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ARTIGO
DE
REVISÃO
Physical
activity
and
nutrition
education
at
the
school
environment
aimed
at
preventing
childhood
obesity:
evidence
from
systematic
reviews
夽
Paulo
Henrique
Guerra
a,b,∗,
Jonas
Augusto
Cardoso
da
Silveira
ce
Emanuel
Péricles
Salvador
b,daEscoladeArtes,CiênciaseHumanidades,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil
bGrupodeEstudosePesquisasEpidemiológicasemAtividadeFísicaeSaúde(Gepaf),UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo, SP,Brasil
cDepartamentodePediatria,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil dDepartamentodeEducac¸ãoFísica,UniversidadeFederaldoMaranhão(UFMA),SãoLuís,MA,Brasil Recebidoem9deabrilde2015;aceitoem3dejunhode2015
KEYWORDS
Review; Children; Physicalactivity; Nutritioneducation; Overweight; School
Abstract
Objective: Toorganize themainfindings andlistthemostfrequent recommendationsfrom systematicreviewsofinterventionsdevelopedattheschoolenvironmentaimedatreducing overweightinchildrenandadolescents.
Datasource:SearchesforsystematicreviewsavailableuntilDecember31,2014were conduc-tedinfiveelectronicdatabases:Cochrane,PubMed,SciELO,SPORTDiscus,andWebofScience. Manualsearchforcross-referenceswerealsoperformed.
Summaryofthefindings: Ofthe initial 2,139 references, 33 systematicreviews adequately mettheinclusioncriteriaandwereincludedinthedescriptivesummary.Inthisset, interven-tionswithperiodsoftimegreaterthansix monthsinduration(nine reviews),andparental involvementinthecontentand/orplannedactions(sixreviews)wereidentifiedasthemost frequentandeffectiverecommendations.Additionally,itwasobservedthatboysrespondmore effectivelytostructuralinterventions,whereasgirlsrespondtobehavioralinterventions.None oftheincludedreviewswasabletomakeinferencesaboutthetheoreticalbasisusedin inter-ventionsas, apparently, thoseinchargeoftheinterventionsdisregardedthiscomponent in theirpreparation.
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.06.005
夽 Comocitaresteartigo:GuerraPH,SilveiraJA,SalvadorEP.Physicalactivityandnutritioneducationattheschoolenvironmentaimed atpreventingchildhoodobesity:evidencefromsystematicreviews.JPediatr(RioJ).2016;92:15---23.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:paulohguerra@usp.br(P.H.Guerra).
Conclusions: Althoughthesummaryidentifiedevidencewithimportantapplicationsintermsof publichealth,therearestillgapstobefilledinthisfieldofknowledge,suchastheeffectiveness ofdifferenttheoreticalmodels,theidentificationofthebeststrategiesinrelationtogender andageofparticipantsand,finally,theidentificationofmoderatingvariablestomaximizethe benefitsprovidedbytheinterventions.
©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
PALAVRAS-CHAVE
Revisão; Crianc¸as; Atividadefísica; Educac¸ãonutricional; Sobrepeso;
Escola
Aatividadefísicaeaeducac¸ãonutricionalnoambienteescolarvisandoaprevenc¸ão
daobesidadeinfantil:evidênciasderevisõessistemáticas
Resumo
Objetivo: Organizarosprincipaisachadoserelacionarasrecomendac¸õesmaisfrequentesdas revisõessistemáticasdeintervenc¸õesdesenvolvidasnoambienteescolarcomfinsnareduc¸ão doexcessodepesoemcrianc¸aseadolescentes.
Fontedosdados: Buscas por revisõessistemáticas disponíveis até31 dedezembro de2014 foramfeitasemcincobasesdedadoseletrônicas:Cochrane,PubMed,SciELO,SPORTDiscuse WebofScience.Buscasmanuaisporreferênciascruzadastambémforamdesenvolvidas. Síntesedosdados: Das2.139referênciasiniciais,33revisõessistemáticasresponderam ade-quadamente aos critérios de inclusão e compuseram a síntese descritiva. Nesse conjunto, identificaram-secomorecomendac¸õesmaisfrequenteseefetivasintervenc¸õesquetêm perío-dosdetemposuperioraseismesesdedurac¸ão(noverevisões)eoenvolvimentodospaisnos conteúdose/ouac¸õesprevistas(seisrevisões).Alémdisso,observou-sequemeninos respon-demdeformamaisefetivasàsintervenc¸õesestruturais,enquantoasmeninasàsintervenc¸ões comportamentais.Demodoconsistenteentreasrevisõesincluídas,nenhumaconseguiufazer inferências sobrea baseteórica usada nasintervenc¸ões, uma vez que,aparentemente, os responsáveispelasintervenc¸õesdesconsideraramessecomponenteemsuaelaborac¸ão. Conclusões: Emboraasíntesetenha identificadoevidências comaplicac¸ões importantesem termosdesaúdecoletiva,aindaexistemlacunasaserempreenchidasnessecampodo conheci-mento,taiscomoaefetividadedediferentesmodelosteóricos,oreconhecimentodasmelhores estratégiasemrelac¸ãoaosexoeàidadedosparticipantese,porfim,aidentificac¸ãodevariáveis moderadorasparapotencializarosbenefíciosproporcionadospelasintervenc¸ões.
©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.
Introduc
¸ão
Em crianc¸as e adolescentes, as altas prevalências do excessodepesoverificadasemdistintaspartesdoplaneta1
reforc¸aram a necessidadedaimplantac¸ãode novas estra-tégiaspreventivasefizeramemergiroimportantepapelda pro-moc¸ãodaatividadefísica(AF)edaeducac¸ãonutricional (EN).2
Pesquisadorese profissionais daáreada saúde concor-dam sobre o potencial daescola enquanto local propício paraodesenvolvimentointervenc¸õesqueenvolvampráticas e conteúdos em AF e/ou EN, em vista de algumas facili-dadesque esseambiente oferece, como, por exemplo, a abrangência das ac¸ões, o elevado número de estudantes querecebemo mesmoincentivo aomesmotempo, a con-tinuidade das estratégias ao longo do tempo, em virtude dapermanência de crianc¸as e/ou adolescentes nas esco-las,eapossibilidadedealterac¸ões,tantoestruturaisquanto operacionais.2-4
Como consequência desse consenso, a literatura cien-tífica recebeu um elevado número de intervenc¸ões desenvolvidasnoambiente escolarcom finsna prevenc¸ão e/oureduc¸ão daobesidadeinfantil apóso iníciodosanos
2000,5 o que favoreceu o desenvolvimento das primeiras
revisões sistemáticassobreotema.6-8 Noentanto,àparte
dosseusobjetivoscorrelatos,pontua-sequeessasrevisões apresentamresultadosdiscordantes,nãoconclusivos,muito por conta dagrande variabilidade dos métodos emprega-dosnaspublicac¸õesoriginais(ex.:fundamentac¸ãoteórica, tempodedurac¸ão,ac¸õesdesenvolvidas),assimcomopelo tipoepelaquantidadedeestudosusados.5,9
Buscandoreparar essa incerteza, outrasrevisões siste-máticas foram desenvolvidas, na tentativa de apresentar justificativas plausíveis para a alta variabilidade entre os resultados originais,10-12 o que elevou o número de
Por meiodarecuperac¸ãodasrevisões sistemáticas cor-relatas,oobjetivodesteestudofoiorganizarosprincipais achados e relacionar as recomendac¸ões mais frequentes dasrevisõessistemáticasdeintervenc¸õesdesenvolvidasno ambienteescolarcom finsna reduc¸ão doexcessodepeso emcrianc¸aseadolescentes.
Métodos
Critériosdeelegibilidade
Paraacomposic¸ãodasíntese,forambuscadasrevisões siste-máticasdeestudosdeintervenc¸ãocujasestratégiasfossem desenvolvidasnoambienteescolar,comfinsnaprevenc¸ão e/oureduc¸ãodoexcessodepesoemcrianc¸ase/ou adoles-centes.Asintervenc¸õespoderiamconterconteúdosteóricos e/oupráticosdeAFe/ouEN.
Revisõesnarrativas,ensaios,revisõesderevisões( overvi-ews)emetanálisesnãoforamincluídas.Emparticular,onão envolvimentodemetanálisesvisouamelhorara comparabi-lidadeentreosresultadosdasrevisõessistemáticas,quetêm umaabordagemmaisdescritiva.Tambémnãoforam incluí-das revisões publicadasem caracteres orientais,devido à dificuldadedeacessoetraduc¸ão.
Estratégiasdebusca
Duasestratégiasforamusadasparaarecuperac¸ãodas refe-rênciasdeinteresse:i)buscassistemáticasemcincobases de dados eletrônicas (Cochrane; PubMed; SciELO; SPORT-Discus; Web of Science), que partiram de umreferencial prévio,adaptado paracada base de dados:5 (school) AND
(physicalactivity)OR(physicaleducation)OR(exercise)OR (physicalfitness)OR(sports)OR(nutrition)OR(nutritional science)OR(childnutritionsciences)OR(nutrition educa-tion)OR(diet)OR(energyintake)OR(energydensity)OR
(calories)OR(calorie)OR(food)OR(fruit)OR(vegetable)) AND ((weight) OR (obese) OR (overweight) OR (weight reduction) OR (anthropometric) OR (anthropometry) OR (nutritional status) OR (nutrition assessment) OR (body massindex)OR(BMI)OR(bodyweightsandmeasures)OR (waist circumference) OR (adipose tissue)) AND review ORoverviewORmeta-analysisormetanalysis,eii)buscas manuaispor referênciastanto nascolec¸ões individuaisde artigos de cada autorcomo por meio da identificac¸ão de referênciasnostrabalhoscorrelatos(referênciascruzadas). Estelevantamentoenvolveupublicac¸õesdisponíveisaté31 dedezembrode2014.
Selec¸ão,extrac¸ãoesíntesedosdados
Umrevisor(PG)tratouosdadosemtrêsfases:i)conferência eremoc¸ãodasduplicatasentrebasesdedados;ii)leitura detítuloseresumos,naqualtodosostrabalhos caracteri-zadoscomorevisõesforamincluídos;iii)extrac¸ãodosdados eelaborac¸ãodasíntesedescritiva.
Resultados
A soma das buscas eletrônicas e manuais resultou na obtenc¸ãode2.139referênciasrelevantes,queforam avali-adasporseustítuloseresumos.Comoprodutosdessaetapa, 156remanescerameforamavaliadasporseutextointegral. Dentreessas, apenas33 revisões preencheram adequada-menteoscritériosdeelegibilidadeeforamentãoenviadas paraacomposic¸ãodasíntesedescritiva(fig.1).6-8,10-39
No conjunto das revisões sistemáticas incluídas, 25 avaliaram a efetividade das intervenc¸ões conduzidas nas escolas com fins na prevenc¸ão e/ou controle da obesidade.6-8,10-12,14-18,20,23,24,27,30-39 Mesmo que grande
parte das revisões tenha recuperado dados de distintas medidas antropométricas em suas respectivas sínteses,
Buscas Eletrônicas em 5 Bases de dados (n = 2.381)
Cochrane; PubMed; SciELO; SPORTDiscus; Web of Science
Remoção de duplicatas entre-bases (n = 251)
Avaliação por Títulos e Resumos (n = 2.130)
Buscas Manuais (n = 9)
Trabalhos removidos na avaliação por Título e Resumo (n = 1.983)
Avaliação por Texto Integral (n = 156)
Trabalhos removidos na acaliação por Texto Integral (n = 123)
Extra
ção de Dados e Síntese Descritiva (n = 33)
Tabela1 Característicasmetodológicasdasrevisõessistemáticasincluídas(n=33)
Objetivos Avaliac¸ãodaefetividadedasintervenc¸ões(25);6-8,10-12,14-18,20,23,24,27,30-39
Característicasteóricasemetodológicasdasintervenc¸ões(3);13,19,25Promoc¸ãoda atividadefísicaedaeducac¸ãonutricional(2);19,21Promoc¸ãodehábitosalimentares saudáveis(2);22,28Identificac¸ãodosmoderadores(1);26
Intervenc¸õesespecíficas Apenasac¸õesnutricionais(5).8,19,22,28,31
Contextosespecíficos Continentes(3):AméricaLatina;36Europa;28,29Países(6):CanadáeEUA;8China;18 EUA;12,33EUAeInglaterra;10ExcetoEUA;16Renda(2):Escolasdebaixarendanos EUA;33Paísesdebaixaemédiarenda;35Etnia(2):LatinosresidentesnosEUA;38 MinoriasétnicasdosEUA.32
Estudosincluídos Ensaiosclínicos/Comunitários(14);6,7,15,17,18,20,26,27,34---39Ensaios
clínicos/comunitáriosetransversais(1);22Ensaiosclínicos/comunitárioscontrolados randomizados(3);12,24,31 Semrestric¸ões(2)29,33
Tempodeintervenc¸ão >3meses(4);6,14,20,32>6meses(1);17>9meses(1)24
Faixaetáriaabordada(anos) 4-14(1);135-18(1);316-12(1);246-18(5);21,28,29,34,356-19(1);117-19(1)19 Númerodebasesdedadoseletrônicas 5-8(10);6,15,21,22,26,28,29,32,34,35>9(3);31,36,38nd(4)7,8,13,16
Sembuscasmanuais (10)7,8,10,16,19,24,26,30,34,39
Restric¸ãoporidioma Apenaspublicac¸õeseminglês(7)10,16,23,30,34,37,39
Amostras Populac¸õesheterogêneas(5);11,17,18,22,30Populac¸õescomsobrepeso/obesidade(1)39 Outros Intervenc¸õescomenvolvimentodospais(1);34Estudoscomresultadospositivos(1)13
a maior parte das intervenc¸ões buscou alterac¸ões no índice de massa corporal. Em quatro publicac¸ões a obe-sidade foi verificada enquanto um desfecho secundário (tabela1).19,21,22,28Sobreoaspectogeográfico,oitorevisões
restringiram seusobjetivos às intervenc¸ões desenvolvidas empaísesoucontinentesespecíficos,comoAméricaLatina, Canadá, China,Estados Unidos da América (EUA), Europa eInglaterra.8,10,12,18,28,29,32,36Poroutrolado,outrasrevisões
buscaram responder sobre o papel das intervenc¸ões em grupos específicos, como em intervenc¸ões que foram desenvolvidasempopulac¸õescomexcessodepeso,39baixa
condic¸ão socioeconômica33,35 e etnia,como napublicac¸ão
quebuscouaveriguarosefeitosdeintervenc¸ões direciona-dasàscrianc¸asdeorigemlatinaresidentesnosEUA.38
Aindanatabela1,observa-se queseisrevisões estabe-lecerampontosdecorteparaotempodasintervenc¸ões,na busca por estratégias que foram desenvolvidas em perío-dos mínimos de três,6,14,20,32 seis17 e nove meses.24 Por
suavez, oitorevisões buscaram artigos originais especifi-camente escritos em inglês.10,16,23,25,30,34,37,39 No entanto,
deve-seassinalarqueapenasumadessasrevisõesvisou espe-cificamenteatrabalhosdesenvolvidosempaísescujoidioma oficial é o inglês, no caso Inglaterra e Estados Unidos.10
Alémdisso,observou-sealtaheterogeneidadenosmétodos debuscana literaturacientíficaemrelac¸ãoaonúmerode basesdedadospesquisadas(variac¸ãoentreumae14),uso debuscasmanuais(n=23)eanodepublicac¸ão,naqual23 buscaramporartigospublicadosapósadécadade1990.
Atabela2apontaquearevisãosistemáticamaisantiga destasíntesefoi publicada em1999.8Entretanto, nota-se
que houve aumentona frequênciade revisões publicadas a partir de 2006 (n=30; 91,8%),10-392009 foi o ano com
maiornúmerodepublicac¸ões(n=6;21,1%).20-25Alémdisso,
observa-se que após 2006 foram publicadas anualmente, pelo menos, duas revisões sistemáticas correlatas. Como reflexodasdistintasopc¸õesmetodológicas,asrevisões sele-cionadasapresentaramgrandevariabilidade nonúmerode artigosincluídos, commínimode cinco34 e máximo de51
estudosoriginais.19
Sobreas recomendac¸ões maisfrequentes, na tabela 2
aponta-se que nove revisões ressaltaram a efetividade das intervenc¸ões que têm durac¸ão de, pelo menos, seismeses.6,11,14,16,20,21,27,31,36 Tambémseobservouem seis
revisões a importância do envolvimento dos pais e/ou responsáveis nas estratégias da intervenc¸ão.16,25,30,31,34,39
Por outro lado, uma revisãoem particular17 apontou que
o gênero pode ser um importante diferencial para efeti-vidade das estratégias,nas quais intervenc¸ões estruturais surtiram maiores efeitos em meninos e as intervenc¸ões comportamentaisrepercutiramemresultadosmaissonoros nasmeninas.Porfim,emmenornúmerodeestudos,foram observadas inconsistências quanto: i) a adequac¸ão de estratégias de acordo com as distintas faixas etárias;7,12
ii)aplicac¸ãodasestratégiasporpartedosprofessores;7,30,36
iii) fundamentac¸ão teórica das intervenc¸ões;13,15
iv) a inserc¸ão das estratégias no currículo escolar31 e
v) qualidade metodológica das intervenc¸ões dispo-níveis.17,18,35
Discussão
Apresentesíntesefundamentou-senosdadosde33revisões sistemáticas de intervenc¸ões desenvolvidas no ambiente escolar com fins na prevenc¸ão e/ou reduc¸ão do excesso de peso. Comoprincipais resultados, observou-seelevado númerodepublicac¸õesquerecomendamodesenvolvimento de estratégias prolongadas que tenham pelo menos seis meses de durac¸ão,3,6,11,14,16,20,21,27,31 tal como a inserc¸ão
dos pais e/ouresponsáveis nos conteúdos e/ounas ac¸ões previstas.16,25,30,31,34,39
Tempodedurac¸ãodasintervenc¸ões
Tabela2 Principaisresultadosdasrevisõessistemáticasincluídasnasíntese(n=33)
Referência N◦Síntese Principalresultado
Story,19998 12 Entreasescolas,osesforc¸osparapromoveraatividadefísicaealimentac¸ão saudáveldevemserpartedeumprogramaintegraldesaúdecoordenado. Recomenda-seainserc¸ãodeintervenc¸õestantoprimáriasesecundáriasemum amploprogramadesaúdeescolar.
Campbelletal.,20016 7 Doisdosestudosdelongadurac¸ão(umcomfocoAF+ENcontraocontroleeo outroapenasENversuscontrole)resultaramemreduc¸ãonaprevalênciade obesidade.
Baranowskietal.,20027 20 Emintervenc¸õesbem-sucedidas:implantadoresdeprogramasnãoeram professoresdesaladeaula;direcionamentodeintervenc¸õesaosgruposde pré-adolescenteseadolescentes.Noentanto,asintervenc¸õessãodelineadase desenvolvidasdemodointuitivo,sembaseteórica.
Budd&Volpe,200612,a 12 Maiorefetividadenasamostrasdecrianc¸asmaisvelhas,oqueoferecenova perspectivanocurrículoelaboradocomfinsnamudanc¸adecomportamento.As aulasdeEFdevemserculturalmenteadequadasaoshábitospraticadosforado ambienteescolar,comoosvideogamesativos.
Coleetal.,200613,a 10 Ateoriasocial-cognitivadeBandurafoiusadaemoitodos10estudosincluídos. Essateoriaeopapeldaaprendizagemsocialsãoúteisnoplanejamentode intervenc¸õesparapreveniretrataroexcessodepesonainfância. Doaketal.,200611 25 Dezessetedas25intervenc¸õesapresentaramresultadosestatisticamente
significativosnareduc¸ãodoIMC.Osautoressugeremqueessaspropostaspodem serdesenvolvidasemlargaescalaeoferecidaspormaiorperíododetempo. Sharma,200610 11 Amaioriadasintervenc¸õesvisaamudanc¸asemcurtoprazo,logoapósa
intervenc¸ão.Nototal,asintervenc¸õesresultaramemmudanc¸asmodestasem relac¸ãoaoscomportamentoseresultadosmistosemrelac¸ãoaosindicadoresde obesidade.Altaheterogeneidadeemrelac¸ãoaospadrõesdemedidas.
Flodmarketal.,200614,b 10+14 Intervenc¸õescomunitáriaspermanentes,comlongadurac¸ãoequepromovamAF eENpodemviraterefeitosmaispoderososdoqueosefeitosdemonstradospor propostaslimitadasaoambienteescolar.
Lissau,200715 14 Metadedosestudosapresentouefeitospositivossobreareduc¸ãodaobesidade. Observou-segrandevariac¸ãonascaracterísticasamostraisenafundamentac¸ão teóricadosestudos.
Sharma,200716 21 Noveintervenc¸õestiveramtemposuperioraumanoletivo.Abordagensque envolvemospaisapresentaramresultadospositivosemrelac¸ãoàsmedidasde obesidade.
Kropskietal.,200817 14 Apenas4dos14estudosforamavaliadoscomodealtaqualidade.Preocupac¸ões metodológicaseopequenonúmerodepublicac¸õeslimitaaformulac¸ãode inferênciassobreaefetividadedasintervenc¸õesescolares.
Lietal.,200818 22 Amaioriadosestudosapresentouefeitobenéficodaintervenc¸ãoemumoumais desfechos,mastodososestudosapresentaramproblemasmetodológicos.Nesse sentido,seressaltaoaltoriscodeinfluênciadoviésdepublicac¸ão.
Shayaetal.,200819 51 13dos15estudosdeintervenc¸ãorelataramresultadospositivosemalgumasou todasasmedidasquantitativas.EssasevidênciaselevamopotencialdaAF enquantoelementodeprevenc¸ãoereduc¸ãodaobesidadeemcrianc¸as. Brown&Summerbell,
200920,c
15+28 Osresultadossãoinconsistentes,masemgeralsugeremqueintervenc¸õesAFeEN podemcontrolaroexcessodepesoemlongoprazo.
Dobbinsetal.,200921 26 4de14estudosrelataramefeitospositivossobreoIMC,comtempode intervenc¸ão>9meses.Os10estudosquerelatamnãorelatamefeitonoIMC apresentamsemelhanc¸asnasintervenc¸õescombinadasenoperíododetempo. Jaime&Lock200922 18 Algumaspolíticasescolaresatuaistêmsidoeficazesnamelhoriadoambientede
alimentoseingestãoalimentarnasescolas,mashápoucaavaliac¸ãodoseu impactosobreoIMC.
Katz,200923 18 Mesmocomgrandevariabilidadenasmedidas,métodosepopulac¸ões,as evidênciasdemonstraramclaramentequeasintervenc¸õesescolarestiveram efeitosestatisticamentesignificativosnareduc¸ãodaobesidade.
Pérez-Moralezetal., 200924
Tabela2 (Continuac¸ão)
Referência N◦Síntese Principalresultado
Zenzen&Kridli,200925,a 16 ENseapresentacomométodoeficaznaalterac¸ãodehábitosalimentaresna escola.Umprogramaqueincluaapromoc¸ãodoestilodevidasaudávelapoiada porforteinfluênciadospaistambéméfundamental.
Brandtetal.,201027 22 Intervenc¸õesescolaresquecombinamAFeENsemostrarameficazes,sobretudo emintervenc¸õesquetenhamdurac¸ãosuperioraumano.
VanCauwenberghe etal.,201028
42 Sobreamagnitudedosefeitosemcrianc¸as,intervenc¸õesmulticomponentescom finsnaingestãodefrutasevegetaisapresentaramforteevidência.Em
adolescentes,intervenc¸õeseducativasnocomportamentoapresentaram evidênciamoderadaeprogramasmulticomponentesnocomportamento apresentaramevidêncialimitada.
DeBourdeaudhuijetal., 201129
11(27artigos) Emvistadareduc¸ãodaobesidadeemcrianc¸aseadolescenteseuropeus,a combinac¸ãodoscomponenteseducacionaleambientalpodeserpreferívelnas intervenc¸õesemAFeEN.Sãopromissoresosresultadosdosprogramasde educac¸ãopersonalizadaviacomputadoremadolescentes.
Sharma,201130 25 Amaioriadasintervenc¸õescombinaestratégiasdeAFeENefoiimplantadapelos professores.Emtermosdeatividades,quasetodasasintervenc¸õestiveramum componentecurricularebuscaramoenvolvimentodospais/família.
Silveiraetal.,201131 24 Asprincipaiscaracterísticasdasintervenc¸õescomresultadospositivos:durac¸ão> 1ano,introduc¸ãodapropostanasatividadesregularesdaescola,envolvimento dospais,oferecimentopermanentedaENnocurrículoefornecimentodefrutase legumesporservic¸osdealimentac¸ãoescolar.
Yildirimetal.,201126 6 Resultadosinconsistenteseopequenonúmerodeefeitosestatisticamente significativostornaramoresultadoinconclusivo.Noentanto,gênero(feminino)e valoresdesfavoráveisnalinhadebasesãoosmoderadoresmaisproeminentesnos efeitosdaintervenc¸ão.
Johnsonetal.,201232 7 Todososestudosrelatarambenefíciosemcomportamentosdesaúdee/ou medidasantropométricas.Observou-seefetividadequandoosobjetivosdo programaeramespecíficos,comac¸õesestendidasparaacomunidade. Krishnaswamietal.,
201233
16 7de12estudoscomdesfechosantropométricosapresentarampelomenosum resultadopositivo.
VanLippeveldeetal., 201234
5 Resultadosdivergemquantoaoenvolvimentodospaisnoscomportamentosde saúdedascrianc¸as.Intervenc¸õesquepreveemoenvolvimentodospaisdevem incluirdiferentesestratégiaseabordardiferentesdeterminantesepráticas. Verstraetenetal.,
201235
25 8dos12estudosrelataramefeitoestatisticamentepositivonareduc¸ãodoIMC. Viu-seopotencialdoambienteescolarnamelhoriadocomportamentoalimentar edaAFenapromoc¸ãodamanutenc¸ãodopesosaudável.Noentanto,seobserva anecessidadedeestudosdeavaliac¸ãomaisbemconduzidos.
Lobeloetal.,201336 10 Asintervenc¸õesmaisbem-sucedidasapresentaram:focoprimário,tempo superioraseismeses,envolvimentodeprofessores,bemcomoprofissionaisde saúde,melhoresdesenhosdeestudoemenoslimitac¸õesnaexecuc¸ão.
Quitério,201337 27 Osresultadosdasintervenc¸õesemEFrelacionadasàsaúderevelaramresultados positivoseconsistentes.Noentanto,umnúmeroconsideráveldessasintervenc¸ões nãoconseguiuobterreduc¸ãonoIMC,medidasdegorduracorporale%GC. Holubetal.,201438 15 Intervenc¸õesqueenvolveramlatinosapresentaramresultadosinconclusivos.À
parteograndeenvolvimentodeestudosadequadamenteconduzidos,poucos tiveramresultadossignificativosemrelac¸ãoàobesidadeapóso
acompanhamento. Kelishadi&
Azizi-Soleiman201439
32 Intervenc¸õesescolarespodemapresentarresultadosduradourosemmaiores grupos.Emcomparac¸ãocomintervenc¸õesconduzidasemoutrosambientes,a escolaapresentou-secomolocalmaisfavorávelparaodesenvolvimentode estratégiasvoltadasparaareduc¸ãodosobrepeso/obesidade,sobretudoquando envolvemafamília.
AF,atividadefísica;EF,educac¸ãofísica;EN,educac¸ãonutricional;%GC,percentualdegorduracorporal;IMC,índicedemassacorporal.
aRevisãointegrativa.
b Atualizac¸ãodorelatóriode2002doSwedishCouncilonTechnologyAssessmentinHealthCare-SBU/8dos10estudosincluídossão
escolares.
Nove revisões observaram achados mais sono-ros em intervenc¸ões que têm maiores períodos de durac¸ão.6,11,14,16,20,21,27,31,36 Foram observadas algumas
menc¸õesespecíficasdetempo,como‘‘seismeses’’,36‘‘um
anoescolar(7-9meses)’’16,21e‘‘superioresaumano’’.27,31
Àparteadivergênciasobreadurac¸ãomínimadaintervenc¸ão para obtenc¸ão de efeitos positivos, essas recomendac¸ões corroborama teoriade Prochaska& DiClemente,40 a qual
apontaseismesescomootempomínimoparaaestabilidade damudanc¸ade comportamentoque envolve a prática de AF. Logo, a síntese da evidência disponível recomenda que futuras intervenc¸ões conduzidas no ambiente escolar tenhamperíodos superioresaseismesesdedurac¸ão,para melhorconsolidac¸ãodoshábitossaudáveis.
Ao longodo desenvolvimento dasíntese verificou-seo gradual esforc¸odos pesquisadores no âmbito declarificar as questões relacionadas à durac¸ão da intervenc¸ão, com enfoqueparticularnasrevisõessistemáticasmaisrecentes. ApesardeCampbelletal.em20016 játeremconsiderado
esse fator no delineamento de sua revisão, foi apenas a partirde2006queessecritériosetornoumaisfrequente. Issopermitiuqueosautoresexplorassemoutras caracterís-ticasdasintervenc¸õesqueapontassemmaiorefetividadeno controlee/ouprevenc¸ãodoganhoexcessivodepesoentre crianc¸aseadolescentes.
Complementaraoprincipalachadodestelevantamento, duas evidências apontamque, alémdo tempo, o envolvi-mento comunitário nasac¸ões ocasiona impactos positivos nos desfechos antropométricos.14,32 Por outro lado,
evi-dências recuperadas de revisões que têm foco mais específicosugeremqueosachados relacionadosaotempo de intervenc¸ão sãoindependentes decaracterísticas geo-gráficas, socioeconômicas ou culturais das populac¸ões alvo.8,10,18,36
Ambienteecomunidade
Osachadosdapresentesíntese tambémapontaramque a adoc¸ãodoestilodevidasaudávelpodeserinfluenciadapor variáveisindividuais,familiaresecomunitárias.
Emfunc¸ãodeseusefeitospositivosnosestudosoriginais, comosegundarecomendac¸ãomaisfrequente,seisrevisões sistemáticasrecomendamoenvolvimentodospais(ou res-ponsáveis pela crianc¸a) nas intervenc¸ões.16,25,30,31,34,39 Tal
estratégiabuscaestenderoimpactodasalterac¸ões compor-tamentaisfavoráveisàsaúdeparaalémdoambienteescolar, comvistasaalterac¸õescomportamentaisnoâmbitofamiliar, demodoqueospaissetornemmodelosdehábitossaudáveis efavorec¸amaampliac¸ãodarededeprotec¸ãoàcrianc¸aeao adolescente.
Nonívelindividual,umadasrevisõesapontouque resul-tados positivos na promoc¸ão da AF e na alimentac¸ão saudável podem ser alcanc¸ados pelo somatório entre intervenc¸ão educativa e mudanc¸a no ambiente.29 Além
disso,notou-sequepartedasintervenc¸õestambémbuscou promovermaioracessoedisponibilidadedealimentos sau-dáveis(sejaemcasaounosarredores),assimcomorestringir oconsumodebebidasac¸ucaradasealimentos ultraproces-sados.
Nocasodosadolescentes,apossibilidadedeintervenc¸ão noambientevirtual, quesupere qualquerbarreira quanto
àdistânciaparaaparticipac¸ãodeprogramas,éumaopc¸ão factívelparamudanc¸asna alimentac¸ão enaAF.Uma revi-sãosistemáticarecenteapontaqueintervenc¸õesoferecidas pormeiostecnológicos(mensagensdetextoesmartphones) têmimpactos positivostanto napromoc¸ão daAFcomo na reduc¸ãodoexcesso depeso.41 Nessesentido,levanta-sea
possibilidadedequeintervenc¸õesfuturaspossamadicionar conteúdosemmeiostecnológicosdemaneiracomplementar asestratégiasmaistradicionais.
Emrelac¸ãoàcomunidade,duasrevisõesapontaramque intervenc¸õescomresultadospositivosnadieta,noaumento do nível de AF e na reduc¸ão do peso corporal tiveram ac¸õesconjuntasentreescolaecomunidade.32,33Umadelas
considerou populac¸ões de baixa renda.33 A extensão das
atividades para a comunidade das redondezas representa apossibilidade dacriac¸ão deum ambientesaudável para que os comportamentos aprendidos na escola possam ser reproduzidosnacomunidadeemqueelaestáinseridaeessa evidênciaéapoiadaporShayaetal.,19querecomendaram
acriac¸ãodeumarededecolaborac¸ão entreasescolasda comunidade.
Por fim, De Bourdeaudhuij et al.,14 em sua revisão
que apenas considerou estratégias individuais e ambien-tais,observamqueousodocomputadorcomoferramenta educativaapresentouresultadosconsistentes,tantoparaa mudanc¸anoníveldeatividadefísicaquantonamudanc¸ado estadonutricionaldosestudantes.
Idadeesexo
Entre os principais resultados apresentadosna revisãode BuddeVolpe12 seobservouqueamostrascommaioridade
respondemmelhoràsintervenc¸õesesebeneficiammaisdos conteúdosabordados.Alémdisso,intervenc¸õesque promo-verammaiorgastoenergéticodentrodoambienteescolar comvistasacompensarobaixogastoenergéticodas ativi-dadesdelazerforadaescolaforamestratégiasconsideradas adequadas.
Já a revisão deBrown e Summerbell20 apontou que as
crianc¸asdefaixaetáriamaisnovaedosexofeminino obti-veram melhores resultados com as intervenc¸ões. No caso da revisão de Van Cauwenberghe et al.,28 que envolveu
intervenc¸õesconduzidas em paíseseuropeus, observou-se que as intervenc¸ões educativas apresentaram efeito de mudanc¸adecomportamentoemadolescentesequeo estí-mulo ao consumo de frutas e verduras surtiu efeito nas crianc¸as, porém com resultados inconsistentes nas variá-veis antropométricas. Uma hipótese para esse resultado controversorecai sobre o delineamento dos estudos ana-lisados.
EnquantoosestudosselecionadosporBrowne Summer-bellforamensaioscomunitários,asintervenc¸õesanalisadas porBuddeVolpiforamensaioscontroladosrandomizados, istoé,commaiorcontroledasvariáveisexternasque pode-riaminterferirnosresultadosfinais.JáarevisãodeKropski etal.,17alémdeapresentarcomodiferencialaclassificac¸ão
Baseteóricadasintervenc¸ões
Um importante aspecto, porém pouco explorado na mai-oria dos estudos, são os modelos teóricos usados para a elaborac¸ão e implantac¸ão dos programas. Esses modelos auxiliamospesquisadoresna formadeobservareanalisar umobjetoteórico.Nocasodasintervenc¸õesparamodificar osníveisdeAFouoshábitosalimentares,ummodeloteórico auxiliaránatomadadedecisãodaestruturac¸ão,selec¸ãodas variáveiseformadeanáliseeavaliac¸ãodasintervenc¸ões.
Na síntese descritiva, apenas duas revisões foram publicadas procurando investigar os modelos teóricos usados em intervenc¸ões conduzidas no ambiente escolar. Aausênciadeumreferencialsólidopodeacarretardúvidas ouinconsistênciasquantoàsvariáveisaseremanalisadas,a formadeconduc¸ão,avaliac¸ãoeanálisedoprocesso,oque podeexplicar,emparte,adificuldadedemuitosestudosde conseguirmediroumesmocomprovaraefetividadedesuas intervenc¸ões. Baranowski et al.,7 ao analisar 20 estudos,
observaram que uma das dificuldades encontradas foi a faltadeumreferencialteóriconaelaborac¸ãoeimplantac¸ão das intervenc¸ões noambiente escolar. Tal limitac¸ão tam-bémé destacadaporColeetal.,13 queidentificaram oito
intervenc¸ões fundamentadas na Teoria Social Cognitiva (TSC) de Albert Bandura. Para constar, as intervenc¸ões fundamentadas na TSC têm como norte considerar tanto as características sociais das crianc¸as que receberão a intervenc¸ão quanto o potencial de ac¸ão dos professores, que, por sua vez, ficam incumbidos da implantac¸ão das estratégias.
A ausência do referencial teórico para embasar uma intervenc¸ão educativapodeser vista como umreflexo da formac¸ão biologicistadosprofissionais dasaúde,que des-consideraouatribuiu pouco valor aosdiferentesaspectos doaprendizadodecadafaixaetária.Observa-seessa carac-terísticanosestudosnosquaisosautorestrabalharamcom faixas etárias mais amplas, ofereceram o mesmo proto-colodeatividades para todos,semqualquer adequac¸ãoà faixaetária e/ouaosexo.Nesse sentido,aoobservarque muitos estudossequercitam o modelo teórico fundamen-tadordaintervenc¸ão,éplausívelindagarseaausênciade resultadossatisfatóriosnãoédecorrentedahabilidade limi-tada,emtermosdaespecificidadedaestruturac¸ãodeuma intervenc¸ão, masdo grau de compreensãodos problemas porpartedospesquisadores.
Variáveismoderadoras
Análisedocorpo depublicac¸õesincluídasdeixa claro que umdosobjetivoscentraisdeumaintervenc¸ãoqueenvolve apromoc¸ãoda AF e/ouEN em crianc¸as e adolescentes é fomentaraobtenc¸ãoumpadrãodecomportamento favorá-velàsaúde.Entretanto,existemdiferentesvariáveisque, estandoentreapropostadasintervenc¸õeseosseus desfe-chos,podemprovocarresultadosdistintosemindivíduosou grupos,denominadasvariáveismoderadoras. Combase na revisãodeYildirimetal.,26quetevecomoobjetivo
identifi-carquaisvariáveismoderadorasapresentavam-sedeforma mais consistente nas intervenc¸ões analisadas, apontou-se queindivíduosdosexofemininoecompioresindicadoresde obesidadenoiníciodeumaintervenc¸ãoresponderammelhor àsintervenc¸õesanalisadas.
Limitac¸ões
Aprincipallimitac¸ãodestapesquisaseencontrano desen-volvimento dasfases de leitura e extrac¸ão dos dados das revisõesporapenasumpesquisador(PG).Buscando minimi-zaraperdadaevidênciarelevante,apenasforamexcluídos osartigosquandoidentificadoselementos distintosaosdo interessedapresentepesquisanaleituraportextointegral. Outra limitac¸ão desta pesquisa recai sobre a dificul-dade de comparac¸ão entre estudos, haja vista a grande heterogeneidadeentreosmétodosadotadospelasrevisões sistemáticasincluídas;poressemotivo,apresentepesquisa foidelineadaafimdeapresentarrecomendac¸õesfactíveis deserimplantadasem unidadesescolaresquese apresen-taramcommaiorefetividadeparaaprevenc¸ão/reduc¸ãodo excessodepesoemcrianc¸aseadolescentes.Alémdisso,é propositivaquantoaaspectosespecíficosparafuturos estu-dosdentrodessalinhadepesquisa.
Conclusões
Aevidênciadisponívelpermiteorientarquefuturas estraté-giasconsideremintervenc¸õesdelongadurac¸ão,quealémda abordagemcomascrianc¸as,envolvamac¸õescomospaisou responsáveispela crianc¸aouadolescente. Complementar-mente,observou-sequemeninosrespondemdeformamais efetiva às intervenc¸ões estruturais, enquanto as meninas respondem melhor às intervenc¸ões comportamentais. Em contrapartida,apresentesínteseapontaquesão necessá-riosnovosestudosparatestagemdediferentesmodelos teó-ricosdasintervenc¸ões,reconhecimentodasmelhores estra-tégiasemrelac¸ãoaosexoeaidadedosparticipantesequais asvariáveismoderadorasparaoselevadosníveisdepeso.
Financiamento
PauloH.Guerraébolsistadepós-doutoradopelaFundac¸ão deAmparoàPesquisadoEstadodeSãoPaulo(Processono: 2013/22204-7).
Estainvestigac¸ão nãorecebeunenhuma subvenc¸ão por parte de nenhuma agênciade financiamento nos sectores públicos,comerciaisousemfinslucrativos.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
EstetrabalhoédedicadoaoEduardoVieiraGuerra,que nas-ceu na dataem que recebemos o primeiro parecer deste artigo.Suavindaaomundonostrouxealegriaemotivac¸ão.
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