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Uso da vegetação nativa pela população local no município de Ingaí, MG, Brasil.

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Uso da vegetação nativa pela população local

no município de Ingaí, MG, Brasil

1

Rejane Tavares Botrel2,7, Luciene Alves Rodrigues3, Laura Jane Gomes4, Douglas Antônio de Carvalho5 e

Marco Aurélio Leite Fontes6

Recebido em 13/02/2004. Aceito em 22/07/2005.

RESUMO – (Uso da vegetação nativa pela população local no município de Ingaí, MG, Brasil). O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento etnobotânico no município de Ingaí, MG, para se conhecer os usos que a população local atribui à vegetação nativa da região e investigar se tais usos se destinam à subsistência ou comercialização. O levantamento etnobotânico foi conduzido como estudo de caso, na área urbana e periurbana do município. Foram realizadas entrevistas com 17 moradores utilizando questionários semi-estruturados. A partir destas entrevistas foi possível classificar as espécies em quatro categorias de uso: medicinal, lenha, madeireiro (construção civil e fabricação de móveis) e diversos usos (artesanato, alimentação, ferramentas, etc.). Os dados foram analisados por meio de descrições qualitativas e quantitativas (índices de diversidade de Shannon - H’- e equabilidade de Pielou - J’). Para análise de importância relativa das espécies indicadas para uso medicinal, foram utilizadas a concordância quanto ao uso principal (CUP), o fator de correção (FC) e a concordância quanto ao uso principal corrigida (CUPc). Foram atribuídos usos a 144 espécies coletadas, identificadas e distribuídas nos hábitos de arbórea, arbustiva, herbácea e trepadeira. No município, existe a comercialização de espécies vegetais, em sua maior parte para uso lenheiro e feitio de moirões. Quanto à importância relativa das espécies, aquelas que apresentaram maiores valores de CUP e CUPc, sugerem maior potencial para estudos farmacológicos: Ilex cerasifolia Reisseck e Solanum lycocarpum A. St.-Hil, que apresentaram valores integrais para os dois índices. O índice de diversidade de Shanonn encontrado para as plantas citadas foi considerado alto, sugerindo que a população utiliza uma grande parcela da diversidade local, na maior parte, apenas para fins de subsistência.

Palavras-chave: etnobotânica, plantas medicinais, lenha, espécie madeireira

ABSTRACT– (Use of native vegetation by the local population in Ingaí municipacity, Minas Gerais State, Brazil). The purpose of the present study was to carry out an ethnobotanyc survey in the municipality of Ingaí, Minas Gerais State, Brazil, to investigate the use of native vegetation resources by the local population. The survey was carried out, as a case study, in the urban and peripheral areas of Ingaí town. A sample of 17 inhabitants was interviewed using semi-structured questionnaires. The interviews allowed the classification of the plant species into four categories of use: medicinal, firewood, wood (for buildings and furniture), and miscellaneous uses (handicraft, food, tools, et cetera). Data analyses were performed through qualitative and quantitative (indices the Shannon diversity -H’- and Pielou evenness - J’) descriptions. The principal use concordance (PUC), the correction factor (CF), and the corrected principal use concordance (PUCc) were used to analysis the relative importance of the species indicated for medicinal use. Modes of use were ascribed to 144 collected and identified species, which were distributed into the following habits: trees, shrubs, herbs, and climbers. The trade of native species exists in Ingaí, mostly to meet the demand for wood and fence posts. The species with the highest relative importance, in terms of PUC and PUCc values, were Ilex cerasifolia Reisseck and Solanum lycocarpum A. St.-Hil, suggesting a high potential for pharmacological studies. The local population holds a detailed knowledge of the native vegetation and uses this knowledge as a basis for a diversified utilisation of the flora, most of which intended only to subsistence purposes.

Key words: ethnobotany, medicinal plants, firewood, wood specie

Introdução

A região Sul de Minas Gerais está entre os locais de ocupação mais antiga do Brasil e seu histórico

mostra que a economia local sempre se baseou na exploração dos recursos naturais. A região passou por quatro ciclos econômicos que se complementavam ou se alternavam: ciclo do ouro, agropastoril, do café e da

1 Parte da Dissertação de Mestrado da primeira Autora

2 Rua João Fischer, 260, Bairro Morumbi, CEP 13420-450, Piracicaba, SP, Brasil

3 Rua Prefeito Antônio Cândido, 41, Centro, CEP 39280-000, Buritizeiro, MG, Brasil (luciene.rodrigues@ibama.gov.br)

4 Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Agronômica, Av. Marechal Rondon, s/n, CEP 49100-000, Sergipe, PE, Brasil 5 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, CEP 37200-000, Lavras, MG, Brasil

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Ingaí

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DF

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industrialização. Como resultado, a paisagem atual é formada por mosaicos de remanescentes vegetais, áreas urbanas e áreas agropastoris.

Embora os fragmentos vegetais ocupem áreas restritas e, algumas vezes, isoladas entre si, possuem uma alta diversidade florística e são representativos da flora da região, como mostram os estudos realizados na Reserva Biológica de Poço Bonito (Oliveira Filho

et al. 1994; Oliveira Filho & Fluminhan Filho 1999), na

Reserva Florestal da Universidade Federal de Lavras (Oliveira Filho, Scolforo & Mello 1994), ambas no município de Lavras, e o estudo realizado na mata da ilha (Botrel et al. 2002), no município de Ingaí, entre

outros.

No entanto, apesar de diversos estudos terem sido realizados sobre a flora da região e dos processos ecológicos que determinam a estrutura das comunidades (Oliveira Filho et al. 1997; Oliveira Filho et al. 1994; Vilela et al. 2000; Nunes et al. 2003;

Souza et al. 2003), pouco se conhece sobre a relação

que as populações locais têm com os remanescentes vegetais. Neste sentido, o conhecimento popular sobre o uso das espécies vegetais nativas pode contribuir para a conservação destes ecossistemas no que diz respeito a adoção de práticas de manejo, além de contribuir para o resgate e preservação da cultura popular. Sendo assim, este estudo teve como objetivo geral investigar o conhecimento que a população urbana de Ingaí tem sobre a vegetação nativa; e, como objetivos específicos a identificação das espécies usadas pela população local e seus diferentes usos.e a investigação da existência de exploração seletiva de espécies vegetais e se esta ocorre para fins de subsistência ou comercialização.

Material e métodos

Área de estudo – O estudo etnobotânico foi realizado na área urbana e periurbana do município de Ingaí, localizado ao sul de Minas Gerais, nas coordenadas 21º40’S e 44º91’W (Fig. 1). A área total do município é de 307,5 km2 e sua altitude média de 951 m. Segundo

a Fundação João Pinheiro (1998), a população total do município consiste em 2.419 habitantes, divididos em 1.412 na zona urbana e 1.007 na rural.

O clima regional é do tipo Cwb de Köppen, caracterizado por verões úmidos e invernos secos (Eidt, 1968) e de acordo com a Estação Meteorológica de Lavras, MG, com temperatura média anual de 19,61 ºC e precipitação média anual de 1.517 mm.

A vegetação nativa da região engloba áreas de cerrado, campos cerrados, matas de galeria, matas de encosta e campos rupestres (Queiroz et al. 1980).

Existe uma limitação agrícola relacionada ao solo e à topografia que restringe a mecanização (Queiroz et al.

1980). A vegetação natural do município forma um mosaico juntamente com pastagens e áreas cultivadas (ativas ou abandonadas).

Atualmente a economia do município se baseia na criação de gado leiteiro, responsável por 92,6% do ICMS total arrecadado. A produção cafeeira também possui um importante papel na economia local, pois gera empregos diretos e indiretos durante a colheita, que é concentrada entre os meses de julho a outubro. Método de estudo e coleta de dados – Este trabalho trata-se de um estudo de caso, método que possui a vantagem de permitir examinar em profundidade o desenvolvimento de ações em seus próprios cenários (Alencar & Gomes 1998; Triviños 1987).

Os dados foram coletados a partir de uma amostragem intencional não probabilística (Alencar & Gomes 1998), por meio da qual os informantes foram selecionados de acordo com indicações de membros da própria comunidade. Foram entrevistados 17 moradores do município, divididos em oito homens e nove mulheres, com idade entre 45 e 75 anos, durante o período compreendido entre os meses de julho e Figura 1. A. Situação geográfica do Estado de Minas Gerais no Sudeste do Brasil e B. Município de Ingaí, MG.

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outubro/2000. Em relação às principais atividades econômicas exercidas pelos entrevistados, estes se dividiam em dois artesões, quatro raizeiros, cinco lenheiros e três agricultores. Os entrevistados restantes não se enquadravam em nenhuma das categorias, sendo um deles comerciante e os outros aposentados. Para preservação da identidade dos entrevistados foram utilizados números de 1 a 17 para a identificação na divulgação dos resultados.

A coleta dos dados se deu por meio de entrevistas baseadas em um questionário semi-estruturado no qual constavam os dados gerais dos entrevistados, além de informações a respeito das plantas nativas citadas e categorias de uso atribuídas a elas. Tal questionário permitiu aos entrevistados manifestar suas opiniões, seus pontos de vista e seus argumentos, conforme recomendação de Alencar & Gomes (1998).

Quatro informantes, de acordo com sua disponibilidade, foram escolhidos para acompanhar as coletas de material botânico em remanescentes vegetais e área antrópicas (pastagens e áreas de cultivo abandonadas) próximas à cidade. Os locais de coleta foram escolhidos pelos informantes. Foram coletadas e identificadas espécies arbóreos, arbustivas, herbáceas e trepadeiras. O material botânico foi preparado no Herbário do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (Herbário ESAL) e a coleção testemunha incorporada ao acervo do mesmo. A identificação deste material foi realizada com a utilização de coleções botânicas já existentes e também por meio de consultas à literatura, à especialistas e à coleções dos Herbários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), do Instituto de Botânica de São Paulo (SP) e da Universidade Estadual de Campinas (UEC). A classificação botânica baseou-se no sistema proposto pelo Angiosperm Phylogeny Group (APG) (1998). As espécies exóticas foram excluídas do trabalho. Considerou-se espécie exótica aquela que não ocorre naturalmente na região, de acordo com a literatura.

A partir dos dados obtidos foram calculados os índices de diversidade de Shannon e equabilidade de Pielou. O primeiro permite que se verifique o quanto da diversidade local é usada pela população e o segundo avalia a existência ou não de dominância no uso de algumas espécies. Para a comparação entre a diversidade de uso da vegetação pela população e a diversidade de espécies locais foi utilizado o estudo florístico e estrutural realizado por Botrel et al. (2002)

na Mata da Ilha, remanescente de aproximadamente 17 ha localizado a cerca de 3 km da área urbana do município, às margens do rio Ingaí. Essa mata possui

um gradiente ambiental, proporcionando diversos microhabitats, devido a variações no tipo de solo, fertilidade, umidade e relevo. Podemos encontrar desde espécies típicas de áreas ciliares até espécies de terra firme, incluindo floresta semidecídua e cerrado.

Para a categoria medicinal, além da descrição qualitativa dos resultados, foi calculada a importância relativa das espécies utilizadas pela comunidade local, de acordo com Amorozo e Gély (1988), por meio da concordância quanto ao uso principal (CUP), fator de correção (FC) e concordância quanto ao uso principal corrigida (CUPc). Os referidos índices são baseados no número de informantes que citaram determinada espécie e os resultados indicam aquelas com potencial para estudos farmacológicos.

Resultados e discussão

Foram coletados 143 espécimes, dos quais 138 foram identificados quanto à espécie, quatro quanto ao gênero e uma quanto à família (Tab. 1). No total, foram registradas 49 famílias botânicas e 108 gêneros, divididos em diferentes hábitos: arbóreos (100 espécies), arbustivas (16), herbáceas (20) e trepadoras (7).

A família de maior riqueza florística foi Fabaceae, com 20 (13,98%) espécies citadas, distribuídas em hábitos arbustivo e arbóreo (21). Desta família foram citadas espécies de uso medicinal (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. Erythrina falcata Benth.),

madeireiro (Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld, Machaerium nictitans (Vell.) Benth., Machaerium stipitatum (DC.) Vogel, Machaerium villosum Vogel),

para lenha (Sebastiania commersoniana (Baillon)

Smith & Dows, Copaifera langsdorffii Desf.) e

também para outros usos, como a construção de carros de boi (Bowdichia virgilioides Kunth, Platycyamus regnellii Benth.), sendo algumas das espécies próprias

para mais de um uso.

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Tabela 1. Lista das espécies botânicas coletadas, citadas pelos entrevistados durante o levantamento etnobotânico no município de Ingaí, MG, Brasil com seus respectivos nomes vulgares, hábitos, usos, destino e registro no Herbário ESAL.

Família/Espécie Nome vulgar Hábito Uso Destino Registro

ESAL

ALISMATACEAE

Echinodorus grandiflorus Mitch. chapéu-de-couro Herbáceo M1 S 16717

AMARANTACEAE

Gomphrena macrocephala A. St.-Hil. para-tudo Herbáceo M1 S 16718

ANACARDIACEAE

Anacardium humile A. St.-Hil. caju Arbustivo M1 S 16719

Lithraea molleoides (Vell.) Engler aroeira Arbóreo L S e C 16770

Schinus terebinthifolius Raddi aroeira-periquita; Arbóreo L S 16722

aroeira-da-beira-do-rio

Tapirira obtusa (Benth.) Mitchell peito-de-pomba Arbóreo L S e C 16721 ANNONACEAE

Rollinia emarginata Schltdl. araticunzinho-da- Arbóreo M3 - 16725

beira-do-rio

R. laurifolia Schltdl. araticum-macaco; Arbóreo M3 - 16726

só-brasil; mutamba

R. sericea (R.E. Fries) R.E. Fries araticum Arbóreo L S 16727

APOCYNACEAE

Aspidosperma parvifolium A. DC. congonha-do-mato Arbóreo M3 - 16731

A. ramiflorum Müll. Arg. peroba-branca Arbóreo M3 - 16732

A. spruceanum Benth. guatambu-canário Arbóreo M3 - 16733

AQUIFOLIACEAE

Ilex cerasifolia Reisseck congoinha; congoinha- Arbóreo M1 S 16852

miúda; congonha-da-serra

ARALIACEAE

Dendropanax cuneatus (DC.) Decne & Planchon mandioca-do-mato; Arbóreo APP S 16736 mandiocão

ARISTOLOCHIACEAE

Aristolochia gilbertti Hook milhomem Trepadeira M1 S 16737

ASTERACEAE

Alomia fastigiata Benth mata-pasto Herbáceo M1 S 16738

Baccharis dentata (Vell.) G.M. Barroso alecrim-do-grande Arbustivo M1 S 16776 B. dracunculifolia DC. alecrim; alecrim-do-campo Arbustivo M1 S 16777

B. trimera (Less.) DC. carqueja Herbácea M1 S 16739

Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish candeinha Arbóreo M2 C 16740

E. incanus (Less.) Less. candeia; candeião Arbóreo M2 C

Mikania hirsutissima D.C. cipó-cabeludo (legítimo) Trepadeira M1 S 16742

M. sessilifolia D.C. orelha-de-onça Herbáceo M1 S 16743

Vernonia diffusa Less. cambará Arbóreo CF - 16745

V. polyanthes Less assa-peixe Arbustivo L S 16746

BIGNONIACEAE

Cybistax antisyphillitica Mart. cinco-folhas Arbóreo M1 S 16747

Jacaranda decurrens Cham. carobinha Arbustivo M1 S 16748

Jacaranda sp. carobinha-do-campo Arbustivo M1 S 16749

Pyrostegia venusta Miers. cipó-de-são-joão; Trepadeira M1 S 16750

cipó-vermelho

Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. ipê-do-campo Arbóreo M3 - 16752

T. serratifolia (Vahl) Nichols. ipê-branco Arbóreo M3 - 16753

BUDDLEJACEAE

Bluddleja brasiliensis Jacq. baibasso Herbáceo M1 S 16757

BURSERACEAE

Protium heptaphyllum (Aubl.) March. amescla-vermelha Arbóreo CC - 16758

P. widgrenii Engler amescla-branca Arbóreo CC - 16760

(5)

Tabela 1 (continuação)

Família/Espécie Nome vulgar Hábito Uso Destino Registro

ESAL

CECROPIACEAE

Cecropia pachystachya Trécul embaúba Arbóreo L S 16772

CELASTRACEAE

Austroplenckia populnea (Reisseck) Lundell perereca-do-campo Arbóreo M1 S 16761 CHENOPODIACEAE

Chenopodium ambrosioides L. erva-santa-maria Herbáceo M1 S 16774

CLUSIACEAE 16775

Vismia brasiliensis Choisy casca-de-barata; moranga Arbóreo L; CC S 16766 CONNARACEAE

Lamanonia ternata Vell. açoita-cavalo (vermelho) Arbóreo CC - 16769

CONVOLVULACEAE

não identificada cipó-cabeludo Trepadeira M1 S

DILLENIACEAE

Davilla rugosa Poir. cipó-caboclo Trepadeira M1 S 16778

Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl. cipó-caboclo Trepadeira M1 S 16793 EBENACEAE

Diospyros hispida A.DC. araçá-do-mato Arbustivo L S 16781

EUPHORBIACEAE

Actinostemon concolor (Sprengel) Müll.Arg. batinga; catiguá-de-espinho Arbóreo CB; FM; L e CC S 16782 Croton antisyphiliticus Mart. ex M. Arg. curraleira Arbóreo M1 S 16794

C. floribundus Sprengel capixingui Arbóreo M3 - 16779

C. urucurana Baillon sangra-d’água Arbóreo CC - 16784

Hyeronima ferruginea Tul. vermelhão-do-mato Arbóreo CC - 16785

Pera obovata Baill. fruta-de-jacu; marmelinho Arbóreo CC; L S e C

Sebastiania commersoniana (Baillon) bertanha; leiteirinha-da- Arbóreo CC; L S 16789

Smith & Dows beira-do-córrego; leiteira

FABACEAE CAESALPINIOIDEAE

Bauhinia holophila (Stend.) Bong unha-de-boi; unha-de-vaca Arbóreo M1 S 16814 B. longifolia (Bongard) Steudel unha-de-boi-do-mato; Arbóreo AP S 16815

espinho-agulha

Copaifera langsdorffii Desf. copaiba; óleo-amarelo; Arbóreo CC; CB - 16817 óleo-vermelho

Senna occidentalis (L.) Link (=Cassia fedegoso Arbustivo M1 S 16822

occidentalis L.) FABACEAE FABOIDEAE

Andira fraxinifolia Benth. argilim Arbóreo CC - 16834

Bowdichia virgilioides H.B.K. sucupira Arbóreo M1; CC e S 16835

M3; CB

Erythrina falcata Benth. sarnão Arbóreo M1 S 16838

Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld bico-de-andorinha Arbóreo L; CC e M3 S 16847

M. nictitans (Vell.) Benth. bico-de-pato Arbóreo L; CC e M3 S 16846

M. stipitatum (DC.) Vogel monjolinho; joão-pelado Arbóreo L; CC e M3 S 16845

M. villosum Vogel jacarandá Arbóreo L; CC e M3, G S 16844

Platycyamus regnellii Benth. pereira Arbóreo CB - 16843

Platypodium elegans Vogel jacarandazinho Arbóreo L; CC e M3; CB S 16849 FABACEAE MIMOSOIDEAE

Enterolobium gummiferum (Mart.) Macb. chapadinho-do-campo Arbóreo CC

-Rhynchosia phaseoloides (Sw.) DC tento-miúdo Arbóreo M1 S 16954

Inga vera Willd. angá Arbóreo AL; RC S 16828

Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & Grimes cortiça Arbóreo R S 16829 Mimosa bracaatinga Hoehne alecrim-da-beira-do-rio Arbustivo CC - 16830 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. pau-jacaré Arbóreo CC, L S 16832 FABACEAE MIMOSOIDEAE

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. barbatimão Arbóreo M1, CCO e L S 16833 FLACOURTIACEAE

Casearia decandra Jacquin espeto Arbóreo CC - 16795

(6)

Tabela 1 (continuação)

Família/Espécie Nome vulgar Hábito Uso Destino Registro

ESAL

Casearia lasiophylla Eichler amburici Arbóreo CC - 16796

C. sylvestris Swartz erva-lagarto; erva-lagarto- Arbóreo CC, M1 S 16797 do-mato

Xylosma ciliatifolium (Clos.) Eichler espinho-de-judeu; espinho- Arbóreo CC - 16799 bravo; espinho-de-roseta

LAMIACEAE

Hyptis carpinifolia Benth. rasmaninho Herbáceo I S 16800

Peltodon radicans Pohl. hortelã-do-mato (verdadeiro) Herbáceo M1 S 16802

Peltodon sp. hortelã-do-mato Herbáceo M1 S 16801

LAURACEAE

Nectandra lanceolata Nees canela-branca Arbóreo M3 e CC - 16807

N. megapotamica (Sprengel) Mez canela-batalha; Arbóreo M3 e CC - 16808 canelinha-branca

N. oppositifolia Nees canela-amarela Arbóreo M3 e CC

-Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer sassafrás Arbóreo L; RP; M3 e CC S

O. velloziana Meisner canela-preta Arbóreo M3 e CC - 16812

Persea pyrifolia Nees massaranduba Arbóreo M3 - 16813

LOGANIACEAE

Strychnos brasiliensis (Sprengel) Mart. quina-cruzeiro Arbustiva M1 S 16839 LYTHRACEAE

Lafoensia pacari A. St.-Hil. dedal Arbóreo CC - 16850

MAGNOLIACEAE

Talauma ovata A. St.-Hil. pinho-do-brejo Arbóreo CC, CO - 16842

MALVACEAE

Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Gibbs & Semir paineira Arbóreo AL; T - 16754 Luehea divaricata Mart açoita-cavalo; salta-cavalo; Arbóreo L; G S 16854

tramanca MELASTOMATACEAE

Miconia pepericarpa DC. santo-antônio Arbóreo L; M2 C 16841

Tibouchina stenocarpa (DC.) Cogn. quaresma Arbóreo Ol, L S 16859

MELIACEAE

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjerana Arbóreo CA

-Cedrela fissilis Vell. cedro Arbóreo M1, G S 16860

MORACEAE

Brosimum gaudichaudii Trécul manacá Arbustivo M1 S 16866

Dorstenia brasiliensis Lam. carapiá Herbáceo M1, ACI S 16867

Ficus mexiae Standl. figueira Arbóreo CC - 16868

Maclura tinctoria D. Don. ex Steud. moreira Arbóreo L, CC S 16869

MYRSINACEAE

Myrsine guianensis (Aublet) Kuntze cotovelo; carvãozinho- Arbóreo CC -do-campo

M. lancifolia Mart. pororoca-do-campo Arbóreo CC - 16872

M. umbellata Mart. pororoca; capororoca Arbóreo M1, L S 16873

MYRTACEAE

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg jambo-do-campo Arbóreo CC - 16874 Calyptranthes clusiifolia (Miq.) O. Berg orelha-de-burro Arbóreo CC - 16876 Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg sete-casacas; sete-casacas- Arbóreo CF; L S 16877

da-miúda

C. pubescens (DC.) O. Berg gabiroba Arbustivo AL; CC

-Eugenia neomyrtifolia Sobral catiguá Arbóreo CB - 16881

E. uniflora L. pitanga Arbóreo CF; L S 16885

Myrcia multiflora (Lam.) DC. cambuí Arbóreo L S e C 16890

M. rostrata DC. piúna Arbóreo L S e C 16891

Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum carvão Arbóreo CC - 16895

Psidium guajava L. goiabeira Arbóreo M1, L S e C 16897

(7)

Tabela 1 (continuação)

Família/Espécie Nome vulgar Hábito Uso Destino Registro

ESAL

Psidium guianense Sw. araçá Arbustivo L; AL S

P. rufum Mart. goiabeira-do-mato; gioabeira- Arbóreo L S e C 16898

brava

Siphoneugena widgreniana O. Berg brasa-viva Arbóreo L S e C

OXALIDACEAE

Oxalis hirsutissima Mart. & Zucc. azedinha Herbáceo M1 S 16902

PICRAMNIACEAE

Picramnia ciliata Mart. catiguá Arbóreo CC - 16904

POLYGALACEAE

Bredemeyera laurifolia (St. A.-Hil. & Mog) Kl. joão-da-costa Herbáceo M1 S 16905 PROTEACEAE

Roupala montana Aublet carne-de-vaca Arbóreo CC - 16908

ROSACEAE

Rubus urticaefolius Poir. amorinha Arbustivo M1 S 16955

RUBIACEAE

Alibertia concolor (Cham.) K. Schum. marmelada Arbóreo L S e C 16911

Amaioua guianensis Aublet marmelada Arbóreo S e C 16913

Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. canjica Arbóreo CC - 16915 Palicourea coriacea (Cham.) K. Schum. douradinha; congonha- Herbáceo M1 S 16918

do-campo

Psychotria sp. guiné; giné-pulga-preta; Herbáceo M1 S 16956

guinezinho-do-campo

Randia nitida (Kunth) DC. limãozinho-do-mato Arbóreo CB - 16920

Relbunium hirtum Schum. tomba-carro Herbáceo V S 16930

Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. congonha-do-bugre Arbóreo M1 S 16921

Spermacoce cf. tenella H.B.K cordão-de-frade Herbáceo M1 S 16957

RUTACEAE

Galipea jasminiflora (A. St.-Hil) Engler canela-de-viado Arbóreo CC - 16922

Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca Arbóreo L S 16924

SAPINDACEAE

Cupania vernalis Cambess. camboatá Arbóreo M1, CC S 16925

SCROPHULARIACEAE

Scoparia dulcis L. vassourinha-doce Herbáceo M1 S 16928

SMILACACEAE

Smilax cissoides Mart. japecanga-do-cupim Trepadeira M1 S 16929

SOLANACEAE

Datura stramonium L. mata-carneiro Herbáceo M1 S 16932

Solanum lycocarpum A. St.-Hil lobeira Arbustivo M1 S 16933

S. paniculatum L. jurubeba Arbóreo M1 S 16935

S. subumbellatum Vell. velame-do-cupim Herbáceo M1 S 16934

STYRACACEAE

Styrax camporum Pohl cotovelo Arbóreo CC - 16936

THYMELAEACEAE

Daphnopsis brasiliensis Mart. & Zucc. imbira-branca Arbóreo L, AM C 16938

D. fasciculata (Meisner) Nevl. imbira-vermelha Arbóreo L, AM C 16939

VERBENACEAE

Lantana camara L. cambarazinho Arbustivo M1 S 16948

VOCHYSIACEAE

Callisthene major Mart. aroeirinha Arbóreo CC - 16947

Qualea sp. dedal (dedalo) Arbóreo CC, L e M2 S e C 16950

Qualea multiflora Mart. boizinho-do-campo; Arbóreo L S

cavalinho-do-campo

Vochysia thyrsoidea Pohl congonha Arbóreo LM1 SS 16951

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trimera (Less.) DC., Mikania hirsutissima D.C., Mikania sessilifolia D.C., Vernonia polyanthes

Less), duas para feitio de moirões (Eremanthus

erythropappus (DC.) MacLeish, Eremanthus

incanus (Less.) Less.) e as restantes, junto com Vernonia polyanthes Less,para lenha.

De acordo com as informações da população local, as categorias de usos da vegetação foram divididas em quatro tipos:

1. madeira: espécies usadas para construção civil e fabricação de móveis;

2. medicinal: espécies apontadas como tendo algum uso terapêutico;

3. lenha: espécies usadas como combustível; 4. diversos usos: espécies usadas na fabricação de artesanato, ferramentas, carros de boi e utilizadas na alimentação.

Das plantas citadas 56 (39,16%) foram indicadas como úteis para fins madeireiros 53 (37,06%) como medicinais e 37 (25,87%) na categoria lenha (ruim ou boa). Para a categoria diversos usos, foram citadas 32 espécies (22,37%). Muitas espécies foram mencionadas para dois ou mais usos, como por exemplo, Talauma ovata A. St.-Hil. (construção civil

e feitio de colheres), Actinostemon concolor

(Sprengel) Müll. Arg. (carro de boi, ferramenta para marcenaria, lenha e construção civil), Bowdichia virgilioides Kunth (medicinal, construção civil e

fabricação de móveis) e Machaerium hirtum (Vell.)

Stellfeld (lenha, construção civil e fabricação de móveis),

O índice de diversidade de Shannon para uso das espécies foi de H’= 4,84. Esse valor pode ser considerado alto quando comparado com os resultados do trabalho de Begossi (1996), que apresentou índices de diversidade para vários países variando entre 2,99 (Nicarágua) e 5,95 (México). Para essa autora, índices de diversidade altos sugerem que a população utiliza uma grande parcela da diversidade local e espera-se que quanto maior a diversidade florística local, maior a diversidade de espécies usadas.

O levantamento florístico e estrutural da Mata da Ilha mostrou que tanto o índice de diversidade (H’ = 3,73) quanto o de equabilidade (J’ = 0,76) foram baixos, se comparados a outras comunidades vegetais da região, indicando forte dominância ecológica nesse remanescente. Como esse estudo só inclui espécies com DAP ≥ 15,5 cm, estimamos também a diversidade de uso apenas das espécies arbustivas e arbóreos do levantamento etnobotânico (correspondendo a 80,5% do total de plantas citadas). Ao contrário da baixa

diversidade de espécies encontrado para a Mata da Ilha, a diversidade de usos de espécies arbustivas e arbóreos foi alta (H’= 4,7). Esse resultado mostra que a população estudada conhece e utiliza a maior parte das espécies disponíveis no ambiente e que não há um predomínio no uso de apenas algumas espécies, o que é confirmado também pelo alto valor de equabilidade, tanto para o uso da flora em geral (J’ = 0,95) quanto para o uso apenas de espécies arbustivas e arbóreos (J’ = 0,95).

Os altos valores para os índices de diversidade de usos foram, em parte, devido ao grande número de espécies citadas que, por sua vez, pode ter sido influenciado pela idade dos informantes e pelo contato que estes tiveram ou ainda têm com a área rural. Um exemplo disso é o caso do informante sete (54 anos), que viveu durante 28 anos na zona rural, tendo contato regular com essa região e que, sozinho, citou 130 espécies de vários hábitos e usos.

Ao comparar os índices de diversidade da flora e de diversidade de usos deve-se considerar que os procedimentos para a obtenção de ambos são diferentes. Enquanto para o primeiro há uma separação entre o pesquisador e o fato observado e é possível a quantificação de todos os resultados obtidos, para o segundo, não se tem controle sobre as variáveis, pois as informações usadas para o cálculo estão sujeitas à memória de quem dá a informação, ao contexto histórico do local em que o informante vive e à própria interpretação do pesquisador na coleta dos dados.

O contato dessas pessoas com o ambiente se refletiu, também, na forma como elas diferenciaram tipos de vegetação. As áreas “com mais árvores juntas”, foram denominadas pelos informantes como

mato. Como campo foram chamados os locais com vegetação rasteira e cerrado aqueles com poucas árvores esparsas. O termo terreno de cultura foi muito usado para designar os locais arados que já foram ou ainda são usados para plantios agrícolas.

Durante as entrevistas notou-se ainda uma certa preferência por tipos fisionômicos e plantas de determinados locais: “cerrado é mato ruim. A gente planta e não dá mantimento”; “madeira boa é que dá no mato, a do cerrado não é boa”. Isso pode ser

devido ao fato de as áreas mais férteis estarem geralmente localizadas próximas aos cursos d’água onde naturalmente ocorrem as matas ciliares. Segundo Resende et al. (1988), é comum que a fertilidade

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influência direta do curso d’água apresentaram fertilidade química mais elevada e drenagem mais restrita, onde ocorre a floresta estacional semidecidual aluvial, enquanto aqueles mais distantes foram os mais pobres em nutriente e melhor drenados, onde podemos encontrar espécies de cerradão.

Outro fato importante é que a proteção contra o fogo que algumas árvores do cerrado possuem, representada pela cortiça, e seu aspecto retorcido faz com que as pessoas as classifiquem como uma “madeira à toa”, ou seja, adequada somente para

feitio de rolhas. No entanto, apesar das espécies de cerrado serem consideradas como madeiras ruins, foram as mais citadas como medicinais, indicando o grande potencial terapêutico existente nessas áreas, como já foi mostrado por Rodrigues e Carvalho (2001). A forma de identificação das plantas variou de acordo com a experiência de cada informante. O informante 1, por exemplo, que demonstrou um grande conhecimento da vegetação, reconhecia as plantas de acordo com seu estádio evolutivo: as plantas jovens eram identificadas pelas folhas e as adultas pela casca. Para plantas muito semelhantes ou aquelas pertencentes a um mesmo gênero, outras caracterís-ticas de identificação foram utilizadas, como é o exemplo de Nectandra megapotamica (Sprengel)

Mez (canela-batalha), que segundo o informante “diferencia das outras canelas pela cor e pelos veios da casca”.

Assim como no saber científico, os informantes dividem as espécies em famílias de acordo com características comuns que estas apresentam: “canjerana é da mesma família do cedro”, “paineira é da mesma família do quiabo”. Este último

comentário se deve ao fato de as folhas mais novas da paineira serem usadas como alimento e seu sabor se assemelhar ao do quiabo.

A classificação das espécies em famílias indica o alto grau de observação de um homem simples com respeito à vegetação, pois somente no novo sistema de classificação (Angyosperm Phylogeny Group 1998), realizado com o auxílio de testes de DNA, Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Gibbs & Semir (paineira), que

pertencia à família Bombacaceae nos sistemas de classificação tradicionais, passou a integrar a família do quiabo (Hibiscus esculentus L. família

Malvaceae).

O exemplo citado acima é ilustrativo do que Thiollent (2002) chamou de saber especialista, definido por ele como aquele dotado de capacidade de abstração, e saber informal, que é resultado da

experiência concreta das pessoas comuns. Esse autor adverte que, embora alguns pesquisadores acreditem que os membros das classes populares não sabem nada, não conseguem dominar raciocínios abstratos e que os especialistas nunca erram, geralmente o saber popular é rico e espontâneo. Para ele, o saber do especialista deveria estabelecer formas de comunicação e de intercompreensão com os agentes do saber popular.

Com relação aos nomes vulgares, algumas vezes o mesmo nome foi dado a espécies diferentes por um mesmo informante. Isso se deve ao fato de algumas espécies serem morfologicamente muito semelhantes, como no caso de Davilla rugosa Poir. e Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl., ambas vulgarmente

chamadas de cipó-caboclo. O contrário também pode ocorrer quando uma mesma espécie apresenta variações morfológicas de acordo com o ambiente. Como exemplo podemos citar espécies que apresentam folhas maiores em locais com menos luz e menores a pleno sol; ou texturas de folhas diferentes como encontradas para Casearia sylvestris Swartz, que

apresenta variações morfológicas entre os espécimes que ocorrem em áreas de cerrado daqueles encontrados em áreas de matas.

As espécies mais citadas como tendo efeito terapêutico foram Bredemeyera laurifolia (A. St.-Hil.

& Mog) Kl, Ilex cerasifolia Reisseck, Psychotria sp., Solanum lycocarpum A. St.-Hil.e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. (Tab. 2). Com relação à

concordância quanto ao uso principal (CUP), apenas

B. laurifólia (A. St.-Hil. & Mog) Kl, apresentou valor

abaixo de 60%. As espécies Brosimum gaudichaudii

Trécul, Cybistax antisyphillitica Mart., Erythrina falcata Benth., Dorstenia brasiliensis Lam., Echinodorus grandiflorus Mitch, I. cerasifolia

Reisseck, S. lycocarpum A. St.-Hil., Smilax cissoides

Mart. e Strychnos brasiliensis (Sprengel) Mart.

apresentaram CUP igual a 100%.

A concordância quanto ao uso principal em relação à espécie mais citada (CUPc) apresentou valores variando entre 33,3% e 100%. Apenas Vernonia polyanthes e Croton antisyphiliticus apresentaram

valores inferiores a 40%. As outras espécies tiveram valores superiores a 60%, merecendo destaque Ilex cerasifolia Reisseck e Solanum lycocarpum

A. St.-Hil., com valores integrais de CUPc.

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Tabela 2. Importância relativa das espécies medicinais citadas por três ou mais informantes no município de Ingaí, MG, Brasil, de acordo com seu uso principal e concordância quanto ao uso principal. CUP = Percentagem de concordância quanto aos usos principais; FC = Fator de correção; CUPc = Percentagem de concordância quanto aos usos principais corrigida.

Espécie Informantes Número Usos principais Citação do CUP FC CUPc

de usos uso principal

Bredemeyera laurifolia (A. St.- Hil. & 6 3 infecção de útero e ovários, 3 50,0 1,0 50,0

Mog) Kl. engravidar

Ilex cerasifolia Reisseck 6 7 infecção de rins 6 100,0 1,0 100,0

Psychotria sp. 6 4 dores no corpo e dor de dente 4 66,7 1,0 66,7

Solanum lycocarpum A. St.-Hil. 6 1 depurativo do sangue 6 100,0 1,0 100,0 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov. 6 3 cicatrizante 4 66,7 1,0 66,7

Baccharis trimera (Less.) DC. 5 4 males do estômago 4 80,0 0,8 66,7

Brosimum gaudichaudii Trécul 4 1 depurativo do sangue 4 100,0 0,7 66,7

Cybistax antisyphillitica Mart. 4 2 depurativo do sangue 4 100,0 0,7 66,7

Erythrina falcata Benth. 4 1 depurativo do sangue 4 100,0 0,7 66,7

Jacaranda decurrens Cham. 4 2 depurativo do sangue 3 75,0 0,7 50,0

Palicourea coriacea (Cham.) K. Schum. 4 2 infecção de rins 3 75,0 0,7 50,0 Croton antisyphiliticus Muell. Arg. 3 2 infecção de útero e ovários 2 66,7 0,5 33,3

Dorstenia brasiliensis Lam. 3 2 tosse; dor de dente 3 100,0 0,5 50,0

Smilax cissoides Mart. 3 1 depurativo do sangue 3 100,0 0,5 50,0

Strychnos brasiliensis (Sprengel) Mart. 3 2 males do estômago 3 100,0 0,5 50,0

Vernonia polyanthes Less 3 3 pneumonia 2 66,7 0,5 33,3

por exemplo, citada para infecção de rins, diurético e calmante, com valores de CUP e CUPc iguais a 100%, merece atenção especial. Espécies pertencentes a esse gênero, tal como I. paraguariensis (erva-mate),

possuem comprovado valor terapêutico devido à presença em sua composição química, de cafeína, teobromina, flavonóides e vitaminas que atuam no sistema cardiovascular e respiratório, tecido muscular, trato intestinal e sistema nervoso central, além de ser considerada como diurética (Valduga et al. 2000).

Entre os fatores que podem influenciar na opção pelo uso de plantas como terapêuticas pode ser o econô-mico e a pouca estrutura que o município possui para tratar os seus enfermos, sendo necessário se desloca-rem até o município de Lavras, a 30 km de distância.

O fator econômico pode estar relacionado também ao uso da lenha como combustível. Mais de dois terços da humanidade usa a lenha para cocção de alimento e às vezespara aquecimento (Flores-Lopes, dados não publicados). Na sede do município de Ingaí, MG, o uso da lenha pela maioria das famílias é muito comum. Não raro, pode-se observar durante caminhadas pela cidade, a presença de chaminés, serpentinas e feixes de lenha armazenados nas residências. Dos 17 entrevistados, somente um não possuía fogão à lenha devido a problemas respiratórios.

A existência da comercialização de lenha de espécies nativas no município foi citada por mais de

um informante. No entanto, a maioria das pessoas preferiu não falar no assunto por medo da fiscalização por parte de órgãos ambientais, fazendo apenas alguns comentários: “lenha agora é só de eucalipto... antes era óleo-copaiba, goiabeira-do-mato, caporo-roca”;madeira de cerrado não acha, só acha de eucalipto, por causa do IBAMA.

(11)

lenha se caracteriza como um processo de integração intensa, desenvolvendo um sentimento coletivo de solidariedade social e cooperação entre os indivíduos associados em grupos. Durante os relatos, não foi registrada nenhuma queixa indicando insatisfação ao coletar lenha.

De acordo com os informantes, a maior parte dos proprietários rurais permite a retirada de lenha em suas propriedades, desde que seja somente feixes de galhos secos carregados na cabeça: Durante o acompa-nhamento a uma coleta de lenha foi detectada a presença de cepas com marcas de machado no interior do fragmento florestal, sem no entanto ser possível saber a qual uso se destinou esses espécimes.

Alguns proprietários proíbem a coleta de lenha em suas propriedades e por isso o informante 14, que também é um proprietário de terras no município, defende as coletoras de lenha. Segundo ele, essas proibições dificultam o trabalho das mulheres e que um outro problema que elas enfrentam é devido à polícia florestal, dando a entender que antes a coleta

de lenha eramais intensiva.

O uso de lenha que não seja de espécies nativas não é muito comum. No entanto, às vezes elas utilizam lenha proveniente de reflorestamento, e consideram que o eucalipto como de boa qualidade. A coleta é inclusive adaptada para essa espécie, usando ganchos para puxar os galhos. Uma outra alternativa à lenha de espécies nativas seria a lenha proveniente de cafezais. No entanto, opiniões com relação à sua qualidade não são unânimes. Apesar da ser considerada de boa qualidade por alguns, foi considerada ruim pelas mulheres entrevistadas, persistindo, entre elas, a preferência por nativas.

Quando questionadas a respeito da escassez de lenha, algumas coletoras afirmaram que “antes tinha muita lenha, agora tem que andar muito pra buscar”. Isso mostra que as coletoras percebem as

transformações que ocorrem na paisagem como resultado do processo de ocupação dos espaços.

Durante uma coleta programada com uma das coletoras, foi realizada uma caminhada de 30 minutos até o local da coleta. Constatou-se que a facilidade de obter lenha com maior rapidez é um privilégio das coletoras mais jovens, visto que aquelas que citaram distâncias maiores para encontrar o combustível são mais velhas e muitas vezes já não praticam a atividade de coleta, geralmente por problemas de saúde. Algumas dessas coletoras inativas atualmente obtêm lenha por meio de terceiros. Somente uma delas substituiu totalmente o uso do fogão à lenha pelo fogão a gás,

indicando que a tradição no uso da lenha pela população local continua.

A restrição ao uso de certas espécies, independente de serem boas ou ruins para uso lenheiro, também foi detectada. Espécies como Cedrela fissilis Vell.

(cedro), destinada a usos nobres, e Eremanthus incanus (Less.) Less. (candeia), utilizada como

mourão, geralmente são poupadas do uso como lenha. Outra restrição ocorre com relação a espécies cujo uso provocariam problemas de saúde. Litrhaea molleoides (Vell.) Engler (aroeira), por exemplo, devido

à alergia que causa quando viva, só é coletada seca. Além disso, essa espécie é considerada pesada e, por isso, de acordo com alguns informantes, muitas vezes é dispensada, já que geralmente quem faz a coleta de lenha são mulheres, que suportam menor peso que os homens. Já Lafoensia pacari A. St.-Hil. (dedal) é

considerada venenosa e não é queimada porque “a fumaça prejudica as vistas”. Esses procedimentos

talvez diminuam a pressão sobre essas espécie, pelo menos para uso como lenha..

Algumas espécies consideradas como de boa qualidade para uso como lenha são evitadas também devido a conotação sagrada ou mágicas atribuídas a elas, mostrando que a crença popular tem um papel importante no controle do uso de algumas espécies, como se percebe nos depoimentos abaixo:

“Óleo-copaíba é boa lenha, mas dizem que atrai trovão”.

“Barbatimão eu não coletava pra lenha, pra não atrair trovão”.

“Cedro não pode queimar porque a cruz de Jesus foi feita de cedro”.

“Embaúba não pode queimar porque quando Nossa Senhora fugia com Jesus, a embaúba abriu e Ela escondeu O filho lá dentro”.

“Santo-antônio é lenha ruim e dá azar queimar. Ele chora roxo e espirra igual foguete”.

Embaúba é lenha ruim e os antigos falavam que não pode queimar, dá azar e chora no olho”.

As interpretações que uma sociedade faz dos acontecimentos e as explicações que produzem expressam o saber popular. A explicação mágica atribuída a alguns fenômenos não são simplesmente fatos imaginários e sim, resultado do que essa sociedade institucionaliza como real (Martinic 1994).

(12)

Porém, durante as entrevistas foi relatada a existência de um raizeiro, hoje já falecido, que curava as pessoas que o procuravam por meio do conhecimento adquirido na literatura.

Somente cinco dos entrevistados disseram que costumam passar o conhecimento que adquiriram dos pais para outras pessoas, o que pode levar a uma perda desse conhecimento caso não haja interesse, principalmente por parte dos jovens, em procurar por esse tipo de informação.

Esse conhecimento é resultado de anos de experimentação daqueles que usam a vegetação e possibilita a escolha da espécie de acordo com o uso a que se destina, como por exemplo, na construção de carros de boi e no feitio de gamelas. Para cada peça que compõe o carro de boi é usada uma espécie adequada. Para a confecção da cheda (mesa do carro de boi) é utilizado Platyciamus regnellii Benth.

(pereira); para a tiradeira (uma das peças utilizada para atrelar os bois ao carro), Actinostemon concolor

(Sprengel) Müll. Arg. (batinga); para as rodas,

Bowdichia virgilioides Kunth (sucupira); e para o

freiro (cerca colocada ao redor da mesa do carro de boi para transporte da carga) Eugenia neomyrtifolia

Sobral (catiguá). Para o feitio de gamelas (utensílio doméstico semelhante a uma tigela) as espécies escolhidas não devem ter “gosto ruim”. Lafoensia pacari A. St.-Hil. (dedal) deve ser evitado para este

uso por ser considerada venenosa.

O informante seis é um dos marceneiros mais antigos do município de Ingaí e, antes de se aposentar, vivia basicamente da venda de gamelas e pequenos objetos que fazia em sua marcenaria. Ele conta que o interesse em aprender a arte da marcenaria por parte das crianças que vivem nas vizinhanças é muito grande. Estas crianças, inclusive, trazem pequenas partes de madeira encontradas em suas caminhadas pela vegetação para feitio de pequenas peças na marcenaria. Luehea divaricata Mart. & Zucc.

(açoita-cavalo) e Cedrela fissilis Vell. (cedro)são as

preferidas para esse uso. A fabricação de ferramentas, usadas em marcenaria, com espécies madeireiras da região, também é um exemplo da versatilidade de usos dados à vegetação local.

Dentre outros usos encontrados pode-se citar ainda

Daphnopsis sp. (embira), utilizada pelas coletoras de

lenha nos locais de coleta para a amarração dos feixes de lenha, e as vassouras feitas utilizando Relbunium

hirtum Schum. (tomba-carro) e Baccharis

dracunculifolia DC. (alecrim-do-campo), de uso muito

comum localmente.

Em princípio, o uso de alternativas para alguns produtos industrializados poderia ser simplesmente devido a fatores econômicos. Porém, com o tempo, os usuários aperfeiçoaram os utensílios que na maior parte das vezes são considerados melhores que aqueles “comprados na loja”. Este é o caso dos travesseiros

feitos com Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Gibbs & Semir

(paineira), que são bastante usados no município. Quanto ao uso para alimentação, foi citado que as folhas jovens da Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Gibbs

& Semir (paineira) e os frutos do Inga vera Willd.

(ingá) são comestíveis.

A fragmentação a que vem sendo exposta a vegetação da região é um fato muito comentado pelos entrevistados: “essa mata já foi maior”, “conheci uma fazenda que tinha muito pau, hoje o povo estragou demais”. Quando questionados a esse

respeito, tecem sua preocupação com relação aos desmatamentos: “a lei que entrou devia ter vigorado a mais tempo”. Apesar desta preocupação, o corte

seletivo de espécies arbóreos é uma realidade, constatada durante a coleta de material botânico, dentro de várias matas da região.

A relação estabelecida entre a vegetação e a população em Ingaí, MG, pode ser considerada estreita no que diz respeito à comercialização de produtos de origem vegetal, sendo, em alguns casos, a base da economia familiar, como ocorre com o informante 1, que vive do comércio de balaios ou cestos de bambu. A comercialização de embira (Daphnopsis sp. e Lonchocarpus cultratus) para amarração, da candeia

para mourões (Eremanthus sp.) e diversas espécies

destinadas à lenha também foi mencionada.

Cada mourão de candeia (Eremanthus sp.) é

vendido a R$ 2,06 (dados do ano de 2000) e não há evidências da exploração dessa espécie para outros fins além deste, indicando o desconhecimento, por parte da população, em relação à importância farmacêutica e cosmética dessa espécie. Devido à presença, em seu óleo, da substância alfa-bisabolol, que possui uma potente ação antiinflamatória, esta tem sido largamente empregada pela indústria nacional e internacional (Paula 1997).

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Shiva e Dankelman (1994), a especificidade de interesses entre homens e mulheres leva a uma diferenciação de suas percepções ambientais.

Apesar da importância econômica que algumas espécies têm para as famílias, não foi observada a preocupação em manejar tais recursos naturais. Este quadro poderia ser revertido, caso essa população viesse a se sensibilizar do papel fundamental que possui na conservação do ambiente em que vive.

Com os resultados desta pesquisa foi elaborado e distribuído um boletim técnico às lideranças locais e escolas do município. Sugere-se a realização de ações educativas (ensino formal e não formal) para que o conhecimento local não desapareça. Por parte das polí-ticas públicas, espera-se que estratégias para a conser-vação das espécies sejam implementadas, e acredita-se que extensão rural poderia ser uma boa via.

Pode-se concluir com os resultados obtidos que a população pesquisada no município de Ingaí detém um grande conhecimento quanto às espécies nativas distribuídas nos vários estratos da vegetação e suas várias categorias de uso. A comercialização de espécies destinadas a uso lenheiro e feitio de mourões é uma atividade comercial comum no município. Já o uso de espécies medicinais e outros usos tem fins de subsistência.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos docentes Ary Teixeira de Oliveira Filho e Valéria Evangelista Gomes, pela identificação do material botânico; aos alunos do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Lavras; ao funcionário José Carlos; à estagiária Érica Aparecida da Silva; ao PROBIO, pelo apoio financeiro; e, em especial, aos moradores do município de Ingaí, MG, pela colaboração durante a realização da pesquisa.

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Imagem

Tabela 1. Lista das espécies botânicas coletadas, citadas pelos entrevistados durante o levantamento etnobotânico no município de Ingaí, MG, Brasil com seus respectivos nomes vulgares, hábitos, usos, destino e registro no Herbário ESAL.
Tabela 2. Importância relativa das espécies medicinais citadas por três ou mais informantes no município de Ingaí, MG, Brasil, de acordo com seu uso principal e concordância quanto ao uso principal

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