máxi.mos
transçressivos/regressivos reforçàm esta propostå.
À fälha i lustrada por Almeidð (1976) , nesBe trabalho
observadà nð Fis. 2, de direção N-S à oeste do estuár10,
poderià, sè reðtÍvada, ter influenciado na deposição dos
sedimentos bem corno nðs flutuàções do nfvel do mar. Às inðçens
de sðtélite àliadas às observàções de campo e ao mapeamento
geomorfológico eIäborðdo, demonstrðm diferençäs entrè às porções
norte e sul do estuário, tais sejàm: preservação dos terraços
somente na porção sul, maior extensão dos ¡nanguezars nà porçãô
norte e lineðmentos estrutura jrs subparôl.e1os å brusca inflexãô do Rio São João (melhor observados por imäçem de radðr) . Mesmo
que egse tràbàlho não tenha se estendido até então dentro do
contexto seolóqico tectôni.co que envolve a região, algumas
observðções -iá Þuderam ser constàtadðs e, embora ainda sejà
Þequeno o volume de informaçöes de superflcie e, em especiål de
subsuperf f ci,.e, sobre os depósitos sedimentares da áreå
analisada, não restàm dúvidas quànto ao papel. desempenhacìó Þelðs
flutuações do nfvel mårinho guaternário em sua evoì.ução
qeo I óq i co-qeomorfo 1ög i cå .
3.4-I - ceomorfoloqið
A fäixa costeira na áreà anallsàda est.ende-se por cerca de
20 Km, desde a lrnha dê praià a leste, limitàdà pelo Oceano
Àt1ântico, até as primeiras mudanças do relevo à oeste nas
proxímidðdès dê Serra do Mar. Elà apresentå depósitos
estuðr1nos, de mânguezàis, aluviais, coluviars e de talude.
Dentre eles os dois Þrimeiros receberam destaque nêste estudo
NG
Fig. 2 - Interação das bandas 3,4,5 de imagem de satélite
LANDSAT-Tiu 5, tomada em 1-2/07/86 para a ârea da baía de Guaratuba,
3- azul , 4- verde, 5- vermelho.
Az e Área submersa relativamente profunda: canaj-s e mar
Az c Área submersa reaftivamente rasa
Rosa Areias e sedimentos expostos; ârea urbana
15
Fol executado um mapeamento geomorfolóqico para a área
adJacente å bafa (anexo A) , tendo sido verifrcada à presença de
obstáculos no estuário e manguezal, à partir dos quðrs houve a
deposÍção de sedrmentos. Esses obstáculos podem ser constitufdos
de pontões do embasamento, sedimentos paleolagunares e baixios
arenosos e/ou argtlosos antigos, que se acham cercados por
sedrrnentos atuals, muitas vezes com manguezals superpostos.
Na planfcre de inundação, ocorrem meandros abandonados e
depósitos de barra de meandro em sua porção NW nos sedimentos
aluviais, sugerindo assrm uma resposta dinámica do ambiente fluvial às variações no nfvel de base loca1.
Os pântanos terrestres ocorrem onde a atuação da maré é
inexistente, preferencralmente na plantcie de inundação si tuada
å oeste do estuárro. BrgarelLa (1946) ressaltou gue os pántanos
antigos apresentam superffcie escura e muitas vezes são consti tufdos de material turfoso, åpFêsentando na base
sedÍmentos marinhos de coloração cl.ara.
Os ter-raços plerstocènj cos parecem ter sofrrdo erosão
acentuada nå margem nort e dcl estu,lr io , encontrando-se
relatr.vamente bem preservaoos na margem gul , conf orme såo
observávers em fotografias aéreas.
Àdotando-se os critêrros de llartin ef a.(. (IgBI), é posstvel
distingurr duas gerações drstintas de cristas prarais na resião
circur¡dante ä bala de Guaratuba. A prlmeira possui orientaçåo gue varra entre N24E å N55E, apresentando cristas largas e descontlnuas com espðçamentos maiores entre si, podendo estar
ðssociados a desembocaduras fluviars. A segunda apresenta
orientação preferencial N32E e próxima ä borda oeste do terraço,
nð área urbana, a orientação muda pðrð NIzt+l, possuincio origem
marinha e estando associada â uma reqressão (Anexo A).
o si stema fltrvial loca1 está afogado com a metade cìo
estuário inferior transformada em manguezais e a metade superlor ràsa caracterizando-se por um estuårio pouco expressivo.
Em sua parte externa observa-se um banco ðrenoso originado pelo fluxo aquoso no oceano acljacente carreçado com sedimentos
provenrentes da área estuartna rnterna. Làteralmente, u¡¡ì esporðo ("spit") submerso é orrçinado a "sotamar" da corrente de
Sob o ponto de vi sta geomorfo I ós i co , dentro da
classificaçåo proposta por Pritchard (1967) Guaratuba poderià
ser enguadrada como vales fluviais com terminação afoqada
("drowned river val leys" ) .
Todos os diferentes tipos estuarinos propostos tem sua
origem relacionada a perfodos regressivos e transgressivos.
seus perfodos de pðusa ("stiIlstand") e mudança de tendënciå, acentuam no relevo nfveis de base locais. Em perfodos de
descida do nfvel do mar, quando os estuários são raros, a erosão
tende.* a escavar superffcies entre nfveis de base Locais gue são
afogadas quando um perfodo transgressivo ocorre. Essa é a idéia
simplificada, apresentada por Russel (1967), sobre a origem dos
estuários.
NG
l
Fie.
estuar i na
3 - Imagem de satél
e seus canais. Escal
ite LANDSAT
ð aproximada
TM-5, mostrando 1:I16.000.
l7
MÀTER]ÀIS E MÉTODOS
4. I - CÀMPO
À primeirð Ë¡mostraqemt feita em f everei.ro de 199g,
objetivou àvàl iðr a metodologia a ser posteriornente utilizada.
Està constou bàsicðmente de coleta de sedimèntos com foraminfferos e dàdos ffsico-qufmicos no nomento da amostragem,
no estuári.o e manguezàI Nestà etapa foram reaLizadas
àmostrðqens em 45 estações, sendo 25 para as áreås de manguezal
(2 seções) e 20 ao lonqo das 3 seções à montànte do estuário.
Na segunda ðnostrågem, realizàda em fevereiro de 19g9, à
mesma metodologiã foi emÞregadà so¡nente em área estuarina, com
levàntamentos èdicionais de seções colunares em terraço
pleistocenico äd-iacente å bala, coleta de materiàl para dôtação
em sambåquis e testemunhàgens. os resultados dessàs amostragens
adrcionais äiinclå nãó forån obtidos. Nesta et.apa, elàborou-se
amosträgens em 37 estações distribuidas em 6 seções dentro do
estuário.
Nã terceira etàpð de campo, efetuada em maio de 19g9, forãm
real i zadas amostrâqens en manguezal para o conheci¡nento dà
distribuição dos foraminfferos Iocàìs, utilizando-se a nesn,r
metodologià empregada na prinei.ra etapa de campo, Foram
ðmostradas 35 estações distribuidas ao longo de 3 seções na
superffcie do månguezal.
Ào todÒ f ora¡n realizàdàs arnostragens em ll.g estações
divididas entre 58 no estuário e 60 no manguezal (Fiq I).
4.1-.1 - Amostraqens nð planfcie de Maré
Na planfcie de maré foram realizadas amostraqens em
sedimentos àÞenàs para análise de foraminffèros e tecamebðs. A
coletà de sedirnentos pðra análise de foraminfferos e tecamebas
foi feita atråvés de càmi.nhàmentog desde o nfvel da maré màis
bàixa até o nfvel dð màré Íìais àlta,onde a base do manguezàì foi
tomada como o nlvel médio de mðré bäixà, coletando-se ämostrès
em díferentes estações estabelecida.s en função das vàriàções de
5cm
rFIG. 4 - À- Detalhes do amostrador "Phleçer": à esguerda- tubo
Ínterno com uma èxtrenidade aerrilhada e à direitê - tubo
externo com um cortådor, B - Amosträdor rPhIeqer" conpleto
composto de um tubo i:nterno e outro externo para padronização do
volume de lO cm3
-O tubo interno é segurädo com a mão e gìrådo para Þenetrar
em sedinento de manguezal, en qeral con muitas rðfzes sendo,
depois, retirado tapando-se com os dedos a abertura inferior pdra ql¡e o sedimento nåo caia, A seguir, coloca-se o tubo
externo e såo cortados exatamente os 10 cmt (10 cmt x I cm)
superficiais, onde devem ser encontrados os microorganismos.
Deste modo,podem ser obtídas amostras de volumes padronizados en
todas as estðções amostradas. O tubo interno tem o objetivo de
cortâr o sedimento de manguezal sem comprimi-]o em formð de um
pequeno ci I i ndro , Essas anostras foram colocadas em fragcos
pIásticos con adiçåo, em campo, de formoL (40t) Þàra a preservação do protoplðsmà dÒs nicroorganismos contra o ataque
das bactériðs. Sðbe-sè, hóje em díå, que às testas sem formol
poden manter-ge preservðdàs por até una gemànä ðpós à coletà
(Scott,D. B. -cornunicåção oral ) .
Com mira e nfvel de mão (clinÖmetro) foram obtidas as
19
direção com à bússoIà e ã porcentagem de cadà espécie de
vegetação ao redor das e5tàções sucessivas foi estimàda no
campo. Às espécies veqetais foram identificadas prel ininarmente
no campo e depoiB confirmadas, en laboratório, com à colàboração
da Prof. yðra S. NoveIli (IolUSp).
Nas seções colunares foram coletadas amostras Þara anáIises
sedimentoj ósicd e de rnicroorqanismos, descrevendo-se e
eventualmente medindo*se as estruturas sedimentares presentes.
Os sambaguis foram localízados em cðmÞo corn bússota e
plotados em mapä (FiS. l), Às conchas coletadàs deverão ser
datadas pelo método do rådiocàrbono na Universidade do Arizonà
(NsF Àccelerðtor Fàcility). pèrciälnente patrocinadas Þor "NsF grènt EÀR 85- I27 6I' .
4.I.2. - Àmostragen no Estuário
Foram coletadas amostràs para anál j:se dos sedi:mentos,
foròminfferos e tecàmebàs, tendo sido tàmbém feitas medidas de
profundldàde, temperåtura e salinidade em cada estação,
A amostraqem foi realizada com barco de pescà nas, como não
havia quincho,as garràfas de Nansen, para ðmostragem de águè de
fundo e medidà de sua temperatura, foram lançadas e retiradas
manuàì.rnente.
A sålinidade de fundo foi determinadð a partir da água
trazida à superffcie no interior da garràfa, utilizando-se um
refrètômetro ótico de salinidade compensêdo para variações de
temperatura,
As temperaturas da åguð de fundo, resistradas no termômetro
da mesma garrafa, foram lidas "in situ".
Nàs càbeceirðs do estuário as profundidàdes são pequenas e
foràm nedidðs com uma nirä. Nas outrås partes màis Þrofundas do
estuário, elas foran estinadas através da cordà do Þeqador de
fundo tipo "Van Veen", utiì1zàdo Þàrð ð coleta das amostrðs de
sedimentos, Este equipamento amostra os 15 cm superficiåis de
sediÍìento de fundo, a partir do qual foranì retirados os f0 cnr3
com o anostrador "Phlegerl , anteriormente descrito - Procurou-se
reconhecirnento dð porção superficiäI nessàs amostras. Diversos
àutores (Boltovskoy, 1965,1966; Materå E Lee, 1972; Buzas, L974i
steineck & Berqstein, L979) admitem que ä profundidade de
soterrànento, dentro do seditnento, pðra estes organi.smos
continuarem vÍvos, i.é. a sua zona de vrda, pode ultràpassar l0
cm, podendo inclusive àlguns foraminfferos de áquås rasäs
passðrem parte do seu ciclo de vida como infauna. À partir
disso, ðs ðmostràs foràm ínediätàmente tratadas, àpós chegada ao
laborðtório poia, se não fossem encontrados foraminfferos nos I0 cmÐ coletados, dispunhðmos do restante das amostràs de todas ès estações pdrð efetuar urna segundð amostraqem em laboratório.
4.2 - Laborðtório
As amostràs de sedinentos e microorgànísmos foram
Þrocessadas e analisadas no laboratório de sedimentologia do
Inst i tuto Oceanoqráfico da USP. 4.2.I - Análise de microorgånisnos
Às análises de foraminfferos e tecamebas foram iniciadðs em
prazo inferior à uma semånð, aÞós å coleta, de acordo com ãs
recomendações de diversos autores (Boltovskoy,1965;Scott,I977).
Todas as amostras foram passadas, a únÍdo, pelas peneiras
de 0,500 mm e 0,062 mn, descãrtando-se âs qrànulãções acima e
ábàixo deste intervà1o, Em seguida, foi efetuada a sepàraçåo dos foraminfferos contidos neste rntervàlo qranulométricô.
o materiàl orqånico grosso ficou retido nð penetra de 0,500
mn,permitíndo assim que os foraminfferos passåssem para a
peneira de 0,062 mm. Por outro lado,o naterj,.àI orgãnico fino
foi sepärado dos forðminfferos e da areia por decantação.
Àpós este procedimento, as amostras foråm colocðdås en
solução corðnte (Rosa de Benqð1ã) para colorir o protoplasma dos
organismos vivos no momento da coletå, Às amostras que
continham muita areÍa foram secas e os foraminfferos foram
sepàrådos da areið por fÌotação em tetrðcloreto de cårbono. os
2L
É imprescindfvel que o efeito positrvo (vivos) ou negativo
(mortos) da "Rosa de BenqåIa" sobre os foramlnfferos seja
examinado com as testas imersäs e¡n álcool etflico, que tornd as
testas rnais transparentes, facilitando ô identificação. Todas ðs
àmostras foran examinàdàs sob Iupa binoculår e contadas em
placas de plástico com o fundo quadriculado, que permitiu umð
contðqem sistemáticà de todos os indivfduos. Às amostràs foram
mantidas em álcool, mesmo depois de completamente vj.stas e
rev i sadås.
Amostrås com número de indivfduos superior a 500/10 cc de
sedimento foràm quàrteadäs ã úmido em quarteàdor de plâncton,
que divide a amostra em oito Þàrtes. procurou-se contar sempre
pelo menos metade da amostra quarteàda, multiplicando-se ao
final o número total de espécinens por l/número de frações
contadas.
Os esÞécimes de foraminfferos e tecatnebas dâs amostras då
primeirä etapa de càmpo (Fev,/88- estampas I e 2) foram fotografados usando-se o Microscópio Eletrônico de vãrrecìura do
Bedford Instltute of oceänography (Darmuth,N.s.,canðdá). o filme
usðdo foi o "Polaroid Np/55" com negativo. para os esÞécimes da
segundð etðÞä de amostragem (Fev189 estampàs 3-Z) foi utilizddo
o Microscópio EìetrônÍco de Varredurd do Institute of GeoLoqy
and Paleontology då Tohoku University (Sendai, Jàpån). O filme
usado foÍ o Fuji Neopðn 135-36, SS preto e brànco, 35 ¡¡¡n.
4.2.2 - Ànálise dos Sedimentos
Às amostràs foram submetidas a anáIises do conteúdo de
mätéria orgânica, de carbonato biodetrltico e sranulométricd.
Ànál jise do Teor de Màtéria Orqênica
- Às anostras forðm congeladas e posteri:ormente secðs na estufà
a 70"'C para evitar que houvesse maior agregação;
- Depois de secäs, a pärtir do Þeso iniciål de 30 grlðmostrà
aplicou-se o método de oxidâçåo por água oxigenada à 30 å
(perÍdrol) sobre placa aguecidå, conforme descrito por cross
- ApõB lâvåçem em papel
pesådàs, sendo o teor de
correEpondente a d i ferença ataque qufmico.
de fi ltro, foram secåB novanente,
nåtérià orgenicå dado em porcentägem
de peso do material antes e aÞós o
Aná1ise do Teor de càrbonèto Brodetrftico
- À partir da mesma ðmostrð tråtàdä no processo anterior, èstð
sôfreu um ataque com HCI à l0 t ðté a eli¡niLnação total do
carbonato, identificðda pelå cessação da reação qul¡nica;
- Terminado o processo qufmico a ðmosträ foi làvàdð em papel de
filtror secè e a diferença de pesos em porcentàcem obtidð por
pesðgem do rnàterial ðntes e ðpós o åtðque fol conslderada como
teor de carbonato biodetrftico.
Aná I ise Granul.ométrica
- À análise çranulométricä foi rèðlizadð sobre material
resul tante, I itvre da matér r a orgânica e do carbonðto
biodetrftico, seco e o novo peso total obtido;
- O materrå1 sofreu peneiramento a úmido, en peneira de 0,062
nm. O que ficôu retido na peneira foi secado, pesèdo e
peneirðdo èm joqo de peneiras com malhas em intervalos de 0,5 y',
entre 2,0 mm (-l t) e 0,062 nm (+4 d), com un E,èneirador ',EtO-TÀP";
- O mðterial pel ftico inferior a 0,062 mm fÒi colocado em
suspensåo, em águä destiläda, usåndo-se uma provet.a de l-000 ml,.
Adicionou-se I sr de pirofosfato de sódio (Nao p, Õ, I ¡nt¡ d
defloculação e a pipetagem foi feita de acordo con suquio (I973).
4.3 - Gab i nete
Mapeamento qeológico-geomorfológico,da área Iocàltzåda ôo
redor da bäfa aträvés da interÞretaçåo de detalhe de fotografias aéreas (ITC-PR de 25.09.80),qentilmente cedidås por empréstirìo
através de Rodolfo J.Àngulo do IPÀRDES (pR), foi executado nà
o1
Às feições observadas foram transferidas pårð ,,påpel
ultraphan" com a utiìização de estereoscópio de esÞerho em pàres
de fotos. Estes ',overläys" forà$ posteriormente montados,
corrigindo-se ã seguir o Norte ceográfÍco e ä superposição
fotÒqréfica de cadà foto e sua respectivå faixa.
o estudo da área ädjacente à bafa e o reconhecimento das
càracterfsticas de seu fundo (cànais, áreas måj.s rðsàs) foràm feitos utilizändo-se imagem de såtérite fornecidà pero Laborätório de sensoriàmento Remoto do rnstituto oceanográf i.co da Universidäde de São pàulo (LÀSER tO-USp).
Às imagens utilizadàs foràm geradas pelo sàtélÍte LÀNDSAT
TM-5'que está lÒcàrizàdo no sisteo'a mundiar de referencià (vJRs)
220 .78 guadrðnte N. , tendo sido obtidå no dÍa 12/07 /g6, Forðm
empregadas as imagens dos canais 3, 4, e 5, gue foram
processadàs eståtisticàmente pelo classificador imterativo
MAXVER
-4.3.1 - TräLamento Estatf stitco de Dados
Foi feitå a tentativa de utitizàçåo do método de anátise de
correspondenciä, de acordo côm o progråma CORSPOND,
oriqinåLmente Þroposto por Cårr (1990) e por nós processàdo em
FORTRÀN-77 Þàrà este eBtudo. Este método, emborå permltà å
correlåção de vdriéveis ambientars e foraminfferos, agrupåndo os
resultados como pertencentes ao mesmo Þrocesso ou ao nesmo gruÞo
especffico, sua i.nterpretação é bastante cornpì.exa e requer
experiência neste tipo de método,àlém de exigir confronto com
outros métodos, bem como demasiado tempo para a anáIise.
Àssin sendo, recorreu-se à classificäção dàs assenbléiðs
microfaunfsticas estuarinðs segundo a análise de agruÞamento (Cluster Ànðlysis) através do proqranà de Davis G9Z3) e
àdaptado pe ì à CPRI'I .
Enbora iniciðlmente 79 Íaxa èe foräminfferos e tecameþàs
tenham sido reconhectdos, somente 35 foram considerädos pàra a
análise de agrupàmento. Estas espécies foram as mais comuns ( > 4 å da åssembléia totäl en pelo menos 1 estação dentre as 58
Pðra å anál ise 9rðnulométrica dos sedinentos foram
utilizados os pàrenetros estatfsticos de FoIk & Wàrd (I952)
quàis se ja¡n: o diâmetro médio, o desv j,. o pðdrão (gràu
de
seleção), a assimetriå e å curtose.
Os pðrâmetros ecológicoB analisados foram freqüencia, dominância, diversirdade. abundencià, espécies indic¿doras åmbientais (foraninfferoE e tecðrnebås) , sal inidade, rnatérla
orgâni ca e Iitologlà.
Àlém disso, foi feità a determinação da velocidade relåtiva
de sedimentação de acordo com o método desenvolvido por Uchio
5 - RESULÎÀDOS DO ESTUÁRIO
5.I - Variávets Ffsico-gufnicàs
5.1,1 - Salinidède
À bàfà de cuäratuba pode ser enquadrada como ambiente de
á9uðs mixohalinas q¡¡rrdÞ \u,r-ru (0,5-30 .',/ */,.".., 1 ôùiL..ih,¡^ - _-_!__-!
1,exibindo a montante càrdter mixo-origohàlino (0,5-5 -/,,..") e/ou limfnica (doce). Em seu
central ãF)resenta càréter mixo-¡nesohal ino (5-I0 ,,,/",_) e a
jusante nlxo-ÞÒ1ihàlino (I2-2O," /,.,,_¡¿e acordo com a classi
propostð no Simpósio de Venezà em 1959 [apad C]osÉ, 1962)
corpo
Íicação
Os valores mlnÍmos de salinidade obtidos èm áreä submersa
(Tàb. I), podem ser atribufdos åo efeito de á9uãs plrÍvio_
fluviais para dentro dð bafa, Þois ocorreram fortes chuvas
nos
três dias que precederam a o¡, trabðlhos de campo de l9gg.
Emborå os vàlores de sàIinidàde se_ìam baixos å montante do
estuário, fica clara a infLuênciä dàs mðrés, que atitnçem todå
sua extensão. ocorrem qrðndes vàriações de
diferentes pontos da bäfa,fåto que influi na
biotè dentro do estuár i o _
5 .I .2 - Temperàturà
sal ini dade en
d i str i buiçåo dà
À temperåtura da dgua em suÞerflcie no oceano àpresentà os
¡naiores valores (24," -26,,C) nos meses de janeiro a àbril e
situa_ se entre 20'"-23,"C de ¡naio a deze¡nbro, (DHN, 1974).
Dentro do estuário, devidó às Þeguenàs profundidades, ò
temperatura da áquà de fundo é praticâmente iqual a dð
de
superffcie nos dias observados, sendo è amptitude térmicð
senelhènte às dàs águðs oceånicas nos meses de verão.
Deste modo, foram consideràdas somente as temperaturäs de
fundo, uma vez que estas podèm exercer alqun controle nð
distribuição da biota no estuário.
Àtravés das observações batÍterÍlosráficas nas três seções
submersãs (Tåb.l )nota-se gue ocorre aumento qerà1, tanto
das
tèmÞeråturðs de fundo como de superffcie da áquð ao longo do dið
EsLações oatà Hora tlarC Pr0fund idafe
Altã 0aixa (fi) corretão
I 13,0¡,88 12¡0ø 12r30
4 " f3,15
l, " t3tt0
I . f4r00
t4! f 0
f4 r?5
10 " 14:35
ll " f4:45
12 " t5!00
f3 " t5!10
L4 " 15120
f5 f I.0ll, B'/ f4:35
ft ' t4¡20
17 ' f4t00
18 " t3r45
19 " f3:30
2ø ' f3¡25
2l 13.02. B{t tó; f5 ?? " LLtSø
23 ' lrt;40
24 ' tL'tlø
25 " 17 !øø 2t, " 17¡ f5
27 11,0t, B9 t5¡40
2.5 " 15155
29 ¿ 1ó110
3ø " 1¿r 30
31 12.0¡. u? 1er40
32 " 13¡00
33 f 1.0?.8? t4 r55
3'1 " f4:35
35 " 14;20
36 " f4!00
37 ', f3r45
38 " 13¡20
39 ' 13:ø0
4ø " 12 ¡55
41 ', 10150
42 " 11:05
43 " f 1¡¡0
1.1 " 1f¡35
{5 ' f 1¡50
4ó " t|tøø
47 f2.0i1.89 10!00
4B " lottø
4'l ' 10:3 0
i0 " t0r55
5l ' 11125
5t f1.02.È1 t0¡25
53 " f0: f5
'¿4 ' t0¡00
55 " t:50
5L ' tr40
17 ' 9:e0
5u " 9tOø
5,9 5. 0
5.0 4 ,5
4,5 4.0
0.4 0
5ed i¡cnt o Ic¡neratrrr¡'[
.l lmtlo ¡¡ppri. ø.72/AE 23 24
4.33/SG 24 24 f,4óllìH 24 24
t,Ll /At) 24 24 5,09/5H 26 2Á
1,5;¡,/50 2t 2t,
3.52/AHF 25 25
3,48/Ar1f ?.5 ?.6
3,04/Al1F 24 2() L9Ì thr., 2L 23 4,13/06 - ¡s
2,74/AF - 23
2,89/AF - 23
5.5Ð/5t1 2.42/ AF
3,97lAt1F 4.05/S0 5.04/Sr1 ó.44/SF 3,94lAHF 3.03/AF I.B8/AF ?,tB/ Ar 2,64/AF 2,99/AF 4. t0ls0
3.79lAtli
4,ó?/s¡i 3,35/At1F 4.05/S0 4, Lø /Sß 2.85/AF l.9BlAlr 3.09/AtlF 3. t3/llHt 3.1?/AtlF 3. t2lA F
4.51/SG ir.00/AF 2.1ø / At 2,42/AF
2,i5/ Al ?.'16/ hF l|,I3lfìt1t 3.1:l/lì11t ?,1ø/hr 3,?¿,/nHt
'J. (l1/ lìh
3.0;t/ôr1f 9.1)3/ lìr,1i
2,99 / Ai
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2,ifl/AF :.BB/AF 3,03/Ar{F 3.94/At1¡ 26 :' ,3 2'j ?5 zli 24 ì, lo 22
5al inidãce llele'r iõ {¡¡ndo 1. úrgân ica I
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t,0 f .0 2,0 4,5 2,ø c.5 0.:i 4.0 1,0 f,0 0.5 ó,0 3,0 2,ø 7,ø 4,0 0,5 2,ø 3,0 3,0 1.0 f.0 3.5 1,0 2,5 7,ø ó,0 ¿.0 2,0 2,ø 4,t 4.5 4,0 3.li 1?.5 5.0 3.0
10 ,5 5.5 t.ø Ca[03 1,02 f,ó4 t.2E 1.34 1.?1 1,24 1.79 1,04 1.0"1 4.72 f,30 f.¿1 0.48 ,.:t ø,77 0.40 1,2?
1 .21
q,9t) t.t4 1.24 1.40 0,94 3.e9 0.84 2,69 1 ,71 0,7? ø,79 0.8ó 9.17 ø,2ø 2. 13
3.f2
\.ø2 ø.Á4 0.95 þ,87 3,4 0
2.33 1,7 a
0,8ø ø,trt ø,/ ! 0.51 0.51 0.5¿ \,2ø þ ø ø ø ø -0.5 -0,5 - 0.5
-0,3 -0.5 ø 0) 0 0 ø ø 0 ?.,4 t.7 0.8 0.{ ó.0 3'0 t.5 2,ø 7,0 4,ø 0,5 ?.0 3,0 tc ,Þ f'f 4,0 3,0
ø,3 2.0
0,1 4,ø f3 7.ø 6,ø L,ø 2,A 2.0 4,ø
9.5 7 ,ø
0,5 5.0
0.5 4.ø
0,5 3,5
0,5 3.0
0.5 ?,0
0.5 7 .0
0,5 3,0 0. ii 111.0
ø,3
0.5 4.5
0,5 14,0
0,5 13.0
0.5 10.0
ø,5 5.0
f ,0
23- ?3-
23-?¿, ?4
2L 25
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e4 :o 2ó 26 2Á ; 2 4 ø ; 6 ø 0 7 L 4 4 t4 1ó t: t: Lø t: t2 2? 2ø f0 (5 ': fó 2ø 2ø f.ó50, B0
1.05
r,7t
0,43
t'lt
L ,79
,{. ¿3
\,ø7 2. 1t ¿,94 L50
3,39 L .47
2.80 I .lt8 2. 84
3,09 1.90 ø,91 ø,42 L,78 0.3ó t. 14
2,81 ø,92 ø,77 0.39 0.30 0,5ó 1.5ó
0 ,67 1,81 3.40 0.09 2,48 0.41 0,41 b,4ø ø,4t 1,1B 0.54
TabeIa 1 - Informações oceanográficas estuarinas na Baía de
Guaratuþa (PR), referentes as bB estações amostraclas durante
os trabalhos de campo de Fev 88/89, incluindo: hora, amplitu
de de maré, profundidade (corrigida de acordo
"or " r".é),
-sedimento (diâmetro mé¿io), temperatura, salinidade, matéria