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ARTIGO
ORIGINAL
Leisure-time
physical
activity
and
cardiometabolic
risk
among
children
and
adolescents
夽
Luz
M.
Cárdenas-Cárdenas
a,
Ana
I.
Burguete-Garcia
b,
Bárbara
I.
Estrada-Velasco
b,
Claudia
López-Islas
b,
Jesús
Peralta-Romero
c,
Miguel
Cruz
ce
Marcia
Galván-Portillo
a,∗aCentrodePesquisaemSaúdePopulacional,InstitutoNacionaldeSaúdePúblicadoMéxico,Cuernavaca,México
bEpidemiologiaGenética,CentrodeDoenc¸asInfecciosas,InstitutoNacionaldeSaúdePúblicadoMéxico,Cuernavaca,México cUnidadedeInvestigac¸ãoMédicaemBioquímica,HospitaldeEspecialidades,CMNSigloXXI,IMSS,MéxicoD.F.,México
Recebidoem20defevereirode2014;aceitoem5dejunhode2014
KEYWORDS
Leisure-timephysical activity;
Child; Adolescents; Metabolicsyndrome
Abstract
Objective: ToassesstheeffectofLeisure-timephysicalactivity(LTPA)oncardiometabolicrisk
bynutritionalstatusinMexicanchildrenandadolescents.
Methods: Thiswasacross-sectionalstudyconductedwith1,309participantsagedbetween5
and17years.NutritionalstatuswasclassifiedaccordingtotheBMIZ-scorebyageandgender. ApreviouslyvalidatedquestionnairewasusedtoevaluateLTPA;acardiometabolicriskscore wascalculated.MultiplelinearregressionanalysiswasperformedtoassesstheeffectofLTPA oncardiometabolicrisk.
Results: Afteradjustingforriskfactors,mildLTPAwerepositivelyassociatedwith
cardiometa-bolicriskscore(Mildvs.IntenseLTPA:0.68;95%CI:0.18to1.18;pfor trend=0.007).Thisassociation becamestrongerwhenestimatedforoverweight(Mildvs.IntenseLTPA:1.24;95%CI:0.24to2.24; pfor trend =0.015)andobeseparticipants(Mildvs. IntenseLTPA:1.02;95%CI:0.07to1.97;pfor trend=0.045).
Conclusion: MildLTPAwaspositively associatedwithcardiometabolicriskinoverweightand
obesechildren andadolescents. Given theemerging childhoodobesity epidemicinMexico, theseresultsmaybeusefulinthedesignofstrategiesandprogramstoincreasephysicalactivity levelsinordertoachievebetterhealth.
©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.06.005
夽 Comocitaresteartigo:Cárdenas-CárdenasLM,Burguete-GarciaAI,Estrada-VelascoBI,López-IslasC,Peralta-RomeroJ,CruzM,etal.
Leisure-timephysicalactivityandcardiometabolicriskamongchildrenandadolescents.JPediatr(RioJ).2015;91:136---42.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:mgalvan@insp.mx(M.Galván-Portillo).
PALAVRAS-CHAVE
Atividadefísica delazer; Crianc¸a; Adolescentes; Síndromemetabólica
Atividadefísicadelazereriscocardiometabólicoemcrianc¸aseadolescentes
Resumo
Objetivo: Avaliar oefeito da prática de AFLsobre orisco cardiometabólico em crianc¸as e
adolescentesmexicanosdeacordocomsuasituac¸ãonutricional.
Métodos: Estudotransversalfeitocom1.309participantesdecincoa17anos.Asituac¸ão
nutri-cional foi classificadadeacordocomo escorez deIMC poridade esexo. Umquestionário validadoanteriormentefoiusadoparaavaliaraAFL;foicalculadoumescorederisco cardio-metabólico.AanálisederegressãolinearmúltiplafoifeitaparaavaliaroefeitodeAFLsobre oriscocardiometabólico.
Resultados: Apósoajuste deacordocomos fatoresde risco, aAFLlevefoi positivamente
associadaaoescorederiscocardiometabólico(AFLLevexIntensa:0,68;IC95%:0,18a1,18;ppara
tendˆencia =0,007).Essaassociac¸ãofoimaisintensaquandoestimadaparaparticipantesacima dopeso(AFL LevexIntensa:1,24;IC95%:0,24a2,24;ppara tendˆencia=0,015)eobesos(AFLLevex
Intensa:1,02;IC95%:0,07a1,97;ppara tendˆencia=0,045).
Conclusão: A AFLlevefoi positivamenteassociada ao escore deriscocardiometabólico em
crianc¸aseadolescentesacimadopesoeobesos.Considerandoaepidemiadeobesidade infan-til emergentenoMéxico,essesresultados poderão serúteisnaelaborac¸ãode estratégiase programasparaaumentarosníveisdeatividadefísicaafimdeobterumasaúdemelhor. ©2014SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.
Introduc
¸ão
A prevalência de sobrepeso e obesidade em crianc¸as e adolescentes mostra uma tendência crescente, principal-mente em países em desenvolvimento.1 Deacordo com a
Organizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS),até2010havia
apro-ximadamente42 milhões decrianc¸as acima dopeso.2 Por
outrolado,asAméricassãoaregiãocomamaior
prevalên-ciadesobrepesoeobesidadeemtodoomundo.3NoMéxico,
deacordocomaPesquisaNacionaldeSaúdeeNutric¸ãode
2012 (Ensanut), a prevalência combinada de sobrepeso e
obesidadefoide34,4%emcrianc¸asemidadeescolar
(cinco-11anos)e35%emadolescentes(12e19anos);4essas
pre-valênciasestãoligeiramenteacimadasrelatadasem2006.5
O sobrepesoe aobesidadeem crianc¸as e adolescentes
foramassociadosa alterac¸õesnoperfilderisco
cardiome-tabólicoouemseusdiferentescomponentes.6,7Damesma
forma,estãoassociadosaoinícioprecocedediabetes
mel-litusedeprocessosateroscleróticosquepredispõemjovens
adoenc¸ascardiovasculares.6Foramrelatadasalterac¸õesno
perfilmetabólicodentrecrianc¸aseadolescentesnoMéxico;
deacordocomoEnsanut2012,0,7%dosadolescentes
rela-tou diagnóstico anterior de diabetes, ao passo que 1,8%
relatou diagnóstico anteriorde hipertensão.4 Estudos
fei-tosemcrianc¸asrevelaramprevalênciadenívelanormalde
glicose próximoa 10%e acimade 15%para alterac¸õesdo
perfillipídico.8
Um papel protetor da atividade física com relac¸ão ao
risco cardiometabólico em crianc¸as e adolescentesé
des-crito na literatura;9 estudos demonstraram que a prática
intensa de atividade física melhora os níveis de
coleste-rol total,dalipoproteína debaixadensidade(LDL-C),dos
triglicerídeos, da lipoproteína de alta densidade (HDL-C),
de resistência à insulina e de pressão sanguínea e reduz
a circunferência da cintura nesse grupo populacional.9,10
Enquantoisso,apráticadeatividadefísicadelazer(AFL)
temsidoassociadaaumareduc¸ãonaprevalênciado
sobre-peso e da obesidade em crianc¸as e adolescentes. Além
disso,dentre osindivíduos obesos,a AFLmelhora operfil
deriscocardiometabólico.11,12Estudosobservacionais
inter-nacionaismostraram que os níveis elevados de AFL estão
significativamente relacionados ao menor escore de
sín-drome metabólica em cada categoria de índice de massa
corporal (IMC).11,12 Em contraste, osbaixos níveis deAFL
emcrianc¸aseadolescentesacimadopesoouobesas
aumen-tamaprobabilidadededesenvolversíndromemetabólicaou
alterac¸ãodeseuscomponentes.11
No México, a comprovac¸ão epidemiológica sobre a
associac¸ão de AFL ao perfil metabólico em crianc¸as e
adolescentes é escassa e inconclusiva;13,14 alguns estudos
transversais relataram a prevalência de distúrbios
meta-bólicose asíndrome metabólica,porém nãoencontraram
associac¸ãocomaatividadefísica.8,15
Oobjetivodesteestudofoiavaliaroefeitodapráticade
AFLsobreoriscocardiometabólicoemcrianc¸ase
adolescen-tesmexicanosdeacordocomsuasituac¸ãonutricional.
Materiais
e
métodos
Projetodoestudo
México(UniversidadedeMorelos,nonorte,Universidadede Independencia, no sul, Universidade de Netzahualcoyotl, no leste, e Universidade de Cuauhtémoc, no oeste). O estudo foi aprovado pelo Instituto Mexicano do Seguro SocialepeloscomitêséticosdoInstitutoNacionaldeSaúde PúblicadoMéxico.Antesdeiniciaroestudo,oprotocolode pesquisafoiexplicadoaospaiseàscrianc¸as.Ambosospais eas crianc¸as que concordaram em participar assinaramo consentimentoinformadoeassentiram,respectivamente.
Populac¸ãoestudada
Para o estudo atual, foi selecionada aleatoriamente uma amostrade1.442crianc¸aseadolescentesdecincoa17anos equeresidemnasáreasoesteenortedaCidadedoMéxico, semdiagnósticoanteriordediabete,hipertensão, dislipide-miaouqualquertipodedeficiênciafísicaoumental.Foram excluídasascrianc¸asque,nomomentodaentrevista, apre-sentaramumdiagnósticodedoenc¸ainfecciosaoudistúrbios gastrointestinais,asqueforamtratadascomantibióticonos doismesesanterioresàentrevistaeparticipantescom ques-tionários, medidas antropométricas e amostras biológicas incompletos.
Informac¸ões
Os participantes foram entrevistados diretamente por pessoal previamente treinado e padronizado para fazer entrevistasestruturadas e obtermedidasantropométricas edepressãosanguíneaequetambémnãotinham conheci-mentodahipótesedoestudo.Asinformac¸õesforamobtidas com relac¸ão às características sociodemográficas, ao his-tórico médico pessoal e familiar, bem como aos hábitos alimentareseàpráticadeAFL.Cadacrianc¸afoimensurada afimdeobtersuas medidasantropométricasedepressão arterial.
Medidasbioquímicas
A amostra de sangue venoso foi obtida depois de oito-12 horas de jejum de um dia para o outro. As amostras de sangue foram separadas em soro e plasma e foram, então, armazenadas a -70◦C. A determinac¸ão dos valo-res de glicose, lipoproteínas de alta densidade (HDL-C), lipoproteínasde baixa densidade (LDL-C), triglicerídeos e colesteroltotal foifeita como Clinical Chemistry System ILAB 300 mais equipamentos com controles e curvas de calibragemdeterminados pelaInstrumentation Laboratory Company(InstrumentationLaboratory,Massachusetts,EUA).
Medidasantropométricasepressãoarterial
Cadaumdosparticipantesfoimedidoepesadopor nutricio-nistaspreviamentepadronizados.Antesdosprocedimentos, pedimosque osparticipantestirassemsapatos,jaquetase agasalhos,bemcomotodososobjetospesadosemseus bol-sosquepudessemalteraropeso(chaves, óculos,bolasde gude, pulseiras, brinquedos etc.) O peso foi aferido com precisão de 0,1kg, com uma balanc¸a modelo Seca Clara 803 (Seca, Hamburgo, Alemanha) previamente calibrada.
O tamanho foi registrado no decímetro mais próximo (0,1cm)comumestadiômetroportátilSeca213(Seca, Ham-burgo,Alemanha);osparticipantesestavamcomosombros relaxados.Asituac¸ãonutricionalfoideterminadapormeio doescorezdeIMCdecadaparticipanteporidadeesexopor meiodosoftwareAnthroPlusdaOMS(versão1.0.4,2009).16
OsparticipantescomescorezdeIMCporidadeesexoentre
-0,99e0,99foramclassificadoscomodentrodopesonormal;
aquelescomescorezdeIMCentre1e1,99comoacimado
peso;eaquelescomescorez≥2comoobesos.A
circunfe-rênciaabdominalfoimensuradanapartedecimadacrista
ilíaca direita após uma exalac¸ão normal com precisão de
0,1cm,comumafitamétricaergonômicadefibradevidro,
modelo201(Seca,Hamburgo,Alemanha).
Após a crianc¸a descansar por cinco minutos em um
ambiente calmo, apressão sanguíneafoi aferidacom um
esfigmomanômetrodemercúriocomummanguitode
tama-nhoadequadonobrac¸odireitoeacrianc¸asentada,seguindo
protocolosinternacionais.17
Atividadefísicadelazer(AFL)
Cadaparticipante,acompanhadodamãeoudoresponsável, respondeuumquestionáriosobreafrequênciadepráticade AFL,umaversãoadaptadaeatualizadadeumquestionário validado anteriormente, respondido por uma populac¸ão debaixaemédiarendanaCidadedoMéxico,comvalores dereprodutibilidadeder=0,38paraatividadefísica mode-radaer=0,55paraatividadefísicaintensa.18Oquestionário
deAFLincluiuperguntasqueinvestigaramafrequência(dias
porsemana)eadurac¸ão(nunca,minutospordiaouhoras
pordia)deatividadesesportivas(ouseja,jogarbola,andar
debicicleta,etc.)duranteotempodelazer,dacaminhada
como atividade físicarelacionada atransporte e dejogos
popularesnasemanaanterioràaplicac¸ãodoquestionário.
Otipo deAFL e o tempogasto comsua práticaforam
convertidosemequivalentesmetabólicos(m/hora/semana)
por meio do software de análise de nutric¸ão e forma
físicaFood Processor,versão10.12.0(ESHA ResearchInc.,
Oregon, EUA). A AFL (m/hora/semana) foi categorizada
em tercis, cujos pontos de corte foram determinados
com base na distribuic¸ão de AFL nos participantes de
peso normal. Assim, a AFL foi classificada como leve
(≤ 21,72 m/hora/semana), moderada (21,73 a 53,1
m/hora/semana) e intensa (> 53,1 m/hora/semana). As
crianc¸as cuja AFL e cujo consumo total de energia eram
inferiores ou superiores a três desvios padrão da média
foramexcluídasdaanálise(61/1.441crianc¸asou4,23%da
amostra).
Escorederiscocardiometabólico
Até o momento, não existe consenso sobre os pontos de corteparaindicadoresdeperfilderisco cardiometabólico emcrianc¸aseadolescentesefoirecomendadooescorede risco cardiometabólicocontínuo.11 Com base nisso,
calcu-lamos o escore derisco cardiometabólico com asoma de
níveis padronizados de circunferência dacintura, glicose,
HDL-C,LDL-C,triglicerídeos,colesteroltotal,pressão
arte-rial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD); os
suaapresentac¸ãoinversa(1/HDL-C),poisestáinversamente
relacionado aorisco cardiometabólico.11 Um escoremaior
indicaumperfilcardiometabólicomenosfavorável.
Análiseestatística
As características sociodemográficas e a AFL foram com-paradas entre a situac¸ão nutricional por meio de um testequi-quadrado. Comooconsumo totalde energia,os componentes bioquímicos e o escore de risco cardiome-tabólico apresentaram uma distribuic¸ão assimétrica. Sua comparac¸ãoentreosgruposdesituac¸ãonutricionalfoifeita comotestedeKruskal-Wallis.
As covariáveis plausíveis consideradas nesta análise incluíram:idade,sexo,situac¸ãonutricional,nívelde esco-laridade dos pais, consumo total de energia e tempo de sedentarismo. Comooescore derisco cardiometabólicoé umavariávelcontínua,foramestimadosmodelosde regres-sãolinearmúltiplaparaavaliaroefeitodeAFLsobreorisco cardiometabólico.AAFLeotempodesedentarismoforam incluídos nomodelode regressãocomo variáveismudase a AFL intensa e as atividades sedentárias por menos de 14,68 horaspor semana eramcategoriasde referência. O modeloderegressãomúltipla foiajustadoatéummétodo gradual. A interac¸ão entre a práticade AFL e a situac¸ão nutricionalfoitestadaincluindoostermosmultiplicativos; então,oefeitodaAFLsobreoriscocardiometabólicofoi cal-culadoemcadacategoriadesituac¸ãonutricional.Ostestes detendênciaforamestimadosincluindoaAFLnomodelode regressãocomoumavariávelcontínua.Consideramos esta-tisticamente significativo umvalor dep<0,05, excetona interac¸ão,emqueovalordepera<0,25.Aanálisedosdados foifeitacomosoftwareestatísticoStataversão12.0(Stata Corporation,CollegeStation,Texas,EUA).
Resultados
Dos 1.441 1441 indivíduos 103 (9,22%) foram excluídos devidoavaloresimprováveisdeconsumototaldeenergia, AFLouquantidadesdetempodesedentarismoeausênciade dadosdemensurac¸ãoantropométricaoubioquímica.Uma amostrafinalde1.309 participantesfoi incluídaem nossa análise;ascaracterísticas sociodemográficas(idade,sexo, níveldeescolaridadedospaisetc.)dosindivíduosexcluídos eramsemelhantesàsdosincluídosnesteestudo(dadosnão divulgados).
A idade média da populac¸ão estudada era de nove anos, com amplitude interquartil de três; 53,9% dos participantes eram meninos; 23,9% acima do peso e 26,2% obesos; o escore de risco cardiometabólico médio era de -0,40, com amplitude interquartil de 6,06. Com relac¸ãoàAFL,35,5%dosindivíduospraticavamAFLintensa (>53,1m/hora/semana)e32,4%praticavamAFLmoderada (21,3 a 53,1 m/hora/semana) (dados não divulgados). A distribuic¸ão das características sociodemográficas e bioquímicasedaAFLdeacordocomasituac¸ãonutricional está apresentada na tabela 1. Todas as variáveis, exceto
aAFL,o níveldeescolaridade dospais,o colesteroltotal
e o consumo de energia, estavam distribuídas de forma
significativamente diferente entre as três categorias de
situac¸ão nutricional. A mediana dos níveis de PAS, PAD,
LDL-C e triglicerídeos estava estatisticamente mais alta
entreascrianc¸asacimadopesoeobesasdoqueentreasde
pesonormal.Adicionalmente,foiobservadaumatendência
crescente nessas variáveis em cada uma das categorias
de situac¸ão nutricional. Em contrapartida, o nível médio
deHDL-Cestavamenorentreascrianc¸as acimadopeso e
obesasdoqueentreasdepesonormal.
No modelo de regressão múltipla, a AFL leve em
comparac¸ão à AFL intensa aumentou significativamente o
escore de risco cardiometabólico (AFL Leve x Intensa: 0,68;
IC95%:0,18a1,18;p para tendˆencia=0,007).Umainterac¸ão
entreasituac¸ãonutricional narelac¸ão entreAFLleve eo
escorede risco cardiometabólicofoiencontrada nogrupo
acimadopesoeobeso(valordep=0,124,0,220,
respecti-vamente).Quandoestratificadaspelasituac¸ãonutricional,
umaumentosignificativonoescorederisco
cardiometabó-licofoiobservadoemcrianc¸asacimadopesoquepraticam
AFLleveemcomparac¸ãoàsquepraticamAFLintensa(AFL
Leve x Intensa:1,24;IC95%:0,24a2,24;ppara tendˆencia=0,015).
Também entre os participantes obesos, observou-se uma
tendênciasemelhantenoescorederiscocardiometabólico
entreapráticadeAFLleveeintensa(AFLLevexIntensa:1,02;
IC95%:0,07a1,97;ppara tendˆencia=0,045),respectivamente
(tabela2).
Discussão
Nesteestudo,foiobservadoquecrianc¸aseadolescentesque praticamAFLlevetinhamumescorederisco cardiometa-bólicomais altodoque seusparescomAFL intensa.Essa associac¸ão estavapresenteprincipalmente entreos parti-cipantesacimadopeso eobesos.Esse achadoé relevante paraa populac¸ão de interesse,jáque oferece uma justi-ficativa para o aumento da prática de AFL para prevenir complicac¸ões cardiovasculares e metabólicasem crianc¸as eadolescentesacimadopesoeobesos,dentreosquais,de acordocomasevidências,oexcessodeIMCede circunfe-rênciadacinturatornaodesenvolvimentodadiabetetipo2 maisprovável,assimcomodedoenc¸ascardiovasculares.6,19
NossosresultadossugeriramqueapráticadeAFLintensa
poderiaassumirumpapelprotetornorisco
cardiometabó-licoemparticipantesacimadopesoeobesos.Constatou-se
sercompatívelcomosresultadosrelatadosanteriormente
emcrianc¸aseadolescentesacimadopesoeobesos,dentre
osquaisfoiapresentadooefeitobenéficodaatividadefísica
sobre os diferentes componentes do perfil metabólico.20
Uma metanálise constatou que intervenc¸ões de exercício
aeróbico entre crianc¸as ou adolescentes com obesidade,
hipercolesterolemia ou hipertensão arterial reduzem os
níveis de triglicerídeos em 3%, da PAS em 1,4% e da PAD
em0,4%eaumentamasconcentrac¸õesdeHDL-Cem0,3%.10
Adicionalmente, foi relatada uma reduc¸ão nos níveis de
glicose e colesterol total após pelo menos quatro
sema-nas de intervenc¸ões de exercício aeróbico nesse grupo
populacional.20,21
Umaexplicac¸ãobiológicaplausívelparaarelac¸ãoinversa
entreaAFLeoescorederiscocardiometabólicoobservada
emnossoestudopodeseratribuídaaoefeitodaatividade
física sobre a resistência à insulina, produc¸ão de
adipo-nectinaefunc¸ãoendotelial.22 Apráticadeatividadefísica
Tabela1 Distribuic¸ãodascaracterísticassociodemográficasebioquímicaseaAFLnapopulac¸ãoestudadadeacordocoma situac¸ãonutricional
Variáveis Pesonormal
(49,9%) n(%)
Sobrepeso (23,9%) n(%)
Obesidade (26,2%) n(%)
pa
Sexo
Masculino 350(53,6) 154(49,2) 202(58,9) 0,044b
Feminino 303(46,4) 159(50,8) 141(41,1)
Idade
<10anos 404(61,9) 156(49,8) 163(47,5) <0,0001c
≥10anos 249(38,1) 157(50,2) 180(52,5)
Escolaridadedopaid
Ensinofundamental 224(34,6) 116(37,5) 123(36,4) 0,642
Ensinomédioousuperior 424(65,4) 193(62,5) 215(63,6)
Escolaridadedamãed
Ensinofundamental 209(32,4) 90(29,2) 102(30,3) 0,558
Ensinomédioousuperior 435(67,6) 218(70,8) 235(69,7)
Históricodesobrepesoouobesidadedospais
Não 324(49,7) 128(40,9) 97(28,3) <0,0001c
Sim 328(50,3) 185(59,1) 246(71,7)
Atividadefísicadelazer(m/hora/semana)
Intensa(>53,1) 218(33,4) 116(37) 131(38,2) 0,588
Moderada(21,73-53,1) 218(33,4) 101(32,3) 105(30,6)
Leve(≤21,72) 217(33,2) 96(30,7) 107(31,2)
Riscocardiometabólico
escorez -2,16(4,40) 0,42(5,11) 3,46(6,06) 0,0001c
Tempodesedentarismo(horas/semana)
≤14,68 213(33,4) 92(29,8) 80(23,9) <0,001c
14,68-25,35 212(33,3) 97(31,4) 98(29,2)
≥25,35 212(33,3) 120(38,8) 157(46,9)
Glicose(mmol/dL)
Mediana(AI) 4,66(0,67) 4,6(0,61) 4,72(0,56) 0,0474b
PAS(mmHg)
Mediana(AI) 95(10) 100(20) 105(12) 0,0001c
PAD(mmHg)
Mediana(AI) 60(10) 69(10) 70(15) 0,0001c
HDL(mmol/L)
Mediana(AI) 1,42(0,47) 1,32(0,44) 1,19(0,47) 0,0001c
LDL(mmol/L)
Mediana(AI) 2,61(0,9) 2,74(0,85) 2,79(1,08) 0,0001c
Triglicerídeos(mmol/L)
Mediana(AI) 0,8(0,42) 0,98(0,62) 1,27(0,89) 0,0001c
Colesteroltotal(mmol/L)
Mediana(AI) 4,16(1,13) 4,16(1,24) 4,24(1,32) 0,0914
Consumototaldeenergiakcal/dia
Mediana(AI) 2525(1205,21) 2475,62(1175,44) 1175,44(1169,28) 0,9281
Valoresexpressosemfrequênciasepercentuaisparavariáveiscategóricaseemmedianaseamplitudesinterquartis(AI)paravariáveis quantitativas.
HDL,lipoproteínadealtadensidade;LDL,lipoproteínadebaixadensidade.
aValor de p:relevância estatística doteste qui-quadrado para variáveisqualitativas edo teste deKruskal-Wallis para variáveis
quantitativas.
b Parap<0,05. c Parap<0,001.
d Oníveldeescolaridadedospaisfoidefinidocomoomaiornívelatingido(faixadoensinofundamental:semníveldeescolaridadeaté
Tabela2 ModeloderegressãolineardeAFLeescorederiscocardiometabóliconosparticipantes
Tempodeatividade físicadelazer
Escorederiscocardiometabólico
Todososparticipantes (IC95%)a
Pesonormal
(IC95%)b
Sobrepeso
(IC95%)b
Obesidade
(IC95%)b
Intensa Referência Referência Referência Referência
Moderada 0,14(---0,34a0,631) 0,14(---0,54a 0,83)
0,57(---0,39 a1,54)
---0,26 (---1,20a 0,67)
Leve 0,68(0,18a1,18)c 0,29(---0,41a
0,99)
1,24(0,24 a2,24)d
1,02(0,07a 1,97)c Ppara tendeˆncia 0,007 0,405 0,015 0,045
a ajustadoporidade,sexo,situac¸ãonutricional,consumodeenergia,níveldeescolaridadedospaisetempodesedentarismo. b ßajustadoporidade,sexo,consumodeenergia,níveldeescolaridadedospaisetempodesedentarismo.
c p<0,01. d p<0,05.
do transportador GLUT4 e estimula a produc¸ão de fibras musculares sensíveisà insulina.22 Estudos epidemiológicos
experimentaiseobservacionaisemcrianc¸aseadolescentes
mostraramqueoexercícioaeróbicomelhoraadinâmicada
insulinaemindivíduosacimadopesoouobesos11equea
prá-ticadeatividadefísicareduzaprobabilidadederesistência
àinsulinaemadolescentes.23
Adicionalmente, a pesquisa indica que as intervenc¸ões
deexercício,comousemintervenc¸ãonutricional,
aumen-tamdeformasignificativaosníveisséricosdeadiponectina
em crianc¸as e adolescentes com ou sem problemas de
sobrepeso.24,25 O efeitodaatividadefísica sobreafunc¸ão
endotelialfoielucidadopormeiodadiminuic¸ãodosvalores
depressãoarterialedamelhoriadafunc¸ãoendotelialeda
atividadeantiaterogênica22eensaiosclínicosrandomizados
mostraramqueaatividadefísicaaeróbicaeosprogramasde
resistênciaaprimoramafunc¸ãoendotelialemadolescentes
acimadopesoouobesos.26
AtendênciaobservadaentreapráticadeAFLeorisco
cardiometabóliconosparticipantesacimadopesoeobesos,
dentreosquaisoriscocardiometabólicoaumentou
significa-tivamentenosparticipantes querelatarampraticarmenos
AFL e sugere umpossível gradiente biológico entre esses
doistrac¸os.Arelac¸ãodose-respostaconstituiuumresultado
controversonapesquisasobreatividadefísicaemcrianc¸as
eadolescentes.10 Osmotivosresponsáveispeladificuldade
deestabelecerrelac¸õesdose-respostaestãorelacionadosà
variedadedemétodosparamensurarapráticadeatividade
física,aausênciadepontosdecorteparaoscomponentes
doperfilcardiometabólico,afaltadecritériosunificadores
paraodiagnósticodesíndromemetabólicanessafaixaetária
eavariabilidadedeintervenc¸õesdeatividadefísicafeitas
nosensaiosclínicos.10
Constatou-seumaprevalênciadesobrepesoeobesidade
nascrianc¸asenosadolescentesdacidadeacimados
resul-tadospublicadosanteriormente.8,27Umapossívelexplicac¸ão
seriaosdiferentessistemasusadosparaclassificarasituac¸ão
nutricional em crianc¸as e adolescentes;em nosso estudo,
usaram-seospontosdecortedoescorezdeIMCdaOMS;a
literaturaindicaqueaprevalênciadesobrepesoeobesidade
encontradapeloscritériosdaOMSnormalmenteémaisalta
doque aprevalência estabelecidapelos sistemas do
Cen-trodeControleePrevenc¸ãodeDoenc¸asdosEstadosUnidos
(CDC)edaForc¸aTarefaInternacionaldeObesidade(IOTF).28
A forc¸a deste estudo reside no tamanho da amostra
usada,que reduzaprobabilidade deumerrotipoII. Este
estudoéumdosprimeirosfeitosnestepaísqueavaliaram
arelac¸ãoentreapráticadeAFLeoperfilcardiometabólico
pelasituac¸ãonutricionalemcrianc¸aseadolescentes.Esses
resultadossãoprovasuficienteparajustificarqueaprática
deAFLéumaestratégiaparamitigarorisco
cardiometabó-licoem crianc¸as e adolescentes, principalmente naqueles
acimadopesoeobesos.
Contudo,oestudotemalgumaslimitac¸ões.Porumlado,
sua natureza transversal limita a determinac¸ão de uma
relac¸ão temporalentreaprática deAFLe o risco
cardio-metabóliconapopulac¸ãodoestudo.Portanto,osresultados
devem ser interpretados cuidadosamente. Do outro lado,
a maturidade sexual dos participantes não foi levada em
considerac¸ão, o que é umaquestão importante, já que a
resistênciafisiológicaàinsulinaécaracterísticadessafase
dociclo de vida. Contudo, o fato dea análise do estudo
nãoterincluídooestadopuberalnãoinvalidaseus
resulta-dosseestivermoscientesdequearesistênciaàinsulinaem
sinãoétotalmenteresponsávelpelavariabilidadedorisco
cardiometabóliconafaixaetáriadeinteresse;19alémdisso,
oestadopuberalestárelacionadoàidadeeessavariávelfoi
incluídanomodeloparaajustarosresultados.
Porfim,acreditamosquehábaixaprobabilidadedeum
relato diferente da prática de AFL usar um questionário
defrequência,jáque osparticipantes e ospesquisadores
nãosabiam dahipótese do estudo. Além disso, o uso de
umquestionárioparamensurac¸ãodapráticadeAFLéuma
limitac¸ão e é importante destacar que é o instrumento
deescolhaparamensuraraatividadefísicadapopulac¸ão,
principalmente em países em desenvolvimento, devido a
seubaixo custo,29,30 e seu uso ainda é válido em estudos
epidemiológicos.
Concluindo,umaumentonoescorederisco
cardiometa-bólicofoiassociado àpráticadeAFLleve, principalmente
em crianc¸as e adolescentes acimadopeso e obesos. Esse
éumresultado importante, devido aorápido aumento da
prevalência de sobrepeso e obesidade infantil observado
nosúltimos anos nesse país.A prática deAFL parece ter
umimpactopositivo,jáquecontribuiparaaprevenc¸ãode
complicac¸ões cardiovasculares e metabólicasem crianc¸as
eadolescentes acimadopeso e obesose, portanto, pode
Financiamento
Estetrabalho foifinanciado pelaConacyt Salud-2005-C02-14412; SSA/IMSS/ISSSTE-Conacyt 2012 -180808, Proyectos EstratégicosIMSS 2004-3601-0020; Fundación IMSS, A.C. e aFundac¸ãoGonzaloRioArronte.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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