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A prática de enfermagem psiquiátrica no Ceará e sua relação com o contexto sócio-histórico.

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A PRÁTICA DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA NO CEARÁ E SUA REAÇÃO COM O CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO·

Maria Nzaré de Oliveira Fraga1

RESUMO: Pesquisa que utiliza a história como elemento elucidativo e interpretativo da prática de enfermagem psiquiátrica no Ceará. Utiliza de visitas, entrevistas, consultas a arquivos de instituições e jornais, e levantament. de literatura sobre a história da enfermagem e da assistência psiquiátrica na região. Constatou-se que, mesmo tendo havido alguns avanço em décadas anteriores, ainda na década de

90,

a prática de enfermagem psiquiátrica não sofreu transformações significativas: é essencialmente hospitalare embasa-se na aplicação, pelas atendentesde enfermagem, de psicotrópicos prescritos pelos psiquiatras, sob a supevisão das enfermeiras. A interação dessa prática com a assistência psiquiátrica e com a.sociedade cearense confere-lhe especificidades só compreensíveis se consideradas no conjunto, e não isoladamente.

U NITERMOS : Enfermagem Psiquiátrica - Saúde mental - História da enfemagem.

1. INTRODUÇÃO

Experiência docente de mais de

1 5

anos fez­ nos constatar que os entraves do ensino de enfermagem psiquiátrica e suas possíveis solu-. ções guadam relação om a totalidade da prática de enfemagem psiquiátrica e com as políticasde saúde no país. Os Encontros de Enfermeiros Psiquiátricos do Ceaá2, envolvendo profissionais de ensino e de seviço, proporcionaram opotuni­ dade para compreender que as questões e dificul­ dades vivenciadas pelos que atuavam na área, tinham determinações que extrapolavam aspec­ tos, como qualificação e responsabilidade das enfermeiras, quantidade de pessoal auxiliar de enfermagem ou questões administrativas. Pes­ quisa realizada em

1 985(3)

revelou, entre as enfermeiasque trabalhavam em psiquiatria, uma situação de ausência de qualificação para traba­ lhar na especialidade, sendo o acesso a ela motivado principalmente pelo fato de ter sido a primeira opotunidade de emprego sugida, haven­ do ainda a pretensão de mudar de campo de trabalho. Tais achados, que mostraram um ceto

grau de insatis ação das enfermeiras com o trabalho da psiquiatria, não eram suficientes para explicitar as relações dessa prática como a formação social inclusiva e isso apontava a neces­ sidade de realizar novas pesquisas.

A prática de enfermagem psiquiátrica, en­ quanto se realiza, reflete um conjunto de determi­ nações históricas que se esboçam no modo como o seviço é prestado. O presente estudo orienta-se por este pressuposto e tem como objetivos: 1) resgatar os antecedentes históricos da prática de enfermagem psiquiátrica no Ceará; 2) apreender como tal prática se aticula com a psiquiatria e com a saúde, e como estas se aticulam com o modo de produção onde se inserem.

A presente investigação segue a trilha de várias outras já realizadas no Brasil que, proces­ sando uma macro-análise da enfermagem, têm contribuído para compreendê-Ia enquanto uma prática ' social e historicamente determinada. (1,7,14,18,21). Sua realização no Ceará, entre outras causas, prende-se ao entendimento de que é necessário centrar esforços para desvendar a

• Trabalho apresentado como Tema Livre no 45° Congresso Brasileiro de Enfermagem. Olinda-Recife, 28 de novembro

a 3 de dezembro de 1 993.

Enfermeira, Professora Adjunta do Depatamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Foram realizados em Fortaleza nos anos 1 983, 1 985 e 1 987 com o apoio da Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Ceará.

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realidade de segmentos específicos da enferma­ gem , como é o caso da enfermagem psiquiátrica, e de regiões que não foram contempladas em investigações anteriores.

2. TRILHA METODOLÓGICA

o presente trabalho compõe pate dos resul­ tados de uma pesquisa mais ampla e que deu origem a uma tese de doutoramentol4l.

É

um estudo histórico-estrutural, e como tal, privilegia a h istó ria com o elem ento elucidativo e interpretativo da realidade estudada.

A coleta de informações foi realizada proce­ dendo-se à associação de vários procedimentos e técnicas: realização de visitas às várias institui­ ções prestadoras de assistência psiquiátrica para coletar dados sobre número de leitos e de trabalhadores, jornada semanal de trabalho, tipo de clientela e de assistência; consulta aos arqui­ vos das instituições; realização de entrevistas com enfermeiras, técnicos de enfermagem, auxi­ liares d'e enfermagem e atendentes; consulta aos principais jornais em ciculação no Ceará3; revisão da literatura sobre a história e a assistência psiquiátrica na regiã04.

Na sequência do trabalho há uma breve refe­ rência à história econômica e política do Ceará e à assistência em saúde ali realizada, desde a colonização até recentemente. I ntoduzem-se ele­ mentos sobre o modo de institucionalização da prática de enfermagem psiquiátrica no território cearense e sobre as condições atuais da assis­ tência psiquiátrica e da prática de enfemagem na especialidade, tendo como referência as institui­ ções onde ocorrem, as categorias profissionais que trabalham no setor, as características do mercado de trabalho, entre outros.

3.

AASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA NO CEARÁ

3.1. O Ceará e sua Economia

A história política do que hoje constitui o Ceará, iniciou-se em 1 603 com a tentativa de colonização realizada por Pero Coelho de Sousa. Incrustado na pate mais árida da Região Nordes­ te, ao longo de sua história, o Ceará foi explorado

por potugueses, franceses e holandeses, com­ pôs pate das capitanias de Pernambuco e da Paraíba, foi capitania autônoma sem ser sequer visitado pelo donatário, até chegar à condição atual de estado da federação.

Só quando o mercado externo, pressionado pela escassez provocada pela Guerra de Seces­ são note-americana (1 86 1 ) , interessa-se pelo algodão de fibra longa e de melhor qualidade produzido no Ceará, é que o estado desponta na economia nordestina. A partir daí, Fotaleza co­ meça a emergir como um grande centro urbano, inicialmente coletando e expotando a produção vinda do interior, e posteriormente, concentrando o maior polo industrial, o maior montante de empregos públicos e reunindo o maior número de instituições de educação e saúde e as mais numerosas e melhores opções de lazer.

Sem infra-estrutura capaz de absover os que chegam fugindo das secas freqüentes, e por outras razões, Fotaleza tem seu espaço ocupa­ d o deso rd e n a d a m e n t e , a prese nta n d o disparidades, como bairros d e classe média alta residente em grandes mansões, rodeados por bolsões de pobreza, cujos habitantes se amonto­ am em favelas sem as mínimas condições de higiene e saneamento.

As freqüentes secas, o êxodo rural crescente e a ausência de políticas de fixação do homem ao campo, fazem de Fortaleza uma cidade com mercadodetrabalho muito ompetitivo, especial­ mente para os trabalhadores sem qualificação profissional, mas que não oferece condições de vida satisfatórias para a maioria de seus habitan­ tes, nem uma assistência psiquiátrica de boa qualidade, como se verá mais adiante.

3.2. Assistência à Saúde, Surgimento da

Enfenagem e da

E

nenagem Psiquiátrica

Os índios que antigamente habitavam o Ceará tinham seus problemas de saúde tratados pelos pajés que, conhecedores das vitudes terapêuti­ cas da flora nativa, utilizavam-na em associação com procedimentos mág icos e sa ngrias. A constatação, por pate dos colonizadores, de que as raízes, folhas e cascas eram adequadas às moléstias tratadas, motivou desde o comércio

3 A consulta abrangeu a década de 80 e infcio da década de 90 e prendeu-se aos Jornais "O Povo", Diário do Nordeste", e "Tribuna do Ceará".

Tendo em vista as caracterfsticas do estudo, o tópico Revisao de literatura é apresentado ·ao longo do corpo do trabalho.

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inescrupuloso por pate de leigos, até a busca orientada e posterior estudo e aplicação de plan­ tas medicinais do Ceará por pate de pesquisado­

res da Univesidade de Coimbra (12).

A primeira referência encontrada sobre os precusores, no Ceará, do que mais tade viria a constituir a prática de enfermagem, está relacio­ nada à grande expedição dos potugueses para

expulA0 dos franeses da aitania o Maranhão

e revela que

"na ota de cinco caave/ões e dois patachos que tocou o Mucuie e que dai se diigiu ao MaranhJo, sob o comando de Dioo e Cam­ pos, a élebre mada Milaosa e

1614,

viajava uma enfemeira, a mulher do pardo JoSo Neto, cetamente a pioneia da oissSo or estas bandas" . (Rocha apud LEAL 12.

P')

Há poucos dados sobre as intituições que dispensavam assistência à saúde da população do Ceará durante sua colonização. Cetamente os jesuítas foram alguns dos pioneiros na presta­ ção de assistência à saúde ali, como em outras regiões do país, pois, em 1 607, eles já faziam a catequese dos índios na Serra da ibiapaba.

Epidemias divesas assolaram freqüen­ temente o Ceará e motivaram o sugimento dos primeiros hospitais em sua capital.

. A ' criação do Hospital de Jacarecanga, em intalaçOes precáias, foi motivada ela epdem ia da varíola de 1 81 6 . Para atender à demanda povocada porepidemias posteriores, ou à neces­ sidade de por em quarentena os escravos recém­ chegados da África, a instituição foi ampliada divesas vezes. Com finalidade semelhante, e pincipalmente, ara atendervítimasda epidemia da febre amarela, que se iniciou em 1 851 , foi construído em 1 855 o Lazareto da Lagoa FundC'2.p'II8).

No ano de 1 839, quando ocorria uma das epidemias de malária, foi aventada a necessidade de se construir uma Santa Casa em Fotaleza, mas o plano nAo foi adiante. Mais tade, a contu­ ção ioi iniciada e esteve sempre ameaçada de ceder lugar, ora ao Liceu a ser fundado, ora à Bibliteca Pública que não tinha sede. Em 1 851 ,

por ocasião de uma epidemia de febre amarela, ainda inabada, a onstuçAo foi abeta oque era necessário fazer jo pelo saneamento da capi­ tal. Em 1 857, o presidente da Província, Paes Barreto, cedeu algumas salas ao Liceu que per­ maneceu ali até 1 861 , quando, só então, ocorreu a inauguração formal da Santa Casa (12. p ll-122).

o funcionamento da Santa Casa não era prioridade poque se destinava a atender os po­ bres, enquanto que o funcionamento do Liceu e da Biblioteca era exigido pela inteledualidade e elas famílias abastdas, que desejavam verseus filhos estudando em Fotaleza, e não mais se deslocaldo para Pemambuco e Bahia, como ocorria até então.

Em meio aos esforços para sanear a cidade de Fotaleza, em 1 886 foi i naugurado o Asilo de Alienados São Vicente de Paulo', onde se i niciou a prática psquiátrica i nstitucional no Ceará. Ane­ xo à Santa Casa de Misericódia, o asilo destina­ va-se à filantropia e tinha instalações precárias. A assistência era prestada por um médico que não era psiquiatra, enfermeiros práticos e pelas irmãs de caridade, a cago de quem estava tda a

. responsabilidade da vida hospitalar. Até 1 969, os médicos que ali prestavam assistência, o faziam gratuitamente (17).

Pelo exposto, é posível admitir que no Ceará as freiras de caridade foram as precusoras da enfemagem psiquiátria, a exemplo do que ocor­ reu no Rio de Janeiro em 1 852, quando da inaugu­ ração do Hospício D. Pedo 11 (10) • As freiras

omadavam as tividades na instituição e prova-, velmente gozavam de ceta autonomiaprova-, elo me­ nos no início, uma vez que ali trabalhava um único médico. A assistência era mais de caráter arita­ tivo do que curativo, o que era condizente om o saber e a prática existentes na época.

A prática de enfermagem no asilo antecedeu em mais de meio século à instalação do ensino formal e regular na profissão no Ceará.

O ensino de enfermagem foi implantado só em 1 943, quando foi criada a Escola de Enferma­ gem São Vicente de Paulo. A idéia de criação de uma escola de enfermagem sugiu em 1 942,

quando o Patronato Nossa Senhora Auxil iadoa, das freiras de caridade, promoveu cusOs de Vo­ luntários Socorristas de Defesa Passiva Anti­ Áerea, destinados às esposas de oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica (5).

Pelo nome dos cusos que motivaam a unda­ ção da escola, conclui-se que a I I Guerra Mundial teve'inluênia em sua iaão. Oo atormaate na criação e funcionamento da escola, foi a inlu-. ência das religiosas e do saber médico, pois de 1 943 a 1 973, a instituição teve apenas uma dire­ toria leiga e de 1 43 a 1 946 contou ao todo om 21 docentes, sedo 1 3 mdios, 1 padre, 6 enfermei­ ras religiosas e 1 enfermeira leiga.'

Pstente o Asilo rceeu o e de Hspital Psiquiátrico sao VCente de Paulo e opularmente é onhcido o Asilo de Parangaba, uma rea o airro e á lo.

e o ano e 1 8 a Ea foi dirigida r um colgido omto e 3 is 4 enfrmeias s, e e inclula a da Ga Ferreia Façanha, que assumiu dirAo szinha no erldo e 1 69 a 1 971 5. p."'O) .

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Só cinco anos após a implantação do ensino de enfermagem é que se implantou o ensino de medicina no Ceará.

Também estava claro, a imensa soma de benefícios que traria a futura Faculdade, tanto pelo apoveitamento das melhores vocações, como pela possiblidade oferecida às famias de melhores possiblidades econ6micas, de educar os seus lhos na própria tera de sua residência (12, p. 12PJ.

Era evidente, portanto, a diferença social entre a escola de enfermagem e a de mdicina. Enquan­ to as alunas de enfermagem se submetiam a trabalhar gratuitamente por um ano para custear os próprios estudos(5. p. 78), os alunos de medicina etenciam afamíliasdegandes oses.

A década de 70 registra vários fatores direta­ mente relacionados com o ensino e a prática de enfermagem psiquiátrica no Ceaá.

O ensino de enfermagem psiquiátrica nasceu no estado com a Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo e esteve exclusivamente a seu cargo até meados da década de 70. Até aquele momento, esse ensino, em sua pate teórica, etava a cargode médicos. Duante essa década, o ensino da especialidade entrou em expansão com a criação dos Cursos de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fotaleza e Universidade do Vale de Acaraú, esta última localizada na cidade de Sobral.

Foi na década de 70, também , que se iniciou o Curso de Residência do Hospital de Saúde Mental de Messejana para especializar psiquia­ tras, e que houve a primeira tentativa de ambulatorizar e interiorizar a assistência psiquiá­ trica no Ceará (2) • Esta tentativa não foi muito bem

sucedida, porque não chegou a afetar a assistên­ cia fundamentalmente farmacológica e até refor­ çou-a, na medida em que houve a distribuição, pela Central de Medicamentos (CEME), dos psi­ cotrópicos prescritos aos que não tinham poder aquisitivo para comprá-los (20) • Entretanto, as

enfermeiras que atuavam no setor, o faziam ape­ nas com o preparo adquirido na graduação.

Só em 1 980 é que o Ceará passou a contar com uma enfermeira psiquiátrica com título de especialista e outra com título de mestrado. Liga­ das ao ensino em uma mesma universidade, elas começaram a organizar encontros, formais ou não, para discutirquestões de interesse daqueles que atuam na especialidade. Os encontros de enfermeiros psiquiátricosdo Ceará foram

realiza-dos em 1 983, 1 985 e 1 987, onde se discutiram questões que preocupavam o grupo como: Mato de o ensino prático de enfermagem psiquiátrica ocorrer basicamente dentro de hospitais, devido à inexistência de seviços ambulatoriais organiza­ dos de modo a reveter essa situação; aspectos como a qualificação do pessoal e falta de apoio administrativo referidos pelas enfemeiras e que, segndo elas, interferiam na qualidade da assis­ tência prestada; inexistência de uma entidade que congregase as enfemeias psiq uiáticas enquanto grupo pofissional.

Mas a década de 80 foi marcada por intensas dificuldades financeiras nos hospitais psiquiátri­ cos do Ceará, dificuldades estas retratadas pela imprensa local. Em 1 984 um jornal com matéria intitulada "Govemadrvista Asio de Paragaba e promete ajuda" relata a condição de penúria do primeiro hospital psiquiátrico fundado no Ceará:

"O hospital São Vicente de Paulo já teria fechado, não fosse a ação ilantrópica de um grupo de encontristas que auxlia com o que é posslvel"(8).

No mesmo ano, um outro hospital , também em Fotaleza, tem suas precárias condições de as­ sistência à clientela e os baixos salários pagos aos funcionários denunciados pelo pessoal de enfermagem , que entra em greve(9). Em 1 990, a imprensa noticia novamente esse mesmo hospi­ tal , que foi interditado pelo setor de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Ceará, após constatar a inexistência de condições mínimas para o tratamento dos internados e o atraso de três meses no pagamento dos funcionários (11).

Ainda na década de 80 (1 987), em caráter temporário, o primeiro cuso de especialização na área para enfermagem foi oferecido ela Univesi­ dade Estadual do Ceará. Das 1 5 pessoas que iniciaram o curso, 14 completaram os créditos, mas aenas 6 apresentaram monograia, exigên­ cia final para receber o título de especialista.

Fazendo um repasse dos acontecimentos descritos até aqui, é possível afirmarque mesmo no início da década de 90, a prática de enferma­ gem psiquiátrica ainda não passou por transfor­ mações significativas.

3.3 Assistência Psiquiátrica e Prática de Enfermagem Atuais.

Embora a implantação de u ma rede de seviços ambulatoriais psiquiátricos no Ceará tenha sido iniciada na década de 70, isso não modificou

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essencialmente o pefil da assistência, ainda hoje centrada no hospital e de base fundamentalmente farmacológica. Em 1 991 , por ocasiao da realiza­ çao da pesquisa, estando em andamento a Reforma Sanitária e, mais especificamente, a implantaçao do Sistemá Único de Saúde (SUS), mesmo as precárias equipesde saúde mental dos ambulatórios já nao uncionavam. O que a implan­ taçao do SUS no Ceará provocou, com maior evidência na especialidade, pelo menos à época da pequisa, foi o desmoronamento, talvez provi­ sório, da frágil estrutura ambulatorial que existia. As razões para isso estAo relacionadas aos dife­

rentes salários pagos a técnico de mesmo nível nas diversas instituições públicas que compõem o sistema, assim como às injunções políticas que se exacerbaram em todos os níveis, pincipalmen­ te nos municípios, relacionadas às prioridades de aplicaçAo das verbas vindas do n ível federal 7. Potanto, as alternativas ambulatoriais nAo têm grande expressA0 no contexto da assistência psiquiátria do Ceará.

Em 1 991 , o Ceará tinha 12 hospitais psiquiá­ tricos totalizando 21 1 3 leitos, sendo 1 233 em instituições pivadas, 559 em instituições filantó­ picas e 321 em instituições públicas. A patir do quadro I (Anexo I), os leitos odem erreagupados também segundo sua 10calizaçAo, sendo 506 no interior e 1 607 em Fotaleza.

Informações do IBGE revelam que em 1 990, o Ceará contava com 6.653.346 habitantes, en­ qu,nto que Fotaleza tinha 1 .758.334 habitan­ tes(6l. Estes dados, se cotejados com os anterio­ res, evelam que os leitos psiquiátricos estão concentados na capital (1 607), em detrimento do interior (506), o que JAo significa dizer que a assistência prestada em Fotaleza seja de boa qualidade, conforme a cobetura da imprensa reltada no tópico anterior.

Os hospitais psiquiátricos do .Ceará, tanto públicos quanto privados, ou filantrópicos, têm caraterísticas que os diferenciam mínima e su­ eficialmente em elaão aos seus pares. Quanto aos recusos que custeiam a assistência psiqui­ átrica, oiginam-se pincipalmente do pder

públi-· co, uma vez que quae todos os hospitais man­ têm-se majoritariamente com os valores das diá- . rias captadas de convênio com o SUS.

Pelos dados contidos nos Quadros I e 11 (Ane­ xos I e l i) , ode-se veificarque, popocionalmen­ te, os hospitais públicos (I, XI) empregam 1aior númeo de técnicos, sendo um total de 1 74 técni­ cos para 321 leitos, enquanto que os filantrópicos (I, V, VII) têm 1 35 técnicos para 559 leitos, e os · privados (1, 11, VI, VIII, IX, XII) têm 252 técnicos

para 1 233 leitos.

Tomando ainda o Quadro I I (Anexo I I), e consi­ derando especificamente o número de técnicos que trabalham em cada instituiçAo, pode-se

veri-· ficar que no topo do quadro e em sua base estão as categorias profissionais melhor representadas numericamente, presentes e·m todas as institui­ ções, que sAo os psiquiatas e atendentes8. Entre essas duas categorias há um conjunto de outras (assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais etc.), sempre em número reduzido, cada uma delas ausente em pelo menos uma das instituições, constituindo única exceção, nesse caso, o grupo das enfermeiras que, mesmo em número reduzido, se fazem presentes em todas estas. Tais dados também apontam o fato de que o tratamento está centrado essencialmente no uso de psicotrópicos prescritos pelos psiquiatras e aplicados pelos atendentes. A enfermeia emer­ ge, entAo, como o elemento que garante a execu­ çAo e unidade do proceso total de tabalho, tendo uma área de atuação que vai desde a oodenaçAo .do pessoal auxi liar d e enfermagem, até o gerenciamento de aspetos genéricos e d íspares do ambiente onde o processo ocorre.

A clientela assistida nos seviços psiquiátricos do Ceará é comosta majoritariamente porindiví­ duos de baixa renda, desempregados, su-em­ 'pregados, aposentados ou em processo de apo­ sentadoria 9. Muitos deles recorrem àqueles ser­ viços, principalmente aos que oferecem apenas tratamento em regime de intenação, em usca de ganhos econômicos secundários, como a pópria alimentação e o remédio a que têm direito, o auxílio pecuniário que receberAo pela

licença-7 -T

iS informaçOes emergiram especialmente nas e ntrevistas de n" 30 e 38, realizadas com emfermeiras.

I O utros estudos mostram que a olarizaçao· entre o número de médicos e atendentes ocorre tamém em outras

escials. (13.18) .

I Tais infrmaes emergiram do conteúdo das entrevistas realizadas com o sal de enfermagem. Maiores detalhes

e s ganhos secundários que a intemaçao psiquiátrica possibilita a desempregados, sub-empregados e caldidatos

à aoseia são encontrados em MOREIRA (15).

R Bras. Enorm. Brsíli, v. 48, n. 1, p. 1 7-25, jn./mr. 1 995 21

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saúde ou o apressamento de um processo de aosentadoria. Tais situações são coeentes om o que se abodou no tópico 3 . 1 . quanto à situação de Fotaleza, uma cidade que é centro de atração regional e cujo mercado de trabalho não absove toda a população economicamente ativa, o que gea alta ompetitividade, aviltamento dos salári­ os e desemprego.

Constatou-se entre os componentes da enfer­ magem entrevitados, que o valo"dos salários e o número de horas trabalhadas variam de uma instituição para outra, de um nível a outro da enfermagem e memo dento de um mesmo nível. Expressar os salários declarados pelos entrevis­ tados em número de salários mínimos constituiu dificuldade significativa, e os valoes encontados devem ser entendidos como uma aproximação que está permeada de inexatidões relacionadas aos seguintes fatores: muitos dos entrevistados declaram seussaláriosde mdo aproximado or­ que não sabiam ou não queriam expressar o valor exato qle recebiam; de uma instituição para outra. havia paticularidades, como a existência, ou não, de gratificaão portempo de seviço, a inclusão de valores relativos às horas-extras tabalhdas e ao seviço noturno, o pagamento, ou não, por insalu­ bridade do seviço, ou por produtividade. Não desconhecendo estes aspetos, é possível resu­ mira situação encontrada elativamente aos salá­ rios pagos aostrabalhadoes de enfermagem. Em 1 991 , as instituições federais 10 (XIII, XIV) paga­ vam melhores salários que as demais, e, entre

estas, uma instituição filantrópica (VII) e uma

privada pagavam os menores índices. O valordo salário Plgo a cada categoria da enfermagem variava menos ente os atendentes, quase sempe um salário mínimo. Já ente as e nfermeias, havia

ui.maior variação, entre 1 ,3 (VI) e 1 8,3 (XIV)

saláriôs mínimos. Erarros atendentes que traba­ Ihavam o maior número de horas, enquanto que recebiam os menores salários. Foi nesse grupo também que se encontrou o maior número de

pessoas trabalhando em mais de u. emprego,

proporção que aumentava entre os homens. Mutosdostrabalhadoresde enfemagem eve­ laram estartrabalhando em psiquiatria porque foi a primeira opotundade de emprego encontada; outros se sentem discriminados entre seus pares

q,ue trabalham em outras especialidades, ou

ma-0 Estas sao instituiçes ambulatoriais.

nifestam a pretensão de sair em busca de outro trabalho, e se não o fazem é portemorao desem­ prego. Em consequência disso, dos salários bai­ xos e das condições de trabalho precárias, há um fluxo migratório, especialmente das enfermeias, indo do hospital psiquiátrico para outras especia­ lidades.

Tomando pate dos dados levantados nos ar­ quivos, constatou-se que, na instituição /, que é pública, no período de 1 977 a março de 1 991 , foram ontratadas 32 enfemeias. e incluídas as três que são contatadas como atendentes, o total chega a 35. No período, 1 8 delas se transferiram a pedido, para outros seviços públicos. O tempo de permanência delas na instituição I variou de 1 mês a 9 anos e 1 0 meses. No mesmo levantamen­ to, à instituição 111 carateriza os seviços priva­ dos. Com um aquivo pouco oganizado, só foi ossível realizar a consulta refeente ao período de 1 986 a janeio de 1 991 , que evelou a passagem de

_ 1 0 enfermeiras pela instituição, geralmente uma vez. Por ocasião da pesquisa, a instituição (1 tinha apenas uma enfermeira, contratada há 3 meses. O tempo de permanência delas ali variou de 1 mês a 3 anos.

Potanto, no Ceará, a assistência psiquiátrica e a prática de enfermagem na especialidade não têm passado por transformações substanciais. Elas ocorrem essencialmente em Fotaleza e dentro d e hospita is, pois o aten d i m e nto ambulatorial é inexpressivo numericamente. O t rata m e nto está e m basad o n o uso d e psicofármacos prescritos pelo psiquiatra e a apli­ cação dos mesmos é feita pelos atendentes , sob a supevisão das enfermeias.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma associação de fatores econômicos,

56-cio-políticos, regionais e culturais determinou o sugimento da prátia de enfermagem psiquiátria no Ceará. A interação dessa prática com a assis­ tência psiquiátrica e com a sociedade cearense, confere-lhe o caráter e a especificidade que tem atualmente, só compreensíveis se considerados. no conjunto, e não isoladamente ..

A prática de enfemagem siquiátrica sugiu no Ceará em 1 886, no interior do Asilo de Alienados São Vicente e Paulo, em meio às medidas de

(7)

saneamento da cidade de Fotaleza, para onde corriam levas de doentes e famintos, fugindo de secas e epidemias. Embora anterior ao ensino de medicina, o ensino de enfermagem e de enferma­ gem psiquiátrica já nasceram dep

'

ndentes do saber médico. Só a patir de 1 980, quando as primeiras enfermeiras se tornaram especialistas em psiquiatria, é que essa relação de dependên­ cia tendeu a se modificar.

Apesarde alguns avanços ocorridos nas

déa-das de setenta e de oitenta, ainda na década de noventa, a prática de enfermagem psiquiática no Ceará não passou por mudanças significativas. Essa prática, como a assistência psiquitrica que a inclui, continua centrada no interiorde hospitais psiquiátricos localizados, em sua maioria, em Fotaleza. É uma prática embasada na aplicação de psicotrópicos prescritos pelos psiquiatras, apli­ cação queé feita pelos atendentessob a suevisão das enfemeiras.

A B S T R A C T: The study focuses on the practice of nursing assistance in psychiatric in Ceará. The data was collected by inteviews and documents regarding history of nusing and of the assistance psychiatric in Ceará. On conclusion, the nursing pratice is essentially supevision to the nusing team in delivering psychiatric medicine. The nusing practice has specific data to be considered on its study as whole: the relatinship between psychiatric assistance and society.

KEWORDS: Psychiatric nursing - Mental health - History of nursing

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9 - GREVE para Casa de Saúde Santo AntOnio de Pádua.

iáio do Nodeste. Fotaleza, 1 . nov. , 1 984, p.9.

1 0 - GUSSI, MA Insitucionalizaçlo da psiquiatia e do enino de enfemagem no Brasil. Ribeirêo Preto, 1 987. Disseaçêo (Mestrado). Escola de Enfermagem de Ribeirêo Preto, Universidade de Sêo Paulo, 1 987.

1 1 - JAGUARIBE, E. Hospital psiquiátrico é interditado na Bela Vista. O Povo, Fotaleza, 1 0 abr., 1 990, p. 1 1 .

1 2 - LEAL, V.B. Históia da medicina no Ceará. Fotaleza: Instituto do Ceará, 1 978.

1 3 - MÉDICI, A.C. Emprego em saúde na conjuntura recente.

In: MÉDICI, A.C. (org.) Recusos humanos em saOde. Rio de Janeiro, ENSP/ABRASCO, 1 987, p.1 43-1 52, (Tetos de apoio).

1 4 - MELO, C. ivislo social do trabalho e enemaem. Sêo Paulo: Cotez, 1 986.

1 5 - MOREIRA, D. Psiquiatia: controle e repressêo social. Petrópolis: Vozes, 1 987.

1 6 - N9GUEIRA, R. P. A força de trabalho em saúde. In: MEDICI, A.C. (org.) Recusos humanos em saOde. Rio de Janeiro. ENSP/ABRASCO, 1 987, p. 1 9-23, (Tetos de apoio).

1 7 - PINTO, W. Misericórdia e repressêo. In: VELHO, P.M.

Organizaçlo da psiquiatia no Brasil. Sêo Paulo:

Sarvier, 1 981 , p.83-98.

1 8 - PIRES, D. Hegemonia médica na saOde e enfemagem.

Sêo Paulo: Cotez, 1 989.

1 9 - PONTES, W. Misericórdia e repressêo. In: VELHO, P. M. Oganizaçlo qa piquiatia no Brail. Sêo Paulo:

Savier, 1 981 , p.83-98.

20 -SAMPAIO , J . J . C . Hospital psiquiático pOblico no Brasil: a sobre vivência do asilo e outros destinos possrveis. Rio de J a n e i ro , 1 988. Dissertaçêo (Mestrado). Instituto de Medicina Social, Universidade Estadual do Rio de Janeiro 1 988.

21 . SILVA, G. Enfemagem proissional: análise crrtica. Sêo Paulo: Cotez, 1 986.

Encaminhado para publicaçêo em 1 /9/94 Aprovado para publicaçêo em 1 7/1 1 /94.

R. Bras. Enferm. Brasília, V. 48, n. 1, p. 1 7-25, jn.lmr. 1 995 23

(8)

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ANEXO I

QUADRO 1 - CARACTERIZAÇÃO ,DOS HOSPITAIS DO CEARÁ QUANTO AO ANO DE CRIAÇÃO,-TIPO, NÚMERO DE LEITOS,

NÚMERO DE COMPONENTES DA EQUIPE DE SAÚDE E DA EQUIPE DE ENFERMAGEM -

1 991

. . . EQUIPE DE SAÚDE EQUIPE DE ENFERMAGEM

I NSTITUiÇÕES ANO DE TIPO N° DE PSIQ. CLlN. ÁS. PSICOL. T.O. FARM. E. T.E. A.E. AT .

CRIAÇÃO LEITOS .

I 1 963 Público 2401 , 23 2 1 1 4 3 1 42 - 20 67

1 1 1 969 Privado 200 1 0 1 1 1 1 1 2 _ _ 30

,

1 1 1 1 967 Privado 1 67 9 _ _ _ _ 1 1 1 _ 1 8

IV 1 968 Filantróp 1 70 9 . 1 _ _ 1 1 2 _ 6 1 4

V 1 949 Filantróp 1 29 4 _ _ _ 1 1 2 _ 1 1 8

VI 1 935 Privado 220 1 1 1 _ _ _ 1 23 1 1 4 28

VII 1 986 Filantró� 260 1 1 2 _ _ 2 1 3 3 5 33

VI I I 1 974 Privado . 140 3 - - - - 1 1 - - 1 2

IX 1 970 Privado 366 3 2 1 1 2 2 2 _ _ 40

X 1 978 Privado 30 3 1 1 1 1 _ 1 _ _ 3

XI 1 969 Público 8 1 8 1 _ _ 2 2 3 _ 2 .7

XII 1 967 Privado 1 1 0 20 1 2 2 - 1 1 2 _ _ 20

1 -Durante a realiZação da esquisa esta instituição estava com sua capacidade reduzida temorariamente para 19 leitos or que passava or reforma em suas instalaçOes.

2 -Some-se a esse número mais 3 que, emora formadas, sêo contratadas como atendentes.

3 -Uma das quais estava licenciada.

(9)

ANEXO 11

QUADRO li -DISTRIBUiÇÃO DOS TÉCNICOS NOS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS DO CEARÁ,

SEGUNDO O TIPO DE I NSTITUiÇÃO - 1 991 .

T

C

NIOS

PÚBLICOS

Psiquiatas 31

Clínicos 3

As. Sociais 1 2

Psiólogos • 1

T. Ocupacionais 6

Famacêuticos 5

Enfemeios 20

Tec. Enfemagem

-Aux. Enfemgem 2

Atendentes 74

TOTA. 1 74

HSPITAIS TOT.

PRIVADS FIRÓPICOS

59 24 1 16

6 3 1 2

7 4 23

3 - 4

5 4 1 5

7 3 1 5

1 1 7 38

2 3 5

1 1 2 35

1 51 75 300

252 1 35 63

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