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Um método para estudo e construção do caso em psicopatologia.

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Academic year: 2017

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Psicóloga. Professora Doutora do Departam ento de Psicanálise e Psicopatologia da UFRGS, m em bro do Grupo de Trabalho da Anppep, Pesquisa em Psicanálise.

Ma rta Re g in a d e Le ã o D’Ag ord

E

ste trabalho tem origem na atividade de supervisão aca-dêm ica de estágio em Psicopatologia no curso de gradua-ção em Psicologia. Tal experiência de supervisão acadêm ica do estágio em psicopatologia está centrada na possibilidade de os alunos ressignificarem a experiência vivida junto aos pacientes. Segundo o dicionário Houaiss, ‘significação’ é o ato ou efeito de significar; aponta para um a representação m ental relacio-nada a um a form a lingüística, um sinal, um fato ou um gesto. Um a significação é um sentido ou significado que é dado a um signo, a um fato, etc.

Trabalham os com a perspectiva de um a significação em processo, na tem poralidade, isto é, um novo sentido dado a

RES UMO:Na situação de supervisão acadêm ica de estágio em psico-patologia, elaboram os um m étodo para a redação do estudo e cons-trução do caso. Esse m étodo consiste em um roteiro do qual destaca-m os para análise os tópicos: 1) exadestaca-m e do estado destaca-m ental e 2) posição transferencial. O uso desse m étodo vem m ostrando que o tópico posição transferencial produz um testem unho escrito de um a im pli-cação pessoal.

Palavras - c h ave : Estudo e construção do caso, psicopatologia, psica-nálise, m étodo.

ABSTRACT: A m ethod for the study and construction of a case in psychopathology. In the situation of academ ic supervision of psy-chopathology training, we elaborated a m ethod of w riting the case study and construction. This m ethod is based on a sum m ary of top-ics, som e of then are: 1) the m ental state exam , and 2) the transfer-ence position, and the diagnostic hypothesis. This m ethod’s practice show s that the transference position topic stands out a w ritten testi-m ony of the personal itesti-m plication.

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um fato pode aparecer algum tem po depois do fato ocorrido. Ou seja, aconte-cendo um fato ao qual é dado o significado 1 no tem po 1, no tem po 2, um novo sentido, ou um significado 2, será possível. Neste trabalho, nos referim os a um a ressignificação no sentido de um novo sentido, ou com o um a sucessão de novos sentidos ou significados possíveis. Essa experiência de dar novo significado a fatos e gestos será cham ada ‘ressignificação’.

A ressignificação da experiência é proposta na form a de um texto, o estudo e constr ução do caso. Com o objetivo de orientar esse processo, elaborou-se um roteiro ou sum ário de tópicos. Este roteiro inclui, entre outros, os seguin-tes itens:

• Exam e do estado m ental: no qual são descritas as funções que se encon-tram alteradas no paciente: atenção, senso-percepção, m em ória, orientação, cons-ciência, pensam ento, linguagem , inteligência, afeto, conduta.

• Posição transferencial: no qual se descreve com o o paciente se apresenta e em que lugar situa o estagiário em seu discurso; e com o o estagiário se sente nesse lugar.

DO EXAME À POS IÇÃO TRANS FERENCIAL

O exam e do estado m ental consiste em um a investigação de sinais e sintom as patológicos im portantes para a form ulação diagnóstica. As inform ações são cole-tadas a partir da entrevistas e observação.

No roteiro do estudo de caso, o exam e do estado m ental im plica um a obser-vação clínica, no entanto, a inclusão do tópico ‘posição transferencial’ supõe um trabalho de elaboração da escuta clínica. O m étodo proposto inclui, portanto, um a escuta da fala do paciente e um a observação e descrição de sintom as. Seria possível, em um a experiência de estágio em Psicopatologia, escutar a fala do sujeito do sintom a e observar o sintom a do paciente? Ao longo dos anos, nossos alunos nos m ostraram que isso é possível.

Qual é a influência m etodológica presente em psicopatologia quando se uti-liza o exam e do estado m ental? Sem dúvida, a prática de estágio em psicopatolo-gia origina-se de um a tradição psiquiátrica, ao nascer com o prática de observa-ção nas instituições psiquiátricas asilares e forenses. E a tradiobserva-ção psiquiátrica vem acom panhada do exam e clínico, o exam e do estado m ental, cham ado, por al-guns, de exam e das funções do ego.

Mas a prática do exam e é anterior à psiquiatria, com o nos revela a análise de Foucault ( 1975/ 2004) :

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científico-disciplinares, em que o norm al tom ou o lugar do ancestral, e a m edida o lugar do status, substituindo assim a individualidade do hom em m em orável pela do hom em calculável, esse m om ento em que as ciências do hom em se tornaram possíveis, é aquele em que foram postas em funcionam ento um a nova tecnologia do poder e um a outra anatom ia política do corpo.” ( p.161)

A observação e registro do com portam ento do indivíduo, a m edida com pa-rativa que tem com o referência a “ norm a” e os “ desvios” acom panham as práticas do exam e. Este está no centro dos processos que constituem o indiví-duo com o efeito e objeto de poder, com o efeito e objeto de saber. A vigilância sobre o indivíduo considerado “ desviante” inclui anotações escritas, form an-do um a rede que capta e fixa este indivíduo. Enfim , o exam e, afirm a Foucault ( 1975/ 2004) , “coloca os indivíduos em um cam po de vigilância” ( p.157) .

A crítica de Foucault às praticas de exam e, seja clínico seja escolar, dirige-se, portanto, ao processo de se tom ar o indivíduo com o objeto. Sem pre que alguém é tom ado por objeto, perde seu lugar de sujeito, de participante ativo e autor de sua história. A form ulação de um a teoria do indivíduo com o sujeito é um a con-tribuição da teoria psicanalítica, na m edida em que a hipótese do inconsciente supõe um a divisão do sujeito. Assim , no processo de escuta psicanalítica, o sujei-to é escutado com o ausujei-tor, m esm o que dividido, issujei-to é, m esm o que nada queira saber de sua participação, ativa ou passiva, na sua história de vida. A teoria psica-nalítica não pretende esgotar outros sentidos com preendidos sob o conceito de sujeito. No entanto, propõe aos praticantes de ciências e disciplinas com radical ‘psico’ um novo ponto de vista. Se som os objetos ou vítim as, de algum a m aneira com pactuam os com isso. Mesm o que disso nada saibam os, ou não suportem os saber. Ora, esse ponto de vista transform a nosso m odo de trabalhar com o prati-cantes de disciplinas com prefixo ‘psico’: pois não estam os m ais observando um indivíduo, m as escutando um sujeito.

A tendência daquele que se inicia nas práticas ‘psico’ é de se inserir na insti-tuição enquanto um olhar à procura dos desvios ou anom alias de com portam en-to. Este olhar é próprio ao “saber científico” que produz diagnósticos com base no exam e do estado m ental do paciente. Essa form a de olhar anuncia-se pela m anifesta perplexidade nos casos em que o indivíduo observado, o sujeito ora internado na instituição, nada aparenta, do ponto de vista do com portam ento, de bizarro ou desviante.

A escuta exige diacronia, isto é, exige escutar um dia depois do outro. O olhar é pontual. O olhar nos devolve aquilo que olham os. Antes precisam os aprender a escutar, depois poderem os aprender a diagnosticar.

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“O estagiário estava em Bonneuil para conviver com a criança, do m odo dela, a partir da história de vida, da cultura e dos sentim entos trazidos pelo estagiário. Segundo Mannoni, a criança só teria chances de sair do estado de ensim esm am ento e de alie-nação se tivesse a chance de conviver com pessoas que pudessem im aginar e se colo-car na relação com ela, independente de qualquer prévio conhecim ento da doença dela. ( ...) Na idéia original de Mannoni, o estagiário, ao estar livre do saber científico sobre a doença de um a determ inada criança, poderia criar form as de estar com ela, a partir de um encontro pessoal. Assim , a criança teria a oportunidade de ser pensada e im aginada pelo outro, para além da doença.” ( p.49)

O testem unho acim a relata um a form a de ruptura com as práticas de exam e e revela, tam bém , que essas práticas do exam e podem já estar incorporadas na prática do estagiário. Ou seja, os praticantes ‘psico’, na m edida em que estão identificados a um saber científico sobre a doença, tornam -se portadores de um olhar exam inador. Seguindo Foucault, poderíam os agregar: se há um indivíduo portador de um olhar diagnosticador sobre outros indivíduos, tom ados com o objetos, este indivíduo está identificado ao olhar e saber científico do qual é portador e representante. Portanto, não seria este indivíduo um produto, um efeito deste saber? E não seria próprio, daquele que é produto ou efeito, não se im plicar na sua tarefa?

Mas, ao propor que os estagiários escrevessem sobre a “posição transferen-cial”, inseríam os um a im plicação, um efeito de sujeito no ato de observação. A leitura da produção escrita dos estagiários referente a esse tópico levou-nos a concluir que a orientação para que escrevessem sobre a transferência, im plicava cada um na sua experiência. O tópico da posição transferencial desafiava e era considerado m om ento difícil da construção e estudo do caso. Era nesse tópico que aparecia a redação em prim eira pessoa.

Quando de sua descoberta dos fenôm enos transferenciais, com o lhe foi reve-lado pela experiência de Breuer, Freud havia observado o paradoxal na im plica-ção pessoal daquele que escuta. Suportar que a sua própria pessoa, aparentem en-te, esteja im plicada na fala do pacienen-te, sem se deixar im plicar pessoalm ente por essa aparência. Alguns anos m ais tarde, Freud ( 1914) com para a transferência a um playground.

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Palavra e ação se com plem entam e se excluem . Este “tudo” que é perm itido às pulsões (Trieben) ocorre dentro de um enquadram ento: tudo falar, substituindo atos por palavras. A m etáfora da transferência com o um playground (Tummelplatz) perm ite situá-la com o um lugar, lugar da palavra: discurso. E se Freud a subdivi-dia em transferência positiva e negativa, era porque concebia a pulsão com o se utilizando deste playground, ou seja, a pulsão com o um a dim ensão do sujeito divi-dido, e não o indivíduo.

Em nosso roteiro, é utilizada a expressão “posição transferencial”, o que se aproxim aria da idéia de transferência com o lugar, e tam bém da idéia de perm u-tabilidade ou m udança de lugar, pois um a posição pode não ser definitiva, m as m om entânea. Nesse tópico, apresenta-se, ainda, a seguinte orientação para o estudo da posição transferencial: “escreva com o o paciente se apresenta e em que lugar situa o estagiário em seu discurso e com o o estagiário se sente nesse lugar”. Eis duas acepções de transferência: um a que se refere ao discurso e outra que se refere a sentim entos. A prim eira orientação, “em que lugar o paciente situa o estagiário em seu discurso” pode ser incluída na categoria de transferência sim -bólica, e a segunda, “com o o estagiário se sente”, na categoria de transferência que cham arem os ‘im aginária’.

A transferência im aginária resulta da consideração aos sentim entos, e estes são recíprocos. Portanto, há relação dual e sim étrica entre terapeuta e paciente sem pre que se tom a a palavra com o portadora de sentim entos, pois os afetos ( em oções e sentim entos) são recíprocos. É no contexto da transferência im agi-nária, com o relação dual, que surge a contra-transferência, chancelando um a sim etria e reciprocidade entre terapeuta e paciente, com o dois indivíduos. Já a transferência sim bólica é a relação sujeito a sujeito quando se instala a palavra com o terceiro. Para situar a transferência sim bólica, é preciso, portanto, conside-rar o discurso. É neste sentido que Lacan ( 1953-1954/ 1979) resgata o em prego da palavra ‘transferência’, por Freud, na obra A interpretação dos sonhos:

“O m aterial significante, quer seja fonem ático, hieroglífico, etc. é constituído de form as destituídas do seu próprio sentido e retom adas num a organização nova atra-vés da qual um outro sentido encontra com o se exprim ir. É exatam ente a isso que Freud cham a Überträgung, transferência.” ( p.278)

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“A palavra não tem nunca um único sentido, o term o, um único em prego. Toda palavra tem sem pre um m ais-além , sustenta m uitas funções, envolve m uitos senti-dos. Atrás do que diz um discurso, há o que ele quer dizer e, atrás do que quer dizer, há ainda um outro querer-dizer, e nada será nunca esgotado.” ( p.275)

Três anos antes, em “Intervenção sobre a transferência”, Lacan ( 1951/ 1998) precisara essa função da palavra dirigida ao outro:

“Trata-se de posições discursivas e funções dessas posições: a transferência situaria a posição subjetiva daquele que enuncia, e todo objeto de um tal discurso nada m ais seria do que um a função dessa posição.” ( 1951/ 1998, p.217)

Assim, se o fenômeno transferencial já está dado, considerá-lo como transferência im aginária ou sim bólica seria um a questão de escuta. Ou seja, a transferência é tom ada im aginária ou sim bolicam ente por aquele que é dela o objeto ou a teste-m unha. Assiteste-m , a questão é coteste-m o escutar o discurso do paciente.

Em prim eiro lugar, é necessário estabelecer a distinção entre o sujeito enquanto eu, o falante, e o sujeito do inconsciente, que não fala, m as que rem ete o falante a um significante que o representa sem que ele, o falante, possa ter o controle sobre os efeitos do encadeam ento de significantes. As form ações do inconsciente são expressão da divisão entre o sujeito do enunciado, o sujeito gram atical que raciocina, m as não pensa, e o sujeito da enunciação, que pensa, m as não racioci-na. Em um a fala, trata-se da relação do falante ao tesouro de significantes, relação que Lacan denom inou relação ao cam po do Outro (Autre) . O cam po do Outro pode ser definido com o a alteridade fundam ental que estrutura, por sua presen-ça sim bólica, através da língua, as relações subjetivas e intersubjetivas ( de identi-ficação, de filiação) .

ES CUTAR COM OLHOS E OUVIDOS

O desafio de nosso m étodo de estudo e construção do caso em psicopatologia é fundam entar a escuta do psicopatológico com o abertura para a escuta das séries significantes, assim com o para a form ação de im agens a partir dessa escuta. E para fundam entar um m étodo de escuta da fala dos pacientes com o um discur-so situando aquele que enuncia e aquele que escuta, é precidiscur-so considerar a fala. Assim , a escuta nos levou para o terreno da linguagem , trajeto que já havia sido percorrido por Lacan, justam ente para delim itar a transferência sim bólica e para apontar para a escuta do encadeam ento de significantes. Nesse cam inho, Lacan encontrou os m item as de Lévi-Strauss ( 1955/ 1966) e as linhas sem ânticas do discurso de Jakobson ( 1975) .

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língua, é possível isolar unidades constitutivas que diferem entre si pelo grau de com plexidade, no m ito encontram -se grandes unidades constitutivas, os m ite-m as, que se situaite-m eite-m uite-m nível ite-m ais elevado que os foneite-m as, ite-m orfeite-m as e sem antem as. Para reconhecer e isolar os m item as, Lévi-Strauss propõe a análise estrutural guiando-se pelos princípios que servem de base à análise estrutural sob todas as suas form as. Esses princípios são os seguintes: a econom ia de explica-ção, unidade de soluexplica-ção, possibilidade de reconstituir o conjunto a partir de um fragm ento e de prever os desenvolvim entos ulteriores a partir de dados atuais.

Procedendo assim , o antropólogo francês descobriu que, no m ito, cada gran-de unidagran-de constitutiva tem a natureza gran-de um a relação; e que não se trata gran-de um a relação isolada, m as feixes de relações, e que é som ente sob a form a de com bina-ções de tais feixes que as unidades constitutivas adquirem um a função signifi-cante. É no nível da oração, portanto, que o autor proporá a análise do m ito. E é aí que se encontra a sua aproxim ação com a investigação lingüística de Jakobson. O m ito é narrado diacronicam ente ( e Lévi-Strauss ilustra a diacronia pela linearidade do discurso) , m as é possível proceder a um a leitura sincrônica ( re-presentando, em colunas, um traço com um que se trata de evidenciar) . As colu-nas ( verticais) representariam feixes de relações afastados no tem po, m as aproxi-m ados pela presença de traços coaproxi-m uns.

Para Jakobson ( 1975) , o desenvolvim ento de um discurso pode ocorrer se-gundo duas linhas sem ânticas diferentes: um tem a pode levar a outro, quer por sim ilaridade, quer por contigüidade.

“O m ais acertado seria talvez falar de processo m etafórico no prim eiro caso, e de processo m etoním ico no segundo, de vez que eles encontram sua expressão m ais condensada na m etáfora e na m etoním ia respectivam ente ( ...) Manipulando esses dois tipos de conexão ( sim ilaridade e contigüidade) em seus dois aspectos ( posicio-nal e sem ântico) — por seleção, com binação e hierarquização — um indivíduo re-vela seu estilo pessoal, seus gostos e preferências verbais.” ( 1975, p.55-56)

A idéia de com binação e seleção das palavras na fala inspirou Lacan a em pre-gar o conceito de ‘cadeia significante’. É na linearidade da cadeia significante que o sentido insiste, m as nenhum dos elem entos da cadeia consiste na significação do que ele é capaz nesse m esm o m om ento. “Im põe-se, portanto, escreveu Lacan ( 1957/ 1998, p.506-507) ” a noção de um deslizam ento incessante do significa-do sob o significante”.

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filho produziu um sujeito para outro significante, pai. Ou seja, um sujeito assu-jeitado, preso, identificado, agora, ao significante pai. Esse é um exem plo do que Lacan denom inou ‘fala plena’.

O sujeito do enunciado ( o eu gram atical) e o sujeito da enunciação ( não designado gram aticalm ente) : um sujeito ( eu que fala) ao falar de si m esm o, sem pre fala m ais do que havia intencionado, com ete um ato falho, por exem plo. No ato falho, o sujeito da

enunciação é efeito da relação de um significante em relação a outro signifi-cante. O sujeito é efeito de sua fala. Na produção linguageira, na fala em associação livre, produz-se sujeito do inconsciente, um sujeito que, m esm o evanescente, com o um a fagulha, está no lugar da verdade.

Vale lem brar a posição lacaniana de que o inconsciente não existiria sem linguagem . É por isso que as leis da linguagem interessam à escuta psicanalítica. Caso o sentido seja efeito dos deslizam entos m etoním icos e m etafóricos em um a cadeia de associações em um discurso. E este sentido pode ser um sintom a. Será, tam bém , por um a cadeia de associações em um discurso ( associações livres) , que se poderá decom por, resolver e dissolver esse sintom a, processo que podere-m os chapodere-m ar de ‘desassociativo’ ou de ‘desassociação livre’.

É nos deslizam entos de sentido da fala em situação de tratam ento que Lacan escuta a transferência. Enquanto que Fédida ( 1991) escuta o fenôm eno transfe-rencial com o um sonho, com o um a palavra que não com unica, m as situa. É neste sentido, de lugar e m udança de lugar, que a concepção freudiana de transferência m anteria proxim idade com o uso de transfert por Bernheim , no sentido de trans-porte, transm issão, tradução.

Para abordar a escuta da transferência, Fédida retorna à obra de Freud ( 1912/ 1987) com o objetivo de lem brar que a transferência deve ser escutada com o se escuta um sonho:

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Fédida ( 1991) propõe a escuta da palavra com o evocação de im agens no psicanalista. Um exem plo desta escuta através da figuração é apresentado quando o autor aborda um a situação de análise de supervisão:

“De fato, durante as sessões, a analista havia constatado que, nos m om entos em que o paciente encontrava-se m ais fechado em si m esm o, seu silêncio, ou seu sono, po-diam provocar nela im agens de um retorno autonutritivo por m eio dos ruídos produ zidos ao fu n gar ou en golir. ( ...) A capacidade da an alista de receber essas im pressões — em si restabelecendo um a circularidade elem entar de trocas sensoriais vitais — perm itindo que elas se colocassem em figuras e depois nom eando-as, ini-cialm en te em silên cio e em segu ida em voz alta ju n to ao pacien te foi determ in an te para ( re-) constr uir a situação psicanalítica.” ( 1991, p.226)

A escuta figurativa não se restringe ao m om ento do tratam ento, para Fédida ( 1996) essa form a de escuta é relevante durante a situação de supervisão ou de apresentação do caso. É nas palavras re-escutadas ao serem pronunciadas a cole-gas em situação de sem inário clínico ou de supervisão, que Fédida ( 1991) loca-liza o processo que ele denom ina ‘construção do caso’.

A escuta psicanalítica pode, portanto, caracterizar-se tanto por escuta figurativa com o por escuta do encadeam ento dos significantes. Vam os nos reportar ao resul-tado reconstrutivo obtido por Freud a partir da escuta das associações de um pa-ciente em relação a um sonho em História de uma neurose infantil ( 1918 [1914]/ 1987) :

O sonho relatado:

“Sonhei que era noite e que eu estava deitado na cam a. De repente, a janela abriu-se sozinha e fiquei aterrorizado ao ver que alguns lobos brancos estavam sentados na grande nogueira em frente da janela. Havia seis ou sete deles. Os lobos eram m uito brancos e pareciam -se m ais com raposas ou cães pastores, pois tinham caudas gran-des, com o as raposas, e orelhas em pinadas, com o cães quando prestam atenção a algo. Com grande terror, evidentem ente de ser com ido pelos lobos, gritei e acordei.” ( 1918[ 1914] / 1987, v. XVII, p.45)

Com o resultado da análise provisória, incluindo as associações do sonhador, Freud estabelece os fragm entos para um a prim eira reconstrução:

Uma ocorrência real — datando de um período muito prematuro — olhar — imobilidade — problemas

sexuais — castração — o pai — algo terrível. ( 1918[ 1914] / 1987, v. XVII, p.5 1 ) .

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“As etapas da transform ação do m aterial, ‘cena prim ária — história do lobo — conto dos ‘Sete Cabritinhos’ refletem o progresso dos pensam entos do sonhador durante a construção do sonho: ‘desejo de obter do pai satisfação sexual — a com preensão de que a castração era um a condição necessária para isso — m edo do pai’”. ( 1918[1914]/ 1987, v. XVII, p.60) .

Essa construção freudiana em duas etapas ensina que o significado do que se escuta é revelado só-depois (nachträglich) ,1 por isso a atenção daquele que escuta

deve ser eqüiflutuante.

Assim , um a escuta do encadeam ento dos significantes é atenção eqüiflutuante, aguardando que um a série se produza no só-depois (nachträglich) , na diacronia de um a fala. Um a análise que assim se opere, consistiria, segundo Leclaire ( 1977) , “essencialm ente em apontar e pôr em evidência um a série de term os cuja insis-tência m ais ou m enos m anifesta, sem pre sensível ao ouvido atento, revela que eles são do inconsciente” ( 1977, p.91) .

O psíquico é form ado pela língua m aterna, ou m elhor, dos traços e restos m nêm icos que constituem o psiquism o, m em ór ia inconsciente e virtual, pois possibilita que, de algum as com binações de significantes, form em -se novas relações. Mas é o sistem a da língua que possibilita a reestruturação das com bi-nações escutadas ( ou lidas) que não ficaram senão com o restos m nêm icos. Esses restos, os m onem as e fonem as, enquanto recalcados, “ atraem ” novos sig-nificantes, no sentido das possíveis ligações por condensação e deslocam ento na língua do falante.

Na carta de 10 de m arço de 1898 a Fliess, Freud já observara que:

“Aquilo que é visto no período pré-histórico produz o sonho; o que é ouvido, as fantasias; o que é sexualm ente experim entado produz as psiconeuroses... um desejo recente só leva a um sonho quando consegue ligar-se a algum m aterial desse período pré-histórico.” ( FREUD apud MASSON, 1986, p.303)

A partir dessa passagem , Caon ( 1996) propôs um quiasm a que sintetizasse o processo de escuta psicanalítica: “ escuta psicanalítica dirigida pelo olhar psi-canalítico e leitura ( olhar) psicanalítica dirigida pela escuta psicanalítica” ( 1996, p.69) .

Neste quiasm a, a escuta figurativa de Fédida e a escuta do encadeam ento de significantes de Lacan se com plem entam . Da escuta figurativa, o quiasm a guar-da a im portância do olhar, isto é, a form ação de figuras ou im agens m entais a

1“Só-depois” é a tradução proposta por Magno ( 1983) para a concepção freudiana de

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partir da escuta da fala de um paciente; da escuta do encadeam ento de signifi-cantes, o quiasm a aponta o aspecto de leitura. Isto significa ler, através da escu-ta, significantes anteriores à form ação da palavra com o tal, os quais poderiam , pela escansão, por exem plo, dar lugar a novas palavras. De m odo que seria preciso escutar o encadeam ento, m as tam bém os tropeços e interrupções dos m onem as e fonem as.

O PES S OAL NA PRÁTICA

Mas era preciso retom ar o nosso quiasm a e considerar o que Fédida escrevia sobre as im agens que ressoam naquele que escuta e sobre a im plicação pessoal na prática de escuta de pacientes. Para fundam entar esse aspecto de nosso m étodo, vam os dialogar com a experiência do sem inário sobre o traço do caso.

A im plicação pessoal na escuta psicanalítica tem sido investigada sob a form a de traço do caso por Dum ézil ( 1989) e Tauber ( 1989) . Em 1983, um pequeno grupo de psicanalistas oriundos da Escola Freudiana de Paris organizou um se-m inário clínico chase-m ado Le trait du cas ( O traço do caso) . Claude Dum ézil ( 1989) relata que se tratava de um sem inário clínico fechado com cerca de dez partici-pantes, em bora periodicam ente existisse um a abertura a um público am pliado.

Este autor relata que tom ou contato com a expressão trait du cas na quarta capa do núm ero 1 de Scilicet na sua prim eira edição ( 1968) , em um pequeno texto de apresentação, no qual Lacan justificava o princípio do texto não assinado que caracterizava os artigos daquela publicação francesa. Esse princípio seria suscetí-vel de dar “m ais segurança para evocar o pessoal na prática e, especialm ente, o traço do caso”.2

O objetivo do sem inário sobre o traço do caso, inspirado por essa frase de Lacan, era trabalhar a partir do pessoal na prática clínica, com tudo o que isso com portasse ao se assum ir o risco da expressão oral ou escrita. De acordo com o relato de Dum ézil ( 1989) , os participantes que se expuseram no sem inário ob-servaram efeitos inesperados operados sobre a construção narrativa e conceitual nesta dupla m udança: deslocam ento de lugar e passagem à escritura.

Dum ézil explora a polissem ia da palavra ‘traço’ e sua justaposição ao term o ‘caso’, que fazem desse com posto um laço-significante cuja polivalência poderia se m ostrar operante na sua própria equivocidade. Pois o caso não é m ais o anali-sante, não é o tratam ento, não é a observação nem a anam nese, e m uito m enos o analista. É um pouco de cada um . O traço faz ligação ou a rom pe, com o um a interpretação, um dito espirituoso. Ele faz ligação entre a história do sujeito e as estruturas em causa no tratam ento. O traço une, m as tam bém corta.

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Durante esses sem inários clínicos, Dum ézil ( 1989) observou que, ao invés de levar a relatos exaustivos de tratam entos, o traço do caso é “um virar do avesso” (retournement) , um a palavra do analisante ou do analista, um acting out, um m om ento de suspensão na repetição que abre a resistência egóica do paciente vinculada ao sintom a e a resistência correlativa do analista. Segundo Dum ézil ( 1989) ,

“É esse liam e, tem porariam ente operatório, do desejo do paciente ao desejo do ana-lista que faz sobressair o traço do caso, ao m enos sua ficção, na m edida em que a ficção rem eteria à falta, à castração, à barra significante.” ( 1989, p.30, tradução minha)

Dum ézil ( 1989) tam bém observa que “o traço rem ete ao traço unário, pois este é o ponto inicial de onde se produz a incidência do significante no desenvol-vim ento” ( p.30) . O autor relata que a m aior parte dos fragm entos clínicos de análise relatados naquele sem inário concerniam m assivam ente aos tem as da cas-tração sob todas as suas form as, da angústia aos fantasm as, à passagem ao ato, ao infanticídio.

A experiência do sem inário do traço do caso é m arcante pela leitura do relato clínico durante o sem inário. Esse fato produzia, segundo nos relata Tauber ( 1989) , um deslocam ento de lugar: do oral ao escrito. O fato de ler um texto em um sem inário clínico incitava a centrar o estudo sobre o m odo com o funcionava a relação analítica e não sobre o conteúdo das falas do paciente. Tauber ( 1989) nos rem ete a um exem plo de traço do caso no texto “La Ferule” ( A palm atória) de Octave Mannoni. Trata-se de um texto clínico no qual Mannoni ( 1982) relata o que lhe ocorreu quando do tratam ento de um a paciente que por várias sessões apresen-tava um a fala que parecia preparada, m as que, repentinam ente, levanapresen-tava as pernas e gritava um palavrão. Ocorreu, a Mannoni, um a série de im agens provenientes da leitura de textos biográficos m as tam bém de sua história pessoal nas quais estavam em jogo diversas defesas contra o sentim ento de vergonha. Mannoni ( 1982) rela-ta: “a interpretação que guardei para m im se enuncia sim plesm ente assim : deve ser a vergonha, m e veio no m odo de um a hipótese” ( 1982, p.77, tradução minha) .

Mannoni não entende a sua interpretação com o um a hipótese, m as com o um ‘se deixar levar’ pelos próprios pensam entos durante a escuta e observação da paciente. Esse processo vivo, criativo e singular, pelo qual um a interpretação vem a um psicanalista é próprio da construção do caso.

A ES CUTA, A TRANS FERÊNCIA E A ESTRUTURA

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a estrutura clínica da psicose. Um diagnóstico diferencial estrutural tom aria o relato biográfico do paciente localizando as respostas que o sujeito teria elabora-do para as perguntas sobre filiação, paternidade, sexo e m orte que dão form a ao processo edípico, isto é, o processo que envolve suportar a castração do Outro que se im agina tudo poder e de tudo gozar.

Essa correspondência é sintetizada por Quinet ( 2001) , considerando as for-m as de negação da castração:

“Um tipo de negação nega o elem ento m as o conserva, m anifestando-se de dois m odos: no recalque (Verdrängung) do neurótico, nega conservando o elem ento no inconsciente, e no desm entido (Verleugnung) do perverso, nega conservando-o no feti-che. A foraclusão (Verwerfung) do psicótico é um m odo de negação que não deixa rastro ou vestígio algum ; ele não conserva, arrasa.” ( 2001, p.76)

A Verwerfung é a rejeição de um significante prim ordial. Este significante é dado prim itivam ente, m as, afirm a Lacan ( 1955-1956/ 1985) , “ele não é nada enquanto o sujeito não o faz entrar em sua história” ( p.180) . Para tal é preciso que um significante seja substituído por outro.

Na “Proposição de 9 de outubro de 1967”, Lacan ( 2003) retom ará: “o sujeito suposto saber é, para nós, o eixo a partir do qual se articula tudo o que acontece com a transferência” ( p.253) . Um sujeito suposto, para Lacan, é um significante introduzido no discurso do psicanalisante. Um sujeito suposto saber correspon-de à transferência im aginária, na qual um saber é suposto im aginariam ente no analista, e o am or de transferência é seu efeito. Mas será na transferência sim bó-lica que Lacan ( 1998) situará a escuta do analista, da qual são paradigm áticas as inversões dialéticas de Freud no Caso Dora. A prim eira das quais acontece quando ele se vê diante da pergunta:

“Esses fatos estão aí, dizem respeito à realidade, e não a m im m esm a. O que o senhor quer m udar nisso aí? Ao que Freud responde através de um a prim eira inversão dialé-tica ( ...) : “ Veja”, ele diz a Dora, ‘qual é a sua parte na desordem de que você se queixa’.” ( 1951/ 1998, p.218) .

A escuta da transferência sim bólica perm ite identificar lugares, posições, para além do im aginário, para além do sujeito suposto saber. E essa intervenção de Freud poderia ser interpretada no sentido de indicar o lugar da verdade para além do discurso.

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saber, com o observa Attié, “o paradoxo de necessitar de um a testem unha de sua certeza” ( apud Forbes e Ferreti, 2005) .

Quando o significante prim ordial foi rejeitado, ele se torna im óvel ou iner-te porque não faz série com outros significaniner-tes. A consideração da im possibi-lidade de um gancho transferencial em casos de psicose, deve ser com preendi-da, portanto, no contexto da concepção de transferência com o transposição, com o troca de lugar no discurso. Não haveria gancho transferencial quando esti-vesse im pedida a substituição de um significante por outro, isto é, não haveria condições de um significante representar um sujeito para outro significante. As-sim , se Freud distinguia as psicoses das neuroses de transferência, isso deveria ser interpretado não com o ausência de fenôm enos transferenciais na psicose, m as de inviabilidade de gancho transferencial na psicose, isto é, com o ausência da neurose de transferência na psicose. A transferência com o um lugar, com o um

playground, seria viável som ente nos casos em que o significante fosse ágil o sufi-ciente para se deslocar e se m ovim entar nesse playground.

Essa diferenciação entre fenôm eno transferencial e gancho transferencial deve, portanto, ser observada através da escuta da fala do paciente. Essa escuta é realiza-da dia após dia, quando, o que se escuta depois, vai significar o que se escutou antes. Sem esquecer que as associações e im agens m entais daquele que escuta são tão im portantes quanto o conteúdo daquilo que se escuta. O dispositivo do traço do caso e o quiasm a da escuta psicanalítica conseguem integrar a escuta dos significantes encadeados na fala do sujeito com as associações e im agens, form a-das a partir deles, naquele que escuta. Escuta-se com os olhos na leitura do que se escuta e ouve-se o que se vê na leitura form ada pelas próprias im agens m entais daquele que escuta.

Nosso método alia o percurso fenomenológico, próprio a um estudo de caso, ao percurso psicanalítico de construção do caso. Se, até agora, estudo e construção do caso pareciam mutuamente excludentes, as redações produzidas pelos estagiários m ostraram que os dois m étodos podem estar presentes em um m esm o texto.

Os tópicos propostos com o guia para a redação do estudo de caso, ao inclu-írem o tópico sobre a posição transferencial, im plicam o aluno na sua experiên-cia junto aos pacientes. Observa-se, então, que o processo de escrita a partir dessa im plicação gera um processo de introdução ao cam po da escuta psicanalítica. Nesse sentido, o aluno aproxim a-se m etodologicam ente da construção do caso praticada pelos psicanalistas.

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que a condição para relatar um exam e do estado m ental não equivale à situação psíquica de escrever sobre a posição transferencial. Os diferentes tópicos do m é-todo de estudo e construção do caso corresponderiam , portanto, a distintos m om entos da ressignificação da experiência junto aos pacientes.

Recebido em 2/ 3/ 2005. Aprovado em 12/ 5/ 2005.

REFERÊNCIAS

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M arta Regina de Leão D’Agord

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