• Nenhum resultado encontrado

Serpentes da área urbana de Cuiabá, Mato Grosso: aspectos ecológicos e acidentes ofídicos associados.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Serpentes da área urbana de Cuiabá, Mato Grosso: aspectos ecológicos e acidentes ofídicos associados."

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Serpent es da área urbana de Cuiabá,

M at o Grosso: aspect os ecológicos e acident es

ofídicos associados

Snake s fro m the urb an are a o f Cuiab á,

Mato Gro sso : e co lo g ical asp e cts and

asso ciate d snake b ite s

1 Departam en to de Biologia e Zoologia, In stitu to d e Biociên cias, Un iversid ad e Fed eral d e M ato Grosso. Av. Fern an d o Correa s/no, Cu iabá, M T

78060-900, Brasil. m ac@u fm t.cp d .br 2 Departam en to de Botân ica e Ecologia, In stitu to d e Biociên cias, Un iversid ad e Fed eral d e M ato Grosso. Av. Fern an d o Correa s/no, Cu iabá, M T

78060-900, Brasil. ecou to@n u tecn et.com .br

M arcos An d ré d e Carvalh o 1

Flávia N ogu eira 2

Abst ract Th is stu d y p resen ts d ata on sn ak es record ed in th e u rban area of Cu iabá, M ato Grosso, Braz il. Sou rces of in form ation in clu d ed sp ecim en s cap tu red by local resid en ts (1986-1993) an d tu rn ed over to th e M ato Grosso Region al Op h iological Cen ter (Norm at), an d d ata from th e An ti-Ven om In form a t ion Cen t er (Cia v e), rega rd in g u rb a n sn a k eb it es (1988- 1993). Th irt y- sev en sp ecies of sn ak es from 25 gen era an d th ree fam ilies w ere record ed . Diu rn al an d terrestrial h abits p red om in a t ed , a s w ell a s a d iet b a sed on a m p h ib ia n s a n d /or liz a rd s. From a t ot a l of 307 sn ak ebites record ed , som e 56% w ere of n o clin ical im p ortan ce, cau sed by n on -ven om ou s sn ak es, w h ereas 44% w ere clin ically relevan t. Ap p rox im ately 99% of th e latter w ere attribu ted to vip ers of th e gen u s Both rop s, an d esp ecially th e Both rop s m oojen ian d Both rop s n eu wied i sp ecies Th e colu brid s Ph ilo d r ya s o lfe rsiian d Wa gle ro p h is m e rre m iiw ere p robably resp on sible for m ost of th e n on -ven om ou s sn ak ebites.

Key words Sn ak es; Sn ak e Bites; Urban Zon es

Resumo Sã o a p resen t a d a s in form a ções sob re a s serp en t es d a á rea u rb a n a d o M u n icíp io d e Cu iabá, M ato Grosso, p oten cialm en te cau sad oras d e acid en tes ofíd icos. As in form ações estão ba-sea d a s em ex em p la res d oa d os p or p op u la res a o N ú cleo d e Ofiologia Region a l d e M a t o Grosso (N orm a t ) en t re 1986 e 1993 e em regist ros efet u a d os p elo Cen t ro d e In form a ções An t i- Ven en o (Ciave) en tre 1988 e 1993, qu e n ão faz em referên cia ao an im al cau sad or. Foram catalogad as 37 esp écies d e serp en tes, em 25 gên eros e 3 fam ílias, com h ábitos p red om in an tem en te d iu rn os, ter-restres e com d ietas basead as em an fíbios e/ou lagartos. Den tre os 307 acid en tes ofíd icos registra-d os, 56% fora m ca u sa registra-d os p or serp en t es sem in t eresse m éregistra-d ico e 44% con st it u íra m a ciregistra-d en t es registra-d e im p ort â n cia m éd ica . Cerca d e 99% d os a cid en t es d e im p ort â n cia m éd ica fora m a t ribu íd os a o gên ero Bo t h ro p s(Bo t h ro p s m o o je n ie Bo t h ro p s n e u wie d iseria m a s p rin cip a is ca u sa d ora s). Den tre as esp écies sem in teresse m éd ico,Ph ilo d rya s o lfe rsiie Wa gle ro p h is m e rre m iip rovavel-m en te forarovavel-m as p rin cip ais resp on sáveis p ela rovavel-m aior p arte d os acid en tes.

(2)

Introdução

Ain d a n o s d ia s d e h o je o s a cid en tes p o r a n i-m a is p eço n h en to s co n stitu ei-m u i-m p ro b lei-m a d e Sa ú d e Pú b lica p a ra p a íses em d esen vo lvi-m en to, d ad a a in cid ên cia, a gravid ad e e as se-qü elas d eixad as n o d oen te (Min ton Jr., 1974).

Qu a n to a o s a cid en tes o fíd ico s, Swa ro o p & Grab (1954) (ap u d Min ton Jr., 1974) estim aram a m o rta lid a d e, em n ível m u n d ia l, em 30000 a 40000 m o r t e s/ a n o, a ssu m in d o a m o r t a lid a -d e em to rn o -d e 15%, co m u m a in ci-d ên cia -d e 300000 p icad as/ an o. As regiões m ais atin gid as são o su deste da Ásia e a Am érica Trop ical. Den -tre o s p a íse s su l-a m e rica n o s o Bra sil é o q u e a p re se n ta m a io r n ú m e ro d e a cid e n te s/ a n o (WHO, 1981). De jan eiro d e 1987 a fevereiro d e 1988 o Min istério d a Sa ú d e fo i n o tifica d o d e cerca d e 30724 ca so s d e a cid en tes ca u sa d o s p or serp en tes n o Brasil (MS, 1989).

A p rod u ção d e soro an tiofíd ico e os estu d os ep id em iológicos d os acid en tes b rasileiros tive-ra m in ício em Sã o Pa u lo, co m o m éd ico Vita l Brazil (Brazil, 1911). Desd e en tão, tan to a p ro-d u çã o ro-d e so ro a n tio fíro-d ico q u a n to a p ro ro-d u çã o d e co n h ecim en to s so b re o fid ism o e o fio lo gia estiveram cen trad os n a região Su d este.

Para d escen tralizar a p rod u ção d e con h eci-m en tos e d ar su p orte às ações d o Min istério d a Sa ú d e p a ra a t e n d e r à s n e ce ssid a d e s re gio -n ais, foram criados, a p artir de 1986, os Núcleos d e Ofiologia Region ais. Um d eles, o Nú cleo d e Ofio lo gia Regio n a l d e Ma to Gro sso (No rm a t), está sed iad o em Cu iab á e é vin cu lad o à Secre-taria Estad u al d e Saú d e. Tam b ém p or volta d e 1987 tiveram in ício em Cu iab á os trab alh os d o Cen tro d e In fo rm a çõ es An ti-Ven en o (Cia ve). Este órgão, ligad o ao Plan o Nacion al d e In for-m ações Tóxico-Farfor-m acológicas, está vin cu lad o ao Mu n icíp io d e Cu iab á através d o Pron to So-corro Mu n icip al.

Assim , so m en te a p a rtir d e 1988, co m a criação d o Norm at e d o Ciave, é qu e se estab eleceram con d ições m ais con cretas p ara o estu -d o -d a fau n a ofí-d ica -d o Esta-d o, p rin cip alm en te d aqu elas esp écies d e in teresse m éd ico, e d e es-tu d os ep id em iológicos relativos aos acid en tes ofíd icos e d e ou tros an im ais p eçon h en tos. Tais estu d os, além d e revelar os p rin cip ais cau sad o-res d e acid en tes, tam b ém forn ecem d ad os qu e p od erão ser u tilizad os em cam p an h as d e p re-ven ção d e acid en tes, n otad am en te n a área u r-b an a.

Con sid eran d ose a extrem a carên cia d e in -form ações sob re a com p osição d a com u n id ad e d e serp en tes d a área u rb an a d e Cu iab á, e con -sid eran d o-se qu e n as fich as d e registros d e aci-d en tes ofíaci-d icos u rb an os realizaaci-d os p elo Ciave

n ão se en con tram d escritos os an im ais cau sa-d ores, este tra b a lh o tem com o ob jetivo verifi-ca r se a s esp écies co leta d a s p o r p o p u la res (e d ep ositad as n o Norm at) p od eriam ser as cau -sa d o ra s d o s referid o s a cid en tes. Pro cu ra , a s-sim , su b sid ia r a çõ es referen tes à p ro fila xia e ep id em io lo gia d e a cid en tes, b em co m o a u -m en ta r o con h eci-m en to sob re a fa u n a d e ser-p en tes d o Cen tro-Oeste b rasileiro.

Área de est udo

O Mu n icíp io d e Cu ia b á p o ssu i u m a exten sã o territorial de 2730 Km2e está situ ado n a p orção cen tro-su l d o Estad o d e Mato Grosso, n o lim ite ocid en tal d os d om ín ios d o Cerrad o e p róxim o à b ord a leste d o Pan tan al Matogrossen se, en -tre as coord en ad as geográficas d e 15o10’ a 15o

50’ S e 54o50’ a 58o10’ W (Ross & San tos, 1982; Figu ra 1). A á rea u rb a n a p o ssu i a p roxim a d a -m en te 530 h a e está localizad a n a p orção su l d o m u n icíp io, à m argem esq u erd a d o rio Cu iab á, aflu en te d o rio Paragu ai (Ross & San tos, 1982). O clim a é d o tip o Aw d e Kö p p en , o u seja , tro p ica l sem i-ú m id o co m tem p era tu ra m éd ia d e 24oa 26oC, com q u atro a cin co m eses secos e d u a s esta ções b em d efin id a s: u m a seca (ou -to n o -in vern o ) e u m a ch u vo sa (p rim a vera -ve-rão), com ín d ice p lu viom étrico an u al d e 1250 a 1500 m m (Maitelli, 1994). O relevo é su ave, com p redom in ân cia de colin as arredon dadas e áreas ap lain ad as, d e relevo p lan o a su avem en te on -d u la-d o com -d eclive in ferior a 5%. Tam b ém m e-recem d estaqu e as áreas alagáveis, rep resen ta-d as p or várzeas e em b aciata-d os, situ ata-d as p rin ci-p alm en te n a ci-p lan ície in u n d ável d o rio Cu iab á, e as áreas d o seu d iq u e m argin al, q u e estão situ ad as en tre a calh a d o rio e a p lan ície d e in u n -d a çã o (Ca stro Jr., 1990). Nos seu s terren os, n a d ireção su l, in iciam -se os p rim eiros d eclives d o Pan tan al Mato-grossen se. A cob ertu ra vegetal é co n stitu íd a p o r rem a n escen tes d e cerra d o, cerrad ão, m atas ciliares e p or vegetação exótica , rep resen ta d a p o r fru tífera s, p la n ta s o rn a -m en tais e gra-m ín eas, cu ltivad as n os qu in tais e p raças d a cid ad e. A vegetação n ativa d a região e o s rem a n escen tes d e cerra d o fo rm a m u m verd a d eiro cin tu rã o em to r n o d a á rea u rb a n a d e Cu iab á (Gu arim Neto, 1991).

(3)

d e form a in d ireta, p ela colon ização d a Região Noroeste d o p aís (Projeto Polon oroeste) e p ela co lo n iza çã o d o n o rte d o Esta d o. Ob servo u -se u m a u m en to d e cerca d e 359% d a p o p u la çã o em ap en as 30 an os. Com o con seq ü ên cia im e-d ia ta e-d este crescim en to su rgira m n ovo s b a ir-ro s p eriférico s, en q u a n to o u tir-ro s já existen tes so frera m u m “in ch a m en to”. Esta u rb a n iza çã o n ão p lan ejad a, segu n d o Castro Jr. (1990), p er-m itiu a ocu p ação d e áreas ier-m p róp rias à h ab ita-ção h u m an a, com o é o caso d as áreas su jeitas a in u n d ações p eriód icas (várzeas e em b aciad os), e d as áreas d egrad ad as p elas ativid ad es d e m i-n eração. O crescim ei-n to, i-n ão p lai-n ejad o, aliad o à esp ecu la çã o im o b iliá ria , p erm itiu o su rgi-m en to d e verd ad eiras ilh as d e vegetação n ativa com d iferen tes grau s d e alterações an tróp icas.

M at erial e mét odos

Para sab er se as esp écies coletad as p or p op u la -res p o d eria m ser a s ca u sa d o ra s d o s a cid en tes ofíd icos registrad os, foram an alisad os esp éci-m es oriu n d os d a área u rb an a d e Cu iab á, Mato Gro sso, d ep o sita d o s n a co leçã o d e referên cia d o No rm a t e a q u eles co ligid o s p o r Ch r istin e Strü ssm an n , d ep ositad os n a coleção d e verte-b rad os d o In stitu to d e Biociên cias d a Un iversi-d aiversi-d e Feiversi-d eral iversi-d e Mato Grosso, iversi-d u ran te o p erío-d o erío-d e 1986 a 1993. Fo ra m a n a lisa erío-d a s ta m b ém as fich as d e registro d e casos d e acid en tes ofí-d icos elab oraofí-d as p elo Ciave ofí-d u ran te o p eríoofí-d o d e 1988 a 1993.

A a n á lise co n ju n ta d estes d a d o s p er m ite qu e se atin ja o ob jetivo p rop osto, d esd e qu e se p arta d o p rin cíp io d e qu e os acid en tes ocorrem p elo con tato ocasion al en tre algu m as esp écies d e serp en tes e p op u lares, e, tam b ém , qu e ap e-n as com o coe-n seqü êe-n cia d e ee-n coe-n tros casu ais é q u e os p op u la res coleta m orga n ism os e os le-va m a o n ú cleo d e o fio lo gia . Po d e-se p o rta n to con sid erar qu e se trata d o m esm o con ju n to d e serp en tes. Cab e ressaltar q u e a p op u lação, em n en h u m m o m en to, fo i estim u la d a a tra vés d e cam p an h as p ara coletar an im ais. A coleta e en vio ao n ú cleo foi totalm en te esp on tân ea n o p e -ríod o.

A id en tificação d as esp écies registrad as p e-lo Norm at foi realizad a, em su a m aioria, p ee-los au tores, com b ase n a literatu ra corren te (Peters & Don oso-Barros, 1970; Th om as, 1976; Dixon , 1989, 1991; Dixo n et a l., 1993; Myers & Ca d le, 1994). Um a esp écie (Ch iron iu s qu ad ricarin a-tu s) foi id en tificad a p or avistam en to (Ivan Sazim a, com u n icação p essoal e fotografias) e ou -tras d u as esp écies ap resen taram p rob lem as ta-xon ôm icos.

Para cad a esp écie foram com p ilad os os as-p ectos ecológicos relacion ad os, isto é, u tiliza-ção d o su b strato (serp en tes terrestres, aq u áti-cas, sem i-aqu átiáti-cas, sem i-arb óreas, fossórias e crip tozó ica s), p e río d o d e a tivid a d e (d iu rn a s, n otu rn a s) e d ieta . A d escriçã o d e ta is ca ra cte-rística s se b a seo u em registro s b ib lio grá fico s, co m p lem en ta d o s p o r o b ser va çõ es d ireta s n o ca m p o e, em a lgu n s ca so s, n a a n á lise d o co n -teú d o estom acal, in testin al e d e fezes.

Os d a d o s rela tivo s a o s a cid en tes o fíd ico s registrad os p elo Ciave têm com o b ase as in for-m a çõ es p roven ien tes d a s fich a s d e registro, qu e totalizaram 1279 casos n o p eríod o d e 1988 a 1993. As fich a s tra zia m in fo rm a çõ es so b re h orário e local em q u e ocorreram os acid en tes e, em algu n s casos, sob re o p rovável cau sad or. Foram con sid erad os os acid en tes ocorrid os n a á rea u rb a n a e ru ra l d o m u n icíp io d e Cu ia b á (p ara com p aração), d esd e qu e h ou vesse certe-za q u a n to à su a ocorrên cia em resid ên cia s ou em loca is p róxim os a ela s. Desta form a fora m selecion ad os 307 casos. A id en tificação d o an i-m al agressor (ei-m n ível gen érico) e o d iagn ósti-co d o a cid en te fo ra m efetu a d o s p o r m éd iósti-co

Fig ura 1

Áre a d e e stud o : Municíp io d e Cuiab á, Mato Gro sso , co m d e staq ue p ara a áre a urb ana.

16o

16o

56o

56o

MUNICÍPIO DE CUIABÁ Chapada do s Guimarães

Campo Verde

Santo Antô nio do Leverg er Aco rizal

Área urb ana N

Mato Gro sso

(4)

p lan ton ista, com b ase n os sin tom as ap resen ta-d os p elos acita-d en tata-d os e, n os p ou cos casos em q u e o p a cien te co leto u a serp en te ca u sa d o ra d o a cid en te, ta m b ém p ela a n á lise d o a n im a l agressor.

Cab e ressaltar q u e o term o acid en te d e im

-p ortân cia m éd icaserá u tilizad o p ara d en om

i-n ar acid ei-n tes q u e i-n ecessitam d e atei-n d im ei-n to m éd ico. O acid en te ofíd ico d e im p ortân cia m é-d ica p oé-d e ser classificaé-d o, q u an to à gravié-d aé-d e, em leve, m od erad o e grave (MS, 1988).

O co n ceito d ean im al p eçon h en tosegu id o n o p resen te estu d o é o m esm o su ger id o p o r Freita s (1991). De a co rd o co m este co n ceito, u m a n im a l p eço n h en to é a q u ele q u e p o ssu i glâ n d u la s p ro d u to ra s d e toxin a , co m d u cto s excreto res, a sso cia d a s o u n ã o a u m a p a ra to in o cu la d o r. Este co n ceito d esvin cu la o term o a n im a l p eço n h en to d o term o a n im a l d e in te-resse m éd ico, o u seja , n em to d o s o s a n im a is p eço n h en to s ca u sa m a cid en tes d e im p o r tâ n cia m éd ica , q u er p ela b a ixa toxicid a d e d a p e çon h a p ara o organ ism o h u m an o, qu er p ela in -ca p a cid a d e d e in o cu la çã o. Po rta n to, ser u m a n im a l p eço n h en to n ã o sign ifica n ecessa r ia -m en te ser u -m an i-m al d e in teresse -m éd ico. Com o n eCom tod as as serp en tes p eçon h en tas cau -sam acid en tes d e in teresse m éd ico, foram u tili-zad os os segu in tes term os:

serp en tes d e in teresse m éd ico (DIM ), p a ra

aq u elas serp en tes p eçon h en tas cau sad oras d e a cid en tes d e im p o rtâ n cia m éd ica (leves, m o -d era-d os, graves);

serp en tes sem in teresse m éd ico (SIM ), p a ra

serp en tes n ã o p eço n h en ta s , p a ra a q u ela s p e -ço n h en ta s q u e n ã o ca u sa m a cid en tes o u q u e cau sam acid en tes sem im p ortân cia m éd ica.

Result ados

No p erío d o d e 1986 a 1993 fo ra m registra d a s p a ra a á rea u rb a n a d e Cu ia b á 37 esp écies d e serp en tes d istrib u íd as em 25 gên eros e três fa-m ílias (Tab ela 1), totalizan d o 213 in d ivíd u os.

Den tre as d ez esp écies com m aior n ú m ero d e registro s ( Ta b ela 2), cin co se d esta ca m q u a n to à a b u n d â n cia : Liop h is p oecilogyru s,

Sibyn om orp h u s tu rgid u s, Waglerop h is m

erre-m ii, Liop h is alm ad en sise Ph ilod ryas olfersii.

Do total d e serp en tes registrad as, três esp écies, ou 8,6% d o total d as esp écies, e 13 in d ivíd u os, o u 6,1% d o to ta l d o s in d ivíd u o s registra d o s, são d e in teresse m éd ico, ou seja, p od em cau sar acid en tes ofíd icos.

Com relação aos asp ectos ecológicos (Tabe-la 3), observa-se qu e o con ju n to de esp écies registrad as p ara a área u rb an a d e Cu iab á é com -Tab e la 1

Re lação d as famílias co m as re sp e ctivas e sp é cie s d e se rp e nte s re g istrad as p ara a áre a urb ana d e Cuiab á, Mato Gro sso .

Espécies

Boidae

Bo a co nstricto r (Linnae us, 1758) Ep icrate s ce nchria (Linnae us, 1758) Eune cte s murinus (Linnae us, 1758)

Colubridae

Ap o sto le p is cf. ro nd o ni Amaral, 1925 Chiro nius flavo line atus (Bo e ttg e r, 1885) Chiro nius laure nti Dixo n, Wie st & Ce i, 1993 Chiro nius q uad ricarinatus (Bo ie , 1827) He lico p s le o p ard inus (Schle g e l,1837)

Hyd ro d ynaste s g ig as (Dumé ril, Bib ro n & Dumé ril, 1854) Le p to p his ahae tulla (Linnae us, 1758)

Lio p his almad e nsis (Wag le r, 1824) Lio p his co b e lla (Linnae us, 1758) Lio p his me rid io nalis (Sche nke l, 1901) Lio p his p o e cilo g yrus (Wie d , 1824) Lio p his re g inae (Linnae us, 1758) Mastig o d ryas b ifo ssatus (Rad d i, 1820) Mastig o d ryas b o d d ae rti (Se ntze n, 1796)

O xyrho p us rho mb ife r Dumé ril, Bib ro n & Dumé ril, 1854 O xyrho p us aff. trig e minus Dumé ril, Bib ro n & Dumé ril, 1854 Phalo tris trico lo r Co p e , 1861

Philo d ryas mato g ro sse nsis Ko slo wsky, 1898 Philo d ryas natte re ri (Ste ind achne r, 1870) Philo d ryas o lfe rsii (Lichte nste in, 1823)

Phimo p his g ue rini (Dumé ril, Bib ro n e Dumé ril, 1854) Pso mo p his g e nimaculatus (Bo e tg e r,1885)

Pse ud ab lab e s ag assizii (Jan, 1863)

Pse ud o b o a nig ra (Dumé ril, Bib ro n e Dumé ril, 1854) Pse ud o e ryx p licatilis (Linnae us, 1758)

Sib yno mo rp hus turg id us (Co p e , 1868) Tae nio p halus o ccip italis (Jan, 1863) Tantilla me lano ce p hala (Linnae us, 1758) Wag le ro p his me rre mii (Wag le r, 1824) Xe no p ho lis cf. und ulatus (Je nse n, 1900)

Viperidae

(5)

p osto p or 71,5% de esp écies terrestres, cerca de 14% d e sem i-a rb órea s, 11% d e a q u á tica s e sm i-aq u áticas e 3% d e fossórias. Qu an to ao p e-ríod o d e ativid ad e, 57% d as esp écies são d iu r-n as, 20% r-n otu rr-n as, 20% d iu rr-n as/ r-n otu rr-n as. Pa-ra u m a esp écie d e h á b ito cr ip tozó ico (Xen o

-p h olis cf. u n d u latu s) n ão foi p ossível d eterm

in ar o p eríod o d e ativid ad e. Em relação ao in ú -m ero d e in d ivíd u os, 45% são d e h áb ito d iu rn o, 27% d e h áb ito n otu rn o, 28% d iu rn o/ n otu rn o e p a ra u m in d ivíd u o crip tozó ico (0,5%) n ã o fo i d eterm in ad o o p eríod o d e ativid ad e. Cerca d e 25% d o n ú m ero total d as esp écies alim en tam -se p rin cip a lm en te d e a n fíb io s e/ o u la ga rto s, 18% a lém d e a n fíb ios e la ga rtos ta m b ém con -so m em p eq u en o s m a m ífero s. Serp en tes q u e con som em p eixes e aqu elas qu e con som em ar-tróp od es estão rep resen tad as p or 6%, n o gru p o d e esp écies registra d a s, e a q u ela s q u e se a lim en ta lim p rin cip a llim en te d e p eq u en o s ro ed o -res rep -resen ta m a p en a s 3% d o tota l d a s esp é-cies. Em b o ra Sibyn om orp h u s tu rgid u s seja a ú n ica esp écie q u e co n so m e exclu siva m en te m o lu sco s (3% d o n ú m e ro t o t a l d e e sp é cie s), e la re p re se n ta 10% d o to ta l d e in d ivíd u o s re -gistrad os.

Dos 307 acid en tes ofíd icos registrad os p elo Ciave n o p eríod o d e 1988 a 1993, p ara o Mu n i-cíp io d e Cu iab á, 136 acid en tes (44%) foram re-gistrad os p ara a área u rb an a, e 171(56%) p ara a á rea ru ra l. Qu a n to à im p ortâ n cia m éd ica , 176 a cid en tes (57%) m erecera m a ten çã o, sen d o q u e a á rea u rb a n a co n trib u iu co m cerca d e 15% e a ru ral com cerca d e 42% (Figu ra 2). Dos 136 acid en tes registrad os p ara a área u rb an a d e Cu ia b á , cerca d e 35% sã o d e im p ortâ n cia m é-d ica. No en tan to, ap en as 8% é-d as esp écies e 4% d o s in d ivíd u o s registra d o s p o d em ca u sa r a ci-d en tes ci-d e im p ortân cia m éci-d ica (Figu ra 3).

Qu a n to a o lo ca l, 85% d o s a cid en tes sem im p o rtâ n cia m éd ica e 49% d o s a cid en tes d e im p ortân cia m éd ica ocorreram n as resid ên cias ou n a s a d ja cên cia s, o q u e rep resen ta cerca d e 73% d o to ta l d o s a cid en tes registra d o s p a ra a área u rb an a d e Cu iab á (Figu ra 4).

Com resp eito ao h orário d e ocorrên cia d os acid en tes n a área u rb an a, 69 casos sem im p or-tân cia m éd ica e 31 cau sad os p or serp en tes d e in teresse m éd ico o co rrera m n o p erío d o d iu r-n o, er-n tre 6:00 e 18:00 h oras (Figu ra 5).

Do s 47 a cid en tes d e im p o rtâ n cia m éd ica registrad os p ara a área u rb an a, 46 (99%) foram atrib u íd os ao gên ero Both rops (acid en te b otró-p ico) e a otró-p en a s 1 a o gên ero Crotalu s(a cid en te cro tá lico ); p a ra a á rea ru ra l, 124 e 5 a cid en tes fo ra m a trib u íd o s a o gên ero Both rop se a o gê-n ero Crotalu s, resp ectivam en te (Figu ra 6). Dos 136 registros d e acid en tes ofíd icos sem im p

or-Tab e la 2

Re lação d as se rp e nte s e m o rd e m d e cre sce nte d e sua ab und ância re lativa e m p o rce ntag e m, co m ind icação d aq ue las q ue são d e inte re sse mé d ico .

Espécies n Indivíduos % do t ot al Int eresse médico

Lio p his p o e cilo g yrus 30 14.1 N Sib yno mo rp hus turg id us 21 9.8 N Wag le ro p his me rre mii 17 8.0 N

Lio p his almad e nsis 15 7.0 N

Philo d ryas o lfe rsii 12 5.6 N*

Phalo tris trico lo r 09 4.2 N

Mastig o d ryas b o d d ae rti 08 3.7 N O xyrho p us cf. trig e minus 08 3.7 N

Bo thro p s ne uwie d i 07 3.3 S

Eune cte s murinus 07 3.3 N

Pso mo p his g e nimaculatus 07 3.3 N

Bo a co nstricto r 06 2.8 N

He lico p s le o p ard inus 06 2.8 N

Pse ud o b o a nig ra 06 2.8 N

Chiro nius laure nti 05 2.3 N

Tae nio p halus o ccip italis 05 2.3 N

Hyd ro d ynaste s g ig as 05 2.3 N

Bo thro p s mo o je ni 05 2.3 S

Lio p his me rid io nalis 04 1.9 N

Lio p his re g inae 04 1.9 N

O xyrho p us rho mb ife r 04 1.9 N

Ep icrate s ce nchria 03 1.4 N

Phimo p his g ue rini 03 1.4 N

Lio p his co b e llus 02 0.9 N

Mastig o d ryas b ifo ssatus 02 0.9 N

Philo d ryas natte re ri 02 0.9 N

Tantilla me lano ce p hala 02 0.9 N Ap o sto le p s cf. ro nd o ni 01 0.5 N Chiro nius flavo line atus 01 0.5 N Chiro nius q uad ricarinatus 01 0.5 N

Cro talus d urissus 01 0.5 S

Le p to p his ahae tulla 01 0.5 N

Philo d ryas matto g ro sse nsis 01 0.5 N Pse ud ab lab e s ag assizii 01 0.5 N Pse ud o e ryx p licatilis 01 0.5 N Xe no p ho lis cf. und ulatus 01 0.5 N

To tal 213 100.0 3

(6)

tâ n cia m éd ica , a p en a s 15% fizera m m en çã o à serp en te ca u sa d o ra d o a cid en te. Destes, 71% fo ra m a trib u íd o s à “co b ra -verd e”, p rova vel-m en te Ph ilodryas olfersii.

Discussão

Segu n d o Sa zim a (1988), o co n h ecim en to d o com p ortam en to d efen sivo d as serp en tes e d os a sp ecto s eco ló gico s rela cio n a d o s à s m esm a s p od e ser u tilizad o p ara p rever a ocorrên cia d e acid en tes ofíd icos d e im p ortân cia m éd ica. Da m esm a form a estes con h ecim en tos p od em ser u tilizad os p ara id en tificar d en tre as serp en tes sem in teresse m éd ico, aq u elas p oten ciais cau -sad oras d e acid en tes ofíd icos.

O tip o d e co m p o rta m en to a d o ta d o p ela serp en te, p rin cip alm en te as táticas d efen sivas d ian te d e u m su p osto agressor, certam en te é o p rin cip al fator qu e d eterm in a o acid en te ofíd ico. As tá tica s d efen siva s p od em va ria r, n o en -tan to, con form e o su b strato u tilizad o e o p eríod o eríod e a tivieríod a eríod e. Co n seq ü en tem en te, eríod ep en -d en -d o -d o su b strato e -d o p erío-d o -d e ativi-d a-d e, a serp en te terá q u e en fren ta r d iferen tes tip o s d e p red a d ores. Por exem p lo, serp en tes d e h á-b itos terrestres e sem i-ará-b óreos, com ativid ad e d iu rn a , ten d em a ser p red a d a s p o r u m m a io r n ú m ero d e an im ais orien tad os visu alm en te d o q u e serp en tes d e h áb itos fossórios ou aq u elas de h ábitos n otu rn os. Com o o h om em é u m an i-m al orien tad o visu ali-m en te, as táticas d efen si-vas u tilizad as p or serp en tes d e h áb itos terres-tres e d iu rn a s ten d em a ser m a is evid en tes d o q u e aq u elas ob servad as p ara serp en tes d e h á-b itos fossórios e d aq u elas em in en tem en te n o-tu rn as. Geralm en te p ara as serp en tes d e h áb itos terrestres ou sem iarb óreos em in en tem en -te d iu rn a s, a im o b ilid a d e, fu ga e a çõ es rela ti-va s à in tim id a çã o, n esta ord em , sã o a s tá tica s m a is u sa d a s q u a n d o d o en con tro d a serp en te (m esm o d a q u ela s p eço n h en ta s) co m u m su -p osto -p red ad or (agressor) (Sazim a, 1988; Sazi-m a &aSazi-mp; Ha d d a d , 1992; Strü ssSazi-m a n n , 1992; Ma r-tin s, 1994).

Qu a n d o u m su p osto a gressor a tin ge a d istân cia m ín im a d e segu ran ça, algu m as serp en -tes p od em u tilizar táticas d e d efesa p ara a in ti-m idação, coti-m o p or exeti-m p lo, ach atati-m en to dor-so-ven tral do corp o ou ap en as da região do p es-co ço segu id a o u n ã o d a eleva çã o d a ca b eça , tria n gu la çã o d a ca b e ça , a ch a ta m e n to la te ra l com d ilatação d a região gu lar, retração d a p ar-te a n ar-terior d o corp o fa zen d o “S”(a rm a r b oar-te), p o d en d o esca n ca ra r a b o ca , b u fa r o u d esferir “falsos b otes”. Se o agressor ign orar estas tática s e u ltra p a ssa r a d istâ n cia m ín im a d e segu -Tab e la 3

Se rp e nte s d a áre a urb ana d e Cuiab á e alg uns d ad o s so b re sua histó ria natural. Le tras minúsculas ind icam o b se rvação única o u d e me no r imp o rtância na cate g o ria; a maio r p arte d o s d ad o s são p ro ve nie nte s d a lite ratura.

Espécies Subst rat o At ividade Diet a

Bo a co nstricto r TE, sb (1,2) D/ N av, MA,(AV,la) Ep icrate s ce nchria TE, sb D/ N MA,(av,la)

Eune cte s murinus SA D/ N (MA,AV,VE)

Ap o sto le p s cf. ro nd o ni (FO ) (D/ N) (AB,IN) Chiro nius flavo line atus SB D an

Chiro nius laure nti SB D AN

Chiro nius q uad ricarinatus SB D (AN) He lico p s le o p ard inus AQ N,d (PE,an) Hyd ro d ynaste s g ig as SA D (PE,AN,ma,ca) Le p to p his ahae tulla SB D (AN,la)

Lio p his almad e nsis TE D AN

Lio p his co b e llus te , (TE) D (an,la) Lio p his me rid io nalis TE D (an) Lio p his p o e cilo g yrus te , (TE) D/ N AN

Lio p his re g inae TE D (AN)

Mastig o d ryas b ifo ssatus TE D (AN,LA,MA) Mastig o d ryas b o d d ae rti SB D (an,la,ma) O xyrho p us rho mb ife r TE N (an,la) O xyrho p us aff. trig e minus TE N la,ma,(LA,o v)

Phalo tris trico lo r FO N (ab )

Philo d ryas mato g ro sse nsis te , (sb ) D (an,la) Philo d ryas natte re ri TE D la,ma,(an,av) Philo d ryas o lfe rsii TE D ma,(an,la,av)

Phimo p his g ue rini te n ?

Pso mo p his g e nimaculatus TE, sb D an,(la) Pse ud ab lab e s ag assizii TE D (AR)

Pse ud o b o a nig ra TE N ma(LA,o v)

Pse ud o e ryx p licatilis AQ d (PE) Sib yno mo rp hus turg id us TE N MO Tae nio p halus o ccip itlis TE D an,la Tantilla me lano ce p hala TE D,n (AR) Wag le ro p his me rre mii TE D,n AN Xe no p ho lis cf. und ulatus CR ? (an)

Bo thro p s mo o je ni TE D/ N an,la,ma(se ,VE) Bo thro p s ne uwie d i TE D/ N ma,(an,MA)

Cro talus d urissus TE D/ N ma,(MA)

(7)

ran ça, en tão a serp en te p od e p icar ou m ord er. Qu a n d o a s serp en tes m o rd em o u p ica m to r-n am -se m ais exp ostas aos d ar-n os cau sad os p ela p resa ou p elo p red ad or, p ois su a ú n ica arm a d e a ta q u e sã o o s d en tes. Po rta n to, certa m en te a m ord id a ou a p icad a d evem ser os ú ltim os re-cu rsos u tilizad os p ara a d efesa. En tretan to, al-gu m as serp en tes, m esm o q u an d o cap tu rad as, n ã o p ro cu ra m m o rd er. Po r exem p lo, to d o s o s in d ivíd u os d e Liop h is p oecilogyru s, Psom op h is

gen im acu latu s e Taen iop h alu s occipitalis cole

-ta d o s o u receb id o s n ã o p ro cu ra ra m m o rd er qu an d o m an u sead os.

A im ob ilid ad e aliad a à coloração p od e tor-n a r a serp etor-n te im p ercep tível a o s p red a d o res orien tad os visu alm en te. No en tan to, a colora-çã o d e a lgu m a s serp en tes, a lém d e ca m u fla r, p od e ser u sad a p ara im itar o p ad rão d e colori-d o colori-d e serp en tes p eçon h en tas. Tais serp en tes ao serem a cu a d a s ta m b ém p od em a d ota r tá tica s d efen sivas d e in tim id ação. Por exem p lo a ser-p en te Waglerop h is m errem i (n ão p eçon h en ta) p o d e a p resen ta r p a d rõ es d e co lo ra çã o sem e -lh a n tes à s serp en tes d o gên ero Both rop s o u m esm o d o gên ero Crotalu s,am b as d e in teresse m éd ico, e q u an d o acu ad a p od e ach atar o cor-p o dorsoven tralm en te, escan carar a boca e d es-ferir b otes (ob servação p essoal).

Das serp en tes registradas n o Norm at, 38,5% dos in divídu os sem in teresse m édico (rep resen -ta n d o cerca d e 44% d a s esp écies) a p resen -ta m co m p o rta m en to d e d efesa a gressivo, isto é, aqu eles qu e in clu iriam en tre as táticas d e d efe-sa fa zer “S” co m o p esco ço, d esferir b o tes e m ord er.

Em b o ra o n ú m ero d e a cid en tes o fíd ico s sem im p o rtâ n cia m éd ica su p ere o n ú m ero d e acid en tes d e im p ortân cia m éd ica, a d iferen ça ob servad a en tre estes n ú m eros n ão p arece ser tão sign ificativa q u an d o com p arad a à d iferen ça en tre o n ú m ero d e esp écies e p rin cip alm en -te d e in d ivíd u os d e serp en -tes d e in -teresse m éd ico e a q u eles rela tivo s a serp en tes sem in te -resse m éd ico (Figu ra 2). É im p ortan te ressaltar qu e n o p resen te trab alh o a ab u n d ân cia relativa está d ireta m en te rela cio n a d a à freq ü ên cia d e en co n tro s en tre serp en tes e o s h a b ita n tes d a área u rb an a.

A m aior p arte d os acid en tes registrad os p a-ra a área u rb an a (73%) ocorreu n as resid ên cias ou ad jacên cias (Figu ra 4).O en con tro d os resi-d en tes resi-d a área u rb an a com serp en tes ocorre resi-d e form a freq ü en te n ão só d evid o ao elevad o n ú -m ero d e h ab itan tes, p rin cip al-m en te n a p erife-ria, com o tam b ém d evid o ao tip o d e ativid ad e q u e estes d esen vo lvem . O m a io r n ú m ero d e acid en tes sem im p ortân cia m éd ica registrad os p ara a área u rb an a d e Cu iab á em relação à área

Fig ura 2

Acid e nte s re g istrad o s p ara a áre a urb ana e rural d o Municíp io d e Cuiab á, p e lo Ciave no p e río d o d e 1988 a 1993, se g und o a imp o rtância mé d ica. D.I.M. = acid e nte s d e imp o rtância mé d ica; S.I.M. = acid e nte s se m imp o rtância mé d ica.

0

%

d

e

a

ci

d

e

n

te

s

10 20 30 40 50

D.I.M.

S.I.M.

área rural área urb ana

Fig ura 3

Acid e nte s o fíd ico s re g istrad o s p e lo Ciave no p e río d o d e 1988 a 1993,

e d e e sp é cie s e ind ivíd uo s d e se rp e nte s, re g istrad o s p ara a áre a urb ana d e Cuiab á, Mato Gro sso , no p e río d o d e 1986 a 1993, se g und o o inte re sse mé d ico .

0 20 40 60 80 100

D.I.M.

S.I.M.

indivíduo s espécies

acidentes

%

d

e

a

ci

d

e

n

te

(8)

ru ra l (Figu ra 2) p rova velm en te d eriva d o fa to d e q u e ta lvez h a ja m a ior su scep tib ilid a d e d a s esp écies d e in teresse m éd ico registrad as às altera ções a m b ien ta is rela cion a d a s à u rb a n iza -ção.

En tre as serp en tes su p ostam en te cau sad o-ras d e acid en tes, Ph ilod ryas olfersii (cob ra-ci-p ó -verd e), a q u in ta serra-ci-p en te m a is a b u n d a n te d o gru p o registra d o p a ra Cu ia b á p a rece ser a m ais im p ortan te. Além de ap resen tar u m a m aio r a b u n d â n cia rela tiva , a lgu n s a sp ectaio s caio m -p o rta m en ta is -p rova velm en te ta m b ém co n tri-b u em p ara o con tato e con seqü en tem en te, p a-ra a ocorrên cia d e a cid en tes en volven d o a re-ferid a esp écie. Ca ra cteristica m en te, forra geia d e fo rm a a tiva p o r en tre a vegeta çã o o u n o ch ão à p rocu ra d e p equ en os verteb rad os, p rin -cip alm en te p equ en os roed ores, n as h oras m ais q u en tes d o d ia . À n oite, ou n os p eríod os m a is frio s, a b riga -se n a s p a rtes a lta s d a vegeta çã o o u a té m esm o em h a b ita çõ es h u m a n a s (Sa zi-m a &azi-mp; Haddad, 1992). Desta forzi-m a, seu cozi-m p or-ta m en to d e fo rra gea d o r a tivo n a s h o ra s m a is q u en tes d o d ia fa z co m q u e esta serp en te fre-q ü en tem en te p en etre n os fre-q u in ta is ou m esm o n o in terior d as resid ên cias (p rin cip alm en te d a-qu elas p róxim as a áreas com vegetação n ativa), n o p eríod o em qu e os h ab itan tes d a área u rb a-n a tam b ém estão em ativid ad e, au m ea-n taa-n d o as ch a n ces d e co n ta to en tre a serp en te e o h o -m e-m , e con seq ü en te-m en te, os acid en tes. Ceca d e 79% d o s a cid en tes o fíd ico s sem im p o r-tân cia m éd ica, registrad os p elo Ciave n o p erío-d o erío-d e 1988 a 1993 p ara a área u rb an a erío-d e Cu ia-b á, ocorreram em resid ên cias ou em su as ad ja-cên cias (Figu ra 4). Ao p rim eiro con tato com o h om em , esta serp en te p rocu ra fu gir, m as qu an d o a cu a d a o u m a n u sea d a p o d e m o rd er e in o -cu lar p eçon h a com facilid ad e (ob s. p essoal).

Dos acid en tes sem im p ortân cia m éd ica em q u e o s p a cien tes fizera m m en çã o à serp en te ca u sa d o ra (a p en a s 15% d o to ta l d e a cid en tes sem im p ortân cia m éd ica), 71% foram atrib u í-d os à “cob ra-verí-d e” (Ph ilod ryas olfersii). Den -tre as serp en tes registrad as p ara a área u rb an a,

P. olfersiié a ú n ica q u e a p resen ta a co r verd e.

Isto in d ica q u e, em Cu ia b á esta esp écie rea lm en te n ão p rovoca acid en te q u e lm ereça aten -ção m éd ica, em b ora em ou tras regiões esta es-p écie es-p rovo q u e a cid en tes sem elh a n tes a a ci-d en tes b o tró p ico s leves (Silva & Bu o n o n a to, 1983/ 84; Bu carech ti et al.,1993).

A serp en te Waglerop h is m errem i(b oip eva, ca p itã o -d o -ca m p o, b o ca -d e-ca p a n ga ), a ter-ceira m ais ab u n d an te d o gru p o d e esp écies re-gistrad as, é a m ais ab u n d an te d en tre as su p os-ta m en te ca u sa d ora s d e a cid en te ofíd icos sem im p o rtâ n cia m éd ica . No en ta n to n ã o p a rece Fig ura 4

Po rce ntag e m d e acid e nte s o fíd ico s re g istrad o s p e lo Ciave no p e río d o d e 1988 a 1993 p ara a áre a urb ana d e Cuiab á, Mato Gro sso , se g und o o lo cal d e o co rrê ncia e a imp o rtância mé d ica. D.I.M. = acid e nte s d e imp o rtância mé d ica;

S.I.M. = acid e nte s se m imp o rtância mé d ica.

0 20 40 60 80 100

D.I.M.

S.I.M.

pró ximo a rio s trab alho

casa lazer

%

d

e

a

ci

d

e

n

te

s

Fig ura 5

Núme ro d e acid e nte s o fíd ico s, re g istrad o s p e lo Ciave no p e río d o d e 1988 a 1993, p ara a áre a urb ana d e Cuiab á, Mato Gro sso , se g und o o ho rário d e o co rrê ncia e a imp o rtãncia mé d ica. D.I.M. = acid e nte s d e imp o rtância mé d ica;

S.I.M. = acid e nte s se m imp o rtância mé d ica.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

D.I.M.

S.I.M.

ho rário

desco nhecido ho rário deo co rrência de 24:01h

às 5:59h de 18:01h às 24:00h de 12:01h

às 18:00h de 6:00h

às 12:00h

n

ú

m

e

ro

d

e

a

ci

d

e

n

te

(9)

cau sar tan tos acid en tes q u an to Ph ilod ryas

ol-fersii. Ap en a s d o is, 9,5% d o to ta l d e a cid en tes

sem im p o rtâ n cia m éd ica , fo ra m a trib u íd o s à “b oip eva” (Wagleroph is m errem i). Esta serp en te d e h á b ito em in en tem en te terrestre, fo rra geia d u ran te o d ia a p rocu ra d e an fíb ios, p rin -cip a lm en te sa p os (Bu fo p aracn em is). Qu a n d o a m ea ça d a , a ch a ta o corp o d orsoven tra lm en -te, p o d en d o ta m b ém esca n ca ra r a b o ca e/ o u d esferir b o tes. Qu a n d o a cu a d a o u ca p tu ra d a m ord e com facilid ad e. Geralm en te os h ab itan -tes a co n fu n d em co m serp en -tes d e in teresse m éd ico, tais com o Both rops m oojen i (jararaca),

Both rop s n eu w ied i(jararaca-p in tad a) ou m

es-m o coes-m Crotalu s d u rissu s(cascavel). Tod os os in d ivíd u o s d esta esp écie d o a d o s p elo s h a b i-tan tes d a área u rb an a foram con fu n d id os com jararacas ou com cascavéis, e este fato ilu stra a d ificu ld ad e d e p essoas leigas em d istin gu ir es-ta esp écie d a q u ela s d e in teresse m éd ico. Po r-ta n to, o n o m e b o ip eva (d o tu p i-gu a ra n i = co-b ra -ch a ta ) o u ja ra ra ca , n o m e u tiliza d o n a re-gião d e Cu iab á, p od em referir-se tan to às esp é-cies d o gên ero Both rop sq u an to à esp écie Wa

-glerop h is m errem i. Em b ora os n om es vu lgares

u tilizad os p ara várias esp écies d e serp en tes se-jam p ou co con fiáveis, p resu m im os q u e os aci-d en tes sem im p ortân cia m éaci-d ica, ou seja aci-d estitu id os d e q u alq u er sin tom a d e en ven en am en -to, o co rrid o s n a á rea u rb a n a e a trib u id o s a “b oip eva” ten h am sid o cau sad os p or Waglero

-ph is m errem ii. Esta serp en te, am p lam en te d

istrib u íd a n a á re a d e ce rra d o, p a re ce q u e ta m -b é m e ste ve a m p la m e n te d istri-b u íd a n a á re a u rb an a, m as atu alm en te talvez ocorra som en te em á rea s restrita s o n d e o co rrem a n fíb io s ter-restres co m o sa p o s (p r in cip a lm en te Bu fo p a

-racn em is) e rãs (Leptodactylu s).

A d iferen ça en tre n ú m ero d e esp écies e in -d iví-d u o s -d e serp en tes -d e in teresse m é-d ico e a q u eles d e serp en tes sem in teresse m éd ico é p ro p o rcio n a lm en te m u ito m en o r q u e a d ife -ren ça en tre o n ú m ero d e acid en tes ofíd icos d e im p ortân cia m éd ica e aq u eles sem im p ortân cia m éd ica . Po rta n to, em b o ra em m en o r n ú m ero (d e esp écies e d e in d ivíd u os), as serp en -tes d e in teresse m éd ico (Tab ela 1) cau sam m ais a cid en tes d o q u e a s serp en tes sem in teresse m éd ico. Desta form a, p od e-se con clu ir q u e d o con tato, m esm o qu e p ou co freqü en te, en tre as serp en tes d e in teresse m éd ico e h ab itan tes d a á rea u rb a n a , certa m en te p o d erá o co rrer u m acid en te ofíd ico. Provavelm en te o fato d e os vi-p eríd eos (cau sad ores d e acid en tes ofíd icos d e im p o rtâ n cia m éd ica ) serem gen era lista s e ro -d en tívoros favorece a exp loração -d e am b ien tes p eria n tró p ico s p ro p icia n d o a ssim o en co n tro en tre serp en te e o h om em . Portan to, este fato,

aliad o às ativid ad es relacion ad as à lim p eza d e qu in tais, h ortas ou ch ácaras, desen volvidos p e-los h ab itan tes d a área u rb an a n os b airros m ais p eriféricos e n aqu eles p róxim os às áreas exten -sas p ou co alterad as (p or exem p lo, m atas cilia-res, áreas alagáveis e ilh as d e vegetação n ativa) con trib u i p ara a freq ü en te ocorrên cia d os aci-d en tes ofíaci-d icos aci-d e im p ortân cia m éaci-d ica ob ser-vad os p ara os b airros m ais p eriféricos d a área u rb an a.

As serp en tes d e in teresse m éd ico registra -d a s p a ra a á rea u rb a n a -d e Cu ia b á ta m b ém ap resen tam táticas d e d efesa en volven d o im o-b iliza çã o, fu ga , retra çã o d a p a rte a n terio r d o co rp o, fo rm a n d o u m a cu rva sigm ó id e (a rm a r “b ote”) e p rojeção d o corp o em d ireção ao su -p o sto a gresso r (d a r “b o tes”), sem elh a n tes à s ob servad as p ara Both rop s jararaca,esp écie d e am p la ocorrên cia n a região su d este d a Am éri-ca d o Su l (Sa zim a , 1988, 1989, 1991). Ta n to a s esp écies d o gên ero Both rop sq u an to as d o gê-n eroCrotalu s p od em tam b ém ad vertir vib ran -d o vigorosam en te a cau -d a. Esta su p osta a-d vertên cia é m u ito m ais eficaz n as esp écies d o gê -n ero Crotalu s, p o is a o vib ra r a ca u d a p ro d u zem u m som ca ra cterístico d e “m a ra ca s”, gra -ças a u m crep itácu lo ou “ch ocalh o” p resen te n a extrem id ad e d a cau d a.

A serp en te Both rops n eu w iedi(jararacap in -ta d a ) fo i a serp en te d e in teresse m éd ico q u e ap resen tou o m aior n ú m ero d e registros p ara a área u rban a. Esta esp écie p ossu i h ábitos terres-tres e em bora p ossa ser en con trada em

ativida-Fig ura 6

Po rce ntag e m d o núme ro d e acid e nte s cro tálico s e b o tró p ico s, re g istrad o s p e lo Ciave , no p e río d o d e 1988 a 1993, p ara a áre a urb ana e áre a rural d o Municíp io d e Cuiab á, Mato Gro sso .

0 20 40 60 80

100 cro tálico

b o tró pico

área rural área urb ana

%

d

e

a

ci

d

e

n

te

(10)

Referências

BRAZIL, V., 1911. Defesa con tra o Op h id ism o. Sã o

Pau lo: Pocai & Weiss.

BUCARETCH I, F.; VIEIRA, R. J.; FERMINO, C. A.; BAVARESCO, A. P.; FONSECA, M. R. C. C.; DOU -GLAS, J. L. & ZAMBRONE, F. A. D., 1993. Aci-d en tes p or Ph ilodryas olfersiirelatório d e d ois

ca-so s. In :III Con gresso Latin o-Am erican o d e

Her-petologia, Resu m os.Cam p in as: In stitu to d e Biolo-gia d a Un iversid ad e Estad u al d e Cam p in as.

CASTRO Jr., P. R., 1990. Carta Geotécn ica d e Cu iabá.

Cu iab á: Fu n d ação Un iversid ad e d e Mato Grosso/ Prefeitu ra d e Cu iab á. (m im eo.)

Agradeciment os

Os a u to re s a gra d e ce m à m é d ica Co o rd e n a d o ra d o Cia ve, Ma ria d e Lo s An geles Ca stro Ga rcia , p o r p er-m itir o acesso aos d ad os d o Cen tro e à Coord en ad ora d o No rm a t, p e la s fa cilid a d e s d e a ce sso à co le çã o. Agrad ecem ain d a à h erp etóloga Cristin e Strü ssm an n , p e la co n firm a çã o d a s id e n tifica çõ e s, p o r p a rte d o s d a d os sob re esp écies d a á rea u rb a n a , e p ela s su ges-tões ao m an u scrito.

d e d u ra n te o d ia , a a tivid a d e n o tu rn a p a rece p revalecer. Du ran te o d ia geralm en te é en con -trad a em ab rigos (b u racos, sob p ed ras ou p au s) e, p ossivelm en te, os h abitan tes en tram em con -tato com a m esm a d u ran te o d ia, em ativid ad es relativas à lim p eza d e qu in tais, h ortas ou terre-n o s b a ld io s, lo ca is p ro p ício s à existêterre-n cia d e ab rigos. Esta serp en te p arece m ais irritad iça d o qu e as ou tras d u as esp écies d e in teresse m éd i-co, e, qu an d o am eaçad a, retrai a p arte an terior d o corp o e d esfere vários “b otes” segu id os.

Both rop s m oojen i(ja ra ra ca , ca iça ca , b a e

-tã o ) p o ssu i h á b ito terrestre e gera lm en te está em ativid ad e d u ran te o p eríod o n otu rn o. Seu s p rin cip a is a lim e n to s, q u a n d o a d u lta , sã o p e-q u en o s ro ed o res e a n fíb io s, e e-q u a n d o filh o te, a lim en ta -se p rin cip a lm en te d e a n fíb io s e d e p eq u en o s la ga rto s (o b ser va çã o p esso a l). Esta m u dan ça on togen ética n o h ábito alim en tar p a-rece ser acom p an h ad a tam b ém p ela m u d an ça n a com p osição d a p eçon h a: os acid en tes ofíd i-co s ca u sa d o s p o r filh o tes d esta esp écie p a cem ser d iferen tes, q u an to aos sin tom as ap re-sen ta d o s, d a q u eles ca u sa d o s p o r serp en tes ad u ltas (Kou you m d jian & Polizelli, 1989; Rib ei-ro & Jorge, 1990). Em b ora esta serp en te ten h a sido registrada com o u m a das cin co m ais ab u n -d an tes -d e u m a área -d e cerra-d o p róxim a à Cu

ia-b á (Strü ssm a n n , 1993), n a á rea u ria-b a n a rep re-sen to u a p en a s 2% d o s in d ivíd u o s. Prova vel-m en te, p elos seu s h áb itos, seja vel-m ais sen sível às alterações p rovocad as p elo p rocesso d e u rb a -n ização, -n otad am e-n te -n o qu e se refere à cn a-lização d e corp os d `águ a, d ren agen s, etc., p ois sem p re é avistad a n as p roxim id ad es d e corp os d’águ a (C. Strü ssm an n , com u n icação p essoal). Ta n to o gra n d e n ú m ero d e a cid en tes o fíd ico s de im p ortân cia m édica qu an to o gran de n ú m e-ro d e registe-ros d e serp en tes d e in teresse m éd i-co p ara os b airros p eriférii-cos p arecem ap on tar n esta d ireção.

(11)

DIXON, J. R., 1989. A Key an d Ch eck list of th e Neotrop-ical Sn ak e Gen u s Lio p h isw ith Cou n try List an d M ap s. Wa sh in gto n : Sm ith so n ia n Herp eto lo gica l In form ation Service Series, 79.

DIXON, J. R., 1991. Geograp h ic variation an d taxon o-m y o f Liop h is alm ad en sis( Wa gle r) (Se rp e n te s: Colu b rid ae), an d d escrip tion of a n ew sp ecies of Lioph isfrom Argen tin a an d Bolivia. Texas Jou rn al of Scien ce, 43:225-236.

DIXON, J. R.; WIEST Jr., J. A. & CEI, J. M., 1993. Revi-sio n o f th e Ne o tro p ica l sn a ke ge n u s Ch iron iu s Fitzin ger (Serp en tes, Colu b rid ae). Mon ogafie Mu -seo Region ale di Scien ze Natu rali, XIII:1-279. FREITAS, J. C., 1991. No m en cla tu ra em toxin o n o lo

-gia , rela çõ es co m a co m u n ica çã o q u ím ica en tre o rga n ism o s e p ro p ried a d es b io ló gica s d a s to

xi-n as. Mem órias do In stitu to Bu tan tan, 53:191-195.

GUARIM NETO, G., 1991. Diagn óstico Florístico e

Fau n ístico d a Cid ad e d e Cu iabá. Cu iab á: Relató-rio Fin al d o Con vên io Fu n d ação Un iversid ad e d e Mato Gosso/ Prefeitu ra d e Cu iab á.

KOUYOUMDJIAN, J. A. & POLIZELLI, C., 1989. Aci-d en tes ofíAci-d icos ca u sa Aci-d os p or Both rop s m oojen i: correlação d o q u ad ro clín ico com o tam an h o d a serp en te. Revista d o In stitu to d e Med icin a Trop i-cal, 31:84-90.

MARTINS, M., 1994. História Natu ral e Ecologia d e

u m a Taxocen ose d e Serp en tes d e M ata n a Região d e M an au s, Am az ôn ia Cen tral, Brasil. Te se d e Dou torad o, Cam p in as: In stitu to d e Biociên cias/ Un iversid ad e Estad u al d e Cam p in as.

MAITELLI, G. T., 1994. Um a Abord agem Trid im en

-sion al d e Clim a Urban o em Área Trop ical Con ti-n eti-n tal. O Exem p lo d e Cu iabá – M T. Tese d e Dou torad o, São Pau lo: Facu ld ad e d e Filosofia e Ciên -cias Hu m an as/ Un iversid ad e d e São Pau lo.

MINTON Jr., S. A., 1974. Ven om Diseases. Am e rica n

Le ctu re s Se rie s, 937. Sp rin gfie ld : Ch a rle s C. Th om as.

MS (Min istério d a Saú d e), 1988. Man u al de Diagn

ós-tico e Tratam en to d e Acid en tes Ofíd icos. Brasília: Cen tro de Docu m en tação do Min istério da Saú de. MS (Min istério d a Sa ú d e), 1989. Acid en tes Ofíd icos. Con tribu ição ao Estu d o d a Morbid ad e. Bra sília : Secretaria Nacion al d e Ações Básicas d e Saú d e. MYERS, C. W. & CADLE, J. E., 1994. A n e w ge n u s fo r

Sou th Am erican sn akes related to Rh adin aea

ob-tu saCop e (Colu b rid a e) a n d resu rrection of Tae-n iop h alu sCop e for th e “Rh ad in aea”brevirostris

grou p. Am erican Mu seu m Novitates, 3102:1-33.

PETERS, J. A. & DONOSO-BARROS, R., 1970. Ca t-aloque of the n eotrop ical squam ata. Part I. Sn akes. Bu lletin of th e Un ited States N atu ral Mu seu m, 297:1-347.

RIBEIRO, L. A. & JORGE, M. T., 1990. Ep id em iologia e qu ad ro clín ico d os acid en tes p or serp en tes Both -rop s jararacaa d u lta s e filh otes.Revista d o In sti-tu to de Medicin a Tropical, 32:436-442.

ROSS, J. L. S. & SANTOS, L. M., 1982. Geom orfologia.

In : Projeto RADAM BRASIL, Folh a Cu iabá CD 21.

vol. 26, (Min istério d as Min as e En ergia, org.). p p. 222, Brasília: Min istério d as Min as e En ergia. SAZIMA, I., 1988. Um estu d o d a b io lo gia co m p o rta

-m en ta l d a ja ra ra ca , Both rop s jararaca, co m u so d e m arcas n atu rais. Mem órias do In situ to Bu tan

-tan, 50:83-89.

SAZIMA, I., 1989. Co m p o rta m e n to a lim e n ta r d a ja ra ra ca , Both rop s jararaca: en con tros p rovoca -d os n a n atu reza. Ciên cia e Cu ltu ra, 41:500-505. SAZIMA, I., 1991. Na tu ra l h isto ry o f th e ja ra ra ca

p itvip er, Both rops jararaca, in sou th eastern Brazil. In : Biology of Pitvip ers( J. A. Ca m p b ell & E. D. Brod ie Jr., ed s.), p p. 102-127, Tyler: Selva. SAZIMA, I. & HADDAD, C. F. B., 1992. Rép teis d a Serra

d o Jap i: n otas sob re h istória n atu ral. In : História N atu ral d a Serra d o Jap i: Ecologia e Preservação de u m a Área Florestal n o Su deste do Brasil(L. P. C. Morellato, org.), p p. 28-49, Cam p in as: Ed itora d a Un iversid a d e Esta d u a l d e Ca m p in a s/ Fu n d a çã o d e Ap oio à Pesqu isa d o Estad o d e São Pau lo. SILVA, M. V. & BUONATO, M. A., 1983/ 84. Relato clín

i-co d e e n ve n e n a m e n to h u m a n o p o r Ph ilod ryas olfersii. Mem órias d o In stitu to Bu tan tan, 47/ 48: 121-126.

STRÜSSMANN, C., 1992. Serp en tes d o Pan tan al d e

Pocon é, M ato Grosso: Com p osição Fau n ística e Ecologia Com p arad a. Disserta çã o d e Mestra d o, Cam p in as: In stitu to d e Biociên cias/ Un iversid ad e Estad u al d e Cam p in as.

STRÜSSMANN, C., 1993. Riqu eza, ab u n d ân cia relativa e d istrib u ição d e esp écies d e serp en tes ao lon -go d a Ro d ovia MT-060, n o s ce rra d o s d e Ma to

Gro sso.III Con gresso Latin o-Am erican o d e

Her-p etologia, Resu m os. Cam p in as: Un iversid ad e Es-tad u al d e Cam p in as.

THOMAS, R. A., 1976. A Revision of th e Sou th Am

eri-can colu brid sn ak e gen u sPh ilod ryas Wagler, 1830. Ph .D. Th esis, College of Texas A. & M. Un iversity.

WHO (World Health Organ ization ). 1981. Progress in

Imagem

Fig ura 1
Fig ura 3
Fig ura 4
Fig ura 6

Referências

Documentos relacionados

A estrat´egia de projeto das fontes de corrente usa como ponto inicial a sele¸c˜ao da corrente LSB m´ınima para cumprir o requerimento de ru´ıdo de quantiza¸c˜ao, aumentando

convexas, adjacentes, não confl uentes, lisas, de ápi- ces arredondados a subarredondados, planos a cônca- vos ou ligeiramente ascendentes. Máculas linear ir- regulares, fracas

[r]

Neste trabalho buscou-se trazer discussões sobre dois conceitos (estranhamento e desnaturalização) da Sociologia como estes podem contribuir para efetivação de

Baseando-se nesses questionamentos o presente estudo está dividido em três partes: na primeira parte foi feita uma revisão bibliográfica sobre governança e de Unidades de

5 O parágrafo completo é o seguinte: “Como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio sobre os homens, receando perder também o muito que tinha nesta dita terra,

Bomba Centrífuga: Sistema não-oclusivo que propulsiona, por adição de energia cinética, o sangue através do sistema extracorpóreo para o paciente. Misturador de gases (Blender):

Tópicos especícos a serem abordados incluem os tipos e atributos das mídia de estado sólido adequadas para uso como disco no FreeBSD, opções de kernel que são de interesse em