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Desenvolvimento e análise de um Protótipo Coilgun.

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Academic year: 2017

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DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2015-0018 Licenc¸a Creative Commons

Desenvolvimento e an´

alise de um Prot´

otipo Coilgun

Design and analysis of a Coilgun Prototype

Marcelo B. Perotoni∗, Mateus Mergl

Centro de Engenharia, Modelagem e Ciˆencias Sociais Aplicadas, Universidade Federal do ABC, Santo Andr´e, SP, Brasil

Recebido em 9 de dezembro de 2015. Aceito em 17 de janeiro de 2016

O artigo descreve a constru¸c˜ao e modelagem simples de um prot´otipo de pequenas dimens˜oes de um Coilgun – arma eletromagn´etica que dispara um proj´etil met´alico cuja opera¸c˜ao se assemelha aos motores el´etricos lineares, que tamb´em acionam fechaduras magn´eticas e atuadores. O projeto apresenta baixo custo, envolve constru¸c˜ao com elementos facilmente encontr´aveis contudo envolve conceitos relativamente sofisticados de eletromagnetismo. O sistema pode ser empregado para estudos de f´ısica e tamb´em motores el´etricos lineares, em Engenharia. O artigo discute modelos circuitais, an´alise da for¸ca magn´etica exercida no proj´etil e figuras do campo produzido a partir de um simulador eletromagn´etico.A instrumenta¸c˜ao usada para medida da velocidade tamb´em ´e apresentada, com dados de medidas.

Palavras-chave:eletromagnetismo aplicado, instrumenta¸c˜ao eletrˆonica.

The article describes the construction and simplified analysis of a small-scale Coilgun prototype – electromagnetic weapon that launches a metallic slug whose operation is similar to linear electric motors, also seen in magnetic locks. The design can be constructed with low cost and easily available components, though it involves sophisticated electromagnetism concepts. The system can be employed to Laboratory experiments on Physics as well as on Engineering, to address Electromagnetic Conversion of Energy, namely linear electric motors and actuators. The article discusses circuit models, the electromagnetic force on the slug and also field plots generated from a commercial simulator. The used instrumentation for velocity measurement is also presented, alongside with measured data.

Keywords:Applied Electromagnetics, electronic instrumentation.

1. Introdu¸c˜ao

Coilguns s˜ao estruturas que operam – como aponta o nome – a partir do efeito de movimento mecˆanico (“gun”) a partir de uma bobina (“coil”), conforme apresenta a figura 1. Um pulso de corrente de alta intensidade gera um campo magn´etico no interior de uma bobina linear (solen´oide). Havendo um objeto met´alico no seu interior, correntes s˜ao induzidas no mesmo, e devido ao efeito das for¸cas de Lorentz (JxB) ocorre uma acelera¸c˜ao [1]. Coilguns podem ser classificados como motores lineares homopolares ou heteropolares, dependendo do sentido do campo magn´etico [2]. O proj´etil comporta-se como a ar-madura, e a bobina ´e encarada como estator na terminologia usual de motores el´etricos.

Endere¸co de correspondˆencia: mperoconsult@gmail.com.

Figura 1: Ilustrac¸˜ao dos elementos do Coilgun – bobina e proj´etil.

(2)

Coilguns possuem aplica¸c˜oes como armamento na ´

area de defesa, como, por exemplo, acionando mor-teiros eletromagn´eticos [3] a serem embarcados em ve´ıculos de combate. A n˜ao necessidade de explosi-vos para propuls˜ao traz maior seguran¸ca `a opera¸c˜ao, al´em de maior precis˜ao e repetibilidade em fun¸c˜ao da instrumenta¸c˜ao mais simples, em contraste com sistemas tradicionais baseados em explosivos. Outra aplica¸c˜ao seria o uso para disparo de m´ısseis [4, 5], microssat´elites [6] e mesmo ve´ıculos para explora¸c˜ao espacial [7] [8]. Na ´area de nanocomp´ositos, Coilguns foram empregados para testes bal´ısticos em tecidos a prova de balas, baseados em Kevlar [9].

Assim que o proj´etil cruza o meio da bobina a for¸ca devido `a intera¸c˜ao magn´etica muda sua ori-enta¸c˜ao, em vez de acelerar o efeito ´e de frena-gem. Assim para que a velocidade de escape do proj´etil seja maximizada (i.e. que o m´aximo da ener-gia eletrost´atica armazenada no capacitor se trans-forme em energia cin´etica) ´e necess´ario que n˜ao haja corrente circulando na bobina quando o proj´etil cruza a metade do comprimento do estator. Trata-se de um problema complexo, pois envolve materiais magn´eticos cujas caracter´ısticas dificilmente s˜ao to-talmente conhecidas (curva de histerese). Al´em disso, uma vez que h´a movimento envolvido, simula¸c˜oes computacionais est´aticas tem que levar em consi-dera¸c˜ao estados anteriores.

O artigo trata de de um Coilgun e sua instru-menta¸c˜ao associada para medida de velocidade, com t´opicos cobrindo o modelo circuital e a respectiva ex-press˜ao simplificada para a for¸ca exercida no proj´etil (justificando o fato de que a for¸ca passa a ser de frenagem ap´os passado o ponto m´edio da bobina). Simula¸c˜oes est´aticas mostram figuras da densidade de corrente computada no sistema, e medi¸c˜oes de velocidade apontam os pontos ´otimos para m´axima velocidade de escape no prot´otipo constru´ıdo.

2. Modelo circuital

O Coilgun pode ser visualizado como um circuito RLC (fig. 2), onde o capacitor encontra-se carregado com uma tens˜ao (condi¸c˜ao inicial), e o conjunto estator-armadura ´e representado por um indutor com uma resistˆencia representando as perdas por efeito Joule. Ambas estruturas est˜ao acopladas mag-neticamente, efeito representado pelo fator M (in-dutˆancia m´utua). Na realidade a bobina ou estator apresenta em seus terminais uma indutˆancia vari´avel

Figura 2:Representac¸˜ao de circuito do Coilgun; a esquerda o efeito da indutˆancia mutual e a direita a indutˆancia total ´e representada por um indutor cujo valor ´e variante no tempo.

no tempo, uma vez que ao ser acelerado o proj´etil ocupa posi¸c˜oes diferentes no n´ucleo. Esse efeito de varia¸c˜ao temporal da indutˆancia, para efeitos de simplifica¸c˜ao, ´e desprezado.

A equa¸c˜ao do circuito ´e a de um circuito RLC sem fonte, com as condi¸c˜oes iniciais deVc(0)=Vo (tens˜ao no capacitor) e i(0) = 0:

d2i dt2 +

R L(t)

di dt +

i

L(t)C = 0 (1)

Para efeitos de simplifica¸c˜ao, a caracter´ıstica va-riante no tempo de L ´e desprezada. O fator de amortecimentoα e a frequˆencia de oscila¸c˜ao natural

ωo s˜ao definidos respectivamente como:

α= R

2L (2)

ωo = 1 √

LC (3)

Para o caso particular sobreamortecido (ondeα > ωo) a solu¸c˜ao para a equa¸c˜ao diferencial pode ser escrita como:

i(t) =A1es1t+A

2es2t (4)

Onde os fatoress1 e s2 s˜ao definidos como:

s1,2=−α±

q

α2ω2

0 (5)

As constantesA1 e A2 s˜ao encontradas a partir das condi¸c˜oes iniciais do problema. Para esse caso, a corrente emt= 0 ´e zero (resultando emA1= -A2).

Sendo considerada a tens˜ao inicial no capacitorVo ´e poss´ıvel escrever a tens˜ao no capacitor como:

vc(0) = 1

C

idt=V

0 (6)

Escrevendo a queda de tens˜ao ao longo da malha emt= 0:

Ri(0) +L di dt t =0

(3)

Substituindo a derivada da corrente avaliada em

t= 0 resulta em:

Ri(0) +L(A1s1−A1s2) +V0 = 0 (8)

A corrente emt= 0 ´e nula, assim a constanteA1

pode ser escrita como:

A1 =

V0

L(s2s1) (9) De maneira que resulta na express˜ao:

i(t) = V0

L(s2−s1)

h

es1tes2ti (10)

A m´axima energia cin´etica EE dispon´ıvel para ser transferida ao proj´etil ´e proveniente da energia eletrost´atica armazenada no capacitor C, carregado com tens˜ao V :

EE = 1 2CV

2 (11)

A equa¸c˜ao 11 mostra que a energia aumenta com o quadrado da tens˜ao de alimenta¸c˜ao, e apenas linearmente com o valor da capacitˆancia. Assim ´e prefer´ıvel operar com maiores tens˜oes a valores altos de capacitores. Naturalmente fontes que forne¸cam tens˜oes elevadas s˜ao razoavelmente custosas, e o uso dessas tens˜oes imp˜oe restri¸c˜oes nos componentes usados, particularmente chaves e interruptores.

A energia cin´eticaEC pode ser calculada a partir da velocidade de escapevedo proj´etil e de sua massa

m.

EC = 1 2mv

2

e (12)

A eficiˆencia do sistema pode ser descrita como a raz˜ao entre as energias cin´eticas e eletrost´aticas:

η = EC

EE = m C v e V 2 (13)

3. Express˜ao da for¸ca devido ao campo magn´etico

A for¸ca exercida no proj´etil ´e proporcional `a derivada com campo magn´etico, e n˜ao a sua magnitude [10]. A for¸ca de Lorentz exercida no proj´etil pode ser escrita como [11],

F =J×B (14)

Figura 3: Arte do vetor induc¸˜ao magn´etica (B) em um solen´oide alinhado com o eixo z.

OndeJ´e o vetor densidade de corrente no proj´etil e B o vetor indu¸c˜ao magn´etica, causado pelo so-len´oide. A equa¸c˜ao de Faraday (com o termo da corrente de descolocamente adicionado por Maxwell posteriormente) a seguir permite obter uma ex-press˜ao para a densidade de corrente:

∇ ×B =µ

J+ε∂E ∂t

(15)

Sendo ε e µ respectivamente a permissivade el´etrica e permeabilidade magn´etica. Substituindo J de 15 em 14 resulta em:

F =

1

µ∇ ×Bε ∂E

∂t

×B (16)

Desprezando o efeito da for¸ca causado pelo campo el´etrico pode-se expressar a equa¸c˜ao anterior como:

F = 1

µ[∇ ×BB (17)

Usando a propriedade de c´alculo:

[∇ ×B]×B =(BB)(∇ •B)B (18)

O divergente do campoB ´e nulo, de acordo com a Lei de Gauss (devido a n˜ao existˆencia de fontes ou sorvedouros de campo magn´etico, ou monopolos magn´eticos), logo a for¸ca F pode ser expressa como relacionada diretamente ao operador Laplaciano do vetorB:

F = 1

µ∇(BB) =

1

µ(∇ |B|

2) (19)

(4)

Figura 4: Magnitude do vetorB ao longo da bobina e sua derivada (proporcional `a forc¸a exercida no proj´etil). Figura meramente ilustrativa, para an´alise qualitativa.

F = 1

µ( ∂r

h

Br2+Bz2ir′′ (20)

Considerando que no interior da bobina h´a apenas a componente Bz a equa¸c˜ao se simplifica da forma:

F = 1

µ(2Bz

∂z[Bz])z

′′ (21)

O resultado mostra que embora a magnitude do campo seja m´axima no meio geom´etrico da bobina a for¸ca exercida no proj´etil n˜ao o ´e. Al´em disso, a for¸ca exercida pelo campo magn´etico no proj´etil muda de dire¸c˜ao ap´os a metade do comprimento da bobina. A figura 4 apresenta de maneira quali-tativa ambas grandezas – o campo e sua derivada. A maximiza¸c˜ao da velocidade de escape do proj´etil passa principalmente por evitar que ele atravesse o meio da bobina enquanto a mesma estiver energi-zada, para evitar a for¸ca de frenagem. Isso pode ser obtido ou atrav´es de uma bobina mais comprida ou via capacitˆancias menores, que produzam pulsos de corrente mais curtos no tempo.

4. Simula¸c˜oes de campo eletromagn´etico

A simula¸c˜ao eletromagn´etica completa do sistema apresenta dificuldades uma vez que h´a a dependˆencia temporal na resposta, i.e., as diferentes posi¸c˜oes do proj´etil dependem das posi¸c˜oes anteriores e da cor-rente instantˆanea que circula na bobina. Ou seja, o movimento temporal do proj´etil deveria ser levado em considera¸c˜ao, configurando um t´ıpico problema de simula¸c˜ao acoplada (por exemplo avalia¸c˜ao cir-cuital e eletromagn´etica atuando em conjunto).

Al´em do problema associado ao moviemento, a correta avalia¸c˜ao da for¸ca no proj´etil depende tamb´em de caracteriza¸c˜ao precisa do material – sua

permeabilidade magn´etica. Metais comumente en-contrados em laborat´orios e oficinas possuem per-meabilidades que podem variar algumas ordens de grandeza, assim a simula¸c˜ao, para produzir resulta-dos satisfat´orios, devereia ser precedida pela medida laboratorial da permeabilidade complexa do mate-rial do proj´etil.

Um modelo computacional foi modelado dentro do pacote CST EM Studio®[12], de acordo com as di-mens˜oes do prot´otipo efetivamente constru´ıdo (apre-sentado na figura 6). O pacote emprega o M´etodo de Elementos Finitos [13]. A figura 5 apresenta um deta-lhe da malha tetra´edrica empregada pelo simulador, bem como a amplitude do campo para diferentes posi¸c˜oes do proj´etil. O material do proj´etil foi consi-derado como tendo permeabilidade relativa de 100, sem perdas (parte imagin´aria nula), e a corrente cir-culando na bobina assumida como sendo 1 A. Pode ser visualizada que a maior densidade de corrente situa-se espacialmente nos extremos do proj´etil.

Na figura 5 percebe-se tambem que quando o proj´etil encontra-se no meio geom´etrico da bobina (frame superior) a densidade de corrente

encontra-se distribu´ıda de maneira sim´etrica no proj´etil – configurando ser essa a posi¸c˜ao de repouso, onde as for¸cas de acelera¸c˜ao e frenagem se equivalem.

5. Prot´otipo: medidas

Um sistema teste foi montado (fig. 6), com op¸c˜oes de capacitores de 10 mF e 3 mF, suportando tens˜oes nominais de 250 V. A bobina possui uma indutˆancia de 384 µH (medida sem proj´etil), com resistˆencia associada de 1,22 Ω (400 espiras de fio esmaltado com diˆametro 0,5 mm). A tabela I apresenta as caracter´ısticas do circuito RLC obtido. O proj´etil apresentado na figura foi obtido a partir de um prego de a¸co, tendo sido serrado para que atingisse as dimens˜oes dadas.

A fig. 7 apresenta a simula¸c˜ao do circuito para as duas condi¸c˜oes de capacitˆancia, realizadas no software CST Design Studio™[12], com a forma de onda da corrente circulante na malha.

(5)

Figura 5: Parte superior; detalhe da malha usada na simulac¸˜ao eletromagn´etica e parte inferior, densidade de corrente simulada para diferentes posic¸˜oes do proj´etil.

Tabela 1: Caracter´ısticas do modelo RLC, R= 1,21Ωe L = 384µH (sem armadura)

C [mF] α ωo Caracter´ıstica s1 s2

10

1.58E3 5,1E2 sobreamortecido -84,2 -309

3 2,9E2 sobreamortecido -27,6 -315

o indutor n˜ao possui valor fixo, sendo variante no tempo.

O sistema foi ensaiado com os capacitores carrega-dos at´e a tens˜ao de 250 V, e o proj´etil foi disparado tendo 5 mm de seu comprimento posicionado den-tro da bobina (experimentalmente verificado como produzindo alta velocidade de escape). A medida de corrente foi executada com uma ponta de osci-losc´opio apropriada para corrente (tipo “clamp”), que produz uma tens˜ao proporcional `a corrente

(6)

Figura 6: Prot´otipo (topo, detalhe da bobina; foto intermedi´aria sistema completo) e (parte inferior) dimens˜oes da bobina e proj´etil usado.

6. Instrumenta¸c˜ao para medida de veloci-dade

Inicialmente, a velocidade do proj´etil foi estimada como o tempo decorrido entre o sinal de disparo (descarga dos capacitores) e o som causado pelo im-pacto do proj´etil contra um alvo pl´astico colocado a uma distˆancia definida do Coilgun (aproximada-mente 1 metro). O som do impacto era captado por um microfone de eletreto simples enquanto o dis-paro era amostrado eletricamente na chave, ambos sinais lidos em um oscilosc´opio, para extra¸c˜ao do tempo entre ambos pulsos. O sistema operou satis-fatoriamente, contudo a velocidade calculada era a velocidade m´edia em fun¸c˜ao da grande distˆancia (distˆancias menores impunham perigos de perfura¸c˜ao

e ricocheteio do proj´etil).

Como o interesse consiste em captar a veloci-dade de escape do proj´etil exatamente na sa´ıda do Coilgun, foi implementada a medida atrav´es da

indu¸c˜ao da tens˜ao devido ao acoplamento do campo do proj´etil em duas bobinas colocadas na sa´ıda do Coilgun – sendo a distˆancia entre as bobinas conheci-das bastava determinar o tempo transcorrido entre os picos de tens˜ao (figura 9) algo semelhante ao implementado em [14]. Contudo foi observado que na pr´atica havia um acoplamento grande entre am-bas bobinas leitoras, de maneira que era imposs´ıvel distinguir dois pulsos com clareza no oscilosc´opio – a n˜ao ser que a distˆanciadentre ambas bobinas fosse estendida, o que recairia numa medida de ve-locidade n˜ao t˜ao pr´oxima da instantˆanea no ponto de escape, mesmo caso do m´etodo anterior. Filtros passa-baixa e passa-alta implementados para condi-cionamento do sinal n˜ao possibilitaram melhora na clareza da identifica¸c˜ao dos pulsos, sendo portanto esse segundo m´etodo abandonado.

(7)

Figura 7: (topo) esquem´atico do circuito simulado. O ponto P1 amostra a corrente na malha; (parte inferior) corrente circulante na malha para os dois capacitores.

(8)

figura 9, associada ao parˆametro d). Associado a cada laser h´a um fototransistor devidamente polari-zado que na passagem do proj´etil muda de estado l´ogico, sendo assim poss´ıvel calcular a velocidade atrav´es do tempo entre os pulsos, medido em um oscilosc´opio (figura 10).

A tabela 2 apresenta a velocidade medida para diferentes posi¸c˜oes inciais do proj´etil dentro da bo-bina, parˆametro denominadoxo, para valor de ca-pacitˆancia de 3 mF (apresentado na figura 11). H´a uma posi¸c˜ao inicial ´otima, que produz a excita¸c˜ao com acelera¸c˜ao apenas em uma dire¸c˜ao (i.e. n˜ao h´a for¸ca de frenagem devido ao proj´etil passar pelo ponto m´edio da bobina). O proj´etil usado possui uma massa de 2.5 gramas.

O rendimento extremamente baixo mostra que grande parte da energia se converte em calor, na forma de atrito do proj´etil com o solen´oide e mesmo dissipa¸c˜ao nos fios (o interruptor de disparo fre-quentemente tem seus contatos fundidos em caso de disparos consecutivos sem devido tempo de res-friamento). O ponto de m´axima velocidade (xo= 5 mm) foi testado tamb´em com o capacitor de 10 mF, resultados apresentados na tabela 3.

Conforme apresentado anteriormente, embora a capacitˆancia maior apresente uma quantidade de energia eletrost´atica armazenada a velocidade ´e me-nor, uma vez que provavelmente o proj´etil atravesse a metade da comprimento do solen´oide ainda com

Figura 9: Arte mostrando o sistema de medida de velo-cidade a partir da tens˜ao induzida pelo proj´etil em duas bobinas separadas por uma distˆanciad.

Figura 10: Detalhe dos dois lasers acoplados para medir a velocidade de escape do proj´etil, foto (esquerda) e esquema el´etrico simplificado (direita).

Tabela 3:Medida de velocidade e para as capacitˆancias de 3 mF e 10 mF.

Capacitˆancia [mF] Velocidade medidave [m/s]

3 15.0

10 10.0

campo magn´etico intenso, sendo assim submetido a uma for¸ca de frenagem. Para obter melhor uso da capacitˆancia maior seria necess´aria uma bobina (estator) mais longo.

7. Conclus˜oes

O artigo trata do projeto e an´alise de um Coilgun de pequenas dimens˜oes. An´alises relativamente

simpli-Tabela 2:Medida de velocidade e eficiˆencia para diferentes pontos iniciais do proj´etil dentro da bobina.

Distˆancia inicial xo[mm]

Velocidade me-didave[m/s]

Energia cin´etica Ec[J]

Energia eletrost´atica Ee[J]

Rendimentoη[%]

5 15,0 0,28 93,7 0,30

10 13,9 0,24 93,7 0,25

15 11,7 0,17 93,7 0,18

20 9,1 0,10 93,7 0,11

(9)

Figura 11: Definic¸˜ao do parˆametro xo – a distˆancia inicial de penetrac¸˜ao do proj´etil dentro da bobina.

ficadas possibilitam compreens˜ao dos fenˆomenos de acelera¸c˜ao do proj´etil met´alico inserido no interior de um solen´oide com n´ucleo de ar. Um prot´otipo de baixo custo foi desenvolvido e testado, com diferen-tes aspectos constructivos e operacionais avaliados. Finalmente, a instrumenta¸c˜ao necess´aria para me-dida da velocidade de escape foi desenvolvida ap´os trˆes tentativas diferentes de implementa¸c˜ao, possibi-litando avaliar o desempenho do sistema de maneira quantitativa.

Referˆencias

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Figura 2: Representac¸˜ao de circuito do Coilgun; a esquerda o efeito da indutˆancia mutual e a direita a indutˆancia total ´e representada por um indutor cujo valor ´e variante no tempo.
Figura 3: Arte do vetor induc¸˜ao magn´etica ( B ) em um solen´oide alinhado com o eixo z.
Figura 4: Magnitude do vetor B ao longo da bobina e sua derivada (proporcional `a forc¸a exercida no proj´etil)
Figura 5: Parte superior; detalhe da malha usada na simulac¸˜ao eletromagn´etica e parte inferior, densidade de corrente simulada para diferentes posic¸˜oes do proj´etil.
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