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Novas diretrizes da ressuscitação cardiopulmonar.

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Academic year: 2017

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Rev Latino-am Enfermagem 2008 novembro-dezembro; 16(6)

www.eerp.usp.br/rlae

NOVAS DIRETRIZES DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

Maria Celia Barcellos Dalri1

Izilda Esmenia Muglia Araújo2

Renata Cristina de Campos Pereira Silveira3

Silvia Rita Marin da Silva Canini4

Regilene Molina Zacareli Cyrillo5

A parada cardiorrespiratória (PCR) é intercorrência de grave ameaça à vida; a ressuscitação cardiopulmonar

(RCP) representa desafio para a investigação e a avaliação por parte do enfermeiro e sua equipe. Esse estudo

apresenta as mais recentes recomendações internacionais sobre atendimento da parada cardiorrespiratória,

baseado nas Diretrizes de 2005 da American Heart Association (AHA). Essas diretrizes sobre RCP

fundamentam-se num processo de revisão extenso, organizado pelo International Liasion Committee on Resuscitation (ILCOR).

As manobras básicas e avançadas de RCP com qualidade podem salvar vidas.

DESCRITORES: enfermagem; parada cardíaca; ressuscitação cardiopulmonar; enfermagem em emergência

NEW GUIDELINES FOR CARDIOPULMONARY RESUSCITATION

Cardiopulmonary arrest (CPA) poses a severe threat to life; cardiopulmonary resuscitation (CPR) represents a

challenge for research and assessment by nurses and their team. This study presents the most recent international

recommendations for care in case of cardiopulmonary heart arrest, based on the 2005 Guidelines by the

American Heart Association (AHA). These CPR guidelines are based on a large-scale review process, organized

by the International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR). High-quality basic and advanced CPR maneuvers

can save lives.

DESCRIPTORS: nursing; heart arrest; cardiopulmonary resuscitation; emergency nursing

NUEVAS DIRECTRICES PARA LA RESUCITACIÓN CARDIOPULMONAR

La parada cardiorrespiratoria (PCR) es una ocurrencia que presenta una grave amenaza a la vida; la resucitación

cardiopulmonar (RCP) representa un desafío para la investigación y la evaluación por parte del enfermero y su

equipo. Este estudio presenta las más recientes recomendaciones internacionales sobre la atención a la parada

cardiorrespiratoria, basada en las Directrices de 2005 de la American Heart Asociation (AHA). Esas directrices

sobre RCP se fundamentan en un proceso de revisión extenso, organizado por el International Liasion Committee

on Resuscitation (ILCOR). Las maniobras básicas y avanzadas de RCP ofrecidas con calidad pueden salvar

vidas.

DESCRIPTORES: enfermería; paro cardíaco; resucitación cardiopulmonar; enfermería de urgencia

1Enfermeira, Professor Doutor da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil, e-mail: macdalri@eerp.usp.br; 2Enfermeira, Professor Doutor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, e-mail: iema@fcm.unicamp.br; 3Enfermeira, Doutoranda da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil, e-mail: recris@eerp.usp.br; 4Enfermeira, Professor Doutor Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil, e-mail: canini@eerp.usp.br; 5Enfermeira, Professor do Centro Universitário Barão de Mauá, Brasil, Enfermeira da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto, Brasil.

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INTRODUÇÃO

A

s diretrizes atuais enfatizam a simplicidade para tornar os procedimentos da ressuscitação

cardiopulmonar mais fáceis de serem lembrados. A

ênfase nesse estudo é oferecer ao paciente em situação de parada cardiorrespiratória (PCR) a

reanimação cardiopulmonar com competência de

quem o atende(1). O autor reforça a idéia, à qual corroboramos, de que a ciência da reanimação evoluiu

rapidamente. A intervenção rápida, segura e eficaz

dos profissionais com a finalidade de possibilitar o retorno da ventilação e da circulação espontâneas

modificam a situação de sobrevivência(1-2).

A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E A

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

Durante os últimos 50 anos, com a introdução

da ressuscitação cardiopulmonar (RCP), ocorreram muitos avanços no atendimento das emergências

cardiovasculares e no suporte avançado de vida em

cardiologia. Essas intervenções têm contribuído para restaurar a circulação e melhorar a sobrevivência de

vítimas de paradas cardiorrespiratórias(3-4).

A parada cardiorrespiratória (PCR) é

intercorrência, às vezes, inesperada, constituindo

grave ameaça à vida das pessoas, principalmente àquelas que sofrem parada cardíaca súbita (PCS) fora

do hospital, sendo que muitos desses pacientes

apresentam fibrilação ventricular (FV). O manejo dessas vítimas em qualquer nível de atendimento,

de menor ou maior complexidade, necessita de RCP

precoce e desfibrilação(3-5). E, em parte, essas manobras dependem da disponibilidade e

funcionalidade do equipamento de reanimação, que

deve estar pronto para uso imediato e ainda do treinamento da equipe, o que pode ser feito por meio

dos cursos de Suporte Básico de Vida e Avançado de

Vida em Cardiologia(6). RCP de alta qualidade, pode dobrar ou triplicar as taxas de sobrevivência após a

PCR.

AS NOVAS DIRETRIZES DE RESSUSCITAÇÃO

CARDIOPULMONAR

A American Heart Association (AHA) por meio

do Comitê Internacional de Ressuscitação realizou

revisão da literatura com o tema ressuscitação

cardiopulmonar. A missão é identificar e revisar

a s c i ê n c i a s e o c o n h e c i m e n t o i n t e r n a c i o n a i s r e l e v a n t e s e m P C R e o f e r e c e r c o n s e n s o n a s

recomendações de atendimento(3-5,7).

O p r o c e s s o d e r e v i s ã o p a r a a s n o v a s d i r e t r i z e s i n i c i o u - s e e m 2 0 0 3 q u a n d o o s

representantes do International Liasion Committee

on Resuscitation (ILCOR)(5) estabeleceram seis tópicos de interesse em RCP: suporte básico de

v i d a , s u p o r t e a v a n ç a d o d e v i d a , , s í n d r o m e

coronariana aguda, suporte de vida em pediatria, s u p o r t e d e v i d a e m n e o n a t o l o g i a e a a ç ã o

i n t e r d i s c i p l i n a r s o b r e p o n d o t ó p i c o s s o b r e

educação. Esse comitê reuniu-se em janeiro de 2 0 0 5 , n a c i d a d e d e D a l l a s , n o I n t e r n a c i o n a l

Concensus Conference (ICC) e CPR Science with

Treatment Recommendations(7).

Os estudos científicos e as recomendações

de tratamento foram publicados no International

Concensus on Cardiopulmonary Resuscitation and E m e r g e n c y C a r d i o v a s c u l a r C a r e S c i e n c e w i t h

Tr e a t m e n t Re c o m m e n d a t i o n s ( C o S T R )( 5 ). O s

enfermeiros, entre outros elementos da equipe de saúde, educadores na área da saúde (escolas de

enfermagem, medicina, odontologia, fisioterapia, educação física etc.) e pesquisadores envolvidos

direta ou indiretamente com o tema, seja na

assistência, no ensino ou na pesquisa, devem ler o documento completo das novas diretrizes que

estão publicadas tanto na revista Resuscitation,

n o v e m b r o d e 2 0 0 5 , c o m o n a C i r c u l a t i o n , d e dezembro de 2005.

As modificações recomendadas em 2005

visam simplificar as diretrizes da RCP, eliminando a s d i f e r e n ç a s n o s p r o c e d i m e n t o s t é c n i c o s e

também nas diferentes faixas etárias da vítima,

aumentar o número de compressões torácicas e a q u a l i d a d e d e s s a s c o m p r e s s õ e s i n i n t e r r u p t a s .

A t u a l m e n t e o r e c o m e n d a d o n a r e l a ç ã o

c o m p r e s s ã o - v e n t i l a ç ã o é d e 3 0 : 2 p r e s t a n d o atendimento a vítimas de todas as idades (exceto

e m r e c é m - n a s c i d o s ) , s e j a c o m u m o u d o i s

socorristas, até que uma via artificial (por exemplo, tubo endotraqueal) seja instalado. Recomenda-se

também que em lactentes e crianças, realizada por

dois socorristas, deve utilizar relação compressão-ventilação de 15:2(3-5,7).

A s c o m p r e s s õ e s t o r á c i c a s e f i c a z e s

restabelecem o fluxo sangüíneo durante a RCP e

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as diretrizes enfatizam os seguintes aspectos: para

a aplicação de compressões torácicas eficazes,

todos os socorristas devem fazer “compressão forte, rápida, sem parar”; comprimir o tórax em

freqüência de aproximadamente 100 compressões

por minuto, para todas as vítimas (exceto recém-nascidos); permitir que o tórax recue totalmente

(retorne à posição normal) após cada compressão,

e utilizar aproximadamente o mesmo tempo para compressão e relaxamento; tentar minimizar as

interrupções das compressões torácicas, pois cada

v e z q u e a s c o m p r e s s õ e s t o r á c i c a s s ã o interrompidas, o fluxo sangüíneo cessa(3).

Um questionamento freqüente é: primeiro a

compressão ou a desfibrilação no atendimento da parada cardíaca por fibrilação ventricular (FV)?

Quando algum socorrista testemunha parada cardíaca

em adulto e um DEA está disponível no local, o socorrista deve usá-lo o quanto antes; essa

recomendação aplica-se a socorristas leigos e

também a provedores e profissionais de saúde que estejam trabalhando em hospitais ou em outros locais

que tenham o equipamento disponível. Quando mais

de um socorrista estiver disponível, um deverá aplicar as manobras de RCP até a chegada do DEA. O ideal

é um deles continuar as manobras até que o outro socorrista acione o desfibrilador automático(3). Quando

a equipe de resgate chega ao local de uma parada

cardíaca não testemunhada fora do hospital, é razoável que os socorristas apliquem cinco ciclos de

RCP (cerca de dois minutos), antes de verificarem o

ritmo presente e tentarem a desfibrilação. Entretanto, caso o intervalo entre o chamado do serviço de

emergência e a resposta for maior que quatro ou

cinco minutos, o médico responsável deverá considerar a possibilidade de introduzir um protocolo

que permita ao socorrista aplicar cinco ciclos ou dois

minutos de RCP, antes de tentar a desfibrilação(3-5,7).

A s m o d i f i c a ç õ e s v i s a m s i m p l i f i c a r e

enfatizar as manobras do suporte básico de vida

como estratégias fundamentais para melhorar a sobrevivência após uma parada cardíaca. Todos

os socorristas devem realizar uma RCP de alta

q u a l i d a d e : e s s e s s o c o r r i s t a s d e v e m a p l i c a r compressões torácicas de profundidade e número

adequados, permitir o recuo torácico após cada

c o m p r e s s ã o e m i n i m i z a r a s i n t e r r u p ç õ e s d a s compressões torácicas.

A m e n s a g e m m a i s i m p o r t a n t e d a s

diretrizes 2005 é que uma RCP de alta qualidade (ou seja, realizada adequadamente) salvará vidas,

e todas as vítimas de parada cardíaca devem

receber a RCP de alta qualidade(3).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, observa-se que, cabe

à equipe de enfermagem a responsabilidade pelos cuidados intensivos ao paciente em PCR, durante

a R C P e a p ó s e s s a i n t e r v e n ç ã o , p o r m e i o d a

a v a l i a ç ã o p e r m a n e n t e , d a v i g i l â n c i a , e d a r e a l i z a ç ã o d e p r o c e d i m e n t o s e t é c n i c a s q u e

complementam a terapêutica médica, embasado em diretrizes para a assistência de enfermagem,

g a r a n t i n d o a c o n t i n u i d a d e d e u m t r a b a l h o

integrado, atuando também na orientação e no acolhimento dos familiares(8).

Como parte da organização desse ambiente

de atendimento a vítima em PCR, os enfermeiros devem adotar estilos de liderança participativa,

compartilhar e ou delegar funções, sendo as principais

habilidades, para o gerenciamento da assistência de enfermagem, a comunicação, o relacionamento

interpessoal, a liderança, a tomada de decisão e a

competência técnica(9).

REFERÊNCIAS

1. Lane JC. Novas diretrizes de reanimação cardiorrespiratória cerebral da Sociedade Americana de Cardiologia (2005-2006). Arq Brás Cardiol 2007; 89(2): e17-e18.

2. Capovilla B.C. Ressuscitação cárdio-respiratória: uma análise do processo ensino/aprendizagem nas universidades públicas estaduais paulistas. [dissertação]. Campinas (SP): Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP; 2002.

3. Currents in emergency cardiovascular care. Highlights of the 2005 american Heart Association Guilelines for

Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Current in Emergency Cardiovascular Care 2005-2006; 16: 1-26.

4. American Heart Association. Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. International Consensus on Science. Circulation 2005 January; 112: IV-1-IV-211.

5. International Liaison Committee on Resuscitation.2005. International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science with Treatment Recommendations. Resuscitation 2005;67:157,341. 6. Bellan M.C. Capacitação do enfermeiro para o atendimento

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da parada cardiorrespiratória. [Dissertação]. Campinas (SP): Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP; 2006.

7. Nolan J. European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2005 Section 1. Introduction. Resuscitation 2005; 67: S1, S3, S6.

8. Tacsi YRC, Vendruscolo DMS. A assistência de enfermagem no serviço de emergência pediátrica. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2004 Jun; 12(3):477-84.

9. Wehbe G, Galvão C. O enfermeiro de unidade de emergência de hospital privado: algumas considerações. Rev Latino-am Enfermagem 2001 março; 9(2):86-90.

Recebido em: 16.8.2007 Aprovado em: 9.5.2008

Referências

Documentos relacionados

3 Doutoranda, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa.. em Enfermagem, Ribeirão Preto,

5 PhD, Professor Associado, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento.. da Pesquisa em Enfermagem,

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