OLIGOPÓLIOS, POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO
E CONTROLE DE PREÇOS
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA Ã CONGREGAÇÃO DA
ESCOLA DE PÕS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA (EPGE) DO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ;
MESTRE EM ECONOMIA
POR
RICARDO AUGUSTO AMORIM BRAULE PINTO
RIO DE JANEIRO
o
FUNDAÇÃO
GETOLIO
VARGAS
TESE
DE
MESTRADO
APRESENTADA
À
EPGE
POR J
SUBDiREIOR ACM.
ilSÜQTECÂ BGARlü HENRIQUE
RIO DE JANEIRO-RJ - BRASIL
ESCOLA DE PÕS-GRADUAÇAO EM ECONOMIA
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETÜLIO VARGAS
CIRCULAR N9 16
Assunto: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
De acordo com as normas desta Escola, convoco a Congregação de
Professores para participar da sessão de apresentação e defesa pú
blica da Dissertação de Mestrado, intitulada "OLIGOPÓLIOS DE ESTA
BILIZAÇÃO E CONTROLE DE PREÇOS", a ser feita pelo candidato ao tí
tulo de "Mestre em Economia" sr. RICARDO AUGUSTO AMORIM BRAULE PIN
TO, a realizar-se no dia 30/04/81 (5- feira), ãs 13:30 h. no audi
tório "Eugênio Gudin" desta Escola.
Designo, como membros da Banca Examinadora para este
ato, os professores:
ANTÔNIO CARLOS PORTO GONÇALVES (presidente)
FERNANDO DE HOLANDA BARBOSA
URIEL DE MAGALHÃES
SEBASTIÃO MARCOS VITAL
cujos laudos, distintos e em separado, serão posteriormente entre
gues ao Presidente da Banca.
Copias da súmula deste trabalho serão entregues opor
tunamente aos membros da Congregação desta Escola.
Rio de Janeiro, 23 de abril de 1981
Mario Henrique Simonsen
Diretor da EPGE/FGV
A-4 Formato Internacional
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO
Como presidente da Banca Examinadora que deve julgar
o trabalho entitulado "Oligopólios, Política de Estabilização
e Controle de Preços" do economista Ricardo Braule Pinto, sub
metido à Congregação de Professores da EPGE como Dissertação
de Mestrado, com vistas ao título de "Mestre em Economia", acei
to e recomendo sua aprovação, considerando que:
(a) o candidato demonstrou, em seu trabalho, a possibilidade
de se desenvolver o estudo dos controle de preços de uma
forma analítica e mais rigorosa do que normalmente se en
contra na literatura a respeito do assunto;
(b) o candidato escolheu um assunto controvertido e cheio de
dificuldades para pesquisar e, não obstante, demonstrou
e-quilíbrio e coerência no desenvolvimento do tópico a que
se propôs;
(c) o tema ê relevante e ütil ao entendimento dos problemas
econômicos nacionais.
Assim, aprovo esta Dissertação e lhe confiro grau 8.5
(oito e meio).
Rio de Janeiro, 30 de abril de 1981.
Uj^Wí
//r£T
Antônio Carlos Porto Gonçalves
Professor da EPGE
A-4 Formato Internacional
RIO DE JANEIRO-RJ - BRASIL
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
LAUDO
Como membro da Banca Examinadora da Dissertação de
Mestrado, entitulada "Oligopólios, Políticas de Estabilização
e Controle de Preços", submetida,pelo Sr. Ricardo Braule Pin
to, à Gongregação da EPGE, considero que o candidato demons
trou conhecimento da teoria econômica, e procurou aplica-la
ao estudo de um problema importante da economia brasileira, a
política de controle de preços. Recomendo, portanto, sua apro
vação e atribuo-lhe o grau 8.0 (oito).
Rio de Janeiro, 30 de abril de 1981
Fernando de Ho/Landa Barbosa
Professor da EPGE
A-4 Formato Internacional
LAUDO
Tendo examinado a Dissertação de Mestrado de
Ricardo Augusto Amorim Braule Pinto, entitulada "Oligopólios ,
Políticas
de
Estabilização
e
Controle
de
Preços"
,
considero
se tratar de um trabalho que espelha o uso adequado do ins
trumental de análise econômico-financeira, tendo sido reali
zado da forma mais abrangente possível, a ponto de oferecer
uma clara visão geral do tema tratado. Em particular, louvo
a originalidade e argúcia reveladas pelo candidato na aborda
gem do tema.
Assim, tendo em vista a importância desse tema
e o grande esforço de análise teórica e investigação empírica
realizado pelo candidato, considero sua Dissertação aprovada
e atribuo-lhe o grau 9,5 (nove e meio).
Rio de Janeiro, 30 de abril de 1981.
URIEL DE MAGALHÃES f/ Professor da EPGE
A-4 Formato Internacional
RIO OE JANEIRO-RJ - BRASIL
LAUDO DE DISSERTAÇÃO
Como participante da Banca Examinadora incumbida
de analisar a Dissertação de Mestrado do economista Ricar
do Augusto Amorim Braule Pinto, submetida ã Congregação de
professores da EPGE, intitulada "Oligopólios, Políticas de
Estabilização e Controle de Preços", decido por aceitá-la,
recomendando sua aprovação pois:
a) o candidato demonstrou conhecimentos específicos quanto
a sistemática institucional de controle de preços no Brasil;
b) aplicou instrumental analítico adequado ao estudo do te
ma;
c) consultou a mais representativa bibliografia disponível
sobre o assunto;
d) organizou de modo adequado a apresentação do trabalho; e
e) finalmente, o tema desenvolvido é de grande interesse ã
economia Brasileira e ã condução da política econômica.
Assim, aprovo a Dissertação conferindo-lhe o grau
8 (oito pontos).
'Janeiro, 30 de abril de 1981
uj
EPGE/IBRE
Q
A-4 Formato Internacional
Agradeço Inlclalmtnte. a fundação ÍBQt, e em
pantlcu.la.fi ao apoio Ktttbldo do Pkq&> tàaac Ktmttnttzky ,quz
pthmltlu
qut
tu
dtla
me
auítnta&òt
pana
trabalhar
ttmporarla
mtntt no Con&tlho ínttrmlnlAttrlal de PJieço* - CIP, ondt iol
dtòtnvolvlda a maior paKtt dii>ta monoQKa^la. G/iato soa
tam-bim a Luiz Rob&nto dt Azevedo Cunha que., como Aec-teíâ^o-exe
cutlvo do Cl? mi dea total apoio.
Ag&adtço ao mtu oKlzntadofi, pKo&. Antônio
CaKloi Potto Qoncalv&â p&lai &ua& àuQi&tõib, mtadamintz no
qut diz K&ApiLlto a z&tKutuna do tnabalho} òou Igualmente. Qfta
to aoÁ dimal& pKoit&òontit que. pantlclpaKam da coml&Aão de.
dl&&e.Ktaçãoi UKltl de. tÁagalkãe.4, ttKnando de Holanda Baiboia
z Stbaàtlão Maticoò Vital.
Aoa pko£e.&iofttÁ AndKt Lana Rezende» Vtiancli>c.o
LoptÁ, EdmM Backa e Edua/ido Uodlano, do Vtpantamtnto de
Economia da PUC-RJ, meai agfiade.clmtnto& pe,la& iugtitõiò Mia
tlvaò ao Capitulo Tlt, que. pe,KmltlKam que alguns (Ltttioi
io&-A em hzpa.na.do6.
fonam inúmeAoò oi cole.gaò que. cKltlcaKam at
vzh4>õe.ò inlclalA de.ite. txabalho, intuz e.le.òt Vlonl&lo Vla&
CaAntlno, Milton da Mata, Cláudio Contado*., Antônio
Lumbht-naò J-t. e Hancoò lonln&zln. A todo& e£eá meta ag-tadec-OweM
-tOA .
Sou
txtH.tmame.ntt
gàato
a
Mauno
QlÕKlo
da
Silva,
que.
Itvantou
e analliou
oò
dado&
ne.ce.òiãftlos
ao
titu-do dt caÁo do Capitulo IV, e a Silvia Htltna dt Õllvtlh.a
Qhandt t dtmalò coltgaò do Setoh dt Documentação t divulga
-ção do CIP, ptla paciência t phtòttza com qut organizaram a
-ei amiga MaKtha Mat/fc/t, que âtmpKt mt tòtlmulou tom
iaaò
cnltltaò
e &\xQt&toti
dt&dt
a.
pKimiitta
vziòão
dtitz
tna.-bmlko.
-Hltõ, Anita,
Sol <l KodJtiga
CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES GERAIS 1
CAPÍTULO II - INTRODUÇÃO AO CONTROLE DE PREÇOS 5
í. Con&idtKatõth lniciai& 6
2. A Nona Concepção de ContKolt dt PKtcoò 8
3.
CKlticai
Uaua.it>
aoò
ContKoltÁ
15
CAPÍTULO III - O CONTROLE DE PREÇOS NO BRASIL 24
1. 8*eve Metálico 25
2. Ba&tò da. Si&tim&tita Atual de. ContKolt 2 7
3. 0 Con&zlko Tntztmini&tiiiat de P/teço^ - Cl? 30
3.1 - Composição 30
3:2
- Nlve.il
dzcUÔKioA
31
3.3
- Cafta.ctíKZitica&
Gzkclíi
da
Siàttmatíta
de cort**0.£e 32
3.4 - LibtKaç.õe.6 do ContKolt de VKtçoà 34
3.5 ~ Re<titu*e4 EApec-íaXí 36
4. Ttndtntia& ktuaii da Política de ContKolt dt
38
5. Á AbKangtncia doò ContKoltA e a
do* fogão* Con.fio£adoA.e.6 42
CAPÍTULOS IV - OLIGQPÕLIOS, POLÍTICAS DE ESTABILIZA
ÇAO E CONTROLE DE PREÇOS 46
f. BitKutaKaò dt Mercado e Política* dt
Bitabili-zatão 47
?. A Regia do "Ma^fe-ap" e o Modeto de Sy£oA-La6i.nx 54
-5.1
- Hipottktl
do
Modulo
51
3.2 - Bquaçdtò do Modilo 62
3.3 - Introdução do Contuoli dt Pkzço* no
Hodzlo
63
3.4
- Slmalaçõtò
65
3.5
- <? Cotio
do*
Õllgopdlioò
Coluèivoò
70
4.
Cottc£tuÕe.é
72
CAPÍTULO V - AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE PREÇOS 74
?.
CoKí^de^açõeA
I»u.c<ceu.A
75
2. ME-Codoi de EÁ^Xmaçio do Exulto do& CcntKolu 77
2.1
- 0 titlto
- Cl?
.'
78
2.2-0 E&<LÍto-?>Lodü.ti\>idàd<L 80
2.3
- Ve.compo&lq.ã.o
das
Vah.la.ç.Bíâ
do
"maAk-ap"
81
3. 0 Ccláo do Ht/iaado de VttigalhõiLii H76-/979 82
3.J - A AmoA^a 82
3:2 - Padoá Ge^aXá 8 3
3.3-0 thzito-Cl?t o £$tito~pKoduti\)£dcidt i
ais, VaKla.ç.Õ&& do "maik-up" 84
3.4
- Oh&ifi\)a,ç.ò't&
flnalà
e Suge.Atõt&
85
CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES 87
J.
2. Anexo í
CONSIDERAÇÕES GERAIS
-Tratar o tem® controle de preços ê particular
mente difícil> Primeiro,porque a literatura ê escassa (e a li.
teratura internacional costuma tratar do controle conjunto de pre
çoa e salários, enfatizando o ultimo) segundo, porque os poucos
artigos existentes avançam na matéria sem que se tenham discuti
do algumas questões básicas» Visando a preencher essa lacuna, no
Capitulo I fazemos uma introdução geral ao controle de pre
ços. Primeiramente apresentamos a nossa concepção do que de
ve e, principalmente, do que não deve eer o controle de pre
ços. Nesse ponto procuramos mostrar que uma política de con
trole de preços coerente deve fazer referência explicita aos
seus objetivos principais, ao tipo de mercado a ser controla
do, ao comportamento teórico dos preços nesse mercado e, co
mo conseqüência, ã regra que deve ser seguida pelo Governo
a fim de neutralizar a ação dos agentes sob controle. Em se
guida, apresentamos as criticas usuais aos controles, ainda
com o intuito de aclarar como eles não devem ser. Acredita
mos que dessa forma possamos apresentar de forma didática um
painel relativamente amplo das armadilhas teóricas e prá
ticas que devem ser evitadas ao se elaborar uma política
de controle de preços.
No Capitulo II fazemos um histórico do contro
le de preços no Brasil, enfatizando a experiência do Conse
lho Interministerial de Preços - CIP.
Em 1976, Dlonlsio Carneiro terminava um arti
go com uma série de sugestões para pesquisa, entre as quais
ele destacava a necessidade de tratamento dos problemas en
quantidades em uma economia inflacionâria, sob diferentes hi
pôteaes de comportamento dos agentes econômicos e formas de
organisaçio de mercado (...)" bem como de M(...) estudos so
bre a performance e comportamento de firmas dos diferentes se
tores
industriais
(...)"
e de
"(...)
um
trabalho
contínuo
de
avaliação dos critérios de acompanhamento e controle de pre
ços (...)". Os Capítulos III e IV, respectivamente, consti
tuem esforços nos dois sentidos.
0 Capitulo III constitui o núcleo de disserta
ção. Nele comparamos a eficácia das políticas que se valem
do controle de preços vie a vis as políticas de demanda pu
ra. Para tal, nos valemos de um modelo macroeconômico inspi
rado em Galbraith (1957) e Sylos-Labini (1966). De Galbraith
aproveitamos a sugestão de dividir a economia, para fins ana
liticos,em dois segmentosi o primeiro representaria os merca
dos próximos â concorrência perfeita, e o segundo os merca
-dos oligopolizados. De Sylos-Labini, nos valemos de teda:uma
Inationale" do comportamento do oligopolista que dá suporte
teórico a regra de fixação de preços com base no "mark-up".
Adicionalmente, incorporamos uma peculiaridade brasileira,
qual seja, a existência de uma Lei salarial que fixa o rea
juste do salário nominal com base na inflação do ano anterior.
Finalizando o capítulo, apresentamos algumas simulações que v.1
sam.a ilustrar o "funoionamento" do modelo.
No Capitulo IV descrevemos uma metodologia que
permite não só avaliar a eficácia do controle sobre um deter
minado setor como também decompor as variações do "mark-up"
corrente em apenas duas causas, que denominamos âesfeito-Cip
do olígopolista, admitimos que as empresas reajustam seus
preços de acordo com a regra do "mark-up". Na seqüência ,
exemplificamos a utilização dessa metodologia avaliando a
atuação do CIP sobre o setor produtor de vergalhões duran
te o período que vai de 1976 a 1970.
No Capitulo V apresentamos as principais cem
INTRODUÇÃO AO CONTROLE DE PREÇOS
-O termo controle d© preços tem sido utiliza
do para designar um amplo conjunto âe alternativas ao contro
le de demanda puro. Sob a denominação "oontrol&e de pregos"
ê costume se abranger políticas bastante diversas seja quan
to à forma desde o controle informal baseado na adesão vo
luntâría ate o congelamento seja quanto aos objetivos
desde a política tíe regulação de mercados à Ia Brofeiforenner
até as sofisticadas políticas de estabilização' baseadas nos
controles de preços e salários .
No Brasil a situação ê particulatmente curió
sa pois, epesar dos dosse anos de existência do controle com
pulsõrio, o tema não chegou a despertar grande interesse na
área acadêzdca. Keots particular se verifica que, surpreen
dentemente;, nem os economistas partidários da livre iniciati
va chegar&w a 3e pronunciar, a não ser de forma esporádica
através de entrevistas.
Por outro lado, como lembra Carneiro , a
experiência histórica tem nos ensinado que
"a política de controle de preços não
costuma ser adotada- como fruto de cui
dado"»*, preparação e amplo debate dos
rr.tnei^ai.s fatorae econômicos,
pollti-c(3 ij adiLiinietrativos nela envolvidos"
'
' - Brofenb^enner
( 1947).
Em
seu
artigo
ja
consagrado
pelos
livros-textos o autor aii3tenta que o preço do monopolista deveria ser fixa
do exatamente no nível em que o custo marginal corta a curva de de
manda.
( 2) - Ver Lípsey e Parkin (1970)
um documento oficial em que se procurasse justificar a prâti
ca dos controles.
Em resumoi o que se observa ê que a contri
-buição brasileira ã literatura especializada se acha reduzi^
da a uns poucos títulos que, por sua vez, não chegam a for
mar um consenso a respeito das questões básicas relacionadas
ao controle de preços. Pelo contrario, Slmonsen, por exero
pio, que em 1970 enfatizava que os controles sõ deveriam re
cair
sobre
os
mercados
imperfeitos*
, anos
mais
tarde
argu
mentaria que
''ainda que o mercado se aproxime do mo
delo ideal de aonaoprSnoia p&Tfeita* po
de haver* uma justificativa para oe oon_
tvolee de preços, num regime
inflado-navio. Simplesmente, as curvas de ofer
ta e procura podem ser viciadas pelas
expectativas de altaa de preços. Nesse
caso, os controles podem ser recomendá
veis dentro de certos limites como uma
solução para infletir essas expectati
-Portanto, tendo em vista as dificuldades com
que ae depara um Iniciante na matéria, julgamos necessário
apresentar uma concepção ampla de controle de preços que,lon
ge de ser original, esperamos que seja didática.
~ Sistonsen (1970), p. 141.
l - A NOSSA CONCEPÇÃO VE CONTROLE PE PREÇOS
a) No tocanteao objetivo
Inicialmente, entendemos o controle de pre
ços como parte de um programa gradualista de combate à infla
ção.
0 tratamento
gradual,
basicamente,
busca
reduzir
o rlt
mo de crescimento dos preços sem afetar significativamente a
taxa de crescimento do produto. Nesse sentido, a técnica
gradualista se opõe ao "tratamento de ahoque"t que ê uma for
ma de combate S inflação em que se procura reduzir a infla
-ção
através
de
violenta
diminuição
na taxa
de
crescimento
da
de
manda agregada, e que tem na recessão o seu efeito colateral.
Deve ficar claro que, a rigor, não existe In
compatibilidade entre controle de preços e tratamento de cho
que , assim como não é indispensável que um programa gra
dualista lance mio dos controles diretos» Porem, como
teremos oportunidade de mostrar no Capitulo III, acreditamos
que
uma
política
que
viee
a
redução
gradual
da
taxa
de
cree-cimento da demanda, combinada aom uma polttioa de controle de
preçost
ê a
menos
custosa
em
termos
de
produto
e emprego.
Fi
ca claro, portanto, que o controle de preços não ê encarado
por nos como um substituto do controle de demandame sim como
seu complemento.
- Como lembra Simonsen (1970, p, 139) "noa tratamentos de choque
b) No tocante ao objeto de controle
Como dissemos ante», o exame da literatura
não
chega
a delinear
com
clareza
qual
deva
ser o
papel
do
controle de preços. Entretanto, ê uma posição quase unânime
entre os que advogam o controle direto, que ele eâ deve ser
exercido sobre ob mercados imperfeitos.
Se, por um lado, esse ponto é particularmen
te importante, visto que muitas das criticas aos controles su
põem
implicitamente
que
os
mercados
são
competitivos,
por
ou
tro lado, a essência dos artigos prõ-controle, salvo poucas
exceções,
se
restringe
aós
chavões
do
tipo
"I
neaeeeãrio
oon
trotar ob preçoe administrados". Nesses textos o nível de
generalidade
ê
tal,
que um
mesmo
argumento
ê utilizado
pa
ra justificar, por exemplo, as três fases, absolutamente dljs
tintas,
do
programa
anti-inflacionário
de
Nixon*7
\
no
ini
cio dos anos 70.
Os aspectos fundamentais quase sempre ignora
dos
nesses
artigoè,
deveriam
ser:
primeiro
tratar
de
carac
terizar qual o tipo de mercado imperfeito predominante e,
consequentemente, desenvolver uma teoria que explique como
os
preços
são
administrados
tendo
em
vista
suas
característi
cas; segundo tratar de estabelecer uma forma de controle que
- 0 programa Nixon passou por três fases no tocante ao controle de
preços. A Fase 1 (agosto a novembro de 1971) se resumiu ao congela
mento de preços e salários por 90 dias. Na Fase II (novembro/71 "ã
janeiro/73) os reajustes de preços e salários eram determinados com
base na taxa de inflação (2,5% a.a.) e na taxa de produtividade (3Z
a.a). Na Fase III os controles praticamente foram abandonados. Pa
neutralize a ação das empresas, uma vez que a forma delas fi^
xarem preços jâ dev© ter sido informada pela teoria.
Assim, seguindo assa linha de reflexão, ele
gemos como forma de mercado representativa o oligopólio ho
mogêneo e não-colusivo, isto ê, um mercado onde todas as em
presas produzem o mesmo produto, sendo cada uma delas gran
de o suficiente para poder alterar o equilíbrio do mercado, e on
d© cada firma possui total incerteza quanto ã reação dos r:L
vais diante da mudança do seu preço.
Como veremos no Capitulo III, nesse mercado
o preço i fixado segundo a regra do "mark-up", ou seja, o
preço ê estabelecido adicionando-b& ufn percentual fixo
("mark-up" ) ao aueto unitários calculado aom haee no volume de px>o_
dugão "normal". A decorrência imediata de regra do
"mark-up" é que o preço do oligopólio cresce na mesma proporção do
custo unitário (calculado sobre o nível de produção normal),
ou seja, o preço no oligopólio e insenetüel aos deeloaamen
-toB da demanda*
Nesse ponto poderia se questionar a regra do
"mark-up" uma vez que empiricamente se verifica que, frente
a uma política de demanda "adequada", 03 preços tendem a ba^
xar em todoe os mercados. De fato, o controle de demanda é
capas de reduzir os preços nos mercados oligopôlicos mas de
forma indireta^ através da redução dos preços dos insumos,ca
so os mercados desseB ineumos sejam competitivos.
Consideremos por exemplo o produto A, cujo
com-petitivo, A figura 1 ilustra o ajustamento nos dois merca
-dos face à uma retração da demanda global,de DAo para D ..
Como no mercado A o praço ê fixado segundo a
regra do lfmark-up"t uma retração na demanda global terá o
efeito de reduzir1 a quantidade produzida d& At ocasionando
retração na procura do inaumo B. Como esse mercado é compe
titivo, o preço de B devera cair, reduzindo, portanto, o eus
to
unitário
de
A
e,
em
decorrência
da
regra
do
"mark-up"s
o
preço de A. Assim, na posição final de equilíbrio o preço
do produto A estaria situado abaixo de PA , digamos, P
Ou seja, não negamos que uma retração sufici
entemente forte na demanda global possa redu'zir o nível de
preços nos mercados oligopolizados. Porem, essa redução cie
preços
sô
ê conseguida
mediante
uma
redução
significativa
na
produção, o que contraria frontalmente a concepção gradualis
ta. Uma alternativa nos moldes gradualístas seria a utiliza
ção dos
controles
diretos
de
preços;
a questão
i
saber
como
controlar os preços.
c) No tocante â forma de controle
Como vimos, o controle de demanda, embora se
ja capaz de reduzir os preços nos mercados oligopolizados, o
faz de forma indireta, via redução dos pr-eços dos
inaumos» mas deixa inalterado o nível de "mavk-up" dos
oligopólios,
Assim, da
mesma
maneira
que
o
controle
de
de
manda reduz o preço nos mercados competitivos, o contro
le de preços deve ser utilizado para reduzir o "mark-up" nos
Figura
1:
ajustamentos
no
mercado
competitivo
(b)
e no
mercado
Ou seja, já que o oligopolista tem corno regra aumentar o pre
ço na mesma proporção do aumento do custo unitário, o órgão
controlador de preços deve ter aomo regra autorizar aumentos
de preço em proporção inferior ao aumento do ousto unitário,
(calculado sobre o nivel de produção normal).
No nosao exemplo, se o Governo fixasse o pre
ço de A no nivel P»^» e ao mesmo tempo reduzisse a demanda
para D^r se obteria a mesma redução do nível de preços sem
que houvesse redução na produção, Neete sentido, oomo
obeer-( 8 )
va Simonsen o oontrole de preçoe ee anteciparia ao merca
do, evitando d ariee de transição,
d) No tocante â duração âga controles
Uma vez que o controle direto deve ser
acionado no sentido de reduzir o "mark-upn do oligopolista,
obviamente ele não pode ter uma longa duração? a não ser que
o programa gradualista no qual estiver inserido seja brando
o suficiente de modo a permitir que as reduções do "mark-up"
originadas pelos controles sejam compensadas pelos ganhos de
produtividade,ou seja, que não provoque a descapitalizaçao,
Sendo assim, como se explicaria a existência
do CIP por mais de doze anos?
A resposta parece relativamente simples: ao
longo desses doze anos ê provável que o CIP não tenha atuada,
permanentemente, como um órgão controlador "rigoroso".
Neste sentido, hã evidência de que, durante toda a sua exis
tência, o CIP tenha se subordinado a uma política que privi.
legiou a manutenção da taxa de crescimento (os anos de 1973
e 1980 parecem constituir casos excepcionais). Como serã
visto no Capitulo rv, essa opção exige que o controle seja
permanente e, como tal, brando o suficiente para não gerar
uma redução significativa no "mark-upfr das empresas.
e) No tocante àspeculiaridades do caso brasileiro
Toda proposta de política econômica, eviden
temente» deve levar em consideração as peculiaridades do
pais em questão, No caso brasileiro, todaa as Indicações
são no sentido de reforçar o argumento prõ-eontrole. Ora,
num país onde* o nível de concentração é extremamente alto,
* (9)
existe forte proteção â concorrência externa as taxas de
juros são (ou foram ate pouco tempo} subsidiadas, e os sala
rios são controlados, é no mínimo desejável, se não impera
tivo, a existência do controle de preços. Contra esse tipo
de colocação se levanta Houthakker' , argumentando que
nao se devem corrigir as distorções criadas pelo Governo
com a introdução de outra distorção. Assim, segundo ele,
a alternativa ao controle de preços seria uma política
pró-concorrência, onde se eliminariam todos os entraves ao fun
cionamento do mercado.
( 9) - Veja-se Cunha e Bamagartem (1978).
Ao que rebateria Carneiro , parafraseando
Solo»'12»,
w0 controle de preços talvez não seja um
tipo de política que fôssemos inventar
se pudéssemos escolher no vãcuo e sem
constrangimentos institucionais, os ins
trumentos de política econômica? são, an
tes,
um
tipo
de
política
que
economistas*
terminam tendo de usar em busca de prote
ger uma economia imperfeita das piores
conseqüências de seu comportamento imper
feito*.
3 - CRÍTICAS
USUAIS
AOSCONTROLES-Nesta seção apresentamos algumas criticas
dirigidas ou a concepção do controle, ou as distorções que
ele provoca, ou â sua viabilidade operacional? deixamos de
lado as criticas especificas relacionadas ao funcionamento do
CIP.
Após cada crítica apresentamos uma réplica ,
tendo sempre em vista não sô a noa&a concepção de controle
de preços que, convém relembrart parte da concepção gradu
alista, prega controle» corçjuiitcte de preço e de demanda - agregada?--tem
cano preocupação o oligopólio e tem como regra básica conceder rea
justes de preços abaixo do aumento médio dos custos como tam
bêm a alternativa de política aiiti-inflacionãria { por sim
plicidade admitimos o "tratamento de ahoque" como única ai
ternativa ao controle de preçose de demanda).
- Carneiro (1976), p.15 2
È natural qu® easas criticas, uma vez retira
das do contexto onde originalmente ee inaeriam, tornem bem
mais confortável a réplica, porém, sempre qus possível, pro
curamos preservar a essência dos argumentos.
Finalmente, esperamos que esta seção cumpra
seu objetivo principal, qual seja* o de apresentar de forma
didática um painel das armadilhas que devem ser evitadas pe
Io controle de preços. Passemos agora âs criticas.
a) "0 controle faz aom que as empveeaa fiquem
menoB dispostas a reâuair preçoe quando hâ vetração na deman
da
(...)'
<13>.
Como jã vimas, o preço do oligopólio ê insen
sível
aos
deslocamentos
da
demanda,
portanto
a afirmação
sô
poderia ser verdadeira caso os controles fossem aplicados so
bre os mercados competitivos, o que fere frontalmente a nos
sa concepção de controle de preços.
b) 0. controle de preçoa provoca "filas", jã q
ço tabelado a demanda supera a oferta*
Novamente, o argumento sô i valido em se tra
tando de mercados competitivos. Em concorrência perfeita ,
o controle ou ê inócuo se estabelecido acima do preço de e
gulllbrio ou provoca o surgimento de filas se estabelecido
abaixo. No oligopólio, ao contrario, se o Governo estabe
lecer um preço abaixo daquele vigente no mercado ê possível
que haja um aumento de produção, visto que o oligopolista
costuma operar abaixo da plena capacidade
Cabe lembrar que a concepção econômica de nfi*
ia "-representada pela diferença entre a quantidade que os consumidores
deaejam adquirir e a que os produtores efetivamente colocam
no
mercado,
a um
dado
preço
nada
tem
a ver com
a
prática
de sonegação do produto, pela qual as empresas deixam
de colocar o produto no marcado com o intuito de forçar o Go
verno a lhes conceder maiores preçov Nesses casos, a ação do Go
verno deve ser punitiva (impedindo o acesso ao crédito ofi
cial, ou proibindo o Banco Central de redescontar as duplica
tas da empresa, por exemplo),podendo ate contemplar a possi
bilidade da eliminação da proteção tarifária para o produto.
a) 0® controleb são inoperantes porque bu8~
oam combater a inflação pela nua manifestação externa: o aumento dos
preços. Assim, o controle serviria apenas para reprimir a
inflação, .que ae tornaria aberta tão logo o& aontrolee fos
sem retirados,
A proposição e basicamente correta se a in
flação for combatida unicamente através do controle de pre
ços.
Porim?
deixa
de
ser
verdadeira
se
for
adotada
uma
poli
tica conjunta de controle de preços e de demanda. Desta ma
neira, como veremos no Capitulo 111, é possível conseguir uma
redução da inflação em todos os mercados e, uma vez atingido
- Teoricamente,,admitida a folga de capacidade, o Governo poderia o£
ter aumento de produção, via redução de preços, ate o ponto em que
as taxas de retorno dos oligopólios fossem igualadas Ss dos merca
um patamar mais baixo de inflação,ela tenderá a se perpetuar,
jã que os oligopólios funcionam como propagadores,da inflação.
d) "0 controle de preços provoca distorções
âe preços relativos (,*,), $ã que algune preços são fatalmen^
te controlados aom maior rigor do que outros"
K critica parece subentender qu© a política
de controle de demanda não altera os preços relativos. Isto
ê rigorosamente falso, pois uma retração de demanda só provo
ca queda de preço nos mercados competitivos , mas deixando inalte
rados os preços dos oligopólios, jâ que estes, segundo a teo
ria do "mark-up", só diminuem quando se modificam os pre
ços dos insumos. Assim,, o efeito do controle de preços seria
exatamente o opõe to do que lhe atribuem, üu. seja,o controle de preços,
ao inibir o poder de mercado dos oligopólios, permite que se atin
ja a mesma taxa d© inflação que se atingiria com os contro
les de demanda, a em alterações significativas doe preços dos
preçoê doe mercados eompetitivoe relativamente aoe doe meraa
doa oligopoliaadoB. (dependendo das hipóteses, os preços relativos podem
permanecer inalterados, cano veresios no Capítulo III). Quanto ã "fatal£
dade" de se controlar alguns preços com maior rigor, isto não ê necessa
riamente um mal, a questão ê saber quais os critérios que norteariam tal
decisão.
e) 0 controle de preços estimula a coalizão
oligopóliaa.
De fato, quando o orgia controlador de preços
estabelece um preço ünico nxm marcado, esle elimina qualquer
possibilidade de competição via preços a paasa a funcionar
formalmente como a firma lider num mercado de liderança colu
eiva, com unta diferença: enquanto no oligopóliotas firmas ee
unem para fixar os preços#no mercado em que os preços são con
trolados elas se unem para lutar contra o Governo. Porém,se por um lado o
Governo estimula a coalizão, por outro lado ele coloca ob
oligopólios Bõb controle, de roodo que, teoricamente, podem
ser neutralizados os efeitos não sô dos acordos explícitos
como também (e principalmente) dos acordos tácitos, dos quais
o mala Importante ê justamente o acordo subentendido pela
regra
do
ffmark~uplt(16j.
f) 0 controle de preços ê ineficaz porque ê
facilmente burlãvel, Entre as buvlas, encontram-se oom maior
frequenaiai a simples pratica de preço & acima doa
autoriza-doe; a venda dos proâutoe através de uma distribuidora coli
gada e não aontroladaj e a introdução de nonos produtos, que-j,
embora não apresentem diferenças marcantes em relação aos
produtos jã fabricados, tem seus preços bem mais elevados.No
caso particular do CIP, onde o controle & feito com base «o
custo unitário, também seria possível superestimar os custos
quando do registro do produto e' falsear oe comprovantes de
compra de matéria prima atravêe da compra de uma quantidade
irrisória de matéria prima a um preço muito alto.
As possibilidades listadas aciraa foram obti
das no nosso convívio com os técnicos do CIP, o que demonstra
que
o órgão
esta
atento
para
todos
esses
pontos,
embora
exis
tara questões de difícil solução. Este S o caso das questões
que envolvem os coeficientes técnicos apresentados pelas em
presas. Para a© opinar com segurança sobre a veracidade âe&
aes coeficientes eeja no caso d© registro de um produto
realmente novo, seja no caso de um produto pretensamente no
vo
ê necessário
um
conhecimento
muito
especializado
que
um órgão controlador de preços, em geral, não e capaz de diai
por. Mesmo assim, hã sempre a possibilidade de comparar o
"nc-oo" produto a um similar jã existente. Além disso, o lan
çamento permanente de novos modelos ê restrito a uns poucos
mercados (produtos farmacêuticos, eletrodomésticos, automõ
-veis e pneumáticos são os principais), o que' diminui a dimen
são do problema.
g) 0 aontrole de pregos 0 in&fiaazs poia o ór_
gão
controlador*
não
eoneegue
suportar
ae
pveeeõee
doe
gran
des grupos eaonõmiaoe oaeo a política de prôçoe não atenda
aos eeus interesses.
Sem duvida, existe a possibilidade do Governo
ceder
âs
pressões
dos
grandes
grupos,
porem
a
intensidade
des
sa pressão não ê nem de longe comparável ã pressão de toda a
sociedade (incluindo esses grupos) contra uma política de de
manda restritiva. Ou seja, se o Governo não tem sustentação
política
para
controlar
preços,
menos
ainda
a
terá
para
im
plantar a recessão via controles de demanda. Por outro lado,
apôs
doz©
anos
de
controles,
já
© possível
ter
alguma evidên
cia que comprove, ou não, a assertiva. Assim, a questão da
cer-to ponto, uma questão empírica.
h) A lógica dos controlos ê hasioamente inoor_
retas pois a que importa na analisa da inflação não ê o po
der da mercado, mae &im ee o podar de tn&voado &atã eveacenâo
ou
não,
Aesim,
a menos
que
o podei11
de
marcado
oreeça
conti
nuamente
s não
ee
pode
identificar
os
setores
não
competiti
~
voe como fonte de inflação ,
Realmente, a existência de mareados imperfei
tos
garante
que
o
nível
de
preços
&
mala alto do que
no
caso
dês uma economia competitiva, mas não garante que o ereecvmen
to dos preços é mais rápido. Por outro lado, do acordo com
a teoria do "mark-up" somos levados a concluir que os oligo
pólios
atuara
como
propagadores
e não
como
fonte
da
inflação.
Assim, o controle deve atuar no sentido da quebrar o alo en
tre a Inflação passada e a inflação presente. Portanto, . a
critica -não se aplica à nossa lógica de controle de preços ,
embora os oligopólios possam ser concebidos como fonte desde
que haja coaliaão (veja-se seção 3.5 do Capitulo 111).
i)
A política
de
íiontrole
conjunto
dê
preços
e
demanda
ê inexequível
na
pratica
vieto
que
para
que
fosse
bem
suaedida exigiria: primeirot uma coordenação perfeita entre as
políticas
monetário.*
fiecal
e de
p:-egoej
segundo,
que
ae
defa
gene entre a emecuçao aae "politiaaa e aeus afeitos eohre a
e-aonomia fossem conhecidos e terceiro, que se fizesse um acom
panhamento conjuntural ouidadoeo para detectar possíveis
dietor-ch controle. Ora^qt^anah oe qabe que o& fator&ê intttituoionaié. &
palttiaoe emperram a coordenação desejada^ que as defaeagene
não eão aonh&oida® precisamente e que ineaistem dados aufici
entee que permitam um acompanhamento aauradot $ ingênuo pen
sar quê eesa política de "fine tunning" poêsa ser implementa
da OOtn 8UQ0B8O.
Realmente, o problema ê bastante complexo e,
infelizmente, não existem pesquisas que abordem esses pontos,
mas vejamos cada um deles. 0 acompanhamento conjuntural não
parece ser problema no caso do Brasil. Podemos afirmar com
segurança que o CIP possui hoje um banco d® dados que lhe per
mite faser esse tipo de acompanhamento tranqüilamente. Quan
to à questão das defasagens, esse ê um tipo de informação fun
damental na execução de qualquer política. Portanto, para que
a critica não se aplique também ã política de demanda, é ne
cessãrio admitir que o tempo decorrido entre a aplicação dos
controle® de demanda e seus efeitos sejam conhecidos. Quanto
â alegada impossibilidade de coordenação, essa nos parece uma
questão essencialmente política, sendo assim retomamos nosso
refrãos ora, se no seio do Governo não houver condições polí
ticas para se implantar o controle conjunto de preços e de de
manda, ê óbvio que esse Governo não terã sustentação política
para conter a inflação ao custo de uma recessão.
Alem disso, a questão central não ê essa. Admi
tantos que no caso do Brasil (devido â ignorância das defasa
gens, por exemplo} não tenha havido uma perfeita coordenação
entre as políticas de demanda e preços. Mesmo assim, caberia
perguntar se essa política, embora imperfeita, atingiu seu
signifi-cativamente a taxa de crescimento.
Em outras palavras, acreditamos que, desde que
a política d© demanda nao tenha sentido oposto ao da política
d© preço», o controle de preços-demanda, ainda que imperfeito,
apareça sempre como uma alternativa melhor do que o tratamen
O CONTROLE DE PREÇOS NO BRASIL
-? - SREfE
HlSTÜRtCO
Segundo
Milton
da
Mataíl3)
o controle
de
pre
ços foi introduzido no Brasil em 1934, restringindo-se ini
cialmente,
às
tarifas
de
energia
elétrica
e aos
aluguéis.
Jã na década de 50, era aprovada a Lei 1521
que definia os crimes contra a economia popular e, paralela
mente, criava-se um Õrgio encarregado, basicamente, de fi.
xar e fiscalizar os preços das mercadorias e serviços essen
ciais, a Comissão Federal de Abastecimento e Preço» - COFAP.
Entre a criação da COFAP e os dias de hoje f
pode-se dividir a história do controle de preços no Brasil
em três fases:
a) A_fa_g_e do tabelamento
Iniciada com a COFAP, posteriormente
substi-tuida pela SÜNAB em 1962, essa fase se caracterizou pelo con
gelamento,
no
comércio
varejista,
dos
preços
dos
gêneros
de
primeira necessidade.
b) A_£ase da adesão voluntária
Em fevereiro de 1965 foi iniciada a primeira
tentativa de controlar os preços ao nível do produtor; para
tanto foi criada uma Comissão Nacional (posteriormente deno
minada
Comissão
Nacional
de
Estimulo
a Estabilização
de
Pre
ços - CONEP) pr®&lâLâ& p®lo Superintendente da SÜNAB.
0 sistema de controle então Instituído pela
Portaria Interminlsterial GB 71/65 possuía duas caracter lati.
caa principais na sua gêneses ser transitório 0 facultativo,
Esse
sistema
consistia
em
conceder
uma
sârle
d@
estimulas
(fisaais, creditícios e cambiais} às empresas que se compro
metessem a não elevar seus preços durante 1965. Excepcional
mente, a CONEP poderia autorizar aumentos de preços para as
empresas que comprovassem aumento® d© custo superiores a 71
{em relação ao período janeiro~fevereiro de 1965), caso os
benefícios concedidos não fossem suficientes para compensar
esses aumentos.
h lógica de um sistama corao esse, natural
mente» teria que s@ basear numa expectativa de redução da
inflação (o PAEG previa taxas de Inflação da ordem de 25% em
1965 e 101 em 1966}» mas dada a diferença entre a taxa-gula
(7%) estipulada pela Portaria 71/65 e a taxa de inflação
efetivamente registrada em 1965 (91%), ê fãcil perceber por
que o primeiro ano do novo sistema resultou num fracasso»
c) A fase do controle compulsório
Em novembro d© 1966, com o sistema de êstj,
mulo â estabilização de preços completamente desacreditado,©
portanto condenado ã extinção, i promulgado o Decreto-Lei n9
38, que põe fim ao sistema de adesão voluntária.
1) A» empresas que entre outubro de 1966 e dezembro àe
1S.6? elevassem seus. preços em proporção inferior a
70% da variação do 1GP teviam redução á& B0% no im
posto âe renda.
2) As empreeas que apresentassem aumentos superiores a
110% do IGP estariam "sujeitas ao pagamento da multa
de 2% sobre a receita bruta apurada no período cor
respondente ao da elevação de preços constatada pela
fiscalização".
3) Picavam sujeitas a essas normas todas "as empresas in
dustrials e comerciais contribuintes-do imposto so
bre produtos industrializados © do imposto sobre cir
culação de mercadorias".
Assim, o sistema instituido pela Portaria
GB-71/65 passava a ser compulsório e total (na medida em que
todas as empresas recolhem IPI ou lOd) ao mesmo em que adqui
ria
uma
certa
flexibilidade
(já
que
a
tasca
de
referência
passava a ser a taxa de inflação) /característica indispensá
vel à sua sobrevivência.
A consolidação do sistema de controle cospul
sõrio, iniciada com o Decreto-Lei n9 38, seria, um ano de
pois, definitivamente concluída com o Decreto n9 61994 de de
ssembro de 1967, qu© emprestou ao controle um caráter p®rma ~
nente.
A mudança de Governo, em março de 1967, cia
nifioou
uma
modificação
substancial
no
diagnostico
da
infla
ção brasileira, com repercussões não menos significativas so
bre a política de controle de preços.
Como já vimos, o Decreto-Lei n9 38 estabele
cia estímulos ou penalidades às empresas, dependendo dos au
mentos de preços verificados entre outubro de 1986 e âezem
-hrn de 196?. Sendo assim, ao final de 1967 caberia ao Gover
no novamente se pronunciar ou simplesmente deixar morrer o
sistema de controle (com estímulos â estabilização) de pre
ços.
0
pronunciamento
governamental
veio
através
do Decreto n9 61993, que, como jã destacamos, acabou de con
solidar o sistema compulsório de controle de preços. Segun
do esse decretos
"... enquanto não se alcançar relativa eis
tabilidade de preços, não ee recomenda o
abandonos mesmo por1 um auTto lapeo de *<*?£
po, do eietema de contvote) o que contri
buiria para estimular reajustes desordena
dos nos preços, tumultuando a política
e-conômica-financeira do governo". ( grifo
nosso)
Ou seja, o decreto instituía o controle per
manente
ao
mesmo
tempo
em
que
passava
a encarar
o
esforço
â
estabilização
como um
dever
da
empresa,
na
medida
em
que
não
renovava os estímulos do Decreto-Lei n9 38. Paralelamente,
ratificava-se
a obrigatoriedade
de
submissão
ao sistema,
jã
que os reajustes de preços de qualquer empresa sõ poderiam
ser autorizados pela CONEP, que teria o prazo de 45 dias pa
No tocante & parte técnica, o Decreto n9
61993 também lançou as novas bases de atuação da CONE?. Se
gundo o decreto:
"na análise e avaliação dos reajustes de
preços programados pelas empresas, aCONEP
levara em consideração a aopreepondênoia
entre evoluçõee de preçoe e variação de
oueto&i as diretrizes da política econõmi
ca do Governo Federal, e as peculiarida
-des setoriais e de mercado" (grifo nosso)
Embora hoje seja possível interpretar o tex
to de diversas maneiras, dentro da nova concepção a CONEP
passou a autorizar reajustes de preços proporcionais aos
aumentos de auetoB,
Paralelamente, a fim de padronizar os crite
rios de apuração e atualização do custo unitário, em janeiro
de 1968 foi baixada a Portaria Intermlnisterial GB 1/68, ou
simplesmente "GB-2", que apresentava o modelo de mapa de custo
(ver anexo I) a ser seguido pelas empresas industriais.
Se por um lado dotava-se a CONEP de uma ba
se ticnico-jurldiea, por outro lado verificava-se que a
própria CONEP não poderia cumprir o novo papel reservado ao
Órgão controlador de preços, dada a sua fragilidade política.
Convém recordar que a CONEP, instituída pelo Decreto n9 57271,
possuía» tal como os estímulos â estabilização,caráter temporário.
Sendo assim, em agosto de 1968 o Decreto n?
63196 criava o Conselho Interministerial de Preços -CIP-que
evidentemente, viria a ter um peso político muito maior do
que o da CONEP na medida em que as decisões passariam a ser
3 - 0 CONSELHO
JWTERMINISTERIAL
PE
PREÇOSílSl
3. í
-O Decreto n9 63196 estipulava que o CIP se
ria integrado pelos ministros da ãrea econômica, a saber i
Ministro da Industria e do Comércio, Ministro da Fazenda»
Miniatro da Agricultura e Ministro do Planejamento e Coorde
nação Geral, cabendo a presidência ao primeiro (posterior
mente a presidência seria passada ao Ministro da Fazenda ,
sendo atualmente exercida pelo Miniatro Chefe da Secretaria
de Planejamento), Paralelamente, era criada a Secretaria
Executiva que ficaria incumbida de "aBseeeorav técnica e ad
miniBtra.fCvamente
o Conselho
Inierninisievial
de
Preços"
í
Junto â Secretaria Executiva funcionaria a
Comissão de Representantes, indicada pelos respectivos M_i
nietros, que teria a função de acompanhar os trabalhos roti.
neiros do órgão,
A divisão de atribuições, embora funcionasse
na prática, sô viria a ser formalmente definida em 1977 pelo
novo
regimento
interno
do
õrgão
^
.
Assim,
enquanto
a Comis_
são
de
Representantes
ficava
encarregada
de
julgar,
semanal^
mente, os pedidos ordinários de reajustes feitos pelas empre
^ ' O que^patsaremos
a descrever
dise
respeito
a época
que
vai
desde
a
criação do CIP, em 1968, até a criação da SEAP, em 1979,
v2Q>
portar£a
nç
s da
MiniatSrio
da Industria
e do
Comercio,
de
31.01*68
,
que aprova o Regimento Interno do CIP.
Portaria n9 239, do Ministério da Fazenda de 24.05.77» que modifica
saaf o Plenário integrado pelos Ministros decidia as ques
tões
julgadas
mais
importantes,
relacionadas
ã política
de
controle de preços.
Um pedido ordinário de reajuste de preços,
uma vez protocolado no CIP é encaminhado ã Divisão competen
te da CGI (Coordenadoria Geral da Industria) ou da COSEC (Co
ordenadoria de Comercio e Serviços), conforme o caso (ver o
anexo II).
A Divisão constitui o primeiro nível decisõ
rio. Neste estágio, o reajuste sugerido ê calculado com ba
se na comparação entre mapas de custo referentes a duas da
tas, apôs o que, ê, na maioria das vezes, encaminhado ao Pie
nãrio de Representantes, a segunda instância decisõria.
Ao Plenário cabe, decidir o aumento a ser au
torizado, levando em consideração não só (mas principalmente)
a variação do custo unitário informado pela Divisão,como tam
bêm ttas diretrizes da política econômica do Governo Federal,
(...), as peculiaridades dos diversos setores, seus níveis
de rentabilidade e características de mercado"* . Em espe
cial {ainda segundo o decreto) a decisão deveria levar em
conta a influência dos produtos na formação de custos dos de
mais setores, a existência de monopólio ou oligopólio e a
ocorrência de anomalias que fossem capazes de afetar os meca
nismos de formação de preços no mercado.
Na
prática,
parece
que
as
decisões
do
Plená
rio
tendem
a divergir
das
da
Divisão
apenas
em
função
das
di
retrizea da
política
econômica»
Ou
eeja*
diante
de
uma
ace
leração
inflacionária, por
exemplo,
ê provável
que
o Plenário
passe
a conceder
aumentos
de
preços em
percentual»
inferio
-r©s
aos
aumentos
de
custo,
papa
toâoB
o&
produtos^
seKl
olhar
a organização do mercado, ou a rentabilidade das empresas.
Assim,
no
disser
dos
funcionários
do
órgão,
essas
decisões
do
Plenário
seriam
"políticas"
em
contraposição
às
decisões
de
cunho
"têaniao"
das
Divisões.
Finalmente,
cabe
destacar
que
os
casos
maiB
complexos
e/ou
m&ls
importantes
sã©
levados
(ou
eram
levados
antes da criação da Secretaria Especial de Abastecimento ê"
Preços
- SSAP)
a um
terceiro
nível
decisêrios
o Plenário
de
Ministros.
5,3
- ÇaJuiit&iUM^^
a) No tocante â fórmula
A regra
básica
do
CIP
ê conceder
aumentos
de
preços
em
proporção
idêntica
aos
aumentos
da
custo
unitário
,
calculado
sobre
um
certo
volume
de
produção
(entre
80%
e 90%
da
capacidade
instalada).
Ora,
como
veremos
no
Capitulo
I«r
eata
e exatamente
a regra
de
correção
de
preço
do
oligopolis
ta,
de
modo
que,
à primeira
vista,
o CIP parece
absolutamen
te
inoperante.
Entretanto,
existem
fases
de
"arrocho"
onde
essa
regra
é quebrada
a o "mark~up"
de
todas.as
empresas
ê
reduzido*
como
noa
anos
de
1973
e
1980.
àllUOTECA
BARIO
HENRIQUE
Mék
dusso
* exists uma
siri®
áe
artifícios
como
o
nio
.reconhecimento
dos
aumentos
salariais
que
ultra
passam
o iaâàoe
oficial
(que
par
força
de
Lei
deve
me
mínimo)
menos
o
Inâice de produtividade (também fixado pelo Governo), o
pra-ao
de
45
dias
para
o pronunciamento
do
CIP,
o
reajuste
das
despesas
fixas
segundo
a variação
da
GKEti
(qus
frsqueaitanente
se si
tua
abaixo
do
IGP),
etc(23*~
que
certamente
impedem
que
o
preço
varie
em
proporção
igual
a do
custo
unitário.
b) No tocante aos demonstrativos de custoss
"GB-V ou Margem d@ Contribuição,
O
sistema
padrão
adotado
pelo
CIP
ê o do
mapa
de
custo
nGB-lH
(anas»
I).
- Una
fama
alternativa
§ o
do
sistema
de
margem
de
contribuição.
Basicamente,
o
mapa.da
margem
de
con
tribulçlo
apresenta
apenas
os
cueíos
variáveis
(adiferaTça
en
tre
o preço
e o custo
variável
i denominada
imapg&m
de
oontri^
buiçãoj^oxétm, isto não significa que a basa de reajuste se
ja o custo variável, já que a margem © corrigida pelos meemos
índices
utilixados
para
corrigir
oHemto
fteoht
na
sistemática
"GB-I"+
Assim,
a diferença
entre
oe
sistemas
"<SM"
« "margem"
reside
ba
sicamente na informação contida nos respectivoe «s^sas âe custos.
c) No tocante â extensão do reajuste» indivi_
dual ou aolativo»
k
fim
de
reduzir
a carga
de
trabalho
do
õrgio
e, provavelmente, evitar alteração© arbitrarias nos preços
relativos das empresas, a partir da 1969 foram introduzidos
os acordos setoriais de reajustamento de preços. Esses açor
dos
estabelecem
a
estrutura
aobr@
a qual
são
calculados
os
reajustes (geralmente ê utilizada a estrutura de custos con»
solidada,
que
ê uma
media,ponderada
pela
participação
de ca
da
empresa
no
mercado),
o prazo
limite
de
análise,
o
número
de
reajustes
durante
o ano, etc.
Cabe
.«altaiitmx
que na
maio
ria das vezes o acordo estabelece reajustes percentuais iguais r
anbaro haga casos em que são também'estabelecidos preços iguais (Ia
minados não-planos e cimento, por exemplo).
d) No tocante ao prazo limite para pronuncia
mentot prazo ordinário ou "liberdadevigia,
da11.
0 praao ordinário dentro do qual o CIP tem
que
se
pronunciar
acerca
do
pedido
de
reajuste
é de
45
dias,
a não ser nos casos de "atoa de governo" em que o CIP se
o-briga a analisar os pedidos em dez dias.
0 regime denominado liberdade vigiada
(instituído pela Resolução CIP 53/74), permite que certas em
presas,
ou
setores,
aumentem
seus
preços
a partir
do
dia
em
que
o pedido
de
reajuste
ê protocolado
no
Órgão*
Deve
ficar
claro
que,
a não
ser
nesse
aspecto,
nada
diferencia
o regime
de
liberdade
vigiada.
Ou
seja,
as
empresas
além
de
instrui
rem
normalmente
os
processos,
também
ficam
sujeitas
àretroa
ção de preços, caso o aumento praticado seja maior do que
o autorizado a "poateriori". Por isso, comum que as empre
saa
pratiquem
apenas
uma
parcela
(entre
80% e
90%)
do
reajus
te
pleiteado,
antes
da
decisão
final do
CIP.
3,4 - Ube*açõe* do Contuolt dt
drou no sistema de contrai© de preços todas as empresas que
pagassem XPI ou tCM, ou seja, todas as empresas comerciais
e industriais do pais.
0 primeiro
rasgo
liberalisante
veio
através
do
Decreto
n9
61993
(que
instituiu
o
controle
permanente),
ao
estabelecer
que
as
nóumas
a serem
baixadas
(no
prazo
de
noventa
dias)
definiriam
os
setores
ou ampresas
que
ficariam
excluídos do controle de preços. Assim, antes do decreto com
piementar
três
meses
foram
baixadas
duas
resoluções
bastante
abrangentes»
a) A Resolução CQNEP 10/68, que libera as em
presas comerciais do controle âm preços, e
b) A isesolução COKEP 13/68, que estabelece
que
os
produtos
fabricados
sob
encomenda
direta
do
comprador,
cuja
produção
não
seja
em
série,
e se
revista
das
caracteríe
ticas
de
fabricação
eventual,
terão
seus
preços
fixados
de
comum acordo entre as partes interessadas.
No
tocante
a indústria
á%
transformação
(ex
cluldos
os
produtos
sob
encomenda),
a política
de
liberação
não tem se revelado tão abrangente, predominando as libera
-ções de empresas individuais ou, no máximo, de alguns seto
-res.
Exceção a essa regra foi a Resolução CIP 59/75
(e
sua
antecessora,
Resolução
CIP
08/75)
qua
dispensava
do
controle
as
empresas
com
faturamento
anual
inferior
a
150.000
a§ liberações deixaram, de ser automáticas, Bando, atualraen
-te,
reguladas
pela
Resolução
CIP
16/78,
qm
exige
que
a libe_
ração
seja
formalizada
através
da
assinatura
de
un
Protocolo
de
Intenções.
Cabe
ressaltar
que
os
Protocolos
geralmente
permitam
que
os
aumentos
de
preços
dos
produtos
sejam
ãsavin
aulaáos
dos
aumentos
de
seus
custos
unitário»,
ao
contrário
das
demais
resoluções
de
liberação
que,
embora
nlo
exigissem
consulta
ao
CIP,
estabeleciam
qu®
os
aumentos
de
preços
deve
riam ser compatíveis com os respectivos aumentos de custo.
3.5- RtCLjuêt&ò E&pitíaiò
Existem no CIP dois tipos d®,reajustes espe
ciais,
isto
ê,
desvinculados
de
demonstrações
d@
aumentos
de
custos o reajuste a título de recuperação de rentabilidade
- ou nv@ntahiliâad@" - © a "vertiúdUmaçãõ". Tanto um quan
to outro nao foram criados por nenhum instrumento legal, de
modo que os reajustes concedidos nesses casos tendem a ser
encarado» pelo órgão como uma dádiva, senâo,pois,pouco freqüentes»
a) A origem da "rentabilidade" pode ser idan
{24)
tifiçada
no,
início
de
1974.
Segundo
Simonsen*
,
durante
o
ano
de
1973
o Governo,no
afã
de
conter
a
inflação
em
12%,
teria
sido
extremamente
rigoroso
nos
controles»
Além
disso?
renovavam-se os quadros dirigentes do pm£s em março de 1974.
Assim, parecia o momento propício para as empresas pleitea
rem reajustes de preços objetivando restaurar a rentabilida
de sacrificada no ano anterior.
sidade
de
implantar
um
sistema
que
permiti»*©
nio
sô
avall
ar
a evolução
da
rentabilidade
de
emprega»
especificas,
mas
que, prlncipalmerite#
dotasse
o ôrgao
de
um banco
de
dados»
elemento indispensável para bem acompanhar os diversos seto
res industriais. Assim, Ǥm agosto de 1974 foi baixada a Re
solução
CIP
52/74,
que
obrigava
as
empresas
a enviarem
de
monstrativos
econômico-flnanceiros
bastante
detalhados,além
de outras informações complementares {quantidade e valor de
cada produto vendido, pessoal ocupado, capacidade instala
da, etc)
Uma vez implantado o banco d® dados, passou
a s@r
uma
rotina
a anâlis#
do»
pleitos
d®
reajuste
a título
de recuperação da rentabilidade, rotina essa executada den
tro da Coordenação de Estudos Econômico-Financeiros-COESEP.
k peculiaridade desses aumentos ê que elea
incidem
sobre
o
faturamento, ou
seja,
sobre
todos
os
produ
tos
da
empresa,
ao
passo
que
um
processo
ordinário
dã
ori
gem ao aumento de um produto ou, no máximo, de uma linha de
produtos.
0 numero desses processos julgados desde o
seu
surgimento,
em
1974,
até
a sua
suspensão,
por
ocasião
do
"paoote" anti-lnflacionSrio de abril de 1979, aparece na ta
bela 1.
Diga-se de passagem, o fato dos reajustes via
rentabilidade se concentrarem em poucos »«tores(notadamente