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ESTRATÉGIAS NA BUSCA DE PARCERIAS INTERNACIONAIS.

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Academic year: 2017

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81 Artigo de Revisão

Rev. Col. Bras. Cir. 2015; 42(Suplemento 1): 81-82

ESTRATÉGIAS NA BUSCA DE PARCERIAS INTERNACIONAIS

Strategies in search for international partnerships

denise de FreiTas

R E S U M O

Introdução: A internacionalização é o processo no qual se integra dimensão universal, intercultural ou global em um programa, no caso, de pós-graduação. Ela pode ser compreendida como o processo de participação crescente em operações internacionais. Méto-do: Apresentar concepção logística e motivacional de como executar um processo de relações científicas internacionais. Resultados: É necessário o desenvolvimento de vários e diferentes aspectos para ser alcançada a internacionalização: conhecer os grandes eixos da internacionalização; ter visão internacional; promover estratégia para a internacionalização; saber das características de um centro institucional de internacionalização; e conhecer as vantagens institucionais da internacionalização. Conclusão: A internacionalização é imprescindível para arejar a pós-graduação brasileira e não a descaracteriza, menospreza ou enfraquece. Ao contrário, contribui para aumentar sua vitalidade e capacidade de inovação. Na atualidade não dá para imaginar a ciência sem internacionalização.

Descritores: Educação superior. Cooperação internacional. Indicadores de qualidade em assistência à saúde. Educação de pós-graduação.

INTRODUÇÃO

G

lobalização é um conjunto de transformações na ordem política, social, cultural e econ̂mica mundial visíveis desde o final do século XX. A internacionalização é o processo no qual se integra dimensão universal, intercultural ou global em um programa, no caso, de pós-graduação. Interna-cionalização pode ser compreendida como o processo de par-ticipação crescente em operações internacionais. Trata-se de um fen̂meno que criou pontos em comum dentre várias vertentes, inclusive na ciência. A internacionalização permite a obtenção de conhecimentos pelo intercâmbio de docentes e alunos, dos que estudam no exterior ou dos que vêm aqui; permite o intercâm-bio de experiências, enriquece e dinamiza o ensino, pesquisa, extensão e torna a universidade competitiva e atual.

O objetivo deste trabalho foi o de apresentar os mecanis-mos possíveis para serem usados em um processo de criação de parcerias internacionais

OS GRANDES EIXOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO

São eles:

1) Ambiente Educacional Bilíngue, no qual deve-se dominar e usar corriqueiramente o idioma inglês como segunda língua, incentivando o uso do inglês em disciplinas dos cursos de grad-uação e pós-gradgrad-uação, empregando-o em eventos científicos realizados.

2) Produção Científica e Tecnológica Internacionalizada, com centro de pesquisas de padrão internacional, com publicação em periódicos internacionais de alto impacto e o livre acesso aos periódicos internacionais.

3) Visibilidade Internacional, com sítios eletr̂nicos trilíngue, participação em congressos reuniões científicas internacionais, com centros institucionais de internacionalização eficientes, pub-licação em periódicos internacionais de alto impacto e fazer com que as revistas científicas brasileiras tenham padrão internacional, sem perder sua identidade e características.

4) Cooperação Internacional, enviando alunos e profes-sores ao exterior, desenvolvendo pesquisa inovadora conjunta, arejando, assim, a pós-graduação na sua vitalidade e capacidade de inovação. A cooperação internacional deve ser boa o bastante para atrair professores e alunos internacionais para o programa de pós-graduação e pode ser iniciado com convites para aulas, visitas ao programa, propiciar períodos sabáticos de programas professor e pesquisador visitante.

Visão internacional

A “International Association of Universities” (IAU), orga-nização filiada à UNESCO, considera que a internacionalização é processo que integra diferentes atividades do tipo mobilidade

acadêmica, colaboração em pesquisa, projetos internacionais de desenvolvimento, aspectos curriculares unificados ou de mudanças de programas e cursos gerais ou de disciplinas es-pecíficas. A IAU tem trabalhado para o desenvolvimento de políticas, diretrizes, prospecção e monitoramento de atividades e melhores práticas de internacionalização em universidades de todos continentes.

Segundo a UNESCO, o processo de internacionalização das universidades insere- se dentro do contexto mundial de global-ização, com implicações econ̂micas, sociais, políticas e culturais para o ensino superior, de tal forma que os dois conceitos se complementam. A nova dinâmica imposta pela globalização levou as universidades a definirem novas políticas e estratégias para posicionamento frente a novas demandas da sociedade e do mercado em geral.

Em muitas universidades não há política clara de interna-cionalização e ela, na verdade, ocorre por meio de iniciativas individuais dos programas de pós-graduação, tendo como foco a formação internacional de estudantes e acordos de cooperação científica individuais e não Institucionais. Muitas vezes, uma parceria pontual, com um determinado programa de pós-grad-uação, pode ser ampliado para toda a universidade, solidificando ainda mais sua internacionalização. Quando enviamos um aluno para doutorado sanduíche ou pós-doutorado no exterior, pode com isso ser o grande “link” para futuro convênio internacional institucional.

Estratégia para a internacionalização

Podemos colocar como pontos estratégicos para a inter-nacionalização: 1) debater o tema, focando sua importância, modelos já existentes e planos futuros; 2) promover a cooperação científica com universidades internacionais com aprimoramento das atividades de pesquisa e pós-graduação por meio do estabe-lecimento de parcerias e redes internacionais; 3) incentivar alunos e docentes para o intercâmbio internacional; 4) gerar mobilidade bilateral de alunos e docentes em intercâmbio internacional; 5) realizar programas internacionais conjuntos de pós-graduação; 6) incentivar a elaboração conjunta de pesquisa com instituições e/ou pesquisadores estrangeiros, bem como a busca por recursos de financiamento conjunto; 7) maximizar o uso de tecnologias de informação e ensino à distância para desenvolvimento de cursos e outras atividades acadêmicas em conjunto; 8) aumen-tar o número de publicações em periódicos internacionais com relevante fator de impacto; 9) promover participação em eventos internacionais; 10) estabelecimento e/ou aprimoramento de infraestrutura para sustentabilidade do processo de internacio-nalização, incluindo local de acolhimento físico e emocional de alunos e docentes; e 11) centros institucionais fortes de

inter-Trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Oftalmologia e Ciências Visuais, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil

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82 nacionalização que sejam capazes de formular procedimentos e

fluxos operacionais para planejamento, execução, comunicação, divulgação e monitoramento da internacionalização.

Características de um centro institucional de internacionalização

É importante que estes centros sejam eficientes e bem preparados para a coordenação, operacionalização e aprimoran-do de processos já vigentes, assim como os novos, amplianaprimoran-do ainda mais novas possibilidades. Estes centros de internacional-ização institucionais devem: 1) estabelecer fluxos de comunicação contínua com docentes, funcionários e alunos no assunto; 2) proceder à identificação das oportunidades de desenvolvimento e estabelecimento de intercâmbio, visitas, estágios e cooperação científica; 3) promover ações de aprimoramento das condições de recepção e acomodação de docentes, pesquisadores e estudantes estrangeiros; 4) estabelecer mecanismos de mon-itoramento, indicadores, coleta, sistematização e divulgação de informações sobre as atividades de internacionalização e iniciativas em andamento.

Ou seja, o processo de internacionalização exige o com-prometimento da alta administração, professores, funcionários e estudantes, todos, atuando como força integradora e geran-do, assim, resultados imediatos sobre as atividades de ensino, pesquisa e extensão da instituição.

A Capes no seu Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG) 2011-2020 refere em relação à internacionalização que: 1) os programas de pós-graduação devem ter um programa de dou-torado pleno no exterior contemplando alunos de desempenho excelente; 2) deve ocorrer mudança de regras que regem os con-cursos nas universidades públicas para aumentar o recrutamento de professores estrangeiros; 3) é necessária a reestruturação e ampliação dos programas de professor e pesquisador visitante; 4) deve ocorrer incentivo ao recrutamento de estudantes es-trangeiros; e 5) o apoio e incentivo ao duplo-diploma e a projetos colaborativos de larga duração.

As fomentadoras federais, Capes e CNPq, e as estaduais,

pelas Fundações de Amparo a Pesquisa (FAPs) oferecem várias modalidades de apoio financeiro para brasileiros que queiram realizar pesquisa no exterior, como as bolsas de doutorado ple-no, doutorado sanduíche, pós-doutorado, estágio sênior, entre outros. Ainda, existem bolsas para estrangeiros que queiram desenvolver pesquisa no Brasil, como, por exemplo, a “PEC-PG”, Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação oferecida pela Capes.

Vantagens institucionais da internacionalização

Os benefícios da internacionalização para uma instituição seriam: 1) exposição de estudantes e docentes a valores univer-sais, diversidade sociocultural e abertura de novas perspectivas nas respectivas áreas de pesquisa; 2) aprimoramento de habi-lidades cognitivas dos alunos envolvidos em programas inter-nacionais, tais como pensamento crítico, busca de informação, resolução de problemas, tomada de decisão e capacidade de lidar com mudanças; 3) colaboração no ensino e pesquisa nas respectivas áreas de interesse e, quiçá, em outras áreas de in-teresse, com incorporação de perspectiva ou foco internacional e consequente redução da endogenia; 4) possibilidade de el-evação dos padrões acadêmicos e da qualidade dos programas e currículos; 5) qualificação dos recursos humanos (docentes e funcionários) e provimento de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho, acadêmico ou não, por meio da formação diferenciada dos alunos; 6) fortalecimento e promoção da imagem institucional; 7) diversificação nas fontes de geração de recursos; 8) estabelecimento de parcerias estratégicas para ampliação do horizonte acadêmico e produção do conhecimento.

CONCLUSÃO

A internacionalização é imprescindível para arejar a pós-graduação brasileira e, de maneira alguma, não descaracter-iza, menospreza ou enfraquece a pós-graduação brasileira, pelo contrário, contribui para aumentar sua vitalidade e capacidade de inovação. Na atualidade não dá para imaginar a ciência sem

A B S T R A C T

Introduction: Internationalization is the process which integrates universal, intercultural or global dimension in a program, in this case, postgraduate. It can be understood as the process of increasing participation in international operations. Method: To offer design and motivational logistics on how to run a process of international scientific relationship. Results: It is necessary to develop several different aspects to be reached internationalization: to know the fundamentals of internationalization; to have international vision; to promote strategy for internationalization; to know the characteristics of an institutional center of internationalization; and to understand the institutional advantages of internationalization. Conclusion: Internationalization is essential to aerate the Brazilian postgraduate and not mischaracterize or weakens the process. On the contrary, it contributes to increase its vitality and capacity for innovation. Today is not possible to imagine science without internationalization.

Key Words: Education, higher. International cooperation. Quality indicators, health care. Education, graduate.

REFERÊNCIAS

1. Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), 2011 - 2020. Volume I. Brasília, Dezembro de 2010. Disponível em: http://www.capes.gov. br/images/stories/download/Livros-PNPG-Volume-I-Mont.pdf. Acesso em Acesso em: 20 mar. 2015.

2. Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), 2011 - 2020. Documentos setoriais Volume II. Brasília, Dezembro de 2010. Disponível em: http:// www.capes.gov.br/images/stories/download/PNPG_Miolo_V2.pdf. Acesso em Acesso em: 20 mar. 2015.

3. KNIGHT, JANE. Internationalization of Higher Education Practices and Priorities: 2003 IAU Survey Report. Paris: IAU, 2003. Disponível em: < http://www.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_ NOME_ARQUI20060214115459.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2015.

4. Re-thinking internationalization. “International Association of Uni-versities” (IAU). Disponível em: (http://www.iau-aiu.net/content/ re-thinking-internationalization). Acesso em: 22 mar. 2015. 5. UNESCO. Higher education in a globalized society. Paris,

UN-ESCO, 2004. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/imag-es/0013/001362/136247e.pdf. Acesso em: 22 mar. 2015. 6. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

E ESPORTE, Política de Internacionalização do Ensino e Pesquisa Aprovada na Sessão Ordinária da Congregação de 14/05/2009. Disponível em: http://www.eefe.usp.br/arquivos/internacional/pol-in-ternacionalizacao-eefe.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015.

Recebido em: 19/02/2015

Aceito para publicação em: 12/09/2015 Conflito de interesses: nenhum Fonte de financiamento: nenhum

Endereço para correspondência: Denise de Freitas

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