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As desigualdades intra-regionais e suas interrelações no processo de desenvolvimento da educação escolar: o caso matogrossense

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(1)

AS DESIGUALDADES INTRA-REGIONAIS E SUAS INTER RELAÇOES NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA

EDUCAÇIO ESCOLAR - O CASO MATOGROSSENSE

Gislaene Moreno bll,.LI V . C.L: t,

(2)

EQUCAÇAO ESCOLAR O CASO MATOGROSSENSE Gislaene Moreno

Tese submetida como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Educação

RIO DE JANEIRO

FUNDAÇAO GETOLIO VARGAS

INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇAO

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇAO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS

(3)

~ Nina, minha mae

(4)

-1. I NTROOUÇJl:O o • • • • " • • • • • • • • • • , • • , • • • • • • • • • • I , 01

1.1 - Natureza do estudo ... ...•.. ...•... 01 1.2 - Procedimentos metodolõgicos ...•... 04 1.2.1 - A escolha do tema ... ... ... .•.. 04 1.2 . 2 - Etapas do trabalho ... .

1.2.3 - O referencial analitico ... . . . ... . 1.2.4 A anã1ise dos dados quantitativos ... .

2. A PROBLEMATICA DAS DISPARIDAOES REGIONAIS NOS PLANOS

05 07 10

GOVERNAMENTAIS: 1950-1980 ... 11

2.1 - Aspectos econ~micos, pollticos e espaciais.... 11 2.2 - A opção por um desenvolvimento integrado ao c~

pital internacional - 1967-1968 .... ... 26 2.3 - Educação - alternativa politica de

desenvolv;-mento . . . ... ... . .... ,.. . ... 43

3. A ORGANIZAÇAO 00 ESPAÇO, COMO CONSEQUrNCIA DAS POLI

TICAS DE OESENVOLVIMENTO REGIONAL ... ... ... 5B

4. MATO GROSSO: O ESPECTRO DAS DESIGUALDAOES REGIONAIS 68

4.1 - Breve histõrico . ... ... .... . . . .... ... 69

4.2 - Situação econõmica atual... .. .... ... 79

5. AS DESIGUALOAOES INTER E INTRA-REGIONAL DA EDUCAÇAO

ESC OLAR EM MATO GROSSO ',' ...

... . ... .

86

5.1 Situação da educação em Mato Grosso: uma re

-trospectiva geral ... . . . . 86 5.2 - As desigualdades inter-regionais da educação 1

escolar no Estado de Mato Grosso

... . ..

,

..

5.3 - As desigualdades intra-regionais da educação

5.4

escolar no Estado de Mato Grosso De s igualdades sôc;o·econômicas e

...

desiguald ade educacionais: uma si ntese do que os dados rev!

93

132

lam ... , ... , ... 153

(5)

6. CONCLUSOES ., .•..••..•..•. , •.•... ,., ...•... 158

6.1 - O que escondem e que revelam e qual a função

dàs teorias de desenvolvimento regional... 160 6.2 A desigualdade econômicasocial e a desigual

-dade educacional: desfazendo mitos. ... 163

7. BIBLIOGRAFIA... ... ... 169 8. ANEXOS. TABELAS... 184

(6)

A presente dissertação tem como objetivo o estudo das desigualdades inter-regionais e o seu relacionamento com o processo de desenvolvimento da educação escolar~ no Estado

,

de Mato Grosso.

o

trabalho se desenvolve a partir da hipótese de que a educação escolar, em termos de acesso, percurso e ate~ dimento, acompanha as desigualdades econômicas e sociais e-xistentes numa determinada area ou região.

A relevância do estudo. a despeito dos limi tes a-baixo sinalizados. pode ser adscrita aos seguintes aspectos:

do ponto de vista pessoal, representa um avanço teórico sig-nificativo. na medida em que permitiu transpor uma visão que se atem aos determinantes intra-escolares do fracasso esco-lar para circunscrevê~los, preponderantemente, aos extra~es­

colares, quais sejam, os lig ados às caracteristicas sócio -e-conômicas de cada região e os que vão determinar as condi ~ çoes de vida da sua população, portanto, dos educando s . Este avanço teórico, possibilitou organizar e analisar os dados secundãrios disponiveis de uma forma mais consistente, de m~ do a evidenciar que as decisões de politica educacional nao se definem nos limites do escolar, mas estão imbricadas ou implicadas em medidas mais amplas, de caráter econômico e p~ 1itico. Por outro lado, as descrições e inferências aprese~

tadas permitirão gerar outros trabalhos de pesquisa que cer-tamente contribuirão para despertar o espirito critico ' fren-te aos problemas da sociedade.

E

importante frisar que embora se trate de uma di~ sertação de mestrado, cujo escopo se define basicamente pela

discussão e anãlise de uma problemãtica, sem necessariamente imprimir ao tema originalidade, tem-se consciência que

(7)

nados aspectos que não avançaram mais por atingirem o limite da anãl ise que se podia alcançar, conforme estãgio em que aqui se pôde chegar.

Finalmente, resta agradecer as inumeras contribuições que vieram de colegas, amigos e familiares, que apoia -ram diretamente ou apenas incentiva-ram, todos confiando sem-pre, sem excessao, na execução deste trabalho. Agradecimentos, em espeCial, a Gaudêncio Frigotto, orientador incansã -vel e amigo essencial. A Vilma Barbosa, assessora da Secre-taria de Planejamento do Governo, que forneceu substancioso material de informações estatisticas

especialmente

e outros documentos ofi

ã Gesualda (Ada) e João ciais. A meus irmãos,

Antônio, por atenderem ção que lhes fazia.

prontamente a todo tipo de solicita

(8)

Este estudo examina a problemãtica das

desiqualda-des econômicas e sociais da região matogrossense e sua rela

çao com a educação escolar em termos de acesso, percurso e

atendimento.

Mediante o emprego de uma metodologia quantitativa

e qualitativa. bastante simples. o trabalho parte da idéia

de que a educação escolar tende a acompanhar as disparidades

existentes numa determinada ãrea ou regiao.

A anãlise dos indicadores econômicos, sociais e

e-ducacionais permitiu confirmar tal suposiçao. na medida em que ~âde mostrar que tanto mais pobre a região ou municipio, mais pobre ou precãrio ê o atendimento escolar. Neste senti do, a educação. embora possa servir de instrumento de cons -cientização, nos moldes em que vem sendo efetivada sõ pode servir ã manutenção das desigua1dades.

(9)

We examine bere the problem af economic and social ;nequalities in the State af Mato Grosso and their re la t;onship with shooling in terms af access, promotian, and f ormal equality.

By means af a very simple quantitative and qual;

-tative methodology, we start fram the assimplion that

schooling tends to be positively related to the existing disparities in a given area ar regian.

The analysis af economic. social and education a1 indicators lead us to confirm such an idea. It nos demonstrated that the poorer a regian ar county ;s, the poorer or more deficient ;5 the formal equlity af schooling. In this sense, though it may function as an instrument for I1conscientizationll, in the very it has been imp lemented it only can serve for for keeping the current inequalities.

(10)

TABELA 1 - Classificação segundo arrecadação do ICM por mi-crorregiões - 1~77 .

TABELA 2 - Populaçao, ãrea e densidade demogrãfica por mi-crorregioes e incremento populacional na decada de 1970 .

TABELA 3 Consumo de energia, segundo c lasse, por micrar -regiões - 1979.

TABELA 4 - Unidades escolares e nGmero de salas de a·'l. , se gundo localização e entidade mantenedora por roi crorregiões - 19 Grau, 1979.

TABELA 5 - Unidades escolares e numero de sala de aula, se gundo localização e entidade mantenedora por roi crorregiões - 2Q grau, 1970.

TABELA 6 - População escolarizãvel, escolarizada e déficit segundo localização por microrregiões, no ensino de 19 grau (7 a 14 anos).

TABELA 7 - População escolarizãvel, escolarizada e de ficit segundo localização por microrregiões, no ensino de 29 grau (15 a 1B anos) .

TABELA 8 - Matricula total, final e taxa de evasao segundo localização e entidade mantenedora por microrre-giões - 29 Grau - 1979.

TABELA 9 - 19 Grau Corpo docente, segundo o nivel de esco laridade, por microrregiões.

TABELA 10 - 29 Grau - Corpo docente, segundo o nlve1 de esco laridade, por microrregiões.

TABELA 11 - Arrecadação geral e do ICM por microrregiões e por especie.

(11)

TABELA 13 . Arrecada ção geral e do ICM por microrregiões,por 'municlpios e por especie,

TABELA 14 . População, ãrea e densidade demogrãfica por loca lização e incremento populacional na decada de

70.

TABELA 15 . Matricula total, final e taxa de evasao, segundo localização e entidade mantenedora por microrre· giões e municlpios . 19 Grau· 1979.

TABELA 16 . ' População escolarizãvel , escolarizada e défi c it segundo localizaçao por microrregi5es e municl-pios, no ensino de 19 grau

17

a 14 anos)e 29 grau (15 a 18 anos).

TABELA 17 . 19 Grau - Corpo docente, segundo o nivel de esco laridade~ por microrregiões e municipios .

TABELA 18 - 29 Grau· Corpo docente, segundo o nivel de esco laridade por microrregiões e municipios.

TABELA 19 - Matrlcula total, "final e ta xa de evasão, segundo localização e entidade mantenedora por microrre-giões e municipios - 29 grau - 1979,

TABELA 20 - Despesas municipais c om a educação

,

"per cap i ta" por microrregioes e mun;c;pios,

TABELA 21 - Unidades es colare s e numero de salas de aula, S! gundo localização e entidade mantenedora-1Q

grau-1979 .

TABELA 22 - Unid ades es colares e numero de salas de aula, s~ gundo lo calização e entidade mantenedora-29

grau-1979.

(12)

o

presente estudo discute a problemática da

educa-ção escolap, relacionando-a com problemas das "disparlJades " e/ou "desigualdadeS"l s5cio-econ5micas no Estado deMato Gros 50.

Desenvolve-se a discussão a partir da hipõtese de que a educação escolar no Estado de Mato Grosso

e

marcada por uma des~gualdade, seja no acesso, no percurso como no atend~

menta em si mesmo. Esta desigualdade acompanha similar

des-nível sócio-econômico sob os prismas inter-regionais eintra--regionais. Embora esta associação não seja exclusiva, nem

mecânica, pois interferem, eventualmente outros fatores -pr! ponderantemente de ordem politica -. ela se constit ui na evi dente tendência.

Neste capítulo introdutório serao discutidos: a

na-tureza do estudo, o tema em anãlise e sua delimita ção, aseta pas bãsicas do trabalho. e os indicadores fundamentais, eco-nômicos e educacionais, utilizados na anãlise.

1.1 Natureza do estudo

As teorizações mais correntes sobre desenvolvimento regional têm suas raizes em matrizes teõricas neoclãssica,

marginalista ou keynesianaj sob um enfoque regional. quase •

todas se apoiam em pressupostos que enfatizam o processo de formação dos desequilíbrios espaciais ou, antes, são explic~

06 C.OtlCWM d e ·'wpaAi..da.de" e. "du.iguai..dade" I na llieJW..tUlUl 6oci..Ot.Õ

g.i.c.a e. econômica, COno.tanl v.i..6ua.U.zaçõe& c:Uve.It.6a.6. Enquanto o p!LÚne.Viõ

guaJtda uma óü.ca 6unc<.ona..U.6.ta, dando a e.n.tendV!. que. no .i.rLt.WOIt da 60 cü!.dade de. cla66e o yltOb.le.ma

é

apena.ó de "gJLa.u de dUigualdade", o

lJe.

gundo encel'Ula o CMa..teJt <'A-V'tu.tUAalmente deó.Lgual da f.ociedade de c1M7

f.e. Nef..ta d.L.MelLta.ção, embolUt apalleçam O!J do.u c.onc.ei.:tof., dev.Ldo ao ti

(13)

çoes espaciais de teorias do equillbrio gerol. 2 Nessas teo-rias, as ca usas dos desequil1brios pertencem a mecanismos que agem espontaneamente, visando a alcançar novas e adequadas posições de equillbrio.

Trata-se, portanto, de teorias que nao levam em CO"

ta as leis orgânicas do desenvolvimento de produção capitalista. A despeito da

no interior, do modo vertiginosa e fla-grante oligopolização e internacionalização do mer cado, man têm a ideia de concorrência perfeita e equilibrio alongo pr!

lO.

Assim, por exemplo, são as teorias: sobre localiza çoes das atividades econômicas, de Walter Isard e Douglas C. North; do desenvolvimento polarizado, de François Perroux e seus seguidores, como John Friedmann; da dotação de recursos naturai s, de Hirschman, Perlloff e Wingo. Pela introdução do conceito da "espiral cumulativa H

, a teoria de Myrdal dif!

re das demais. Para ele, a noção de equilibrio estãv l... l J uma falsa analogia que se estabelece quando se procura explicar mudanças no sistema social, partindo da suposição de que o processo social tende a uma posição de equilíbrio entre for-ças, quando, na verdade, as mudanças tendem a provocar rea-çoes que operam no sentido oposto ao da primeira mudança.Mas. como as demais teorias, o autor não chegou ao âmago da ques-tão, qual seja a gênese das desigualdades regionais. As ana-lises marxistas que se ocupam da gênese da desigualdade têm versado mais sobre o cariter diferenciado entre cidade e cam , po, do que propriamente entre ou intra-regiões. Excelentes exemplos desse tipo de anilise são apresentadas em "Mudanças

2 AI, -teoiUM que pouu.tom o equillblÚo ge/lal poJt.tem do pll"I>hUpM-tO de um

meltcado qu.e .6e Jtegula pela concoMênua peAóWa, em que alªUn1a..6 emplte .6a.6, a.tIta.vê.6 da .i.ntlwdução de nova.6 tec.nolog.i.a.6 e/ou ..i.novaçoe.6 pe/Lti7

nentu J COn6egu.em a cUlLto p1tazo ba.ixaJI. h e.U6 c.u.6.to.6 e. ob.teA luClLO.6 a.di

uona.iÃ. Com o C.OlUleJL do tempo, pOltém, a.6 .i.novaçôe.6 .6edi.óundem e oe.quI il.btúo 6e. lteAtabe.le.c.e. no me.ltca.do. E.6.ta.6 :t.eotúa.6 de.túvam do chamado m07

dela MaJLl>hal-ia/W de equillblÚo a longo pJtdzo. PIWl uma anãtU.e d ... model0.6 e. demonhbtação de .6ua .iNte.a.li...dade, no capUa.t.iAmo

contempoJui-neo, velt LABINI, P.S. OligopÕlio e Pltoce..6.60 Têcrt.ico. São Pau.to~Folte.nhe,

(14)

na Divisão do Trabalho Interregional do Brasil" e em "Elegia para uma Re(li)gião", obras elaboradas - a primeira.por Fra!

-cisco de Oliveira e Henry Philippe Reichstul e a segunda so pelo primeiro. Ambas as anãlises se fixam no exame da div;

são regional do trabalho e nas suas mudanças, sob o controle hegemõnico da produção capitalista. No segundo. o exame e dedicado ã atuação da política regional de desenvolvimento

do Nordeste. atraves da SUDENE, exemplo mais típico e mais

notório da transferência da hegemonia burguesa do Centro-Sul para o Nordeste.

A teoria do capital humano, apesar de nao ser uma proposta específica de desenvolvimento regional, foi aborda-da nesse trabalho por haver sido eleita, após a Segunaborda-da Gue! ra Mundial, como uma variante da teoria do desenvolvimento, sob a ótica neoclássica.

Adotada no Brasil, como uma alternativa ou e s trate gia de desenvolvimento, essa teoria tem servido de guia met~ dológico e ideológico a todo planejamento educacional, bem como ã legitimação da política educacional posta em prática em todo o território nacional, nas ultimas duas decadas. Ne~ se sentido, o projeto educacional faz parte de um esquema de controle e dominação - econômica e pOlítica - característico de uma sociedade de classe.

postos, teorias

Não se deterá este estudo ã crítica dos seus press~

mas se tentará mostrar sua vinculação com as demais •

do desenvolvimento regional. desde suas raízes, na economia neoclãssica ou marginalista, ate ao fim que se pr~ ~õ~ como sjPorte ou mediação ideológica ã política econômica

~~d~pelo

Modelo Modernizador de

desenvolvimen~o,dis

(15)

1.2 Procedimentos metodolõgicos

1.2.1 A escolha do tema

O'problema das "disparidadesl'~ e mais especificame! te das desigualdades

é

algo inerente ao modo de produção em qualquer pais capitalista. Apenas a sua dimensão pode apr~ sentar-se diferentemente. No Brasil, as ãreas de maior con fronto têm sido as do Nordeste, região de maior problema, e as do Sudeste. Sobre as diferenças econômicas, pOlíticas e sociais dessas regiões têm versado a maior parte das produ-çoes teóricas existentes. Mais recentemente a Amazônia tem sido o alvo das atenções pelos conflitos e tensões sociais ali emergentes, como reflexo da própria incorporação no pr~ cesso de expansão do sistema capitalista. Mato Grosso nao se constitui em excessão, pois integra o mesmo processo.

E

lõgico que os desequilíbrios entre a região Centro-Oeste. da qual faz parte Mato Grosso, e o Sudeste, não estão na mesma escala em que se encontram os desta região e o Nordeste.

r

possível que os problemas de disparidades internas da região matogrossense, em relação às outras regiões do país, sejam acentuadas agora. quando esta zona tem servido de vãlvula de escape às contradições do próprio sistema capitalista, seja aliviando tensões sociais com a abertura de fronteiras agrí-colas, seja incorporando sua economia ao capital nacional e/ou internacional, embora perdendo sua própria identidade, na re dução do poder de decisão e das fontes geradoras de suas ri quezas. Isto

e.

assistindo, a transferência do controle eco nômico-politico do processo de produção para os conglomera-dos econômicos mais fortes geralmente situaconglomera-dos fora do Esta do.

(16)

A opçao da região matogrossense como unidade de ana lise da manifestação dessas contradições, proposta como obj~ to de estudo, qual seja o das desigualdades intrarregionais e suas relações com o processo de desenvolvimento da educa-ção, partiu da possibilidade de uma observação mais próxima desse objeto, dado a vivência e experiências de trabalhos r! lacionados com a educação e seu planejamento, ali desenvolvl dos. Por outro lado, a escolha do tema e sua conotação ge~ gráfica e educacional

e

também reflexo dos cursos de gradu! çao e especialização, respectivamente.

1.2.2 Etapas do trabalho

Tendo-se definido o objeto de estudo, e uma vez de-limitado o campo de atuação da investigação, o tempo foi ca-cacterizado em função da época em que a problemática das de sigualdades regionais passou a merecer tratamento especifico nos planos nacionais de desenvolvimento, até o inicio da vi gência do último PND: 1950 a 1980. E isto só pOde ser esta-belecido após revisão da politica regional constante nos pl! nos oficiais.

A seguir~ uma extensa revisão das várias linhas teõ ricas e estudos empiricos produzidos a respeito do problema 9

foi feita. De toda literatura revisada, alguns modelos teó-ricos, representativos das correntes mais gerais e utiliza-dos como suporte do planejamento e da pOlitica de desenvolv~

menta regional ~ foram selecionados e analisados. Ao longo do

texto buscou-se mostrar como esses modelos não dão co r~a de apreender a problemãtica das di sparidades no interior9 do mo

do de produção capita lista.

A tarefa seguinte constituiu-se na realização da co leta de dado s e informações que foram buscados 9 principalme~

(17)

triênio (1977, 1978 e 1979) considerando aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais do Estado e de cada um dos m~ nicipios. Posteriormente. optou-se por trabalhar, basicame~

te, apenas com um ano, 1979, vez que foi tomado todo o uni-verso como -campo de investigação: 38 municípios agrupados em 6 microrregiões homogêneas,3 conforme composição territorial

4

-em 1979 e nao se fez uso de computador.

) De posse de todos os dados e informações coletados.

estes foram analisados, sistematizados e ordenados de modo a permitirem a verificação da hipótese geral de

pré-estabelecida, derivar outros segmentos e fazer propiciando condições para o estudo do problema das

tr abalho ilações, de s i9ua~

dades e a relação com o processo de desenvolvimento da ' educa ção no Estado de Mato Grosso.

Desse modo, as hipóteses de trabalho ficaram assim estabelecidas:

a) a conservação das desigualdades regionais são uma

necessidade estrutural lógica da sobrevivência, ex

pansão e reforço do modo de produção numa sociedade classista onde a educação escolar, assim como ê ef! tivada e como parte de uma super-estrutura, cuja l~

9;C3 de acumulação enseja as desigualdades, nao can

tribu; para reduzi-las;

b} o desenvolvimento da educação escolar, tal como e •

concebido, não só acompanha o processo desigual de-senvolvimento regional como tende a reforçar este desigual desenvolvimento, embora também possa 1 ser instrumento de mudanças.

3 IBGE - V-i.v.u,ão do 8JLaúl. em MtClto-Reg.iõeA Homogênea.6. Rev.u.ta.

8Juui-ie.ilta de Ge.ogJta6i.a. e Eh.ta.tU..tic.a. R.io de Jartwo, 1970. Adiante 6e ve M que a 6upo6.ta homogenúdade rtao eUJ,te e6e.tivamen.te.

-4 Em 6.(.n6 de 1979 6oJta.m CJLi.ado6 17 rtOV06 mUfLi..c1.pi..o6 e rtu.te. ano miLU um.

a

E6.tado conta. IlOjC!. c.om 73 rmmi.upi..o.6.

(18)

1.2.3 O referencial analítico

o

esquema estabelecido para esboço do problema re-sultou da conj ugação de duas partes interdependentes~ consi-derando o objetivo do trabalho: uma teórica e outra empíri-ca. A parte teórica constituiu-se de uma anãlise da po1íti ca de desenvolvimento regional constante dos planos nacio-nais de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que se procurou identificar o modelo teórico que a respaldou. Isto posto, procurou-se ressaltar, analisar e criticar seus pressupostos básicos

ã

medida em que os seus resultados não têm favoreci

do uma situação de equilíbrio. A parte empírica consistiu

em trabalhar os dados coletados. sistematizando-os de modo a favorecer o confronto da teoria com a realidade.

Nesse sentido, utilizou- se de instrumental bastante simples, que certamente não pôde captar todos os aspectos e~ volvidos no processo da educação escolar. Acredita-se. po-rem, que esta simplicidade não ofereceu prejuizos em termos de precisão, quanto aos resultados.

Assim. optou-se por uns poucos indicadores de mais fãcil acesso, vez que o maior volume de dados demandariam um esforço artesanal de limpeza e conso lidação ou. por outra, o uso de meios sofisticados de instrumentos que exigiriam re cursos financeiros não disponiveis.

Dentre os indicadores sócio-econômicos e educacio-

,

nais a mão. escolheu-se aqueles que a literatura re~eranda

como mais significativos para mensuração das variãveis consl deradas chaves para este tipo de enfoque: ~iqu~za, u~b~niza­

ç.ao e. e.ducaç.ã.o.

Para mens urar a va~iãve.l 4ique.za elegeu-se ossegui~ tes indicadores:

(19)

-5

6

a) Reee~ta total do munielpio - arrecadação geral do município, em valor absoluto e valor per capita. ob teve-se o valor per capita dividindo-se a receita total pela população do município. em 1979. A rece! t~ total refere-se a: a.l) arrecadação própria do municipio - resultante dos seus próprios recursos, vendas de seus bens e do exercício de sua própria atividade alem das receitas tributãrias - impostos, taxas e contribuição de melhoria; a.2) arrecadação do ICMS - refere-se aos 20% transferidos pelo Esta do devido aos recursos advindos do imposto de circu lação de mercadorias; a.3} transferências fede-rais6 - refere-se a participação do município emren

das tributárias da União e a.4) outras receitas -re cursos provenientes de fontes diversas; v.g., de transações mobiliárias, imobiliárias, multas, oper~

çã o de credito, etc;

b) Receita p~õp~ia do municZpio e ~ecu~~o~ municipai~

devido~ ao ICM - a receita própria relaciona com a capacidade de tributação do município. O [CM refe re-se ao imposto de entrada e saída de mercadorias e ê capacidade de produção e comercialização de pr~ dutos. Considerou-se o valor absoluto e ova1or per capita; este obtido pela divisão do valor total p~ la população do município no ano de 1979;

c) Receita municipal devido

,

ã t~an66e~ência e6ta duat do lCM - relaciona-se com recursos provenientes da entrada e sa;da de mercadorias, em valor absoluto e valor per capita. O valor per capita ê produ~o da divisão do valor total pela população de 1979;

C0I160""" Lu Compi"",n.tM

,,º

01/69. 80% do pitOchtD da OMocadação do ICM 6ão dutinad06 a.o E6ta.do e. 20% ao6 municlpio6 a/tItecadadoltu.

(20)

d) COn6UmO dt ene~9ia elêt~iea - refere-se ao consumo

de energia por setores: residencial, comercial, in

dustria1 e publico.

A·va~ãvel uAbanização foi medida apenas pelo ~otal

da população u~bana e ~u~al e pela denhidade d emog~ã6ioa de

eada localidade, por microrregiões e municípios no ano de

1979.

Para mensuraçao da vd4iável educação foram conside

rados indicadores que avaliassem a situação do sistema educa

c;ona1 e da ação governamental:

a) ReeuA606 6inaneeiAo6 de6pendido6 em educação - ref~ rem-se às despesas educacionais, realizadas pelos próprios municípios e devidas às transferências es-taduais e federais, em valores absoluto e per c

ap;-ta. pelo

Este foi calculado com base nos totais gastos

número da população escolarizada por m;crorre

giões e municípios;

b) Núm e~o de Unidade E~cola~ e~ e 6ala6 de aulaj

c) Tndi ce6 de Atendi mento ã popula~ão e6cola~izãvet, e

de eva6ãoj

Todos estes indicadores foram trabalhados, primeir! mente. a nível global e inter-regional. isto

é.

as seis microrregiões do Estado. Depois. o mesmo

abrangendo

c~minho

(21)

Este critério foi uma opçao tãtica, metodológica,na medida em que a incidência dos fatos permitiriam dar antes uma macro visão revelando a amplitude das desigualdades e, posteriormente, reduzí-la no sentido de bem evidenciar os de sajustes permanentes em todas as faixas sob apreciação. Des ta forma, as limitações causadas pela não seriação temporal dos indicadores estariam superadas.

1.2.4 A anãlise dos dados quantitativos

o

objetivo da dissertação,como jã se ressaltou, nao r equer um fulcro multivariado, mas, por outro lado, não ores tringiu a anãlise dos dados quantitativos.

o

conjunto dos dados quantitativos utilizados, quer pela natureza do s mesmo s Quer por não se referir a uma s érie temporal, comporta um tratamento relativamente simples. Dado a estas características e mesmo aos propôsitos desta monogr~

fia, anãlises que transcendessem cruzamento de dados, pro por çõe s, percentagens e alguma medida de tendência central,

es-tariam exorbitando, dando a fal s a impressão de uma segurança estatística, mas sem respaldo no real.

Claro estã que ~ curso da manipulação apresent,! ram-se certas limitaç ões, como po r e xemplo, a não v;sualiza çã o das variações dos recursos captados para a educação ano a ano, vez que foi tomado apenas um ano base (1979) para ob-s ervação do problema. Entretanto, tais limitações foram mi-

,

nimizadas pela finalidade do estudo em verificar a ten dência comportamental da educação escolar frente às diferença s so cio-econômicas das microrregiões e municípios e mesmo ~ cer-tas interferências de ordem política .

(22)

2. A PROBLEMATICA DAS DISPARIDADES REGIONAIS NOS PLANOS GOVERNAMENTAIS: 1950-1980

2.1 As~ectos econômicos, políticos e espaciais

As produções teóricas sob a inspiração marginalista

ou keynesiana' tiveram ampla repercussão nos modelos econôm!

COS de desenvolvimento, difundidos por toda a América Lati na, principalmente pelos pensadores da CEPAl.2 No Brasil t

ei

ta influência ainda hoje continua viva no pensamento tecno-crãtico e se reflete nas políticas governamentais, constan-tes em seus planos nacionais de desenvolvimento. A problem!

tica regional ganha vulto a partir de 1950 e aspolíticas tr! çadas "a seu favor" ganham respaldo nessas teorias. Ressal ta-se, entretanto, que essas políticas têm revelado grande preocupação não com o problema dos desniveis regionais emsi, mas com o que poderiam vir a representar no processo de

de-senvolvimento econômico global do Pais.

Neste capitulo se tentará mostrar a um so tempo, as idéias bãsicas do problema das disparidades nos planos gove! namentais e as teorias em que se apoiamo

Um rãpido exame das proposições com vistas ã redu-çao dos desequilibrios regionais contidos nos planos nacio-nais de desenvolvimento. com ligeira passagem por alguns mo delas teóricos, permite observar a presença desses fundamen

2

A .i.dua bã .... "".da P'WP06.ta keynu.w.na I!.u.i.de na pa!t.Üc.i.pação do E4.taclo fia0 a.tiv.i..da.deh ·e.c.onôm.i..c.ao pJtocUIlando compen6aJt o de..c11t'Úo do.6 .tnve.6.ti.

mento.6 plUva.do.6 no.6 pelt1odo6 depJte1l6.i..vo6 da..ó CJÚ.6U econômic.a..6. ' 06

.in

ve6.timen.to6 6uplemen.taJtu do E6ta.do ga.Jr.a.n..t.iJU a. lLecupeJta.Ção econômi~

ca. e 9a.Aant.i..Jt1a.m como deteJtm.i..na.nle.6 do n2ve! e da. exp~ão da. Jtenda. e

do empl!.ego o I!.ee<;uil.<:bll.i.o da aLi.v.i.dade. A dou.tll.i.na keynu.i.ana I!.epl!.uen

ta. a. vwlLia. do .i..nteJtvenuon.t.6mo modeJLO.do 6oblLe. o libe~mo M..di..c.til da dOl"tlLi.no. c.tiü.Úca . ROSSETTI, J06é PlL6choai. IntJr.odução ã Econo-m.i.a. 7. ed. I!.ev. atual. e amplo são Pauto, Atta6, 1978 p.116-21.

(23)

tos e o papel desempenhado pelas regiões periféricas no pr~ jeto global de desenvolvimento para o Pais.3

Tudo parece indicar que a preocupação com os desni veis regio~ais no Brasil ganha consistincia mais visi~~l a partir da década de 1950 pela divulgação das primeiras esta tisticas nacionais de renda e PIS, do Pais ede cada

região.~

Para inicio dessa anãlise~ vale considerar, portanto. o pe-riodo de 1956-1960 que se caracterizou como desenvolvim entis ta, tido como um dos mais importantes na história econõmica do Brasil.

A politica governamental tizada no Programa de Metas5 que, constituiu na mais sõlida decisão estrutura industrial integrada no

desse período foi sistema-seg undo Carlos lessa, se

consciente em prol de uma País. 6 Dado a essa opção. a questão das desigualdades regionais

e

tratada de uma forma generica a partir de proposições de "interiorização" do de-senvolvimento nacional ou de projetos setoriais, especificas a determinada ãrea. A "meta-sintese" - Construção de Brasi. lia e implantação da Rodovia Belem-Brasília - marcam a ope-racionalização dos Objetivos espac iai s {de interiorização} explicitas no plano e a criação da Superinte ndên cia do Oese~

volvimento do Nordeste, (SUDENE), que viabiliza a destinação de projetos especificos a essa região, considerada a maior

3 Pa1Ul um exame miLW detalhado veJt' lATOBÁ, lO"-!Je e..t a.Ui.. Expanúo cap.i.

taLi.6:ta' o papel do ú,tado e o pu envolv.imen.to Itegiona.f. Itecen.te .

Ri=-vi6t.a. do ln6.tUu:to de Planejamento e Puqu.i..6a Social, R.io de Janwo,

16111, 318-13, ablt. 1980.

4 REVISTA BRASILEIRA VE ECONOMIA, R.i.o de lane.iJw,

.e..t.

1951 /dez. 1952.

,

5 PaIla wlla anâei.4e mai6 de.,talhada do peano

de Me.t~, COn6ul.taJt.: LESSA,

CaJz.l06 . 15 an06 de. poRltica econômica no Slta.6.<1.. ruo de Janwo, Ce.n

-tAo de Vurnvolvim'ILto Ecol1om.ico - CEPAL1BNVE, 1964. lAFER, C.e.o. O pt.nejammto no SitMil. OboeJtvaçõu .ablte o Plano de Me.áu 11956/19611

hl! LAFFER, Be.tty ~til'1deen, O1I.g. Plane "amen..to no &ta.6il. São Paulo,Pe.M

pectiva, 1970. lANNl, Octávio. ta o e ane amento econômico 1'10 ~

.il,

1930/1970. 3. ed. R.i.o de lan eM.o, zaçao e..ur.a,

(24)

"região-problema " do Pais face aos conflitos econ~micos e p! liticos, sobretudo estes, que ai se agravavam

7

profundamen-te.

A 'construção de Brasília surge como símbolo de "in-tegração" de um Pais que, tradicionalmente concentrado nafa! xa litorânea , se voltava, agora, para o imenso interior val! rizado a cada instante diante da nova conjuntura econômica e

social que se desenvolve. Na verdade, situada em ponto

es-tratégico, a construção de Brasilia pretendeu representarve! dadeira ponta de lança de expansão do mercado interno. Ponto de convergência das grandes rodovias de penetração que se d! rigem para o Norte e para o Oeste. est imularia o avanço das frentes pioneiras e estreitaria o vinculo de dependenci a co m o centro hegemônico do Pais.

Essa politica traz, implicitamente, a ideia de um desenvolvimento polarizado que se propaga do centro de expa~

são econômica para outras regiões. A premissa fundamenta-se na Teoria do Desenvolvimento Polarizado, proposta inicialmen te por perroux. 8 Segundo essa Teoria, o crescimento

econõmi~

co nao se faz de modo difuso por todo o espaço de um pais ou

7 "A c.tte4c.en.te. pIleAhão demogJtãó.i.c.a que. he. C.On6.ta.ta. no NOJtdute e. a de.pe.n dênw eA..t'tu..tu.Jtal de hua ec.onomia - que. he. ba6e..i.a. hubhtanc..i.alme.n.te. e.iii

aglt.ic.uUWla de oubúotênc.i.a plta.t.i.cada em ma.U>/l pcut.te em zon'" de ooloo poblLu e. hUje..doh a. he.C.M pe!Li.õdic.a6 - paJta. abholLveJt Oh novOh

c.on.tl.n-gentM demogltã6.ccoo têm oU4ci.tado pltobtem ... ooUa.U> e poa.ti.coo de Ou ma glUlv.idade.. que. podem 6e..Il. h.inte..ti.zadoh 1106 6egui.n.tU 6a.t06: a) cU .. nia

geW de .c",a.ti.66ação; bl CJÚaç,ão de ItMoen.timentoo "'" /l<lação MMe ... ma..i6 deAe.l1volv.i..da..6 do Pa1.4; c.) apMeci.me..nto de. a660WÇÕU c.amponeAa.6

com v.u...ta.6 a lte..6otvelt o plLobtema .ime.d.i..o.:to de. aceA60 ã.. te.Ma; dI ex.pan-6ªO do contingente. de due.mpllegadoh; e.) Jt..e.dução do pIlu..tZg.io do Pode..ll..

PubUc.o nata c.ama.daó ma..i.OJte.6 da populaçã.o. T Od06 utu 6atoh, que. c..om-plLome...tem .inc1.U6.ive. a un..i..dade. e. a .õe.gWUtnça .i..nteltM do Pa,Ú,. dec..olVlem em gllatlde paJLte da .i..nex..i.6..tênua de uma po..e1..:ti.c.a gtoba..e.. de..

due.nvolv.i..-mento e.c.onômic.o paJta.. o Noltdute.. e.. da .ine.6.i..ci.ênci..a daó 60tuçõU ptVL-c.Â...a..u. que.

.têm

h.ido .te.ntada6".

BRAS1 L. Supe.!Li.n..te..ndê..nci..a do Ve..6e..nvotv..ime..n.to Ec.onôm..i..c..o do

PltOje.too apltMen.tadoo ao GOVeJlnO da República FedeW At"",ã.

Botem EconômiCD. Reu6e, 1(11' 11-2, 1962.

NolLdute.

SUVENE .

(25)

de uma região, mas se manifesta em certos pontos com intens~

dades variáveis, se expandindo por diversos canais com dife rentes efeitos sobre o conjunto da economia.

Pâra Myrda19 ê natural que toda reg1ao situada

pr~

xima de um ponto central de expansão se beneficie dos merca dos crescentes de produtos agrícolas e ao mesmo tempo seja estimulada ao progresso teênico. Esses efeitos propulsores podem atingir localidades mais distantes onde existem condi ções favorãveis ã produção de matérias-primas destinadas ao abastecimento das industrias que se desenvolvem nos centros. Se logram bons resultados, essas localidades se tornarão,por sua vez, novos centros de expansã o econômica auto-sufi c ien tes, caso o movimento e xpansioni s ta seja bastante forte para superar os efeitos regressivos provenientes dos centros mais antigos.

FriedmannlO defende a ideia de desenvolvimento pol! rizado, através da difusão de impulsos de desenvolvime n to.P~

ra esse autor a economia em estãgio inicial de industrializ! ção se caracteriza por uma estrutura do tipo centro- p erif~

ria . O centro organiza a dependéncia de sua perifer;afcapt~

rando seus recursos, ao mesmo tempo que difunde impulsos de desenvolvimento para t odo o sistema es pacial . A incidência do de s envolvimento e a integração nacional, realizada quando a multipli cação de centros regi onais absorve a periferia.Num segundo estágio, quando a industrializa ção pa s sa a ser frea da pelas limitações do merfado interno, o desenvolvimento re quer a e xpansao dos mercados e o aproveitamento dos recursos naturais, dando início a uma convergência de interesses en-tre os do centro dinâmi co e os da periferia, criando , as s im, condi çõe s para a ado ção de uma pOlítica nacional de desenvol vimen t o regional.

9 Myltdo..t . Gunnall . TeoJU.a eco nômi.ca e. lte.g.iÕe6 <óubde..6 envot v.i.daó. R.i.o de

J~

n ~ , Ed . Saga, 1966.

10 FRIEVMANN, John. A geneJuti. tlteoll.Y 06 pol cvúzed deve!0!l"en.t.Lo. Ange!u, U>úveM-Uy 06 Ca.U601tYÚa SChoõl 06AítJíaec.tulle an lJJllian Planrúng .

(26)

Coincidência ou nao, a partir de um segundo estãgio de desenvolvimento da economia brasileira, a questão dos des níveis regionais, como afirma Lessa, se configurou como pr~ blema a ser enfrentado no período posterior ao Plano de Me-tas, quando foram procuradas novas diretrizes de desenvolvi mento. com o esgotamento do modelo de substituição de impor-tações representado no Plano e na política do Governo Kubts chek.11

Embora em contextos políticos e estilos de lideran ça diferentes, o governo JK parece ter representado uma con tinuidade do governo nacionalista de Vargas quanto

ã

con vi c çao de que a industrialização acelerada seria a unica solu-ça0 para o progresso econômico e social do País. O que OCO!

reu foi uma mudança na ideologia do desenvolvimento. As po-lítica s deixaram de ser orientadas no sentido de criar umsis tema econômico de tipo nacional para desenvolver um sistema capita lista de tipo associado. Enquanto para Vargas a indus trialização seria o caminho mais curto para a criação de um cap italismo nacional, para Kubtschek a industrialização so-mente seria possível no contexto da interdependência e asso-ciação ao capital estrangeiro. Desse modo, JK realizou oseu governo conciliando a ideologia nacionalista ea política ec~ nômica objetivando acelerar o desenvolvimento com a interna-cionalização dos novos setores da economia. 12

O governo seguinte deveria optar, ainda que nao cla ramente, por uma das duas estrategias adotadas nos governos anteriores: favorecer a expànsão do capitalismo nacional ou acelerar a internacionalização. como condição indispe nsável

ã obtenção de investimentos necessário s a uma nova expansao

,

da edocomia. · Mas dado as condições políticas da epoca, con forme vigência de uma "democracia representativa~, os gover-nos que sucederam Kubtschek, não puderam optar, claramente,

II [ESSA, COAio., op.

cLt.

(27)

por nenhuma das duas estrategias ou jogar com as duas ao mes mo tempo, como vinha fazendo o governo anterior. Nesse sen tido, as políticas econômicas adotadas, nos anos de 1961-64, revelaram intensas flutuações e ambiguidades, não logrando a configurar-se como um sistema de diretrizes coerentes capa-zes de solucionar ou acompanhar no mesmo rítmo, os problemas herdados do "governo desenvo1vimentista".13

"Pe 6ato, 06 dehenvolvlment06 da economia b~ahl lel~a, haviam ac.entuado de.61gualdade6,

de6eqlÚl1.-b~io6 e tenhõe4. Em pa~ticula~, a indu4t~ialização

e a u~banlzação oco~~ldah nah dícadah ante~lo~eh ha viam p4oduzldo uma nova con4clêncla dOh pontoh de eht~angulamento não econômicoh, diante dOh qual6 he encont~ava a 60ciedade b~ahilel~a. To4nava-he evl

dente a necehhldade de ~eóo~ma6 inhtltuclonaih,malh ou menOh p~o6unda,h, con604me o Ca,hO, a 61m de que o

hi6tema polZtic.o pudehhe 4ecompo~-he em novo n1.vel,

eon6o~me a~ po~~~b~l~dade~ abe~ta~ pela ~nten~a ~n dUht~lallzação, o êxodo ~u~a,l e a ampla

- 14

ça.o.

u~banlza.-Nesse contexto, em que jã se evidenciava fortemente a crise porque passava o poder, agravada ainda mais pela re nüncia do Presidente Jãnio Quadros, o Governo Goulart formu-lou e tentou pôr em prãtica uma política econômica planifica da, que se concretizou com a formulação do Plano Trienal,1'5 proposto para os anos 1963-1965. Nesse documento, os objetl

vos da política econômica se definiam na "a) manutenção de uma elevada taxa de crescimento do Produto Interno Bruto; b) redução progressiva da pressão inflacionária; c} r~dução

13 JANNJ, Otii.v~, op. c.U., p.193. 14

Idem, p.195.

(28)

do custo social presente do desenvolvimento e melhor distri buição de seus frutos e d) redução das desigualdades regio-nais de nfveis de vidaP

• 16

o>

dois últimos objetivos denotam claramente a pre~

cupaçao do governo com a redução das desigualdades regionais de niveis de vida e equalização na distribuição de renda da população: PA experi~ncia do desenvolvimento brasileiro re-cente indica que as desigualdades provocadas pelo isolamento e pela atuação dos fatores ligados ao come rcio internacional pod em ser agravadas por medidas tomadas visando ao desenvol-vimento do pr6prio Pafs".17 Para corrigir tais disfunç5es, pretendeu o governo evitar a concentração de investimentos em certas ãreas, através de uma

blicos. de carãter econômico

coordenação dos dispêndios pu-e social pu-e através dpu-e medidas fiscais e financeiras evitar os efeitos sociais negativoslo calizados nas areas de concentração dos investimentos. la

-Em sfntese, as diretrizes para o desenvolvimento es pacial se voltavam enfaticamente para a orientação de uma p~ lftica de localização das atividades econômicas, combase num adequado levantamento dos recursos naturais do Pais, visando desenvolver suas distintas ãreas e reduzir as disparidades r~ gionais de niveis de vida, sem contudo aumentar o custo so-cial do desenvolvimento. No entanto, o alcance de tais obj~ tivos dependeria previamente da redução da pressão inflacio nãria que por sua vez, se eliminada bruscamente, podeI :a vir a comprometer o objetivo maior, qual seja. o de manutenção de uma elevada taxa de crescimento da economiai sob o ponto de vista social, o declfnio na taxa de crescimento seria bem mais negativo do que manter o desenvolvimento com toda~ as

d f · .- . 19

suas e lClenClas.

16

IANNI, O.táv.i.o. op.

w ..

p. 207. 17

Piano TJLi.e.ua.t. op. c.-U.. , p.83. 18 Idem, p. 85-6.

19

(29)

Assim, procurou o governo conciliar objetivos, po~ do em prática, a princípio, uma política monetária, cambial e salarial de cunho deflacionãrio com vistas a intensificar o desenvolvimento sem contudo comprometer a estabilidade do sistema. Mas, pelas constantes pressões dos setores que se ressentiam dessa política não pôde o governo manter essas p~ liticas de combate ã inflação por todo o ano de 1963 e seviu na contingência, para não perder substância política, de pa! tir para uma reforma de base - de IIModernizaçãoll

instituci~

nal (reformulação das estruturas administrativa, bancária, fiscal e agrária), cujo suporte se encontrava no contexto do Plano Trienal.20 Entretanto, não era esta a questão princi-pal para a continuidade do processo de desenvolvimento econo mico do País:

/lO plloble.ma pllinci.pal. ella a llee.6-tllutullação do

podell pol.Z-ti.co, de modo a 'colllli.gi.Il' ou Ileolli. en.tall 0.6 obje-Uvo.6 e 0.6 meio.6 da potz,.ti.ca. econômica gove:!.

namen.tal, de modo a alcançall-.6e a Ilealização de uma

6a.6e .6upe~oll no de.6envotvimento econômico e .6 ocial

do PaZ.6. Somente pOIl meio da Ileeiabollação da.6 Ilela

çõell entlle o podell pol.2tico e o podell econômi co .6e

Ili.a pO.6.6Zvel lle.60lvell algunll dOll ditema.6 que .6e ha-vi.am plloduz.i.do e de.óenvolvido no.6 ano.6

lle.6/1. i l

antell.i.o-Nesse sentido o Plano Trienal, que por suas dimen-sões exigia maior concentração das decidimen-sões econômicas no Po der Executivo, não pôde se~ executado pela estrutura de po-der vigente na época, reflexo das divergências entre os Pode res Legislativo e Executivo. Dentre as opções e estratégias

,

pollticas que se manifestaram como oportunas nesse período, manteve-se a política econômica governamental destinada a acentuar as relações de interdependência e complementaridade

20 Idem.

21

(30)

da economia brasileira com a economia internacional (capit! lismo dependente ou llinterdependente " ) não havendo,portanto, rompimento da estrutura que se iniciara no governo anteceden te.

Tanto as políticas macro-econômicas destinadas ind~ retamente a redução das desigualdades regionais de niveis de vida e melhoria na distribuição de renda como as políticas diretamente espaciais direcionadas ã localização das ativida des econômicas em certas ãreas que apresentassem dotação de recursos naturais, não se concretizaram marcadas pela crise política e econômica que caracterizaram os Governos corres-pondentes ao período 1961-1964. Essas mesmas políticas vao integrar as diretrizes econômicas adotadas nos três primei-ros Governos Militares (1964-1970), instalados apos o ~olpe

de Estado de 1964, contendo em si, porem, um novo sentido na cionalista subjacente a doutrina de segurança nacional,22 cu ja filosofia respalda o modelo político emergente.

De 1964 a 1972 os governos, inspirados nesta doutri na, adotaram uma estrategia política de favorecimento aocres cimento econômico combinada com a repressão política. Defini ram-se por um modelo modernizador de desenvolvimento centra-do basicamente na grande empresa e na grande indústria, con-siderando que isto permitiria por em prãtica o postulado bã-sico da centralização do capital como condição para sua mãxi ma reprodução e conseqüente maximização dos lucros .

Numa primeira fase,(1964/66), no Governo Castelo Branco, buscou-se a recuperação econômica. vez que de 1961 a 1963 as taxas de crescimento do produto global e da produção

,

22

VeA ROVRIGUES, Ne< dóon. E.tado

á

educaião e d .. envolvimento econômico.

A II.llcUca..Uza ao do IW ' e;to de. ' e4Q.nvo v.ime.nto bILMUwo e. a otu1..co.

e. ucacwn • Sao a o, S, 79 p.l 0-38. Me. e. outoJut o ap1le.

(31)

-industrial haviam caído de 8,3% para 1,6% e de 11% para 7% respectivamente. 23 Essa situação justificou a preocupaçao bãsica do primeiro Governo da ditadura militar que se resu-miu na luta contra a inflação, tentando, ao mesmo tempo. abrir o mercado brasileiro para o investimento do capital es trangeiro, que a politica de desenvolvimento passava ou passou a se calcar num modelo de economia aberta:

"

...

,

o 8~a.~l 6o~ capaz d., a pa~t~~ d. I 964 ,

po~ ob~a da polZt~ca global .nt~on~zada p.la R.voiu ção daqu~!e ano, ~eti6iea4 ~eu~ eU~606 de açã o e e6

eothe~ uma e6t4atégia de de6envolvimento bem alve~

6a do modelo que p4ehidiu a indu6t4ialização d06

a)1O.6 50. Enquanto o padJt.ão de 6ub6t.i..tu.i.ç.ã.o de .i.m-pOJt.tação t.i.veJt.a in6p.i.Jt.ação .i.ntJt.o6peeZiva, de eonee~

tJt.ação hobJt.e o meJt.cado .i.nteJt.no com Jt.elativo

athea-men~o do mundo exte~~o4, a polZtica de deAenvolvi mento da 6a6e ~evolucioná~ia é delibe~adamente cal cada numa abe~tu~a ~a~a à eoeonomia mundial.

A '~ationaie' bá~iea de~~a alte~ação de 4umo~

e~tã no p~obtema do e~t2m~to do de~envolvimento:p~~

ticamente. e.ógotada a indução do me.~cado inte.Julo da da pelo p4oceóóO da indU4t4ialização ~ub6titutiva

de. impo~taçõeó, 4e.óolveu-~e a~4ibui4 ã polltica de

comé4cio ex~e~io4, pela expan~ão da~ expo4taçõe.ó , a

6unção de. e~tlmulo de me4cado pa~a p4omove~ o c~eó­ c.imen.to econômic.o do Pa16". 24

Dadas as condições politicas favorãveis, o Governo Castelo Branco pôde pôr em prática essa politica cujas dire-trizes. fixadas no Programa de Ação Econômica doGoverno tPAEG). se orientaram ã consecução dos seguintes Objetivos:

23 SELTRÃO, Hélio.

P~og~ama

..

~ég~co

de d ... nvotv<m.nto 1968-70 -

V.~

.ão p~e.iútU:naJl . BItM.i.Ga, •. ed ., 1968, p.3 16õ!itõíi Ii

(32)

lia} aceleJLaJL o JLZtmo de de.ó e nvolv.i.mento econômico do Pa2~, inteJLJLompido no b.iinio 1962-1963;

bl conteJL. pJL094e~~ivamente. o pJLoce~~o in6lacionáJL.io

d4JLante 1964 e. J965, obje:tivando um JLazoável. equilI

b~~o do. p~eço. a pa~t~~ de 1966;

cl a:tenuaJL o~ de.~n~ve..i~ e.conômico~ ~eto4.ia.i~ e

JLegio-nai~, e a~ te.n~õe.~ CJLiada~ pelo~ de.~equil2bJLio~ ~o c.iai~, mediante a me.lho4ia da~ condiçõe.~ de vida;

di a~~egUJLaJLt pela pol~t.ica de. .inve~time.nto~, opo4tun~

dade.~ de. e.mpJLe.go pJLodutivo ã mão-de-obJLa que. cont.i

nuamente a6lu.i ao me.JLcado de t4dbalho;

e I COJLJL.ig.i!L a batanço de

te.ndinc.id a déóic.it~ de~contJLol.ado~ do

pagamento~, que. ame.açam a co nt.inu.idade do pJLoce~~o do de.~envol.v.imento e.conômico, pelo e.~­

t!Langulame.nto peJLiõd.ico da capacidade. paJLa

impoJL-.taJt" . 2 5

Para realizar esses Objetivos o governo reformulou as pOlíticas macroeconômicas monetárias, bancária, tributá-ria, cambial, salarial e de investimentos, tomou iniciativas nas áreas sociais (educação, saúde, habilitação) e começou a reformular a estrutura da administração pública federal e es tabelecer diretrizes para a modernização administrativa est! dual e municipal . A política espacial destinada mais espec~

ficamente a alcançar o objetivo "c", traz subjacente a con cepção da dotação dos recursos naturais como condição neces sãria ao crescimento econômico da região:

lia max-<.m-<.zaç.ào da .taxa de. CJLe.~c.i.me.n.to a CUJLto

pJLazo pode. e.x.ig.iJL conce.n.tJLação de inve~.t.ime.nto na~

25 BRASl L. M<.rri..4.two do Plane.jame.n-to e CooJLde.nação Econômica do

(33)

,

de. e.c.onomia..6 de. e.óca.la. e. de. ec.onom,(,a.~ e.xte.JLna..ó a..6he.

gu~a.Aiam ma.,(,oA lle.ntabilidade. dOh .i.nve.ótime.ntoh. En t:"'Le.,tanto, 1L4ZÕe..s de. jUhtiça. 60ual e. até. me..6m o de.

e..ótabilidade. poll,tic.a. de..6a.c.onhe.lhalL.i.am a. adoção 9.J..da. de. .ta.l polZtic.o. de. .inve..6..time.nto.

Além dihhO, lLazôe.,6 de. olLde.m e.c.onômic.a. .se.

,,'-lLia.m alidlL a alLgume.ntoh de. eqüidade., no c.a,hO de. lLe.-giõe.,6 em de.te.lLiolLaçao c.oma o NOlLde..s-te. blLa4 .i.leilLo dulLante. c.elL.to pelLlodo na,h quaih o e.h-toqUe. de c.a-pital e.xi.6,te.nte. 6ique. hubu.tilizado ou venha a. he.lL ame.açado de. c.oiaph o 11 • 26

-Como se ve o PAEG manteve boa parte do programa de reformas de base contido no contexto do Plano Trienal, ainda que revestido de uma nova conotação pOlitico-ideolõg;ca. En-tretanto. duas questões de ordem regional são enfocadas de modo especial naquele Plano: primeiro, o planejamento regi~

nal

e

nele situado de modo mais direto e mais claro no con

texto do planejamento global e

e

reconhecida a necessidade de maior coordenação da intervenção governamental; segundo,o planejamento regional passa a receber uma justificativa tam bem econômica e não somente social, (como caracterizava oPl~ no Trienal), apesar dessa justificativa continuar secundaria às motivações sociais e políticas.27 Por outro lado, as poli ticas de planejamento regional, em ambos os planos, revela-vam concepções teóricas em torno das relações existentes en tre crescimento econômico e disponibilidade de recursos natu ra i s .

A importância dada a essas relações encontram expl~ cações nos mode10s de base econômica ou de base de exporta-çao que, geralmente, assumem o crescimento como resultado au

26

Idem, p.225.

(34)

,

tomãtico do investimento inicial para exportação dos recur-sos. Veja-se a posição de alguns autores.

Myrdal. 28 por exemplo. afirma que o desenvolvimento ocorre deslgualmente no espaço porque depende do livre jogo

das forças de mercado, que irã atuar justamente onde houver

vantagens comparativas. E aqui entra o princípio da base de

exportação . As regiões favorecidas, eventualmente, oferecem

condições naturais propícias

ã

concentração das atividades

que nelas se desenvolvem e , em muitos casos,isso ocorre qua~ do as regiões começam a obter vantagens competitivas. Para o

autor, o atual poder de atração de um centro econômico teve,

em geral I sua origem em um fato histôrico fortuito.

Dai

em

diante as economias de escala (internas e externas), sempre crescentes se fortificaram e mantiveram seu ritmo de cresc i menta às expensas de outras regiões, onde ao contrãrio, a es tagnação ou a regressao relativa se tornou a norma.

I t n ro UZln o o prlnClplO a causaçao Clrc u ar, d . d . _. d - . 1 29 M y~

dal se posiciona contrãrio

ã

noção de equilíbrio estãvel,su~

tentada pela maioria das teorias marginalistas. A sua anãli se parte. porém, do ponto em que se encontra a região. se de dicando mais a estudar os efeitos produzidos pelo processo cumu la tivo e se abstendo de chegar ã causa desse processo.

28 GUNNAR, My~dal, op. ~.

29

o

P'Únc2p.i.o da eD.Maçiio ciJLcu.t.aJL de MyJt.dal, pa1Lte do ou.poo:to de que

em geltai !. qu.and" oco.ItJI.e uma mudança n.o ó.t..6tema óocial não óe ve..tU.ft..i..c.a uma tendenc..i.a ã auto-u,tabilização au.tomciti.c.a dU6e .6..i..6tema . "O 6i.Ate. ma. não .6e move, upontaneame.nte , en.tJte nOltÇcu, na diAeção de um u.t4

do de equ..i.f..,Íbltio, mah, cOn.6ta.n..temen.te., .6e afta.6ta dU.6a pcó..i..ção . Em gt

Jta.t, uma btan6 ftoJtma.ção não p!Lovoc.a mudançcu compen6atõJt..i..cu, mal.. an7

te6, ah que .6w,.te.Mam e conduzem o Ó.t.6..tema., com ma..i.t. ..i.nten6..i..da.de. na mUma d.i/I.eção da mudança oJtÁ..g.inal . Em v..i..JLtude. dU.6a caw,ação ci.ltcu-.f.M , o pltOCU.60 óoci.a.t tende a toltna.lt-.óe cumui.a..ti.vo e. mu.i..t.a..6 vezu, a

aunrentaJI.. ace..f.eJta.dame.nte., óua ve.!oc.idade". GUNNAR, MYILda..t. TeoJUa eco

(35)

Perlloff e Wingo30 também desenvolvem uma teoria com base no modelo de exportação. Não dio tanto peso a um I'fato hist5ri co e fortuito", como Myrdal, e nem

55

i existincia de recursos naturais mas, sobretudo, vêem o desenvolvimento re 910na1 locàlizado naqueles pontos onde houver demanda ~ dis ponibilidade dos recursos demandados; "a dotação de recursos

e

simplesmente o inventãrio daqueles produtos naturais que são requeridos, em algum grau, pela economia nacional. para atender a demanda do consumo interno e ao seu papel no comer cio internacional". Para os autores, a "dotação de recur-sos" ~ um conceito cambiante, estreitamente vinculada i din! mica do crescime nto econômico, vez que a composição do inve~

tãrio mudam os requisitos da economia ou seja, da demanda fi nal e da organização tecnolõgica da produção. Havendo. por-tanto. mudança na composição dessa dotação, ocorrerao mudan ças substanciais na vantagem relativa entre as regiões que fornecem "imputs" materiais e serviços para a economia nacio na 1 .

North31

e

mais contundente ao afirmar que o desen-volvimento de uma região depende de uma base comum de expo~

tação o que a torna economicamente unificada; vinculando as riquezas da ãrea desenvolve-se na região um processo de in-terdependência de economias externas. o que tende a unificar os esforços políticos para ajuda governamental ou para a re forma política. Portanto. o fator determinante da taxa de crescimento de uma região. depende do sucesso da base de ex-portação. E, para entender esse crescimento, diz o autor,d~

,

ve-se examinar os fatores l ocacionais que possibilitaram o desenvolvimento dos produtos de exportação. Como a maioria dos defensores do "equilíbrio", supõe North que, com a diver si fi cação da bõse de exportação, as regiões tendem a perder

30 PERLLOFF, Hanvey g WINGO JR, Lowdon, A dotação de

~ecunhO'

"~~

e o c/u?..6cUnen.to econômico ILe.giona.l. In: CEVEPLAR. Tedo.6 de economia Ite. gion.a.l. Beio HoJUzol'Lte. 1972 v.12. m,úl1eoglL.

31 NORTH, Voug.ia..6 C. TeolÚa da. .foc.aLi.zaç.ã.o e. ClLucime.n.to e.conom<.co

ILe-gional. In: CEVEPLAR. Te.xt06 de. economia ILegionat. Belo Ho4.i.zonte.,

(36)

sua identidade como r~giões alcançando igualdade darenda per capita e uma dispersão mais ampla da produção, pela mobilid! de dos fatores, a longo prazo. Esta s posturas ignoram de t~ do as leis orgânicas do capital cuja lógica é de concentra-çao e centralização. O resultado não será o equilíbrio, mas uma crescente monopolização e oligopolização do mercado.

Essa concepção teõrica, da dotação de recursos nat~ rais vinculada ã dinâmica do crescimento econõmico,continuou a permear a politica regional traçada nos planos nacionais posteriores ao PAEG. Veja-se que nos estudos, relatórios e recomendações que antecederam a elaboração do Plano Oecenal (1967/i976),32 que nem sequer começou a ser executado, e nos planos que se seguiram, a preocupação básica com aquest ão r! giona1 está ligada a um crescimento regional auto-sustentado que permitiria um aumento da produtividade e a integraç ão das várias regiões do País, através de uma infra-estrutura, obj~ tivando a criação de um mercado nacional diversificado.

No ano de 1967, a idéia do planejamento re9ional se concretiza com a institucionalização do Ministerio do Plane-jamento e Coordenação Geral, do Ministerio do Interior e com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), o que representou, na õtica governamental, mais um passo no sentido dado ã integração nacional. Nesse mesmoano, outras superintendências foram criadas para o desenvolvimen-to regional, como a SUDECO para a macrorregião do Centro-Oes te e a SUDESUL para a macrorregião s ul, todas com a taref a de ,

32 O Plano

V~cena.e.

de VueJ!votv.imento Econômico e. Soc..i.a..t pa!la anOó

/967-1976, concebido no GOvelLno Caó.te.Uo 8Jw.nco, objw.vava apJtoveÁ..-.toJt tU COtltÜÇÕU potLüctU excepc.i.on.a..iA I ClÚada..6 com a hegemonia a.bóo

lula do Execu.tivo .6oblte o Leg.i.6la.üvo e .também apl!ove..ilaJt. a.6

contÜ-=-ÇÔe.6 e~onõmi.ca.6 óavoJtâve-iA , ~ada.6 pela expeJLiênc.i.a de ~oltn7ula(i i o e

execuç.ao do PAEG. OCOMe. que ~UlO .6e mwtÜ.ve.ttam tU contÜçOU po.f.Lti.ctt6

t1eCM~á1úa.6 ã 4ua execuç.ã.o , devi.do a iu..ta..ó que 4e .tIta.vavam pelo pod~

dentllo e 6oJLa. do goveltno e dentlto e 601LO. d06 glLUpo4 que haviam

depo4-to o Pltui.de.n.te Joã.o GoutalLt. POIt. í'...6óa..6 e outJt.a4 lt.aZOe6, o CaveMO ~06.ta ~ SUva não óe compILome.teu em .f...i.nti.ta.J a 4ua po.li..ü.ca econômica

ai> cWte.tJUZM 6oJUllu.tada.6 pelo GOveJtnO Ca6te.Uo SIta"CO. V'IL IANNI, O.td

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