1
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L
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
JOÃO BOSCO MEDINA
FATORES DETERMINANTES DE PERMAN~NCIA
E EVASÃO DE FUNCIONÁRIOS DE UMA
ORGANIZAÇÃO
MONOGRAFIA APRESENTADA Â ESCOLA
BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
PÚ-BLICA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU
DE MESTRE EM ADMJNISTRAÇÃO
PÚ-BLICA.
RIO DE JANEIRO, 1987
lI.
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CURSO DE MESTRADO
EMADMINISTRAÇÃO PUBLICA
FATORES VETERMINANTES VE
PERMA~ENCIAE
EVASÃO VE FUNCIONÁRIOS DE
UMA ORGANIZAÇAOMONOGRAFIA DE MESTRADO
~PRESENTADAPOR
JOÃO BOSCO MEDINA
APROVADA
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COMISSÃO JULGADORA:
A-N-N-A-M-A-R-) I-A-C-AM-P-O-S--
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Educaç~oA todo~ aquele~
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bu~eamorrava o~ homerr~ c.apaze~. O~ ~obeILarro~ eILam aperra~
o~ ga-iho~ mai~ a-ito~ da~ aILvolLe~, e o povo eILa
c.o-mo c.eILvo~ rra 6-iolLe~ta. fILam hone~to~ e c.olLlLeto~,
~ ení imagirrafL que "e~tavam c.umpfLúlçlo c.om o ~ eu
" A - I b .
vefL. mavam-~e mutuamerrte, e "ao ~a ~am que
de-i~tu
~e c.hamava "amofL ao pJLóximo". N~o enganavam a l1~rr
guêm, e, VlO entanto, não ~abiam ~efL "h:omen~ de c.on
6iança". Podia-õe c.ontafL c.om e-ie~ e ig'vlOfLavam que
i~to 60~~e a "boa 6ê". Viviam junto~ LLvfLc.mevde,
dando e fLec.ebendo, e não ~abiam que efLam homerr~ de
bom c.ofLaç~o. POfL e~te motivo, ~eu~ 6eito~ não
60-fLam nafLfLado.6. Não ~ e c_orr~_tLtu:éJwm em hi~tófLia "
Agradecer nomeando um a um todos aqueles que me
incentivaram não só a realizar o mestrado, mas sobretudo
este trabalho,~ tarefa humanamente impossivel.
Fica assim registrada minha gratidão a todos .
.
Quero ressaltar, no entanto, o incentivo, apoio
e ajuda, de pessoas e Unidades do Banco que mais
estrita-mente fizeram comigo a caminhada até aqui:
Fátima: companheira e incentivadora impar ;
Anna Maria Campos: amizade e criticas essehciais
Eda Castro Lucas de Souza: incentivo e presença constantes
Antonio Eduardo Gomes, Sophia Andonios Spyridakis, Alonso
Mazini Soler e Jos~ Ronaldo de Paiva Avelar: apoio e aju-da no processamento e tratamento estatistico dos aju-dados
~dios Ribeiro da Silva: amigo
Tadeu Nobre Foroiga: estimulos
Luis Pamplona de Paula Pessoa: incentivador
Colegas da Divisão de Desenvolvimento e Treinamento
Agentes de Desenvolvimento e Treinamento (ADT's) das
Uni-dades envolvidas na pesquisa
Colegas do Departamento Regional do Rio de Janeiro
Colegas da Divisão de Assuntos Tribut~rios
o
estudo pretende contribuir para o entendimento doproblema da evasao de funcionários do Banco Central do Brasil.
Partindo da idéia de que a permanência de
funcioná-rio na organização alicerça-se no tripé: satisfação no
traba-lho, satisfação com o sistema de recompensas e influência do
ambiente externo, procurou-se determinar os fatores desses e-I
lementos capazes de influenciar a decisâo de permanência ou
evasão. Utilizaram-se dois tipos de análise:~ descritiva e de
contingência. A primeira visou a apresentar ~s caracteristicas da amostra e os fatores do ambiente externo associados
ã
per-manência ou evasão do Banco. A segunda visou a determinar os
fatores que melhor explicam satisfação no trabalho e
satisfa-çao com osiétema de recompensas. Uma das conclusões do estudo:
há um grande anseio por parte do funcionalismo na efetiva pa~
ticipação na vida organizacional, o que significa não so
ou-vir e ser ouvido na definição de metas e diretrizes
organiza-cionais, como também poder planejar e implementar a carreira.
Espera-se que as análises realizadas possam servir para repe~
sar os anseios, dGvidas, frustrações e realizações do
funcio-nário no contexto da organização em que, no sentido amplo do
termo, ele vive.
ABSTRACCT
The study intends to give its contribution to a better
understanding of the problerns of why the Central Bank of Brazil
ernployees are leaving their job.
Adrnitting the idea that the decision of the employees
to rema in in the Bank is based on three points: job satisfaction,
satisfaction with the reward system anq une influence of the
externai environment, the study intended to determine the factors
of those elements being able to influence the ~ecision to remain
or to leave.
Two kinds of analysis were used: the descriptive and
the contingencial. The first one was designed to introduce the
sample characteristics and the externai environmental factors
associated with remaining in the Bank or leaving. The second one
was designed to determine the rnain causes that can better explain
'the job satisfaction and the reward system.
One of the study's conclusions: there is a large
yearning on the part of the employees to take part in the effecti ve
organizational life, that means not only in hearing and being heard
when defining the organizational goals and guidelines, as well as
in being able to plan and to implernent their carreers.
It is hoped that the analysis made can be, used to
rethink the yearnings, doubts, frustrations and achievernents of the
employees in the organizational context in which, in the wide
LISTA DAS TABELAS
RELAÇÃO DOS ANEXOS
CAPíTULO I - O PROBLEMA
1. Exposição e Importância
2. Objetivos
CAPíTULO 11 - REFERENCIAL TE6RICO
09
10
11
14
1. Introdução 15
2. Individuo 15
3. Sistema de Recompensas 26
4. Ambiente 27
CAPíTULO 111 - VARIÁVEIS, CONCEI'IDS E DEFINIçõ~S OPERACIONAIS 30
CAPITULO IV - METODOLOGIA DA PESQUISA
L Tipos de pesquisa 34
2 . População 34
3 . Amostra 35
4 . Fontes de dados 36
5. Instrumento 37
6. Método de análise 39
7 . Computação dos dados 41
CAPíTULO V - QUANDO A PERMANÊNCIA NÃO f: O SUFICIENTE 42
CONCLUSÕES 61
T A B E L A S
N9 TITULO
01. Distribuição dos funcionários quanto
à
idade02. Funcionários afastados - distribuição por idade
03. Satisfação no trabalho - Maior freqüência
(percen-tual) e coeficiente de contingência
04. Distribuição dos funcionários por,gfau de instru
çao
05. Funcionários afastados dos serviços - distribuição
por grau de instrução
06. Distribuição dos funcionários por tempo de serviço
07. Funcionários afastados - distribuição por tempo de
serviço
08. Satisfação com o sistema de recompensas
e9.
Satisfação no trabalho - freqüência de satisfação e insatisfação10. Funcionários em exercIcio - satisfação no trabalho
11. Funcionários afastados - satisfação no trabalho
12. Funcionários em exercIcio no Banco - Ambiente
ex-09
FLS.
43
44
45
46
47
48
49
50
52
54
56
terno 57
13. Funcionários afast~ados do Banco - Ambiente externo 58
A N E X O S
N9 TITULO
01. Questionário
02. Teste de fidedignidade do questionário
FLS.
68
11
C A P
t
T U L O
I
o
PROBLEMA1. Exposição e Importância
Muito mais do que uma era da incerteza, que gode gerar
força construtiva avassaladora pelo espírito de desafio, pela n~
cessidade de lutar por algo desconhecido"vive-se uma era de
in-J
satisfação. O relativismo reinante na civilização contemporânea,
quiçá produto da efemeridade das inovações cientificas e tecnoló ,
-gicas, ao nivelar por baixo os valores espiri~ais do homem, não
so o reifica como o abandona a uma civilização fria e calculis
ta.
Nesse contexto, o homem se vê dentro de uma organização
pfiblica ou privada. Haver~ diferença? No entanto, o que est~
em jogo
é
o homem e, posteriormente, o homem na organização.A par da realidade individual (necessidades, anseios) o
ambiente intra e extra-organizacional exerce influência sobre o
comportamento do empregado em qualquer organização. Qual o
com-portamento das organizações perante essa realidade? Umas ~ocura~
ignor~-la, deixando o funcion~rio entregue a seu destino; outras
procuram nas compensações extrínsecas ao indivíduo algum paliati
vo, e poucas partem para o entendimento da realidade existencial
de seus empregados, num esforço· de sobretudo torná-los homens e
a partir daí membros de uma organização.
insatisfeito, um alienado, exceto quando o ambiente externo e
suas aptidões em "relacionar-se be~'permitam que o
funcionã-rio procure satisfazer em outro lugar suas necessidades, quer
sejam elas sociais ou de auto-realização.
Por sua natureza artificial, as organizações nao de
vem esperar que todos os membros adotem as alternativas por
elas julgadas importantes. Uma s~rie de circunstâncias podem levá-las a utilizar fatores que não só inibem o indivíduo na
busca de sua realização humana, como tamb~m, paradoxalmente,a entrarem num processo de entropia e qeBinharem. Conhecer como
seus membros a veem nesse esforço de tentar conciliar necessi
dades individuais e organizacionais, possivelmente, serã um
trabalho que fará emergir dúvidas, mas tamb~m certezas sobre
que concepção o homem tem sobre sua organização.
O estudo voltou-se para um dos Orgãos da Administra
çao Pública Brasileira responsável pela política econõmica: o
Banco Central do Brasil.
O foco recaiu sobre os funcionários efetivamente tra
balhando em seu quadro e outros, embora do quadro, ausentes
prestando serviços a outras organizações. O interesse foi ten
tar entender que fatores fazem um funcionãrio permanecer
de-sempenhando funções em uma organização e que fatores o levam
a procurar outra organização, ainda que sem romper o vínculo
institucional.
A escolha do tema ~nicialmente recaiu ape~as sobre
o problema da evasão de executivos do Banco Central para
em-presas privadas, objeto de divulgação escrita (Revista VEJA,
1984). No entanto, contatos pessoais com a Divisão de
e.Di-13
visão de Registros e Folha de Pagamento desse órgão localizadas
em Brasília serviram para detectar uma série de obstáculos a
sua efetivação (endereço residencial, local de trabalho ... ) .A~
sim, a análise abarcou alguns funcionários afastados e funcioná
rios em exercício.
o
quadro de pessoal do Banco Central do Brasil, Au-tarquia Federal criada em 31.12.64, apresenta ~uas modalidades:funcionários em efetivo exercício e funcionários afastados dos
serviços- da organização. Estes últimos integram os chamados Qu~
dros Especial e Suplementar. O primeir10 é composto por funcion.§.
rios que se afastaram dos serviços para participar de treinamen
to ou para servir em outros órgãos (cessão) •. O segundo, por
a-queles que se afastaram por motivo de licença (licença para tra
to de interesses particulares, licença por motivo de
afastamen-to do c6njuge . . . ). Em outubro de 1984, 196 funcionários
encon-travam-se deslocados para o Quadro Especial e 78 para o
Suple-mentar. Tais quantitativos referem-se exclusivamente ao caso de
funcionários trabalhando em organizações públicas ou privadas.
Considerando como constante o fator segurança no
emprego, uma vez garantido o retorno ao serviço do Banco
Cen-traI, a atenção concentrou-se em variáveis que pudessem estar
associadas ao fato de funcion5rios de carreira abandonarem os
serviços do Banco. Tais variáveis foram grupadas em: fatores
internos ao indivíduo (satisfação no trabalho) e fatores
exter-nos ao indivIduo: sistema de recompensas e oportunidades no
am-biente.
Acredita-se que a identificação dos fatores que
1e-varam as pessoas a ficarem ou a deixarem uma organização pode se
2. Objetivos
Geral
Identificar os fatores determinantes da permanência
ou evasao de funcionários do Banco Central.
Especificos
Verificar a associação entre idade, grau de
ins-trução e tempo de serviço,e a decisão de permaneg
J
cia ou evasao;
- Dimensionar o percentual de funcionários satisfei
tos e insatisfeitos no trabalho, à luz dos
fato-res motivadofato-res de Herzberg (1959);
Verificar a associação (isolada e em conjunto) eg
tre fatores referentes ao sistema de recompensas
e as decisões de permanência ou evasão;
- Determinar os fatores ambientais externos associa
15
C A P 1 T U L O I I
REFERENCIAL TEÓRICO
1. Introdução
Uma rede complexa de elementos que vão do indivíduo
ao ambient~ marca a ligação homem/organização. Caracterizar
es-ses elementos
à
luz da teoria administ'rativa, com fins nao sode crescimento intelectual, mas sobretudo de fornecer, na
medi-da do possível, subsídios para se repensar a Organização em
..
a-preço: eis o grande desafio deste capítulo.
2. Indivíduo
2.1. Da Previsibilidade do Comportamento a Aceitação da Incerteza
Hã uma preocupaçao nas organizações em aumentar a
pro-dutividade dos indivíduos por quaisquer meios. Desde o "estudo
dos tempos e movimentos" de Taylor até a abordagem comportamental
atual, v~-se um movimento cíclico onde homem e organização ora se alternam, ora se completam na busca do aumento da produtivid~
de. A especialização versus a generalização, o formal versus o
informal, o sistema fechado versus o sistema aberto são nuanças
dessa discussão infindável sobre a relação homem/orgariização.Ba~
ta remunerar bem, dar conforto físico, ensinar as "artes" da
re-lação interpessoal, sem no entanto propiciar que o homem
v.islum-bre sua dimensão maior no mundo, no seu país, na sua família e
dimensão do indivíduo COITlD ser capaz de questionar não so se
seu salário correspoLde ao dispêndio de suas energias, como
também o porquê de sua existência e do sentido de seu
traba-lho pode-se constituir tanto em grande obstáculo
A
consecução dos objetivos das organizações, como em seu maior aliado. Acompreensao e consideração dessa dimensão essencialmente huma
na e um dos traços deste estudo.
A atual crise de valores repercute profundamente na
relação homem/trabalho. O trabalho "de certeza nas incertezas
,
da vida" tornou-se o martírio do "homerh-salário", do "homem
fim-de-mês".
O mundo do século
xx
criou uma série de valores em..
basados na filosofia de que maior produção (riqueza) gera
maior bem-estar social. As atividades de mercadização fizeram
surgir uma sociedade de consumo, onde a minoria desfruta das
vantagens do desenvolvimento tecnológico e científico e amai
oria se vê ainda envolvida na luta pela sobrevivência. A vida
humana passou a se pautar pela palavra "produzir". A fixação
na idéia de produção per si perdeu o sentido do que produzir;
o produzir passou a ser um lema genérico e indiferenciado:pro
duzir é bom, produzir e fitil. Produzir e ser fitil tornaram-se
conceitos solidários. A busca de produzir mais marca a vida
do homem contemporâneo, ainda que ao custo de se ver
instru-mento de uma açao cuja direção final não alcança. Tal
concep-ção se reflete na educaconcep-ção pragmática de hoje, centralizada
na especialização do homem para melhor produzir e para
produ-zir mais. O adestramento profissional ressalta critérios que
sufocam a manifestação completa da natureza humana: "ele se
colo-17
car o plano profissional de sua vida corno o plano de vida por
excelência" (Mendonça, 1981). Surgiu, assim, oriunda da
ciên-cia moderna e por ela imposta por seu positivismo, a dissociên-cia-
dissocia-çao entre as realidades e os valores.
Duas perspectivas se impuseram: a prática, dirigl
da à realidade exterior (produtividade), e a da perfeição
pes-soaI, dirigida ao modo de ser do homem, tomado em si mesmo(pr~
ocupação lúdica, estética, especulativa, moral, religiosa) .PeE
cebe-se srescer cada vez mais o fosso entre tais perspectivas.
Antigos valores e ideologias passaram
d
ser questionados. Anecessidade de investir mais no fator "homem", de torná-lo
su-jeito dos fatores econômicos e não seu obje~o, suscitou uma
preocupaçao crescente com objetivos e medidas sociais.
A própria evolução das teorias administrativas tem
mostrado claramente as concepções relacionadas ao individuo co
mo moldadas pelos interesses organizacionais. A organização ini
cialmente
é
vista como uma máqUina, que deve estar adequadame~te lubrificada para garantir funcionamento sem problemas, e on
de a realidade dos seres humanos que nela atuam, bem como suas
motivações, são simplesmente ignoradas (modelo mecanicista). O
individuo nesta abordagem deverá apresentar as habilidades
ne-cessárias para desempenhar as funções especificas da máquina
administrativa e despir-se de seus valores pessoais e sociais.
Os próprios modelos humanistas, ao voltarem-se p~
ra o homem, não o viram como um ser carente de reali.zação
pes-soaI intra e extra-organizacional e participante da construção
do mundo social e org2nizacional onde interage, mas se
preocu-param cssericialmente com alta produtividade e em adaptá-lo a
Dissertando sobre "Modelos de homem e teoria
adminis-trativa" e utilizando o conceito de racionalidade substantiva
e funcional de Karl Mannheim (1962), Ramos (1972) estabelece
que a separaçao entre ambas
é
condição para uma boa teoriaad-ministrativa. A racionalidade substantiva constitui atributo
intrInseco do indivIduo, considerado como criatura de razao, e
por isso transcende regras, regulamentos, normas de qualquer
.
organização. A racionalidade funcional se relaciona
sistemati-camente com a eficiência (pragmática). Segundo Ramos, a teoria
administrativa não pode legitimar a rqctonalidade funcional da
organização como tem feito.
Distinguindo três modelos de homem n",as teorias
admi-nistrativas, Ramos (1972) chama de modelos tradicionais
aque-les para os quais o homem se restringe à racionalidade
funcio-nal: o "homem operacional" e o "homem reativo". Àquele para o
qual somente agora estão algumas organizações olhando
denomi-nou o "homem parentético". Das concepções relacionadas a
es-ses seus conceitos merecem destaque:
a) Quanto ao homem operacional:
trabalhador é visto como um ser passivo que deve
ser programado pelos gerentes para funções
orga-nizacionaisi
- treinamento é fundamental para ajustar o
indivI-duo aos imperativos da maximização da produção;
- homem é motivado por recompensas materiais e eco
nômicas;
- a teoria administrativa e gerencial e neutra ou
19
indiferença sistcm5tica em relaç~o as condiç6cs
éticas e valorativas do ambiente externo.
b) Quanto ao homem reativo:
- preocupação com o ambiente social externo da or
ganização, definindo-a como um sistema social a
berto;
- destaque para o papel dos valores, sentimentos
e atitudes na produção;
- preocupaçao com as re~a~ões interpessoais e com o conhecimento das motivações dos
trabalha-dores;
- preferência em ajustar o individuo ao ambiente
de trabalho, relegando a segundo plano seu cres
cimento individual;
- aplicação das "relações hun-,anas" para a total
inclusão do funcionário na organização ("homem
organizacional") i.
c) Quanto ao homem parentético:
- luta por autonomia;
grande desenvolvimento de consciência crItica
dos valores da sociedade em que vive;
influência sobre seu ambiente, ao invés de a
ele apenas moldar-se.
Discorrendo sobre motivação individual, Schein, cita
do por Lawrence & Lorsch (1972), apresenta quatro visões do
homem presentes nas teorias administrativas: o racional-econô
mico, o social, o auto-realizador e o complexo. Ressalta que
simplificada e generalizada.
Para a visão racional-econômica, o homem ~ movido
exclusivamente por recompensas econômicas controladas pela
or-ganização. O acordo psicológico indivídu%rganização
baseia-se na premissa esforço em. troc:a de clinheiro ... Quaisquer que baseia-sejam as
outras necessidades do homem, são irracionais, devendo assim
serem controladas de tal maneira que não interfiram naquele
a-cordo.
o
homem social apresenta como motivação básica para se trabalhar em uma organização a.nécessidade de pertencer.
Ao esforço do homem seguir-se-ia a satisfação de suas
necessi-dades básicas. Relega-se a segundo plano a s~tisfação que pod~
ria advir da execuçao da própria tarefa.
A conciliação do pensamento de Argyris (1975) ,Ma~
low (1954) e McGregor (1960) permitiu a Schein (1965) conceber
o homem auto-realizador. A necessidade do homem de realizar to
dos os seus recursos e a abordagem da hierarquia das necessid~
des de Maslow possibilitaram a idealização do homem auto-real!
zador. Segundo essa concepção o acordo psicológico
homem/orga-nização ocorreria à medida que em decorrência do esforço do
homem ver-se-iam atendidas suas necessidades fisiológicas, de
segurança, de aceitaç50 e afeto, de respeito e reconhecimento
e de auto-realização. O choque homem/organização aparece no
momento em que o homem procura a independência e a auto-reali
zação, necessidades essenciai~, e a organização o tenta enqua-drar em regras e normas.
Uma questão de relevância
é
detectar se realmenteo homero enltodos os nive.:is organizacionais busci.1 a
21.
duos no nível mais alto da organização seriam mais propensos
a procurar satisfazer essas necessidades do que aqueles em
nível mais baixo.
o
homem complexoé
concebido dentro de umavi-sao abrangente de sua realidade na vida intra e extra-organ!
zacional.
2.2. As Necessidades Humanas e a Busca de Satisfa~ão
o
homem participa da vida organizacional, forne,
cendo-lhe energia (insumo) para a consebução de seus
objeti-vos. Deduzindo-se da própria natureza humana tem-se que essa
.
energia pode ser fisiológica ou psicológica. A aptidão físi-"
ca, constituída de elementos fisiológicos e bioquímicos,
en-contrar-se-ia submetida
à
necessidade psicológica doindiví-duo. Argyris (1975, pág. 34) assim define necessidade
psico-lógica: "I) existente dentro da personalidade do indivíduo;
2) relacionada a outros objetivos; 3) relacionada a um
obje-tivo dentro do meio ambiente; e 4) instrumento que inicia e
guia o comportamento até que a meta seja alcançada, que
des-trói a tensão ou que a libera de alguma forma."
Um dos primeiros estudos sobre necessidade huma
na foi feito por Maslow (1954). O ponto de partida do seu e~
tudo caracterizou~se pela discordância da crença generaliza-da de que motivação é algo que' alguém faz por ou para outra
pessoa. A motivação origina-s~ dentro da pessoa e nao lhe p~
de ser imposta: eis sua premissa básica. O que leva o homem
a lutar por um objetivo é a necessidade interna que possui de
alcançá-lo. As necessida~es, porém, não são estáticas. Cada
vez que urna é satisfeita, outra aparecerá, e o comportamento
I
I
.,
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1
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I
I
Ihumano será digido para sua satisfação. A teoria de Maslow fi
cou conhecida corno a "Teoria da Hierarquia das Necessidades",
urna vez que identificou cinco conjuntos fundaQentais de nece~
sidades e as dispôs numa hierarquia. Tais conjuntos sao:
1. Necessidades fisiológicas
2 • Necessidades de segurança
3 • Necessidade de aceitação e afeto
4 . Necessidade de respeito e reconhecimento
5. Necessidade de auto-realização
J
Maslow identifica as necessidades fisiológicas
corno sendo as preponderantes por considerar; que se urna pessoa
fosse totalmente carente, seria dominada po~ suas necessidades
fisiológicas; suas outras necessidades desapareceriam ou se
riam suprimidas.
As necessidades sociais, nas quais o indivíduo
é motivado a assegurar seu lugar num determinado grupo com a
gratificação do sentimento de a ele pertencer, surgem a paE
-tir do terceiro nivelo
Na medida em que todas as outras necessidades e~
tejam razoavelmente satisfeitas, a última a surgir é a de
au-to-realização. Segundo Walters (1979, pág. 9), "a
auto-reali-zação não
é
tanto um estado ou estágio do organismo, como afome, a ser satisfeito por uma gratificação periódica.
Trata-se, ao invés disso, de um processo do ser humano, no qual o
indivíduo luta para alcançar a extensão total de sua capacid~
de". Ao contrário das outras necessidades, caracterizadas
pe-la escassez, pepe-la falta, a de auto-realização
é
necessidade decrescimento. Quem busca auto-realização está empenhado no
pro-cesso de realizar suas potencialidades, de vivenciar o concei
~
,
I
i23
to que tem de si mesn'O. Cada homem
é
um ser único e competeape-nas a ele procurar sua fórmula própria de realização. A auto-re
alização, por sua essência, e um processo
autodesenvolvimentis-ta e constitui o nível motivacional.
A teoria desenvolvida por Herzberg (1966), comumen
te chamada Teoria de Higiene -- Motivação ou Teorja da
Motiva-ção -- ManutenMotiva-ção, originou-se de pesquisa realizada com
.
enge-nheiros e contadores, onde se procurou detectar os
acontecimen-tos geradores de boas e más sensações em relação ao trabalho.FQ
. I _
ram destacados cinco fatores como determinantes da satisfaçao
no trabalho: realização, reconhecimento, o trabalho em si,
res-ponsabilidade e crescimento. Por outro lado~ surgiu um conjunto
de cinco fatores causadores de insatisfação em relação ao traba
lho: administração e política empresariais, supervisão, salário,
relações interpessoais e condições de trabalho. Não era contudo
a existência de regulamentos e supervisores em si mesmos que
gerava insatisfação, mas sim, alguma diretriz em particular,por
ser frustrante ou incompetência de supervisores, tanto em aspe~
tos técnicos como no relacionamento com o empregado.
Uma das mais importantes conclusões foi a de que
os fatores apontados como portadores de sensações
excepcional-mente más eram parte do ambiente de trabalho, enquanto que os
demais (sensações boas) se referiam
à
natureza do trabalho emsi: conteúdo do cargo, responsabilidade pelo trabalho, capacid~
de de realização no cargo e de ser reconhecido por tal
realiza-ção e a oportunidade de galgar níveis superiores de
responsabi-lidade e de assumir encargos mais desafiantes. Denominaram-se a
queles fatores relacionados ao ambiente de trabalho como
relativos ao conteúdo do cargo. Assim, a satisfação e a insatis
fação no trabalho provêm de fontes diferentes, não se
constitu-indo, pois, em extremos opostos de um contInue, mas conjuntos
separados. Graficante, ter-se-ia:
SATISFAÇÃO NO TRABALHO
Nenhuma muita
INSATISFAÇÃO NO TRABALHO
Muita Nenhuma
Os fatores motivacionais de Herzberg (1959) e a ne
cessidade de auto-realização de Maslow (1954) confirmam-se
re-ciprocamente. Para este, a necessidade de auto-realização é a
única e verdadeira necessidade de crescimento. As pesquisas de
Herzberg mostraram que as pessoas consideram a oportunidade de
crescimento como fonte de motivação. Para Herzberg (1966, pág.
70), o crescimento psicológico define-se como: "1) continuar a
saber cada vez mais; 2) identificar mais relações entre os
co-nhecimentos já acumulados; 3) ser criativo; 4) ser eficaz em
situações ambIguas; 5) desenvolver a própria individualidade;
6) alcançar o verdadeiro crescimento -- o que significa
cres-cer absolutamente por si, e não simplesmente crescres-cer em
detri-mento dos outros".
A linearidade dos fatores causadores de satisfação
e de insatisfação é o alvo da maior parte das crIticas à
teo-riu. de Ilcrzberg.
I
~I
!I
25
Vroom (1964), pago 128) afirma CJue: liA interpretação
de que diferentes fatores são mencionados como fontes de
sa-tisfação e insasa-tisfação pode ser correta, mas nao e a única
possIvel. Pode-se tamb~m argumentar que a relativa freqü~nci~
com que o conteúdo do trabalho ou seu contexto serão menciona
dos como fontes de satisfação 8 insatisfação depende da
natu-reza do conteúdo e contexto do cargo dos r8spondentes". Vroom
.
cita pesquisa nesse sentido de Walker e Guest (1952) em linha
de montagem de fábrica automobilIstica onde o conteúdo do tra
balho foi citado como principal caus~d0r de insatisfação no trabalho e fatores econômicos (salário e segurança) como de
satisfação. No entanto, ressalta Vroom que inexiste evid~ncia
que negue ou corrobore a teoria de Herzberg a esse respeito.
Há que se considerar, dentro dos objetivos
propos-tos neste trabalho, independentemente das discussões sobre fa
tores que geram satisfação ou insatisfação no trabalho, se
existe relação entre satisfação no trabalho e giro. Para March
e Simon (1981, pág. 81), o funcionário insatisfeito pode
evo-car uma das tr~s alternativas: sair da organização, conformar se com as normas de produção da empresa ou finalmente
pro-curar oportunidades ce satisfação independentement:e de uma aI
ta produção (polltica, greve ... ). Assim, ter-se-iam tr~s
ti-pos de funcionários insatisfeitos: aqueles que deixam a
orga-nização, os que permanecem e produzem e os que ficam mas nao
-produzem. No entanto, registram March e Simon (1981, pago 81)
que satisfação no trabalho por si s6 não constitui
~rogn6sti-co seguro de alta produtividade: "não se há de esperar que
um rato satisfeito se porte brilhantemente na encruzilhada de
i
(
l
I
t
!
1
i
I
t
26
um labirinto. Da mesma forma, nao há razao para predizer que um
alto grau de satisfação, por si só, constitua motivação
bastan-te para que determinado individuo se ajuste aos alvos especifi
cados pel~ hierarquia";
Em pesquisa realizada para analisar fatores
rela-cionados à permanência e evasão da organização, Stumpf e Hu~
.,
.
. '
.
(1984, p§gs. 309/329) apresentam,~ dentre outras, a conclusão de
que a intenção de sair da organização ~ resultado direto de sa-tisfaçao no trabalho.
3. Sistema de Recompensas
Qualquer qu~ seja o modelo criado para se entender
o comportamento humano, será sempre falho, caso não se dê desta
que aos incentivos econômicos (March e Simon, .1981). Apesar de
nao se poder negar a veracidade de tal 'afirmativa, mister se faz
procurar cQnceituar sistema de recompensas d~ forma ampla.
Por muito tempo, e ainda hoje para certas organiz~
"
çoes, o uso de recompensas essencialmente econômicas e para
to-dos os membros organizacionais indistintamente constitui o gran
de fator gerador de insatisfação. Recompensar engloba uma dimen
são maior onde se entrelaçam a pessoa, a tarefa e o sistema de
recompensa. Recompensar exclusivamente em termos econ5micos, re
legando a dimensão do homem como sujeito de necessidades mais
altas pode gerar insatisfação. Não estará na escolha simplesmen
te da alternativa organizacional a certeza da eficácia de um
sistena de recompensa. Sua função primordial deverá ser aumentar
a probabilidade de que os membros da organização escolherão
a-queles comportamentos que levarão simultaneamente à sua satisfa
çao pessoal e
à
consecução dos objetivos organizacionais., I
[t
!i ! f
l
~ f,I
! 1 ,!
.. !l
tI
II
27
Para Galbraith (1977), o sistema de recompensas compr~
ende as bases motivacionais que podem ser adotadas pelas organi
zações com vistas a levar os empregados a escolherem a
alterna-tiva de comportamento preferida pela organização. Segundo esse
autor, o sistema divide-se em recompensas extrínsecas (legitimi .
-dade da autori-dade e das normas, recompensas do sistema,
recom-...•.
pensas g-rupais e recbmpensas individuais) e intrínsecas (identi
ficação com o cargo e internalização das metas organizacionais).
4. O Ambiente
Sem dúvida alguma, o ambiente extra-organizacional
constitui o fator ipolado mais importante a influenciar
deci-soes de ficar ou deixar uma organização. A existência concreta
de alternativas de emprego no mercado-de trabalho é capaz nao
só de influencia~ a percepçao da facilidade de retirar-sei a ní
vel d,o empregado, como também a de forçar dirigentes a revisar
o próprio sistema de ,recompensas adotado pela organização.March
e Simon (19811 p5g. 91) afirmam que "as condições do mercado
são importantes não so para a mão-de-obra sindical~zada (ou si~
dicalizável), mas também para as categorias dirigentes e talvez
mais importantes ainda, para os grupos superiores da hierarquia".
Em trabalho sobre permanência e evasao da organizaçã~
Flowers e Hughes (1974)" afirmam que o principal fator que leva
o empregado a permanecer em uma organização
é
a.inércia. Osem-pregados tendem a seguir nas empresas até que algo os force a
deixá-la. Citam duas espécies de fatores que afetam a inércia:
internos (satisfação no trabalho, ambiente da empresa e comodi:""
dade com que cada empregado individual atua dentro dela)- e
ex-ternos Coportunidades de emprego, escolas, vizinhos,.ambiente
posição dentro da comunidade, nao desejabilidade de mudar de l~
cal de residência). Para a organização existé enorme diferença
entre o empregado querer ficar e ter que ficar. Em função da r~
lação fatores internos e externos, os autores determinaram
qua-tro tipos de empregados em uma organização: os retirantes, os
adeptos, os indiferentes e os enraizados (Quadro 1) .
...
-'
.
"
.
Quadro 1 - Rel~ção satisfação no trabalho/influência do meio
~
1/
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U)H . ~
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SATISFAÇ-ÃO NO TRABALHO
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RAZÕES PARA IROS RE.TIRANTES
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R~ÕES PARA_FICAR ~OS ADEPTOS
FICARA~·1 PORQUE QUEREM FICI\R
'---~--
....
'---_.~"-OS INDIFERENTES
FICARAM PORQUE
T~M QUE FICAR
OS ENRAIZADOS
FICARA.M PORQUE QUEREM E T1!:M QUE
FICAR
Os retirantes sao os empregados qU0 encontrando-se ig
satisfeitos no trabalho e percebendo fatores ~mbientais exter-nos favoráveis a seu deslocamento para outra empresa simplesmeg
_ b
29
Os indiferentes encontram-se insatisfeitos no
traba-lho, desejam retirar-se da organização; no entanto, razões ambi
entais, aqui entendidas como o sistema ãe recompensas organiza
cional e o ambiente externo, os forçam a permanecer na organiz~
çao.
Os adeptos estão satisfeitos no trabalho e, embora o
ambiente externo os incentive a.sair da organização, preferem .:
.
permanecer.
Finalmente, os enraizados sentem-se satisfeitos no
trabalho e razoes ambientais sao favoráveis à sua permanência
na organização.
Os indivíduos encontram-se mais sensíveis a perceber
alternativas extra-organizacionais e mais receptivos aos estimu
los ambientais quando estão insatisfeitos no trabalho (Galbraith,
C A P I T U L O
I I I
~~IAVEIS, CONCEITOS
E
DEFINIÇÕESOPERACIONAIS
As variáveis selecionadas para este estudo foram
ca-racterísticas pessoais, satisfação no trabalho, sistema de re
compensas e ambiente externo, que juntamente com seus
respec-tivos indicadores compõem o quad~o·2.
QUADRO 2 - Variáveis e indicadores
VARIliVEL
1. CARACTERíSTICAS PESSOAIS
2. SATISf'AÇ,l'í.O NO TRABALHO
3. SIsrL':E~MA DE RECOMPENSAS
INDICADOR
idade
grau de instrução quadro de pessoal tempq de serviço
realização reconhecimento responsabilidade crescimento
comissão
apoio do chefe imediato apoio do grupo
condições físicas
30
atendimento médico-hospitalar aposentadoria
4. AMBIENTE EXTERNO
recreaçao salário
mercado de trabalho gosto pela cidade problemas familiares grupos 'de amizade
31
Características Pessoais
Conceito: Junção das características físicas com aque
las oriundas do exercício de determinada função.
Definição Operacional: Define-se operacionalmente
pe-los atributos: idade, grau de instrução, quadro de pessoal,te~
po de serviço.
...
".
Quadro de Pessoa1
Definição Operacional: . situação do funcionário quanto
ao exercício de suas funções. Apresenta.duas modalidades: em
efetivo exercício no Banco e afastado do serviço. Essa última
modalidade
é
integrada pelos Quadros Especial e Suplementar. Nesses dois últimos quadros foram considerados apenas os func!onários que se encontravam desempenhando funções em outras
or-ganizações públicas ou privada&.
Satisfação no Trabalho
Conceito: sentimento positivo ou negativo experiment~
do com o comportamento no trabalho (Galbraith, 1977, pág. 278).
Definição Operacional: satisfação no trabalho
é
defi-nida operacionalmente por quatro fatores considerados motivado
res: reconhecimento, realização, responsabilidade e
crescimen-to (Herzberg, 1959).
I
I
I
"1
J
,
i
i
I
i
I
I
I
iI
!
Reconhecimento
Definição operacional: Valorização que recebe da or
ganização pelas tarefas executadas e reconhecimento de sua
competência profissional por parte dos companheiros de
traba-lho.
Realização • • "t;
.'
.
Definição operacional: Oportunidade e condições de
obter resultadós visíveis com as tarefas que executa, de
rea-lizar tarefas compatíveis com seus interesses, aptidões e
co-nhecimentos, e de demonstrar sua competência profissional.
Responsabilidade
Definição operacional: Condições de participação na
definição de diretrizes e metas de trabalho e oportunidades ~
ra participar de decisões sobre assuntos relevantes para a
organização.
~ Cresci.Imento
Definição operacional: Oportunidades oferecidas
pe-la organizaç~o para especialização na tarefa.
Sistema de Recompensas
Conceito: Bases motivacionais desenvolvidas pelas
organizações através de processos administrativos para
aumen-tar a probabilidade de que o funcionário escolherá a
alterna-tiva por ela requerida (Galbraith, 1977).
33
fine operacionalmente por oito fatores: comissão, apoio do chefe
imediato, apoio do grupo, condições físicas, atendimento
médico-hospitalar, aposentadoria, recreação e salário.
Ambiente Externo
organização"
Conceito: "Tudo aquilo que nao constitui parte
(Galbraith, 1977).
.,
.
. '
~
Definição Operacional: Operacionalmente compreende da
cinco fatores: mercado de trabalho; ~osto pela cidade; problemas
familiares relativos
à
saúde, educação, finanças; grupo de amiz~C A P í T U L O IV
METODOLOGIA DA PESQUISA
Tipos de Pesquisa
A modalidade de pesq'u~sa utilizada neste estudo foi
a descritiva correlacionaI que objetiva não·só descrever as va
riáveis, mas também a relação existente entre as mesmas
(Tuck-.
man, 1975). Visa, em outras palavras, a determinar a correspo!!
dência que existe entre as variações de um fator em função das
variações de outro.
Neste estudo foram empregadas técnicas de lnedidas
de tendência central, dispersão e quiquadrado (X2) que permit!
ram caracterizar a amostra, determinar satisfação no trabalho
(fatores motivadores de Herzbe:r-g). satisfação com o sistema de
recompensas do Banco -tfatores higiênicos) e os fatores do ambi
ente externo facilitadcres ou di~icultadores de evasão.
Populaçã~
O quadro de funcionários do Banco apresentava ~m to
tal de 6.909 integrantes, assim distribuIdos (posição em Out/
84): em exercício
=
6.635;no Quadro Especial=
196 e no QuadroSuplementar
=
78. Para determinar a população de interessepa-ra este estudo, estabeleceu-se inicialmente que só se trabalh~
ria com funcionários das carreiras existentes na ocasião (Adroi
nistração e Especializada). Obteve-se assim, incluindo os
35
total de 3.924 funcionários, conforme quadro a seguir:
QUADRO 3 - população
QUADRO .. ~. ij9 DE FUNCIONÂRIOS
.
Efetivo exercício 3.768
Especial 139
Suplementar 17
TO'llAL 3.924
Amostra
No tocante ao pessoal em efetivo exercício, a popul~
çao apresenta uma dívisão por Unidades Especiais, Centrais e
Regionais. Estas, por seu lado, se subdividem em Presid~ncia e
Diretorias, no primeiro caso, e Departamento nos·dois
restan-teso Foram considerados como "conglomerados" para
determina-çao da amostra, a Presid~ncia, as Diretorias e os
Departamen-tos Centrais e Regionais. Foi utilizada uma amostra aleatória
por conglomerado, sendo sorteados seis Departamentos Centrais
e cinco Regionais. No tocante às Unidades Especiais, incluíram
-se a Presid~ncia e todas as Diretorias.
Registre-se também que as Unidades Especiais,
Cen-trais e Regionais compreendem a execução de atividades-meio e
atividades-fim do Banco e que tal característica foi considera
f .
ti
da quando da determinação da amostra. Incl?indo os funcionários integrantes dos Quadros Especial e Suplementar, obteve-se um t~
tal de 628 funcionários, representando 16% da população (Quadro
4) •
Quadro
4 -
Amostra planejadaQUADRO
Efetivo exercício
Afastados dos serviços (Quadros Especial e Su
plementar)
T O T A L
N9 DE FUNCIONÁRIOS
513
115
628
Encaminhados 628 ques~ionários, houve um retorno de 355, o que significou uma amostra efetiva de 9% da população es
tudada 3924 funcionários (Quadro 5);
Quadro 5 - ~nostra efetiva
QUADRO
Efetivo exercício
Afastados dos ser viços(QuadrosEs-pecial e Supleme~
tar)
N9 DE FUNCIooNuOS
321
34
%*
8,6
21,7
*
Percentual em relação à pop.ulação discrimina da no Quadro 3.Fontes de dados
O instrumento de coleta de dados foi aplicado aos funcionários em efetivo exercício com o auxílio dos Agentes de Desenvolvimento e Treinamento <te cada Unidade do Banco envolvi da na pesquisa. Quanto aos funcionários afastados dos servi-ços.' foram encaminhados pelo correio correspondência contendo questionário e envelope selado com endereço do pesqu~sador.
-r
o
questionário compôs-se de cinco partes:- carta de apresentação;
folha de instrução;
quatro questões de características pessoais;
37
- trinta e cinco questões, apresentando uma coluna p~
ra situação desejável e uma para situação percebida,
para aferição de satisfação;
•• "a;
- cinco questões de aferlçio de importincia de
fato-res ambientais externos.
~eferido documento foi aplicado indistintamente a fun
cionários em exercício e àqueles afastados dos serviços. Neste
último caso, foi solicitado aos respondentes considerassem a s!
tuação reinante no Banco no período que antecedeu ao
afastamen-to dos serviços.
Instrumento
Os dados relativos às variáveis foram coletados por
questionário estruturado (anexo n9 1) elaborado pelo
pesquisa-dor com a orientação das Professoras Anna Maria Campos da EBAP/
FGV e Eda Castro Lucas de Souza do Departamento de Estatística
da UnB e subsidiado, no que se refere à variável satisfação no
trabalho, por instrumento elaborado pelo grupo de desenvolvimeg
to gerencial da Divisão de Desenvolvimento e Treinamento do Ban
co Central do Brasil.
Para análise da fidedignidade do questionário foi o
mesmo aplicado experimentalmente em subamostra com as
caracte-rísticas já citadas na amostra. De posse dos dados, foram form~
dos dois subconjuntos de itens pares e ímpares. A correlação en
tre os dois subconjuntos de itens do mesmo teste foi rI / 1 =:-0,79
2""2
"
[..,
oalculada com o coeficiente momento-produto de Pearson.
Convertida para uma correlação total com a fórmula de correçao
de Spearman-Brown, resultou r t t
=
0,88, o que garante umapre-cisão aceitável (anexo 'n9 2).
Para a exploração das variáveis, foram elaborados
itens relativos a cada uma delas e utilizados 21 indicadores,
conforme a seguir demonstrado:
1. CaracterIsticas pessoais (idade (1), grau de instruç~o.(2),
2.
quadro de pessoal (3), tempo ~e ~erviço (4), itens de 1 a
,4, sendo um para cada variável.
Satisfaç.ão no trabalho
-
realização (5) : 5 itens: de 05 a 09-
reconhecimento ( 6) : 5 i tens: de 10 a 14-
responsabilidade (7) :5 itens: de 15 a 19 - crescimento (8) : 7 itens: de 20 a 263. Sistema de recompepsas: 13 itens, sendo:
27, 28
=
apoio do chefe imediato (9)29, 30 = apoio do grupo (10)
31, 32, 33, 34 = corntssão ( 11)
35, 36, 37, 38, 39 -- condições fIsicas (12) ,ate.!!
dimento médico-hospitalar (13), aposentadoria (14),
recreação (15), salário (16) (um item para cada
variável) .
4. Ambiente externo: 5 itens: de 40 a 44
=
crise no mercado(17),gosto pela cidade (18), problemas
familia-res (19), grupos de amizade (20), interação
com pessoas de outra organização (21) (um
39
Método de análise
Em função dos objetivos do estudo, foram utilizados
dois tipos de análises: descritiva e de contingência.
o
questionário foi estruturado com dois tipos dequestões para cada item. A primeira se refere
à
situaçãodese-"'"1.'
jável e a segunda à situação peicâbida pelo funcionário em sua
organização, considerando-se "SATISFAÇÃO" quando o escore da
.
situa~ão percebida for igualou maior que a situação desejável.
A preocupação não foi apresentar tabelas· simplesmente com a d~
ferença entre as duas situações. Procu~ou-se, ao. contrário,
criar um íNDICE GERAL DE SATISFAÇÃO (IGS) que permitiu emer-gir dois grupos distintos de funcionários e com os quais
cons-truíram-se tabelas que possibilitaram apontar os fatores
me-lhor explicadores de satisfação/insatisfação no Banco e
capa-zes de influenciarem a decisão de permanência ou saída da org~
nização.
~,
-O lndice geral de sat~sfaçao (IGS) teve a seguinte
fórmula (1):
n
IGS
=
i~
1CV
pi Cl)n
onde: V
p respost.as
,
situação percebida
=
aV
d
=
respostas,
situação desejável a
~
total de itens
n
=
numeroO IGS permitiu obter-se os grupos dos funcionários
satisfeitos e insatisfeitos. Aplicando-se o IGS aos indicadores
,
de satisfação no trabalho (responsabilidade, crescimento, rea
lização, reconhecimento - Herzberg) surgiram os grupos dos fun
cionários satisfeitos e insatisfeitos no trabalho. A mesma sis
temática utilizou-se no caso de satisfação com o sistema de
recompensas.
Determinados os grupps dos funcionários
satisfei-::
.
tos/insatisfeitos no trabalho e com o sistema de recompensas,
for~m elaboradas tabelas cruzando satisfação/insatisfação com
cada um ,dos itens indicadores de satisfação no trabalho e
sa-tisfação com o sistema de recompensas. O resultado de tais
cruzamentos foi a indicação dos fatores" melhor explicadoresde
satisfação/insatisfação. Entenderam-se por melhor explicadores
os fatores que apresentaram maior grau de associação no coefi
ciente utilizado na análise de contingência.
Para se apontar os fatores do ambiente externo ca
pazes de influenciarem a decisão de permanência ou evasão do
Banco, somaram-se as, freqüências das respostas muito importa~
te (grau 4) e importante (grau 3)".
Análise descritiva
Através da análise descritiva dos dados da
amos-tra, foi possIvel estudar as caracterIsticas dos sujeitos da
população e determinar os fatores de permanência e evasao
re-lativos ao ambiente externo. Estabeleceram-se freqüências
ab-solutas e relativas, assim como medidas de tendência central
e de dispersão dos dados. Foram construIdas tabelas de distri
buição de freqüência de todas as variáveis, tendo algumas seus
dados agrupados em intervalos de classe.
40
41
Análise de contingência
Através do coeficiente de contingência (C), entendi
do como "uma medida do alcance da associação ou relação entre
dois conjuntos de atributos" (Siegel 1981, pág. 221), a análise
de contingência permitiu determinar:
.'
.
- os fatores mais fortemente ass6clados ou relacionados com
sa-tisfação no trabalho (tabela de contingência entre satisfaçã~
insatisfação no trabalho e cada um dos itens relativos aos in
dicadores de Herzberg) i
- os fatores mais fortemente associados 'ou relacionados com
sa-tisfação com o sistema de recompensas (tabela de oon~gência
entre satisfação/insatisfação com o sistema de recompensas e
caàa um dos itens relativos aos indicadores do sistema de
re-compensa) .
Importante ressaltar que o coeficiente de contingê~
cia varia de O (nenhuma associação) a aproximadmnente 01 (muita
associação) •
Computação dos dados
Foram utilizados o computador Burroughs 6700 da Uni
versidade de Brasília e o pacote SPSS~V8.
CAPITULO V
QUANDO A PERMANtNCIA NÃO g O SUFICIENTE
A organização é essencialmente seus recursos huma
nos. Conhecer os possíveis motivos mantenedores desses
recur-sos no quadro organizacional,
o~
ratores geradoresde'insati~
fação e aqueles capazes de impulsionarem o funcionário a
fi-c~, embora in-satisfeito, significa não só garantir a sobrev!
vência organizacional, como também permitir a definição de e~
tratégias que visem a manter a organização em nível cada vez
mais técnico e seus recursos humanos realizados
profissional-mente em seu ambiente de trabalho.
Com o objetivo de fugir a uma estrutura muito
rí-gida na colocação do resultado da pesquisa, procurou-se neste
capítulo não só apresentar e analisar os dados, como também
discorrer sobre sugestões e recomendações emergidas desse pr~
~
cesso e algumas que,'à primeira vista,parec~ não pertinentes com a análise dos dados, mas que são resultados da vivência
organizacional, sendo a situação do funcionalismo
a
justificativa de sua relevância.
A tabela 01 apresenta a distribuição dos funcioná
43
Tabela 01: Distribuição dos funcionários quanto
à
idade (N=
~ 0:,)Intervalo de Classe Número de
% Funcionários
Idade
-~--".~ ~- ..
O 25 •• "a: ., ,"
.
01 0,325 30 33 9,3
30 . 35 122 34,4
35 40 100 28,2
40 45 61 17,1
45
-
50 30 8,550 8 2-,2
TOTAL 355 100,0
Média 37 anos
Constata-se a existência de um corpo de
fund_ot;.;-·-rios relativamente novo, com uma faixa etária entre 30 a
3:·
e idade em média de 37 anos.
A análise voltada para os funcionários afastil~,
dos serviços apresentou uma elevaçã.o na faixa etárial conceri:',
entre 35 a 45 anos e 'média de 42 anos (tabela 02). Tal fat,o 1 '
ser explicado, quando se tem, conhecimento de que as cesse .. :-,
ra outros Órgãos requerem sobretudo laços de amizade e expc... "
cia profissional.
__ L
44
Tabela 02: FUNCIONÂRIOS AFASTADOS - Distribuição por idade
INTERVALO DE CLASSE
N9 DE FUNCIONÁRIOS %
IDADE
25 30 04 11,9
30 35 •• "&: 07 20,6
..
"35 40
.
08 23,540 45 08 23,5
45 50 06 17,6
50 01 2,9
TOTAL 34' 100,0
Média 42
Para urna organização que conta com um percentual
alto de funcionários novos e, por isso mesmo, ansiosos de
gal-garem os níveis mai$ altos de sua carreira, que não dispõem de
urna política de .recursos humanos que facilite um planejamento
de carreira, parece coerente haver um percentual altíssimo
{8l,3%)de funcionários insatisfeitos por não contarem com
condi-ções oferecidas pela organização para planejarem e
45
Tabela 03: SATISFAÇÃO NO TRABALHO - 1-1aior freqüência (percentual)
e coeficiente de contingência (~
=
355)INDICADOR
RESPONSABIL1DADE
REALIZAÇÃO
CRESCIMENTO
RECONHECIMENTO
N
=
355ITEM
- Responsabilidade que lhe
é confiada no desempenho de suas atribuiç6es
..
.
.'
.
Oportunidades que possui para participar de dec~
soes sobre assuntos rele vantes para seu setor
- Oportunidades e condiçÕes de realizar tarefas com-patíveis com seus conhe-cimentos
- Oportunidades e cóndi
~oes de realizar tarefas compatíveis com suas ap~
tidões
- Oportunidades de reali-zar viagens a serviço
Condiç6es oferecidas pe-la organização para ppe-la- pla-nejar e implementar sua carreira
Oportunidades para repr~
sentar seu setorjorgani-zaçao
- Oportunidade para dar.
contribuição a assuntos importantes para a orga~
nização
p ~ 0,01
% em N 51,8 29,6 30,8 24,9 37,9 18,7 32;0 18,6 COEFICIENTE DE CONTING1!:NCIA 0,61* 0,55* 0,22 0,27* 0,71* 0,66* 0,29* 0,26*
Se por um lado, no entanto, conta o Banco com um fun
cionalismo relativamente de pouca idade, tem o privilégio de dis
por de um percentual muito representativo de pessoas detentoras
de curso de graduação e pós-graduação. Vê-se na tabela 04 que
80% dos entrevistados possuíam curso de graduação e 5,6 de
graduação.
pós-TabelaO~: Distribuição dos funcipnforios por grau de instrução
(N
=
355)CU R S O
Segundo Grau
Universitário incompleto
Universitário completo
Mestrado
Doutorado
Não responderam
T O T A L
NÚMERO. DE
FUNCIONÂRIOS
12
37
284
'17
3
2
355
%
3,4
10,4
80,0
4,8
0,8
0,6
100,0
Este privilégio requer, contudo, atenções maiores no
que toca sobretudo
à
part~cipação na vida organizacional. Viu-se,a~sim, que 81,4% dos entrevistados encontravam-se insatisfeitos
por nao se lhes darem oportunidades de contribuírem em assuntos
importantes para a organização; 70,4% por não participarem de
decisões sobre assuntos, relevantes para seu setor de trabalho e
69,2% por não realizarem tarefas compatíveis com seus conhecimeg
47
realização de ·cursos de pós-graduação. Incentivos que se restrin
gem
à
liberação do trabalho e pagamento de salário. A relocalizaçao do funcionário voltada para a efetiva aplicação dos
conheci-mentos adquiridos
é,
em geral, descuidada. No retorno aosservi-ços, o funcionário encontra-se repleto de aspirações que lhe
se-rao bloqueadas no desempenho diário de suas funções. Pouco a po~
grande
-
desses elementos, insatisfeitospoli-co, um numero com a
. ~
o".
tica do Banco no tocante ao retorno do investimento, deslocou-se
ou para a empresa privada ou para outro Orgão da Administração
Pública. A tabela 05 mostra que 26% dos funcionários cedidos
pe-lo Banco a outros Órgãos possuiam cursos de pós-graduação.
Tabela 05: FUNCIONÁRIOS AFASTADOS DOS SERVIÇOS - distribuição por
grau de instrução (N
=
34)C U R S O
Universitário incompleto
A
Universitário completo
Mestrado/Doutorado
T O T A L
NÚMERO .DE FUNCIONÁRIOS
02
23
09
34
%
5,9
67,7
26,4
100,0
Obviamente, que nao se afirma aqui a
preponderân-cia desse fator no afastamento do Banco. Inúmeros fatores
inter-ligaram-se. Não se poderia, por outro lado, deixar de fazer o re
gistro.
Como uma organização muito nova - o Banco Cêntral
foi instituIdo em 31 de dezembro de 1964 - e que teve um aumen
to em seu quadro de pessoal de aproximadamente 26% do numero
de funcionários de carreira no perIodo de 1976 a 1978, nao cau
-sa estranheza o fato de que a média de tempo de serviço seja
de 13 anos e de que 45,6% dos entrevistados estivessem na
fai-xa de 5 a 10 anos, conforme apresentado na tabela 06.
Tabela 06: Distribuição dos funcionários por tempo de serviço
(N
=
355)INTERVALO DE CLASSE
TEMPO DE SERVIço EM ANO
O 5
5 10
10 15
15 20
20 25
25
T O T A L
Média
=
13NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
16
162
50
79
29
19
355
-%
4,5
45,6
14,1
22,2
8,2
5,4
100,0
Em termos gerenciais nao se pode perder de vista
esta realidade, a fim de. que se estabeleça um planejamento
es-tratégico gerencial que permita formar-se gerentes que, nos pr~
ximos anos (já está ocorrendo este fen6meno), assumirão
pontos-chaves da organização sem um conhecimento arraigado das