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Tradução e validação para a língua portuguesa do questionário de qualidade de vida IQOL (Incontinence Quality of Life Questionnaire), em mulheres brasileiras com incontinência urinária

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CAROLINA CHAVES DA CUNHA E SOUZA

TRADUÇÃO E VALIDAÇÃO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO

QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA IQOL (INCONTINENCE

QUALITY OF LIFE QUESTIONNAIRE), EM MULHERES

BRASILEIRAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Ciências.

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CAROLINA CHAVES DA CUNHA E SOUZA

TRADUÇÃO E VALIDAÇÃO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO

QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA IQOL (INCONTINENCE

QUALITY OF LIFE QUESTIONNAIRE), EM MULHERES

BRASILEIRAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Ciências

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Aquino de Castro

Co-orientador: Prof. Dr. Manoel João Batista Castello Girão

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Cunha e Souza, Carolina Chaves da

Tradução e validação para a língua portuguesa do

questionário de qualidade de vida IQOL (Incontinence Quality of Life Questionnaire), em mulheres brasileiras com incontinência urinária. / Carolina Chaves da Cunha e Souza. -- São Paulo, 2009.

x, 52f.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ginecologia.

Título em inglês: Portuguese Validation of the Urinary Incontinence- Specific Quality -of-Life: I-QOL.

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iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

Departamento de Ginecologia

Chefe Do Departamento:

Prof. Dr. Afonso Celso Pinto Nazário

(5)

iv

Dedicatória

A Deus, força propulsora de toda a vida.

Aos meus pais, Eleazar (in memorian) e Rosa,

por todo o amor e exemplo de vida, sempre!

Às minhas irmãs, Manú, Juca e Lalo,

pelo companheirismo fiel e incondicional.

A você, Roberto, pelo grande amor que despertou em mim.

Aos meus cunhados, Luiz e Renan, irmãos queridos que ganhei da vida!

À Yasmin e meu querido afilhado Marcel,

símbolos da continuação do amor da nossa família.

Aos meus avós, tios e primos,

responsáveis maiores por toda a feliz noção que eu tenho desse

primeiro estágio de convivência na sociedade, que é a família.

Aos meus amigos, companheiros queridos

que só tem somado na minha existência!

À Elza, um dos maiores exemplos de sensibilidade e amor que conheci,

grande presente da vida pra mim.

E como não poderia deixar de ser, ao mestre e amigo,

(6)

v

Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Manoel João Batista Girão, pela oportunidade que me concedeu de participar da sua equipe e crescer profissionalmente.

À Profa. Dra. Marair Gracio Ferreira Sartori, pelo exemplo vivo de vida e pela profissional que é.

Ao Dr. Rodrigo de Aquino Castro, por todo o incentivo e paciência com que pude contar sempre!

Ao antigo grupo “A”, com o qual tive o prazer de trabalhar e compartilhar momentos agradáveis.

À Dra. Letícia, Dr. Sérgio e Dr. Del Roy, por tudo que me ensinaram no ambulatório de Uroginecologia.

Às minhas grandes amigas, Andrea, Cris, Marcinha e Gabrila, exemplos de profissionais, pessoas que tive a sorte de conhecer.

Aos funcionários do Departamento de Ginecologia, em especial, à Karim Martins dos Santos, pela paciência, dedicação e amor com que realiza o seu trabalho.

Aos funcionários do Ambulatório de Uroginecologia, em especial, Carol e Dirce, pela ajuda e incentivo na realização deste trabalho.

À Ana Paula Scavacini, pelos ensinamentos e pela amizade.

(7)

vi

Sumário

Dedicatória... iv

Agradecimentos... v

Lista de tabelas... vii

Lista de anexos... viii

Lista de abreviaturas e siglas... ix

Resumo... x

1. INTRODUÇÃO... 1

2. PROPOSIÇÃO... 8

3. MÉTODOS... 10

4. RESULTADOS... 14

5. DISCUSSÃO... 22

6. CONCLUSÃO... 27

7. ANEXOS... 29

8. REFERÊNCIAS... 47

(8)

vii

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Características gerais da população estudada... 16

Tabela 2 – Variáveis descritivas da amostra estudada (n=50)... 17

Tabela 3 – Escore e propriedades psicométricas do I-QOL encontrados no Brasil e em outros países... 18

Tabela 4 – Validade convergente do I-QOL. Comparação entre os domínios do trabalho e os domínios do questionário King´s Health... 19

Tabela 5 – Correlação entre os escores dos dois diferentes métodos de

administração do I-QOL depois de duas semanas de intervalo... 20

Tabela 6 – Validade do Constructo: análise descritiva e comparação dos

(9)

viii

Lista de Anexos

Anexo 1 – Permissão do autor do IQOL para a sua tradução e adaptação... 30

Anexo 2 – Parecer do Comitê de ética em Pesquisa da UNIFESP... 31

Anexo 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... 33

Anexo 4 – Versão final do IQOL... 35

Anexo 5 – Publicação do artigo de tradução e validação do IQOL para o

(10)

ix

Lista de abreviaturas e siglas

ALB Avoidance and Limiting Behavior ANOVA Análise de Variância

ICC Coeficiente de Correlação Intraclasse ICS Sociedade Internacional de Continência IIQ Incontinence impact questionnaire

IQOL Incontinence Specific Quality of Life Instrument IU Incontinência urinária

KHQ King´s Health Questionnaire

NAFC Associação Nacional de Continência OMS Organização Mundial de Saúde PI Psychosocial Impact

QV Qualidade de vida SE Social Embarrassment

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x

Resumo

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2 Introdução

A incontinência urinária (IU) é uma condição comum que afeta 19% da população com mais de 60 anos (Offermans et al, 2009). É definida pela Sociedade Internacional de Continência como qualquer perda involuntária de urina (Abrams et al, 2003) e está associada a um decréscimo importante na qualidade de vida, com custo social estimado de U$ 26,3 bilhões anualmente (Patrick et al, 1999a; Melville et al, 2005).

A Associação Nacional de Continência (NAFC) situada na Carolina do Sul, Estados Unidos, em 2008, relatou as conseqüências psicológicas da IU, como depressão, isolamento, diminuição da auto-estima e dificuldades no trabalho. Deste modo, há que considerar que os custos com incontinência urinária vão além dos custos diretos e incluir também no cálculo os gastos indiretos com as seqüelas psicológicas (Ward-Smith, 2009).

A prevalência relatada nas mulheres varia amplamente entre os trabalhos, devido às diferentes definições e à heterogeneidade dos estudos populacionais (Milson, 2009). Entretanto, sabe-se que aumenta exponencialmente com o envelhecimento da população. Em revisão recente de 36 estudos populacionais realizados em 17 países, a prevalência da incontinência urinária variou de 5% a 69%, com a maioria deles relatando prevalência no intervalo de 25%-45% (Hunskaar et al, 2005; Milson, 2009).

Nas mulheres, são fatores de risco conhecidos a idade, raça, número de partos, índice de massa corpórea, estado hormonal e histerectomia (Minassian et al, 2008). A influência de outros fatores como tabagismo, diabetes e depressão ainda é controverso (Melville et al, 2005).

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Introdução

Inúmeras teorias tentam explicar a fisiopatologia da IU. DeLancey (1994) acredita que a uretra repousa sobre uma rede de sustentação formada pela parede vaginal anterior e pela fáscia endopélvica e que esta estaria ligada a duas estruturas laterais, o arco tendíneo da fáscia endopélvica e o músculo levantador do ânus, que determinariam sua estabilidade. Nos momentos de aumento da pressão abdominal, a uretra seria jogada contra esta rede de sustentação, ocluindo sua luz. Qualquer lesão nesta rede levaria à incontinência urinária.

O diagnóstico da IU urinária se inicia com uma anamnese minuciosa, que busque caracterizar as queixas da paciente e a pesquisa dos fatores conhecidos como de risco para a doença. No exame físico serão feitos avaliação neurológica geral e específica e exame ginecológico. O diário miccional e o Pad Test são avaliações complementares que visam quantificar e auxiliar o diagnóstico da IU (Palma, Netto Jr., 2005).

A cistometria e o estudo urodinâmico também são utilizados como exames adicionais que avaliam ainda mais as condições de perda de urina e devem ser usados em pacientes com recidiva ou persistência dos sintomas de incontinência urinária, presença de sintomas atípicos, na menopausa, com cirurgia pélvica extensa ou submetidas à radioterapia (Palma, Netto Jr., 2005).

O tratamento da IU pode variar e, dependendo do grau e tipo da doença, pode ser clínico e cirúrgico. O tratamento clínico inclui o uso de medicações e fisioterapia.

As técnicas fisioterápicas incluem o uso de cones vaginais, eletroestimulação do assoalho pélvico e os exercícios perineais (Girão et al, 2002).

(15)

4 Introdução

que essas drogas trazem melhora estatisticamente significativa na sintomatologia e ainda, melhora moderada na qualidade de vida relatada pelas pacientes (Nabi et al, 2008; Ward-Smith, 2009).

O tratamento cirúrgico compreende: 1) suspensão retropúbica, 2) slings suburetrais e 3) injeções uretrais. Basicamente, a suspensão retropúbica eleva o colo vesical quando ele se deslocou da sua posição inicial. Os slings suburetrais provêm um suporte para a uretra, evitando seu deslocamento e corrigindo sua posição original. As injeções periuretrais são recomendadas nas falhas cirúrgicas ou quando não podem ser executadas. Substâncias injetadas ao redor do tecido uretral têm a função de reduzir temporariamente (por meses ou anos) o diâmetro da uretra, o que confere à paciente a habilidade de conter a urina (Ward-Smith, 2009). Hoje em dia, os slings minimamente invasivos têm sido considerados o padrão ouro no tratamento da IU. (Ogah et al, 2009)

Em 1979, Surtherst foi o primeiro autor a relatar que IU afetava adversamente relações sexuais de pacientes com desordens do trato urinário (Kondo et al, 1992). A partir de então, a mensuração de aspectos não clínicos na avaliação do tratamento da IU têm sido amplamente usadas.

A busca pelo significado do termo Qualidade de vida (QV) parece ser tão antiga quanto a civilização. Diferentes referenciais filosóficos, desde a antiguidade, conceituam o que seja vida com qualidade. Segundo a visão de Aristóteles, a vida com qualidade referia-se aos sentimentos relacionados com a felicidade, realização e plenitude (Bayley, 1988; Painter, 1994; Diniz, Schor, 2006).

Os vários significados atribuídos para a QV estão de acordo com as perspectivas econômica, demográfica, antropológica, bioética e, mais recentemente, ambiental e de saúde pública (Diniz, Schor, 2006).

(16)

Introdução

Duas tendências quanto à conceituação do termo na área da saúde são identificadas: QV como um conceito mais genérico e QV relacionada à saúde - QVRS (Health - Related Quality of Life - HRQOL). Além dos aspectos associados às enfermidades e intervenções em saúde, a QV apresenta, no primeiro caso, uma acepção mais ampla, aparentemente influenciada por estudos sociológicos, sem fazer referência a disfunções ou agravos, que são os aspectos mais abordados na QVRS (Hag et al, 1991).

A medida de QRVS é um fenômeno emergente na literatura médica, com uma história de aproximadamente três décadas. Boa parte das pesquisas abrange esse fenômeno e se concentra na complexidade, na comparação com os indicadores clínicos habituais e na crença sobre a utilidade, especialmente na prática clínica(Hag et al, 1991).

Alguns autores acreditam que a introdução da QV na área da saúde possivelmente tenha sido decorrente de três fatores. O primeiro foi o grande avanço tecnológico que propiciou maiores possibilidades para a recuperação da saúde e prolongamento da vida; o segundo fator consiste na mudança do panorama epidemiológico das doenças, sendo que o perfil dominante passou a ser o das doenças crônicas; o terceiro fator trata da tendência de mudança sobre a visão do ser humano, antes visto como organismo biológico que deveria ser reparado e, hoje, como um agente social (Hag et al, 1991)

Alguns autores definem QV como um conceito multidimensional. Por isso existe um consenso em relação às dimensões que esse conceito deve incluir: a doença, o estado funcional (incluindo as funções físicas, psicológicas e sociais) e as percepções de saúde (Patrick, Berner, 1990; Hag et al, 1991).

(17)

6 Introdução

Quando um instrumento inclui grande parte das dimensões que compõem a QV, é chamado de genérico; à medida que se concentra em um aspecto particular (por exemplo, função física), é chamado de específico. Os instrumentos genéricos têm sido utilizados nos últimos 20 anos em diversas publicações. Uma de suas características fundamentais é permitir avaliar também a população geral, podendo ser utilizada como referência para interpretar as pontuações. Por outro lado, estão aparecendo inúmeros instrumentos específicos que poderão facilitar tanto a padronização e quantificação da medida dos sintomas e seu impacto como a precisão das medidas no momento de valorizar os efeitos dos tratamentos (Hag et al, 1991).

Na publicação Directory of instruments to measure quality of life and correlate areas, de 1998, foram identificados 446 instrumentos utilizados para avaliação da QV, num período de 60 anos, sendo que 322 destes apareceram na literatura a partir dos anos de 1980. O acentuado crescimento nas últimas duas décadas atesta os esforços voltados para o amadurecimento conceitual e metodológico do uso do termo na linguagem científica (Patrick, Berner, 1990; Diniz, Schor, 2006).

A maioria dos instrumentos de medida da QV foi elaborada seguindo o modelo de avaliação psicométrica baseado na capacidade dos indivíduos em discernir estímulos de diferentes intensidades. A teoria das provas (Classical Test Theory), que é o enfoque predominante em psicometria, assume que um conceito unidimensional latente não observado objetivamente, como a dor, pode ser medido por meio de observações concretas. Cada item proporciona uma estimativa da característica latente e quanto maior número de itens, mais precisa será a estimativa dessa característica (Diniz, Schor, 2006).

(18)

Introdução

apresentam resultados semelhantes, depois da administração repetida do questionário. E a responsividade se refere à propriedade que um questionário tem de detectar efeitos do tratamento e de detectar alterações significativas no quadro clínico (Diniz, Schor, 2006).

Nas recomendações para normatização das medidas de resultados em pesquisa em mulheres adultas com sintomas de disfunção do trato urinário inferior, o Comitê de Normatização da Sociedade Internacional de Continência (ICS) considera que a incontinência urinária tem impacto na qualidade de vida da mulher e sugere que questionários confiáveis e sensíveis sejam usados nas avaliações dos tratamentos de IU (Lose et al, 1998; Ross et al, 2006).

Ross et al (2006), em revisão recente de artigos em inglês publicados no período de 1966 a 2004, observaram que o questionário IQOL foi um dos mais utilizados, juntamente com o IIQ (Incontinence impact questionnaire) e UDI (Urogenital Distress Inventory), e recomendam o seu uso para facilitar a comparação entre estudos de países distintos.

O questionário IQOL (Incontinence Quality of Life) é um instrumento específico para pacientes com incontinência urinária. Foi elaborado com o objetivo de refletir o impacto na vida diária de pessoas que apresentam incontinência urinária e ser usado em estudos epidemiológicos, “trials” clínicos e avaliações de programas (Patrick et al, 1999b). Foi desenvolvido em inglês, mas pela sua praticidade e simplicidade já foi traduzido e utilizado em pelo menos 15 idiomas diferentes.

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(20)

Proposição

(21)
(22)

Métodos

Foi solicitada ao autor do questionário original a permissão para a realização deste trabalho (Anexo 1). O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Anexo 2). Todas as pacientes preencheram o Termo de Consentimento Informado e aceitaram participar do estudo (Anexo 3).

O I-QOL é um questionário que avalia a qualidade de vida em pacientes com incontinência urinária de esforço. Ele contém 22 perguntas divididas em três domínios, a saber: ALB (avoidance and limiting behavior) - limitação de comportamento, PI (psychosocial impact) - impacto psicológico e SE (social embarrassment) - embaraço social. Para cada pergunta existem cinco respostas possíveis, cujos escores são transformados em uma escala de 0 a 100, para melhor interpretação. Quanto maior o escore, melhor a qualidade de vida (Patrick et al, 1999c).

O processo de tradução e validação respeitou critérios internacionais, propostos por Guillemin (Guillemin et al, 1993).

Dois professores de inglês, independentes, brasileiros e cientes do propósito do trabalho produziram as duas versões iniciais para o português do questionário. Após reunião para discussão das diferenças entre os pesquisadores envolvidos a versão 1 foi produzida.

Em seguida, esta mesma versão foi vertida para a língua original por outros dois tradutores de inglês, nativos e o resultado comparado com o questionário original. As diferenças encontradas foram debatidas e assim formada a versão 2, que foi então aplicada a 20 pacientes. As questões com índice de “não aplicável” ou “não compreendida” superior a 15% deveriam ser modificadas, criando então uma terceira variante do questionário (Anexo 4).

(23)

12 Métodos

atividade relacionada ao esforço. Pacientes com dificuldades de conter urina até que pudessem chegar ao toalete foram classificadas como portadoras de urge-incontinência e pacientes com sintomas pertencentes às duas classificações foram definidas como pacientes com incontinência mista.

Pacientes gestantes, puérperas e pacientes com infecção urinária ou doenças neurológicas crônicas não foram incluídas neste estudo.

O I-QOL foi comparado ao King´s Health Questionnaire, outro questionário já validado para o português (Fonseca et al, 2005). Ele contém 30 questões divididas em nove domínios (percepção da saúde, impacto da incontinência, limitação das atividades, limitação física, limitação social, relacionamento pessoal, emoções, sono e energia e medidas de gravidade). Os escores das questões são transformados numa escala de 0 a 100, com escores maiores significando pior qualidade de vida.

O estudo consistiu em duas etapas, sendo que a primeira foi presencial, com coleta dos dados epidemiológicos, aplicação dos dois questionários na forma de entrevista e exame físico. A segunda etapa se deu aproximadamente 15 dias após a primeira, com a aplicação do I-QOL por telefone.

As análises estatísticas foram feitas usando o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS v16.0; Chicago, IL, USA).

A validade do constructo avalia se o instrumento apresenta relações apropriadas com outras variáveis e medidas. Em outras palavras, se as medidas do instrumento se correlacionam ou estão de acordo com outros testes ou medidas do mesmo constructo (validade convergente) e ainda, se tem pouca ou nenhuma relação com diferentes constructos (validade discriminante ou divergente) (Barber, 2007).

(24)

Métodos

A habilidade do I-QOL em discriminar grupos foi medida comparando os episódios de noctúria, tempo de doença e o uso e a frequência de trocas de absorventes. Foi usada a análise de variância ANOVA para as comparações (Patrick et al, 1999a).

Como em outros trabalhos de validação (Patrick et al, 1999a), a reprodutibilidade (teste/reteste) foi avaliada após duas semanas de intervalo entre as entrevistas, usando o Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC), já que é uma medida de força de associação que determina a estabilidade dos escores no tempo. Os valores podem variar entre 0 e 1, e o mínimo aceitável para comparação entre os grupos é de 0,7 (Cronbach, 1951; Deyo et al, 1991; Patrick et al, 1999a).

A consistência interna avalia a extensão na qual os itens em uma escala se relacionam com os outros. Utilizou- se o coeficiente alfa de Cronbach (valores maiores que 0,7 indicam uma correlação adequada) (Barber, 2007).

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(26)

Resultados

O estudo foi realizado no período de fevereiro de 2007 a abril de 2008 no Serviço de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal da Universidade Federal de São Paulo.

Ao todo, 70 mulheres participaram deste estudo transversal e observacional. Destas, 20 foram recrutadas para o processo de tradução e adaptação cultural e 50, da etapa de validação em si. As expressões “preocupo-me” e “minha incontinência” foram substituídas na versão final do questionário por “você se preocupa” e “seu problema de perda de urina”, respectivamente.

Os dados concernentes ao tempo de doença, severidade e tipo de incontinência, bem como os dados sociodemográficos estão expostos nas tabelas 1 e 2.

A média de idade das pacientes foi de 55,58 anos (intervalo de 40 a 70 anos). A maioria delas se declarou pertencente à raça branca (58%) e são casadas ou vivem em regime de união estável (54%). A maioria das pacientes estudadas completou o ensino fundamental (56%), seguido por outras 15 (30%) que completaram o ensino médio. Quatro mulheres eram analfabetas e outras três (6%) completaram o ensino superior.

O número médio de gestações foi três (intervalo de 0 a 8), o número médio de partos vaginais foi dois (intervalo de 0 a 7) e o número de partos cesariana foi, em média, 0,68 (intervalo de 0 a 5).

De acordo com os sintomas relatados pelas pacientes, 78% delas apresentavam incontinência urinária de esforço e 22%, incontinência mista. Cerca de 66% delas usavam absorventes diariamente e o número médio de trocas de absorventes era de 1,38 (intervalo de 0 a 10).

(27)

16 Resultados

Tabela 1 – Características gerais da população estudada

Pacientes

Nº (%)

Raça (n=50)

Branca 29 58

Parda 19 38

Negro 2 4

Estado civil (n=50)

Solteiro 11 22

Casado/união estável 27 54

Outros 12 24

Escolaridade (n=50)

Analfabetos 4 8

Ensino fundamental 28 56

Ensino médio 15 30

Ensino superior 3 6

Atividade Remunerada (n=50)

Sem atividade remunerada/ doméstica 29 58

Aposentado 4 8

Outros vínculos empregatícios 17 34

Tempo de incontinência (anos) (n=50)

< 1 7 14

1 – 5 23 46

6 – 10 8 16

> 10 12 24

Tipo de incontinência (n=50)

Esforço 39 78

Mista 11 22

Prolapso genital*

Sem prolapso 28 56

Grau 1 11 22

Grau 2 10 20

Grau 3 01 2

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Resultados

Tabela 2 – Variáveis descritivas da amostra estudada (n=50)

Variáveis Média SD Mediana Intervalo

Idade 55,58 8,33 56,5 40-73

Número de gestações 3,44 1,85 3 0-8

Partos vaginais 2,22 1,80 2 0-7

Partos cesarianas 0,68 1,04 0 0-5

Partos fórceps 0,12 0,33 0 0-1

Números de micções noturnas 2,14 1,48 2 0-5 Número de micções diurnas 8,04 5,27 6 2-20 Número de trocas de absorventes 1,38 1,97 1 0-10

Tempo de Incontinência 7 6,57 5 1-28

As propriedades psicométricas encontradas no trabalho estão apresentadas na tabela 3, onde também pode-se observar os dados encontrados em outros estudos de validação do I-QOL para diferentes idiomas.

A consistência interna encontrada, medida pelo coeficiente alfa de Cronbach, foi de 0,93, indicando um valor muito bom. A reprodutibilidade aferida usando o Coeficiente de Correlação Intraclasses (ICC) após um período de duas semanas foi de 0,88 (intervalo de 13 a 17 dias).

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18 Resultados

Tabela 3 – Escore e propriedades psicométricas do I-QOL encontrados no Brasil e em outros países*. Todos com valores de p <0,05

Brasil França Espanha Suécia Alemanha EUA

Escore

Escore total 68,76 62,6 41,7 66,2 50,7 62,3

ALB 24,70 59,2 41,6 62,7 44,3 57,8

PI 32,12 54,1 25,3 55,7 41,1 49,8

SE 11,94 70,3 50,9 75,2 61,7 73,2

Consistência interna Alfa de Cronbach

Total I-QOL 0,93 0,95 0,92 0,94 0,95 0,95

ALB 0,83 0,90 0,78 0,84 0,85 0,87

PI 0,86 0,91 0,90 0,92 0,93 0,93

SE 0,76 0,86 0,79 0,86 0,86 0,91

Reprodutibilidade (teste-reteste) Coeficiente de correlação intraclasse (ICC)

Total I-QOL 0,88 0,93 0,87 0,90 0,89 0,91

ALB 0,86 0,88 0,76 0,91 0,89 0,87

PI 0,83 0,94 0,86 0,86 0,89 0,91

SE 0,79 0,84 0,86 0,85 0,85 0,88

*Os dados encontrados em outros países foram relatados por Patrick et al, 1999a

O domínio “limitação de comportamento” mostrou forte correlação com o domínio “medidas de gravidade” e correlação moderada com os itens “impacto da incontinência”, “limitação das atividades diárias”, “limitação física” e “emoções”.

O domínio “impacto psicossocial” mostrou moderada correlação com os aspectos “percepção da saúde”, “impacto da incontinência”, “limitação das atividades diárias”, “limitação física”, “relacionamento pessoal”, “emoções”, “sono/ energia”, “medidas de gravidade”.

(30)

Resultados

Tabela 4 – Validade convergente do I-QOL. Comparação entre os domínios do trabalho e os domínios do questionário King´s Health Percepção da saúde Impacto da incontinência Limitação das atividades diárias Limitação física Limitação social Relacionamento

pessoal Emoções

Sono / energia

Medidas de gravidade

ALB R -0,10 -0,51 -0,54 -0,55 -0,56 -0,23 -0,69 -0,33 -0,72

Valor de p 0,51* 0,0002 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,20* <0,0001 0,02 <0,0001

PI R -0,35 -0,62 -0,50 -0,62 -0,69 -0,36 -0,69 -0,44 -0,59

Valor de p 0,01 <0,0001 0,0003 <0,0001 <0,0001 0,04 <0,0001 0,001 <0,0001

SE R -0,08 -0,54 -0,49 -0,44 -0,48 -0,18 -0,65 -0,30 -0,63

Valor de p 0,57* 0,0001 0,0003 0,001 0,0005 0,32* <0,0001 0,03 <0,0001

TOTAL R -0,22 -0,60 -0,55 -0,60 -0,64 -0,30 -0,73 -0,40 -0,69

Valor de p 0,13* <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,09* <0,0001 0,004 <0,0001

ALB ( avoidance and limiting behavior)- limitação de comportamento; PI ( psychosocial embarrassment)- impacto psicossocial; SE (social embarrassment)- embaraço social.

*Estatisticamente insignificante;

** Foi usado coeficiente de Pearson para avaliar o grau de correlação entre os dois questionários. Todas as correlações possíveis foram consideradas, não necessariamente

domínios afins. Somente associações com p<0.05 foram considerados estatisticamente significativas;

(31)

20 Resultados

A habilidade do I-QOL em discriminar entre diferentes grupos foi medida comparando a média dos escores e medidas de gravidade (tempo de incontinência, número de micções diurnas e noturnas e uso e frequência de trocas de absorventes higiênicos). De acordo com o demonstrado na tabela 6, o I-QOL conseguiu discriminar entre diferentes níveis de medidas de gravidade. A despeito de observarmos uma qualidade de vida pior em mulheres com maior número de micções e, consequentemente, com maior número de trocas de absorventes, apenas nesta última os dados encontrados foram estatisticamente significativos, devido ao tamanho da amostra estudada.

A administração do questionário por meio de dois métodos distintos não resultou em diferenças significativas, como esperado. A tabela 5 mostra a relação entre os escores dos domínios e os escores totais obtidos após cada administração.

Tabela 5 – Correlação entre os escores dos dois diferentes métodos de administração do I-QOL depois de duas semanas de intervalo

Escores do I-QOL por domínios Administração por entrevista Administração por telefone Coeficiente de Pearson

Valor de p

Limitação de comportamento

24,70 24,34 0,86 <0,0001*

Impacto psicossocial 32,12 32,42 0,83 <0,0001*

Embaraço social 11,94 12,82 0,81 <0,0001*

Escore total 68,76 69,58 0,88 <0,0001*

(32)

Resultados

Tabela 6 – Validade do Constructo: análise descritiva e comparação dos escores do I-QOL e medidas de gravidade (teste ANOVA)

Grupos N Escore médio DP Mediana Intervalo F p

Frequência de micções diárias

1-4 13 78 16,7 79 47-102 2,99 0,06

5-10 22 70,7 20,1 73 26-106

>10 15 60,6 19,3 55 26-92

Total 50 69,6 19,8 72 26-106

Frequência de micções noturnas

0-1 19 76,2 19,5 81 38-106 3,05 0,06

2 11 72,7 13,9 72 47-97

>2 20 61,7 20,8 64,5 26-102

Total 50 69,6 19,8 72 26-106

Número de trocas de absorventes

0 22 72,7 18,2 72 45-106 6,44 0,003

1-3 22 73,2 16,8 75 38-97

≥4 6 45 20,8 38,5 26-76

Total 50 69,6 19,8 72 26-106

Tempo de incontinência (anos)

< 1 7 74,6 22,3 82 26-92 0,26 0,85

1-5 23 67,7 20,5 67 37-106

> 5-10 8 72,1 17,8 73,5 47-97

> 10 12 68,7 20 67,5 26-97

Total 50 69,6 19,8 72 26-106

Uso de absorventes

Não 22 72,7 18,2 72 45-106 0,97 0,85

Sim 28 67,1 20,9 71,5 26-97

Total 50 69,6 19,8 72 26-106

(33)
(34)

Discussão

Estudos prévios mostraram que as mulheres que apresentam IU apresentam impacto na sua qualidade de vida, com repercussões econômicas e sociais (Patrick, 1999a).

Lenderking et al (1996) citam frequentes danos em atividades físicas e sociais, impacto psicológico, como ansiedade, distúrbios do sono e interferências em relações interpessoais.

Nos Estados Unidos, os custos individuais de pacientes com incontinência urinária incluem o tratamento em si, faltas no trabalho, disponibilização de banheiros e custos com lavanderias (Lenderking et al, 1996).

Apesar de a anamnese desempenhar um papel importante na avaliação dos sintomas das pacientes e da repercussão deles na sua vida, quando se deseja quantificar objetivamente e de maneira reprodutível, a história clínica pode ser problemática porque varia com cada médico e paciente. O melhor método para avaliar a presença, severidade e impacto de um sintoma ou condição nas atividades de um paciente é pelo do uso de questionários (Naughton et al, 2004).

O IQOL foi originalmente produzido em inglês e hoje é um dos questionários mais usados em “trials” clínicos (Ross et al, 2006), já que traduções em vários idiomas, como Francês, Espanhol, Sueco e Alemão já estão disponíveis. A língua portuguesa é falada por aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo inteiro, ocupando o lugar da sexta língua mais falada no mundo (Tamanini et al, 2008). Por esta razão, e com o objetivo de facilitar a comparação de estudos brasileiros com trabalhos oriundos de outros países, decidimos traduzir e validar o IQOL para o português.

O processo de tradução e validação não diferiu sobremaneira do realizado em outros estudos com o IQOL (Patrick et al, 1999a). No processo de validação, duas expressões foram alteradas da tradução inicial por dificuldade de compreensão das pacientes: “preocupo-me” foi substituído por “você se preocupa” e o termo “minha incontinência”, por “seu problema de perda de urina”.

(35)

24 Discussão

primeiro contato com as pacientes. Apesar de o IQOL ter sido desenvolvido para ser auto-aplicado, encontramos muitas dificuldades para realizá-lo. A escassez de pesquisa no nosso país e a dificuldade de ler e interpretar textos, talvez pelo nível de escolaridade encontrado na amostra estudada levou-nos a optar pela realização de entrevistas, feitas por profissionais envolvidos no trabalho e com treinamento prévio.

Assim como observado em outros trabalhos de validação em Português, realizados, por exemplo, por Fonseca et al (2005) e Tamanini et al (2008), não enfrentamos maiores problemas pelo uso de entrevistas e os resultados encontrados se assemelharam aos observados no processo de tradução e adaptação cultural obtidos em outros países (Tabela 3).

Outra adaptação realizada no trabalho foi a utilização da segunda entrevista por telefone.

Tradicionalmente, a avaliação da qualidade de vida tem sido medida por meio de entrevistas e questionários auto-administrados. Entrevistas pessoais podem ser caras e o fato de requererem visita à clínica ou visitas domiciliares pode ser um obstáculo para pacientes e para o “staff” clínico. Questionários auto-administráveis têm as desvantagens de poderem conter baixas taxas de respostas, preenchimento não monitorado e taxas variáveis de campos não preenchidos. Também requerem treinamento, tempo e comprometimento de profissionais para assegurar a confiabilidade dos dados (Leidy et al, 1999).

A administração por telefone de questionários para avaliar QV tem certas vantagens, particularmente em pesquisas a longo prazo. O método pode oferecer maior controle na administração por todo o tempo do estudo, maior precisão na coleta de dados, pela possibilidade de usarem menor quantidade de entrevistadores treinados, monitoramento direto e, teoricamente, com menores taxas de campos não preenchidos (Leidy et al, 1999).

(36)

Discussão

O uso de diferentes ferramentas de avaliação para medir QV tem sido testado com resultados positivos em vários estudos internacionais. Com o avanço da tecnologia e o aumento do acesso aos meios de comunicação, a validação de questionários administrados por telefone pode aumentar o potencial de pesquisas por melhorar o acesso aos estudos populacionais e diminuição dos custos da coleta de dados (Geller et al, 2007).

Numerosos estudos têm provado a validade deste tipo de método de coleta de dados em cuidados de saúde.

Geller et al (2007) validaram dois questionários específicos para avaliar QV por telefone - Pelvic Floor Distress Inventory e Pelvic Floor Impact Questionnaire. Cinquenta e cinco pacientes responderam a versões escritas (auto-administradas) e administradas por telefone de cada questionário, administradas em ordem aleatória, randomizada. Os resultados dos escores das duas versões não foram estatisticamente diferentes, concluindo que a administração desses instrumentos por telefone é válida e eficaz.

Leidy et al (1999) por sua vez, investigaram as propriedades psicométricas do questionário “Quality of Life in Epilepsy Inventory-89” (QOLIE-89), administrado por telefone e comparou as propriedades psicométricas com dados colhidos por versões auto-administradas. Ao todo, 139 pacientes com epilepsia participaram do estudo, e os resultados indicaram que as entrevistas por telefone são opção viável para a avaliação da qualidade de vida.

Outro grande trabalho de validação de questionários para serem utilizados por telefone utilizou um dos mais usados questionários genéricos para avaliar a saúde da população em geral, o SF-36 (Short Form Health Study Survey). García et al (2005) administraram o questionário de maneira randômica a 385 pessoas e concluíram que a administração por telefone ou auto-administração produzem resultados equivalentes.

(37)

26 Discussão

semelhantes, de acordo com os outros trabalhos citados. Acreditamos que esse fato poderá ampliar sobremaneira as possibilidades de realização da pesquisa em nosso meio, mas para comparação de resultados relativos ao IQOL, não recomendamos a alteração da ordem de administração, isto é, entrevistas por telefone seguidas de entrevistas pessoais, sem antes prévia validação.

Os resultados encontrados para as propriedades psicométricas são semelhantes àquelas encontradas em outros estudos de validação (Tabela 3). A versão para o Português demonstrou que o IQOL é um método válido e confiável para medir qualidade de vida em mulheres brasileiras com incontinência urinária.

Ainda que não exista um instrumento que seja considerado padrão ouro para avaliar qualidade de vida, há circunstâncias em que um instrumento específico validado já está disponível e que pode ser usado como padrão ouro (Guyatt et al, 1993). No nosso estudo, consideramos como padrão ouro o questionário “King´s Health Questionnaire”, previamente validado para o português. Os dois instrumentos mostraram moderada a forte correlação entre si, o que também corrobora a validade do IQOL.

A discriminação entre grupos diferentes foi realizada no nosso estudo comparando os escores do IQOL com as medidas consideradas como preditoras de gravidade-freqüência de micções noturnas e diurnas, número de trocas de absorventes, tempo de doença e uso de absorventes.

(38)
(39)

28 Conclusão

(40)
(41)

30 Anexos

(42)

Anexos

(43)
(44)

Anexos

Anexo 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de consentimento livre e esclarecido

TÍTULO DO PROJETO: Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário de qualidade de vida (I-Qol) em mulheres brasileiras com incontinência urinária

Instituição envolvida: Universidade Federal de São Paulo - Departamento de Ginecologia / Disciplina de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal

A incontinência urinária, independentemente da causa é um importante problema de saúde no mundo. Neste formulário você responderá um questionário de qualidade de vida para pacientes com perda de urina.

Ele contém 22 perguntas que você deverá responder da melhor forma possível, mostrando realmente como está sua saúde e como você a vê neste momento.

A participação neste estudo é voluntária. Você (paciente) terá plena liberdade, se julgar conveniente, de desistir e retirar-se a qualquer momento sem necessidade de justificativa Todas as informações colhidas e a sua identidade serão mantidas em sigilo absoluto, será informação confidencial.

Não haverá despesas pessoais para a participante do estudo e também não haverá compensação financeira relacionada com a sua participação.

O pesquisador e a equipe somente utilizarão os dados para pesquisa.

São Paulo, de de 200_.

___________________ ____________________

(45)

34 Anexos

Eu,---, concordo em participar voluntariamente deste estudo clínico. Declaro estar orientada sobre a natureza do trabalho e ter pleno conhecimento do referido na carta de informação anexada.

Acredito ter suficientemente informada a respeito das informações que li ou foram lidas para mim, sobre o questionário de qualidade de vida.

Discuti com o pesquisador sobre minha decisão em participar deste protocolo. Ficam claros para mim quais são os propósitos do estudo a garantia de confidencialidade e de esclarecimentos. Ficou claro, também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo, voluntariamente, em participar deste estudo e poderei tirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade, prejuízo ou perda de benefício que possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste serviço.

São Paulo, de de .

(46)

Anexos

Anexo 4 – Versão final do IQOL

Nome:____________________________________________________

Telefone:___________________ H.D.:_________________________

INCONTINENCE QUALITY OF LIFE (I-QoL)

(Por favor, faça um “X” no número de sua resposta)

1. Você se preocupa de não poder chegar ao banheiro a tempo? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

2. Você se preocupa de tossir ou espirrar devido a sua perda de urina? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

3. Quando você está sentada e precisa ficar de pé você se preocupa em perder urina? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

4. Quando você chega em um lugar novo você se preocupa em saber onde ficam os banheiros?

1 = Extremamente 2 = Muito

(47)

36 Anexos

(Por favor, faça um “X” no número de sua resposta)

5. Você fica deprimida com a perda de urina? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

6. Devido sua perda de urina, você se preocupa em ficar muito tempo fora de casa? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

7. Você se sente frustrada quando não consegue fazer o que quer devido sua perda de urina?

1 = Extremamente 2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

8. Você se preocupa em estar cheirando urina? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

9. Você pensa no seu problema de perda de urina o dia inteiro? 1 = Extremamente

2 = Muito

(48)

Anexos

(Por favor, faça um “X” no número de sua resposta)

10. É importante para você ir várias vezes ao banheiro? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

11. Sempre você precisa planejar ou programar o que vai fazer devido à perda de urina?

1 = Extremamente 2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

12. Você se preocupa que aumente sua perda de urina com o passar dos anos? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

13. Seu problema de perda de urina atrapalha o seu sono? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

14. Você se sente constrangida ou humilhada devido ao seu problema de perda de urina?

1 = Extremamente 2 = Muito

(49)

38 Anexos

(Por favor, faça um “X” no número de sua resposta)

15. Você se sente uma pessoa doente devido sua perda de urina? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

16. A perda de urina faz com que você se sinta desamparada? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

17. Devido à perda de urina você aproveita menos sua vida? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

18. Você se preocupa em molhar a sua roupa? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

19. Você se preocupa em não controlar a sua bexiga? 1 = Extremamente

2 = Muito

(50)

Anexos

(Por favor, faça um “X” no número de sua resposta)

20. Devido a sua perda de urina você se preocupa com o tipo e quantidade de líquido que vai beber?

1 = Extremamente 2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

21. Você se preocupa com a perda de urina quando escolhe sua roupa? 1 = Extremamente

2 = Muito

3 = Mais ou menos 4 = Um pouco 5 = Não

22. A sua perda de urina atrapalha a sua vida sexual? 1 = Extremamente

2 = Muito

(51)

40 Anexos

(52)
(53)
(54)
(55)
(56)
(57)
(58)
(59)

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(63)

Abstract

The aim of this study was to translate and validate a Portuguese version of the Urinary Incontinence-Specific Quality-of- Life Instrument (I-QOL), a questionnaire that is widely used in clinical trials. Fifty patients completed the same questionnaire twice at a 2-week interval. During the first visit, we conducted a face-to-face interview, and collected demographic data. The King´s Health questionnaire was completed during the same visit for comparisons. The results showed that the Portuguese version of the I-QOL has very good psychometrics properties. Reliability was assessed by Cronbach´s alpha (0.93), reproducibility was calculated through the intraclass correlation coefficient (0.88), construct validity was determined by comparing the I-QOL scores and King´s Health scores, and discriminant validity was calculated by comparing the total I-QOL scores with measures of gravity. We conclude that the Portuguese version of the I-QOL is a very good tool for the evaluation quality-of-life in women with urinary incontinence, in Portuguese speaking countries.

Referências

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