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Confiança valor e qualidade do produto como antecedentes da satisfação: um estudo empírico no mercado imobiliário

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(1)

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

CONFIANÇA,

VALOR

E QUALIDADE

DO

PRODUTO

COMO

ANTECEDENTES

DA

SATISFAÇÃO:

UM

ESTUDO

EMPÍRICO

NO

MERCADO

IMOBILIÁRIO.

Dissertação

apresentada

à Escola

Brasileira

de

Administração

Pública

e de

Empresas

para

obtenção

do

grau

de

Mestre

ALDA

ROSANA

DUARTE

DE

ALMEIDA

(2)

CENTRO

DE

FORMAÇÃO

ACADÊMICA

E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

TITULO

CONFIANÇA, VALOR E QUALIDADE DO PRODUTO COMO ANTECEDENTES DA

SATISFAÇÃO:

UM

ESTUDO

EMPÍRICO

NO

MERCADO

IMOBILIÁRIO.

DISSERTAÇÃO

DE

MESTRADO

APRESENTADA

POR:

ALDA ROSANA DUARTE DE ALMEIDA

APROVADO EM

/ h

I

CV

.

PELA

COMISSÃO

EXAMJNADORA

DELANE BOTELHO

Doutor em Administração de Empresas

BALASSIANO

Ph.D em psicologia Quantitativa

FREDERICO ANTÔNIO AZEVEDO DE CARVALHO

(3)

Às

almas

masculinas

que

me

cercam

no

meu

dia a dia, que sempre sabem me apoiar,

respeitar, incentivar e, principalmente, me

amar: meu filho Raphael e meu marido

(4)

À minha

mãe,

pelo

apoio

a tudo

que

faço.

Aos

meus

colegas

de

turma,

pela

convivência

e aprendizado.

Aos

meus

amigos

de

coração,

novos

e antigos,

pelo

carinho

e apoio

constantes.

Ao

Prof.

Delane

Botelho,

por

aceitar

ser

o meu

orientador,

por

me

apoiar

durante

o

processo

de

pesquisa,

pela

paciência

nos

momentos

difíceis

e pelas

contribuições

no

desenvolvimento

da

minha

vida

acadêmica.

Aos

professores

da

FGV/EBAPE,

por

todo

o

auxilio

acadêmico

competente

e

habilidade

em

transferir

conhecimento.

Aos

funcionários

da

FGV/EBAPE

pelo

apoio

em

momentos

determinantes.

Às

empresas

e seus

funcionários

que

participaram

e contribuíram

para

a realização

deste trabalho.

(5)

O

conceito

de

confiança

tem

sido

introduzido

em

estudos

empíricos

sobre

marketing

no

Brasil

a partir

do

referencial

teórico

adotado

principalmente

nos

Estados

Unidos

e Europa. A presente dissertação examina a confiança, tanto no vendedor como na empresa, e

o valor

e a qualidade

do

produto

percebidos

pelos

clientes

como

fatores

que

afetam

a

satisfação

em

compras

de

valor,

tal

como

a compra

de

um

imóvel

residencial

na

planta.

O

estudo

se

baseia

nos

artigos

de

Santos

(2001),

sobre o

impacto

do

gerenciamento

de

reclamações

sobre

confiança

e lealdade

do

consumidor,

e de

Doney

e Cannon

(1997)

sobre

a

confiança no relacionamento entre empresas e seus vendedores.

O

estudo

empírico

trata

de

um

levantamento

de

corte

transversal,

no

qual

foram

testadas

hipóteses

específicas

para

examinar

as relações

entre

as variáveis,

em

um

processo

de

pesquisa

formal

e estruturado,

com

uma

amostra

de

270

clientes.

Os

dados foram

coletados

a

partir da base de clientes de duas empresas brasileiras fortes nos segmentos em que atuam,

uma corretora de imóveis e outra incorporadora/construtora, ambas sediadas na cidade de São

Paulo.

A

análise

dos

dados

foi

feita

com

base

no

Modelo

de

Equações

Estruturais

(SEM),

através do software Lisrel 8.

Os resultados indicam que há confiança no corretor que está realizando a venda do

imóvel, sendo que a satisfação com o corretor influencia esta confiança. No entanto,

experiências

anteriores

com

corretores

de

imóveis

e características

do

corretor

que

realizou

a

venda

não

têm

impacto

sobre

a confiança

no

corretor.

Detectou-se

também,

que

o valor

do

produto

e a confiança

na

construtora

percebidos

pelo

cliente

têm

influencia

sobre

a satisfação

com

a compra,

mas

não

a qualidade

percebida.

Este

estudo

subsídios

a futuras

pesquisas

sobre

a confiança

em

compras

de

valor.

São

discutidas

as

limitações

da

pesquisa

e as

(6)

The

concept

of

trust

has

been

introduced

in

the

studies

of

marketing

in

Brazil

from a theoretical framework adopted mainly in the United States and Europe. The present

research

examines

the

trust,

in

the

salesperson

as

well

as

in

the

company,

and

the

product

value

and

quality

perceived

by

the

customers,

as

factors

that

affect

satisfaction

in purchases

of

value

goods,

like

the

purchase

of

a residential

property

in

the

project.

This

study

is based

on

Santos's

article

(2001)

about

the

impact

of

complaints

management

in the

trust

and

loyalty

of

consumers,

and

on

Doney

&

Cannon's

article

(1997)

about

the

trust

in

the

relationship

between companies and salespersons.

The

empirical

tests

were

based

on

a transversal

cut

survey,

with

a sample

of

270

customers,

in

which

specific

hypotheses

were

tested

to

examine

the

relationship

between

the

variables.

The

data

were

collected

from

the

customer

base

of

two

important

Brazilian

companies

in their

segments,

a real

state

broker

and

a homebuilder,

both

located

in the

city

of

São

Paulo.

The

data

analysis

was

based

on

Structural

Equations

Model

(SEM)

through

software Lisrel 8.

The

research

results

suggest

that

there

is trust

in

the

real

estate

broker

responsible

for the sale, and that this trust is influenced by the satisfaction with the broker. However,

previous

experiences

with

real

estate

brokers

and

the

characteristics

of

the

broker

responsible

for

the

sale

do

not

impact

the

trust

in the broker.

It was

also

noted

that

both

the

perceived

value

of

the

product

and

the

trust

in

the

homebuilder

influence

the

satisfaction

with

the

purchase,

but not

the

perceived

quality

of

the

product.

The

study

presents

subsidies

for

future

research

on

trust

in purchases

of

value

goods.

Research

limitations

and

the

implications

of the

(7)

SUMARIO

Página

1.

INTRODUÇÃO

1

1.1.

Tema

1

1.2.

Justificativa

Teórica

e Pratica

6

1.3. Problema Geral da Pesquisa 7

1.4.

Questões

de

Pesquisa

7

1.5.

Objetivo

Geral

8

1.6.

Objetivos

Intermediários

8

2.

REFERENCIAL

TEÓRICO

10

2.1.

Definição

das

Variáveis

10

2.2.

Definição

das

Hipóteses

31

2.3.

Apresentação

e Definição

do

Modelo

Inicial

37

3.

MÉTODOS

E PROCEDIMENTOS

EMPÍRICOS

38

3.1.

Delineamento

da

Pesquisa

38

3.2.

Coleta

de

Dados

e Amostragem

38

3.3.

Operacionalização

das

Variáveis

46

3.4.

Apresentação

do

Método

de

Análise

Estatística

52

4.

ANÁLISE

DOS

RESULTADOS

62

4.1. Avaliação dos Resultados e Modificação do Modelo Inicial 62

4.2.

Apresentação

do

Modelo

Final

67

5.

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

72

5.1.

Conclusões

72

5.2. Implicações da Pesquisa 75

5.3.

Implicações

Gerenciais

76

5.4.

Limitações

do

Estudo

77

5.5. Sugestões para Futuras Pesquisas 79

6.

REFERÊNCIAS

81

ANEXOS

90

Anexo 1: Questionário aplicado pela Central de Relacionamento 90

Anexo 2: Sumário das Simbologias do Programa Lisrel 92

Anexo

3: Diagrama

de

Caminhos

- Notação

Lisrel

para

o Modelo

Inicial....

93

Anexo

4: Denominação

dos

Elementos

do

Diagrama

de

Caminhos

94

Anexo

5: Notação

Lisrel

para o

Modelo

Final

de

Hipóteses

95

Anexo

6: Resumo

dos

Resultados

do

Lisrel

96

(8)

LISTA

DE

ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

FIGURA

1: Triângulo

dos

Serviços.

As

relações

dos

clientes

com

o corretor

de

imóveis

e/ou

imobiliária

e entre

eles

11

FIGURA

2: Modelo

Inicial

para

Análise

da

Confiança,

do

Valor

e da

Qualidade

do

Produto

percebidos

pelo

Cliente

na

Satisfação

com

uma

Compra

de

Valor

37

FIGURA

3: Modelo

Final

da

Confiança

e do Valor

percebido

pelo

Cliente

na

Satisfação

com

uma

Compra

de

Valor

71

LISTA DE TABELAS

TABELA

1: Estatística

Descritiva

da

Amostra

44

TABELA

2: Comparação

dos

Resultados

dos

Modelos

64

TABELA

3: Matriz

GAMA

do

Modelo

Inicial

65

TABELA 4: Estimativa das Relações dos Construtos com seus

Indicadores

no

Modelo

Final

67

TABELA

5: Análise

das

Hipóteses

Testadas

na

Pesquisa

69

TABELA

6: Medidas

de

Adequação

dos

Modelos

Inicial

e Final

70

LISTA DE QUADROS

QUADRO

1: Indicadores

da

Variável

Confiança

no

Corretor

de

Imóveis

48

QUADRO

2: Indicadores

da

Variável

Satisfação

com

o Corretor

de

Imóveis

48

QUADRO

3: Indicadores

da

Características

do

Corretor

de

Imóveis

49

QUADRO

4: Indicadores

da

Variável

Experiências

Anteriores

e

Relacionamentos

com

Corretores

de

Imóveis

em

Geral

49

QUADRO

5: Indicadores

da

Variável

Confiança

na

Construtora

50

QUADRO

6: Indicadores

da

Variável

Valor

do

Produto

Percebido

pelo

Cliente...

50

QUADRO

7: Indicadores

da

Variável

Qualidade

do

Produto

Percebida

pelo

Cliente

51

(9)

1.1 - Tema

Durante o século XX o mundo presenciou diversas mudanças no modo de

entender e encarar as empresas e as pessoas. Mas, foi nas duas últimas décadas que as maiores

mudanças aconteceram nas organizações, nas leis e nas informações no Brasil, a partir da

globalização ou da mundialização do capital. Este novo período de desenvolvimento do

capitalismo mundial (ALVES, 1999: p53) fez com que as pessoas mudassem seu modo de

pensar, analisar e perceber os produtos, os serviços e, principalmente, o atendimento

dispensado pelos prestadores de serviços.

Os estudos de marketing acompanharam esta tendência de mundialização

validados em diversos países. Os estudiosos de marketing também começaram, a partir das

duas últimas décadas, a estudar variáveis antes desprezadas em relacionamentos com clientes.

A confiança

e a satisfação

são

exemplos

de construtos1

que

são

estudados

no

exterior

e que

estão sendo pesquisados no Brasil, onde autores concluíram serem eles necessários à lealdade

e ao fortalecimento do relacionamento com os clientes (SANTOS, 2001; BREI e ROSSI,

2002). Apesar de serem poucos os estudos sobre estes construtos no Brasil, pode-se citar

ainda, outros autores como Santos e Rossi (2002), Mückenberger (2001) e Sobral e Coelho

(2003).

A presente dissertação pretende examinar a confiança, o valor e a qualidade do

produto percebidos pelos clientes como fatores que afetam a satisfação em compras de valor,

1 Característica a ser medida em escalas de múltiplos itens (MALHOTRA, 2001). Explicado detalhadamente na

(10)

imediata disposição de empresas e estudiosos pela pesquisa, motivaram a execução deste

trabalho. Partiu-se, então, das pesquisas de Santos (2001) sobre o impacto do gerenciamento

de reclamações na confiança e lealdade do consumidor; de Doney e Cannon (1997) sobre a

confiança no relacionamento entre empresas e no vendedor; e de Bigne e Blesa (2003), sobre

o relacionamento entre o comportamento orientado para o marketing dos produtores e a

confiança no relacionamento com o fornecedor e a satisfação com eles. Além disso, como há

pouquíssima literatura sobre venda de imóveis e mercado imobiliário, sobre marketing

imobiliário em pesquisas acadêmicas, e quase nenhuma sobre a confiança presente neste tipo

de compra, entendeu-se ser uma boa oportunidade a pesquisa do presente estudo. A

constatação foi feita após pesquisa nos anais do ENANPAD (Encontro da ANPAD), na RAP

(Revista de Administração Pública) e RAE (Revista de Administração de Empresas) no

período de 2000 até 2004. Na área de tecnologia e engenharia, somente quatro trabalhos

foram encontrados no período de 1995 até 2004, duas dissertações de mestrado e dois em

anais do ENTAC (Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído).

O vendedor de imóveis, ou corretor de imóveis, como será tratado neste trabalho,

é o profissional encarregado de proceder à intermediação de negócios imobiliários entre

adquirente e proprietário (VALLE, 2003, p.76) e teve sua atividade regulamentada a partir de

1962 sendo atualmente regida pela Lei 6.530 de 12 de maio de 1978 e pelo Decreto 81.871 de

29 de junho de 1978 (CRECI-RJ, 2003). Segundo explanado por um dos empresários das

imobiliárias, em entrevista, "o corretor é o profissional autônomo a quem se deposita a

responsabilidade de representar o produto final resultante de um processo de uma

(11)

Este estudo se limita à análise da venda de imóveis na planta ou em construção,

ou seja, do produto ainda intangível, não abordando a venda de imóveis prontos. Em

conseqüência do foco do estudo, muitas definições foram adotadas da literatura de marketing

de serviços, pois um serviço é essencialmente intangível. Os produtos vendidos são

intangíveis quando não podem ser vistos, sentidos ou provados, antes de serem comprados [e

recebidos] (KOTLER, 1993, p.541). Como os imóveis vendidos na planta ainda não são

tangíveis, entende-se que a venda se assemelha à de serviços. A tangibilidade do produto

ocorrerá muito tempo depois, podendo levar até quatro anos para que o cliente receba o

imóvel.

Os dados para realização desta pesquisa foram coletados a partir da base de dados

de duas empresas do ramo, uma corretora de imóveis e outra incorporadora/construtora, que

atuam na cidade de São Paulo, ambas fortes no segmento em que atuam e tendo grande

número de clientes e de profissionais.

O objetivo desta dissertação é analisar a confiança do cliente no corretor de

imóveis e na construtora, o valor e a qualidade do produto percebidos pelo cliente como

fatores que influenciam a satisfação com a compra do imóvel.

A dissertação está assim estruturada: este primeiro capítulo apresenta uma visão

geral, a justificativa da pesquisa, expõe-se o problema, as questões da pesquisa e os objetivos

primários e secundários. Em seguida analisa-se a teoria, definindo-se as variáveis, as

hipóteses e apresentando-se o modelo. No terceiro capítulo apresentam-se os procedimentos

empíricos, tais como a amostragem e a coleta de dados, e são explicados os aspectos

(12)

Breve Histórico do Campo sob investigação

A arquitetura é, ao mesmo tempo, a arte mais típica e a mais altamente

desenvolvida. As construções montam da época de 2.700 a.C, quando já devia estar

construída a primeira pirâmide no Egito (BURNS, 1979, p.63). Grandes construções se

sucederam, entre elas: o Coliseu, (70-80 d.C); o Panteão, com registros de início da

construção em 27 a.C; a Basílica de São Pedro (1506-1667 d.C.) e a Catedral de Notre Dame,

iniciada em 1163 e considerada como concluída em 1250 d.C, sendo que sofreu diversas

intervenções posteriores (GIBBERD, 1988). Todas estas construções eram realizadas de

forma totalmente artesanal, podendo durar mais de 100 anos, como demonstrado

anteriormente. Além disso, ao longo de séculos, a arquitetura vem acompanhando a história

com estilos arquitetônicos que perpetuam as diversas escolas, tais como o romantismo e o

barroco. Muitos livros de história são, até certo ponto, manuais de composição arquitetônica

(BENÉVOLO,

1976).

Segundo Benévolo (1976), a industrialização pode ser uma das possíveis respostas

ao aumento da população e, conseqüentemente, das necessidades que advêm deste

crescimento. Como exemplo, tínhamos a necessidade de melhoria do saneamento básico nas

cidades industrializadas que dependiam de indústrias, como a da construção. Os construtores

tiveram que desenvolver projetos de residências mais amplas, para que pudessem coabitar

(13)

O mundo evoluiu e o mercado da construção civil não poderia se portar de outra

maneira. A indústria da construção vem produzindo em larga escala no mundo todo,

acoplando às construções máquinas e tecnologias novas no intuito de aumentar a

produtividade, a agilidade de entrega do produto, a redução de custo etc. No Brasil, esta

indústria vem evoluindo, mas foi nos últimos quinze anos que ela começou a sofrer fortes

transformações, frutos da necessidade de adaptação ao mercado internacional. Estas

mudanças foram definitivamente implantadas nos últimos dez anos com o advento do Plano

Real, com a conscientização do consumidor quanto à qualidade e preço, e com o surgimento

da necessidade de atender às demandas dos clientes. Os prazos de entrega dos produtos se

tornaram mais curtos, áreas de lazer e mais vagas de garagem foram acrescentadas às

construções.

No Brasil grandes construtoras construíram suas marcas, sendo que hoje são

conhecidas mundialmente, tais como as Construtoras Andrade Gutierrez, Mendes Júnior e

OAS. Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo algumas empresas começaram a se

preocupar mais com o cliente, criando áreas de marketing, realizando pesquisas com clientes e

oferecendo flexibilização de plantas e acabamentos, vindo a proporcionar, também, maior

customização do produto. Como exemplo, tem-se hoje a Atlântica Residencial, a RJZ

Engenharia, Rossi Construtora e a Gafisa, empresas mais preocupadas com os conceitos

mercadológicos.

Assim, o marketing foi introduzido nesta indústria e tem ganhado espaço na

conceituação dos produtos, no delineamento do perfil de clientes e na estratégia de vendas.

Diversas imobiliárias, tais como a Lopes Consultoria de Imóveis e a Abyara Planejamento

(14)

influência das empresas incorporadoras/construtoras. Esta mudança de comportamento

começa a apresentar resultados junto ao cliente final e ao cliente incorporadora.

1.2 - Justificativa Teórica e Prática

A venda do imóvel é estudada nesta pesquisa para que se possa entender melhor a

importância da confiança, do valor e da qualidade do produto percebidos pelos clientes na

satisfação em compras de valor, ou seja, uma compra na qual há grande envolvimento das

pessoas interessadas, é planejada e se tem uma percepção de risco maior. Neste tipo de venda

o processo de decisão de compra tende a ser prolongado e é influenciado pela percepção do

risco e pela pouca experiência do cliente, levando a crer que aqueles construtos (confiança,

valor e qualidade) façam parte deste processo de compra. Pretende-se diagnosticar que a

confiança está presente não só nos relacionamentos de longo prazo entre clientes e vendedores

ou organizações, mas também durante uma compra de valor, mesmo que esta seja a primeira e

única compra do cliente. O valor e a qualidade do produto percebidos pelo cliente também

podem ser determinantes na satisfação do cliente. Pode-se descobrir influências significativas

destes construtos que poderão ser aplicados em outras áreas.

A venda de imóveis residenciais foi escolhida por refletir bem os construtos

analisados numa compra de valor. A compra do imóvel de moradia é conhecida como o

"sonho da casa própria" da maioria da população e no entanto, poucos estudos no Brasil

analisam as variáveis envolvidas na satisfação do cliente com esta compra (JOBIM, 1997;

(15)

mesmo em empresas que vendam outros produtos de valor; para pesquisas de aprimoramento

dos métodos apresentados; e para desenvolvimento dos profissionais de vendas de imóvel ou

de vendas de outros produtos de valor, que precisam que o cliente perceba a confiança, o

valor e a qualidade do produto desde o primeiro contato para a realização da primeira compra.

No caso do imóvel residencial, esta compra pode ser única. A importância da determinação

correta de estratégias de marketing mais específicas e agressivas foi o que despertou interesse

e mobilizou as empresas no auxílio à coleta dos dados para a realização deste estudo,

mostrando que os resultados podem ter desdobramentos para o mundo real.

1.3 - Problema geral da pesquisa

O panorama apresentado estimula a analisar e estudar os relacionamentos,

atitudes, percepções e constatações de clientes na compra de um imóvel residencial na planta.

Neste contexto, busca-se investigar neste estudo o seguinte problema:

A confiança, o valor e a qualidade percebidos pelos clientes são fatores que

afetam a satisfação com uma compra de valor, tal como a compra do imóvel residencial

na planta?

1.4 - Questões de Pesquisa

Com base no problema geral de pesquisa, pretende-se responder às seguintes

(16)

/ A confiança do cliente na construtora influencia a satisfação com a compra do

imóvel?

S O valor e a qualidade do produto percebidos pelos clientes impactam

diretamente na satisfação com a compra do imóvel?

1.5 - Objetivo Geral

O objetivo geral da pesquisa é analisar a confiança no corretor de imóveis e na

construtora, o valor e a qualidade do produto percebidos pelo cliente, como antecedentes da

satisfação com a compra de um imóvel.

1.6 - Objetivos Intermediários

Os objetivos intermediários da pesquisa são:

S Verificar se a percepção da confiança do cliente em relação ao corretor de

imóveis impacta positivamente a satisfação com a compra do imóvel.

/ Verificar se a satisfação do cliente em relação ao corretor de imóveis impacta

positivamente a confiança percebida pelo cliente no mesmo.

S Analisar se as experiências anteriores e relacionamentos do cliente com

corretores de imóveis influenciam positivamente a confiança percebida pelo cliente no

(17)

S Verificar se a confiança percebida pelo cliente na construtora influencia

positivamente a satisfação com a compra do imóvel.

S Verificar se o valor do produto percebido pelo cliente influencia positivamente

a satisfação com a compra do imóvel.

/ Verificar se a qualidade do produto percebida pelo cliente impacta

positivamente a satisfação com a compra do imóvel.

Neste capítulo foram apresentados a justificativa da dissertação, o problema geral,

as questões da pesquisa e os objetivos. No próximo capítulo são definidas as variáveis e

(18)

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 - Definição das Variáveis

Segundo Dias (2003, p.82), na compra de valor no mercado de bens de consumo

existe um grande envolvimento das pessoas interessadas, emprego de maior tempo na

pesquisa do produto, do preço e das marcas que se deseja adquirir. Trata-se de uma compra

planejada que envolve mais pessoas na decisão final. Além disso, ele descreve que na compra

de uma residência, fora o valor a ser investido no bem propriamente dito, existem fatores, tais

como comprometimento da renda disponível, tipo de construção, localização do imóvel e

estilo de construção, que representam decisões importantes e associam um grande custo

psicológico (estresse) à compra, gerando uma percepção de risco muito maior do que aquele

associado ao valor do investimento. No presente estudo a compra de valor é definida como

compra de um imóvel na planta, ou em construção.

Téboul (1999, p.245) define que os serviços de intermediação têm por objetivo

facilitar as transações entre duas partes: um comprador e um vendedor. Adaptando-se o

triângulo dos serviços exposto por Téboul (1999, p.247) na FIGURA 1, constata-se que o

corretor é um profissional em contato simultâneo com dois clientes, conforme demonstrado

pela relação 1 e 2. No entanto, podemos analisar que o construtor/incorporador também tem

uma relação com o cliente, demonstrada na FIGURA 1 pela relação 3. Nesse estudo, não se

está tratando da relação 2, ou seja, do relacionamento proprietário/construtor com o

corretor/empresa imobiliária. Nesta relação pode ser considerada também a compra de um

imóvel pronto, onde nem sempre há o papel da construtora na compra, o que poderia nos levar

a algumas interpretações diferentes em relação ao presente estudo. Uma futura pesquisa

(19)

Téboul (1999, p.247) afirma que os corretores existem por pelo menos três razões:

porque eles constituem um vetor de troca de informações entre as duas partes; porque dão

opiniões ou conselhos, assumindo o papel também de consultores; e porque oferecem sua

assistência para realizar a transação e gerir os detalhes administrativos. Nesses termos, este

estudo se limitará a estudar a transação de compra do imóvel, que se constitui do

relacionamento entre o comprador e o corretor do imóvel na Relação 1 da FIGURA 1, a

influência da marca da construtora nesta mesma transação de compra (Relação 3), e as

percepções do cliente sobre o valor e a qualidade do produto que não são contempladas no

modelo proposto pelo autor.

FIGURA 1- Triângulo dos serviços - As relações dos clientes com o corretor de imóveis e/ou

imobiliária e entre eles.

Relação

Cliente 1

-Cliente Final

(Comprador do imóvel)

Corretor/

Empresa

Imobiliária

Cliente 2

-Incorporador/ Construtor/

Proprietário Vendedor do Imóvel

(Fornecedor do Produto para a

Venda)

Relação 2

Fonte: Adaptado do modelo de Téboul (1999, p.245)

As principais variáveis analisadas no modelo proposto para o presente estudo

(20)

2.1.1 - Confiança

A confiança tem sido estudada como construto importante por diversos autores em

diferentes tipos de relacionamentos, gerando um grande número de definições (SOBRAL e

COELHO,

2003;

SANTOS,

2001;

MÜCKENBERGER,

2001;

DONEY

e CANNON,

1997;

GARBARINO e JOHNSON, 1999; SIRDESHMUKH et ai., 2002; BIGNE e BLESA, 2003).

Assim, para Santos (2001) a confiança é definida como "um estado psicológico

compreendendo a intenção para aceitar vulnerabilidade baseada em positivas expectativas

sobre as intenções e comportamentos do outro". Esta autora conclui que a confiança impacta

diretamente na lealdade e é fundamental para o desenvolvimento de fortes e longos

relacionamentos entre consumidores e organizações. O papel da confiança em promover

trocas relacionais é colocado pela autora como crucial, posicionando a confiança como,

talvez, a ferramenta mais poderosa do marketing de relacionamento, enfatizando ainda que

quando o consumidor percebe o desempenho da empresa como justo e satisfatório, seus

sentimentos de confiança nesta tendem a ser reforçados. Portanto, a confiança se revela como

potencializadora para relacionamentos a longo prazo entre consumidores e empresas (Santos,

2001).

Para Berry e Parasuraman (1995, p. 128) o marketing de serviços eficaz depende

da administração da confiança, pois o cliente compra um serviço antes de experimentá-lo

plenamente. Segundo estes autores, a tangibilidade do produto pode melhorar a confiança do

cliente potencial em sua própria avaliação das mercadorias, reduzindo assim a influência das

comunicações boca-a-boca, que dificultam a avaliação do consumidor, como é o caso dos

serviços que são totalmente intangíveis, [ou como a compra de imóveis na planta] (BERRY e

PARASURAMAN, 1995, p.18). O produto imóvel, um produto tangível, só será entregue

(21)

prestação de serviços, tais como intangibilidade e variabilidade, colaboram na criação de um

cenário propício para relevância de construtos como confiança e lealdade (SANTOS e ROSSI,

2002).

Mückenberger (2001) afirma que se a cada encontro o cliente ficar satisfeito, a

confiança no provedor do serviço estará sendo construída, resultando num provável

relacionamento. Este relacionamento estará sendo base para a formação da confiança do

consumidor na empresa de serviço. Assim, um bom relacionamento com o cliente poderá ser

construído através da confiança e vice-versa. Se confiabilidade é o principal critério que os

clientes levam em consideração ao avaliar a qualidade do serviço de uma empresa (BERRY e

PARASURAMAN, 1995, p.30), o relacionamento, quando afetado, poderá impactar

diretamente na confiança do consumidor para com o vendedor/colaborador e a empresa. Para

Gronross (1995, p.203) se os clientes se depararem com uma realidade que não corresponde

às suas expectativas, o círculo de comunicação e a confiabilidade serão afetados, assim como

os efeitos da comunicação da empresa com o mercado.

Segundo Chauvel (2000, p.65), o comportamento do consumidor, como qualquer

comportamento humano, é uma "ação simbólica" que se situa no contexto de determinada

relação e expressa um entendimento individual de suas modalidades reais ou potenciais, ao

mesmo tempo em que participa de sua construção. Chauvel (2000, p.l 11) diagnosticou que o

medo do cliente ser confundido com um "malandro", por estar tirando proveito de um

dispositivo que lhe possa ser favorável, como uma reclamação, faz com que ele desconfie da

empresa, uma vez que imagina que a empresa irá desconfiar dele. Assim, a construção desta

relação é necessária a ambos.

Já Santos e Rossi (2002) afirmam que quando um consumidor interage com a

empresa, estabelece interações sociais com seus funcionários, exigindo destes extraordinários

(22)

sentimentos em detrimento das necessidades da empresa. Assim, tais autores definem que a

confiança nos funcionários é baseada em percepções dos clientes sobre o comportamento dos

funcionários feitos durante o encontro de serviço. Estes autores entendem que a confiança

percebida pelo cliente no contexto de serviços é um construto bi-facetado - confiança nos

funcionários e confiança nas práticas gerenciais. Em contraponto, o presente estudo está

focando apenas a confiança na pessoa que tem contato com o cliente na venda do imóvel, ou

seja, nos corretores de imóveis, no contexto de relacionamento entre vendedores de serviços e

clientes, não analisando a influência das práticas gerenciais das imobiliárias e das

construtoras.

Morgan e Hunt (1994) afirmam que a confiança existe "quando uma parte acredita

na integridade e dignidade do parceiro". Neste sentido, Brei e Rossi (2002) entendem que

parte da confiança é relacionada com expectativas (positivas) sobre as intenções e/ou

comportamentos do parceiro na troca. Similarmente, para Santos e Rossi (2002), em um

relacionamento contínuo a confiança é associada com qualidades tais como consistência,

competência, honestidade, integridade, responsabilidade e benevolência, e tem papel central

na promoção da cooperação entre as partes.

Já para Garbarino e Jonhson (1999) o benefício psicológico da confiança é mais

importante do que tratamento especial ou benefícios sociais no relacionamento de

consumidores com empresas de serviços. Esses mesmos autores também constataram que a

confiança é o principal determinante da predisposição para futuras relações e reduz o papel de

outros fatores de natureza objetiva nestas intenções.

Sirdeshmukh et ai. (2002) realizaram um estudo que diferencia a confiança do

comportamento digno de confiança. Eles definem confiança do consumidor como as

expectativas que são atendidas no serviço prestado e quando a promessa é cumprida, e

(23)

linha de frente e administração de políticas e práticas, como a motivação que assegura o

interesse do consumidor. Similarmente, Suh e Han (2003) expõem que confiança é a crença

na convicção das expectativas favoráveis sobre o que a outra parte faria, baseada nas

interações anteriores.

Apesar dos estudos citados anteriormente, os autores em geral não focam a

confiança como um fator crucial em uma compra de valor, onde o tempo do envolvimento do

cliente na compra do produto ou serviço pode proporcionar a construção de um

relacionamento pré-compra. No presente estudo, a confiança é medida tanto no corretor de

imóveis quanto na construtora, como antecedentes da satisfação com a compra do imóvel, e

serão definidas separadamente, a seguir.

2.1.1.1 - Confiança no Corretor

A primeira variável do modelo a ser testada nesta dissertação é a confiança no

corretor.

Quando o provável comprador vai até o stand de vendas, ele já reconheceu a

necessidade

e está

no

estágio

seguinte

do

processo

de

compra2.

O corretor

tem

um

papel

importante nessa fase, prestando informações sobre as características da obra, tais como:

localização, planta, metragem, qualidade do acabamento, opções de lazer, preço, prazo de

entrega e de financiamento (MUTRAN, 2003). Segundo o mesmo autor, 50% das pessoas não

decidem a compra do apartamento durante a visita ao stand, mesmo tendo todas as

informações necessárias. Com isso, o relacionamento com o cliente até a decisão da compra

se estende.

Os estágios de decisão de compra são: (1) reconhecimento da necessidade, (2) busca de informações, (3)

(24)

Assim, Swan e Oliver (1991), citados por Ramsey e Sohi (1997), relatam que

quando os clientes percebem que o vendedor está ouvindo o que eles dizem e se empenham

em atender as suas necessidades, eles sentem que o vendedor está honestamente interessado

neles e é mais confiável. Mais tarde, Morgan e Hunt (1994) concluíram que o

comprometimento e a confiança desempenham um papel central para o sucesso do marketing

de relacionamento, encorajando os profissionais de marketing à preservar relacionamentos de

longo prazo.

Segundo Crosby et ai. (1990) a confiança no relacionamento de vendas é definida

como "uma convicção de que se pode confiar que o vendedor irá se comportar de tal maneira

que os interesses de longo prazo do cliente serão atendidos". Os autores expõem que a

confiança no vendedor é uma dimensão da qualidade no relacionamento e entendem que a

confiança é a crença na honestidade e integridade que o cliente tem no vendedor. Eles

concluíram que a confiança do cliente no vendedor não está relacionada com o desempenho

da venda, somente com relacionamento interpessoal.

Doney e Cannon (1997) definem confiança como a percepção da credibilidade e

benevolência no objetivo da crença e reportam que confiança no vendedor não está

relacionada com a escolha da compra. Similarmente, Suh e Han (2003) entendem que a

confiança tem três características: (1) competência, que significa que a pessoa que confia

acredita que a pessoa a ser confiada tem a habilidade ou poder para fazer o que precisa ser

feito;

(2)

benevolência,

que

é a

amplitude

da

qual

a pessoa

a ser

confiada

quer

fazer

o melhor

pela

outra,

com

exceção

de

ganhos

movidos

por

qualquer

egocentrismo;

e (3)

integridade,

que

significa

que

acredita-se

que

a pessoa

a ser

confiada

fala

a verdade,

age

eticamente

e cumpre

as promessas. Também Bigne e Blesa (2003) expõem que confiança, na estrutura de

(25)

credibilidade e benevolência, em concordância com as demais definições apresentadas que

ressaltam a honestidade e a benevolência.

As definições sobre confiança dos autores em geral demonstram que ela está

ligada à condição de qualidade, ao invés de aspectos econômicos, não invalidando, porém,

que a falta da confiança poderá inviabilizar a realização da negociação.

Assim, no presente estudo, a confiança no corretor é entendida como o benefício

psicológico construído a partir da integridade, credibilidade, benevolência, dignidade e

sinceridade percebidas pelo cliente (DONEY e CANNON, 1997; SUH e HAN, 2003;

GARBARINO e JONHSON, 1999).

2.1.1.2 - Confiança na Construtora

A segunda variável a ser testada neste estudo é a confiança na construtora

percebida pelo cliente.

Em consonância com algumas definições clássicas, Dias (2003, p.109) entende

que a marca é uma letra, uma palavra, um símbolo ou qualquer combinação desses elementos,

adotada para identificar produtos e serviços de um fornecedor específico. No entanto, a sua

imagem carrega muito mais que letras. Uma marca de confiança no mercado, principalmente

na compra de um imóvel na planta que costuma gerar certa angústia nos compradores, é a sua

imagem. A imagem da marca é o conjunto de percepções e associações que o consumidor

desenvolve com relação a um produto [ou a uma empresa] (DIAS, 2003, p.104).

Segundo Mutran (2003), o período entre a assinatura do contrato e o recebimento

das chaves - que pode durar dois anos ou mais - é cercado de incertezas, motivadas

(26)

Encol3.

O caso

de falência

da incorporadora

Encol

é um

dos

mais

lembrados

até

hoje.

"Depois

desse caso, os consumidores estão mais conscientes e atentos ao desempenho das

construtoras" (HAMILTON QUIRINO, 2004 apud NEDER, 2004). Já para um comprador de

um apartamento de uma grande construtora de São Paulo, foram fundamentais na decisão de

compra a credibilidade da construtora, atestada por outros compradores, e o stand de vendas,

com o apartamento modelo, que auxiliou a tangibilizar o produto (MUTRAN, 2003).

Segundo Leitão e Formoso (2000), os clientes pesquisados em seu estudo

revelaram que a credibilidade da empresa construtora é um fator muito importante e que esta

imagem tem três fatores: (a) tempo de atuação no mercado, (b) visitas as outras obras da

empresa e (c) qualidade do projeto.

Para Bigne e Blesa (2003), a orientação de mercado da empresa propicia a

orientação do vendedor para o cliente, que por outro lado aumenta a confiança do cliente no

relacionamento com a empresa. Portanto, a comunicação correta, formal ou informal, passa a

ser um fator de suma importância ao crescimento da confiança, uma vez que a comunicação

inadequada impacta diretamente na imagem da empresa.

Morgan e Hunt (1994) compreendem que confiança existe quando uma parte, ou o

cliente, tem confiança na fidedignidade e integridade do parceiro envolvido na negociação, ou

seja, a empresa. Similarmente, Andaleeb (1996) define confiança como a disposição de uma

parte em confiar no comportamento da outra que está envolvida na negociação, especialmente

quando este comportamento tem implicações nos resultados da parte que concedeu a

confiança. A concessão da confiança pelo cliente é precedida pela crença nas ações da

empresa em conduzir as negociações para resultados favoráveis para ambos.

3 A ENCOL

S/A

- Engenharia,

Comércio

e Indústria

foi

a maior

empresa

do setor

de construção

civil

no Brasil

e

uma das maiores do mundo, até sua falência em 1999. O saldo da falência foi mais de 700 obras paradas em 66

(27)

Santos (2001) conclui que investimentos no gerenciamento eficiente de

reclamações irão promover a confiança do consumidor na empresa, aperfeiçoar as avaliações

sobre a qualidade dos serviços prestados por esta, gerar novos negócios e, enfim, fortalecer o

relacionamento entre consumidor e empresa. Similarmente, Andaleeb (1996) entende que

quando um comprador não tem confiança no fornecedor, o compromisso com este

relacionamento deve ser menor, refletindo um desejo de cancelar a relação, ou de nem

começar. Lusch, O'Brien e Sindhav (2003) concluem que a confiança no parceiro do negócio

pode ser importante não somente no contexto do relacionamento corrente, mas também para

iniciar uma ação coletiva para adquirir apoio para uma mudança estratégica na organização.

Assim, no presente estudo, a confiança na construtora é definida como a

percepção de integridade, honestidade e credibilidade da imagem da marca da construtora

pelo cliente, e da própria empresa.

2.1.2 - Satisfação

Apesar de recentemente muitos autores terem focado seus estudos na confiança,

lealdade e comprometimento como construtos necessários no relacionamento de longo prazo

com

os

clientes,

e não

mais

o construto

satisfação

(SANTOS,

2001;

MÜCKENBERGER,

2001; GARBARINO e JOHNSON, 1999), outros entendem que o construto satisfação é

necessário nos relacionamentos com o cliente e, conseqüentemente, pode gerar confiança

(CROSBY e STEPHENS, 1987; EVANS et ai., 2000; BIGNE e BLESA, 2003; CHAUVEL,

2000; GANESAN, 1994). No presente estudo a satisfação é analisada tanto como um

construto precedente, quanto conseqüente da confiança.

Assim, Chauvel (2000) diagnostica que a satisfação é um estado psicológico

(28)

efeitos reais da compra. Para a autora, qualquer comportamento humano é uma "ação

simbólica" que se situa no contexto de determinada relação, expressa um entendimento

individual das modalidades reais e potenciais, ao mesmo tempo em que participa de uma

construção. Segundo seu estudo, a relação comprador versus vendedor é percebida como

sendo de natureza essencialmente econômica. Tanto as expectativas quanto sua confirmação

ou desconflrmação são, assim, carregadas de significados, que não afetam somente o nível de

satisfação ou insatisfação, mas a interpretação do comportamento da empresa. Assim, a autora

entende que o cliente pode se comportar de modo diferente com a empresa e,

conseqüentemente, com o vendedor, se as expectativas forem desconfirmadas e o mesmo ficar

insatisfeito.

Oliver (1999) define que satisfação é o prazer satisfeito, ou seja, o cliente percebe

que o consumo preenche algumas necessidades, desejos, objetivos e assim por diante, e que é

prazeroso. Assim, o autor entende que satisfação é a percepção do cliente de que o consumo

gera resultados, em comparação com os padrões pré-determinados, de prazer ou desprazer. O

autor ainda explana sobre satisfação como uma avaliação da discrepância percebida entre a

primeira expectativa e o atual desempenho do produto.

Crosby e Stephens (1987) conceituam a satisfação total do consumidor com o

serviço como tendo três faces: satisfação com o contato pessoal, a prestação dos serviços e a

organização. No presente estudo a satisfação é medida tanto como precedente da confiança

percebida pelo cliente em relação ao corretor de imóveis como conseqüente de outras

variáveis, inclusive confiança, que influenciam na satisfação total com a compra do imóvel, e

que serão definidas separadamente, a seguir.

FUNDAÇÃO GETULÍO VARGAS

(29)

2.1.2.1 - Satisfação com o corretor

A terceira variável do modelo é a satisfação com o corretor de imóveis que é,

neste estudo, um construto precedente da confiança no vendedor e que, conseqüentemente,

influencia nos relacionamentos mais duradouros, como nos estudos de Santos (2001) e

Ganesan(1994).

Para Westbrook (1981 apud CROSBY et ai, 1990), a satisfação do cliente com o

vendedor reflete um "estado emocional que ocorre em resposta à avaliação desta interação de

experiências". Similarmente, Ramsey e Sohi (1997) entendem que se o cliente está satisfeito

com o vendedor, ele continuará negociando com o mesmo.

Ganesan (1994) desenvolveu um estudo em que analisa a satisfação como

antecedente da confiança. O autor entende que a satisfação do varejista com resultados

anteriores será crescente se perceber no fornecedor benevolência e credibilidade. Em

relacionamentos de continuidade, satisfação com resultados anteriores indicam igualdade na

troca. Desta maneira, resultados justos geram confiança, de modo que as partes envolvidas

entendem que há igualdade no relacionamento e que ambos estão interessados no bem estar

mútuo. Ganesan (1994) concluiu que satisfação com resultados anteriores têm um efeito

significativo na lealdade entre as partes envolvidas e sugere que os fornecedores devam ter

mais consciência das conseqüências de suas ações, levando assim à satisfação no

relacionamento.

Já Bigne e Blesa (2003) focam seu estudo na interação social da dimensão de

satisfação, não analisando o aspecto econômico. Para eles confiança e satisfação estão

correlacionados e tanto podem ser precedentes como conseqüentes, comprovando que a

(30)

Assim, neste estudo, a satisfação com o corretor de imóveis é entendida como um

estado emocional, não financeiro, que ocorre em resposta a uma avaliação percebida na

interação que o cliente teve com o corretor (CROSBY et ai., 1990; BIGNE e BLESA, 2003).

2.1.2.2 - Satisfação com a compra do imóvel

A quarta variável é a satisfação com a compra do imóvel que é, neste estudo,

analisada como um construto conseqüente da confiança, tanto no corretor quanto no

fornecedor, construtora, como exposto nos estudos de Mückenberger (2001) e Garbarino e

Johnson(1999).

A compra de um imóvel na planta costuma gerar certa angústia nos compradores.

A decisão da compra de um imóvel na planta é sempre acompanhada de uma fase de

insegurança e momentos de ansiedade, motivada principalmente pelos acontecimentos com

empresas que faliram, citados anteriormente. Afinal, de acordo com a declaração de um

empresário da construção descrita pelo autor, "os construtores e incorporadores vendem

sonhos e só entregarão dois anos depois" (MUTRAN, 2003), dificultando assim a

tangibilização do produto e, conseqüentemente, a avaliação da satisfação com a compra do

produto. Segundo o mesmo autor, 27% das vendas em uma das empresas entrevistadas são

feitas através de indicação de clientes, pois clientes satisfeitos se tornam defensores da

empresa, recomendando e fortalecendo, assim, a sua imagem.

Mückenberger (2001) averiguou em seu estudo que a ligação entre intenção e

satisfação com a compra está intermediada pela confiança. Já Oliver (1999) verificou que a

satisfação é um estado temporal pós-uso decorrente de uma situação de consumo única ou de

experiências repetidas que refletem como um produto ou serviço supriu seu propósito.

(31)

usada no presente estudo é: "a satisfação total ou satisfação acumulada é uma avaliação

positiva baseada na compra e na experiência do consumo, ou do serviço prestado além do

esperado".

Crosby e Stephens (1987) constataram que a satisfação com o vendedor, com a

política e com a empresa têm influência direta nos efeitos da satisfação total. Já Westbrook e

Oliver (1991) entendem que o julgamento da satisfação é geralmente concordado para

originar uma comparação do nível de produto, desempenho do serviço, qualidade, ou outros

resultados percebidos pelo cliente como uma avaliação comum. Os autores expõem que

existem várias definições de satisfação na literatura, mas a definição que declaram que tem

recebido mais suporte é: "satisfação é o julgamento da avaliação pós-escolha relativa a uma

seleção específica de compra" (DAY, 1984 apud WESTBROOK e OLIVER, 1991).

Posteriormente Oliver (1993) estuda tanto a satisfação como a insatisfação do consumidor.

Para ele os clientes geralmente pensam que ficam mais satisfeitos quando percebem

tratamento justo e quando atribuem resultados favoráveis. O autor entende que a satisfação,

ou a insatisfação, do cliente tem antecedentes de expectativas, desempenho, desaprovação,

atribuição e igualdade, ou desigualdade.

Assim, no presente estudo, a satisfação com a compra do imóvel é definida, em

consonância com os demais autores, como um estado psicológico construído a partir da

confiança esperada, mantida e percebida no atendimento durante a compra e de acordo com as

percepções dos clientes sobre a qualidade e o valor do produto.

2.1.3 - Características do Corretor de Imóveis

Outra variável do modelo a ser testada são as características do corretor de

(32)

Em Doney e Cannon (1997) o desenvolvimento da confiança no vendedor

também se dá através das características no relacionamento. Para os autores a qualidade que

agrada refere-se ao vendedor, que na avaliação do comprador, são amigáveis, amáveis e

agradáveis. De acordo com as definições referenciadas por Doney e Cannon (1997), confiança

no vendedor também pode ser afetada por um processo intencional: consumidores favorecem

as pessoas que eles gostam (ROTTER, 1980) e vendedores reportam que para ganhar a

confiança do cliente, este o identifica como uma pessoa digna de estima ou um amigo

(SWAN, TRAWICK, e SILVA, 1985). Além disso, consumidores que percebem vendedores

com características similares às deles podem esperar que tais vendedores venham a ter crenças

comuns sobre quais comportamentos, objetivos e políticas são mais apropriados.

Consumidores atribuem intenções benevolentes para vendedores com atitudes que acreditam

compartilhar com seus valores (DONEY e CANNON, 1997).

Similarmente em Ury, Brett e Goldberg (1988), citados por Sobral e Coelho

(2003), a capacidade para ganhar o respeito e a confiança do seu oponente é uma das

competências interpessoais mais importantes requeridas aos negociadores, pois só assim se

poderá criar a empatia necessária para a discussão e resolução dos assuntos em conflito com

sucesso. Assim uma reputação positiva leva ao aumento da confiança e da credibilidade no

negociador, e uma reputação negativa dificilmente poderá ser alterada. Fornecedores que têm

uma reputação de terminar relacionamentos por almejar altos lucros demonstram que estão

interessados somente em seus próprios interesses, em vez de preocupados com o bem estar

mútuo na relação (GANESAN, 1994).

Em situações de objetivos interdependentes, Johnson e Johnson (1972 apud

CROSBY et ai., 1990) sugerem que a similaridade (particularmente a similaridade de atitude)

pode influenciar que uma parte facilite os objetivos da outra, resultando um aumento na

(33)

habilidade influenciam diretamente a eficiência das vendas, mas que somente a habilidade

influencia relacionamentos de vendas de longo prazo através de seu impacto na qualidade do

relacionamento. Eles entendem que a habilidade do vendedor sugere que as eficiências de

curto e de longo prazos são influenciadas pela qualidade deste vendedor. Anteriormente,

Crosby e Stephens (1987) resumiram que num modelo de relacionamento assume-se que

ocorre maior ou menor interação entre o consumidor e a pessoa de contato, se um ou outro

revelar uma informação importante ou recomendação de serviço. Em relação a uma avaliação

racional os autores assumem que o contato pessoal adiciona valor para o serviço, aumentando

sua utilidade.

Neste estudo as características dos vendedores não se distanciam das definições

dos demais autores encontrados na literatura. Portanto, as características do corretor de

imóveis incluem: (a) a percepção do cliente sobre o conhecimento do produto pelo corretor,

(b) a similaridade entre eles, e (c) a reputação e a amabilidade presentes no relacionamento

entre o corretor e o cliente.

2.1.4 - Experiências Anteriores e Relacionamentos com Corretores de Imóveis em Geral

Experiências anteriores e relacionamentos com corretores de imóveis em geral é a

sexta variável deste estudo.

Referenciado no estudo de Sobral e Coelho (2003), Rotter (1980, p.l) define

confiança interpessoal como "a expectativa de um indivíduo de que as palavras ou promessas,

verbais ou escritas de um outro indivíduo ou grupo sejam de confiança" e propõe que esta

variável de personalidade tem efeitos importantes nas relações sociais, nas quais se inclui a

negociação. O autor argumenta ainda que a confiança interpessoal é conseqüência das

(34)

ser afetada porque consumidores observam o comportamento do vendedor através de várias

situações, como compras anteriores, contatos informais de pesquisa ou mesmo através de

avaliação de amigos e da mídia. A freqüência com que vendedores e clientes se comunicam

nos negócios ou por razões sociais tem mostrado ser a chave determinante da manutenção de

relacionamentos com confiança (CROSBY et ai., 1990).

Além disso, Doney e Cannon (1997) acrescentam que, através de um processo de

capacidade, vendedores com habilidade constróem uma confiança da empresa compradora

aumentando a confiança que o vendedor pode passar com suas promessas. Os autores citam

alguns estudos em que o papel do vendedor hábil age em favorecimento da confiança. O

conhecimento sobre o produto e o mercado em que atuam influencia na avaliação desta

confiança.

Evans et ai. (2000) concluem que a estrutura de sabedoria dos vendedores contém

categorias de múltiplos clientes. O conhecimento da estrutura total pelos vendedores é

representado por duas características: complexidade e conhecimento da estrutura análoga.

Para os autores os vendedores preferem fazer negócio com um tipo de cliente e não com

outros, de acordo com os atributos percebidos tais como a facilidade da venda, qualidade da

interação interpessoal, tipo da necessidade do cliente ou da preferência pelo produto.

Assim, experiências anteriores com corretores de imóveis em geral são entendidas

neste estudo como a variedade de situações vivenciadas pelos clientes através das quais

(35)

Outra variável do modelo a ser testado nesta dissertação é o valor do produto

percebido pelo cliente.

O preço define as condições básicas pelas quais o vendedor e o comprador estão

dispostos a realizar a troca. Sob o ponto de vista do cliente, o preço expressa aquilo que ele

está disposto a pagar para obter o produto (ROCHA e CHRISTENSEN, 1987, p.134). Preço,

então, é o montante pago em troca do uso de um benefício proporcionado por um produto ou

serviço. Em inúmeras pesquisas já realizadas com consumidores, verificou-se que o preço é o

principal atributo considerado pelo cliente para a escolha da compra (DIAS, 2003, p. 254,

161).

Já o valor do produto depende do comportamento do cliente, que por sua vez é

influenciado pela cultura, aspectos pessoais e psicológicos. Valor percebido é a avaliação

sumária de um produto pelo cliente, levando em consideração os benefícios e o preço. O valor

total percebido é igual ao benefício percebido mais o preço percebido. Quando o preço

percebido é menor do que o benefício percebido, o valor total percebido é positivo e os

clientes sentem que fizeram um bom negócio. Em contraponto, quando o preço percebido

excede o benefício percebido, os clientes concluem que o produto não tem valor (VALLE,

2003).

Similarmente, Sirdeshmukh et ai. (2002) definem valor como a percepção do

benefício do cliente menos os custos das relações correntes do serviço provido. Pressupõem

valor como uma meta prioritária que regula as ações do cliente num nível menor, incluindo

comportamento intencional de lealdade através do serviço provido. Do mesmo modo, Fornell

et ai. (1996) entendem como percepção de valor a percepção do nível da qualidade do produto

(36)

Assim, Brei e Rossi (2002) entendem que o conceito mais utilizado de valor

percebido dentro da literatura de marketing é o de Zeithaml (1988, p.14 apud BREI e ROSSI,

2002) e o utilizam no estudo: "valor percebido é a avaliação geral pelo consumidor da

utilidade de um produto baseado em percepções do que é recebido e do que é dado". No

presente estudo, o valor percebido da compra do imóvel é definido da mesma maneira.

2.1.6 - Qualidade do Produto Percebida

A qualidade do produto percebida pelo cliente é a oitava e última variável do

modelo a ser estimada.

O nível de qualidade do produto deve ser definido a partir do significado que a

qualidade tenha para o cliente e da sensibilidade do cliente à qualidade. A marca tem função

importante no processo de compra, ligada aos aspectos psicológicos do comportamento do

consumidor (ROCHA e CHRISTENSEN, 1987, p.l 18,131).

Similarmente, Kotler (1993, p.520,521) entende que qualidade é quando um

determinado produto está em conformidade com as suas exigências ou especificações

propostas e está de acordo com os símbolos que são associados ao seu um nível de

desempenho. Entende-se assim, que o nível da qualidade não deve estar somente no produto,

mas comunicado adequadamente a fim de minimizar percepções diferentes.

Urbany et ai. (1997) sugerem que a qualidade baseada numa diferença de preço é

mais provável em uma situação que o cliente está avaliando a informação na fase de decisão.

Eles expõem que a percepção de uma mudança com perda de qualidade poderá ser codificada

como qualidade inferior do produto em relação à informação inicial. Os autores concluem que

os vendedores precisam criar legitimidade na qualidade e no preço para os clientes em

(37)

Mais especificamente em relação ao mercado imobiliário, qualidade percebida

compõe-se de atributos, aos quais o cliente confere uma importância relativa e que satisfazem

necessidades ou expectativas. Atributos são características pertinentes ao produto, que são

percebidos como benefícios pelo consumidor, como o tipo da planta ou a localização do

apartamento. Localização ideal, no caso de uma compra de um imóvel, é quando o produto é

considerado bom pelo cliente e que, por sua vez, está bem situado, de acordo com a sua

percepção (VALLE, 2003). Similarmente, Leitão e Formoso (2000) constataram que os

clientes analisam o produto de maneira mais ampla, incluindo na sua percepção de satisfação

com o produto, além do objeto físico, os serviços que ele abrange.

No presente estudo percebeu-se, através do grupo piloto, dos pré-testes dos

questionários e por experiências anteriores, que a qualidade do produto apartamento na planta

está ligada, na maioria das vezes, a quatro atributos, a saber: (1) a qualidade da construção,

percebida através das especificações dos acabamentos, conhecimento prévio de obras da

mesma empresa, visita ao stand de vendas ou pelo acompanhamento da obra durante a

construção; (2) a planta do apartamento, percebida através do diagnóstico do cliente,

levando-se em consideração que a mesma é "inteligente", prática e atende aos interesses do comprador

e de sua família; (3) a localização, percebida através da proximidade do edifício em relação ao

local de trabalho, moradia de familiares, comércio ou por se tratar do bairro onde o comprador

foi criado e mantém vínculos afetivos; e (4) pelos serviços oferecidos no edifício, como área

de lazer para as crianças, churrasqueira, sauna, piscina, segurança etc. Assim, no presente

estudo, a qualidade do produto percebida é definida como a qualidade percebida pelo cliente

que confere uma certa importância relativa, que satisfaz as necessidades ou expectativas

(38)

Portanto, nesta seção foram apresentadas as variáveis do modelo a serem testadas

neste estudo e suas definições. Na próxima seção são apresentadas as relações entre as

(39)

2.2 - Definição das Hipóteses

Com o objetivo de analisar o problema apresentado, bem como responder as

questões da pesquisa, são testadas sete hipóteses nesta dissertação. Hipóteses são proposições

não comprovadas a respeito de um fator ou fenômeno que é de interesse da pesquisa, baseadas

na literatura e que relacionam duas ou mais variáveis (MALHOTRA, 2001, p.78).

Segundo Crosby e Stephens (1987), satisfação geral do consumidor com um

serviço tem três dimensões distintas, incluindo satisfação com: (1) a pessoa com quem fez o

contato, no caso deste estudo o corretor; (2) o serviço principal, a qualidade e o valor

percebido do produto, neste caso o apartamento na planta; e (3) a organização, neste caso a

empresa incorporadora ou construtora. Brei e Rossi (2002) acreditam que o processo de

decisão do consumidor em relação às empresas seja guiado por boa parte de variáveis

latentes , denominadas "construtos mentais de ordem superior", tais como satisfação do

consumidor, qualidade percebida de serviço, valor percebido, confiança e comprometimento.

A compra de um imóvel é normalmente planejada e está carregada de sentimentos

tais como o estresse, o "sonho da casa própria" e outros tantos que fazem parte de uma

compra de valor. Assim, a confiança é um construto importante no estudo que está sendo

apresentado, pois a percepção da confiança pelo cliente poderá ser de grande importância para

a satisfação com a compra do imóvel e, neste estudo, para validar o modelo. As definições

sobre confiança dos autores em geral não contemplam a confiança como construto essencial

para a satisfação com a compra, sendo normalmente analisada como construto primordial à

formação de um relacionamento pós-compra. No entanto, no estudo de Bigne e Blesa (2003)

são analisados tanto o modelo da satisfação como antecedente da confiança, como o modelo

(40)

que no modelo da confiança como antecedente da satisfação eles obtiveram índices mais

significativos. Desse modo, concluíram que quanto maior a confiança mais extensa será a

satisfação. Similarmente a esta conclusão, Ramsey e Sohi (1997) entendem que a percepção

da satisfação pelo cliente se dá através da confiança. Crosby et ai. (1990) expõem que

relacionamentos de qualidade dependem da confiança e da satisfação com o vendedor. No

presente estudo, entende-se que a confiança no corretor de imóveis é um construto importante

que influencia a percepção da satisfação do cliente com a compra do produto. Assim, se tem a

primeira hipótese:

Hl: a confiança no corretor de imóveis percebida pelo cliente tem influência

direta na satisfação com a compra do imóvel.

No entanto, a confiança no corretor de imóveis pode estar sendo influenciada por

outros construtos, já estudados por outros autores, que no presente estudo são: (1) satisfação

com o corretor de imóveis, (2) características do corretor de imóveis e (3) experiências

anteriores e relacionamentos comerciais com corretores de imóveis em geral.

O primeiro construto a influenciar a confiança no corretor de imóveis seria a

satisfação com o mesmo. Assim, o nível do serviço e o tipo de negociação podem influenciar

na confiança percebida pelo cliente. No estudo de Ramsey e Sohi (1997) a confiança e a

satisfação com o vendedor são importantes construtos em estágios iniciais de relacionamento

e fundamental para constituição de relacionamentos mais duradouros. Similarmente Ganesan

(1994) entende que o varejista quando percebe desigualdade no relacionamento devido a

resultados não satisfatórios, pode ficar insatisfeito e, provavelmente, verá o fornecedor como

Referências

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