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Crescimento e acúmulo de matéria seca em variedades de cana-de-açúcar cultivadas sob irrigação plena.

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Academic year: 2017

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v.14, n.9, p.951–960, 2010

Campina Grande, PB, UAEA/UFCG – http://www.agriambi.com.br Protocolo 078.09 – 26/05/2009 • Aprovado em 23/03/2010

Crescimento e acúmulo de matéria seca em variedades

de cana-de-açúcar cultivadas sob irrigação plena

Emídio C. A. de O liveira1, Ruthanna I. de O liveira2, Bruna M . T. de Andrade2,

Fernando J. Freire2, M ario A. Lira Júnior2 & Paulo R. M achado3

RESU M O

A análise de crescimento é considerada o método padrão para medir a produtividade biológica em espécies vegetais. Neste contexto objetivou-se avaliar, em onze variedades de cana-de-açúcar (SP79-1011, RB813804, RB863129, RB872552, RB943365, RB72454, RB763710, SP78-4764, SP81-3250, RB867515, RB92579) cultivadas sob irrigação plena, o cresci-mento e a produção de matéria seca no ciclo de cana planta. O expericresci-mento foi instalado em condições de campo no município de Carpina, PE. Utilizou-se o delineamento estatístico de blocos ao acaso, com quatro repetições. A análise de crescimento correspondeu à quantificação dos números de perfilhos e à, na mensuração da altura e diâmetro dos colmos, avaliados mensalmente em onze períodos de cultivo, os quais se estenderam dos 60 aos 360 dias após o plantio (DAP). A produção de matéria seca foi quantificada a partir dos 120 DAP, com intervalos de amostragem a cada dois meses. Observou-se que as variedades RB92579 e SP81-3250 apresentaram o maior perfilhamento e produção de maté-ria seca e as variedades RB813804 e RB72454 às maiores médias de altura, enquanto as variedades RB867515 e RB72454 obtiveram os maiores diâmetros do colmo.

Palavras-chave: Saccharum spp, perfilhamento, altura, diâmetro, produção biológica

Growth and dry matter production in sugarcane

varieties grown under full irrigation

ABSTRACT

Growth analysis is considered as a standard method for measuring the biological productivity of plant species. The objective of this research was to evaluate the growth and dry matter production of eleven sugarcane varieties (SP79-1011, RB813804, RB863129, RB872552, RB943365, RB72454, RB763710, SP78-4764, SP81-3250, RB867515, RB92579), grown under full irrigation, in the planted cane cycle. The experiment was conducted in field conditions in the municipality of Carpina, PE. A randomized block design with four replications was used. The varieties’ growth analysis was represented by the quantification of the tillers numbers, stalk height and diameter, measured monthly, in eleven periods of cultivation that extended from 60 to 360 days after planting (DAP). The dry matter production was measured from 120 DAP, with sampling intervals of every two months. It was observed that, at 360 DAP, the RB92579 and SP81-3250 varieties showed the highest tillering and dry matter production. The RB813804 and RB72454 varieties had the highest average for height, while the RB72454 and RB867515 varieties presented the largest stalk diameters.

Key words: Saccharum spp, tillering, height, diameter, biological production

1ESALQ/USP, Av. Centenário CP 96, CEP 13400-970, Piracicaba, SP. Fone: (19) 3429-4738. E-mail: ecaoliveira@cena.usp.br

2Centro de Pesquisa de Solos/UFRPE. Rua Dom Manuel de Medeiros, Campus Universitário de Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife, PE. Fone: (81) 3320-6220.

E-mail: rhuty_isa@hotmail.com; bruannamarcela@hotmail.com; f.freire@depa.ufrpe.br; mario.lira@depa.ufrpe.br

(2)

I

NTRODUÇÃO

Nas regiões canavieiras do Brasil, como a Zona da Mata do Nordeste, a disponibilidade de área para expansão da cana-de-açúcar vem-se tornando cada vez mais escassa, sendo im-prescindível manejar a cultura adequadamente, em busca de maiores produções por unidade de área. Contudo, a má dis-tribuição e as baixas quantidades pluviométricas comumente observadas nessas regiões produtoras, restringem o crescimento da cultura e proporcionam impactos negativos da produtivi-dade e qualiprodutivi-dade dos canaviais (Wiedenfeld & Enciso, 2008). Nessas condições, o manejo adequado implica na identifica-ção dos padrões de crescimento, permitindo selecionar varie-dades edafoclimaticamente adaptadas aos diferentes ambien-tes de produção e que se revelem eficienambien-tes no uso da água, principalmente em sistemas de cultivos irrigados.

A análise de crescimento da cana-de-açúcar tem permi-tido identificar as fases de desenvolvimento da cultura nos diferentes ambientes de cultivo, proporcionando sua con-dução, de forma que o máximo desenvolvimento coincida com os períodos de maior disponibilidade hídrica e radia-ção solar, o que leva a cultura a expressar todo o seu po-tencial genético, além de permitir manejar diferentes for-mas de adubação e tratos culturais (Stone et al., 1999). O crescimento da parte aérea da cana-de-açúcar pode ser di-vidido em três etapas: fase inicial, em que o crescimento é lento; fase de crescimento rápido, com surgimento e alon-gamento de entrenós, em que se acumulam cerca de 75% da matéria seca total, e fase final, em que novamente há crescimento lento (Robertson et al., 1996; Inman-Bamber et al., 2002; Oliveira et al., 2007).

A avaliação de algumas variáveis morfológicas das plan-tas, como altura, diâmetro, plantas m-1, área foliar e

produ-ção, torna possível a identificação da capacidade produtiva

de diferentes variedades e a investigação dos efeitos do ma-nejo da cultura. Adicionalmente, a análise de crescimento pode ser realizada por meio de avaliações sequenciais do acúmulo de matéria seca e/ou fresca ou, ainda, dos índices fisiológicos dela obtidos (Gava et al., 2001). Assim, a iden-tificação das prováveis variações no desenvolvimento da cana-de-açúcar que ocorrem durante o ciclo, é fundamental para que se possa modelar e quantificar o crescimento nos diferentes ambientes de produção (Teruel et al., 1997).

Diante do exposto, a presente pesquisa teve como objeti-vo avaliar o crescimento e a produção de matéria seca dos componentes da parte aérea de onze variedades de cana-de-açúcar cultivada em Argissolo Amarelo distrófico e subme-tidas a regime de irrigação plena durante o ciclo de cana planta.

M

ATERIALEMÉTODOS

O estudo foi realizado na Estação Experimental de Cana-de-açúcar de Carpina (EECAC), Unidade de Pesquisa da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), loca-lizada no município de Carpina, Zona da Mata Norte do Estado, durante o ciclo de cana planta, na safra agrícola 2006/2007. Constataram-se durante o desenvolvimento da pesquisa precipitação pluvial anual de 1.181 mm e tempera-turas médias superiores a 25 °C (Figura 1).

O solo da área experimental foi classificado como Argis-solo Amarelo distrófico abrúptico (EMBRAPA, 2006), cuja caracterização física e química foi realizada em amostras coletadas nas camadas de 0-0,20, 0,21-0,40 e 0,41-0,60 m (Tabela 1).

O experimento foi conduzido utilizando-se onze varieda-des de cana-de-açúcar, sendo cinco variedavarieda-des de maturação

0 5 10 15 20 25 30 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Excesso Défcit (-1) T °C média

2006 2007

D is po ni bi li da de h íd ri ca ( m m ) Te m pe ra tu ra ( °C )

Out 1 1:21

Out 2 1:31

Nov 1 :10

Nov 1 1:21

Nov 2 1:31

Dez 1 :10

Dez 1 1:21

Dez 2 1:31

Jan 1 :10

Jan 1 1:21

Jan 2 1:31

Fev 1 :10

Fev 1 1:21

Fev 2 1:28

Mar 1: 10

Mar 11:2

1

Mar 21 :31 Abr 1

:10

Abr 1 1:21

Abr 2 1:30 Maio 1:10 Maio 11:2 1 Maio 21:3 1

Jun 1 :10

Jun 1 1:21

Jun 2 1:30

Jul 1 :10

Jul 1 1:21

Jul 2 1:31

Ago 1 :10

Ago 1 1:21

Ago 2 1:31

Set 1 :10

Set 1 1:21

Set 2 1:30

Out 1 :10

Out 1 1:21

Out 2 1:31

(3)

precoce (SP79-1011, RB813804, RB863129, RB872552 e RB943365) e seis de maturação média a tardia (RB72454, RB763710, SP78-4764, SP81-3250, RB867515 e RB92579). As variedades foram semeadas (colmo-semente) em parce-las constituídas de cinco sulcos de cana, espaçados a 1,10 m e com dez metros de comprimento. As parcelas foram dis-tribuídas em delineamento experimental com quatro blocos ao acaso, perfazendo o total de 44 unidades experimentais.

O preparo do solo consistiu de gradagem para destruição dos restos culturais, previamente dessecados com herbicida (Glyphosate) e incorporação do calcário, seguindo-se a aber-tura dos sulcos de plantio. Para correção do solo utilizou-se calcário na dose de 465 kg ha-1, calculado pelo método da

neutralização do Al trocável ou elevação dos teores de Ca e Mg trocáveis, considerando-se 3,0 cmolcdm-3 como nível

crítico de Ca + Mg.

Na adubação de plantio aplicaram-se, no fundo do sulco, 30 kg ha-1 de N; 120 kg ha-1 de P

2O5 e 70 kg ha-1 de K2O,

respectivamente, na forma de sulfato de amônio (SA), clo-reto de potássio (KCl) e superfosfato triplo (SFT). Aos 90 dias após o plantio (DAP), realizou-se a adubação de cober-tura aplicando-se 50 kg ha-1 de N e 50 kg ha-1 de K

2O nas

linhas da cana-de-açúcar seguida de incorporação manual utilizando-se respectivamente, o SA e o KCl como fonte dos nutrientes. A calagem e a adubação do solo tiveram como base os resultados da análise do solo (Tabela 1) e o Manual de recomendações de adubação para o estado de Pernambu-co (IPA, 1998).

Adotou-se o manejo de irrigação plena até os 300 DAP, aplicando-se uma lâmina calculada para suprir a evapotrans-piração da cultura (Etc) até 0,6 m de profundidade

(Tabe-la 1). Para tanto, levaram-se em consideração os resultados da capacidade de campo (CC) e do ponto de murcha perma-nente (PMP) do solo até profundidade amostrada (Tabela 1), bem como a precipitação e a eficiência (75%) do sistema de irrigação utilizado.

A ETc foi calculada segundo a equação: ETc = ECA x Kp x Kc, em que: Etc: evapotranspiração da cultura (mm); ECA: evaporação do tanque Classe A (mm), que se encon-trava localizado próximo à área experimental; Kp = coefici-ente do tanque Classe A, que possuía bordadura de 10 m e Kc: coeficiente de cultura. Os valores de coeficientes de cul-tura seguiram os diversos estádios de desenvolvimento da cana-de-açúcar, sendo utilizados gradativamente os valores de 0,55, 0,8, 1,0, 1,25, 1,0 e 0,6; respectivamente na germi-nação, perfilhamento, estabelecimento do “stand”, crescimen-to elevado ou elongação do colmo, senescência das folhas e maturação (Inman-Bamber & McGlinchey, 2003; Bernardo et al., 2005). Na reposição da lâmina utilizou-se o sistema de aspersão convencional do tipo canhão móvel, com bocal de quatro polegadas de diâmetro e vazão (Q) de 54 m3h-1

sob pressão de 40 m de coluna de água (mca).

O crescimento foi avaliado mensalmente nas três linhas centrais de cada parcela experimental, quantificando-se o número de plantas em oito metros de comprimento (perfi-lhamento), e se contabilizando os dados de altura e diâme-tro do colmo em dez plantas previamente identificadas. A altura do colmo foi mesurada com auxílio de uma fita mé-trica, a partir do solo até o colarinho da folha (+1) e o di-âmetro do colmo foi dimensionado utilizando-se paquíme-tro no terço médio da planta. A folha (+1) foi considerada como aquela que apresentava o primeiro colarinho total-mente visível.

A produção de matéria seca da parte aérea das varieda-des foi avaliada aos 120, 180, 240, 300 e 360 DAP, utilizan-do-se oito plantas em cada parcela experimental. As amos-tras foram separadas em ponteiro, folha e colmo, sendo o ponteiro constituído do cartucho e da folha (+1); no compo-nente folha (folha + bainha), consideraram-se as folhas se-cas e verdes a partir da folha (+1) e, após a retirada do pon-teiro e das folhas, o restante foi considerado colmo.

Depois de separados, os ponteiros, folhas e colmos, foram pesados, determinando-se a matéria fresca e em seguida, tri-turados em forrageira e subamostrados. Nas subamostras determinou-se a umidade após serem secadas em estufa de circulação forçada de ar a 65 ºC até peso constante. Descon-tada a umidade, a massa por hectare de matéria seca foi cal-culada multiplicando-se o perfilhamento pela matéria seca obtida nos componentes; ponteiro, folha e colmo em cada período de amostragem.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variân-cia utilizando-se o teste F, a 5% de probabilidade. Para as variáveis significativas foram ajustadas regressões em fun-ção do período de crescimento e acúmulo de matéria seca de cada variedade avaliada. Como critérios para a escolha dos modelos de regressão, selecionaram-se os modelos que apresentaram maior coeficiente de determinação e signifi-cância dos parâmetros da regressão até 5% de probabilida-de pelo teste t.

Tabela 1. Caracterização química e física do solo da área experimental

Profundidade (m)

0,0 - 0,20 0,21 - 0,40 0,41 - 0,60

Propriedades químicas

pH (H2O) 5,4 5,2 5,0

PM ehlich (mg dm-3) 8 7 6

H+ Al (cmolc dm-3) 6,4 6,8 6,8

Al (cmolc dm-3) 0,2 0,5 0,7

Ca (cmolc dm-3) 1,6 1,0 0,75

Mg (cmolc dm-3) 1,2 0,5 0,5

K (cmolc dm-3) 0,07 0,05 0,03

CTC(I) (cmol

c dm-3) 9,33 8,50 8,20

V (%) 31,4 20,0 17,0

m (%) 6,3 22,7 26,1

Propriedades físicas

(II) (kg m-3) 1,44 1,36 1,39

Areia (g kg-1) 769,4 689,4 661,0

Silte (g kg-1) 61,4 46,4 54,8

Argila (g kg-1) 169,2 264,2 284,2

cc (m-3 m-3 ) 0,150 0,210 0,210

pmp (m-3 m-3 ) 0,083 0,110 0,140

L. útil(III) (mm) 7,4 9,7 7,3

Textura Franco arenosa Franco argilo-arenosa Franco argilo-arenosa

(4)

R

ESULTADOSEDISCUSSÃO

Perfilhamento

O perfilhamento mostrou diferença entre as variedades durante as épocas avaliadas observando-se, nas SP81-3250 e RB92579, os maiores números de perfilhos (Figura 2B). Nas variedades de maturação precoce o perfilhamento má-ximo ocorreu aos 90 DAP (Figura 2A), enquanto nas varie-dades de maturação média a tardia, verificou-se que o perfi-lhamento máximo ocorreu aos 60 DAP, exceto para as RB72454 e SP78-4764, que apresentaram a máxima densi-dade média de plantas aos 90 DAP (Figura 2B).

Independente da diferença observada entre as variedades com relação ao perfilhamento máximo, que ocorreu entre 60 e 90 DAP constatou-se, em média, redução de 50% nos per-filhos até o momento da colheita, exceto nas variedades RB863129 e SP78-4764 que apresentaram a maior e a me-nor redução, com valores de 68 e 42%, respectivamente. De acordo com Castro (2000); Oliveira et al., (2004), o

perfi-lhamento na cana-de-açúcar é crescente até o sexto mês após o plantio e a partir deste período, se inicia uma redução no número de perfilhos, decorrente da competição, por luz, área, água e nutrientes refletindo, assim, na diminuição e parali-sação do processo, além da morte dos perfilhos mais jovens; apesar disto, verificou-se que os altos perfilhamentos de 30 e 29 plantas por metro linear, aos 60 DAP obtidos, respecti-vamente, pelas variedades RB92579 e SP81-3250, não in-fluenciaram na diminuição dos perfilhos, sendo observada redução média de 50% o que proporcionou, a essas varieda-des, 25% a mais de plantas por metro, aos 360 DAP, em re-lação às demais variedades.

A alta densidade de perfilhos por metro linear aos 60 e 90 DAP, encontrada neste estudo, foi superior à obtida por outros pesquisadores (Marques et al., 2005; Oliveira et al., 2005; Almeida et al., 2008). Possivelmente, esses resultados se devem as condições de umidade contínuas do solo manti-das pela irrigação plena, associamanti-das às temperaturas acima de 25 °C, que ocorreram durante o experimento (Figura 1). Segundo Bonnet et al. (2006), à medida em que a tempera-tura do ar se eleva até em torno de 30 °C há aumento consi-derável de perfilhamento e crescimento em altura, favorecen-do maior propagação vegetativa da cana-de-açúcar.

Altura do colmo

No que se refere à altura do colmo obteve-se ajuste sig-moidal, caracterizando três fases de desenvolvimento (Figuras 3A e C): a primeira fase de crescimento foi seme-lhante para todas as variedades estudadas, observando-se pequeno aumento de estatura até os 60 DAP, com valores médios de 18 cm; na segunda fase de crescimento, que ocor-reu entre os 60 e 240 DAP, verificaram-se diferenças entre as variedades e as maiores taxas de crescimento em altura do colmo (TCA) que ocorreram entre 120 e 150 DAP, com valores médios de 22 mm d-1 (Figuras 3B e D). No final da

segunda fase de crescimento as variedades de maturação precoce RB872552 e RB863129 obtiveram, respectivamen-te, as maiores alturas, com valores de 310 e 291 cm (Figura 3A). Para as variedades de maturação média tardia, as RB92579 SP78-4764, RB763710 e RB867515 apresenta-ram os maiores crescimentos em altura do colmo, com valo-res de 311, 307, 306 e 304 cm, valo-respectivamente (Figura 3C); na terceira fase de crescimento as variedades obtiveram gan-hos médios de 49 cm, o que representou 15% da altura total do colmo; nesta fase se observaram, nas variedades RB72454 e RB813804, os maiores crescimentos finais, com valores su-periores aos 350 cm, enquanto a variedade SP79-1011 apre-sentou o menor valor de crescimento, ou seja, com média de 258 cm (Figura 3A e B).

Os baixos crescimentos em altura obtidos pela variedade SP79-1011 com uso da irrigação, também foram verificados por Carvalho et al. (2009) na zona canavieira da Paraíba, ao observarem valores médios de 221 cm e ganhos de 30 cm em relação ao manejo não irrigado. Outro estudo realizado na mesma região produtora, apresentou valores finais ainda menores (153 cm) e acréscimo de apenas 4 cm na altura do colmo em comparação com o cultivo de sequeiro (Farias et al., 2008).

Figura 2. Número de plantas por metro (perfilhamento) relacionado ao tempo em variedades de cana-de-açúcar com maturação precoce (A) e de maturação média a tardia (B)

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

Dias após o plantio (DAP)

N

úm

er

o

de

p

er

fi

lh

os

m

-1

SP79-1011: Y = 188,6661* x 10(-0,05x(loge(x/96,6760*)/0,6102*)^2); R = 0,802

RB813804: Y = 162,4027* x 10(-0,05x(loge(x/94,2616*)/0,7350*)^2); R = 0,842

RB863129: Y = 154,4703* x 10(-0,05x(loge(x/94,4003*)/0,7670*)^2); R = 0,742

RB872552: Y = 212,1170* x 10(-0,05x(loge(x/771200*)/0,7323*)^2); R = 0,852

RB943365: Y = 218,5322* x 10(-0,05x(loge(x/76,6574*)/0,7320*)^2); R = 0,702

RB72454: Y = 179,8060* x 10(-0,05x(loge(x/88,9622*)/0,6901*)^2); R = 0,742

SP78-4764: Y = 212,9570* x 10(-0,05x(loge(x/82,1731*)/0,6423*)^2); R = 0,712

RB763710: Y = 231,6151* x 10(-0,05x(loge(x/76,2127*)/0,7466*)^2); R = 0,762

SP81-3250: Y = 277,1477* x 10(-0,05x(loge(x/79,9696*)/0,6851*)^2); R = 0,792

RB867515: Y = 247,1046* x 10(-0,05x(loge(x/75,4789*)/0,6331*)^2); R = 0,842

RB92579: Y = 280,0534* x 10(-0,05x(loge(x/78,5694*)/0,6980*)^2); R = 0,752

A.

B.

(5)

As primeira e segunda fases de crescimento foram respon-sáveis por 85% da altura total do colmo da cana-de-açúcar entre variedades avaliadas, ou seja, as duas primeiras fases de crescimento ocorreram entre os meses de outubro a ju-nho, período caracterizado por baixa precipitação, maior intensidade de luz e temperaturas mais elevadas que, asso-ciadas à disponibilidade hídrica promovida pela irrigação plena, resultaram, em ganhos médios de 280 cm em altura do colmo. Na região centro sul do Brasil, Oliveira et al. (2004) notaram, em variedades não irrigadas, os maiores ganhos em altura do colmo entre os meses de dezembro a março, com taxas médias de crescimento de 1,7 cm d-1,

pro-porcionando estaturas finais de colmo de 326 cm, valores semelhantes aos observados neste estudo.

Diâmetro do colmo

Para o diâmetro do colmo os dados também se ajusta-ram ao modelo sigmóide, caracterizando duas fases de de-senvolvimento (Figuras 4A e C), em que na primeira fase, o aumento no diâmetro do colmo foi rápido e constante

nos primeiros 90 dias, apresentando taxas médias de cres-cimento em diâmetro do colmo (TCD) de 0,22 mm d-1

(Figuras 4B e D) e média final entre as variedades de 19 mm. O crescimento inicial do diâmetro do colmo dife-riu entre as variedades sendo observado,nas RB763710, RB867515, RB863129, RB872552 e RB913365, que a primeira fase permaneceu até os 60 DAP e nas RB72454, RB92579, SP78-4764, SP81-3250, RB813804 e SP79-1011 até os 90 DAP (Figuras 4A e C); na segunda fase o diâ-metro do colmo da cana-de-açúcar apresentou pequeno aumento em espessura, obtendo-se valores médios finais de 25 mm; entre as variedades, as RB72454 e RB867515 de maturação média a tardia, obtiveram os maiores diâ-metros aos 360 DAP, com valor médio de 27 mm (Figura 4C). Resultados semelhantes foram obtidos por Silva (2007), ao avaliar o diâmetro do colmo em diferen-tes variedades, que também constatou, nas RB867515 e RB72454, aos 360 DAP, os maiores diâmetros dentre as variedades estudadas, com valores de 27 e 26 mm, respec-tivamente.

Figura 3. Altura do colmo e taxa de crescimento em altura (TCA) relacionada ao tempo em variedades de cana-de-açúcar de maturação precoce (A e B) e de maturação média a tardia (C e D)

0 50 100 150 200 250 300 350 400 A.

0 5 10 15 20 25 30

SP79-1011 RB813804

RB863129 RB872552 RB943365

B.

C.

0 5 10 15 20 25 30

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

RB92579 RB72454 RB763710 SP81-3250 SP78-4764 RB867515

D.

SP79-1011: Y = 288,6**/[1+(DAP/162,3**)-3,1994**]; R = 0,962

RB813804: Y = 382,3**/[1+(DAP/169,2**)-2,7293**]; R = 0,972

RB863129: Y = 341,0**/[1+(DAP/153,6**)-3,6176**]; R = 0,972

RB872552: Y = 354,1**/[1+(DAP/140,7**)-3,4223**]; R = 0,972

RB943365: Y = 325,2**/[1+(DAP/139,2**)-2,9968**]; R = 0,962

0 50 100 150 200 250 300 350 400

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

RB72454: Y = 391,4**/[1+(DAP/167,5**)-2,9509**]; R = 0,972

SP78-4764: Y = 357,5**/[1+(DAP/151,0**)-3,3094**]; R = 0,982

RB763710: Y = 334,8**/[1+(DAP/127,7**)-3,3379**]; R = 0,972

SP81-3250: Y = 326,5**/[1+(DAP/138,5**)-3,3460**]; R = 0,962

RB867515: Y = 370,5**/[1+(DAP/148,1**)-2,2120**]; R = 0,972

RB92579: Y = 377,5**/[1+(DAP/160,5**)-3,2321**]; R = 0,962

Dias após o plantio (DAP)

A

lt

ur

a

do

c

ol

m

o

(c

m

)

T

C

A

(

m

m

d

ia

)

-1

(6)

Matéria seca de parte aérea

Com relação ao acúmulo de matéria seca na parte aérea da cana-de-açúcar, os resultados também diferiram entre as variedades avaliadas, obtendo-se ajuste quadrático para téria seca da folha + ponteiro e ajuste sigmoidal para a ma-téria seca do colmo (Figuras 5 e 6). Observou-se que até os 120 DAP a matéria seca da folha + ponteiro foi superior em relação à do colmo, ocorrendo, a partir desta fase, inversão na quantidade de matéria seca acumulada no colmo que pas-sou a ser superior à acumulada na folha + ponteiro, man-tendo-se superior até o final do ciclo da cultura.

De acordo com Machado et al. (1982) após 100 dias de cultivo a matéria seca das folhas e ponteiro representa 70% de toda a biomassa da planta; depois deste período ocorre di-minuição progressiva no acúmulo de matéria seca neste com-ponente até próximo aos 400 DAP, representando apenas 9% da matéria seca acumulada pela planta. Acúmulo de matéria seca na parte aérea da cana-de-açúcar foi obtido por Silva (2007) e Orlando Filho et al. (1980) os quais mostraram que a matéria seca acumulada na folha + ponteiro foi superior à

do colmo até os 180 e 300 DAP, respectivamente, sendo esses períodos superiores aos observados neste estudo.

O maior acúmulo de matéria seca no colmo a partir dos 120 DAP é resultante provavelmente,do manejo hídrico do solo utilizado neste estudo. Como as variedades foram conduzidas sob regime hídrico pleno nas fases de germinação, perfilhamento e início de alongamento de colmo (fase de maior crescimento) não houve deficiência hídrica, o que promoveu crescimento con-tínuo e, provavelmente, formação antecipada de colmos.

Nas variedades precoces a quantidade de matéria seca acumulada na folha + ponteiro foi constante ao longo do tempo, com valores médios variando entre 7,5 e 12,0 Mg ha-1

(Figura 5), evidenciando que o acúmulo de matéria seca to-tal por essas variedades depende do acúmulo obtido pelo colmo. Para as variedades de maturação média a tardia, RB72454, SP78-4764, RB867515, SP81-3250 e RB92579, o acúmulo máximo estimado de matéria seca na folha + pon-teiro ocorreu aos 240 DAP, com exceção da variedade RB763710, em que o acúmulo de matéria seca foi constante e apresentou valor médio de 12,0 Mg ha-1 (Figura 6).

Figura 4. Diâmetro do colmo e taxa de crescimento em diâmetro (TCD) relacionados ao tempo em variedades de cana-de-açúcar de maturação precoce (A e B) e de maturação média a tardia (C e D)

0 5 10 15 20 25 30

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

C.

0 0,1 0,2 0,3 0,4

SP79-1011 RB813804 RB863129 RB872552 RB943365

0 0,1 0,2 0,3 0,4

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

RB72454 SP78-4764 RB763710 SP81-3250 RB867515 RB92579

0 5 10 15 20 25 30

RB813804: Y = 23,84**/[1+exp{-(DAP-52,69**)/30,46**}]; R = 0,902

RB863129: Y = 25,24**/[1+exp{-(DAP-53,98**)/26,70**}]; R = 0,852

RB872552: Y = 23,74**/[1+exp{-(DAP-38,03**)/18,90**}]; R = 0,852

RB943365: Y = 24,11**/[1+exp{-(DAP-37,27**)/24,79**}]; R = 0,802

SP79-1011: Y = 24,07**/[1+exp{-(DAP-49,99**)/34,53**}]; R = 0,822

RB72454: Y = 25,46**/[1+exp{-(DAP-57,70**)/32,75**}]; R = 0,842

SP78-4764: Y = 24,19**/[1+exp{-(DAP-46,47**)/31,59**}]; R = 0,872

RB763710: Y = 24,17**/[1+exp{-(DAP-37,97**)/19,05**}]; R = 0,832

SP81-3250: Y = 22,76**/[1+exp{-(DAP-38,46**)/38,03**}]; R = 0,812

RB867515: Y = 25,74**/[1+exp{-(DAP-40,83**)/34,99**}]; R = 0,822

RB92579: Y = 23,70**/[1+exp{-(DAP-53,61**)/34,83**}]; R = 0,842

A.

B.

D.

D

m

et

ro

d

o

co

lm

o

(m

m

)

T

C

D

(

m

m

d

ia

)

-1

Dias após o plantio (DAP)

(7)

Neste estudo se observou que o acúmulo de matéria seca no colmo se caracterizou em três fases de desenvolvimento (Figuras 5 e 6); a primeira fase foi observada até os 120 DAP, acumulando em média na parte aérea 8 Mg ha-1,

com destaque para a variedade de maturação média tardia RB763710 e de maturação precoce RB872552 que acumu-laram, respectivamente, 14 e 10 Mg ha-1 no primeiro

perí-odo de desenvolvimento, enquanto na segunda fase de de-senvolvimento o acúmulo de matéria seca do colmo mostrou-se mais elevado e apresentou diferenças entre as variedades, promovendo a formação de três grupos distin-tos, o primeiro formado pelas variedades RB872552, RB943365, RB763710, SP78-4764 e RB867515 obtiveram, entre o final da primeira fase até os 300 DAP, taxas médi-as de acúmulo de matéria seca do colmo (TPMSC) de 256 kg ha-1d-1 (Figura 7A e B), proporcionando valores

médios de 48 Mg ha-1 de matéria seca acumulada no final

desse período; no segundo grupo, constituído das varieda-des SP81-3250, RB72454 e RB813804, os máximos acú-mulos ocorreram até os 330 DAP, constatando-se TPMSC média de 245 kg ha-1d-1 e produções finais de 49 Mg ha-1.

Observou-se, para os dois grupos de variedades formados, que esta fase representou, respectivamente, 83 e 77% de toda a matéria seca acumulada no colmo. Para terceiro gru-po, formado pelas variedades RB92579, RB863129 e SP79-1011, não foi possível determinar o final do segundo período de acúmulo de matéria seca do colmo, evidencian-do que o ganho em matéria seca neste componente perma-neceria crescente após os 360 DAP.

Na terceira fase as variedades de maturação precoce RB872552 e RB943365 se destacaram das demais, com acú-mulos finais de 62 Mg ha-1 de matéria seca do colmo

(Figu-ra 5); nas variedades de matu(Figu-ração média a tardia, os maio-res acúmulos foram obtidos pelas RB92579 e SP81-3250, com produções de 85 e 72 Mg ha-1 de matéria seca do

col-mo, respectivamente (Figura 6), resultados que mostram cla-ramente a alta resposta dessas variedades ao manejo da irri-gação nas condições edafoclimáticas do nordeste brasileiro. Por outro lado, se constataram, nas variedades de matura-ção precoce RB813804 e SP79-1011, as menores respostas à irrigação plena, sendo observados, respectivamente, acú-mulos pelo colmo, inferiores a 55 Mg ha-1.

A produção de matéria seca total da parte aérea, aos 360 DAP, se diferenciou entre as variedades estudadas (Figu-ra 8), constatando-se a variedade RB92579 como a mais pro-dutiva, com acúmulo de 97 Mg ha-1, seguida da SP81-3250,

que obteve acúmulo médio de 85 Mg ha-1. A maior

produtivi-dade obtida pela varieprodutivi-dade RB92579 se deve à elevada e con-tínua TPMSC média de 232 kg ha-1d-1 (Figura 7B), o que

le-vou a acúmulos finais de 85 Mg ha-1 de matéria seca de colmo

(Figura 6), resultados que corroboram com os obtidos por Al-meida et al. (2008) que também observaram, na variedade RB92579, os maiores acúmulos de matéria seca no colmo porém com produção de 30 Mg ha-1 inferior à observada

nes-te estudo.

O acúmulo de matéria seca no colmo revelados pela va-riedade RB92579 estão relacionados, possivelmente ao po-tencial genético de perfilhamento dessa variedade Figura 5. Acúmulo de matéria seca no colmo e na folha + ponteiro

relacionado ao tempo em diferentes variedades de cana-de-açúcar de maturação precoce

0 10 20 30 40 50 60 70

Y = 174,4**/[1+(DAP/464,8**)-2,5376**]; R = 0,962

Y = 55,52**/[1+(DAP/206,8**)-4,9027**]; R = 0,942

Y = 77,31**/[1+(DAP/254,0**)-3,479**]; R = 0,942

Y = 69,82**/[1+(DAP/187,4**)-4,2555**]; R = 0,952

Y = 63,56**/[1+(DAP/187,3**)-4,2181**]; R = 0,912

SP79-1011

Y = Ÿ = 7,5

Y = Ÿ = 9,3

Y = Ÿ = 9,5

Y = Ÿ = 11,6

Y = Ÿ = 12,04

0 10 20 30 40 50 60 70

SP813804

0 10 20 30 40 50 60 70

RB863129

0 10 20 30 40 50 60 70

RB872552

0 10 20 30 40 50 60 70

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

Colmo Folha + Ponteiro Colmo Folha + Ponteiro Colmo Folha + Ponteiro Colmo Folha + Ponteiro Colmo Folha + Ponteiro

RB943365

Dias após o plantio (DAP)

M

at

ér

ia

s

ec

a

(M

g

ha

)

-1

(8)

Figura 6. Acúmulo de matéria seca no colmo e na folha + ponteiro relacionado ao tempo em diferentes variedades de cana-de-açúcar de maturação média a tardia

0 10 20 30 40 50 60 70

Y = -0,0026+0,0495*x -0,1580*x; R = 0,761/2 2

RB72454

Y = 65,72**/[1+(DAP/22,7**)-3,7297**]; R = 0,962

Y = -0,0012+0,0371*x -0,1296*x; R = 0,951/2 2 0 10 20 30 40 50 60 70 RB867515

Y = 58,33**/[1+(DAP/159,6**)-5,2687**]; R = 0,922

Y = -0,0010+0,0332*x -0,1189*x; R = 0,701/2 2 0 10 20 30 40 50 60 70 SP78-4764

Y = 72,31**/[1+(DAP/224,6**)-2,9223**]; R = 0,982

Y = -0,0017+0,0388*x -0,1191*x; R = 0,781/2 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 SP81-3250

Y = 82,59**/[1+(DAP/218,8**)-3,7612**]; R = 0,912

0 10 20 30 40 50 60 70 RB763710

Y = 64,36**/[1+(DAP/167,3**)-3,9949**]; R = 0,932

Y = Ÿ = 12,01

Y = -0,0001+0,0015*x -0,5259*x; R = 0,751/2 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

RB92579

Y = 105,4**/[1+(DAP/242,5**)-3,4084**]; R = 0,982 Colmo Folha + Ponteiro

Colmo Folha + Ponteiro

Colmo Folha + Ponteiro

Colmo Folha + Ponteiro

Colmo Folha + Ponteiro

Colmo Folha + Ponteiro

Dias após o plantio (DAP)

M at ér ia s ec a (M g ha ) -1 M at ér ia s ec a (M g ha ) -1

* e * * Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t

0 100 200 300 400 500

600 SP79-1011 RB863129 RB872552

RB943365 RB813804 A. 0 100 200 300 400 500 600

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

RB72454 SP78-4764 RB92579

RB763710 SP81-3250 RB867515

B.

Dias após o plantio (DAP)

T P M S C ( kg h a d ) -1 -1

Figura 7. Taxa de produção de matéria seca do colmo (TPMSC) relacionada ao tempo em diferentes variedades de cana-de-açúcar de maturação precoce (A) e de maturação média tardia (B)

(Figura 2B), além de seu potencial de crescimento em al-tura (Figura 3C). O rápido crescimento e o desenvolvimento na fase de perfilhamento da cana-de-açúcar requerem ele-vada disponibilidade hídrica e temperatura eleele-vada, tal

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 RB92 579 SP81 -325 0 RB94 3365 RB76 3710 RB87 2552 SP78 -476 4 RB86 7515 RB86 3129 RB72 454 RB81 3804 SP79 -101 1 Variedades M at ér ia s ec a (M g ha ) -1

Colmo Folha Ponteiro

A B C C C C C C C C C

(9)

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como características morfológicas que favoreçam a inter-ceptação da radiação solar (Bonnett et al., 2006; Terauchi & Matsuoka, 2000); desta forma a irrigação plena associa-da a temperaturas ideiais (Figura 1) na fase de perfilhamen-to e o máximo crescimenperfilhamen-to promoveram, na variedade RB92579, o desenvolvimento de todo o potencial genético, confirmando sua alta capacidade em captar radiação solar e convertê-la em matéria seca.

Por fim, a menor produção de matéria seca da parte aérea e o menor crescimento em altura do colmo observado na va-riedade SP79-1011, quando associados aos resultados de al-tura, diâmetro e produção de biomassa encontrados em con-dições edafoclimáticas semelhantes às ao do presente estudo (Farias et al., 2008; Carvalho et al., 2009; Silva et al., 2009), mostram claramente a baixa resposta desta variedade incre-mento hídrico no solo, tornando-a indesejável para áreas irri-gadas e inaplicável em estudos comparativos de resposta à irrigação na cultura da cana-de-açúcar, o que vem subestiman-do os resultasubestiman-dos obtisubestiman-dos em outras pesquisas.

C

ONCLUSÕES

1. A disponibilidade hídrica promovida pela irrigação ple-na durante as fases de desenvolvimento da caple-na-de-açúcar, proporciona diferença no perfilhamento, crescimento em al-tura e acúmulo de matéria seca entre variedades; contudo, pouca influência é observada no diâmetro do colmo.

2. A variedade de maturação precoce SP79-1011, por apre-sentar o menor crescimento em altura e baixa produção de matéria seca, torna-se inadequada para áreas irrigadas, de-vendo ser substituída por outras variedades precoces, como as RB943365 e RB872552.

3. A variedade de maturação média a tardia RB92579, apesar de não apresentar altura e diâmetro superiores aos das demais variedades avaliadas, mostra-se a mais produtiva, evidenciando que outras características morfológicas, como o perfilhamento e índice de área foliar, podem ser mais de-cisivas na produção final de matéria seca.

L

ITERATURACITADA

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Referências

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