UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE
MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE MEDICINA
Isabela Bertanholi Leme da Silva
Avaliação do pH na amostra isolada e na urina de
24h de pacientes litiásicos em uso de citrato de
potássio
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Bases Gerais da Cirurgia.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Kawano Coorientadora: Dra. Carmen Regina Pentean Ruiz Amaro
Botucatu
I sabela Bertanholi Lem e da Silva
Avaliação do pH na am ostra isolada e na urina de 24h
de pacientes lit iásicos em uso de citrat o de potássio
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Cam pus de Botucat u, para obtenção do título de Mestre em Bases Gerais da Cirurgia.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Robert o Kawano
Coorientadora: Profa. Dra. Carm en Regina Pentean Ruiz Am aro
Botucatu
Isabela Bertanholi Leme da Silva
Avaliação do pH na am ost ra isolada e na urina de 24h de
pacientes litiásicos em uso de cit rato de pot ássio
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Botucatu, para obtenção do título de m estre.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Robert o Kawano
Com issão exam inadora
_________________________ Prof. Dr. Paulo Robert o Kawano Universidade Estadual Paulista
_________________________ Prof. Dr. Ham ilto Akihissa Yam am oto Universidade Estadual Paulista
_________________________ Prof. Dra. Claudia Rucco Penteado Detregiachi Universidade de Marília
Dedicatória
Aos m eus pais, Maria Emília e Paulo, m eus exem plos de vida, que m e m otivaram a seguir. Pessoas que sem pre acreditaram e investiram em
m im , não m edindo esforços para que eu chegasse até aqui.
Aos m eus padrinhos, Sandra e Marcos, m eus segundos pais, que sem pre estiveram presentes na m inha form ação pessoal.
Aos m eus t ios, Lita e Rogério, que estão sem pre presentes, exem plos de força e garra.
As m inhas prim as, Ana Flávia e Juliana, por m e darem a cert eza de que não estou sozinha nessa cam inhada.
E a toda m inha família, que m esm o não tão presentes são m eus
exem plos de vida.
Obrigada por fazerem part e da m inha vida.
Agradecimentos especiais
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A Deus, por estar sem pre presente na m inha vida, m e proteger e ilum inar m eu cam inho. Agradeço- O por m e dar forças e m e acalm ar nos m om entos
difíceis.
Ao m eu orientador, Prof. Dr. Paulo Roberto Kawano, pela orientação segura e por ser exem plo de paciência e dedicação ao ensino e pesquisa.
E ainda, por m e ensinar valores m uito m aiores do que a ciência poderia explicar.
A m inha coorientadora, Dra. Carmen Regina Pentean Ruiz Amaro, pela paciência, atenção, dedicação e conhecim ento fundam ental
indispensável para conclusão deste trabalho.
Agradecimentos
AGRADECIMENTOS
Aos m eus com panheiros, alunos da I niciação Cient ífica, Rafaela Manoel Florentina e Matheus Augusto Callegari, que m e aj udaram com as
análises, sem eles este trabalho não teria sido com pleto.
À enferm eira, Isabel Cristina Capela e a secretária da Lit rotripsia,
Daniela Capela, por toda a colaboração e os bons m om entos no Am bulatório de Met abolism o em Nefrologia.
À todos os pacientes que aceitaram part icipar deste trabalho. Aos funcionários da seção de pós graduação, do Program a de Bases Gerais da Cirurgia e as funcionárias do Depart am ento de Urologia, por
toda a atenção e colaboração.
À m inha colega de pós graduação, Natália Baraldi Cunha, pela am izade e pelas aj udas nos m om entos de angústias.
Às m inhas duas grandes fam ílias de Botucatu, ToaToa e Coxera, pela am izade e ótim os m om entos que com part ilharam com igo.
Às m inhas irm ãs de coração, Juliana Arruda Ramos, Karelin Alvisi Cavallari e Mayara Zanote, por estarem presentes nesta fase da m inha
vida, sem pre m e aj udando, m e acalm ando e m e suport ando nos m eus piores m om entos.
E ao m eu nam orado, Bruno Itinose Amaral, por m e apoiar, acreditar em m im e m e aj udar a m anter a calm a nos m om entos de ansiedade. Agradeço tam bém a todas as outras pessoas que não foram aqui citadas,
que de algum a m aneira m e aj udaram e torceram por m im .
Epígrafe
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai -vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do
que parecia impossível”
Lista de Figuras
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Coleta de urina em am ostra isolada ( 50m l) 28
Figura 2 – I m ersão da t ira indicadora de pH na urina por dois m inutos 30
Figura 3 – Reação colorim étrica após dois m inutos 30
Figura 4 – Com paração com o padrão fornecido pelo fabricante 31
Figura 5 – Det erm inação do pH urinário utilizando- se o pHm etro de
Lista de Tabelas
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características da população estudada 34
Tabela 2 - Í ndice de m assa corporal em adultos ( 18 a 59 anos) 36
Tabela 3 - Í ndice de m assa corporal em idosos ( acim a de 60 anos) 36
Tabela 4 - Valores de pH na urina de 24h e am ostra isolada, segundo
Lista de Gráficos
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Principais diagnóst icos m et abólicos encontrados nos pacientes acom panhados no Am bulatório de Metabologia em Litíase da
Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP 37
Gráfico 2 - Scat ter plot dos valores de pH obtidos a part ir da leit ura com tiras reagentes em urina de 24 horas ( pH Tira 24hs) e am ostra
isolada ( pH Tira isolado) 41
Gráfico 3 - Scat ter plot dos valores de pH obtidos a part ir da leit ura
pHm etro digital na urina de 24 horas ( pH Digital 24hs) e am ostra
isolada ( pH Digital isolado) 42
Gráfico 4 - Scat ter plot dos valores de pH na urina de 24 horas ( pH 24hs) e na am ostra isolada ( pH isolado) em pacientes hipercalciúricos,
segundo pHm etro digital 43
Gráfico 5 - Scat ter plot dos valores de pH na urina de 24 horas ( pH 24hs) e na am ostra isolada ( pH isolado) em pacientes hiperuricosúricos,
Lista de Abreviaturas
LISTA DE ABREVIATURAS
LTU Litíase do trato urinário
HCFMB Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucat u
PCa Fosfato de Cálcio
OxCa Oxalato de Cálcio
AcU Ácido úrico
24h Vinte e quatro horas
U24h Urina de vinte e quatro horas
UNESP Universidade Estadual Paulista
TCLE Term o de consentim ento livre e esclarecido
CEP Com itê de ét ica em Pesquisa
CONEP Com issão nacional de ét ica em pesquisa
g Gram a
ºC Graus Celsius
kg Kilogram a
m Metros
cm Centím etro
IMC Í ndice de m assa corporal
OMS Organização m undial da saúde
ITU I nfecção do trat o urinário
ECA Enzim a conversora da angiotensina
Cl Clearance
Resumo
RESUMO
SI LVA, I .B.L. Ação do pH na amostra isolada e na urina de 24h de pacientes litiásicos em uso de citrato de potássio. 2015. 62 f. Dissertação ( Mest rado) – Faculdade de Medicina de Botucat u, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2015.
INTRODUÇÃO: A Litíase do Trat o Urinário ( LTU) é um a afecção altam ente prevalente na prát ica clínica diária, sendo conhecida há vários séculos. Sabe- se que, na m aioria dos pacientes, os cálculos recorrentes apresentam com posição sim ilar aos previam ente form ados, sugerindo que este processo sej a m ultifatorial e influenciado tam bém pelas características da urina. Neste sentido, a variação do pH urinário exerceria papel fundam ental na com posição do cálculo renal. Classicam ente, a urina 24h tem se constituído com o um a das m ais im port antes ferram entas auxiliares na invest igação e no trat am ento dos fatores envolvidos na etiologia da LTU. Entretanto, a colet a desse tipo de exam e apresenta grandes dificuldades prát icas. Pesquisas recentes sugerem que a determ inação do pH urinário obtido em am ostra isolada de urina poderia ser tão representativa quanto a dosagem realizada na urina de 24 horas. Diante do exposto, novos estudos são necessários para auxiliar na determ inação da m et odologia ideal de avaliação e m onitoram ento do pH urinário em pacientes port adores de lit íase renal.
Resumo
pacientes, port adores de litíase renal, acom panhados no am bulatório de m etabolism o em nefrolitíase do Hospital de Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Após análise das pr incipais características clínicas, todos os pacientes realizaram colet a de urina de 24 horas ( U24h) e, um a segunda am ostra foi obtida em j ej um ( Uj j ) , no dia da entrega do exam e. Duas m etodologias dist intas ( tira reagente e a leit ura com pHm etro digital) foram em pregadas para a determ inação dos valores de pH urinário. RESULTADOS: Dos 114 indivíduos avaliados, 44 ( 39% ) eram hom ens e 70 ( 61% ) m ulheres, com m édia de idade de 51,11 ± 12,93 anos. O índice de m assa corporal m édio ( I MC) foi de 28,71 ± 4,56 Kg/ m2. Na U24h, a análise do pH por t ira reagente apresentou pH m édio de 6,07 ± 0,74; valor m uit o sem elhante aos 6,02 ± 0,82 obtidos na am ostra isolada. Da m esm a form a, considerando- se a leitura com o pHm etro digital de bancada, pH m édio foi de 5,8 ± 0,78 e 5,75 ± 0,83, para U24h e Uj j , respectivam ente. A análise estatíst ica m ostra um a boa correlação dos valores de pH urinário obtidos tanto a part ir da tira reagente quanto pelo pHm etro de bancada, para am bas as form as de colet a.
CONCLUSÃO: A avaliação do pH em am ostra isolada de urina m ostrou- se tão eficaz quanto o m étodo padrão ( U24h) no m onitoram ento de pacientes port adores de litíase renal em uso de citrato de potássio.
Abstract
ABSTRACT
SI LVA, I .B.L. Action of the pH in isolated sample and 24h urine of lithiasis patients in use of potassium citrate. 2015. 62 f. Thesis ( Master) – Facult y of Medicine of Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2015.
Abstract
evaluated, 44 ( 39% ) were m ale and 70 ( 61% ) fem ale; m ean age was 51.11 ± 12.93 years old and average body m ass index ( BMI ) was 28.71 ± 4.56 kg / m2. Mean U24- h pH for test paper was 6.07 ± 0.74 and 6.02 ± 0.82 for Uf. Likewise, considering t he digital pHm eter m ethodology, m ean pH was 5.8 ± 0.78 and 5.75 ± 0.83, for U24- h and Uf, respectively. There was a good statistical correlation between urinary pH values obtained from pH test paper and pHm eter, for both types of urine sam ple ( U24- h and Uf) . CONCLUSION: The pH m easurem ent in fast ing urine sam ple was as effective as the st andard m ethod ( U24- h) in the evaluation of patients with nephrolit hiasis using potassium citrate.
Silva, IBL Sumário
SUMÁRIO
1. I NTRODUÇÃO 16
2. OBJETI VO 22
3. PACI ENTES E MÉTODOS 23
3.1. LOCAL DO ESTUDO 23
3.2. POPULAÇÃO ESTUDADA 23
3.2.1. AVALI AÇÃO ANTROPOMÉTRI CA 24
3.2.2. CRI TÉRI OS DE I NCLUSÃO 25
3.2.3. CRI TÉRI OS DE EXCLUSÃO 26
3.3. COLETA DA URI NA 27
3.3.1. COLETA DE URI NA DE 24 HORAS (U24h) 27
3.3.2. COLETA DA URI NA EM AMOSTRA I SOLADA ( Uj j ) 27
3.4. METODOLOGI A DE ANÁLI SE DO pH 28
3.4.1. TI RA REAGENTE 29
3.4.2. PHMETRO DI GI TAL 31
3.5. ANÁLI SE ESTATÍ STI CA 32
4. RESULTADOS 34
4.1. CARACTERÍ STI CAS DOS PACI ENTES 34
4.1.1. Í NDI CE DE MASSA CORPORAL 35
4.1.2. DI AGNÓSTI CO METABÓLI CO 37
4.1.3. MEDI CAMENTOS UTI LI ZADOS 37
4.1.4. COMORBI DADES ASSOCI ADAS 38
4.2. CORRELAÇÃO ENTRE AS METODOLOGI AS DE ANÁLI SE DO PH 39 4.3. RELAÇÃO ENTRE PH NA URI NA DE 24 HORAS E NA AMOSTRA
I SOLADA 40
4.4. RELAÇÃO ENTRE DI AGNÓSTI CO METABÓLI CO E PH URI NÁRI O 42
5. DI SCUSSÃO 45
6. CONCLUSÃO 54
REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS 55
16
Silva, IBL Introdução
1. INTRODUÇÃO
A Lit íase do Trat o Urinário ( LTU) é um a afecção frequente na prát ica clínica diária, sendo conhecida no m undo todo há vários séculos. Esta patologia tem afligido o hom em desde a antiguidade, sendo o seu prim eiro registro docum entado pela observação de cálculos urinários em m úm ias egípcias cerca de 4 a 5 m il anos antes de Cristo ( TOSTES & CARDOSO, 2001) .
Com um a incidência global da ordem de 2 a 3 % , constit ui a terceira patologia m ais frequente do aparelho gênito urinário, sendo superada apenas pelas infecções urinárias e pelas doenças que acom et em a glândula prostática ( AMARO et al., 2005) . At inge hom ens e m ulheres em sua fase produt iva entre a terceira e quart a décadas, com m édia de idade de 45 anos. Classicam ente, predom ina no sexo m asculino em um a proporção que varia de 3: 2 a 2: 1 conform e a fonte considerada ( TOSTES & CARDOSO, 2001; LANCI NA MARTI N et al., 2002) . Estudos prévios realizados na população abrangida pelo Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP ( HCFMB) encontraram um a proporção de um hom em para 1,16 m ulheres ( AMARO et al., 2005) .
17
Silva, IBL Introdução
passados 20 anos do prim eiro episódio ( HEI LBERG & SCHOR, 2006) . Atualm ente, os cálculos urinários são responsáveis por 0,4 a 1 de cada 1000 adm issões hospitalares nos Estados Unidos ( HI ATT et al., 1996) .
Diversos são os fatores relacionados com a predisposição à LTU, tais com o raça, idade, sexo, condição socioeconôm ica, profissão, sedentarism o, aspectos higienodietét icos, geográficos, clim áticos, volum e de líquido ingerido e hereditariedade ( EKANE et al.,1997; PAK et al., 1997; HEI LBERG et al., 2001) . No entanto, m esm o com os recentes avanços da ciência, o exato m ecanism o de form ação dos cálculos renais ainda não foi com pletam ente elucidado. Devido à sua evolução crônica e m uitas vezes desfavorável, aliadas à alta recorrência e m orbidade, a LTU não deve ser considerada um a doença de bom prognóstico, tornando fundam ental a adoção de m edidas adequadas para seu correto trat am ent o e prevenção.
18
Silva, IBL Introdução
delicado processo envolvem a dim inuição do solvente ( decorrente da redução da ingest a hídrica), ou m esm o o aum ento das substâncias m acrom oleculares presentes na urina - consideradas prom otoras, com o o oxalato, cálcio, ácido úrico, potássio, sódio, am ônio, fosfat o e sulfato. Da m esm a form a, a redução dos agentes inibidores da cristalização, com o por exem plo, o m agnésio, o citrat o, os glicosam inoglicanos, o pirofosfato e as nefrocalcinas poderiam exercer papel igualm ente deletério neste processo ( HEI LBERG et al., 2001; TOSTES E CARDOSO, 2001) .
Entretanto, na opinião de m uitos autores, o desequilíbrio entre os fatores prom otores e inibidores da cristalização seria afetado ainda pelas propriedades físico- quím icas da urina, com o o pH urinário, por exem plo. Neste sentido, a sim ples variação do pH urinário exerceria papel fundam ental na com posição do cálculo renal ( MURAYAMA & TAGUCHI , 1993) .
19
Silva, IBL Introdução
existe m aior predisposição à precipitação de crist ais de ácido úrico ( CAPOLONGO et al., 2011) .
A form ação dos cristais de oxalato de cálcio ( OxCa) , aparentem ente, não está relacionada ao pH urinário, pois a solubilização desse sal é prat icam ente inalterada em valores de pH urinário fisiológicos. Contudo, os cristais de ácido úrico e de hidroxiapat ita podem interagir com o núcleo heterogêneo de OxCa. Assim sendo, um pH urinário inferior a 5,5 ou m aior que seis pode induzir a form ação de cálculos de ácido úrico ( AcU) ou fosfato de cálcio ( PCa) , respectivam ente. Estes, por sua vez, em condições favoráveis, atuariam com o agentes indutores no desenvolvim ento dos cálculos de OxCa ( GRASES et al., 2012) .
De acordo com alguns estudos, a curva do pH urinário é m ais baixa durante todo o dia nos pacientes com cálculo de ácido úrico. Já nos pacientes com cálculos de OxCa e PCa, o pH é m ais baixo pela m anhã, seguido de um a elevação durante o dia e tendência de dim inuição à noite. Os pacientes com cálculo de OxCa- PCa apresent am pH m édio significativam ente m aior durante todo o dia do que aqueles que som ente apresentam diagnóstico de cálculo de OxCa ( MURAYAMA et al., 2001) .
20
Silva, IBL Introdução
pela indução de resistência à insulina, que por sua vez reduziria o pH urinário e, consequentem ente, o coeficiente de solubilidade dos com ponentes da urina ( MAALOUF et al., 2004) .
Classicam ente, a análise da com posição e das propriedades físico- quím icas da urina de vinte e quat ro horas ( U24h) tem se const ituído com o um a das m ais im port antes ferram entas auxiliares na investigação e no trat am ento dos fatores envolvidos na etiologia da LTU. Entretanto, a colet a desse tipo de exam e apresenta grandes dificuldades prát icas, especialm ente em pacientes pediátricos. Além de predispor a erros, está associada a m aior incôm odo para o paciente, exigindo alto nível de com prom isso. De acordo com Hong e colaboradores, o com prom etim ento dos pacientes com a colet a da urina de 24h no prim eiro pedido é de 97% e cai significativam ente nos pedidos subsequentes ( 79% ) ( HONG et al., 2010) .
21
Silva, IBL Introdução
Pesquisas recentes sugerem que a determ inação do pH urinário obtido em am ostra isolada de urina colhida em j ej um poderia ser tão representativa quanto a dosagem realizada na urina de 24 horas em um a grande população, com um a correlação significat iva ( r2 = 0,49) ( CAPOLONGO et al., 2011) . De acordo com Grases e colaboradores, a am ostra de urina isolada colhida em j ej um apresentaria o pH basal m ais fidedigno que o obt ido na coleta de 24h, pois seria m inim am ente afetado pelos fatores dietéticos ( GRASES et al., 2012) .
Considerando- se t ais característ icas, a avaliação do pH em am ostra isolada poderia sim plificar a colet a, representando um claro benefício para o paciente. Este procedim ento reduziria o tem po de colet a, m inim izando os custos e transtornos com o transport e e arm azenam ento do volum e colet ado em 24h. Com o fator adicional, devido à sua prat icidade e reprodutibilidade, est e exam e poderia ser utilizado rotineiram ente na avaliação da efetividade do trat am ento clínico de pacientes form adores de cálculos. Poderia ainda orientar o aj uste da dose de alguns m edicam entos utilizados na prevenção da recidiva da LTU, com o o citrat o de potássio.
22
Silva, IBL Objetivo
2. OBJETIVO
23
Silva, IBL Pacientes e Métodos
3. PACIENTES E MÉTODOS
3.1. LOCAL DO ESTUDO
O presente estudo foi realizado no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu ( HCFMB) da UNESP.
3.2. POPULAÇÃO ESTUDADA
Foram avaliados prospectivam ente 114 pacientes port ador es de lit íase renal acom panhados no Am bulatório de Metabolism o em Nefrolitíase do HCFMB da UNESP, no período de abril de 2013 a agosto de 2014.
24
Silva, IBL Pacientes e Métodos
Após consult a inicial, realizada no am bulatório com a m édica nefrologista do respectivo set or, os pacientes eram encam inhados aos cuidados na equipe de nutrição para entrevista. Em consultório apropriado, os pacientes foram cuidadosam ente inqueridos acerca de sua patologia, tem po de trat am ento, dose e m edicação utilizadas, patologias associadas, antecedentes pessoais e fam iliares, gênero, idade, além da colet a dos dados clínicos com o peso e altura.
3.2.1. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Para determ inação da m assa corpórea foi utilizada balança digital da m arca Filizola® com capacidade m áxim a de 150kg e divisão de 100g, previam ente aferida, cuj os resultados foram expressos em kilogram as ( Kg) , seguido de um a casa decim al. Para este procedim ento, os pacientes foram orientados a ficarem descalços, usando a m enor quant idade de roupas possível, de acordo com as norm as preconizadas por Jellife e colaboradores ( JELLI FE, 1996) .
25
Silva, IBL Pacientes e Métodos
I MC = peso (kg) / altura2 ( m )
A classificação do estado nutricional foi realizada segundo os pontos de corte preconizados pela Organização Mundial de Saúde ( OMS) ( WHO, 1998) .
3.2.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram incluídos no estudo todos os pacientes acom panhados no referido am bulatório, que atendessem aos seguintes critérios:
I dade igual ou superior a 18 anos. Tal critério visou incluir
apenas pacientes adultos com o obj etivo de hom ogeneizar a população est udada. Adicionalm ente, a exclusão de crianças propiciou m aior com prom etim ento do paciente com a pesquisa, m elhorando a qualidade das inform ações fornecidas, além de facilitar a colet a dos exam es de urina de 24 horas.
Todos os pacientes incluídos neste prot ocolo foram previam ente
26
Silva, IBL Pacientes e Métodos
evento agudo, o paciente era encam inhado para acom panham ento am bulatorial com a nefrologista do serviço. Após a investigação laborat orial e conclusão do diagnóstico m etabólico, o trat am ento m edicam ent oso foi instituído, sendo incluídos no presente estudo apenas pacientes em uso de citrat o de potássio.
3.2.3. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram considerados fatores de exclusão para a presente análise:
Pacientes port adores de infecção urinária ( I TU) recorrente,
definida com o m ais que três episódios por ano e confirm ados por urocult ura;
Pacientes em uso crônico de antibióticot erapia por
diferentes indicações, com o profilaxia de cateteres, profilaxia de I TU recorrente, et c.
Pacientes com alteração da função renal, avaliada pelo
clearance ( Cl) de creatinina, sendo considerado com o
27
Silva, IBL Pacientes e Métodos
3.3. COLETA DA URINA
3.3.1. COLETA DE URINA DE 24 HORAS (U24h)
A padronização da colet a da urina de 24 horas foi feita orientando- se individualm ente cada paciente a arm azenar todo o volum e da diurese presente em um período de vinte e quatro horas. Para tal, os pacientes deveriam eleger o dia de sua preferência para a colet a, procurando m anter a ingesta diária de líquidos o m ais próxim a possível de sua rotina habit ual. A colet a deveria ter início sem pre pela m anhã, desprezando- se a prim eira urina e colet ando as próxim as m icções até o m esm o horário do dia seguinte. Os pacientes foram instruídos a acondicionar todo o volum e colet ado em recipient es apropriados, previam ente fornecidos pelo serviço, m antendo- as estocadas sob refrigeração a 4C até o m om ento da entrega no laborat ório.
3.3.2. COLETA DA URINA EM AMOSTRA ISOLADA (Ujj)
28
Silva, IBL Pacientes e Métodos
No dia da colet a, os pacientes foram recepcionados nas dependências do am bulatório, em sala apropriada e com banheiro privat ivo, onde eram orientados a colet ar cerca de 50 m l de urina em frasco plástico específico para este fim , previam ente fornecido pelo pesquisador. A obtenção da am ostra de urina isolada só foi realizada após o pesquisador certificar- se de que os pacientes haviam seguido rigorosam ente as orientações previam ente estabelecidas. As am ostras que não obedeciam a m etodologia proposta foram descart adas.
3.4. METODOLOGIA DE ANÁLISE DO pH
Os exam es de pH urinário foram realizados no laborat ório de análises clínicas do HCFMB da UNESP, conform e rotina j á estabelecida no Am bulatório de Met abolism o em Nefrolitíase.
29
Silva, IBL Pacientes e Métodos
Obj etivando um a m aior acurácia na leitura das am ostras colet adas foram em pregadas duas m etodologias distintas para determ inação do pH urinário: análise clássica por tira reagente e a leitura com pHm etro digital.
3.4.1. TIRA REAGENTE
Para determ inação do pH urinário foram utilizadas tiras de papel indicador de pH da m arca Merck®. Estas ut ilizam um sistem a indicador duplo de verm elho de m etila e azul de brom otim ol para identificar faixas de pH entre cinco e nove; produzindo alteração no espectro de coloração de acordo com a alcalinidade ou acidez da urina.
30
Silva, IBL Pacientes e Métodos
Figura 2 –I m ersão da t ira indicadora de pH na urina por dois m inut os
A seguir, a coloração obtida foi com parada com o padrão existente no quadro de cores padronizado no frasco, correlacionando- se o resultado com o valor do pH ( Figura 3 e 4) ( STRASI NGER & DI LORENZO, 2009; FI SCHBACH, 2005) .
31
Silva, IBL Pacientes e Métodos
3.4.2. PHMETRO DIGITAL
A segunda aferição do pH urinário foi obtida utilizando- se o pHm etro de bancada digital phs- 3b da m arca Phtek®( Figura 5) .
Diariam ente, antes de cada leitura, o pHm etro foi calibrado com as soluções tam pões padrão fornecidas pelo fabricante, dentro da faixa desej ada ( 4- 7 ou 7- 10) ; sem pre com eçando com o pH 7. Para tal, o eletrodo era im erso na solução padrão 7, tom ando- se o cuidado de recobrir com pletam ente sua extrem idade, até a com pleta leitura e confirm ação de arm azenam ento do resultado padrão. Após lim peza do eletrodo com água deionizada e rem oção do excesso de um idade com papel absorvível, procedia- se a leitura do segundo tam pão, repetindo- se o m esm o procedim ento anterior. Finalm ente, após a segunda lim peza com água deionizada, o aparelho estava pronto para as leituras do pH urinário.
32
Silva, IBL Pacientes e Métodos
Para cada leitura, o eletrodo foi im erso diretam ente na am ostra de urina aguardando- se o tem po de estabilização do aparelho e o registro final dos valores, cuj os resultados foram expressos em núm eros absolutos com duas casas decim ais.
Figura 5 – Det erm inação do pH urinário utilizando- se o pHm et ro de bancada
3.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
33
Silva, IBL Pacientes e Métodos
Para contrastes entre as diferentes tipos de colet a e as m etodologias em pregadas para análise de pH foi ut ilizado o teste t
pareado. As variáveis referentes à idade e volum e urinário utilizaram o teste t, e para as variáveis referentes ao I MC ut ilizou- se o teste ANOVA,
seguido pelo m étodo de Tukey. Todas essas variáveis foram expressas em m édia em desvio- padrão. Utilizou- se software SAS para as análises
anteriorm ente descritas.
O software SPSS versão 20 foi utilizado para cálculo das análises
de correlação obj etivando- se avaliar a presença de associação entre os diferentes parâm et ros estudados. Para as variáveis param ét ricas foi utilizado o Teste de correlação de Pearson, enquanto que a correlação de Spearm an foi reservada ao estudo das variáveis não param étricas.
Para indicação de significância entre as com parações nas t abelas foram utilizadas letras m inúsculas nos contrastes entre os grupos. Proporções de um a m esm a letra m inúscula num a categoria de resposta referenciada não diferem na com paração dos grupos ( p> 0,05) .
34
Silva, IBL Resultados
4. RESULTADOS
4.1. CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES
Os principais dados colet ados a part ir do perfil da população estudada estão sum arizados na Tabela 01.
Dos 114 indivíduos avaliados, 44 ( 39% ) eram hom ens e 70 ( 61% ) m ulheres, com m édia de idade de 51,11 ± 12,93 anos; sendo 52,91 ± 12,77 anos para os hom ens e 49,96 ± 13 anos entre as m ulheres ( p= 0,2391) .
O índice de m assa corporal m édio ( I MC) foi de 28,71 ± 4,56 Kg/ m2. Entretanto, quando subdivididos segundo o gênero, observou- se que as m ulheres eram ligeiram ente m ais obesas com 29,87 ± 5,14 Kg/ m2, contra 27 ± 2,82 Kg/ m2 para os hom ens (p < 0,0003) .
Tabela 1 - Caract eríst icas da população est udada
Homens (44) Mulheres (70) P
Idade (anos)* 52,91 ± 12,77 49,96 ± 13 p = 0,2391
IMC (kg/mm2)* 27 ± 2,82 29,87 ± 5,14 p < 0,0003
Volume de diurese (ml)* 1920 ± 681,49 1773 ± 680,25 p = 0,2659
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Silva, IBL Resultados
O volum e total de diurese obtido a part ir da colet a de urina de 24 horas foi m uito sem elhante entre hom ens e m ulheres, totalizando 1920 ± 681,49 m l e 1773 ± 680,25 m l, respectivam ente ( p = 0,2659) .
4.1.1. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
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Silva, IBL Resultados
Tabela 2 - Í ndice de m assa corporal em adult os ( 18 a 59 anos)
Classificação Adultos
Baixo peso 0
Eutrofia 16 ( 19% )
Sobrepeso 42 ( 49% )
Obesidade grau I 16 ( 19% )
Obesidade grau II 10 ( 12% )
Obesidade grau III 1 ( 1% )
TOTAL 85 ( 100% )
Os 29 pacientes restantes foram considerados idosos. A tabela três m ostra a distribuição do índice de m assa corporal em indivíduos com m ais de 60 anos. Apenas um paciente ( 3% ) encontrava- se com baixo peso; 12 idosos foram considerados eutróficos ( 41% ) e a m aioria, 16 pacientes ( 56% ) , encontravam - se na faixa de sobrepeso.
Tabela 3 - Í ndice de m assa corporal em idosos ( acim a de 60 anos)
Classificação Idosos
Baixo peso 1 ( 3% )
Eutrofia 12 ( 41% )
Sobrepeso 16 ( 56% )
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Silva, IBL Resultados
4.1.2. DIAGNÓSTICO METABÓLICO
As alterações m etabólicas m ais frequentem ente diagnost icadas nesta população foram a hipercalciúria, presente em 45 pacientes ( 41% ) , seguida pela hiperuricosúria, diagnosticada em 43 indivíduos ( 39% ) .
A hipocitrat úria foi o terceiro diagnóstico m ais prevalente, totalizando 34 casos ( 31% ) ; seguida de hipom agnesúria em 32 ( 29% ) pacientes. A hipernatriúria foi diagnosticada em 5 casos ( 5% ) e a hiperoxalúria em 4 indivíduos ( 4% ) . É im port ante ressaltar que um m esm o paciente pode ter apresentado m ais que um diagnóstico m etabólico. (Gráfico 01) .
4.1.3. MEDICAMENTOS UTILIZADOS
Dentre os m edicam entos relatados pelos pacientes no m om ento da avaliação, a hidroclorotiazida era utilizada por 40% dos entrevistados ( 45 indivíduos) , seguida pelo alopurinol em 39 pacientes ( 34% ) e pelos
Gráfico 1 - Principais diagnóst icos m et abólicos encont rados nos pacient es
38
Silva, IBL Resultados
inibidores da enzim a conversora da angiotensina ( ECA - captopril e m aleato de enalapril) em 13 indivíduos. Cerca de 11 pacientes ( 9% ) relataram fazer uso continuo de losart ana para controle da pressão art erial.
Os beta- bloqueadores com o atenolol e propanolol eram utilizados rotineiram ente por cerca de 10% dos pacientes ( 12 dos casos) , enquanto que as estat inas ( sinvastatina) foram relatadas por 8% deles ( 10 casos) .
Outros m edicam ent os m enos ut ilizados, presentes em apenas 5% das avaliações realizadas, foram a m etform ina, indapam ida, levot iroxina, om eprazol, nifedipina, m oduretic, clonazepan ( Rivot ril®) , furosem ida e dinitrato de isossorbida ( I sordil®) .
4.1.4. COMORBIDADES ASSOCIADAS
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Silva, IBL Resultados
4.2. CORRELAÇÃO ENTRE AS METODOLOGIAS DE ANÁLISE DO PH
As leituras dos valores de pH urinário apresentaram diferença estatisticam ente significativa quando considerados os diferentes m étodos de análise em pregados, ou sej a, tira reagente ou pHm etro digital de bancada ( Tabela 04) .
A m édia do pH na urina de 24 horas, obtida a part ir do uso de tira reagente, foi de 6,07 ± 0,74, enquanto que, na leitura do pHm etro, o valor m édio foi de 5,8 ± 0,78 (p < 0,0001) .
Com port am ento sem elhante foi observado na leit ura do pH das am ostras de urina isoladas, onde o valor m édio obser vado com a tira reagente foi de 6,02 ± 0,82 , contra 5,75 ± 0,83 obtido pelo m étodo digital (p < 0,0001) .
Tabela 4 - Valores de pH na urina de 24h e am ost ra isolada, segundo diferent es
m ét odos de análise
Variável Urina de 24 h Amostra isolada
Tira Reagent e pHam et ro Tira Reagent e pHam et ro
pH 6,07 ± 0,74 Aa* * 5,8 ± 0,78 Bb 6,02 ± 0,82 Aa 5,75 ± 0,83 Bb
* Valores expressos em m édia e desvio- padrão.
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Silva, IBL Resultados
4.3. RELAÇÃO ENTRE PH NA URINA DE 24 HORAS E NA
AMOSTRA ISOLADA
A análise com parativa do pH entre as diferentes form as de colet a, sej a pelo período de 24 horas sej a na am ostra de urina isolada, não apresentou diferença estatisticam ente significativa, um a vez considerado o m esm o m étodo de avaliação do pH (Tabela 04) .
Sendo assim , na urina colhida em 24 horas, a análise clássica do pH por tira reagente apresentou pH m édio de 6,07 ± 0,74, valor m uito sem elhante aos 6,02 ± 0,82 (p> 0,05) obtidos na am ostra isolada.
Da m esm a form a, considerando- se a leitura com o pHm etro digital de bancada, pH m édio na urina de 24 horas foi de 5,8 ± 0,78, valor m uito próxim o dos 5,75 ± 0,83 aferidos na am ostra isolada.
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Silva, IBL Resultados
Gráfico 2 - Scat t er plot dos valores de pH obt idos a part ir da leit ura com t iras reagent es
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Silva, IBL Resultados
Gráfico 3 - Scat t er plot dos valores de pH obt idos a part ir da leit ura pHm et ro digit al na
urina de 24 horas ( pH Digit al 24hs) e am ost ra isolada ( pH Digit al isolado)
4.4. RELAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICO METABÓLICO E PH
URINÁRIO
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Silva, IBL Resultados
Gráfico 4 - Scat t er plot dos valores de pH na urina de 24 horas ( pH 24hs) e na am ost ra
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Silva, IBL Resultados
Gráfico 5 - Scat t er plot dos valores de pH na urina de 24 horas ( pH 24hs) e na am ost ra
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Silva, IBL Discussão
5. DISCUSSÃO
A litíase do trat o urinário ( LTU) é um a doença altam ente prevalente em todo o m undo, acom et endo principalm ente indivíduos j ovens. Em bora os dados epidem iológicos sobre a litíase urinária sej am escassos no Brasil, acredita- se que cerca de 11% da população possa apresentar algum problem a relacionado à esta patologia ao longo de sua vida ( WORCESTER & COE, 2011) . Estim a- se que as internações relacionadas à LTU sej am responsáveis por um gasto anual de aproxim adam ente R$ 29,2 m ilhões, apresentando um elevado im pacto na saúde pública brasileira ( KORKES et al., 2011) .
46
Silva, IBL Discussão
propensas a desenvolver cálculos do que hom ens obesos ( NOWFAR et al., 2011) .
Grande part e do ônus sócio econôm ico causado pela lit íase decorre do fato de que esta patologia acom et e indivíduos em sua fase m ais produtiva, ent re a terceira e a quart a décadas de vida ( TOSTES & CARDOSO, 2001) , com m édia de idade entre 39,0 e 52,9 anos ( CROPPI et al., 2012; SI LVA et al., 2011; PERES et al., 2011) . Esta faixa etária foi m uito sem elhantes à por nós observada no presente estudo, onde a m édia de idade entre os indivíduos avaliados foi de 51,11 anos.
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Silva, IBL Discussão
antes do estudo, um a vez que os m esm os nos foram previam ente referenciados pelos serviços m édicos das cidades de origem .
Figurando entre os principais diagnósticos m etabólicos, a hipercalciúria apresenta etiologia m ultifatorial, sendo responsável por m ais de 50% dos distúrbios observados em adultos, e em cerca de 53 a 75% das crianças ( LEVY et al., 1995) . Em nosso estudo, o aum ento do cálcio urinário foi a alteração m etabólica m ais frequentem ente observada, estando presente em 41% dos pacientes, seguida pela hiperuricosúria, diagnosticada em 39% dos casos. Esta proporção foi sim ilar aos resultados obt idos por Del Valle e Ortiz, onde a hipercalciúria tam bém foi a alteração m etabólica predom inante, seguida pela hiperuricosúria ( DEL VALLE et al., 1999; MI JÁN ORTI Z et al., 1991) . O aum ento da excreção urinária de ácido úrico pode resultar do consum o excessivo das purinas ou de sua elevada produção endógena. Da m esm a form a, um a baixa ingesta hídrica, associada à redução do pH urinário a valores abaixo de 5,5, podem favorecer a precipitação do ácido úrico ( LOW & STOLLER, 1997) .
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Silva, IBL Discussão
A hipocitratúria é encontrada em cerca de 30% dos pacientes lit iásicos ( PAK, 1991) e, em bora m uitos estudos sugiram um a prevalência altam ente variável, pode at ingir 62% quando associada à outras patologias ( AYUSSO & SCHOR, 2001) . Os efeitos do citrat o na prevenção da lit íase ocorrem devido à dissolução e inibição da cristalização de sais de cálcio e ácido úrico ( HALLSON et al., 1983) . A citrat úria não é diretam ente influenciada pela ingestão de citrat o alim entar, m as por alterações sistêm icas do equilíbrio ácido- básico produzidas pela dieta. Dietas ricas em proteínas e exercício físico intenso podem resultar na dim inuição do citrato urinário ( REBELO, 1995) . Em nosso estudo a hipocitrat úria aparece com o terceiro diagnóstico m etabólico m ais frequente ( 31% ) , diferentem ente do observado por outros autores, onde este foi o principal dist úrbio encontrado ( SPI VACOW et al, 2006) . Em um estudo previam ente realizado por nosso grupo envolvendo 182 pacientes form adores de cálculos, a hipocit rat úria foi o segundo distúrbio m etabólico m ais prevalente, sendo diagnosticado em 37,3% dos casos ( AMARO et al, 2005) .
49
Silva, IBL Discussão
presente em 80,7% dos casos ( SI LVA et al., 2011) . Esse achado pode ser explicado pelo fato de que nossos pacientes, j á haviam sido orientados a dim inuir a ingesta de sal em consultas nutricionais feitas anteriorm ente. Adicionalm ente, a ingesta diária de sal na dieta é fortem ente influenciada pelos hábitos alim entares de um a determ inada população, estando suj eita às interferências sócio- culturais e dos costum es locais daquela com unidade.
A hiperoxalúria prim ária é um dist úrbio relativam ent e raro decorrente de m utações no gene AGXT29 ( hiperoxalúria prim ária t ipo 1) e m utações no gene GRHPR30 ( hiperoxalúria prim ária t ipo 2) ( JOHNSON et al., 2002) , sendo encontrada em aproxim adam ente 1% dos indivíduos subm etidos a investigação m etabólica ( DEL VALLE et al, 1999) . A hiperoxalúria secundária pode resultar do aum ento da síntese endógena de oxalato, que depende da ingesta de ascorbato e/ ou do aum ento na absorção intestinal de oxalato ( CHAI et al., 2004) . A oxalúria secundária do tipo entérica pode ocorrer em caso de elevado consum o de substancias ricas em oxalato, com o a erva m ate no chim arrão, m uito com um nas regiões sul do pais. Em nosso estudo, a hiperoxalúria foi diagnosticada em apenas 5% dos casos. Entretanto, part icularm ente neste caso, a baixa prevalência por nós observada se deveu ao fato de que a dosagem rotineira do oxalat o urinário foi descontinuada em nosso serviço, ainda
durante a execução do estudo, devido à dificuldade de obtenção do “kit.
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Silva, IBL Discussão
dificuldade de im port ação do produto. Tal fato com prom eteu o estudo da associação entre a hiperoxaluria e hipercalciúria por nós pretendida para esta população. De acordo com alguns autores, pequenas elevações do oxalato urinário seriam m ais deletérias do que aum entos sem elhantes do cálcio, no processo da supersaturação urinária e form ação do cálculo urinário por oxalato de cálcio ( ROBERTSON & HUGHES, 1993) .
A hipom agnesúria foi diagnost icada em 29% dos pacientes incluídos no nosso estudo. Classicam ente, a baixa excreção urinária de m agnésio tem sido considerada com o um im port ante fator de risco para a form ação de cálculos a base de cálcio. A suplem entação do m agnésio tem se m ostrado efet iva na redução ou prevenção da recorrência de litíase urinária de cálcio ( ASPLI N et al., 2000) . Em um estudo conduzido anteriorm ente na m esm a população a hipom agnesúria foi observada em 21% dos casos ( AMARO et al., 2005) .
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Silva, IBL Discussão
reagente diferem significativam ente entre si, sendo algum as das diferenças observadas, clinicam ente relevantes ( KWONG et al., 2013) . Tal fato sugere que, em bora possa ser utilizada com relativa segurança na determ inação rotineira do pH urinário, a análise clássica por tira reagente não é suficientem ente sensível para avaliação do pH da urina em pacientes port adores de litíase renal ( GRASES et al., 2014).
Estudos prelim inares sugerem que o pH urinário dim inui significativam ente com o aum ento do peso corporal, sendo essa relação independente do gênero, m as part icularm ente influenciada pela idade e pela creatinina urinária ( MAALOUF et al., 2004) . Em pacientes obesos, a resistência à insulina alteraria a produção e/ ou excreção de am ônia, afetando assim o pH urinário final ( ABATE et al., 2004) . Entretanto, em nosso estudo, a correlação entre o pH urinário e as diferentes classificações do I MC ( baixo peso, eutrofia e sobrepeso/ obesidade) não apresentou diferença estatisticam ente significativa. Tal fato pode ser facilm ente explicado pelo trat am ento m edicam entoso com citrat o de potássio ut ilizado por todos os nossos pacientes, visto que esse m edicam ento aum enta significat ivam ente o pH urinário ( PREMI NGER et al., 1985) .
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Silva, IBL Discussão
preventivas contra a form ação do cálculo urinário ( SËRI C et al., 2009) . Em nosso estudo, não observam os um a diferença significativa entre o pH urinário obt ido a part ir da urina de 24h e o da am ostra de urina isolada, segundo o m esm o m étodo de análise ( p = 0,4968 para a o pHm etro e p = 0,5214 para a tira reagente) , com um a boa correlação ent re as diferentes m odalidades de coleta urinária ( p < 0,0001) . Nossos resultados diferem dos observados por Capolongo e colaboradores que sugerem não ser adequado se basear no pH urinário de am ostra isolada para subst ituir o de 24h devido a um a significativa variação observada pelo autor entre as duas am ostras por ele analisadas ( CAPOLONGO et al., 2011) .
Outro dado interessante por nós observado foi o fato de que não encontram os diferença estat ist icam ent e relevante quando correlacionam os o pH urinário obt ido a part ir da am ostra isolada com o da urina de 24h entre os pacientes diagnosticados com hipercalciúria e hiperuricosúria, sendo encontrada um a boa correlação ( p < 0,000) entre os resultados, tam bém nestes subgrupos de pacientes. Estes dados tam bém diferem dos previam ente apresentados na literat ura onde, em bora o pH da urina colhida em j ej um e o da urina de 24h ( p = 0,18) tenha sido igual em pacientes hiperuriscosúricos, o m esm o não ocorreu entre os hipercalciúricos em pacientes hiperuricosúricos ( p = 0,031) ( CAPOLONGO et al., 2011) .
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Silva, IBL Discussão
celular concom itant e com a secreção ácida ( CAPOLONGO et al., 2011) . Além disso, de acordo com esta teoria, a urina seria m ais alcalina de m anhã do que a noite, fenôm eno este relacionado à variação dos padrões respiratórios durante o sono, chamado de “maré alcalina matinal”
( LEATHES et AL, 1919) . Este com port am ento sugerido pelo autor não foi observado em nossos pacientes, onde o pH da urina de j ej um m ostrou- se concordante com o da urina de 24h, tanto na análise clássica por tira reagente (6,02 vs. 6,07) quanto com pHm etro digital (5,8 vs. 5,75) .
54
Silva, IBL Conclusão
6. CONCLUSÃO
55
Silva, IBL Referências
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