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Atuação da enfermagem no tratamento com oxigenoterapia hiperbárica.

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Academic year: 2017

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ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO COM OXI GENOTERAPI A HI PERBÁRI CA

Elias Pereira de Lacerda1 Eduardo Lasry Sit novet er2 Leila Milm an Alcant ara3 Joset e Luzia Leit e4 Maria Auxiliadora Trevizan5 I sabel Am élia Cost a Mendes5

Lacerda EP, Sitnoveter EL, Alcantara LM, Leite JL, Trevizan MA,Mendes I AC. Atuação da enferm agem no tratam ento com oxigenot erapia hiperbárica. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 j aneiro- fevereiro; 14( 1) : 118- 23.

At ravés de relat o de experiência desenvolvida na Clínica de Medicina Hiperbárica do Hospit al Naval Mar cílio Dias os au t or es discor r em sobr e a at u ação da en f er m agem n o t r at am en t o com ox igen ot er apia hiperbárica. Breve hist órico do procedim ent o, efeit os t erapêut icos, indicações, efeit os colat erais e com plicações são apresentados. Entendem os autores que esforços devem ser envidados para que a atuação da enferm agem nesse novo papel sej a conscient izada com o alt ernat iva de m ercado de t rabalho nest a especialidade que vem crescendo a cada dia.

DESCRI TORES: ox igenot er apia; ox igenação hiper bár ica; enfer m agem ; cuidados de enfer m agem , r ecur sos h u m an o s em saú d e, r ecu r so s h u m an o s d e en f er m ag em ; d esen v o l v i m en t o d e p esso al ; ed u cação em en f er m ag em

NURSI NG ACTI VI TI ES I N HYPERBARI C OXYGEN THERAPY

The aut hor s discuss nur sing act iv it ies in hy per bar ic ox y gen t her apy t hr ough an ex per ience r epor t developed at the Medical Clinical of the Naval Hospital Marcílio Dias. This article presents a brief history of the procedure, it s t herapeut ic effect s, indicat ions, collat eral effect s and com plicat ions. The aut hors believe t hat effort s are needed t o creat e awareness about nursing act ivit ies in t his new role as a labor m arket alt ernat ive in t his growing specialt y area.

DESCRI PTORS: oxygen inhalat ion t herapy, hyperbaric oxygenat ion; nursing; nursing care; healt h m anpower; nursing st aff; st aff developm ent ; educat ion, nursing

ACTUACI ÓN DE LA ENFERMERÍ A EN EL TRATAMI ENTO CON OXI GENOTERAPI A HI PERBÁRI CA

A t ravés de un relat o de experiencia desarrollada en la Clínica de Medicina Hiperbárica del Hospit al Naval Marcílio Dias, los actores discurren sobre la actuación de la enferm ería en el tratam iento con oxigenoterapia hiper bár ica. Se pr esent a un br ev e hist ór ico del pr ocedim ient o, efect os t er apéut icos, indicaciones, efect os colat erales y com plicaciones. Los aut ores consideran que son necesarios esfuerzos para que la act uación de la enferm ería en ese nuevo papel sea concienciada com o alt ernat iva de m ercado de t rabaj o en est a especialidad que viene creciendo a cada día.

DESCRI PTORES: terapia por inhalación de oxígeno; oxigenación hiperbarica; enferm ería; atención de enferm ería; recursos hum anos en salud; personal de enferm ería; desarrollo de personal; educación en enferm ería

1 3º Sargento- EF- HB, Aluno do Curso de Aperfeiçoam ento em Enferm agem da Escola de Saúde do Hospital Naval Marcílio Dias, especializado em Enferm agem

Hiperbárica; 2 Capit ão- de- Corvet a, Médico Hiperbárico, Cirurgião Geral e Plást ico, Chefe da Clínica de Medicina Hiperbárica do Hospit al Naval Marcílio Dias; 3 Capit ão- de- Fragat a, Enferm eira, Encarregada da Divisão de Ensino Médio da Escola de Saúde do Hospit al Naval Marcílio Dias, Dout ora em Enferm agem

pela Escola de Enferm agem Anna Nery da UFRJ, 4 Enferm eira aposentada. Doutora em Enferm agem . Profa. Titular Em érita da Universidade Ferderal do

Est ado do Rio de Janeiro/ UNI RI O. Mem bro do Nupegepen, Gepecopen e Nuphebras. Pesquisador 1A do CNPq; 5 Enferm eira, Professor Tit ular da Escola de

(2)

I NTRODUÇÃO

E

st e t r abalho t em com o obj et iv o ofer ecer cont ribuição a respeit o de algum as quest ões sobre a e n f e r m a g e m h i p e r b á r i ca n o p r o ce sso d e t r a t a r cl i e n t e s co m m e i o s h i p e r b á r i co s. Câ m a r a s hiperbáricas foram usadas pela prim eira vez em 1622 por Henshaw para fins m edicinais, “ preconizando as alt as pressões para as doenças com quadros agudos e as baixas pressões para os crônicos”. Por volt a de 1830 alguns m édicos franceses utilizaram os “ banhos de ar com pr im ido” par a t r at am ent o da t uber culose pu lm on ar, su r dez, cólera, an em ias, h em or r agias e co q u el u ch e. Na Fr an ça, Ju n o d , Tab ar i é e Pr a v a z t or nar am - se conhecidos pela aplicação que fizer am desses procedim ent os( 1- 2).

A Ox igen ot er apia Hiper bár ica ( OHB) é u m m ét odo t erapêut ico at ravés do qual o client e respira oxigênio a 100% , dentro de um a câm ara hiperbárica, em um a pressão m aior que a pressão at m osférica( 3). Et im olog icam en t e, h ip er b ár ico é o t er m o com post o pelos r adicais hiper + bar os. Hiper é um pr efix o gr ego que indica ex cesso ou acim a; bar os, t am bém or iundo do gr ego, indica pr essão, peso ou den sidade. Ox igen ot er apia (ox is= ácido; gen ao = produzir; therapeia = tratam ento) é o tratam ento por i n a l a çã o d e o x i g ên i o , m u i t a s v ezes a sso ci a d o à r espir ação ar t ificial.

As b a ses f i si o p a t o l ó g i ca s d o t r a t a m en t o h iper bár ico for am r elat adas pela pr im eir a v ez por Paul Ber t no liv r o “ La Pr ession Bar om et r ique”, em 1 8 7 8 , “ m ost r ando a int ox icação pelo ox igênio sob p r e ssã o n o o r g a n i sm o a n i m a l ”( 1 ). Po r su a v e z, Hald an e, em 1 8 9 5 at r av és d e ex p er im en t os com an im ais, ev iden ciou o ef eit o pr ot et or do ox igên io h i p e r b á r i co n o t r a t a m e n t o d a i n t o x i ca çã o p e l o m onóxido de carbono( 1). Apesar de haver relatos sobre a utilização de oxigênio puro em câm aras hiperbáricas desde 1662, essa terapia som ente foi aceita no Brasil a par t ir de 1930 e r est r ingia- se, pr at icam ent e, ao tratam ento de casos de Doença Descom pressiva ( DD) ocor r idos em m er gulhador es.

Ap ó s o e st a b e l e ci m e n t o d e n o r m a s d e segurança referent es ao procedim ent o a OHB passou a se r e m p r e g a d a n o t r a t a m e n t o d e d i v e r sa s doenças( 4). Em 1956, Boerem a, em Am sterdan, realiza cirurgia cardiovascular em am biente hiperbárico. Est e m édico j unt am ent e com Br um m elkam p, int r oduzem a OHB para os casos de gangrena gasosa. Em 1960, Sm ith e Sharp na Escócia, experim entam o tratam ento

d a i n t o x i ca çã o p e l o m o n ó x i d o d e ca r b o n o ( CO) at ravés da OHB com result ados sat isfat órios. Ainda, na década de 60 surgiram vários cent ros de OHB e, em 1967, após um sim pósio int ernacional referent e ao t em a, nasceu a prim eira sociedade: a “ Undersea a n d Hy p e r b a r i c Me d i ca l So ci e t y ”. Ne st a m e sm a década, a Mar inha do Br asil ut ilizava suas câm aras h i p er b á r i ca s p a r a t r a t a m en t o d e d i v er so s ca so s clínicos; o pr ocedim ent o t am bém er a ut ilizado em acident es específicos de m ergulho que necessit avam de t rat am ent o recom pressivo, ou sej a, pressurização p ar a t r at ar d o en ças d esco m p r essi v as e em b o l i a t raum át ica pelo ar( 2- 4).

Em nosso país a OHB faz part e da Medicina de Mergulho, t endo sua origem na Marinha do Brasil e m 1 9 6 7 , co m a p r i m e i r a câ m a r a h i p e r b á r i ca inst alada na Base Alm irant e Cast ro e Silva ( BACS) -Força de Subm arinos( 4).

A Mar inha do Br asil deu um gr ande passo, cr i a n d o o p r i m e i r o se r v i ço d e Ox i g e n o t e r a p i a Hiperbárica, no Hospit al Naval Marcílio Dias ( HNMD) , v olt ad o p ar a clien t es com d ist in t as in d icações d e OHB( 4).

LEI S DA FÍ SI CA DO MERGULHO

A Ox i g e n o t e r a p i a Hi p e r b á r i ca t e m se u s fundam ent os nas Leis da Física do Mergulho( 1).

“ Lei de Dalt on” - a pressão t ot al de um gás equivale à som a das pressões parciais dest e gás na m ist ura, ou sej a, na m edida em que aum ent am os a pressão dent ro da câm ara hiperbárica, aum ent am os as pressões parciais dos gases na câm ara.

“ Lei de Henry” - à m edida que aum ent am os a pressão de um gás sobre um líquido, aum ent am os a solubilidade deste gás no líquido, ou sej a, à m edida q u e a u m e n t a m o s a p r e ssã o d e n t r o d a câ m a r a h i p e r b á r i ca , a u m e n t a m o s a q u a n t i d a d e d e g á s dissolvido nos líquidos do nosso corpo.

“ Lei d e Bo y l e” – o v o l u m e d e u m g ás é i n v er sam en t e p r o p o r ci o n al à p r essão d est e g ás, m an t en do- se a t em per at u r a con st an t e, ou sej a, à m edida que se aum enta a pressão dentro da câm ara, dim in u i- se o v olu m e aér eo n as cav idades e v ice-v er sa.

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A cada 10 m et ros de profundidade, aum ent a- se um a at m osf er a à p r essão sob r e o cor p o p r essu r izad o ( m er g u l h a d o ) . Os t r a t a m en t o s h i p er b á r i co s sã o realizados a um a pressão que varia de 2,5 a 3,0 ATA. Nessas pressões sofrem os efeit os físicos, explicados pelas Leis da Física do Mer gulho, de t al for m a que durant e um a sessão de t rat am ent o, aum ent a- se at é 1900% vezes a quantidade de oxigênio dissolvido em nosso corpo. Este aum ento do oxigênio dissolvido nos t ecidos é r esponsáv el pelos efeit os t er apêut icos da OHB( 4).

EF EI T O S T ER A P ÊU T I CO S D A

OXI GENOTERAPI A HI PERBÁRI CA

A ox ig en ot er ap ia h ip er b ár ica ex er ce seu s efeit os t erapêut icos at ravés da alt a concent ração de oxigênio dissolvido nos líquidos t eciduais. São quat ro os principais efeit os da OHB( 3):

- Pr olif e r a çã o d e f ib r ob la st os – a OHB, através do aum ento de oxigênio dissolvido nos líquidos t e ci d u a i s, p e r m i t e a ch e g a d a d e co n ce n t r a çõ e s a d e q u a d a s d e o x i g ê n i o e m t e ci d o s p o u co vascularizados favorecendo a cicat rização de feridas pr oblem át icas.

- N e ova scula r iza çã o – durant e as sessões de OHB, os t ecidos r ecebem m aior qu an t idade de oxigênio que o norm al. I m ediatam ente após a sessão, os t ecidos cor por ais são subm et idos a um a hipóxia r elat iva ( volt a à concent r ação nor m al de oxigênio) , e f e i t o e st e r e sp o n sá v e l p e l a e st i m u l a çã o d a n eov ascu lar ização.

- At i v i d a d e o st e o cl á st i ca e o st e o b l á st i ca - a OHB, at ravés do aum ent o de oxigênio dissolvido nos l íq u i d o s t e ci d u a i s, p e r m i t e a ch e g a d a d e con cen t r ações ad eq u ad as d e ox ig ên io n os ossos, p e r m i t i n d o a s a t i v i d a d e s o st e o cl á st i ca s e o st eo b l ást i cas, sen d o i n d i cad o , d est a f o r m a, n o t rat am ent o adj uvant e da ost eom ielit e crônica. - A çã o a n t i m i cr o b i a n a – a t en são d e ox ig ên io desem penha um papel crít ico no desenvolvim ent o de infecções. Várias condições pat ológicas, com o lesões ou infecções podem dim inuir not avelm ent e a t ensão de oxigênio no sít io afet ado, onde o fluído de lesões ex p er im en t ais f r eq u en t em en t e ap r esen t a v alor es i n f e r i o r e s a 1 0 m m Hg . Em i n f e cçõ e s ó sse a s ex p er i m en t a i s v er i f i ca - se r ed u çõ es d e 5 0 % d a s t ensões norm ais. Port ant o, condições de considerável hipóx ia ou m esm o anaer obiose são v er ificadas em

t e ci d o s o r g â n i co s i n f e ct a d o s, f a v o r e ce n d o o cr escim ent o de bact ér ias específicas. À pr incípio, é nest as infecções que a hipóxia hiperbárica apresent a m ai o r p o t en ci al t er ap êu t i co . Vár i o s m ecan i sm o s an t ibiót icos f or am iden t if icados n a ação dir et a da h ip er ox ia sob r e b act ér ias em est u d os d e b iolog ia m olecular de m icroorganism os, t ais com o( 3):

- “ I nibição da biossínt ese de am inoácidos - a OHB bloqueia a dihidr ox i- ácido desidr at ase, fav or ecendo a prot eólise e bloqueando o crescim ent o bact eriano; - I nibição de t r anspor t e em m em br anas - oxidação de prot eínas de t ransport e que cont enham o grupo sulfidr il, efeit o t ípico do ânion super óx ido, t am bém com prom et e a capt ação de subst rat os e;

- I nibição da sínt ese e degradação de DNA – lesões diret as ao RNA e DNA da bact éria são induzidas por r adicais at ivados do ox igênio. Fav or ecendo a ação m icr ob icid a e m icr ob iost át ica d ir et a d o ox ig ên io, f o r m an d o r ad i cai s l i v r es i n i b i n d o o m et ab o l i sm o bact er iano( 3);

- “ Radical livre - o oxigênio ao ingressar no organism o se transform a em radical livre denom inado superóxido ( O2 + e- ! O2- ) , este pode ser inibido pela superóxido desm utase ( SOD) ( O2- + O2- + H !SOD ! H2 O2 + O2) . A oxigenot erapia aum ent a o SOD e dim inui os r adicais. Assim sendo, a OHB aum ent a a for m ação de radicais livres e est im ula a form ação das defesas o r g â n i ca s a t r a v é s d a p r o d u çã o d e su p e r ó x i d o desm utase ( SOD) , resultando num a m elhora da carga oxidativa do organism o, dim inuindo o envelhecim ento celular( 3).

I N D I CA ÇÕ ES D A O X I GEN O T ER A P I A

HI PERBÁRI CA

O Conse lho Fe de r a l de M e dicina, at ravés da Resolução CFM Nº 1.457/ 95, aprovou as seguintes indicações para a OHB( 5, 6):

(4)

( aracnídeos, ofídios e insetos) ; Queim aduras térm icas e elétricas; Lesões refratárias: úlceras de pele, lesões p r é - d i a b é t i ca s, e sca r a s d e d e cú b i t o , ú l ce r a p o r v ascu l i t es au t o - i m u n es, d ei scên ci as d e su t u r as; Le sõ e s p o r r a d i a çã o : r a d i o d e r m i t e , ost eor r adionecr ose e lesões act ím icas de m ucosas; Ret alh os ou en x er t os com pr om et idos ou de r isco; Ost e o m i e l i t e s e An e m i a a g u d a ( n o s ca so s d e im possibilidade de t ransfusão sanguínea) ”.

EFEI TOS COLATERAI S E COMPLI CAÇÕES

DA OHB

A g r an d e m aior ia d os ef eit os colat er ais e com plicações or iundas da OHB são decor r ent es da Lei de “ Boyle, m anifestando- se durante a com pressão ( aum ent o da pressão dent ro da câm ara hiperbárica) ou a descom pressão( 1).

O b a r o t r a u m a d e o u v i d o m é d i o é a com plicação m ais fr eqüent e encont r ada dur ant e as se ssõ e s d e OHB. Oco r r e d u r a n t e a co m p r e ssã o quando não há equalização das pressões no ouvido m édio, at r av és da Tr om pa Au dit iv a. Su a pr in cipal ca u sa é o b st r u çã o d a t r o m p a d e co r r e n t e d e congest ão( 1) ( est ado gripal, por exem plo) .

A Em b o l i a Ar t e r i a l Ga so sa é u m a d a s com plicações m ais gr av es qu e podem os en con t r ar durant e um t rat am ent o hiperbárico. Ocorre no final do t r at am ent o, dur ant e a descom pr essão quando o paciente não exala o ar dos seus pulm ões. Pela lei de “ Boy le”, com a d im in u ição d a p r essão d en t r o d a câm ara ocorre um a expansão dos gases, de tal form a que, se não houv er a ex alação do ar hav er á um a r upt ur a pulm onar com ent r ada de ar na cir culação art erial. Est a com plicação pode ocorrer em pacient es com pneum opat ias que apr isionem ar nos alvéolos, devido aos bronquíolos obst ruídos( 1).

PROFI SSI ON AL DE EN FERMAGEM E SUA

ATUAÇÃO

Os clien t es su b m et id os ao t r at am en t o n a CLÍ NI CA DE MEDI CI NA HI PERBÁRI CA do HOSPI TAL NAVAL MARCÍ LI O DI AS são bast ant e difer enciados pela idade, diagnóstico e gravidade da sintom atologia. Assi m se n d o , o p r o f i ssi o n a l d e e n f e r m a g e m h ip er b ár ico d ev e t er ex p er iên cia com p r ov ad a em at endim ent o a client es cr ít icos no que concer ne a enferm agem m édico- cirúrgica de adultos e crianças( 4).

O Curso Especial de Enferm agem Hiperbárica p a r a Pr a ça s, r e a l i za d o n o Ce n t r o d e I n st r u çã o Alm irant e Mont eiro Aché na Base Alm irant e Cost a e Silv a e Escola de Saúde do Hospit al Nav al Mar cílio Di as f oi cr i ad o em 2 0 0 1 v i san d o p r o p or ci o n ar a p r ep ar ação t écn i co - p r o f i ssi o n al d o s m i l i t ar es d a Mar inha do Br asil, especializados em Enfer m agem , q u a l i f i ca n d o - o s e m o p e r a çõ e s d e câ m a r a s hiper bár icas e equipam ent os acessór ios, bem com o no apoio às at ividades de m ergulho raso, m ergulho p r o f u n d o e m e r g u l h o sa t u r a d o , a t e n d i m e n t o s a client es subm et idos à Ox igenot er apia Hiper bár ica e acident ados de m ergulho subm et idos a recom pressão ( t r a t a m e n t o p r o t o co l i za d o p a r a D o e n ça D e sco m p r e ssi v a ) , d a n d o - l h e s co n d i çõ e s p a r a execut ar as seguint es t arefas( 7):

- “Apoiar as atividades de m ergulho raso, profundo e sat urado na área de enferm agem desenvolvida pela Marinha do Brasil;

- Apoiar os tratam entos de acidentados de m ergulho, subm et idos à r ecom pr essão;

- Oper ar câm ar as hiper bár icas;

- Apoiar os tratam entos de Oxigenoterapia Hiperbárica e equipam ent os acessórios; e

- Apoiar as at iv idades de pesquisas em saúde nas ár eas d e m er g u lh o, Ox ig en ot er ap ia Hip er b ár ica e Medicina Per icial”.

A f u n ção d o p r of i ssi on al d e en f er m ag em hiperbárico com preende, em regra, a orient ação ao client e sobre as m edidas de segurança do m ergulho, acom panham ent o e observação durant e a realização do t rat am ent o de OHB, cum prim ent o das t abelas de t r a t a m e n t o, t a i s co m o : TPD ( Ta b e l a Pa d r ã o d e Descom pr essão) TDSO ( Tabela de Descom pr essão com o Uso de Oxigênio) TLSD ( Tabela sem Lim ite de Descom pr essão) , obser v ação dos efeit os colat er ais da OHB, bem com o fornecim ento do suporte básico à vida em caso de event uais acident es, convulsão ou int oxicação pulm onar ou neurológica( 7).

(5)

Os p r o t o co l o s d e t r a t a m e n t o t a m b é m variaram com o tem po, havendo evolução das tabelas de tratam ento de acordo com as doenças, tendo com o b a se a s t a b e l a s d e t r a t a m e n t o e o s p r o t o co l o s

est abelecidos pela Undersea and Hyperbaric Medical

Societ y. Assim sendo, seguem em epígrafe algum as indicações e prot ocolo recom endado( 4):

O Ã Ç A C I D N

I PROTOCOLO

) A T A m e o ã s s e r p

( (nºdesessões)

O C r o p o ã ç a c i x o t n

I 2.5-3.0QDouBID 5

a n a i d i r t s o l c e s o r c e n o i

M 3.0TID(1dia) ) s a i d 5 -4 ( D I

B 10

,l a t n e m it r a p m o c e m o r d n í S s a r t u o e o t n e m a g a m s e s a c it á m u a r t s a i m e u q s i D I T 5 . 2 ) s a i d 2 ( D I B ) s a i d s i a m e d ( D Q 9 a v i s s e r p m o c s e d a ç n e o

D 2.8-6.0 14 o ã ç a z i r t a c i c a d o ã ç a c if i s n e t n I s a c it á m e l b o r p s a d i r e f e d D Q 5 . 2 -0 . 2 D I B u

o 60

e d s e t n a s o r c e n s e õ ç e f n I s e l o m s o d i c e t ) s a i d 2 ( D I B 5 . 2 -0 . 2 ) s a i d s i a m e d ( D

Q 30

a i r á t a r f e r e t il e i m o e t s

O 2.0-2.5 QD 30 o ã ç a i d a r r o p l a u d i c e t o ã s e

L 2.0-2.4QD 60 s o e n â t u c s o h l a t e r e s o t r e x n E s o d it e m o r p m o c D I B 5 . 2 -0 . 2 D Q 5 . 2 -0 . 2 a i g r u r i c -é r p 0 2 a i g r u r i c -s ó p 0 2 o n a i n a r c a r t n i o s s e c s b

A 2.5QDouBID 12

a c i m r é t a r u d a m i e u

Q 2.0TID(umdia) ) s a i d s i a m e d ( D I

B 45

QD= 1 sessão/ dia BI D= 2 sessões/ dia TI D= 3 sessões/ dia

Os crit érios clínicos e prot ocolos de uso da OHB e st ã o d i r e t a m e n t e l i g a d o s a q u a l i d a d e d o program a de t rat am ent o at inent e ao gerenciam ent o m é d i co e sp e ci a l i za d o , co n t r o l e e m o n i t o r i za çã o per iódica da lesão, enfer m agem especializada par a av al i ação e i n d i cação d e cu r at i v o s, f i si o t er ap i a, con su lt or ia d iet ét ica, d eb r id am en t os cir ú r g icos e ox igenot er apia hiper bár ica.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

O t rat am ent o pela OHB t em disponibilidade ainda m uit o rest rit a no país; ent ret ant o, a am plit ude de suas indicações apont a sua im por t ância par a a saúde( 8). Assim sendo, a Oxigenot erapia Hiperbárica vem se consagrando com o um m ét odo adj uvant e e eficaz no auxílio à cicat rizações de feridas, com bat e a infecções sev er as, na pr olifer ação de t ecidos; na n e o v a scu l a r i za çã o ; n o cr e sci m e n t o ó sse o e n o t rat am ent o da ost eom ielit e crônica.

É opor t u n o en fat izar a t en dên cia at u al da enferm agem na capacitação da equipe para atuar em câ m a r a s h i p e r b á r i ca s si t u a d a s e m Ho sp i t a i s o u Clínicas. A educação e t r einam ent o em ser v iço são est r at égias a ser em ex plor adas t en do em v ist a a aplicação de padr ões de qualidade e pr ev enção de a ci d e n t e s, co n si d e r a n d o o s t i p o s d e câ m a r a s

m onoplace ou m ult iplace e o perfil de gravidade dos client es assist idos.

As D i r et r i zes d e Seg u r a n ça e Qu a l i d a d e ex p ed id as p ela Socied ad e Br asileir a d e Med icin a Hiperbárica determ inam que os profissionais indicados par a oper ar e pr est ar cuidado aos client es dever ão se r e n f e r m e i r o s e t é cn i co s d e e n f e r m a g e m , at en den do a Lei n º . 7 . 4 9 8 / 8 6 qu e r egu lam en t a o Exercício Profissional de Enferm agem . O profissional de enferm agem , desde que habilit ado para operação do painel de cont r ole, poder á at uar com o oper ador de câm ar a m ult iplace ou m onoplace( 5- 7, 9). O painel con sist e em u m a ar m ação d e f er r o r ev est id a em ch ap a d e aço e m ad eir a, n a q u al são f ix ad os os equ ipam en t os de com u n icação ( r ádio e t elef on e) , m onit or es de TV, m anôm et r o de ox igênio e ar, de pr ofundidade das câm ar as, t er m ôm et r o, fluxím et r o, ox ím et r o e as v álv ulas de cont r ole de adm issão e descar ga de ar e ox igênio das câm ar as pr incipal e secundária. A operação dos equipam entos é realizada sim ult aneam ent e. Assim sendo, o oper ador dev er á t er b ast an t e at en ção aos p r oced im en t os a ser em execut ados, durant e t odo o t rat am ent o hiperbárico. O treinam ento e a habilitação de profissionais d e e n f e r m a g e m p a r a o t r a b a l h o e m câ m a r a s hiperbáricas não int egram os program as dos cursos d e g r a d u a çã o , p ó s- g r a d u a çã o e t é cn i co s d e en f er m agem .

Em busca da capacit ação t écnico- profissional a Marinha Brasileira foi pioneira no Brasil na criação do Cu r so Especial de En fer m agem Hiper bár ica em 2001, com carga horária de 315 horas. Atualm ente a Marinha do Brasil possui 11 t écnicos de enferm agem hiperbáricos, sendo que 06 exercem suas at ividades no Hospital Naval Marcílio Dias, 03 na Base Alm irante Costa e Silva, 01 no Hospital Central da Marinha e 01 n o Bat alh ão d e Op er ações Esp eciais d o Cor p o d e Fuzileiros Navais.

Diante do exposto, a participação perm anente d a En f e r m a g e m Hi p e r b á r i ca r e p r e se n t a o d e se n v o l v i m e n t o d e u m a n o v a p e r sp e ct i v a d e m ercado de trabalho. Neste contexto, é recom endável a divulgação do tratam ento hiperbárico, considerando a relevância dest e t ipo de oport unidade aos fut uros profissionais de saúde.

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REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1. Minist ério da Defesa ( BR) . Diret oria de Ensino da Marinha – DENSM- 3 0 0 . Man u al Didát ico. Medicin a Su bm ar in a. Rio de Janeiro ( RJ) : Marinha do Brasil; 1976.

2 . Kin dw all EP, Wh elan HT. Hy per bar ic Medicin e Pract ice. Flagst aff: Best Publishing; 1999.

3 . I a zze t t i PE. Ox i g e n o t e r a p i a Hi p e r b á r i ca e m Fe r i d a s Cr ô n i ca s o u d e Al t o Ri sco : Re e st a b e l e ci m e n t o e Po t en ci al i zação d a Reg en er ação em Lesõ es Ref r at ár i as Esp e cíf i ca s. I n : Jo r g e AS, D a n t a s, SRPE. Ab o r d a g e m Mult iprofissional do t rat am ent o de Feridas. São Paulo ( SP) : At h en eu ; 2 0 0 3 .

4. Caixet a MAF. Manual de Oxigenot erapia Hiperbárica. Rio de Janeiro ( RJ) : Marinha do Brasil; 2003.

5. Sociedade Br asileir a de Medicina Hiper bár ica. Dir et r izes d e Seg u r an ça e Qu al i d ad e. I n : Fó r u m d e Seg u r an ça e Qualidade em Medicina Hiperbárica. São Paulo, out ubro de 2 0 0 3 . São Pau lo ( SP) : Socied ad e Br asileir a d e Med icin a Hiper bár ica - SBMH; 2003.

6 . Re so l u çã o n . 1 4 5 7 d e 1 9 o u t u b r o d e 1 9 9 5 so b r e oxigenot erapia hiperbárica do Conselho Federal de Medicina ( BR) . Diário Oficial da União, Seção 1: p. 16585 ( 19 out ubro de 1995) .

7. Cur so Especial de Enfer m agem Hiper bár ica par a Pr aças do CI AMA – Program a. Rio de Janeiro ( RJ) : Marinha do Brasil 8 . Ku b a g a w a LM, Ur a sa k i MBM. Câ m a r a H i p e r b á r i ca : I nform ações Básicas para a Equipe de Enferm agem . Rev Paul Enfer m agem 2002 m aio- agost o; 21( 2) : 168- 74.

9. Lei n. 7498 de 25 de j unho de 1986 do Conselho Federal de Enfer m agem ( BR) . Dispõe sobr e a r egulam ent ação do ex er cício d a en f er m ag em , e d á ou t r as p r ov id ên cias. I n : CORENSP. D o cu m e n t o s Bá si co s d e En f e r m a g e m : Enferm eiros, Técnicos, Auxiliares. São Paulo ( SP) : CORENSP: 2 0 0 1 . p . 3 6 - 4 1 .

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