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Análise financeira de balanços e os bancos: um estudo comparativo de bancos públicos e privados no período recente (1990-1994)

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Errata

Na pago71, onde se lê: "... o presente tabalho procurou se manter alheio à essas questões, podendo chegar a conclusão que apresentamos a seguir .", deve-se ler: " ... o presente trabalho procuro se manter alheio a essas questões, podendo chegar à conclusão que apresentamos a seguir.

Nas páginas 10, 11 e 16, a referência ( . pag) refere-se a obra "História das

Instituições Financeiras: e sua contribuição ao progresso econômico dos povos"SP, Estrela Alfa Editora, 1972.

(2)

A N Á L I S E F I N A N C E I R A D E B A L A N Ç O SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAE~'OSB A N C O S

Um estudo comparativo de bancos públicos e privados

no período recente (1990-1994)

Banca examinadora

Prof. Orientador .

Prof. .

(3)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

LUIZ GUSTA VO UEMURA

ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇOS E OS BANCOS

Um estudo comparativo de bancos públicos e privados

no período recente (1990-1994)

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da FGVIEAESP Área de Concentração: Economia e Finanças Públicas como requisito para obtenção de título de mestre em Administração.

Orientador: Prof. Haroldo C. Giacometti

F u n d a ç ã o G e tu lio V a r g a s E S G O ta d e A d m in is tr a ç ã o . d e E m p r e s a s d e S iloP 8 u lo

(4)

SP

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UEMURA, Luiz Gustavo Análise Financeira de Balanços e os Bancos: um estudo comparativo de bancos públicos e privados no período recente (1990

- 1994) São Paulo: EAESPIFGV,. 1997, 109p

(Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de

Pós-Graduação da EAESPIFGV, Área de

Concentração: Economia e Finanças Públicas.

Resumo : Trata da importância da análise financeira de balanços no contexto das instituições financeiras, no Brasil. Faz comparações entre bancos públicos e

privados através de índices e outras técnicas de

análise de balanço apresentadas no trabalho.

(5)

" A o s m e u s p a i s q u e e m m o m e n t o

a l g u m d e i x a r a m d e a c r e d i t a r n a

r e a l i z a ç ã o d e s t e t r a b a l h o "zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(6)

Agradecimentos

Agradecer nomeando um a um todos aqueles que me incentivaram não só a realizar o

mestrado, mas sobretudo àqueles que direta ou indiretamente deram sua contribuição é

tarefa humanamente impossível.

Fica assim registrada minha gratidão a todos.

Quero ressaltar, no entanto, a importante contribuição do Prof Eurico Korff

(homenagem póstuma) que foi meu orientador, no início dessa desta dissertação.

Não poderia deixar de mencionar o Prof Haroldo C. Giacometti, que foi meu

orientador ao final da dissertação, ao qual devo meus mais sinceros agradecimentos.

(7)

Í N D I C E

L is t a d e T a b e la s

L is t a d e Q u a d r o s

1 . I N T R O D U Ç Ã O

2 . O S B A N C O S C O M E R C I A I S ( M ú lt ip lo s ) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA pago 1

pago 2

pag.4

2.1 - Origem

2.2 - Evolução no Brasil

2.3 - Definição

3 . R E F E R E N C I A I S T E Ó R I C O S

pago 10

pago 16

pag.33

3.1 - Contabilidade Bancária

3.2 - Análise Financeira de Balanços

3.3 - Técnicas de Análise de Balanços

4 . A N Á L I S E D E I N F O R M A Ç Õ E S (O período recente 1990 -1994)

pag.40

pag.44

pag.49

4.1 - Parâmetros pag.61

4.2 - Geral pago 62

4.3 - Bancos Estaduais pag.65

4.4 - Bancos Privados pag.66

4.5 - ltaú pag.66

4.6 - Bradesco pag.67

4.7 - Banespa pag.68

5 . C O N C L U S Õ E S pagoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA7 1

(8)

L I S T A D E T A B E L A S

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

TABELA 1 GERAL BALANÇOS - ANÁL HORIZ pago 77

TABELA 2 GERAL DEMONST. RESULTADOS - ANAL HORIZ pago 78

TABELA 3 GERAL BALANÇOS - ANAL. VERTICAL pago 79

TABELA 4 GERAL DEMONST. RESULTADOS - ANAL VERT pago 80

TABELA 5 GERAL ÍNDICES FINANCEIROS pago 81

TABELA 6 BCOS ESTADUAIS BALANÇOS - ANÁL HORIZ pago 82

TABELA 7 BCOS ESTADUAIS DEMONST. RESULTADOS - ANAL HORIZ pago 83

TABELA 8 BCOS ESTADUAIS BALANÇOS - ANAL. VERTICAL pago 84

TABELA 9 BCOS ESTADUAIS DEMONST. RESULTADOS - ANAL VERT pago 85

TABELA 10 BCOS ESTADUAIS ÍNDICES FINANCEIROS pago 86

TABELA 11 BCOS PRIVADOS BALANÇOS-ANÁLHORIZ pago 87

TABELA 12 BCOS PRIVADOS DEMONST. RESULTADOS - ANAL HORIZ pago 88

TABELA 13 BCOS PRIVADOS BALANÇOS - ANAL. VERTICAL pago 89

TABELA 14 BCOS PRIVADOS DEMONST. RESULTADOS - ANAL VERT pago 90

TABELA 15 BCOS PRIVADOS ÍNDICES FINANCEIROS pago 91

TABELA 16 ITAÚ BALANÇOS-ANÁLHORIZ pago 92

TABELA 17 ITAÚ DEMONST. RESULTADOS - ANAL HORIZ pago 93

TABELA 18 ITAÚ BALANÇOS - ANAL. VERTICAL pago 94

TABELA 19ITAÚ DEMONST. RESULTADOS - ANAL VERT pago 95

TABELA 20 ITAÚ ÍNDICES FINANCEIROS pago 96

TABELA 21 BRADESCO BALANÇOS-ANÁLHORIZ pago 97

TABELA 22 BRADESCO DEMONST. RESULTADOS - ANAL HORIZ pago 98

TABELA 23 BRADESCO BALANÇOS - ANAL. VERTICAL pago 99

TABELA 24 BRADESCO DEMONST. RESULTADOS - ANAL VERT pago 100

TABELA 25 BRADES CO ÍNDICES FINANCEIROS pago 101

TABELA 26 BANESPA BALANÇOS - ANÁL HORIZ pago 102

TABELA 27 BANESPA DEMONST. RESULTADOS - ANAL HORIZ pago 103

TABELA 28 BANESPA BALANÇOS - ANAL. VERTICAL pago 104

TABELA 29 BANESPA DEMONST. RESULTADOS - ANAL VERT pago 105

TABELA 30 BANESPA ÍNDICES FINANCEIROS pago 106zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(9)

L I S T A D E Q U A D R O S

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

QUADRO 1 - O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL pago 108

QUADRO 2 - PRINCIPAIS DEPARTAMENTOS E FUNÇÕES DE BANCO pago 109

QUADRO 3 - QUADRO COMPARATIVO ENTRE O BALANÇO TRADICIOANAL

(10)
(11)

1 . I N T R O D U Ç Ã O

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Inicialmente, a respeito da escolha do tema, podemos destacar dois motivos principais

assim expressos: a importância da análise de balanços e a importância dos bancos no

contexto brasileiro.

A Análise de Balanços tem se constituído , nos últimos tempos, em um importante

instrumental, para estudiosos e profissionais. Através dela, os analistas procuram extrair

das demonstrações contábeiszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA*, séries de informações e conelusões sobre a posição

financeira e econômica de uma empresa.

Por outro lado, os bancos comerciais também tem uma importância muito grande

dentro do contexto brasileiro. O bancos desempenham uma importante função dentro

do Sistema Financeiro Nacional" , que é a criação de moeda, como nos diz Fortuna

(pag. 16)

"Outra caracterização de instituição financeira poderá ser dada sob a

ótica da capacidade que ela tem de criar ou não moeda escritural. Na

forma afirmativa, estão inseridas aquelas instituições que, em

conjunto, compõem o chamado sistema monetário - uma derivação do

sistema financeiro, que tem como principal fonte de recursos os

depósitos à vista (movimentáveis por cheques) - que é representado

pelo Banco do Brasil e pelos bancos comerciais (oficiais e privados).

(12)

A capacidade de criar moeda origina-se do fato de trabalharem em um

sistema de reservas fracionárias, mantendo em caixa apenas uma parte

dos depósitos que recebem do público".

Além disso, também desempenham uma importante função social, funcionando como

grandes prestadores de serviços tanto a clientes, oferecendo produtos bancários (cartões

de crédito, ordens de pagamento, cheques viagem etc) e serviços (faturamento,

contabilidade, folha de pagamento etc). Devido à facilidade que os bancos apresentam

no atendimento ao grande público, os órgãos da administração pública passaram a

utilizar intensamente a rede bancária nacional na arrecadação de sua receita. Como nos

diz Fortuna (pag 11),

"O nosso banco tem múltiplas funções. Muitas tarefas às vezes

consideradas estranhas à área financeira acabam sendo transferidas

aos bancos, que souberam, de alguma forma, assimilar essas

peculiaridades. Como prestadores de serviços, tanto a clientes oficiais

como a particulares, como agentes reguladores do mercado financeiro,

como intennediadores na movimentação dos valores ou mesmo como

absorventes de mão de obra, com centenas de milhares de

funcionários, os bancos estão engajados e firmemente arraigados no

cenário econômico-financeiro-social do País".

O objetivo principal do trabalho é, através do instrumental técnico pertinente à Análise

de Balanços, proceder um estudo de caso, comprando bancos públicos e privados, sob a

ótica de sua situação financeira.

(13)

A proposição básica é a de que existe uma diferença entre as formas de atuação desses

bancos no mercado financeiro, e que podemos avaliar essas diferenças através da

utilização da Análise de Balanços.

A fim de que o objetivo dessa dissertação fosse atingido, procuramos adotar alguns

parâmetros básicos, limitantes do raio de ação e amplitude do estudo.

Um primeiro passo nesse sentido foi restringir o universo das instituições analisadas. O

critério adotado na escolha foi o de selecionar as instituições mais representativas do

segmento. Assim, consideramos que o setor bancário é dividido em dois segmentos:

bancos públicos e bancos privados. Tomamos como exemplo de banco público o

Banespa, por se tratar do maior banco estadual do país • , e como exemplo de bancos

privados escolhemos o Bradesco e o Itaú, por se tratarem dos maiores do segmento.

Além disso, para obter um melhor resultado comparativo, analisaremos também outros

três tipos de balanços agregados. O GERAL (tabelas 1 a 5), que adotaremos como setor,

por ter uma amostragem de 198 instituições, BANCOS ESTADUAIS ( tabela 6 alO),

que engloba 19 bancos e BANCOS PRIVADOS (tabela 11 a 15) que écomposto de 123

insti tuições.

O período escolhido 1990 - 1994 obedeceu a dois critérios. O primeiro se refere à

atualidade do estudo, e o segundo se refere às particularidades do período,

principalmente com relação às altas taxas de inflação que obrigavam os bancos a

atuarem de forma bastante ativa.

(14)

Além disso, para evitar que o efeito da inflação fosse considerado, todos os

demonstrativos foram corrigidos para um mesmo ano-base, 1994, segundo o índice

IGP-DI.

Com relação à escolha dos Índices Financeiros (tabelas 5,10,15,20,25 e 30), foram

selecionados de acordo com os referenciais teóricos apresentados no item 3 deste

trabalho.

Sobre a estrutura do trabalho, a dissertação contém 5 partes, incluindo a Introdução

como a primeira delas. Na segunda e terceira partes estão expostos os referenciais

utilizados. Na quarta parte procede-se àanálise das informações obtidas nas tabelas e na

parte quinta, a conclusão do trabalho.

A presente dissertação não pretende esgotar o assunto, mesmo porque existem alguns

fatores limitantes, que gostaria desde já mencionar.

No que diz respeito à amostra utilizada, apesar de serem os maiores representantes de

cada segmento, não correspondem à totalidade dos mesmos, por isso,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa análise será

feita de uma maneira mais global. Numa análise mais profunda, o universo a ser

considerado necessariamente teria um número maior de instituições. À respeito dos

índices, podemos citar AssafNeto (pag 144)

"A maneira com que os indicadores de análise são utilizados é

particular de quem faz a análise, sobressaindo-se, alem do

conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista.

Dois analistas podem chegar a conclusões bem diferentes sobre uma

empresa, mesmo tendo eles trabalhado com as mesmas informações e

utilizando iguais técnicas de análise. As conclusões de diferentes

(15)

analistas, por outro lado, poderão estar bem próximas, conforme

demostrarem mais nível de experiência. No entanto, dificilmente

apresentarão exatamente iguais".

Po último, vale destacar que o trabalho trata-se de um estudo de casos, não havendo, em

(16)

OSBÂlNCOS

COMERCIAIS

(Múltiplos)

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(17)

2.1 ORIGENS

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Da mesma maneira como se processou a evolução civilizadora dos povos, os

estabelecimentos bancários da nossa atualidade são fruto de constantes evoluções através

dos anos, décadas e séculos.

Os bancos hoje, representam um grande segmento econômico da sociedade, responsáveis

por boa parte da atividade econômica. Seria muito dificil imaginar uma sociedade como a

nossa sem a presença dos bancos. Além disso, vale destacar que, quanto ao aspecto social,

não podemos deixar de lembrar que o setor é responsável pela geração de inúmeros

empregos.

Assim, para se compreender o sentido da técnica operacional dos atuais institutos de

crédito, vale a pena passar uma rápida revista nas origens e transformações que deram

significado à palavra atual "BANCO".

Conforme~, pág.6), na Babilônia, "as tábuas de argila que serviam de páginas escritas

e constituem as primeiras revelações indiscutíveis de passada civilização, revelam que, na

cidade de Urak, na Mesopotâmia, 3.400 anos A.C., se faziam transações bancárias, (...). O

grande templo vermelho, descoberto pelos arqueólogos na Mesopotâmia, representa o

(18)

· Assim, temos que, na Antigüidade, os templos funcionavam como bancos, onde os escribas

se encarregavam de receber as dádivas (depósitos) e registrá-las em tábuas de argila, que

posteriormente eram organizadas e totalizadas. "Os templos, em sua atividade bancária,

funcionavam com o intuito de prestar assistência aos devotos. Era o Deus tutelar que agia

diretamente, através de seus sacerdotes"~, pág.7).

Na maioria das transações eram concedidos créditos, principalmente garantidos por penhor

ou cauções ( de escravos, casas e campos ), devido principalmente à falta de um meio

adequado de trocas, como a moeda.

Sobre as normas e regulações, "as operações efetuadas ganharam tal amplitude que

Hamurabi, Imperador da Babilônia, teve que lhes fixar normas justas, inspirado por

Shanash, o deus-banqueiro. Essas normas integram a "Estrela de Hamurabi", uma série de

leis gravadas num enorme bloco de pedra negra ou coluna monolítica, medindo dois metros

e vinte e cinco centímetros de altura, encontrada em Susa e atualmente no museu do

Louvre, em Paris". Esse foi, sem dúvida, um dos primeiros indícios de regulação da

atividade bancária por parte do Estado.

Como visto, já na Antigüidade eram difundidos os conceitos rudimentares de bancos.

Porém, apesar do grande desenvolvimento de atividades bancárias na Babilônia, foi um

príncipe lídio que em 637 A.C. inventou a moeda (pequenas peças de metal cunhado),

utilizadas como meio de troca.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(19)

· ~ , t ;,' -; : \

A Grécia, dando continuidade a utilização das moedas, também deu uma importante

contribuição ao introduzir o cheque. Os banqueiros gregos inventaram o cheque como

forma de permitir aos viajantes o transporte de grandes quantias, pois levavam ordens

individuais às agências locais dos lugares a que se dirigiam. Por volta de 151 A.C., surgem

alguns indícios de bancos privados. Em vários locais, os bancos privados conviviam em

conjunto com bancos públicos.

Além dos gregos, devemos mencionar também os romanos, que durante os séculos V, VI,

VII e VIII, eram os grandes comerciantes da época e fizeram uso intenso das atividades

bancárias e das moedas, geralmente cunhadas com a figura do imperador.

Na Idade Média, uma sociedade constituída basicamente de reis, bispos e alguns poucos

nobres, fortemente dividida em feudos auto suficientes, o comércio teve um declínio

acentuado, e por conseqüência, os bancos, não tiveram relevância. Apesar disso,

provavelmente por causa da inviolabilidade dos templos sagrados, as Igrejas passaram a

exercer o papel de bancos depositantes e posteriormente, começaram a participar na

concessão de créditos agrícolas. Durante a Idade Média, o comércio com moedas e por

(20)

Epocas e Regiões Principais Moedas-mercadorias

ANTIGÜiDADE Egito

Babilônia e Assíria Lídia Pérsia Bretanha índia China IDADE MÉDIA Ilhas Britânicas Alemanha Islândia Noruega Rússia China Japão IDADE MODERNA Estados Unidos Austrália Canada França

Alemanha e Áustria

Japão

Cobre.Anéis de cobre como subdivisão da

unidade-peso

Cobre, prata e cevada

peças metálicas cunhadas. Embora existam dúvidas históricas

os Iídios(secXII a.C.) teriam sido os primeiros povos a cunhar

moedas, atestando seu peso e título

Gado, sobretudo bovinos e ovinos

Barras de ferro. Espadas de ferro. Escravos

Animais domésticos. Arroz. Metais(notadamente

ouro e cobre)

Conchas, seda e metais. Instrumentos agrícolas.

Cereais. Sal

Moedas de couro(precursoras das cédulas de

papel).Gado. Ouro e Prata em unidades peso

Gado (início da Idade Media). Cereais

(notadamente aveia e centeio) Mel. Moedas

cunhadas: Solidus, de ouro e Denar, de prata

Gado. Tecidos. Peixes secos (notadamente o

bacalhau)

Gado bovino. Escravos. Tecidos. Manteiga. Peles curtidas

Gado Bovino. Peles de esquilo e de Malta. Prata em unidades-peso

Arroz (como instrumento de troca e unidade de conta) Chá. Sal. Peças de ferro, estanho e prata, com valores interrelacionados

Anéis de cobre, cobertos com ouro e prata. Pérolas. Ágata. Arroz

Época colonial: Fumo. Cereais. Carnes secas. Madeira. Gado

Rum, Trigo e Carne (nos primórdios da colonização britânica)

Pele e Cereais

Após a desvalorização dos assignats: Metais

preciosos e Cereais

No Tirol: Terra como denominador comum de

valores. Gado como instrumento de troca

Arroz. Warrants, emitidos por depósitos desse

cereal, até o século XVIII foram usados como moeda

Fonte: Carmo Lopes e Rosseti, pago 24zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(21)

Foi no período Renascentista, com o ouro e a prata descobertos nas Américas, que o

sistema bancário teve outro grande impulso. Desde o século XVI, o forte afluxo de metais

preciosos à Europa propiciaram a base para a difusão da moeda na forma de metal. Os

comerciantes, forçados pelas necessidades de trocas entre regiões e países diferentes e,

dados os inconvenientes do transporte de metais a longas distâncias, sem mencionar os

riscos de roubo, passaram a recorrer a Instituições equipadas para guardar, sob garantia,

metais monetários e outros valores. Como nos diz Carmo Lopes e Rosseti, pag.27,

"Os Judeus, os cambistas, os ourives, as abadias e as casas bancárias

italianas passaram a custodiar ouro e prata, fornecendo aos depositantes

certificados de depósito, os quais, por comodidade e segurança passaram

a circular no lugar dos metais monetários".

Podemos atribuir à Holanda, no período Renascentista, o surgimento de um sistema

bancário que atuava principalmente no financiamento de atividades marítimas e mercantis.

Em 1609, foi fundado o Banco de Amsterdam, que recebia todos os tipos de moedas

circulantes e dava em troca aos depositantes o "money bank" ou seja, um crédito

equivalente àquantidade de moeda depositada, menos uma pequena parte, para despesas de

cunhagem e administração.

Na Inglaterra, em 1694, foi fundado o Banco da Inglaterra, com a finalidade de, através da

negociação, acelerar o movimento de capitais. Dessa época em diante, o sistema bancário

(22)

Outro exemplo interessante é o dos Estados Unidos, onde, segundo os ideais de

individualismo e de liberdade, característicos do povo americano, qualquer grupo de

pessoas idôneas, dispondo de certa quantia de capital podia fundar um banco. Como nos

diz Haslem, pago3,

"This first bank, The Bank of North America, was chartered by the

continental congress in 1781, subsequently the Banks of New York,

Massachusetts and Maryland were chartered. Thus, in 1790, there were

only four comercial banks operating in U.S. (...) In fact, all four banks

have suvived, under diferent names, to the present day."

Muitos outros bancos foram fundados, porém, poucos resistiram. Quanto à emissão de

notas, somente era permitida a bancos controlados pelo governo. Para se ter uma idéia, em

1907, o número de bancos era algo em tomo de 7500. Em 1913, foi criado o Sistema de

Bancos de Reserva Federal, constituído de 12 Bancos de Reserva, 24 agências em cidades

secundárias, coordenadas centralmente pelo Conselho de Reserva Federal, em

Washington.

Diante desse breve relato histórico, devemos ressaltar que, apesar de serem descobertas

atividades bancárias nas sociedades antigas, o grande desenvolvimento só -se deu com o

capitalismo mercantil e a Revolução Industrial, onde sua função na atividade comercial e

facilitadora nos pagamentos foi fundamental. Assim, modernamente, podemos dizer que

um banco baseia suas atividades e sua estrutura em dois elementos: a moeda e o crédito.ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(23)

2 .2 E V O L U Ç Ã O

N O B R A S IL

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

No Brasil, desde o período colonial, já circulavam algumas moedas. Inicialmente, a moeda

que circulava no Brasil-Colônia era a mesma de Portugal, trazida pelos colonizadores,

tendo também a presença de moedas espanholas e do florim holandês (esta última apenas

na região de Pernambuco, à época da ocupação). A primeira Casa da Moeda do país foi

fundada em 1698, na Bahia, e a principal finalidade era cunhar moedas "provinciais", para

distingui-las das moedas portuguesas que aqui circulavam. (__ , pag.60).

Com a vinda de D. João VI, fugido de Napoleão, foi instituído o primeiro Banco do Brasil,

através de alvará, em 12 de outubro de 1808, seguindo os moldes europeus, onde tinha

corno operações básicas o crédito, a emissão de papel moeda e a promoção do comercio e

indústria , pago 66). A má administração e o total descontrole das emissões a

descoberto fizeram com que em 1835, o Banco fosse definitivamente fechado. O segundo

Banco do Brasil, ficou apenas no projeto, de 1833, por não conseguir levantar capital

necessário, uma vez que, após a falência do primeiro, o governo ainda estava

desacreditado.

Com o surgimento do café como nova atividade econômica, a atividade mercantil cresceu a

passos largos, e da necessidade acabaram surgindo nas províncias os primeiros bancos

(24)

"Além disso, têm início os dois primeiros bancos fundados por capitais e

iniciativas totalmente privados: o Banco Comercial do Rio de Janeiro em

1838 e o Terceiro Banco do Brasil, por Mauá em 1851"(Bouzan pago 20).

Em 1853, houve a fusão desses dois bancos, constituindo assim o quarto Banco do Brasil.

Também os pnmeiros bancos estrangeiros estiveram presentes à essa época. Segundo

Bouzan, pago 23, em 1863, "o primeiro a aqui se instalar foi o LondonzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA& Brasilian Bank".

Além desse, dois outros bancos começaram a operar alguns meses depois, The Brasilian

and Portuguese Bank, que fazia concorrência direta com o primeiro (ambos ingleses) e o

Deutsche Brasilianische Bank (alemão).

Ainda segundo Bouzan, pago 24, "em 1877 o Brasil possuía 17 bancos". Desse período

tem-se notícias da primeira legislação bancária, o decreto 2711 de dezembro de 1860, que

disciplinava os aspectos mais relevantes da vida bancária. *

Na República, em 1892, foi criado o Banco da República do Brasil, resultado da fusão do

quarto Banco do Brasil com o Banco dos Estados Unidos do Brasil, e já em 1905 era

decretada a sua liquidação. Em substituição, o quinto Banco do Brasil foi criado no mesmo

ano, perdurando até os dias atuais. Foi a partir desse momento que os bancos

desenvolveram-se com relativa segurança. Nesse período, foram criados os dois primeiros

bancos estaduais .

• Para informações mais completas, ver FONSECA, Herculano B. Instituicões fmanceiras no Brasil, RJ, Ed Crown, 1970.

f,

UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(25)

No ano de 1920, foi criado um precursor do banco central, "a Inspetoria Geral do Bancos,

subordinada ao Ministério da Fazenda, que tinha por incumbência fiscalizar os bancos e

casas bancárias, disciplinando a instalação e o funcionamento de organismos de crédito. Ao

Banco do Brasil, criado em 1905, e ao qual já se entregara a função de banco do governo,

aduziu-se, em 1921, a Carteira de Redescontos"(Bouzan, pag.30). Por falta dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAumórgão

centralízador, a improvisação ditava o tom do sistema financeiro. Constituíam-se e

reformavam-se órgãos de controle bancário e monetário, porém, todos eles limitados e

dispersos de suas atribuições.

Para se ter uma idéia, em 1931, o Brasil, com a intenção de conseguir um funding, recebeu

a visita de Sir Otto Niemeyer, diretor do Banco da Inglaterra, e o relatório do banqueiro

inglês apontou apenas um ponto crítico: a criação de um banco centralizador. Ainda

segundo esse relatório, o inglês escreveu:

"Qualquer projeto para organizar um banco central no Brasil, deve tomar

em consideração, imediatamente, duas alternativas: 1a - a transformação

do atual Banco do Brasil em um banco central de caráter ortodoxo; 2a - a

fundação de um instituto inteiramente novo, que assumiria a privilégio

de emissão e cumpriria as outras funções de um banco de reserva .(...)

Além disso, o Banco do Brasil tem, internamente, uma situação e um

nome de valor comercial. Será, portanto, mais prático, remover do Banco

do Brasil aquelas funções de banco central, que ele tem exercido nesses

últimos anos, e entregá-las a um instituto novo, especialmente fundado

(26)

A partir de 1931, foram criados órgãos como a Carteira de Redescontos, a Caixa de

Mobilização Bancária e a Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária. Ainda assim, em

1935, 37 e 39, tentativas de implantação de um banco central foram realizadas, mas

somente em 1945, com a criação da SUMOC ( Superintendência da Moeda e do Crédito),

foi dado um passo efetivo para esse objetivo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

propósito inicial da SUMOC era o de preparar a organização de um banco central, e

funcionar como tal até a data de sua criação, o que realmente ocorreu em 1964, por lei n"

4595, segundo a qual o antigo conselho da SUMOC passaria a se chamar Conselho

Monetário Nacional e a SUMOC propriamente dita, se transformaria no novo Banco

Central.

Após 1945, houve um crescimento elevado do número de dependências (matrizes e filiais).

Segundo Bouzan, "Entre 1938 e 1971, esse número quase decuplicou; ou seja, naquele ano

era de 940 e em dezembro de 71 era de 8066." Apesar do número crescente, na realidade, o

que estava ocorrendo era um aumento muito grande de filiais (agências) e uma redução do

n° de matrizes, principalmente porque os bancos necessitavam de um volume maior de

captação.

Éclaro que esse crescimento desordenado do número de estabelecimentos não durou muito

tempo e, a partir de 1968, as Autoridades Monetárias (governo) publicaram várias leis e

portarias com o claro objetivo de favorecer as empresas em geral e os bancos comerciais

em particular a promoverem uma melhor racionalização e eficiência do sistema. A lógica

era a de que a produtividade do sistema bancário estava ligada à concentração do capital eUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(27)

de investimentos, requisitos básicos para atingir economias de escala e absorção de novas

tecnologias. O resultado dessa série de medidas incentivadas por parte do governo era

esperado: o crescimento das fusões. Algumas vantagens significativas que surgiram como

produtos desses fusões são: aumento da rapidez nos processos~ melhor aproveitamento de

recursos humanos e materiais; maior poder de captação; diminuição de riscos e maior

estabilidade do setor como um todo.

Assim, se considerarmos corno período recente o período pós 64, temos que a reforma

bancária instituída pela lei n" 4.595, de 31.12.64 (criação do Bacen) e complementada pela

lei n" 4.728, de 14.07.65, conhecida corno a Reforma do Mercado de Capitais, deu às

autoridades monetárias (governo) condições para um melhor controle das atividades

bancárias.

Um dos -importantes reflexos dessas medidas foi a definição da forma de atuação dos

bancos na economia. Corno ressalta Bouzan, pags 51,

"a exploração do mercado de curto prazo ficou a cargo dos bancos

comerciais, aos quais foi concedida a permissão para que passassem a

atuar no setor de crédito direto ao consumidor",

principalmente no desconto de duplicatas e empréstimos através de notas promissórias. O

crédito de médio e longo prazo ficou a cargo dos bancos de dessenvolvimento e de

investimento. Além disso, instituiu-se a figura do banco misto, onde se enquadram o Banco

do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste, estes dois últimos atuandozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAj.

principalmente corno agentes da SUDAM e SUDENE respectivamente. Quanto aos

(28)

apesar de serem sociedades anônimas, os Governos dos Estados são os seus maiores

acionistas e, portanto, estabelecem políticas que devem seguir em suas operações.ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

N Ú M E R O D E E S T A B E L E C IM E N T O S B A N C Á R IO S N O B R A S IL

P E R íO D O 1 9 4 4 - 1 9 6 6zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Anos Total Estabelecimentos Estab. Estrangeiros Matrizes Agências

1944 2737 39 663 2074

1954 3845 37 384 3461

1955 3558 35 366 3192

1956 4257 35VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA3 6 0 3897

1957 4628 35 357 4271

1958 4857 36 345 4512

1959 5135 39 343 4792

1960 5348 41 338 5010

1961 5581 43 332 5249

1962 6109 44 332 5777

1963 6481 44 326 6155

1964 6874 44 328 6550

1965 7271 45 320 6951

1966 7568 48 297 7271

Fonte: IBGE

Até a década de 60, todo o relacionamento entre órgão público e contribuinte era feito

diretamente entre as partes. Cada entidade possuia sua própria estrutura de arrecadação de

impostos, taxas de serviços e pagamento de beneficios. Com isso, cada uma dessas

entidades era obrigada a arcar com o ônus de todo um aparato arrecadador. Por outro lado,

aos bancos eram atribuídos os serviços básicos, isto é, tipicamente característicos da

atividade bancária, tais como depósitos e descontos, objetivando principalmente as funções

de caixa e empréstimo a clientes.

Com o desenvolvimento econômico da sociedade brasileira, notadamente nos grandes

centros urbanos, e, consequentemente a crescente complexidade de relações econômicas,

houve também um aumento substancial na demanda por serviços públicos e na concessãoli;,

~\

de benefícios. Por isso, o sistema de arrecadação via entidades / clientes passou a se tomar

cada vez mais inviável.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(29)

<zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAAssim, após 1965, ajudado pelas políticas implantadas pelo recém criado Bacen, os bancos,

na forma de agências espalhadas pelos diversos municípios, passaram a substituir as antigas

coletoras de impostos, os postos de pagamento de beneficios, os postos de recebimento de

taxas de serviço público, transformando-se, aos poucos, em intermediários entre órgãos

públicos e contribuinte. Visto pela ótica dos bancos, essa intermediação era uma excelente

oportunidade de lucro, pois o "governo" garantia a permanência, no próprio banco, por um

prazo determinado, dos recursos obtidos no recolhimento dos diversos tipos de tributo,

podendo o banco aplicar o valor até o dia do repasse ao órgão público. A esse tipo deVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA,,:t.1 S

<,.<.';v"

,/ .

operação, muito rentável nos períodos de altas taxas de inflação, deu-se o nome de "float".

Somam-se a esses, os serviços prestados também ao setor privado, que aos poucos

começou a utilizar a rede bancária para efetuar principalmente a cobrança, representados

pelos inúmeros tipos de carnês/assemelhados e títulos, transformando os bancos em

grandes ofertadores de serviços. Ainda nos dias atuais, a cobrança é um dos mais

importantes produtos oferecidos pelos bancos. Para o banco, em função do retorno

financeiro que proporciona, e para os clientes, a rapidez, segurança e principalmente, a

eficiência do serviço.

A partir da década de 70, um novo perfil passa a ser traçado para os bancos comerciais.

Dois novos elementos tomam corpo e passam a definir os moldes para o futuro do setor: a

concentração e a automação.

(30)

"a concentração de uma maneira genérica, como o controle exercido

sobre grande porção de determinado agregado de recursos ou atividades

econômicas por um número absoluto pequeno das unidades que

compõem o agregado".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

fenômeno da concentração teve um grande impulso governamental, baseado em

incentivos fiscais, dentre os quais podemos destacar a amortização mais prolongada dos };t;'"

fundos de comércio adquiridos em incorporações dando assim uma vantagem fiscal

signifitiva. Como nos diz Martus (pag. 27), "As fusões e incorporações só foram clara ou

explicitamente incentivadas a partir de 1971, com a criação da Comissão de Fusões e

Incorporações de Empresas - COFIE. Esta Comissão tinha como objetivo analisar os

projetos de fusão e incorporação de firmas, tanto industriais como financeiras".

Concentração bancaria no período 1968 - 1983

1968 1983

Matrizes ISedes 224 113

Agências 7,891 14,436

Fonte: Relatarias do Bacen, divs ns.

A consequência imediata desse rápido processo de concentração foi a especialização da

instituições. No caso bancário, isso foi muito nítido. Por exemplo, as finceiras só poderiam

captar via letra de câmbio e fornecer crédito ao consumidor final. Esquematicamente,

temos no quadro a seguir, as formas de captação e aplicação de recursos de acordo com o

tipo da instituição.

(31)

Tipo da Instituição Forma dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACaptação Foram de Aplicação dos Recursos

Financeira Letras de Câmbio Crédito ao consumidor final

Sociedade de Crédito

Imobiliário Poupança Crédito de longo prazo pl habit~ão

Bancos de Investimento C.D.B.s Empr. loAgo prazo à psss.jurídicas

Bancos Comerciais Depositas à vista Empréstimos a curto prazo

Simultaneamente ao processo de concentração inicado pela política do COFIE, e cuja

consequências foram a especialização das instituições e a restrição das áreas de atuação,

temos o processo de conglomerização que devolveu a importância ao setor, uma vez que

aos bancos coube o papel de viablizadores dos serviços de todas as empresas do

conglomerado, através de suas agências. Como ressalta Maurer (pag. 6)

"A promoção da política de fusões e incorporações, com vistas ao

aproveitamento de economias de escala, mudou toda a estrutura da

indústria bancária, permitindo o florescimento rápido de grandes

conglomerados financeiros, de âmbito nacional, liderados por um banco

comercial, o qual conquistou a posição de Entidade-Chave do Sistema

Financeiro e, ao mesmo tempo, conseguiu a diminuição de seus custos

operacionais, como resultado da oferta simultânea de um maior leque de

serviçosàcomunidade.".

o

outro novo elemento que se tomou peça fundamental no desenvolvimento do setor foi a

(32)

processamento eletrônico de dados e das telecomunicações.· Podemos identificar dois tipos

de automação a de retaguarda, voltada para a rapidez, segurança e economia de custos nos

serviços internos e a de atendimento, voltada diretamente às agências e, principalmente aos

clientes.

"O primeiro ponto a destacar é que o processo de automação nos bancos

caminha paralelo à racionalização do sistema financeiro iniciada em

1964. Até então o limitado volume de operações e capital dos bancos

inviabilizava a introdução da automação. Essa situação só é superada

após 1964 graças à política desenvolvida pelo Banco Central, a mando

dos governos militares o Bacen através da concessão de uma série de

beneficios fiscais e legais, assegurou o crescimento e concentração do

sistema financeiro, a diversificação geográfica de suas agências e o

aumento de sua utilização pelos diferentes segmentos da sociedade. O

volume de serviços cresceu a partir das transferências de diversos tipos

de tributos, taxas e carnês e da maior facilidade de abertura de conta

corrente. Além disso, a política governamental contribuiu na

pacronização de rotinas, atividades e normas contábeis utilizadas pelos

bancos. Podemos dizer que a atual configuração do sistema financeiro

nao existiria, em especial no caso dos bancos privados nacionais, sem a

firme e decisiva atuação do Governo." Accorsi (pag. 80).

• ver MARQUES, Newton F.S. Introducão da automação bancária no Brasil. Análise e pers.pectiva econômica: A economia brasiliera e suas perspectivas, RJ, APEC.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(33)

Com a racionalização e automatização dos serviços bancários a agência transforma-se em

uma loja de todas as empresas do conglomerado, aumentando muito o seu número de

transações.

No início da década de 70, houve um grande afluxo de capital no Brasil, vindo

principalmente via repasse de linhas de crédito do exterior para o país, a taxas de juros

extremamente atrativas. Foi o período do "milagre", quando o país experimentou altas

taxas de crescimento. A consequência veio do decênio seguinte. A década de oitenta,

considerada por muitos como a "década perdida", foi caracterizada pelo escasseamento do

financiamento externo. No final dos anos 70, a inflação aumentava e havia pouca

capacidade ociosa, mas o nível de taxa de juros reais era negativo, o que comprometia a

rentabilidade dos bancos comerciais.

Os limites impostos pelo governo para a concessão de crédito (para conter a inflação) e o

sistema de cartas patentes não permitia a expansão da rede de agências, dificultando a

multiplicação dos negócios. A saída encontrada pelos bancos foi a exigência de saldos

médios, cauções, recolhimento de tarifas por serviços, etc ..

Com a liberação dos juros, no início dos anos 80, muitos bancos não conseguiram honrar

seus compromissos, devido ao disparo das taxas, e também, aos investidores, que passaram

a concentrar seus investimentos em bancos estatais ou grandes conglomerados. Na primeira

metade da década, a principal fonte de lucro dos bancos foi o chamado "lucro ,

inflacionário" no qual parte dos recuros era captado a custo zero (depósitos à vista), e na

(34)

· A essa diferença entre o pago na captação e o recebido pelos empréstimos é dado o nome

de "spread". Alem disso, era muito comum a prática do "float", praticados principalmente

sobre os pagamentos que eram repassados de D+ 1, D+ 2, ... (onde D é a data do recebimento

e os números 1, 2, ... representam dias após o recebimento). Esse dinheiro que o banco

retinha por 1, 2, ou mais dias gerava caixa para que o banco aplicasse recuros no "Open

Market" (mercado aberto).

Assim, temos na cobrança e arrecadação de tributos os grandes produtos para os bancos.

No caso das guias de F.G.T.S., por exemplo, o repasse paraa Caixa Econômica Federal só

se realizava após 30 dias. Já os demais tributos estaduais e federais variavam entre 01 e 05

dias úteis. A ausência de risco e a lucratividade dessas operações de recebimento, aos

poucos foram tornando os bancos cada vez menos credores, pois com taxas de juros altas, o

risco de inadimplência passa a ser grande.

Em 1986, o Banco do Brasil, foi destituído de suas funções de caixa do governo federal,

com a extinção da conta movimento, passando assim toda essa responsabilidade para o

Bacen. Esse foi um importante passo no sentido de disciplinar o sistema financeiro e ajudar

no controle inflacionário.

Também no ano de 1986 tivemos o plano Cruzado, que congelou preços e salários e fez

com que a inflação tivesse uma queda abrupta de níveis alevadíssimos para praticamente

zero. Com isso, cessou o lucro por floats e os spreads tiveram sua margem reduzida a quase

(35)

zero, logo, os bancos tiveram que repensar novamente na política de tarifas e redução de

custos, prática que perdura até os dias atuais.

Em 1988 a grande novidade foi a criação dos bancos múltiplos, que vinha ao encontro às

expectativas do setor, principalmente para a redução de custos operacionais. Essa medida

permitiu que as empresas do conglomerado (Financeiras, Credito Imobiliario,

Investimentos) passassem a integrar uma só intituição. Além disso, foi também extinto o

sistema de Cartas Patentes.

Outra grande mudança no setor ocorreu em 1989, onde o CDI (certificado de depósito

interbancárío) criado em 1986 passa a ser um instrumento de organização do mercado

interbancário pois permite a transferência de fundos entre diferentes instituições. Assim, os

bancos que durante o dia não fechassem o caixa, poderiam emitir títulos e vendê-los no

mercado de CDls, que se realiza a noite, evitando bastante o número de pedidos de socorro

ao Bacen (redescontos de liquidez). O fato de um banco ter que recorrer ao redesconto de

liquidez junto ao Bacen indica que a situação do banco pode não estar normal, ficando a

cargo do Bacen a decisão sobre uma possível invenção na instituição, se assim o achar

necessário.

Os anos 90 iniciaram com um novo plano econômico, o Plano Collor. Assim como o

Cruzado, de caráter heteredoxo. A intenção da equipe econômica era a de baixar

abruptamente a inflação, e, ao mesmo tempo, segurar a base monetária, para evitar que o

(36)

Devido às altas taxas de inflação, quase todo o dinheiro estava, de alguma maneira dentro

do sistema financeiro, principalmente nos bancos, e, em sua grande maioria em aplicações

de curtíssimo prazo. Os bancos, por sua vez, ofereciam produtos como fundos de

investimentos de liquidez diária, contas correntes remuneradas, altas taxas de CDBs, enfim,

toda uma gama de produtos cujo objetivo era o de oferecer ao cliente alternativas para a

reposição da perdas financeiras decorridas da inflação.(Ver gráfico sobre taxas de

inflação).

Assim, para operacionalizar o Plano Collor, as autoridades resolveram bloquear todo o

dinheiro que estava nos bancos, liberando, para a os clientes, uma pequena quantia. Para os

bancos, foram dias de muita tensão, pois as pessoas não se conformavam com a idéia de ter

seu dinheiro retido, e os protestos e atritos nas agências bancárias foram numerosos. No

final, a maioria da população , mesmo os mais reticentes, acabou por dar um voto de

crédito ao Governo, pelo menos por um certo tempo.

Esse voto de confiança não durou muito, pois através de mecanismos diversos, (inclusive

juridicamente legais), o dinheiro retido começou a ser liberado em laraga escala, e num

prazo menor que o esperado pelo Governo. Era o início do naufrágio do Plano Collor.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(37)

A Inflação no Período 1985 - 1996 (%mês/ano)

80

70 60

50

40

30

20

10

O+----.---r----r----.----.----.r----r----.----.----~==~

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Em 1992, o presidente Fernando Collor de Melo foi destituído de suas funções e

substituído pelo seu vice, Itamar Franco, que preferiu adotar uma política menos agressiva

de combate à inflação, mesmo porque, os planos anteriores, de caráter heteredoxo, estavam

desacreditados perante a população.

Em resposta à inflação foi criada a If.RV. (Unidade Referencial de Valor), para atender a

dois objetivos básicos. O primeiro era servir como unidade de conta confiável para a

denominação de contratos e obrigações, bem como para refenciar preços e salários. O

segundo objetivo era o de servir como meio de pagamento e substituir como reserva de

valor as várias formas de moeda remuneradas existentes.

Na prática, a u.R. V. funcionou como uma moeda transitória, que preparou o mercado para

a implantação de uma nova moeda, que tinha a proposta de ser uma moeda "estável", o

Real, a 1º de maio de 1994. Para se ter uma idéia da magnitude do processo de implantação

(38)

. realizadas 106 viagens aéreas, 37 terrestres para o transporte de 1,1 bilhão de cédulas e 760

milhões de Moedas"( __ , pag 11)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA* , muitas das quais nem sequer foram fabricadas no

país, devido à urgência do prazos de implantação.

Com isso, passamos a vrver um novo momento, com baixas taxas de inflação

(comparativamete a taxas de anos anteriores) e isso acarretou profundas mudanças tanto

para os bancos como para os demais setores da economia. O antigo "lucro inflacionário" **

teria que ser substituído por lucro "real", no amplo contexto da palavra. Devido a isso, os

bancos passaram a exigir cada vez mais reciprocidades de seus clientes. Além disso, os

Bancos, que já vinham procedendo um enxugamento'" nos seus quadros de funcionários,

passaram a acelerar esse processo, como forma de reduzir custos.

O Governo, por sua vez, sentindo a importância do setor, adotou duas medidas de

prevenção às crises bancárias: a Medida Provisória 1182 de 17/11/95 (última reedição sob

n" 1470, de 05/06/96) faculta ao Bacen, antes de decretar o regime especial de permitir aos

próprios controladores a adoção de medidas de capitalização da sociedade, transferência do

controle acionário e reorganização societária mediante incorporação, fusão ou cisão; "o

segundo e importante instrumento criado para a atuação do Bacen no saneamento e

ordenação do sistema financeiro é o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao

• sobre o processo completo de implementação do real, ver "O Banco Central e os dois anos do Real" •• principalmete derivado do diferencial entre taxas de juros praticadas na captação e nos empréstimos

••• os bancos demitiram, em média, 60.000 pessoas/ano desde o Real (Folha de São Paulo, 09/03/97)UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(39)

Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - PROER, instituído pelo Conselho

Monetário Nacional, por meio da Resolução 2.208 de 03/11/95" ( __ , pag 42).zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA*

No PROER, os recursos para a reestruturação do nosso Sistema Financeiro passa a ser

mobilizados, na maior parte pelo próprio mercado, quer pelas reorganizaões societárias e

transferências de ativos e passivos, quer por meio do mecanismo garantidor de depósitos e

créditos, formado por contribuições dos Bancos, que, enfim, fazem com que o PROER seja

financiado com recursos oriundos dos depósitos e recolhimentos compulsórios pertencentes

às próprias instituições financeiras.

Assim, na esteira da nova situação econômica da sociedade, de constantes transformações,

podemos dizer que o setor bancário é um dos setores que mais evoluiu e além disso, possui

uma capacidade de resposta e adaptação à novas situações muito grande .

• sobre PROER, ver "O Banco Central e as novas técnicas de saneamento do Sistema Financeiro Nacional após a

(40)

2 .3 D E F I N I Ç Ã O

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A origem da palavra banco certamente está relacionada aos primórdios do comércio,

realizado principalmente pelos povos antigos, os hindus, os chineses, os gregos e os judeus.

Segundo Aloe (pag. 08),

"Foram os judeus da Lombardia que concorreram para que a tais

operações se desse o nome de operações de banco. Era costume entre esses

judeus lombardos, nesses dias de engolfados pelo prepassar dos séculos,

trazer para a praça ou feira umaVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAb a n c a , sobre a qual se efetuavam as

operações de compra e troca de moedas, da compra e venda de ouro e

pedras preciosas e, de depósitos ou restituição de dinheiro. Talvez venham

dessa espécie de operações e dessa b a n c a , sobre a qual eram realizadas, as

palavras banco e banqueiro, constituindo tais palavras o batismo

tradicional chegado até nós.".

Ainda, segundo Aloe (pag. 5)

"Assim como a empresa mercantil tem por objetivo a compra e venda de

mercadorias e utilidades; a empresa industrial, a transformação da

matéria-prima em produtos das mais variadas espécies; a empresa

agrícola e pastoril, o cultivo, a exploração da terra e das criações emZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(41)

geral; a empresa bancária tem por objetivo o comércio do dinheiro, quer

como fornecedora de capitais, quer como depositária de capitais de

terceiros, quer ainda como intermediária do crédito.(...) Ao nosso ver, os

bancos são empresas que possuem capitais próprios e de terceiros

(depósitos) e que empregam esses recursos em diversas espécies de

operações peculiares ao comércio de dinheiro, com o objetivo de lucro.".

Também nos diz Dória que "o banco é uma instituição de crédito que, de modo geral, tem

por fim a produção e a circulação de capitais, servindo de intermediário entre aqueles que

dispõem de capitais e aqueles que deles precisam. Em princípio, os banqueiros são

intermediários que, em razão dos serviços que prestam, têm direito a uma remuneração que

se chamaVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAj u r o , c o m i s s ã o , c o r r e t a g e m p r ê m i o etc. São, portanto, comerciantes que, como

simples intermediários, especulam sobre a compra e venda de moedas, letras, valores

mobiliários, quer com os seus próprios fundos, quer com os que lhes confiam".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É claro que essas características descritas pelos autores correspondem a um tipo de

instituição mais tradicional e, de fato, como nos diz Fortuna (pag. 3), "Os bancos sempre

guardaram, através dos tempo, uma caractrística excessivamente nobre ou, por que não

dizer, austera. Um exemplo desse rigor eram as próprias gerências operacionais, as quais

obrigatoriamente deveriam manter contato com o público e ficavam situadas no fundo das

agências, com portas muito bem trancadas, por onde poucos ourariam entrar. Essa situação

estendeu-se até a metade de nosso século, quando então, começaram as grandes

(42)

· Podemos modemamente definir como bancos comerciais aqueles bancos que,

independentemente de seu caráter privado ou oficial, possuem dois aspectos básicos:

"o primeiro diz respeito à instituição financeira especializada em

depósitos à vista, ou em descontos a curto prazo, e o segundo como um

supermercado de crédito e serviços do conglomerado de qual faz parte,"

(Almeida, pago 64).

Ao pnmeiro aspecto estão relacionadas as atividades com recebimento / guarda de

depósitos, venda de recibos de depósitos bancários, empréstimos de curto prazo a

empresas, indústria e comércio (hot-money) e ao público em geral, o recebimento de

tributos, etc. Ao segundo dizem respeito as vendas de créditos e serviços oferecidos pelo

conglomerado financeiro através das cias. de crédito imobiliário, sociedades de leasing,

corretora de valores, distribuidoras de valores, cias seguradoras, entre outras.

Atualmente, o termo conglomerado pode ser substituido pelo termo banco múltiplo pois a

Resolução 1.524/38 de 22 de setembro de 1988 facultou às instituições financeiras sua

organização como uma única instituição com personalidade jurídica própria.

Um banco comercial , dependendo de sua política de negócios, pode estar voltado ao

atacado ou ao varejo. Por atacado, definiremos aquelas instituições cuja estratégia está

direcionada à seleção de clientes, sejam pessoas físicas ou jurídicas, segundo o critério dos

altos volumes de capital. O Citibank éum claro exemplo dessa categoria. Em oposição, os

de varejo procuram direcionar-se à captação de um grande número de clientes, depositantes

(43)

, ou aplicadores, para ganhar em volume. O Brasdesco, sem dúvida, é um exemplo clássico

dessa categoria.

São os bancos de varejo, em função da estrutura que devem montar para o atendimento e

execução de suas funções, os mais preocupados em oferecer ao cliente a idéia de

eficienência e agilidade, onde a informatização, a comunicação e o marketing são

importantes aliados. Não é à toa que o banco de varejo se preocupa com essas questões,

aparentemente ligadas apenas ao bem estar dos clientes, mas, dada a baixa rentabilidade

dos clientes com relação aos depósitos e aplicações, é através de empréstimos, taxas de

servico (doe, extrato, cheque adm, etc.), recolhimento de impostos e outros serviços que o

banco retira o seu lucro. Como o lucro é baseado no grande volume de operações, é

fundamental que se busque maior rapidez nos processos tanto internos (serviços de

retaguarda e suporte a decisões gerenciais operacionais) como nos serviços ofertados aos

clientes.

Esse tipo de banco (varejo) também é responsável pela abertura de um índice banstante

expressivo, da ordem de 90% de agências pioneiras. Segundo Andrade (pag. 2)

"A Resolução nzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQ

266, de 15 de outubro de 1973, entretanto, alterou

novamente o conceito, classificando a agência de bancos comerciais,

exceto as de bancos federais, emVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAp i o n e i r a , quando fossse a única no

município em que estivesse instalada, e em de 5ª categoria, quando alem

da pioneira somente existisse no município agência de banco federal e/ou

(44)

·Em seu trabalho, Andrade procura demonstrar que a instalação dessas agências, geram um

conjunto de beneficios sociais como por exemplo, atração de recursos financeiros,

empregos, atrai negócios e indústrias por propiciar desconto e cobrança de títulos, alem de

faciltar o acesso à poupança e outros serviços.

Conforme normas do Banco Central, poderíamos classificar os bancos com relação ao seu

tamanho, entre pequenos, médios e grandes, e com relação a sua amplitude, como

municipais, regionais (estaduais), nacionais e transnacionais.

Atualmente, uma das principais características que define um banco comercial é a de criar

moeda. Segundo Purificação (pag. 46),

"Das Instituições financeiras que atuam no mercado, efetuando

operações de compra e venda de moeda, o banco comercial é a única que

cria moeda a partir de suas operações de empréstimos; e é esse processo

que vai distingui-lo destacadamente das demais instituições de crédito".

Outra variante que define um banco diz respeito à sua dependência com relação ao

acionista majoritário. Em geral, os bancos podem ser classificados como públicos ou

privados. Os bancos privados são aqueles cujo capital pertence a pessoas fisicas ou

jurídicas, nacionais ou estrangeiras. Por bancos públicos, consideram-se aqueles cuja

maioria do capital social pertença oua União (Governo Fereral), ou a um estado da

federação, portanto, podemos ter bancos públicos federais e bancos públicos estaduais. O

(45)

- Banco do Brasil e o Banestado, respectivamente, são exemplos típicos de bancos oficiais

(por oficiais, entendem-se todos os tipos de bancos públicos).

Segundo o artigo 17 da Lei da Reforma Bancária, de 31 de dezembro de 1964,

"Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em

vigor, as pessoas jurídicas ou privadas, que tenham como atividade

principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos

financeiros, próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,

e a custódia de valor de propriedade de terceiros".

Além disso, podemos identificar na propria definição do Banco Central, que um banco nao

se restringe apenas a atividades básicas de captação e geração de crédito, ele é muito mais

que isso, pois a partir do momento que passou a prestar outros tipos de serviços, os bancos

tomaram-se peças chaves dentro do nosso contexto social.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAÉ o que nos diz Purificação

(pag.47)

"Verificamos, contudo, que no correr do tempo a atividade das

instituições financeiras, notadamente dos estabelecimentos bancários,

desenvolveu-se sobremodo, de forma que hoje temos os bancos

comerciais atuando no mercado de prestação de serviços em larga escala,

e com tendências a um crescimento cada vez maior". •

(46)

AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

REFERENCIAS

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

r

(47)

3 .1 C O N T A B I L I D A D E

B A N C Á R I A

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

"Para os Profs. Domingos D' Amore e Adalberto de Souza Castro, Contabilidade Bancária é

o ramo da Contabilidade Aplicada que estuda, registra e controla as operações pertinentes

aos institutos de crédito, determinando, no fim do exercício, o resultado destas operações e

a situação do patrimônio. "(Aloe, pag 41).

De outra maneira, podemos dizer que o papel da contabilidade nos institutos de crédito se

restringe a classificar e ordenar os fatos ou eventos econômicos/financeiros (operações de

crédito em geral), seguindo um mesmo padrão, de acordo com as normas do setor, com o

objetivo final de produzir demonstrações financeiras que, em outras palavras, representam

a situação da empresa.

Como nos diz Carneiro, pag 12,

"A Contabilidade Bancária estudando todas as transformações

patrimoniais por que passam as aziendas de crédito, por meio do registro

dos seus atos e fatos administrativos e pelo controle de todas as

operações de, tem por escopo principal demonstrar o estado patrimonial

(econômico, jurídico, específico e financeiro), da empresa. Deste modo

(48)

da azienda e a situação de cada correspondente, ou melhor, de todas as

pessoas da administração (proprietário, consignatários e

correspondentes). Aliás, na Contabilidade Bancária, melhor do que em

outra qualquer, deve-se sempre buscar isto: clareza, facilidade,

convicção, simplicidade, pois, os estabelecimentos bancários vivendo

quase exclusivamente das operações com os valores de terceiros,

depositados ou entregues em garantia das operações, devem estar sempre

prontos para poder provar a situação de cada um, iniludivelmente;

registrando operações diárias com seus correntistas devem os Bancos

estar sempre aptos de posse dos elementos controladores das operações

efetuadas com os mesmos, a fim de evitar tardios enganos e fraudes".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Quado explicativo dos tipos de operações bancárias

Empréstimos ao comércio, indústria, func. públicos, etc. Descontos de duplicatas, de promissórias, etc.

Financiamentos (casa, carro, turismo, etc.)

Operações Operações de Open Market Cheques de viagem Ativas Cartões de crédito

Caixas automáticas

(credor) Seguros

Corretagem e distribuição de valores Leasing

Investimentos a medio ou longo prazo Depósitos àvista e a curto prazo Operações Depósitos a prazo médio

Ordens de Pagamento

Passivas Redescontos, empréstimos Sacen Depósitos obrigatórios FGTS

(devedor) Obrigações por refinanciamento e repasses oficiais Recebimento de contas agua, luz, gas, telefone Recebimento de carnês

Operações Recebimento de impostos (munic. est. fed.) Recebimento de apólices de seguros em geral Acessórias Recebimento de aluguel de imóveis

Cobrança (duplicatas, promissórias, letras câmbio, etc.

(intermediador) Ordens de pagamento (comissões) Custódia de valores (comissão) Cofres de aluguel

(49)

. Com relação às operações, podemos dizer que fundamentalmente, um banco depende duas

operações imprescindíveis: a consecução de recursos e a aplicação imediata dos mesmos,

ficando no diferencial entre um e outra o lucro da atividade. "Quando os bancos

conseguem os recursos (disponibilidades numerárias), além do capital próprio, eles se

tornamVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAd e v e d o r e s . Quando aplicam esses recursos, se tornam c r e d o r e s . As operações por

meio das quais os bancos conseguem os recursos em moeda para as suas transações com

terceiros são denominadas p a s s i v a s , ao passo que as operações em que os bancos

empregam as suas disponibilidades são chamadas a t i v a s ."(Aloe, pag 49). Além dessas,

existem também as operações acessórias, onde o banco é apenas um intermediário,

mandatário ou depositário.

A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76) determina a estrutura dos balanços e

demonstrações financeiras." A legislação fiscal tornou essas determinações obrigatórias

também para os demais tipos de sociedades. Por essa razão, todas as empresas, no Brasil,

divulgam suas demonstrações financeiras sob a forma prevista na Lei das S.A.

o

Artigo 176 da Lei, assim se expressa:

" A o f i m d e c a d a e x e r c í c i o s o c i a l , a D i r e t o r i a f a r á e l a b o r a r , c o m b a s e n a e s c r i t u r a ç ã o m e r c a n t i l d a c o m p a n h i a , a s s e g u i n t e s d e m o n s t r a ç õ e s f i n a n c e i r a s , q u e d e v e r ã o e x p r i m i r c o m c l a r e z a a s i t u a ç ã o d o p a t r i m ô n i o d a c o m p a n h i a e a s m u t a ç õ e s o c o r r i d a s n o e x e r c í c i o .

I - b a l a n ç o p a t r i m o n i a l ;

1 1 - d e m o n s t r a ç ã o d o s l u c r o s o u p r e j u í z o s a c u m u l a d o s ;

1 1 1 - d e m o n s t r a ç ã o d o r e s u l t a d o d o e x e r c í c i o

I V - d e m o n s t r a ç ã o d a s o r i g e n s e a p l i c a ç õ e s d e r e c u r s o s " .

(50)

E, sobre o balanço patrimonial, o artigo 178 nos diz:VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

" N o b a l a n ç o , a s c o n t a s s e r ã o c l a s s i f i c a d a s s e g u n d o o s e l e m e n t o s d o p a t r i m ô n i o q u e r e g i s t r e m e a g r u p a d a s d e m o d o a f a c i l i t a r o c o n h e c i m e n t o , e a a n á l i s e d a s i t u a ç ã o f i n a n c e i r a d a c o m p a n h i a .

# l º N o a t i v o , a s c o n t a s s e r ã o d i s p o s t a s e m o r d e m d e c r e s c e n t e d e g r a u d e l i q u i d e z d o s e l e m e n t o s n e l a s r e g i s t r a d o s , n o s s e g u i n t e s g r u p o s :

a ) a t i v o c i r c u l a n t e ;

b ) a t i v o r e a l i z á v e l a l o n g o p r a z o ;

c) a t i v o p e r m a n e n t e , d i v i d i d o e m i n v e s t i m e n t o s , a t i v o i m o b i l i z a d o e a t i v o d i f e r i d o .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

# 2ºN o p a s s i v o , a s c o n t a s s e r ã o c l a s s i f i c a d a s n o s s e g u i n t e s g r u p o s :

a ) p a s s i v o c i r c u l a n t e ;

b ) p a s s i v o e x i g í v e l a l o n g o p r a z o ;

c) r e s u l t a d o s d e e x e r c í c i o s f u t u r o s

d ) p a t r i m ô n i o l í q u i d o , d i v i d i d o e m c a p i t a l s o c i a l , r e s e r v a s d e c a p i t a l , r e s e r v a s d e r e a v a l i a ç ã o , r e s e r v a s d e l u c r o s e l u c r o s o u p r e j u í z o s a c u m u l a d o s .

Uma vez definidos e conhecidos os principais elementos que compõem a definição de

Contabilidade Bancária, passaremos a em seguida ao estudo de outro fundamento muito

importante: a Análise de Balanços.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(51)

3 .2 A N Á L I S E

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

FINANCEIRA DE

B A L A N Ç O S

Inicialmente devemos tomar o cuidado de posicionar corretamente o campo do estudo, por

isso, recorremos à figura apresentada por Matarazzo (pag. 18), que ilustra com muita

clareza a sequência do processo contábil. Temos, portanto, a figura:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fatos ou eventos Processo

econômicos - ---.

financeiros Contábil

Técnicas de

---~

Análise de Balanços

Informações financeiras para

a tomada de decisões Demonstrações

Financeiras

=

dados

(1 ) (2)

Para efeito descritivo, foram acrescentados à figura os n~ (1) e (2). O nº (1) corresponde à

uma primeira etapa do processo, via de regra realizada por um contador que, a partir dos

fatos ou eventos econômicos-financeiros e utilizando-se de todo um instrumental técnico e

teórico, realiza um "Processo Contábil", gerando demonstrações financeiras. Em outras

palavras, através das ferramentas da contabilidade, o contador capta as informações e as

agrupa de forma sistematizada, de acordo com normas e leis vigentes, tendo como

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