Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétria
Caraterização da Taxa de Absorção Espeía no Olho Humano
devido a Campos Eletromagnétios de Alta-Freqüênia.
Dalmy Freitas de Carvalho Júnior
Dissertação de mestrado submetida à Bana Examinadora
desig-nadapeloColegiadodoProgramadePós-GraduaçãoemEngenharia
Elétria da Universidade Federal de Minas Gerais, omo requisito
parial paraobtenção dotítulo deMestre emEngenharia Elétria.
Áreade Conentração: Engenharia de Computação eTeleomuniações
Linhade Pesquisa: Eletromagnetismo Computaional
Orientador: Prof. JaimeArturo Ramírez
Belo Horizonte,
2
o
O objetivo prinipal deste trabalho é alular a taxa de absorção espeía (SAR)
induzida no olho humano quando exposto a irradiações de alta freqüênia na faixa ultra
altafreqüênia (UHF-0,3a 3GHz), super altafreqüênia(SHF - 3a 30GHz)e extrema
alta freqüênia (EHF - 30 a 300 GHz) geradas por equipamentos de omuniação em
sistemas sem o, om fontes de 100, 500 e 1.000 mW/m
2
, utilizandoo método numério
de diferençasnitasnodomíniodotempo(FDTD) para soluçãodasequaçõesde Maxwell.
Desenvolveu-se um modelo omputaionaldetalhadoemduas dimensõesdoolho humano,
envolvendo a órnea, o humor aquoso, a íris, o ristalino, os músulos, o humor vítreo,
a retina, a oróide e a eslera. Para a faixa de freqüênia analisada om a fonte de 100
mW/m
2
,osresultadosobtidosindiamvaloresmáximosde41,44mW/kgparaSARmédia
e 529,33mW/kgpara SAR máxima naórnea. Esses resultados de SAR estão dentro dos
limites denidos em normas internaionais de segurança de 0,08 W/kg para SAR média
e 2 W/kg para a SAR máxima. Jápara as densidades potênias de 500 e 1.000 mW/m
2
,
o valor denido pelas normas é ultrapassado, na órnea e na eslera, tendo alançado os
valores máximos de 414,36 mW/kg para a SAR média e de 5.293,33 mW/kg para a SAR
máxima para as freqüênias superiores a 40GHz e 20GHz respetivamente. Veriou-se,
também, que,noristalino,tantoaSARmédiaquantoaSARmáximatendemazeropara
freqüênias superioresa 20GHz. Porm, onstatou-se quepara as fontes de 500 mW/m
2
omfreqüêniassuperioresa40GHze,fontes de1.000mW/m
2
omfreqüêniassuperiores
a 20 GHz, os valores alulados de SAR ultrapassam os limites estabeleidos em normas
The main purpose of this work is to alulate the spei absorption rate (SAR)
in-dued in the human eye when exposed radiations at ultra high frequeny (UHF - 0,3 to
3 GHz), super high frequeny (SHF - 3 to 30 GHz) and extreme high frequeny (EHF
-30 to 300 GHz) intensity levels generated by ommuniation equipment in wireless
sys-tems under power density of 100, 500 and 1.000 mW/m
2
, using the nite dierene time
domain (FDTD) method. A detailed bi-dimensional omputational model of the human
eye is developed, inluding the following tissues: ornea, aqueous humor, iris, rystalline
lens, musles, vitreous humor, retina, horoid and slera. For the frequeny range
investi-gatedand powerdensity of100 mW/m
2
,the resultsindiatethe maximumvaluesof 41,44
mW/kg, for the average SAR, and 529,33 mW/kg, for the maximum SAR in the ornea.
Theseresultsare belowthelimitsdenedbyinternationalsafety guidelines,i.e. 0,08W/kg
for the average SAR and 2 W/kg for the maximum SAR. For the power density of 500
and 1.000 mW/m
2
, the results of average SAR and maximum SAR in the ornea and the
slerahavereahed thevaluesof414,36mW/kgand 5.293,33mW/kgforfrequenies above
40GHz and 20GHz, respetively, exeeding the limitsdened by internationalsafety
stan-dards. It was alsofound that inthe rystallinelens both the average and maximum SAR
tend tozero forfrequeniesabove 20GHz. Finally,itwasfound that underpower density
of 500 mW/m
2
and frequenies higher than 40 GHz, as well as under power density of
1.000 mW/m
2
and frequenies above 20 GHz,the SAR values exeeded the limits set out
Primeiramente, a Deus, pela minha vida e pela onlusão desta importante etapa de
minha vida.
Aos meus pais Dalmy e Maisa e à minha irmã Juliana, por todo apoio e inentivo
durante todaa minha vidaaadêmia.
À minha noiva Mihele, pelo arinho, pelo apoio e pelo enorajamento em todos os
momentos daexeução deste trabalho.
À Universidade Federal de Minas Gerais, em espeial ao Departamento de
Pós-graduação em Engenharia Elétria, pela oportunidade de resimentos pessoal e
pros-sional.
Ao meu orientador, prof. Dr. Jaime Arturo Ramírez, pela oportunidade que me foi
dada e pelasua dediação, paiênia e olaboração.
Aos amigos do Grupo de Otimização e Projeto Assistido por Computador - GOPAC
-, pelo ompanheirismo e olaboração, em espeial: Alexandre, Diogo, Luiano, Miguel,
Mozelli e Riardo.
AoConselhoNaionaldeDesenvolvimentoCientíoeTenológio-CNPq-,peloapoio
naneiro.
Ao meu grandeamigo e primoIgor, peloapoioe amizade.
Aosmeus amigos, por entenderem meus longosperíodos de ausênia.
Lista de Siglas e Símbolos vi
Lista de Figuras viii
Lista de Tabelas x
1 Introdução 1
1.1 Introdução . . . 1
1.2 Objetivos . . . 3
1.2.1 Objetivogeral . . . 3
1.2.2 Objetivosespeíos . . . 3
1.3 Limitaçõesdo trabalho . . . 4
1.4 Trabalhosrelaionados . . . 4
1.5 Estruturaçãoda dissertação . . . 8
2 Formulação matemátia 9 2.1 Introdução . . . 9
2.2 Equações de Maxwell . . . 9
2.3 Ométodode diferenças nitas nodomínio dotempo - FDTD. . . 12
2.3.1 OFDTD em 2D . . . 13
2.3.2 Condiçõesde ontorno . . . 14
2.3.3 Critériosde dispersão e estabilidade numéria . . . 17
2.4 Modelagemda fonte . . . 19
2.5 Taxa de absorção espeía - SAR. . . 20
3 Modelagem do olho humano 23
3.1 Introdução . . . 23
3.2 Desenvolvimento domodelo . . . 24
3.2.1 Materiais domodelo . . . 24
3.2.2 Propriedades dos materiaisdomodelo . . . 27
3.2.3 Visualizaçãodomodelo em2D. . . 29
3.3 Validação domodelo . . . 30
3.3.1 Introdução . . . 30
3.3.2 Comparaçãoom imagens de livros de oftalmologia . . . 30
3.3.3 Conlusão . . . 35
4 Resultados 36 4.1 Introdução . . . 36
4.2 Deniçãodo problema . . . 37
4.3 Resultados para fonte de 100 mW/m
2
. . . 394.3.1 Disussão . . . 49
4.4 Resultados para fonte de 500 mW/m
2
. . . 514.4.1 Disussão . . . 52
4.5 Resultados para fonte de 1.000 mW/m
2
. . . 544.5.1 Disussão . . . 56
4.6 Comparaçãoom outros trabalhos . . . 57
5 Conlusões 59 5.1 Conlusões. . . 59
5.1.1 Resultados e onsiderações nais . . . 59
5.2 Sugestõespara trabalhos futuros. . . 61
A Implementações omputaionais 67 A.1 OFDTD . . . 67
∆
t
Passo notempo∆
x
Passo noespaço nadireçãox∆
y
Passo noespaço nadireçãoyǫ
r
Permissividade relativaB
Vetor densidade uxo magnétioD
Vetor densidade uxo elétrioE
Vetor intensidade ampo elétrioH
Vetor intensidade ampo magnétioρ
Peso espeíoσ
CondutividaderelativaJ
c
Densidade de orrente de onduçãoJ
i
Densidade de orrente elétriaq
ev
Densidade volumétria de argaselétriaABCs Absorbingboundary onditions
Veloidadede propagaçãoda ondano váuo
CCA Condiçõesde ontorno absorventes
IEEE Institute of eletrialand eletronis engineers
PML Perfetly mathed layer
SAR Spei absorption rate
SHF Super high frequeny
UHF Ultrahigh frequeny
VHF Very high frequeny
Wi-Fi Wireless delity
2.1 Modelo da ondiçõesde ontorno em2D (PML) . . . 15
2.2 Representação daonda plana utilizada . . . 20
3.1 Modelo desenvolvido doolho humano . . . 25
3.2 Permissividade relativados teidos que ompõemolho humano . . . 27
3.3 Condutividaderelativados teidos que ompõemolho humano . . . 28
3.4 Modelo disretizado doolho humano . . . 29
3.5 Modelo desenvolvido doolho humano . . . 31
3.6 Diagramaanterior e posterior daborda da órnea,onforme [Netter,2004℄ 31 3.7 Modelo obtido de livro de histologia humana, onforme [Stevens and Lowe,2001℄ . . . 32
3.8 Modelo obtido de Atlas de Anatomia Humana, onforme [Dangelo and Fattini,2003℄. . . 32
3.9 Dimensõesdoolho humanoimplementado . . . 33
3.10 Dimensõesdoolho humanoonforme [Hogan, 1971℄ . . . 33
3.11 Dimensõesdoolho humanono modelodesenvolvido . . . 34
3.12 Dimensõesdoolho humano,onforme [Hogan,1971℄ . . . 34
4.1 Domínioomputaionalimplementado . . . 37
4.2 Córnea- Fontede 100 mW/m
2
. . . 394.3 Humor Aquoso -Fontede 100 mW/m
2
. . . 414.4 Íris -Fonte de 100 mW/m
2
. . . 424.5 Cristalino-Fontede 100 mW/m
2
. . . 434.6 Músulo -Fonte de 100 mW/m
2
. . . 444.8 Retina- Fonte de 100 mW/m
2
. . . 46
4.9 Coróide- Fontede 100 mW/m
2
. . . 474.10 Eslera- Fonte de 100 mW/m
2
. . . 484.11 Primeiropadrão de omportamentopara 100 mW/m
2
. . . 494.12 Segundo padrãode omportamento para 100 mW/m
2
. . . 504.13 Tereiropadrão de omportamentopara 100 mW/m
2
. . . 504.14 Primeiropadrão de omportamentopara 500 mW/m
2
. . . 534.15 Segundo padrãode omportamento para 500 mW/m
2
. . . 534.16 Tereiropadrão de omportamentopara 500 mW/m
2
. . . 544.17 Primeiropadrão de omportamentopara 1.000 mW/m
2
. . . 564.18 Segundo padrãode omportamento para 1.000 mW/m
2
. . . 574.19 Tereiropadrão de omportamentopara 1.000 mW/m
2
. . . 57A.1 OndaPlana . . . 70
A.2 Campos elétrioe magnétio -Analítio X Numério . . . 71
A.3 Teidos doolho humano para validaçãodo áluloda SAR . . . 72
A.4 Fontede ampo elétriopara validação doálulo daSAR . . . 73
1.1 Tenologias utilizasem redes sem o . . . 2
1.2 Resultados de [Gandhi etal.,1996℄para 1.900 MHz . . . 5
1.3 Resultados daSAR notrabalho de [Bernardi etal.,1998℄em (
W/kg
) . . . 51.4 Resultados de [Rodrigues, 2004℄ em
mW/kg
. . . 71.5 Resultados de [Hirata, 2005℄ em
mW/kg
. . . 82.1 Norma [IEEE, 2005℄para a freqüênia entre 3 kHz e 300 GHz. . . 22
3.1 Permissividade relativados teidos (
ǫ
r
) . . . 273.2 Condutividaderelativados teidos (
σ
) . . . 283.3 Peso espeío dos teidos(
ρ
) em(kg/m
3
) . . . 294.1 Quantidade de élulas para representarada teido . . . 38
4.2 Dimensõesdodomínio omputaionalemestudo (númerode élulas) . . . 38
4.3 Comparaçãode resultados -SAR (
W/kg
). . . 58A.1 Cálulode validaçãoda SAR(W/kg) . . . 73
Introdução
1.1 Introdução
A resenteneessidadede omuniação temimpulsionadoodesenvolvimento denovas
tenologias que possibilitam o aesso a informações, independentemente do loal e da
situação em que a pessoa esteja, omo, por exemplo, em loais isolados ou estando em
desloamento.
Dentre essas novas tenologias, podem ser itados os aparelhos pessoais portáteis que
omuniam utilizando sistemas sem o omo PDAs, telefones elulares, notebooks, fones
de ouvido, mirofones, impressoras, sanners, redes de urto alane e vários outros om
tenologia bluetooth. Outros equipamentos utilizam as redes sem o de maior apaidade
omoroteador,aesspoint,plaaderede,notebook,PDAsemuitosoutrosque
omuniam-se viatenologias Wi-Fi eWiMAX, onformea Tabela 1.1.
Para integrar tais equipamentos, surgiu a neessidade da riação de redes apazes de
possibilitaraomuniação. Nesseontexto, surgiramasredeswireless,visandopossibilitar
que aparelhos portáteis possam omuniar-se entre si ou om um elemento intermediador
que permitaa sua interaçãoom uma rede xa.
Essesequipamentossãomuitosomunsepresentesemontatodiretoomousuário,
esritórios, shopping enters, aeroportos, restaurantes, hotéis, universidades e em vários
outros loais. Com a sua disseminação, as redes sem o têm possibilitado uma grande
melhoria no aesso a informações, prinipalmente, em relação à rapidez e à mobilidade.
Entretanto,juntamenteomosbenefíios,surgiuumaresentepreoupaçãodos usuários,
das autoridades e da omunidade ientía em relação aos efeitos que os ampos
eletro-magnétios geradosportaisaparelhos podem aarretar à saúde dos seres vivos. As ondas
eletromagnétias penetram nos teidos do orpo humano, e o prinipal efeito onheido
dessa ação é o aqueimento dos próprios teidos, à medida que as élulas absorvem
ener-gia. O grau de absorção de energia está diretamente relaionado om os possíveis efeitos
térmiosdas radiações.
O olho humano foi esolhido por ser a parte mais sensível de todo o orpo humano,
além de ter uma ligaçãodireta om oérebro.
Neste trabalho,pretende-se utilizarfontes de amposeletromagnétiosnas freqüênias
de 2,5 GHz,5GHz,6GHz, 10GHza100 GHzemintervalode 10GHz. Essas freqüênias
são esolhidas por serem as mais utilizadas tenologias de transmissão de dados, via
sis-temassem o, omooWi-Fi,obluetooth,oWiMAX, além deváriasoutrasquetrabalham
nessafaixadefreqüênia,bemomoasfuturastenologiasqueaindaestãoemfasedeteste
e lieniamentoem todoo mundo, Tabela1.1.
Tabela 1.1: Tenologias utilizasem redes sem o
Tenologia Freqüênia(GHz) Potênia(mW/m
2
) Ex. de Equipamentos
Wi-Fi 2,4, 5,25, 5,72 e 5,8 de 10 a1.000 PDA, elular,laptop,
IEEE 802.11 roteadores e aess point.
Bluetooth 2,4a 2,48 de 1 a 100 PDA, elular,laptop,
IEEE 802.15 fone de ouvido, mirofone,
impressora e sanner.
WiMAX 2,4, 2,5, 10e 60 de 10 a1.000 PDA, elular,laptop,
IEEE 802.16 roteadores e aess point.
Isso motiva o estudo do álulo da taxa de absorção espeía (SAR) no olho devido
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Oobjetivogeraldestetrabalhoéalularataxadeabsorção espeía(SAR)induzida
no olho humano quando exposto a determinadas irradiações de alta freqüênia na faixa
ultra alta freqüênia (UHF - 0,3 a 3 GHz), super alta freqüênia (SHF - 3 a 30 GHz)
e extrema alta freqüênia (EHF - 30 a 300 GHz). São onsiderados equipamentos de
omuniaçãoemsistemassem o,om densidadede potêniade 100, 500 e1.000mW/m
2
.
O método numério de diferenças nitas no domínio do tempo (FDTD) é utilizado para
resolveras equaçõesde Maxwell.
1.2.2 Objetivos espeíos
Entre osobjetivosespeíos deste trabalho, destaam-se:
•
desenvolverummodeloomputaionaldetalhadoemduasdimensõesdoolhohumano,envolvendoaórnea,ohumoraquoso,aíris,oristalino,osmúsulos,ohumorvítreo,
aretina, a oróidee aeslera;
•
implementarumprograma baseado no FDTDpara alularosamposeletromagné-tios;
•
modelar afonteresponsável pela irradiaçãodos ampos eletromagnétios;•
alular a SAR inidente no olho humano, resultante do ampo eletromagnétioir-radiadopelaantena de equipamentos de omuniação emsistemas sem-o;
1.3 Limitações do trabalho
Entre aslimitaçõesdotrabalho, relaionam-se:
•
oolho humanoé modeladoem duas dimensões(2D);•
afonterepresentada é uma onda plana;•
as análises apresentadas onsideram apenas o uso de equipamentos de omuniaçãosem oem ambientes não ontrolados,ou públioemgeral. Emonseqüênia disso,
osvalores aluladosde SARserão omparadosaos valores denormas internaionais
para esse grupo.
1.4 Trabalhos relaionados
Oartigode [Taove and Brodwin, 1975℄apresentaoálulode ampoeletromagnétio
no olho humano utilizando o FDTD. Nesse trabalho desreve-se o álulo da elevação
da temperatura em um modelo bidimensional simpliado do olho humano por meio de
irradiações emitidas por miroondas. Utiliza-se, nas simulações, uma onda plana om
densidadede potêniade 100mW/m
2
efreqüêniasde 750MHze1,5GHz. Seuprinipal
resultadoéofatodeenontrar,emdeterminadospontosdoolhohumano,umatemperatura
superior a40,4
o
C. Oautor, entretanto, não apresenta valores de SAR.
No trabalho de [Gandhiet al.,1996℄ são apresentados os álulos da SAR na abeça
e pesoço humano induzidos por telefones elulares de 835 e 1.900 MHz om fontes de
125 e 600 mW/m
2
. A região do olho humano representado naabeça é bastante
simpli-ada, ontendoapenas humor, ristalinoe eslera. Os resultadosobtidos enontram-se na
Tabela 1.2.
Umresumodaspropriedadesdielétriasdosprinipaisteidosdoorpohumanonas
fre-qüêniasde 10Hza100GHzédisponibilizadonotrabalhode [Gabrieland Gabriel, 1996℄.
Tabela1.2: Resultados de [Gandhiet al.,1996℄ para 1.900 MHz
Teido SAR média (
mW/kg
)Humor 3,2
Cristalino 1,5
Eslera 1,8
omputadores sem o. Os autores utilizam uma onda plana om densidade de potênia
de 1.000
mW/m
2
e freqüênias de 6, 18 e 30 GHz. O modelo do olho utilizado inlui a
ornea,oristalino,aeslera,o humorvítreo, ohumor aquoso, teidosdapeleeossos. Os
resultados enontram-se naTabela1.3.
Tabela1.3: Resultados da SARno trabalhode [Bernardi et al.,1998℄ em(
W/kg
)Teido Geral (máxima) Olho (média) Cristalino(média)
Humor 6,317 0,253 0,594
Cristalino 36,558 0,107 0,009
Eslera 40,414 0,068 0,000
O artigode [Hirata et al.,1999℄ apresenta ospontos aqueidosnoolho humanodevido
à interação entre o olho e as ondas eletromagnétias utilizando o FDTD para a faixa de
freqüêniaentre 700MHz e6GHzeom fontes de5,20,25e50mW/m
2
. Nesse trabalho
onlui-se que o loale o número de pontos aqueidos dependem dafreqüênia e daonda
inidente.
O artigode [VanLeeuwen et al.,1999℄ apresentaoestudo doaumentode temperatura
em modelo em três dimensões da abeça humana induzido por telefone elular,
demon-strando a possibilidade de ombinar o método de álulo numério FDTD om o
mo-delo térmiopara o álulodoaumento de temperaturautilizandoaSAR. Nesse trabalho
onlui-sequeumaantenaomumapotêniamédiade0,25Wefreqüêniade10MHznão
ultrapassa os limites de seguranças da SAR e nem da temperatura denidos nas normas
internaionais.
No artigode [Wang and Fujiwara, 1999℄éalulado oaumentode temperaturaemum
0,27 W. Os resultados obtidos demonstraram um aumento de temperatura de 0,18
o
C na
freqüênia de 900 MHz e de 0,15
o
C em 1,5 GHz. Conlui-se que os valores enontrados
exluemapossibilidadedeoorrerdanosrelaionadosaosefeitostérmiosaosteidosnessas
ondições.
No artigo de [Bernardi et al.,2000℄ estuda-se uma análise de vários tiposde telefones
elularesdisponíveisno merado ondeo foodas atenções são osórgãos mais importantes
omo o ristalino dos olhos e o érebro. É omparado a potêniaabsorvida nesses órgãos
eo aumentode temperatura. Osresultados obtidosmostramque paraa fontede 600 mW
os valores de SAR máximo estão entre 2,2e 3,7W/kg dependendo do modelo de telefone
onsiderado. Conlui-sequeoslimitesdeSARestabeleidospeloIEEE(1,6W/kgpor1g),
naépoa,foiexedidoemtodasassituaçõesonsideradas. Oartigoapresentaainformação
de que a nova geração de telefones elulares (digital) utiliza uma potênia mais baixa de
250 mW,o queresolve este problema.
Otrabalhode [Hirata,2000℄estudaoaumentodetemperaturanoolhohumanoexposto
aumaondaplananafaixadefreqüêniaentre600MHze6GHzomdensidadedepotênia
de5,0mW/m
2
. OautoralulaaSARusandooFDTD,porémnãoapresentaosresultados
dos álulos,poisseu objetivoprinipaléoálulodoaumentode temperaturautilizando
a equação datermodinâmia. Como resultado tem-se queo valor máximo doaumento de
temperatura de 0,30
o
C na freqüênia de 6,0 GHz. Conlui-se que esse valor é pequeno,
porém, não é desprezível tendo em vista o valor limite de 3,0
o
C a partir do qual pode-se
formar a atarata.
O artigo de [Yioultsis et al.,2002℄ apresenta uma análise eletromagnétia e térmia
da radiação e seus impatos nos seres humanos devido ao uso de vários tipos telefones
elulares e antenas de equipamentos de omuniação sem o utilizados freqüentemente.
Nas simulações utilizou-se um telefone elular GSM nas freqüênias de 900 GHz e 1.800
GHz, e rede sem o (WLAN) om freqüênia de 2,45 GHz. A análise omputaional
onlui-se que no aso das redes sem os (WLANs) a possibilidade de danos térmios e
não térmiosdas radiaçõesnão puderam ser avaliados.
No trabalho de [Hirata etal.,2002℄ a SAR e a temperatura são aluladas para uma
exposição de uma onda inidente oblíqua (30
o
a 50
o
) na faixa de 600 MHz a 6,0 GHz
om densidade de potênia de 5,0 mW/m
2
. De aordo om esse trabalho a inuênia da
inidênia oblíqua diminuionsideravelmentepara freqüênias superiores a3,0GHz.
Noartigode[Lazzi et al.,2003℄,apresenta-seomodeloeométodoparaalularaSAR
e a elevação de temperaturano olho humano em duas dimensões, utilizandoa freqüênia
de 2 MHz. Esse modelo do olho é utilizado omo referênia no desenvolvimento desse
trabalho.
Em [Rodrigues, 2004℄,estuda-se os álulosda SAR e doaumentode temperatura
in-duzidosportelefoneselularesnaabeça humana,ondeseutilizam900MHzom potênia
de 600 mW e 1,8 GHz om 125 mW. Os resultados mais importantes para este trabalho
estão representados naTabela1.4.
Tabela1.4: Resultados de [Rodrigues,2004℄ em
mW/kg
Teido 900 MHz 1,8GHz
Córnea 1,179 0,024
Eslera 2,599 0,984
Noartigode [Hirata, 2005℄analisa-seoefeitodafreqüênia,dapolarizaçãoedoângulo
de inidênia de uma onda eletromagnétia om freqüênia de 900 MHz, 1,5 GHz e 1,9
GHznoolho humano. De aordoom osresultados obtidososmaioresvalores de elevação
de temperaturaforamregistradosentre 0,303
o
Ce0,349
o
C.Osresultadosdas investigações
estão representados na Tabela 1.5. Os autores onluem que o aumento da SAR e da
temperaturanoolhohumano induzidoporondaseletromagnétias estãorelaionadosom
Tabela1.5: Resultados de [Hirata, 2005℄ em
mW/kg
.distânia(m) 900 MHz 1,9 GHz
1,2m 6,85 17,40
3,2m 2,66 3,03
5,0m 1,28 1,06
O livro de [Taove and Hagness, 2005℄ dene toda a teoria do método FDTD e
tam-bém disponibilizaódigos fontes [Hagness, 2000℄ para estudo, utilizadoomo base para o
desenvolvimentodesse trabalho.
1.5 Estruturação da dissertação
O texto da dissertação está organizadoda seguinte forma:
No segundo apítulo,apresenta-se aformulação matemátiadomodelo implementado.
Na primeira seção (2.1), uma introdução geral do apítulo é apresentada. Uma breve
revisão das equações de Maxwell é feita na segunda seção (2.2). Na seção 2.3,
dene-se o método numério utilizado, desrevendo-se as expressões matemátias que modelam
o FDTD, a ondição de ontorno utilizada, os ritérios de dispersão e da estabilidade
numéria. A quartaseção (2.4)modela afonteutilizadapara emitirosampos
eletromag-nétios. Finalmente, na seção 2.5, estuda-se a SAR.
A modelagemdoolho humanoe asimplementaçõesenontram-se notereiroapítulo.
Naprimeiraseção(3.1),éapresentadaumadesriçãogeraldoapítulo. Aspetosrelevantes
sobre o desenvolvimento do modelo são evideniados na seção 3.2. Por m, na seção 3.3,
apresenta-se a validaçãodo modelo aser implementado.
Oapítuloquarto refere-seaos resultados obtidosparaasseguintes situações:
freqüên-iavariandode 2.5 GHza 100 GHz eom fontes de 100, 500 e 1.000mW/m
2
.
algu-Formulação matemátia
2.1 Introdução
Este apítulo dedia-se à formulação matemátia utilizada para o álulo da taxa de
absorção espeía (SAR)no olho humano.
Iniialmente, apresentam-se as equações de Maxwell, que regem o omportamento de
amposelétriosemagnétios. Apartirdessas equações, estuda-se ométodode diferenças
nitasnodomíniodotempo(FDTD),queéutilizadoomométodonumériopararesolver
o problema de propagação dos ampos eletromagnétios e da SAR. Esse estudo inlui
a dedução das equações em 2D, das ondições de ontorno utilizadas e dos ritérios de
estabilidade edispersão.
Posteriormente, disute-se a formulaçãoutilizada naimplementação dafonte que
on-siste emuma ondaplana.
Finalmente, apresenta-se a formulação utilizadapara oálulo daSAR.
2.2 Equações de Maxwell
O fenmeno relaionado à propagação de ampos eletromagnétios é regido pelas
Esritasnaformadiferenial,nãoonsiderandoorrentes eargasmagnétias,asequações
de Maxwell são:
∇ ×
E
=
−
µ
∂H
∂t
(2.1)∇ ×
H
=
J
i
+
J
c
+
ǫ
∂E
∂t
(2.2)∇ ·
D
=
q
ev
(2.3)∇ ·
B
= 0
(2.4)onde
E
: vetor intensidade ampo elétrio (V/m);H
: vetor intensidade ampo magnétio(A/m);
D
: vetor densidade uxo elétrio (C/m2
);
B
: vetor densidade uxo magnétio(Wb/m
2
);
J
i
: densidade de orrente elétria (A/m2
);
J
c
: densidade de orrente deondução (A/m
2
);
q
ev
: densidade volumétria de argaselétria (C/m3
).
Para materiaisisotrópiose lineares,asrelaçõesonstitutivasquerelaionam as
inten-sidades edensidades de ampo elétrioe magnétio são:
B
=
µH
(2.5)D
=
ǫE
(2.6)J
c
=
σE
(2.7)onde
µ
: permeabilidademagnétia(H/m);ǫ
: permissividadeelétria(F/m);σ
:ondutivi-dade elétria(S/m).
ǫ
r
=
ǫ/ǫ
0
,
(2.8)µ
r
=
µ/µ
0
,
(2.9)emque
ǫ
0
é apermissividade elétria,ǫ
0
= 10
−
9
/
(36
·
π
)
, emF/meµ
0
éa permeabilidademagnétia doespaço livre,
µ
0
= 4
·
π
·
10
−7
, emH/m.
Apliandoorotaionalnas Equações2.1a2.4, hega-seàsEquações2.10 e2.11abaixo:
∇ × ∇ ×
E
=
−
µǫ
∂
2
∂t
2
E
(2.10)∇ × ∇ ×
H
=
−
µǫ
∂
2
∂t
2
H
(2.11)Usando a identidadevetorial representada naEquação 2.12,
∇ × ∇ ×
E
=
−∇
2
E
+
∇
(
∇ ·
E
)
(2.12)onsiderandoo
q
ev
= 0
(∇·
E
= 0
)esubstituindoaEquação2.12em2.10tem-seaequaçãode onda, 2.13, na formadiferenial:
v
2
∂
2
E
x
∂x
2
+
∂
2
E
y
∂y
2
+
∂
2
E
z
∂z
2
=
∂
2
E
∂t
2
(2.13)em que v é veloidade daonda emum determinadomeio.
A solução mais simples da Equação 2.13 é uma onda plana num meio sem perdas.
Ey
=
E
y
0
·
cos
(
ωt
−
βx
)
(2.14)Hz
=
E
y
0
η
·
cos
(
ωt
−
βx
)
(2.15)onde
η
é aimpedânia intrínseadomeio.Para realizar as simulações, é neessária a resolução numéria do problema desrito
pelas Equações 2.13 a 2.15 envolvendo os parâmetros elétrios dos teidos que formam o
olho humano. Ométodode álulo numérioutilizadoneste trabalhoéoFDTD, queserá
detalhado a seguir.
2.3 O método de diferenças nitas no domínio do tempo
- FDTD
A origem do FDTD se deu a partir do trabalho de Kane Yee [Yee, 1966℄, para
solu-ionar as equações de Maxwell, diretamente no domínio do tempo em um espaço
dis-retizado,permitindoalularoamporeetido porumuboondutoremduasdimensões
[Taove and Hagness,2005℄.
Yee disretizou as equações que desrevem uma onda eletromagnétia em um sistema
de oordenadasretangularestridimensional(x,y,z) eposiionouosomponentes (
E
)e(H
)em torno de uma élula estruturada, emque os omponentes de ampo estão loalizados
nos nós daélula.
Dentre as vantagens de utilizar o FDTD em relação a outros métodos relatados na
literatura, podem-sedestaar [Taove and Hagness, 2005℄:
•
não requer a inversão de matrizesporser um método explíito;•
resolve os problemas transitórios naturalmente, por ser uma ténia no domínio dotempo. Dessamaneira,alula-sedeformadiretaarespostaaimpulsodeumsistema
eletromagnétio;
•
permitedeniruma novaestrutura nomodelo apenasredenindoquaisélulasterãoosnovosmateriais,sem aneessidadedereesreverasequaçõesourefazerasmalhas;
•
failidadede implementação;•
alimitaçãoemsua apaidade de resolverproblemas eletromagnétiosdependeape-nas da apaidadeomputaionaldisponível.
2.3.1 O FDTD em 2D
O FDTD resolve numeriamente as equações que tratam dos ampos elétriose
mag-nétios de uma onda.
Apresentando umsistemade oordenadasretangulares(x,y,z) eapliandoasdenições
de rotaional, as equações de Maxwell podem ser esritas omo:
∂H
x
∂t
=
1
µ
∂E
y
∂z
−
∂E
z
∂y
(2.16)∂H
y
∂t
=
1
µ
∂E
z
∂x
−
∂E
x
∂z
(2.17)∂H
z
∂t
=
1
µ
∂E
x
∂y
−
∂E
y
∂x
(2.18)∂E
x
∂t
=
1
ǫ
∂H
z
∂y
−
∂H
y
∂z
−
(
J
i
x
+
σE
x
)
(2.19)∂E
y
∂t
=
1
ǫ
∂H
x
∂z
−
∂H
z
∂x
−
(
J
i
y
+
σE
y
)
(2.20)∂E
z
∂t
=
1
ǫ
∂H
y
∂x
−
∂H
x
∂y
−
(
J
i
z
+
σE
z
)
Considerando-seum problemaomumageometria bidimensional,podem-sesimpliar
as equações anteriores em oordenadas artesianas denido-se a forma de propagação da
ondaeletromagnétiapormeiodos modostransverso elétrio(TE)etransverso magnétio
(TM) emum meio lineare isotrópio.
Para o modotransverso elétrio(TE), tem-se:
∂E
x
∂t
=
1
ǫ
∂H
z
∂y
(2.22)∂E
y
∂t
=
1
ǫ
−
∂H
∂x
z
−
σE
y
(2.23)∂H
z
∂t
=
1
µ
∂E
x
∂y
−
∂E
y
∂x
−
(
J
i
z
+
σE
z
)
(2.24)
Já o modotransverso magnétio (TM), é representado por:
∂H
x
∂t
=
1
µ
−
∂E
∂y
z
−
(
J
i
z
+
σE
x
)
(2.25)∂H
y
∂t
=
1
µ
∂E
z
∂x
−
(
J
i
z
+
σE
z
)
(2.26)∂E
z
∂t
=
1
ǫ
∂H
y
∂x
−
∂H
x
∂y
(2.27)Considerando que a direçãode propagação está ao longo doeixo z, logo, para o modo
TE, são neessários osampos
E
x
,E
y
eH
z
e, para omodoTM, têm-se:H
x
,H
y
eE
z
.É importante ressaltarque a esolha dos modos de propagação TE ou TM dependerá
doproblema a ser analisado edas ondiçõesde ontorno.
2.3.2 Condições de ontorno
As ondições de ontorno absorventes (absorbing boundary onditions - ABCs) tem
similaresàsdeumaâmaraaneóia. Comisso, delimita-searegiãodeestudo,diminuindo
o domíniode álulo e,onseqüentemente, a memóriaomputaionalneessária.
Esse proesso onsiste em adiionar algumas amadas de élulas ao redor do domínio
omputaional. Pormeiode umonjuntode equaçõesquerelaionamosvalores doampo
nafronteiraartiialomaqueles nodomíniode estudo,simula-seumaquantidadeinnita
de espaçolivrealémdos limitesdodomínio,permitindoquehaja amenorreexãopossível
nas fronteiras.
A ondiçãode ontornoutilizadaneste trabalhofoipropostaem1994[Berenger, 1994℄,
a amada perfeitamente asada (perfetly mathed layer - PML). A idéia prinipal é
im-plementaruma borda absorvente aoredor do domínio,Figura2.1.
Figura 2.1: Modelo da ondiçõesde ontorno em2D (PML)
Considerando um problema em 2D que possui as omponentes E
x
, Ey
e Hz
, no modoTE. A PML é representada pelas Equações 2.28 a2.30, a seguir:
ǫ
∂E
x
∂t
+
σE
x
=
∂H
z
∂y
(2.28)ǫ
∂E
y
∂t
+
σE
y
=
−
∂H
z
∂x
(2.29)µ
∂H
z
∂t
+
σ
∗
H
z
=
∂E
x
∂y
−
∂E
y
em que
σ
∗
éa ondutividademagnétia do meio.
Para que a impedânia do meio seja igual à do váuo, resultando em reexão zero, a
seguinte relaçãodeveser satisfeita para uma inidênianormal:
σ
ǫ
0
=
σ
∗
µ
0
(2.31)em que
ǫ
0
eµ
0
representam a permissividade e apermeabilidadedováuo. Para o aso TE as Equações 2.32 a 2.32 substituem asde Maxwell naPML:ǫ
∂E
x
∂t
+
σE
x
=
∂H
z
∂y
ǫ
∂E
y
∂t
+
σE
y
=
−
∂H
z
∂x
µ
∂H
zy
∂t
+
σ
∗
y
H
zy
=
−
∂E
y
∂x
µ
∂H
zx
∂t
+
σ
∗
x
H
zx
=
∂E
x
∂y
(2.32)em que Hz = H
zx
+ Hzy
, devido ao fato de a omponente Hz
ser dividida em duassub-omponentes, H
zx
eHzy
.A PML é uma ondição absorvente onsiderada perfeitamente asada uma vez que
ondas eletromagnétiaspodempenetrá-la sem reexão nainterfae meio-PML,para
qual-quer ângulo de inidênia e freqüênia. Isto é possível por separar as omponentes do
ampo elétrio e magnétio, adotando valores adequados de
σ
eσ
* em ada direção, deformaaevitarreexõesnasamadasexterioresaodomínio. Foramapresentadosresultados
2.3.3 Critérios de dispersão e estabilidade numéria
Paraquesetenhamaiorpreisãonosálulosdosamposeletromagnétios,éneessário
orenamentodamalha,deompondo oespaçoomputaionalemélulasmenores,ouseja,
reduzindo-se otamanho das élulasno modelo.
Aesolhadosvaloresde
∆
x
,∆
y
e∆
t
inueniamaveloidadedepropagaçãodasondaseletromagnétias namalha. As dimensõesdas élulas devem ser esolhidas de aordoom
o omprimento de onda da maior freqüênia presente na malha ou pela menor dimensão
presente nosistema.
A relação amplamente itada na literatura [Taove and Hagness, 2005℄ é adotar 10
élulas poromprimentode onda:
∆
<
λ
10
,
(2.33)o que garante que a menor dimensão do modelo do olho humano é representada por, no
mínimo,10 élulasna malhaque representa odomínioem estudo.
Respeitando essa relação, os erros devidos às diferenças de veloidade de propagação
daonda na malhasão muito pequenos.
Neste trabalho, utilizam-se valores xos de
∆
x
= ∆
y
= 0
,
05
mm
, porém oorremvariações no omprimento de onda
λ
, devido à faixa de freqüênia em estudo, que estáentre 2,5 GHze 100 GHz.
Como onseqüêniadessas variaçõesnoomprimentode onda, enontram-sediferentes
valores doerro de dispersão numéria. Nopior aso, ouseja, nafreqüênia de 100 GHz, o
erro de dispersão numéria é representado por:
∆
x
= ∆
y
=
λ
∆
x
= ∆
y
=
λ
2
.
400
(2.35)Osvaloresdoserrosdedispersãonumériaapresentadonestetrabalhoestãobemabaixo
dosreomendadosparaquesetenhammalhasrenadas,omreduzidosoerrosdedispersão
numéria,mais detalhes serão apresentado noApêndieA.2.
Para quehajagarantiade estabilidadedo métododas diferençasnitas nodomíniodo
tempo,um ritério adiionaldeve ser observado. Este onsiste no ritério de estabilidade
de Courant, que, emmalhasbidimensionais, édenido por:
∆
t
≤
1
υ
max
q
1
∆
x
2
+
1
∆
y
2
,
(2.36)em que
υ
max
é a máximaveloidade de fase daonda esperada nomodelo.Para uma élula quadrada, em que
∆ = ∆
x
= ∆
y
,a Equação 2.36 torna-se:∆
t
≤
1
υ
max
∆
√
2
,
(2.37)
Logo, a relação utilizadaé:
∆
t
≤
∆
2
c
(2.38)Pode ser veriado que, quanto maior for esse inremento, menor será o tempo de
proessamento. Para uma melhor resolução, porém, esse inremento deverá ser o menor
possível.
Cabe ressaltar, pelaEquação 2.38, que uma malha mais na resulta na diminuição de
∆
t
.2.4 Modelagem da fonte
Umdosaspetosmaisimportantesemqualquersimulaçãoenvolvendoeletromagnetismo
eutilizandoo FDTDonsistenamodelagemedimensionamentodafontede exitaçãodos
amposnodomínio omputaional.
A fonteé responsávelpelageraçãodos amposeletromagnétiose,noaso, éirradiado
pela antena de determinados equipamentos operando nas freqüênias de 2,5GHz, 5 GHz,
6 GHz,10 GHza 100 GHzem intervalode 10 GHz.
A fonte implementada variade 100, 500 e 1.000 mW/m
2
, que são omuns em
equipa-mentosde sistemassem o utilizadosatualmente.
Devidoaofatode naregiãodeampodistantede umaantenaoampoeletromagnétio
tendera umaonda plana,a fonteimplementadaneste trabalhoédenida omo umaonda
plana uniformeaolongo doplano
x
=
constante
. Esta aproximaçãoutilizadaéfreqüente-mentenaliteratura, onforme [Taoveand Brodwin, 1975℄ e[Bernardi et al.,1998℄.
Os ampos eletromagnétios são perpendiulares entre si e entre a direção de
propa-gação, representando uma onda transversal eletromagnétia ou onda TEM, onforme
Figura2.2:
A Equação (2.40) representaa denição da fonte de tensão senoidal:
Figura2.2: Representação da ondaplana utilizada
W
x
media
=
1
2
(
E
y
0
)
2
η
,
[
W/m
2
]
(2.41)Por meio dessa equação, é possível enontrar o valor do ampo elétrio,
E
y
0
, a ser denido na equação dafonte, para ada densidade de potênia de interesse.2.5 Taxa de absorção espeía - SAR
Cada teidodo orpo humanotem uma taxade absorção de energiadiferente, ouseja,
para uma mesma intensidade de radiação eletromagnétiaatingindotodoo orpo de uma
pessoa, partes diferentes do orpo irão absorver quantidades de energia diferentes. Essa
absorção de energia pode ser araterizada por um parâmetro onheido omo taxa de
absorção espeía (spei absorption rate -SAR).
eletro-A SAR é utilizada omo medida de referênia pelas prinipais normas e diretrizes
in-ternaionais de exposição segura às radiações não ionizantes para estabeleer o limiar
siológiode riso.
Como os valores de SAR são muito difíeis de serem medidos, o que é usualmente
medidoé a densidade de potênia e,em seguida,alulado o valorda SAR.
A SAR é denida omo a derivada no tempo do aumento de energia
(
∂W
)
absorvidaoudissipada emum elementode massa
(
∂m
)
ontida num elemento de volume(
∂V
)
ujopeso espeío é
ρ
eque analitiamentepode seexpressar por:SAR
=
∂
∂t
∂W
∂m
=
∂
∂t
∂W
∂V
[W/kg℄
,
(2.42)oquerepresentaapotêniareebida porunidadede massa. PormeiodoteoremadoVetor
de Poynting para ampos eletromagnétios, a SAR pode ser relaionada om o ampo
elétriopelaequação 2.43.
SAR
=
σ
|
E
|
2
2
ρ
[W/kg℄,
(2.43)em que
|
E
|
representaomódulo doampoelétrio,oσ
aondutividadeelétriaeρ
opesoespeío de ada materialem kg/m
3
.
Pode-se dizer que a SAR quantia a potênia absorvida por unidade de massa, é
diretamenteproporionalaoaumento datemperaturae responsávelpelos efeitos térmios
das ondas eletromagnétias. Portanto, a SAR india a energia absorvida e o aumento de
temperaturaemqualquer parte do orpo.
Atribuem-se, então, os fatores de segurança, de aordo om o tipo de exposição que
possa oorrer: 1. ambientes ontrolados ou oupaionais, que são os trabalhadores que
diferentes idadeseom situaçõesde saúde variáveisestão envolvidas,podendoinluir
gru-posouindivíduosmais susetíveiseque,via de regra,não estãoonsientes ouprevenidos
dos risos de exposição aradiação não ionizante.
O limite da SAR também depende do tipo de exposição. Para exposição do orpo
inteiro, por exemplo, pode-se onsiderar a SAR média, que será, então, a relação entre a
potênia total absorvida peloorpo esua massa. Entretanto, para aqueimentos
loaliza-dos, omoosproduzidospelostelefoneselularesemitindoamposeletromagnétiosmuito
próximos da abeça do usuário (a 2 m ou menos), deve ser usada a SAR loal, que é
denida omo a potêniaabsorvida por unidade de massade teido(W/kg).
2.5.1 Valores permitidos de SAR segundo normas internaionais
Os limites dos valores permitidos de SAR no ser humano dependem do tipo de
ex-posição. Neste estudo,asanálises apresentadas onsideram apenas ouso de equipamentos
de omuniação sem o em ambientes não ontrolados, ou públio em geral. Em
on-seqüênia disso, os valores alulados de SAR serão omparados aos valores de normas
internaionais para esse grupo.
De aordo om as normas internaionais de segurança [IEEE, 2005℄ que também são
seguidaspelaAgêniaNaionaldeTeleomuniações(ANATEL),paraexposiçãoaampos
eletromagnétiosnafaixa de 3kHz a300 GHz,o valordaSARmédiapara aexposição de
públioemgeral éde 0,08 W/kge paraa SARmáxima de 2W/kg,onsiderandoa média
dos valoresem 1g de teido.
Neste trabalho, estuda-se um domíniobidimensional, logo, não é onsiderado a média
em 1g de teido. Realiza-seuma omparação direta entre o maior valorde SAR máxima
enontrado e ovalordenido nas normasinternaionais.
Tabela2.1: Norma [IEEE, 2005℄ para afreqüênia entre 3kHz e 300 GHz.
Modelagem do olho humano
3.1 Introdução
Este apítulo desreve o modelo implementado do olho humano, que é utilizado nas
simulaçõesnumérias para oálulo dataxade absorção espeía (SAR).
Iniialmente, apresenta-se o desenvolvimento do modelo omputaional em duas
di-mensões do olho humano, envolvendo as araterístiasgeométrias da órnea, do humor
aquoso, da íris, do ristalino, dos músulos, do humor vítreo, da retina, da oróide e da
eslera. A seguir, estudam-se os materiais que ompõem ada parte do olho e suas
pro-priedadesdielétriasomopermissividadeelétria,ondutividadeelétriaepesoespeío.
Este estudo inlui, também, avisualização domodelo em2D.
Posteriormente,estuda-seavalidaçãodomodelo,pormeiodeomparaçõesomimagens
3.2 Desenvolvimento do modelo
Omodelodoolhohumanoutilizadofoidesenvolvidoespeiamenteparaestetrabalho.
Neste modelo,osdiferentes teidosque ompõemoolho humanosão tratadosomo
mate-riais homogêneos e invariantes denidos onforme referênias bibliográas espeías de
oftalmologia,histogiahumanaeitologia,alémde atlasde anatomiahumanaeartigosque
relatamálulos de amposeletromagnétios envolvendo o olho humano.
Iniialmente, foi riado, utilizando o CorelDraw
, o modelo do olho humano,
a ser estudado om todas as propriedades geométrias, onforme vários autores:
[Dangelo and Fattini, 2003℄, [Netter, 2004℄, [Gartnerand Haitt, 2003℄, [Geneser, 2003℄,
[Hogan, 1971℄, [Junqueiraand Carneiro, 1999℄ e [Stevens and Lowe,2001℄.
Apósariaçãodageometria,foidesenvolvidoumprogramaemMatLab
,queimporta
a imagem riada no CorelDraw
, proessa e a transforma em uma malha disretizada,
representada emmatrizes, om aspropriedades geométriasdo olho humano.
Emseguida,utilizandoosdadosdaliteraturafoirealizadaapesquisa das propriedades
eletromagnétias de ada teido queompõeo olho humano, são denidas matrizes
orre-spondentes àsseguintes propriedades eletromagnétiasde ada teido: permissividade (
ǫ
),permeabilidade(
µ
),ondutividade (σ
) e peso espeío (ρ
).Esses dados são utilizadosom entrada nabase do programa de álulo doFDTD.
3.2.1 Materiais do modelo
Nadenição domodelo,foramutilizadasasprinipaispartesdoolho humano,asquais
apresentam suas propriedadesfísiase eletromagnétiasdisponíveis naliteratura
Figura 3.1: Modelo desenvolvido doolho humano
Na Figura3.1, A representa aórnea;B ohumoraquoso; C aíris;D oristalino;E os
músulos; F o humor vítreo; G a retina; H a oróidee I a eslera.
A órneaé transparenteavasular,altamenteinervada efaz saliênianaparte anterior
doolho[Gartnerand Haitt,2003℄,pormeio daqualpenetraaluz. Éligeiramenteelíptia,
de mais ou menos 10,5 mm de altura e 11,5 mm de largura. Isso se deve ao fato de que
o limbo, menos transparente, se superpõe um pouo sobre a superfíie anterior da órnea
pelas partes superior e inferior. Vista de trás, a órnea é irular. A espessura é de
aproximadamente0,5 mmna zona entral [Geneser, 2003℄.
Asâmarasanterioreposteriordoolhoontêmumuidolarohamadohumoraquoso
[Stevens and Lowe,2001℄, que é um líquido laro omo a água, om o mesmo índie de
refração e que, depois de ser seretado na âmara posterior pelo orpo iliar, é ltrado
paraa âmaraanterior atravésdapupilae eliminadoatravésdarede trabeulardoângulo
iridoorneano. Sua omposição se diferenia do plasma por seu maior onteúdo de íons
sódio e loro,áido asórbio e aminoáidos livres,entre outras substânias, sendo menor
a onentração de gliose euréia [Geneser, 2003℄.
doolho, uma vez que o diâmetrodapupila é variado. O diâmetrodaíris éde erade 12
mme sua parte mais delgadatem apenas 0,5mmde espessura [Geneser, 2003℄.
O ristalino,ou lente doolho, é um diso transparente bionvexo, exível, onstituído
porélulasepiteliaiseseus produtosde sereção, situadodiretamenteatrásdapupilaom
o objetivode foalizaros raios de luzsobre a retina [Gartnerand Haitt,2003℄.
Omúsuloiliaréonstituídoportrêsfeixesdebrasmusulareslisasqueseinseremde
umladonaeslerae,dooutro,emdiferentesregiõesdoorpoiliar. Umdessesfeixestema
funçãodedistenderaoróide,enquantooutro,quandoontraído,relaxaatensãodo
ristal-ino. Esses movimentos musulares são importantes no meanismo de aomodação visual
para foalizarobjetossituados em diferentes distânias [Junqueira and Carneiro, 1999℄.
O orpo vítreo oupaa avidade do olho quese situa atrás doristalino. Temaspeto
de gellaro,transparenteeapresenta noseu interiorbrilasde olágeno. Seu omponente
prinipal é a água (era de 99%) e gliosaminoglianas altamente hidrólas, emespeial
o áido hialurnio. Suas élulas são fagoitárias e partiipam da síntese do material
extraelular doorpo vítreo [Junqueiraand Carneiro, 1999℄.
A retina é a parte mais interna do olho, é a parte nervosa que ontém as élulas
de-nominadas ones e bastonetes, responsáveis pelafotorreepção [Gartnerand Haitt, 2003℄,
ou seja, reeber ondas de luze onvertê-las em impulsosnervosos, que são transformados
em perepções visuais.
A oróideéaestrutura doolhoqueestá situadaparalelamenteà retinaéintensamente
pigmentada e vasularizadae tem a função de nutrir a retina. Esses pigmentosabsorvem
a luzque hega àretina, evitando sua reexão.
A eslera, o brano do olho, é quase totalmentedestituída de vasos sanguíneos. Ela é
uma amada resistente de teido onjuntivo broso, om era de 1 mm de espessura em
suaparteposterior,torna-semaisdelgadanoequadore,depois,seespessanovamenteperto
da junção om a órnea. É omposta por bras de olágeno dotipo I entrelaçadas om
3.2.2 Propriedades dos materiais do modelo
As propriedades eletromagnétias dos teidos utilizados no modelo foram obtidas
por meio dos seguintes trabalhos: [Gabriel and Gabriel,1996℄, [Gandhi etal., 1996℄,
[DeMaro et al.,2003℄ e[Lazzi et al.,2003℄.
A Tabela3.1eaFigura3.2representam osvalores depermissividaderelativa(
ǫ
r
)paraos teidosque ompõemoolho humano,na faixade freqüênia de 2,5 a100 GHz.
Tabela3.1: Permissividade relativa dos teidos(
ǫ
r
)Freq. Córnea Humor Íris Crista- Músulo Humor Retina Coróide Eslera
GHz Aquoso lino Vítreo
2.5 51.53 68.18 30.09 44.57 52.67 68.18 52.56 58.18 52.56
5.0 47.73 65.81 27.89 41.67 49.54 65.81 49.00 53.95 49.00
6.0 46.23 64.50 27.05 40.44 48.22 64.50 47.51 52.18 47.51
10.0 40.30 57.87 23.78 35.41 42.76 57.87 41.48 45.11 41.48
20.0 28.31 39.59 17.23 25.07 30.95 39.59 29.13 31.01 29.13
30.0 20.90 26.73 13.21 18.64 23.16 26.73 21.47 22.56 21.47
40.0 16.41 19.10 10.76 14.75 18.24 19.10 16.82 17.53 16.82
50.0 13.56 14.54 9.21 12.27 15.04 14.54 13.87 51.00 13.87
60.0 11.65 11.70 8.17 10.61 12.86 11.70 11.88 12.28 11.88
70.0 10.30 9.84 7.44 9.44 11.31 9.84 10.49 10.80 10.49
80.0 9.32 8.57 6.90 8.58 10.17 8.57 9.47 9.73 9.47
90.0 8.57 7.67 6.50 7.94 9.30 7.67 8.70 8.93 8.70
100.0 7.99 7.00 6.18 7.44 8.63 7.01 8.11 8.30 8.11
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
10
20
30
40
50
60
70
Freqüência [GHz]
Permissividade elétrica − Epsilon [F/m]
Permissividade elétrica X Freqüência
A Tabela3.2 ea Figura3.3 representam os valores de ondutividade relativa(
σ
)paraos teidosque ompõemoolho humano,na faixade freqüênia de 2,5 a100 GHz.
Tabela 3.2: Condutividaderelativados teidos (
σ
)Freq. Córnea Humor Íris Crista- Músulo Humor Retina Coróide Eslera
GHz Aquoso lino Vítreo
1.0 1.44 1.67 0.60 0.82 0.98 1.67 1.21 1.58 1.21
2.5 2.33 2.52 1.11 1.54 1.77 2.52 2.07 2.59 2.07
5.0 4.72 5.41 2.43 3.56 4.05 5.41 4.50 5.40 4.50
6.0 5.91 7.01 3.08 4.58 5.20 7.01 5.72 6.80 5.72
10.0 11.33 15.13 6.03 9.26 10.63 15.13 11.31 13.13 11.31
20.0 24.56 37.50 13.22 20.75 24.67 37.50 25.00 28.19 25.00
30.0 34.17 53.24 18.45 29.10 35.49 53.24 34.96 38.80 34.96
40.0 40.77 62.58 22.04 34.83 43.16 62.58 41.79 45.96 41.79
50.0 45.45 68.16 24.59 38.89 48.69 68.16 46.63 51.00 46.63
60.0 48.92 71.63 26.48 41.90 52.83 71.63 50.23 54.72 50.23
70.0 51.61 73.91 27.95 44.23 56.04 73.91 53.00 57.59 53.00
80.0 53.77 75.47 29.12 46.09 58.61 75.47 55.22 59.88 55.22
90.0 55.54 76.58 30.09 47.62 60.72 76.58 57.05 61.77 57.05
100.0 57.04 77.39 30.91 48.91 62.50 77.39 58.59 63.36 58.59
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Freqüência [GHz]
Condutividade Elétrica − Sigma [S/m]
Condutividade elétrica X Freqüência
Humor Aquoso
Humor Vítreo
Coróide
Músculo
Retina
Esclera
Córnea
Cristalino
Íris
A Tabela3.3 representa osvalores dopeso espeío(
ρ
)para os teidosqueompõemo olho humano,na faixa de freqüênia de 2,5 a100 GHz.
Tabela3.3: Peso espeío dos teidos (
ρ
) em(kg/m
3
)
Ar Córnea Humor Íris Crista- Músulo Humor Retina Coróide Eslera
Aquoso lino Vítreo
1.16 1076 1003 1040 1100 1040 1009 1039 1060 1170
Os valores referentes à retina foram onsiderados os mesmos da massa inzenta do
érebro, devidoàgrandequantidadede élulasneuraispresentenaretina. Aspropriedades
do humor aquoso foram onsideradas iguais às do humor vítreo e as da oróide iguais às
do sangue, devido à grande onentração de vasos sanguíneos. Essas onsiderações são
justiadaspelofato de não haverdados experimentaisdos mesmos [Lazzi etal.,2003℄.
3.2.3 Visualização do modelo em 2D
O Modelo em2D pode ser visualizado por meio de um programa que foi desenvolvido
espeialmente para essa nalidade. A Figura 3.4 ilustra o modelo disretizado utilizado
para as simulaçõesem FDTD.
Figura 3.4: Modelo disretizado doolho humano
3.3 Validação do modelo
3.3.1 Introdução
O modelo doolho humano desenvolvidofoi validadopor meio de análisesomparativa
entre a oftalmologia,a histologiaeatlas de anatomiahumana, onformedesritoa seguir.
3.3.2 Comparação om imagens de livros de oftalmologia
O modelo foi desenvolvido de aordo om atlas de anatomiahumana ([Netter, 2004℄ e
[Dangelo and Fattini, 2003℄), ilustrado nas Figuras 3.6 e 3.8, livros de histologiahumana
([Stevens and Lowe,2001℄) demonstradonaFigura3.7e literaturaespeializadaem
oftal-mologia ([Hogan,1971℄), onforme Figura 3.10. Na validação do modelo, utilizam-sedois
tipos de omparações.
A primeiraomparaçãorefere-se àonstituiçãodoolhohumano, ouseja, aosdiferentes
tipos de teidosque ompõemo olho humano.
Nasegunda omparaçãorelaiona-seadimensão doolho humanoedaspartes(teidos)
que oompõem.
Emrelação àonstituiçãodo modelodoolho humano, observa-se quea partirda
om-paração do modelo utilizado, representado pela Figura 3.5, om as Figuras 3.6, 3.7 e 3.8,
todas as estruturas e as posição dos teidos que ompõem o olho desenvolvido estão de
As Figuras3.6 e3.8 representam outrosmodelos disponíveis naliteraturaeque foram
utilizadonodesenvolvimento deste trabalho.
Figura 3.7: Modelo obtido de livro de histologia humana, onforme
[Stevens and Lowe,2001℄
Figura 3.8: Modelo obtido de Atlas de Anatomia Humana, onforme
O segundo tipode omparaçãoé realizadoemrelação às dimensõesdo olho humano e
das partes (teidos), detalhado a seguir.
Observa-se que, a partir da omparação da Figura 3.9 om a Figura 3.10, tanto no
modelo desenvolvido, quanto na literatura, a distâniaentre a entro do olho e a borda é
de 11,5 mm e a distânia entre a parte mais externa da órnea até o ristalino é de 7,8
mm.
Observa-se, também que, em ambos os modelos, a espessura da órnea é de 0,52 mm
na parte entral do olho, a distânia entre a órnea e o ristalino é de aproximadamente
2,6 mm e a espessura da parte entral da íris é de 0,5 mm, onforme desrito no iníio
deste apítulo. Logo, as dimensões das prinipais estruturas e as posição dos teidos
que ompõem o modelo desenvolvido estão de aordo om os modelos apresentados na
literatura.
3.3.3 Conlusão
Com o estudodas validaçõesdomodelo desenvolvidopormeio daanáliseomparativa
entre os livros de oftalmologia, histologia e atlas de anatomia humana, pode-se onluir
Resultados
4.1 Introdução
Neste apítuloosresultados das simulaçõesnumériasobtidosutilizandoo métododas
diferenças nitas no tempo (FDTD) para o álulo da taxade absorção espeía (SAR)
noolho humanosão apresentados.
Iniialmente,apresenta-seadeniçãodoproblemaaserresolvido,oqualonsisteemum
modeloemduas dimensões(2D)doolhohumanoirradiadoporumaonda eletromagnétia
plana.
Posteriormente,disute-seosresultadosaluladosdeSARparafontesdeondaplanade
100,500e1.000
mW/m
2
emadaum dosteidosqueompõemomodelodoolhohumano.
Osvaloresde SARsão omparadosom os valores denidos por normasinternaionais de
segurança.
Finalmente, apresentam-se as omparações om trabalhos desenvolvidos por outros
4.2 Denição do problema
Omodeloomputaionaldesenvolvidoreferenteaoolhohumanoeafonte,representada
porumaonda plana,éilustradonaFigura4.1. Oolho humano(onstituiçãoedimensões)
foi modelado onforme desrito no apítulo anterior. A fonte de ampo eletromagnétio
foi implementada omo uma onda plana, om densidade de potênia de 100, 500 e 1.000
mW/m
2
e freqüênias de 2,5 GHz, 5GHz, 6 GHz, 10GHz a 100 GHzem intervalode 10
GHz.
O domínio bidimensional (2D) apresenta dimensões que são denidas em função da
freqüênia de estudo. Com o intuito de minimizar as reexões espúrias na bordas do
domínio,utiliza-seumomprimentodeonda
λ
omodistâniamínimaentreoolhohumano,afonteeoslimitesdomodelo,omoindiadonaFigura4.1. Esse domínioomputaionalé
O olho humano representado no domínio desrito na Figura 4.1 é omposto por uma
malha de 190.496élulas, segundo a desrição apresentada no apítuloanterior.
A Tabela4.1ilustraaquantidadede élulasutilizadasnarepresentaçãode ada teido
doolho humano.
Tabela4.1: Quantidade de élulas para representarada teido
Teido Número de élulas
Córnea 3.444
HumorAquoso 11.550
Íris 1.356
Crista 15.254
Músulo 2.834
HumorVítreo 115.116
Retina 7.978
Coróide 11.292
Eslera 21.672
A Tabela4.2apresenta a variação dotamanhototal do domínioem estudo,de aordo
om a variação da freqüênia, mantendo-se um omprimento de onda
λ
omo distâniamínimaentre oolho humano,a fonte eos limites dodomínio.
Tabela4.2: Dimensõesdo domínioomputaionalemestudo (número de élulas)
Freq.(GHz) EixoX EixoY Total
2.5 5.300 7.700 40.810.000
5.0 2.900 4.100 11.890.000
6.0 2.500 3.500 8.750.000
10.0 1.700 2.300 3.910.000
20.0 1.100 1.400 1.540.000
30.0 900 1.100 990.000
40.0 800 950 760.000
50.0 740 860 636.400
60.0 700 800 560.000
70.0 672 758 509.376
80.0 650 725 471.250
4.3 Resultados para fonte de 100 mW/m
2
Emrelaçãoàórnea,observa-sequeaSARmédiaapresentaoomportamentoresente
om o aumento da freqüênia, hegando a 41,44 mW/kg em 100 GHz, não alançando o
limite estabeleidopelas normas que é de 80mW/kg. Quanto à SAR máxima, veria-se
também que há resimento à medida que se inrementa a freqüênia, hegando ao valor
máximo de 529,33 mW/kg em 100 GHz, ando abaixo dos 2.000 mW/kg denido pelas
normas,onforme Figura4.2.
Esseomportamentoobservado,tantoparaaSARmédia,quantoparaaSARmáxima,é
devido aoaumentodaondutividadenaórneaom oinrementodafreqüênia,passando
de 0,5 S/M em 2,5 GHz para 60 S/M em 100 GHz, de aordo om a Figura 3.3. Tal
fato implia diretamente o aumento do ampo elétrio (E) e onseqüentemente da SAR,
onforme já apresentado anteriormentenaEquação 2.43.
2.5 56 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
10
20
30
40
SAR média − Córnea − Potência de 100 mW/m
2
Freqüência [GHz]
SAR [mW/kg]
(a) SARmédia
2.5 56 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
100
200
300
400
500
SAR máxima − Córnea − Potência de 100 mW/m
2
Freqüência [GHz]
SAR [mW/kg]
(b) SARmáxima
Osvaloresenontradosnohumoraquoso,tantodeSARmédiaquantodeSARmáxima,
estão abaixo dos limites denidos pelas normas, omo indiado na Figura 4.3. No humor
aquoso, a SAR média rese até o valor de 3,70 mW/kg, em 10 GHz. A partir dessa
freqüênia, o valor da SAR derese, hegando ao menor valor de 0,41 mW/kg, em 100
GHz. Jáa SAR máximaapresenta resimentoalançando 32,43 mW/kg em20 GHz,em
seguidaoorreum deresimentoaté atingir umamédia de 20mW/kg paraas freqüênias
superiores a50 GHz.
Esse omportamento é expliado devido ao fato de que para as freqüênias iniiais o
valor daondutividade nos teidos émenor. Isso permite que o ampo elétrio hegue ao
humor aquosoom maiorintensidade, emrelaçãoàsfreqüêniasmais altas. Comoampo
elétrio hegando ao humor aquoso e ovalordaondutividade dos teidos aumentando, o
valor da SAR média tende a reser. Tal fato oorre para as freqüênias menores que 10
GHz.
Com o inremento da freqüênia, a ondutividade dos teidos rese ainda mais
im-pedindo que o ampo elétrio hegue ao humor aquoso, por já ter sido absorvido
anteri-ormente pela órnea. Nesse ponto,o aumento daondutividade devido aoinremento da
freqüênia não inuenia no valor daSAR média, poiso valor doampo elétrioreebido
diminuidevidoaoefeitoblindagem,quefazomqueesseamposejaabsorvidopelaórnea
hegando om menorintensidade aohumor aquoso.
AnalisandooomportamentodaSARmáxima,veria-se queosvalores maiselevados
são devidoaofatode osteidosdohumor aquosoestarempróximosdos teidosdaórnea,
2.5 56 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
1
2
3
4
SAR média − Humor Aquoso − Potência de 100 mW/m
2
Freqüência [GHz]
SAR [mW/kg]
(a) SARmédia
2.5 56 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
5
10
15
20
25
30
SAR máxima − Humor Aquoso − Potência de 100 mW/m
2
Freqüência [GHz]
SAR [mW/kg]
(b) SARmáxima
Figura 4.3: Humor Aquoso - Fontede 100 mW/m
Os valores de SAR média e SAR máxima enontrados na írisestão abaixo dos limites
estabeleidos pelas normas, onforme Figura 4.4. Veria-se que o maior valor da SAR
média é de 1,97 mW/kg e oorre em 6 GHz. A partir dessa freqüênia o valor da SAR
médiadesressehegando a0,02mW/kg,em100GHz. ParaaSARmáxima,omaiorvalor
é de 11,05 mW/kg em 20 GHze derese até 1,66 mW/kg,em100 GHz.
A írisapresenta o omportamento semelhanteao do humor aquoso. Oampo elétrio
inidenaírisom maiorintensidadenas freqüênias maisbaixas, apresentando osmaiores
valores da SAR. À medida que se inrementa a freqüênia, a ondutividade dos teidos
rese fazendo om que o ampo elétrio hegue à íris om menor intensidade, por já ter
sido absorvido nos teidos anteriores.
No omportamentoda SARmáxima,observa-se queosvaloreselevados são expliados
pelofato de existirem teidosdaírisque estão próximosdos teidosda órneaeda região
domúsulo,que devido à posição em quese enontram reebemom maior intensidade o
ampoelétrio.
2.5 56 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
0.5
1
1.5
2
2.5
SAR média − Íris − Potência de 100 mW/m
2
Freqüência [GHz]
SAR [mW/kg]
(a) SARmédia
2.5 56 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
2
4
6
8
10
12
SAR máxima − Íris − Potência de 100 mW/m
2
Freqüência [GHz]
SAR [mW/kg]
(b) SARmáxima