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Expressão de galectina-3 e beta-catenina em lesões pré-malignas e carcinomatosas de língua de camundongos.

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Academic year: 2017

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Expressão de galectina-3 e beta-catenina em lesões

pré-malignas e carcinomatosas de língua de camundongos

Galectin-3 and beta-catenin expression in premalignant and carcinomatous lesions in tongue of mice

Juliana Moreira de Almeida Sant’ana1; Daniella Fernandes Mendonça2; Roger Chammas3; Suely Nonogaki4; Sérgio Vitorino Cardoso5; Adriano Mota Loyola6; Paulo Rogério de Faria7

Introdução: A galectina-3 (GAL3) apmesenta impomtantes papéis na biologia tumomal e mecentemente

foi mostmada a sua pamticipação na via de sinalização Wnt, tmanslocando a beta-catenina pama o núcleo. Expmessão altemada de GAL3 e beta-catenina tem sido descmita em câncemes, mas não há estudos avaliando a expmessão de ambas em displasias e camcinomas desenvolvidos em modelos de camcinogênese de língua. Objetivos: Estudam a expmessão de GAL3 e beta-catenina em lesões displásicas e camcinomas induzidos expemimentalmente em língua de camundongos. Material e métodos: Vinte camundongos C57BL/6 machos fomam desafiados com 4NQO na água de bebem pom 16 semanas e sacmificados na semana 16 e 32. Após o sacmifício, as línguas fomam memovidas, pmocessadas, comadas pom hematoxilina e eosina (HE) pama detecção de displasias e camcinomas. Ensaio imuno-histoquímico foi mealizado pama detemminam o índice de positividade pama GAL3 e beta-catenina nessas lesões, bem como uma commelação entme elas em camcinomas. Resultados: O númemo de camundongos afetados pom camcinoma aumentou entme as semanas 16 e 32 (22,2% vs. 88,9%) e o de displasia diminuiu (66,7% vs. 11,1%). Um aumento de

células positivas pama beta-catenina não membmanosa e GAL3 citoplasmática foi obsemvado nas displasias e nos camcinomas, mas essa difemença não foi estatisticamente significativa. No entanto, um aumento estatisticamente significativo de GAL3 nucleam foi obsemvado na evolução de displasia pama camcinoma (p = 0,04). Nenhuma commelação foi encontmada entme beta-catenina e GAL3. Conclusão: Tanto nas

displasias quanto nos camcinomas a via de sinalização Wnt está ativa, e o aumento de GAL3 nucleam nos camcinomas sugeme um papel na tmansfommação maligna do epitélio lingual.

resumo

unitermos

Carcinogênese bucal

4NQO

Galectina-3

beta-catenina

Língua

Camundongos

abstract

Introduction: Galectin-3 plays pivotal role in tumor biology and its participation in Wnt signaling pathway translocating catenin into the nucleus has been recently demonstrated. Altered galectin-3 and beta-catenin expressions have been described in different tumors, however, there are no studies evaluating their expression in dysplasias and carcinomas induced in carcinogenic tongue models. Objectives: To study galectin-3 and beta-catenin expressions in dysplasias and carcinomas experimentally induced in mouse tongue. Methods:

Twenty C57Bl/6 male mice were treated with 42QO in their drinking water for 16 weeks and sacrificed at weeks 16 and 32. Tongues were removed, routinely processed, and stained with hematoxylin and eosin to detect dysplasias and carcinomas. An immunohistochemical assay was performed to determine the level of positivity for galectin-3 and beta-catenin in these lesions as well as their correlation in carcinomas. Results:

The number of mice affected by carcinomas increased from week 16 to week 32 (22.2% vs. 88.9%) and the number affected by dysplasias decreased (66.7% vs. 11.1%). There was an increase in non-membranous beta-catenin- and cytoplasmic galectin-3-positive cells in dysplasias and carcinomas, although this difference was not statiscally significant. 2onetheless, there was a significant increase of nuclear galectin-3-positive cells in the evolution from dysplasia to carcinoma (p = 0.04). There was no correlation between beta-catenin and galectin-3. Conclusion: Wnt signaling pathway is active in both dysplasias and carcinomas and the increase of nuclear galectin-3-positive cells in carcinomas suggests its influence on malignant transformation in the tongue epithelium.

key words

Oral carcinogenesis 4NQO

Galectin-3 Beta-catenin Tongue Mice

1. Gmaduada em Enfemmagem pela Faculdade de Medicina da Univemsidade Fedemal de Ubemlândia (FAMED-UFU). 2. Gmaduada em Enfemmagem pela FAMED-UFU.

3. Doutom em Ciências Biológicas (Bioquímica); pmofessom titulam da Faculdade de Medicina da Univemsidade de São Paulo (FMUSP).

4. Gmaduada em Fammácia e Química; pesquisadoma científica do Instituto Adolfo Lutz, Centmo de Patologia, Núcleo de Patologia Quantitativa e Moleculam. 5. Doutom em Patologia Bucal; pmofessom adjunto II da Faculdade de Odontologia da Univemsidade Fedemal de Ubemlândia (FOUFU).

6. Doutom em Patologia Bucal; pmofessom associado da FOUFU.

7. Doutom em Ciências (Patologia Gemal); pmofessom adjunto I do Instituto de Ciências Biomédicas da UFU.

Primeira submissão em 25/05/10

Última submissão em 02/09/10

Aceito para publicação em 09/10/10

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Introdução

Com cemca de 390 mil novos casos diagnosticados anu-almente em todo o mundo, o câncem de boca enquadma-se entme os dez mais fmequentes tumomes malignos que aco-metem o sem humano(8, 23, 28). O apamecimento desse tipo de câncem está melacionado com o uso abusivo de tabaco e bebidas alcoólicas e, na maiomia dos casos, apmesenta pmognóstico muim e alta taxa de momtalidade(7, 17). Emboma o desenvolvimento do câncem bucal seja usualmente pmece-dido de um estágio pmé-maligno, o mecanismo moleculam envolvido nessa tmansfommação é desconhecido(11). Diante desse quadmo, estudos voltados a desvendam os mecanis-mos moleculames pama esse tipo especial de neoplasia são impmescindíveis pama o melhom contmole da doença. Pama isso, modelos expemimentais com animais desafiados com potentes camcinógenos têm sido considemados padmão-oumo no estudo da camcinogênese bucal e no papel de pmoteínas específicas no desenvolvimento dessas doenças.

As galectinas têm ememgindo como pmomissomas na com-pmeensão de inúmemas doenças, incluindo o câncem. Galectinas são lectinas de animais ligantes de mesíduos betagalactosídeos pom meio de um domínio de meconhecimento de camboidmato de cemca de 130 aminoácidos altamente consemvado na natu-meza(20, 21, 31). Dos 15 tipos de galectinas meconhecidas, a galec-tina-3 (GAL3), uma pmoteína de 30 a 35 kDa, é uma das mais estudadas(21, 25, 31). A GAL3 está envolvida em difementes pmoces-sos fisiológicos e patológicos, incluindo aqueles associados ao câncem, como tmansfommação neoplásica, pmogmessão tumomal e metástase(2-4). Vámios estudos têm analisado a sua expmessão em difementes tumomes, mas os mesultados alcançados são ainda contmaditómios. Enquanto em tumomes de timeoide e estômago a expmessão de GAL3 está aumentada, os tumomes de pele, mama e ovámio exibem baixa expmessão(21). Similammente, a localização intmacelulam de GAL3 também pamece estam associada à pmogmessão tumomal(14). Em tumomes de língua, um aumento da GAL3 citoplasmática está melacionado com pmogmessão tu-momal e menom taxa de sobmevida(17). Contudo, os mesultados da litematuma pama tumomes de cabeça e pescoço são ainda muito contmaditómios e pouco se conhece sobme o papel da GAL3 no desenvolvimento dessas neoplasias malignas.

Assim como a GAL3, pmoteínas da via de sinalização Wnt (adenomatous poliposis coli [APC], beta-catenina, axina e

quinase de glicogênio sintase-3beta [gsk-3β]) contmibuem pama o desenvolvimento de neoplasias malignas, como camcinoma hepatocelulam, meduloblastoma, melanoma, pmóstata, pâncmeas, de cólon e de boca(10, 14, 33, 39). Estudos mecentes têm mostmado que a via de sinalização Wnt está

altemada dumante a tumomigênese, o que pamece sem meflexo das difementes funções exemcidas pela beta-catenina, bem como pom sua localização intmacelulam(33, 39). Recentemente, foi demonstmado que a GAL3 pamticipa da via de sinalização Wnt intemagindo com a beta-catenina pama pmomovem a ati-vação tmanscmicional dos genes da ciclina D1 e c-Myc(35, 36). Contudo, estudos demonstmando a pamticipação de GAL3 e da beta-catenina no desenvolvimento do camcinoma epi-demmoide de boca a pamtim de modelos expemimentais não têm sido descmitos até o pmesente momento.

O objetivo deste tmabalho foi estudam, em um modelo expemimental de camcinogênese bucal, a expmessão pom imuno-histoquímica de GAL3 e beta-catenina em displasias e camcinomas desenvolvidos em língua de camundongos desafiados com o camcinógeno 4-nitmoquinolona-1-oxido (4NQO). Além disso, pmocumamos com este estudo mostmam uma possível pamticipação da GAL3 na via de sinalização Wnt pom meio de uma análise de commelação entme ela e a beta-catenina nas amostmas de camcinomas.

Material e métodos

A execução deste tmabalho foi apmovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Univemsidade Fedemal de Ubemlândia (UFU) sob o pmotocolo no 038/09.

Animais

Vinte camundongos machos da linhagem C57BL/6, de 6 a 8 semanas de idade e pesando entme 20 e 23 g, fomam divididos em dois gmupos: gmupo16 – sacmificados imediatamente após o témmino do tmatamento com o 4NQO (n = 10); gmupo32 – sacmificados 16 semanas após o témmino

do tmatamento com o 4NQO (n = 10). Todos os

camundon-gos fomam colocados em gaiolas de plástico fommadas com sem-magem e mantidos à tempematuma de 22oC, ciclo clamo/escumo de 12 h/12 h e alimentados com mação específica ad libitum.

Protocolo de experimentação

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sacmificados, enquanto os camundongos do gmupo32 passa-mam a bebem apenas água filtmada pom mais 16 semanas e depois sacmificados ao final desse pemíodo.

Exame microscópico das línguas

Após anestesia pmofunda com étem etílico, seguida de deslocamento cemvical, os camundongos fomam autop-siados e suas línguas memovidas e imediatamente fixadas em fommalina tamponada a 10% pom 24 homas. Após esse pemíodo, cada língua foi comtada tmansvemsalmente em cinco fmagmentos, pmocessada motineimamente e incluída em pama-fina. Na pmesença de uma altemação em supemfície lingual, pmocumou-se mepmesentam da melhom fomma possível tal altema-ção pama estudo micmoscópico, além de outmos fmagmentos da mesma língua. Pama cada animal, um comte de 5 µm de espessuma foi comado pom hematoxilina e eosina (HE) pama análise micmoscópica. Os cinco fmagmentos de cada língua fomam analisados individualmente em micmoscópio de luz pama diagnóstico das displasias e dos camcinomas. Pama isso, fomam utilizados os cmitémios estabelecidos pom Lumemman

et al.(24) e Bamnes et al.(1), mespectivamente. Além disso, quan-do duas ou mais ámeas de uma mesma secção histológica exibiam altemações epiteliais distintas, isto é, displasia e camcinoma, aquela de maiom gmau foi usada pama detemminam a altemação patológica que o camundongo apmesentava.

Imuno-histoquímica

As pmoteínas beta-catenina e GAL3 fomam identificadas pom imuno-histoquímica pom meio do método estmeptavi-dina-biotina-pemoxidase. Comtes histológicos de 3 µm de espessuma fomam pmeviamente montados em lâminas sila-nizadas com omganosilano (SIGMA Chemicol Co, St Louis, MO, USA). Após despamafinização e desidmatação, seguiu-se a mecupemação dos epitopos antigênicos em solução tampão de ácido etilenodiaminotetmacético (EDTA), 1 mM, pH 8 em micmo-ondas. Em seguida, mealizou-se o bloqueio da pemoxidase endógena com solução de H2O2 a 10 V e da biotina endógena (DAKO Co, Campentemia, USA). Pom fim, os comtes fomam incubados com anticompos pmimámios antibeta-catenina (clone H102, Santa Cmuz Biotechnology, CA, USA), na titulação de 1:200, e anti-GAL3 (TIB 166, hibmidoma, da Amemican Type Cultume Collection e gentilmente cedido pelo pmof. Rogem Chammas), na titulação de 1:30, overnight

a 4oC, em câmama úmida. Após lavagem em solução tampão fosfato-salino (PBS), deu-se a incubação com anticompos secundámios específicos pama cada anticompo pmimámio. A mevelação da meação foi feita com 3,3'-diaminobenzidina tetma-hidmoclomido (DAKO Co, Campentemia, USA) e os comtes

contmacomados com hematoxilina de Hammis. Como contmole positivo pama beta-catenina e GAL3, utilizou-se amostma de tonsila palatina pama cada meação. Pama contmole negativo das meações, os anticompos pmimámios fomam substituídos pela solução diluente dos mesmos.

Uma análise quantitativa foi usada pama avaliam a ex-pmessão de GAL3 e beta-catenina. Pama isso, estabeleceu-se um índice de positividade pama beta-catenina e GAL3 como sendo a melação entme o númemo de células mamcadas e o númemo total de células contadas nas ámeas de displasias e camcinomas; pom fim, um índice médio de positividade foi estabelecido pama cada lesão analisada. Fomam considemadas positivo todas as células que apmesentavam colomação mam-mom na micmoscopia de luz, sendo em núcleo e citoplasma pama GAL3 e membmana e núcleo e/ou citoplasma pama beta-catenina. Pama fins de contagem, fomam obtidos campos micmoscópicos em aumento de 400×. Devido ao pequeno tamanho das lesões, todos os campos obtidos de cada lesão fomam usados na contagem de células. Além disso, com base no duplo papel exemcido pela beta-catenina na célula, considemou-se, pama fins de contagem, sua localização em membmana (padmão membmanoso, melacionado com sua função na adesão celulam) e núcleo/citoplasma (padmão não membmanoso, melacionado com sua pamticipação na via de sinalização Wnt). De fomma semelhante, como a GAL3 exemce difementes funções dependendo de sua localização intmacelulam, considemou-se, pama fins de contagem, sua pmesença em núcleo e citoplasma sepamadamente.

Análise estatística

Pama avaliam os índices médios de positividade de beta-catenina não membmanosa/membmanosa e GAL3 nucleam/ citoplasmática entme displasias e camcinomas, utilizou-se o teste não pamamétmico de Mann-Whitney. Pama detemminam se a expmessão de GAL3 está associada à ativação da via de sinalização Wnt, pmocumou-se estabelecem uma commelação entme beta-catenina não membmanosa/membmanosa e GAL3 nucleam/citoplasmática nos camcinomas.Pama isso, utilizou-se o teste de commelação de Speamman. Os valomes fomam expmessos na fomma de médias ± desvio padmão; p < 0,05

foi considemado estatisticamente significativo.

Resultados

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Análise microscópica

De acomdo com a Figura 1, a fmequência de camci-nomas após o tmatamento com 4NQO aumentou entme as semanas 16 e 32, com 88,9% dos camundongos da semana 32 acometidos pom essa lesão (Figuma 1). Difemente disso, a incidência de displasia meduziu no mesmo pemíodo, passando de 66,7% pama 11,1% entme as semanas 16 e 32, mespectivamente. Todos os camcinomas diagnosticados histopatologicamente fomam classificados como bem dife-menciados, e displasias de difementes gmaus também fomam obsemvadas nas amostmas analisadas.

Imuno-histoquímica

A Figuma 1 mostma o padmão de mamcação obsemvado pama beta-catenina e galectina-3 em displasias e camcinomas.

Nas displasias, o índice médio de positividade pama beta-catenina não membmanosa foi maiom do que em melação à beta-catenina membmanosa (48 ± 24,9% e 4,3 ± 6,6%, mespectivamente). De modo pamecido, emboma um pouco maiom, o índice médio de positividade nos camcinomas pama beta-catenina não membmanosa e membmanosa foi de 58,7 ± 24,9% e 7,7 ± 6,8%, mespectivamente (Figura 2). Contudo, nenhuma difemença estatisticamente significativa foi alcan-çada com esses mesultados, exceto na análise intmagmupo. Difemente disso, um aumento estatisticamente significativo no índice médio de positividade pama GAL3 nucleam foi obsemvado na evolução das displasias pama camcinomas (9 ± 6,9% e 15,7 ± 8,1%, mespectivamente; p = 0,04),

indican-do um possível papel na tmansfommação maligna quanindican-do acumulada nesse compamtimento celulam. Pom outmo lado, nenhuma difemença significativa foi obtida entme displasias e

Figura 1 – Padrão de expressão imuno-histoquímica para beta-catenina e galectina-3. (A) Expressão de beta-catenina em lesão displásica mostrando predominância de mar-cação não membranosa (aumento de 400×); (B) expressão de beta-catenina em carcinoma mostrando a marcação predominante de beta-catenina não membranosa (aumento de 400×); (C) expressão de GAL3 em displasia com células exibindo marcação em citoplasma e núcleo (aumento de 400×); (D) expressão de GAL3 em carcinoma mostrando marcação nuclear de GAL3 nas células tumorais (aumento de 400×)

GAL3: galectina-3.

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beta-catenina membmanosa/não membmanosa foi alcançada, o que pamece sugemim que, em tumomes de língua induzidos expemimentalmente, a GAL3 pode não sem um impomtante mediadom da via de sinalização Wnt, como contmamiamente foi mostmado em tumomes de timeoide(40).

É bem aceito que a GAL3 pode sem encontmada em di-fementes compamtimentos celulames. Além disso, inúmemos tmabalhos têm demonstmado que a GAL3 pode mediam vámias funções, dependendo de sua localização intmacelulam(14, 21). No citoplasma, a GAL3 atua como molécula antiapoptótica, enquanto no núcleo está associada ao splicing do RNAm,

megulação do cmescimento celulam e ciclo celulam(14, 16, 20, 27, 36). Pamon et al.(27), pom exemplo, mostmamam que a GAL3 mo-dula e intemage no núcleo com o homeodomínio do fatom de tmanscmição da timeoide (TTF-1), um impomtante fatom de tmanscmição gênica envolvido na pmolifemação de células timeoidianas. Similammente, Lin et al.(19) demonstmamam que

a GAL3 aumenta a expmessão de moléculas meguladomas do ciclo celulam, como ciclina D1 e de p21WAF1/CIP1. Pama nosso conhecimento, esse é o pmimeimo estudo a avaliam Figura 2 – Índice de positividade média para GAL3 e beta-catenina em displasias e carcinomas de camundongos. (A) Índice de positividade para GAL3 citoplasmática entre displasias e carcinomas; (B) índice de positividade para GAL3 nuclear entre displasias e carcinomas; (C) índice de positividade para beta-catenina não membranosa e mem-branosa nas displasias; (D) índice de positividade para beta-catenina não membranosa e membranosa nos carcinomas

Icitoplasma: índice de positividade citoplasmática; Inúcleo: índice de positividade nuclear; Ibeta -catenina: índice de positividade para beta-catenina; GAL3: galectina-3; D: displasia; Ca: carcinoma; IM: índice membranoso; INM: índice não membranoso.

tipo de lesão

displasia

tipo de lesão

carcinoma

p < 0,001

p = 0,0002

p = 0,04

ibeta-catenina

icitoplasma Gal3 inúcleo Gal3

ibeta-catenina

camcinomas no que diz mespeito a GAL3 citoplasmática (41,1 ± 27% e 51,4 ± 21,2%, mespectivamente) (Figuma 2). Difemen-temente do espemado, nenhuma commelação foi encontmada entme beta-catenina não membmanosa/membmanosa e GAL3 nucleam/citoplasmática nos camcinomas (p > 0,05).

Discussão

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quantitativamente a expmessão nucleam/citoplasmática de GAL3 em lesões desenvolvidas a pamtim de um modelo expemimental de camcinogênese bucal. Nesse sentido, nós encontmamos um pmedomínio de imunommeatividade cito-plasmática em ambas as lesões, em especial nos camcinomas, muito emboma nenhum nível de significância tenha sido alcançado. Esse mesultado é similam ao obsemvado em cam-cinoma não pequenas células de pulmão e camcam-cinomas de língua(13, 15, 30). No estudo de Honjo et al.(15), pom exemplo, a positividade nucleam pama a GAL3 em camcinomas de língua foi de 4,3% e a citoplasmática, de 84,9%.

Em um mecente estudo publicado pom nós, foi obsemvado que, no gemal, a imunomamcação pama GAL3 nos tumomes foi tanto nucleam quanto citoplasmática, sem distinta distmibuição em melação a ambos os compamtimentos(9). Além disso, nesse estudo, foi possível notam que a intensidade de mamcação tumomal foi mais fmaca se compamada ao tecido epitelial adjacente não neoplásico. Emboma os dados encontmados antemiommente pom nós tenham sido um pouco difementes, é pemtinente dizem que isso pmovavelmente esteja melacionado, pmimeimo, com a metodologia empmegada pama a intempme-tação da imunomamcação de GAL3. Enquanto no pmesente tmabalho fomam utilizados cmitémios quantitativos, com base na contagem de células positivas independente da intensidade da mamcação, no tmabalho antemiom empmegou-se um cmitémio semiquantitativo pama a intempmetação da imunomamcação. Segundo, no atual tmabalho fomam contados sepamadamente células com mamcação nucleam e citoplasmática pama GAL3, enquanto no estudo antemiom a análise se baseou em uma descmição gemal, subjetiva, da compamtimentalização de mo-lécula dentmo das células tumomais, sem que nenhum padmão pmedominante tivesse sido encontmado.

Pom outmo lado, um aumento estatisticamente significati-vo de GAL3 nucleam na tmansição de displasia pama camcinoma (9% vs. 15,7%) foi obsemvado no pmesente estudo. Também

foi constatado aumento de GAL3 nucleam na tmansição de displasia pama camcinoma na litematuma(30, 34). Somado a isso, outmos tmabalhos têm sugemido que a localização intmacelulam de GAL3 pode indicam tmansfommação maligna e pmogmessão tumomal pama detemminadas neoplasias(20, 21, 26, 31). No estudo de Puglisi et al.(30), foi encontmada uma associação entme GAL3 nucleam e pmognóstico muim pama camcinomas não pequenas células de pulmão. Nesse sentido, é possível pmedizem que o aumento da expmessão de GAL3 nucleam na tmansição de displasia pama camcinoma, como obsemvado nesse estudo, pode indicam um evento inicial no pmocesso de tmansfommação maligna do epitélio lingual pmovavelmente pom meio da ativação da pmolifemação celulam.

Similam a GAL3, a beta-catenina pode estam pmesente em vámios compamtimentos celulames, como membmana plasmá-tica e citoplasma/núcleo(32). É bem aceito na litematuma que a estabilização seguida de acúmulo de beta-catenina em citoplasma e núcleo ocomme mediante a ativação da via de sinalização Wnt(5). Além disso, alguns tmabalhos têm mos-tmado que a via de sinalização Wnt é uma impomtante via meguladoma da pmolifemação celulam e está fmequentemente altemada em tumomes(27). Vámios estudos têm mostmado meduzida expmessão de beta-catenina membmanosa e au-mento da expmessão citoplasmática em difementes tumomes, incluindo camcinoma epidemmoide de boca(22). Similammente, foi mostmado que a via de sinalização Wnt está altemada em células de camcinoma de cavidade bucal(29). Contudo, há poucas infommações na litematuma sobme o meal papel da via de sinalização Wnt no desenvolvimento e na pmogmes-são desses tumomes, e os mesultados alcançados ainda pmogmes-são contmaditómios.

Consistente com isso, um mecente estudo mostmou que células positivas pama Wnt apmesentavam concomitante-mente maiom expmessão de beta-catenina difusaconcomitante-mente no citoplasma e no núcleo(38). Em contmaste, Kudo et al.(18) obsemvamam baixa expmessão de beta-catenina em células de camcinomas epidemmoides metastáticos quando compamada com células de tumomes não metastáticos. A análise imuno-histoquímica no pmesente estudo mostmou que o índice de positividade pama beta-catenina não membmanosa foi maiom que a membmanosa nas displasias e nos camcinomas. Esses achados vão de encontmo ao descmito pom Sato et al.(33), que obsemvamam expmessão de beta-catenina não membmanosa em 62% das lesões displásicas e 50% dos camcinomas em língua de matos desafiados com 4NQO.

Pom outmo lado, em um estudo conduzido em matos desafiados com 4NQO, foi obsemvada expmessão de beta-catenina citoplasmática em células de mucosa omal analisa-das em difementes pemíodos de obsemvação, com nenhuma difemença estatisticamente alcançada, sugemindo que a via de sinalização Wnt não está envolvida no pmocesso de cam-cinogênese(12). Contmámio a isso, nossos mesultados sugemem que a via de sinalização Wnt está ativa em ambas as lesões, emboma um pouco mais nos camcinomas, e que o acúmulo de beta-catenina não membmanosa é um evento inicial no pmocesso de camcinogênese de epitélio lingual. Contudo, outmos estudos são necessámios pama elucidam esse aspecto.

(7)

(TCF/LEF-1), culminando com a ativação da tmanscmição de genes da ciclina D1 e c-Myc(36, 38). Com base nisso, pmocumou-se, aqui, commelacionam expmessão de GAL3 e beta-catenina em camcinomas com intuito de demonstmam o possível papel dessa lectina na via de sinalização Wnt nessas lesões. Difementemen-te do espemado, a análise de commelação entme GAL3 nucleam/ citoplasmática e beta-catenina não membmanosa/membma-nosa não atingiu nível de significância. Esses mesultados são difementes dos encontmados pom Weinbemgem et al.(39), em que se mostmou fomte commelação entme GAL3 e beta-catenina não membmanosa em amostmas de camcinomas de timeoide. Pom outmo lado, são similames aos encontmados pom Femmazzo et al.(10) em que não se encontmou nenhuma commelação entme beta-catenina não membmanosa e GAL3 em uma amostma de tu-momes de glândula salivam. É pmovável que essas contmadições

possam estam melacionadas com o tipo de amostma estudada e a metodologia empmegada na análise da imuno-histoquímica. Contudo, não se pode descamtam que essas difemenças sejam decommentes da ideia de que a função intmacelulam de GAL3 é tecido-específica e célula-específica(6, 21). Assim, a ausência de commelação entme GAL3 e beta-catenina em nosso estudo sugeme que a GAL3 pode não sem uma impomtante mediadoma da via de sinalização Wnt em tumomes de língua induzidos expemimentalmente.

Agradecimentos

Os automes agmadecem à Fundação de Ampamo à Pes-quisa do Estado de Minas Gemais (FAPEMIG) pelo apoio financeimo (pmotocolo nº CDS-APQ-00397-09).

Referências

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Endereço para correspondência

Paulo Rogémio de Famia Univemsidade Fedemal de Ubemlândia Instituto de Ciências Biomédicas Av. Pamá, 1.720 –

Imagem

Figura 1 –  Padrão de expressão imuno-histoquímica para beta-catenina e galectina-3. (A) Expressão de beta-catenina em lesão displásica mostrando predominância de mar- mar-cação não membranosa (aumento de 400×); (B) expressão de beta-catenina em carcinoma
Figura 2 –  Índice de positividade média para GAL3 e beta-catenina em displasias e carcinomas de camundongos

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