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Teoria interpretativa de Geertz e a gerência do cuidado: visualizando a prática social do enfermeiro.

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Academic year: 2017

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TEORI A I NTERPRETATI VA DE GEERTZ E A GERÊNCI A DO CUI DADO:

VI SUALI ZANDO A PRÁTI CA SOCI AL DO ENFERMEI RO

Adelin a Giacom elli Pr och n ow1 Josét e Luzia Leit e2 Alacoqu e Lor en zin i Er dm an n3

Prochnow AG, Leit e JL, Erdm ann AL. Teoria int erpret at iva de Geert z e a gerência do cuidado visualizando a prát ica social do enferm eiro. Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 j ulho- agost o; 13( 4) : 583- 90.

Tr at a- se de um a r eflex ão t eór ica sobr e a ger ência do cuidado de enfer m agem hospit alar e a Teor ia

I n t er pr et at iv a da Cu lt u r a de Geer t z. Abor dam - se algu n s elem en t os sign if ican t es da cu lt u r a n o ex er cício da

ger ên cia dest acados a par t ir dos r efer en ciais t eór icos da en fer m agem , da adm in ist r ação e da an t r opologia.

Nesses, r essalt a- se a im por t ância da div er sidade cult ur al com o um r ecur so inov ador par a am pliar a v isão da

int egridade hum ana, valorizando as divergências, o respeit o, o com part ilham ent o, im port ant es para o enferm eiro

na const r ução de sua pr át ica social.

DESCRI TORES: en fer m agem ; ger ên cia; cu lt u r a

GEERTZ’ I NTERPRETI VE THEORY AND CARE MANAGEMENT:

VI SUALI ZI NG NURSES’ SOCI AL PRACTI CE

This paper present s a t heoret ical reflect ion on hospit al nursing care m anagem ent and Geert z’ I nt erpret ive

Theor y of Cult ur e. We discuss som e significant elem ent s of cult ur e in m anagem ent , based on t he t heor et ical

reference fram eworks of nursing, adm inist rat ion and ant hropology. I n t hese, t he im port ance of cult ural diversit y

is highlight ed as an innovat ive r esour ce t o ex pand t he vision of hum an int egr it y, valuing diver gences, r espect

and shar ing, w hich ar e im por t ant for nur ses in t he const r uct ion of t heir social pr act ice.

DESCRI PTORS: nur sing; m anagem ent ; cult ur e

TEORÍ A I NTERPRETATI VA DE GEERTZ Y LA GERENCI A DEL CUI DADO:

VI SUALI ZANDO LA PRÁCTI CA SOCI AL DE LOS ENFERMEROS

Se pr esen t a u n a r ef lex ión t eór ica sobr e la ger en cia del cu idado de la en f er m er ía h ospit alar ia y la

Teor ía I nt er pr et at iv a de la Cult ur a de Geer t z. Son discut idos algunos elem ent os significat iv os de la cult ur a en

la ger encia, a par t ir de los r efer enciales t eór icos de la enfer m er ía, adm inist r ación y ant r opología. En ést os, se

dest aca la im port ancia de la diversidad cult ural com o un recurso innovador para am pliar la visión de la int egridad

hum ana que v alor a las div er gencias, el r espect o, el com par t ir , que son im por t ant es par a la enfer m er a en la

const r ucción de su pr áct ica social.

DESCRI PTORES: en fer m er ía; ger en cia; cu lt u r a

1 Enferm eira, Dout or em Enferm agem , Professor Adj unt o da Universidade Federal de Santa Maria, e- m ail: agp.sm a@terra.com .br; 2 Enferm eira, Doutor,

Professor Tit ular/ Em érit a da Universidade do Est ado do Rio de Janeiro, Professor Visit ant e da Escola de Enferm agem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pesquisador 1 A do CNPq; 3 Enferm eira, Doutor em Filosofia da Enferm agem , Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina,

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I NTRODUZI NDO A TEMÁTI CA

E

st e est udo apr esent a um a r eflex ão sobr e a ger ência do cuidado e a Teor ia I nt er pr et at iva da Cu lt u r a d e Geer t z, v isu alizan d o p ossib ilid ad es d e ap r ox im ações, a p ar t ir d os asp ect os cu lt u r ais d o t r abalho ger encial do enfer m eir o que v isa alcançar m a i o r e f i ci ê n ci a , e f i cá ci a e e f e t i v i d a d e n o gerenciam ent o dos cuidados, diant e da com plexidade do am bient e hospit alar.

I nicialm ent e, focalizam - se algum as quest ões t e ó r i ca s e co n ce i t u a i s so b r e a a b o r d a g e m i n t e r p r e t a t i v a ; e m se g u i d a , d e st a ca m - se o s e l e m e n t o s si g n i f i ca n t e s d a cu l t u r a n o t r a b a l h o gerencial do enferm eiro, à luz dos referencias teóricos da enferm agem , da adm inist ração e da ant ropologia. Ne sse s, v i su a l i za m - se a s a p r o x i m a çõ e s q u e p o ssi b i l i t a m q u e st i o n a m e n t o s e i n cl u sõ e s q u e apont am par a um a pr át ica social do enfer m eir o na g e r ê n ci a d o cu i d a d o , o r i e n t a d a p e l a Te o r i a I nt erpret at iva da Cult ura de Geert z.

A t e o r i a d e Ge e r t z su st e n t a - se n o s par âm et r os or igin ár ios da an t r opologia sim bólica-interpretativa, em basados na herm enêutica, com um a co n st r u çã o i n t e l e ct u a l f u n d a m e n t a d a e m u m a atm osfera de diversidade, pluralism o e conflito, o que é int elect ualm ent e vit al para um a disciplina.

A palav r a her m enêut ica suger e o pr ocesso d e t r a ze r u m a si t u a çã o o u u m a co i sa , d a i n t e l i g i b i l i d a d e à co m p r e e n sã o , o u se j a , t o r n a r com pr een sív el. Ou ain da, o est u do dos pr in cípios m et o d o l ó g i co s d e i n t er p r et a çã o e ex p l i ca çã o . A interpretação é m oldada pela questão a partir da qual o int érpret e aborda o seu t em a, ou, t em at izações de respost as às quest ões que os diferent es int érpret es lev ant ar am . A her m enêut ica for nece int er pr et ações v á l i d a s m o l d a d a s p el o cu r so d a s i n t er r o g a çõ es. Or ien t a- se n ão só em com o ob t er in t er p r et ações v álidas, m as t am bém , na nat ur eza ou dinâm ica da pr ópr ia com pr eensão( 1).

GEERTZ E A TEORI A I NTERPRETATI VA DA

CULTURA

Clifford Geert z nasceu no dia 23 de agost o de 1926, em San Francisco, Califórnia. Ele é um dos m ais in f lu en t es an t r opólogos n or t e- am er ican os da segunda m et ade do século XX. Cont r ibui, com sua t eoria int erpret at iva, não só para a própria t eoria e

as prát icas ant ropológicas, m as t am bém para t oda e qualquer r eflex ão sobr e os significados de pr át icas sociais. Ele é considerado o criador da ant ropologia int er pr et at iv a ou her m enêut ica, um a das v er t ent es da ant ropologia cont em porânea( 2- 3).

A i n t e r r o g a çã o d o se r h u m a n o so b r e si m esm o, a sociedade e o seu saber é tão antiga quanto a hum anidade. Exist e, de form a geral, um leque de abordagens int erpret at ivas nas ciências sociais, que culm ina em sent idos e especificidades det erm inadas, caso a caso. No cenário antropológico, Clifford Geertz é considerado proponent e e defensor do m ovim ent o em p r ol d a cu lt u r a, en t en d id a com o u m sist em a sim bólico( 4).

Nessa linha de pensam ent o, o conhecim ent o an t r opológico su r ge das pr át icas sim bólicas e dos discursos em basados nas diferenças e suas fronteiras. Assim , a busca do conhecim ent o pela ant r opologia interpretativa ocorre pelo esforço de entender o outro - o d i f e r e n t e . Pa r a u t i l i za r a ci ê n ci a so ci a l int er pr et at iv a, em ger al, é im por t ant e est ar cient e de que as incert ezas e as am bigüidades fazem part e do processo de form a intensa, pois trocam as relações cau sais, cíclicas, p or u m a g am a d e t en t at iv as d e ex p l i ca çã o , em u m co n t ex t o p a r t i cu l a r, n o q u a l sur gir ão inúm er as dificuldades desconhecidas.

A pr opost a de Geer t z v isa a int er pr et ação d as ex p er iên cias, p ar a d ep ois u t ilizar os r elat os daquelas int erpret ações a fim de chegar a algum as “ ...conclusões sobre expressão, poder, ident idade, ou j ustiça, sentim o- nos, a cada passo, bem distantes de est ilos- padrão de dem onst ração. Ut ilizam os desvios, encont ram os por ruas paralelas...”( 5).

Se u t r a b a l h o a n a l i sa o s e n t e n d i m e n t o s difer ent es dos j á est abelecidos cult uralm ent e. Tais ent endim ent os o aut or denom ina herm enêut ica que, adicionada da palavra cult ural, define o que ele faz. Portanto, a teoria de Geertz se refere a interpretações que t ransform am em conhecim ent o cient ífico aquilo que ele considera “ as im plicações m ais gerais dessas int er pr et ações; e um ciclo r ecor r ent e de t er m os -sím bolos, significado, concepção, for m a, t ex t o [ ...] cultura - cuj o obj etivo é sugerir que existe um sistem a d e p er sist ên cia, q u e t od as essas p er g u n t as, com obj et ivos t ão diversos, são inspiradas por um a visão e st a b e l e ci d a d e co m o d e v e m o s p r o ce d e r p a r a const ruir um relat o da est rut ura im aginat iva de um a sociedade”( 5).

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incluindo seus revest im ent os e inst rum ent os ao seu aprendizado, o que constrói um sistem a de significado sim bólico, ou sej a, as est r u t u r as con cept u ais dos fenôm enos sociais.

Em face disso, cult ur a é definida com o as teias de significados que o hom em teceu e nas quais ele en x er g a seu m u n d o, sem p r e p r ocu r an d o seu sign if icado. Os pr at ican t es da an t r opologia, com o ciên cia in t er p r et at iv a, con st r oem u m a an álise d o si g n i f i ca d o q u e é co n st i t u íd o e e st a b e l e ci d o socialm ent e, sendo “ essencialm ent e sem iót ico”( 4), por

con segu in t e, su r ge de u m con t ex t o com sist em as en t r elaçad os d e sím b olos p ú b licos in t er p r et áv eis. Com o a análise da cult ura t ranspõe o próprio corpo do obj et o, ela conduz o pesquisador a iniciá- la com interpretações sobre o que se im agina que pretendem os inform ant es para, após, sist em at izá- las com o um fat o nat ural.

As con f igu r ações do saber “ são sem pr e e i n e v i t a v e l m e n t e l o ca i s, i n se p a r á v e i s d e se u s inst rum ent os e de seus invólucros”( 5). Tal afirm at iva

leva ao aguçado sentido de que a antropologia sem pre con sid er a a h ist ór ia, o con t ex t o d a in t er - r elação e x i st e n t e , p o r t a n t o , t o r n a - se r e l e v a n t e su a cont r ibuição na for m a de se pensar a sociedade, o h om em , seu saber n a at u alidade, den ot an do su as con t r ib u ições com o ciên cia q u e p r op or cion a u m a “ arena de debat e especulat ivo”( 5).

Pressupõe- se que as int erpret ações ganham si g n i f i ca d o q u a n d o o s a co n t e ci m e n t o s sã o i n sp e ci o n a d o s p o r d e t e r m i n a d a s p e sso a s e m determ inados contextos( 3,5), tais com o um cristal que, diante do reflexo solar, gera m uitas cores de diversas t onalidades, ou sej a, a revelação som ent e acont ece a partir da aplicação do sol; pois, até aquele m om ento, o ce r n e d o f e n ô m e n o a i n d a e st a v a o cu l t o , d em on st r an d o ap en as seu asp ect o ex p lícit o. Vale d i zer q u e cad a p esso a d e u m g r u p o so ci al v er á dif er en t es t on alidades e dif er en t es f or m as de u m m esm o fenôm eno. Utilizando- se a m etáfora do cristal, é possível com preender com o se dá a int erpret ação ant r opológica em basada em Geer t z.

Nessa v ia d e r ef lex ão, en t en d e- se q u e a a n t r o p o l o g i a i n t e r p r e t a t i v a p o d e co n t r i b u i r consubst ancialm ent e para a ret om ada do ensino de m odo a acreditar que determ inadas pessoas possuem a m esm a n at u r eza d e ou t r as; p or t an t o, q u e sej a possív el se v er em ent r e out r as, com o apenas m ais um a diant e da form a que a vida hum ana adot ou em det er m in ado lu gar, em u m m u n do en t r e m u n dos. Dessa m an eir a, com pr een de- se qu e t u do e t odos

est ão int erligados, est ão em busca da int erpret ação do seu papel par t icular, num det er m inado cont ex t o social.

COMPONDO O TEXTO

Est e est u d o su st en t a- se em u m ex er cício reflexivo sobre a gerência do cuidado realizado pelo e n f e r m e i r o n o â m b i t o h o sp i t a l a r, f a ze n d o aproxim ações com a Teoria I nt erpret at iva da Cult ura de Geer t z.

D e st a ca a l g u n s e l e m e n t o s o u t e m á t i ca s si g n i f i ca n t e s d a cu l t u r a n o g e r e n ci a m e n t o d a enfer m agem , apoiados nos r efer enciais t eór icos da en fer m agem , da adm in ist r ação e da an t r opologia. To m a em co n t a a d i v er si d ad e cu l t u r al co m o u m recurso inovador para am pliar a visão da int egridade hum ana v alor izando as div er gências, o r espeit o, o com p ar t ilh am en t o, im p or t an t e p ar a o en f er m eir o diant e da const rução de sua prát ica social.

Part e- se, port ant o, do referencial t eórico de Geert z( 3- 5), associado à vivência das pesquisador as,

e das literaturas divulgadas em livros e periódicos de enferm agem , adm inist ração e ant ropologia, vist o que esses f or n ecem ap oio ao p r op ósit o d escr it iv o d e r eflet ir, quest ionando e ar gum ent ando, no pr ocesso de int erpret ar e com preender a gerência do cuidado pelo olhar da Teoria I nt erpret at iva da Cult ura com o possibilidade de apr ox im ação.

É p e r t i n e n t e sa l i e n t a r q u e o t r a b a l h o gerencial do enferm eiro foi tom ado com o sustentáculo para essa produção int elect ual.

RELI GAN DO AS I DÉI AS DE GEERTZ E AS

N O ÇÕ ES T EÓ R I CO - FI LO SÓ FI CA S D A

GERÊNCI A DO CUI DADO DE ENFERMAGEM

A gerência do cuidado de enferm agem pode ser v ist a p or d if er en t es olh ar es o q u e p ossib ilit a visualizar a sua unidade na totalidade e as suas várias d i m en sõ es e f acet as, o r i en t ad as p el o s si st em as si m b ó l i co s r e p r e se n t a t i v o s d a s co m p o si çõ e s organizacionais dos serviços de saúde.

A cu l t u r a o r g an i zaci o n al d a en f er m ag em m ost r a u n id ad es d e p en sam en t o, ou os sím b olos int er ligados dent r o das r elações de significado que est r ut ur am a dinâm ica do t r abalho r ealizado pelos pr ofissionais de enfer m agem .

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enfer m agem , hist or icam ent e, envolve o espaço dos cu i d a d o s a ssi st e n ci a i s e o d a a d m i n i st r a çã o d a assist ência de enferm agem é hoj e ult rapassada pela noção de integralidade e relações m últiplas interativas do fazer- pensar o cuidar - o educar - o gerenciar - e o invest igar no t rabalho de enferm agem .

No cot idiano, a enfer m agem br asileir a t em se em penhado j unt o às inst it uições de saúde, par a desenv olv er as at iv idades adm inist r at iv as iner ent es à gerência das unidades, não m ais com o um trabalho su b d i v i d i d o , cen t r ad o n as f u n çõ es, e si m , co m o trabalho articulado, integrado com os dem ais serviços, com partilhado, num a relação de troca e aj uda m útua, q u e en v ol v e os d i v er sos at or es p r esen t es n esse sist em a de cuidado.

Nesse cenário, o exercício da gerência com o liderança de enferm agem é visualizado, “ pelo m odo de expressão do potencial de ser hum ano no exercício d a s r e l a çõ e s p a r t i ci p a t i v a s e i n t e r a t i v a s e n a const rução de novos saberes e prát icas int egrat ivas com partilhadas, que possibilitem a criação e recriação de valores que os t ornam suj eit os crít icos, reflexivos e t ransform adores da realidade social”( 6).

Assi m , a p o n t a m - se o s se g u i n t e s quest ionam ent os: quais os saberes que sust ent am a gerência do cuidado de enferm agem hospit alar? São int erdependent es? Quais as facet as e as dim ensões, a b r a n g ê n ci a s o u a m p l i t u d e s d o cu i d a d o ? Qu e r el açõ es, i n t er açõ es e asso ci açõ es est r u t u r am o sist em a de cu idado? Qu e pr ocessos or gan izat iv os ligam ou religam a unidade da prática do trabalho da enfer m agem ? Que elo int egr ador ex ist e no sist em a de saúde? Qual o espaço de relações do enferm eiro no sistem a de saúde? Que prática social o enferm eiro sim boliza? Quais t ecnologias sust ent am o fazer da enfer m agem ? Que sist em as de significados exist em n a s o r g a n i za çõ e s d e cu i d a d o d e e n f e r m a g e m hospit alar? Que inst rum ent os norm at ivos orient am e co n t r o l a m a p r á t i ca d o cu i d a d o d e en f er m a g em h o sp i t a l a r ? Qu em sã o o s a t o r es/ ser es h u m a n o s present es no am bient e de cuidado?

A p a r t i r d e sse s q u e st i o n a m e n t o s, v a l e retom ar a com preensão de cultura com o “ tudo o que o h om em adqu ir e ou pr odu z, com o u so de su as faculdades: t odo o conj unt o do saber e do fazer, ou sej a, da ciência e da técnica e tudo o que com o seu saber e com o seu fazer ext rai da nat ureza”( 7). Ou,

ainda, “ t oda cult ur a é um pr ocesso per m anent e de const r ução, desconst r ução e r econst r ução”( 8), v ist o

q u e n a sce d e r e l a çõ e s so ci a i s q u e sã o se m p r e desiguais.

Co m p r e e n d e - se q u e é f u n d a m e n t a l o e n f e r m e i r o r e co n h e ce r n o e sp a ço d o e x e r cíci o pr of ission al, a in t er depen dên cia ex ist en t e en t r e a assi st ên ci a/ cu i d ad o , en si n o / ed u cação , p esq u i sa/ co n st r u çã o d e n o v o s m o d o s d e cu i d a r e a adm inist ração/ int erconexão e cooperação nas ações/ at it udes de cuidar, desenvolvendo sua prát ica social com coerência e visão crít ica da realidade, diant e de d i f e r e n t e s co n t e x t o s, p a r a p o d e r v a l o r i za r a m ult idim ensionalidade do ser hum ano.

O t ransit ar por diferent es espaços, no caso, o fato de o enferm eiro atuar em diversos cam pos da profissão const it ui- se em possibilidades im port ant es p a r a co n f r o n t a r e r ev er i d eo l o g i a s q u e m a n t êm assim etrias de poder, e o condena a ser vítim a e algoz d e su a p r óp r ia p r át ica( 7 ), ou m esm o, p ar a t om ar

co n sci ê n ci a d o s d i f e r e n t e s m o d o s d e p e n sa r e possibilidades de ret om adas de at it udes const rut ivas para o avanço da profissão.

O con h ecim en t o de su a pr át ica ger en cial, ant e as cont radições vividas e evidenciadas, m ot iva os enferm eiros no estudo dos conflitos ou contradições so b d i v e r so s e n f o q u e s, t o m a n d o p o r b a se , p r in cip alm en t e, os n ov os con h ecim en t os t eór ico-filosóficos do cam po da adm inist ração. Disso decorre os diversos conceit os, m odelos ou t eorias que foram m anifest ados à luz do conhecim ent o cient ífico sob as m a i s v a r i a d a s p r o p o si çõ e s, i n t e r p r e t a çõ e s e aplicações.

A afir m at iv a de que o pr epar o e a pr át ica efet iva dos profissionais de enferm agem volt am - se, e m i n e n t e m e n t e , p a r a u m a p r á t i ca ca l ca d a n o s int er esses da inst it uição, em basada no poder e na aut or idade( 9), ao qual r essalt a o saber t écnico em

prej uízo dos dem ais saberes( 10), pode ser acat ada na

m ed i d a em q u e se at en t e p ar a a i m p o r t ân ci a e necessidade de um dom ínio de conhecim ent o sobre o fazer t écnico e a sobrevivência inst it ucional com o base fundam ental. Porém , essa base não nega e nem ex cl u i o s d em ai s sab er es, b em co m o o s d em ai s in t er esses, q u an d o se en t en d e q u e as est r u t u r as o r g a n i za ci o n a i s sã o co m p l e x a s, m ú l t i p l a s, transversais e plurais, co- existindo num espaço social d i v e r si f i ca d o e e m i n t e r a çõ e s m ú l t i p l a s e cont r adit ór ias.

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co n t r a st e s sã o t r a n sp a r e n t e s e a sso b e r b a m a s p e sso a s n a s o r g a n i za çõ e s, p o r e x i st i r e m e ssa s diferenças, t orna- se insuficient e t rabalhar as lógicas pur am ent e r acionais.

Em t e m p o s d e ca o s, i m p e sso a l i d a d e e im previsibilidade, denot a- se a necessidade de o ser h u m a n o v o l t a r - se a si m e sm o , p a r a m a n t e r - se equilibrado diant e de sit uações inusit adas, a fim de clarear seu propósito central de vida. A realidade está cont inuam ent e renovando- se, e para acom panhar t al din âm ica, é n ecessár io com pr een der a cu lt u r a da g er ên cia d o cu id ad o d o en f er m eir o, n o con t ex t o hospit alar; em vist a disso, é essencial est ar at ent o a esse arcabouço sim bólico para m elhor com preender as vivências e, a partir disso, ser e agir com atitudes conscient es e ét icas.

Ca b e r e co n h e ce r q u e h á co n sci ê n ci a d a n ecessi d ad e d e u m m ín i m o d e co n h eci m en t o d o sist em a cult ural, para t rabalhar, a fim de que ocorra a socialização de um indivíduo num grupo - visto que o grupo tem um a lógica própria e tenta transferir tal lógica de um sistem a para outro - , e ainda m anter “ a coer ência de que um hábit o cult ur al som ent e pode ser analisado a partir do sistem a a que pertence”( 12),

pois a cult ura ordena, a seu m odo, o m undo que a circunscreve e dá sentido cultural à classificação dada às coisas do m undo nat ural. É preciso ent ender que a lógica de um sistem a cultural depende das categorias co n st i t u íd a s p o r e l e , i sso i n cl u i a l i n g u a g e m , m anifestada de form a explícita ou não. A partir dessa reflexão, é possível com preender que as organizações adicion am u m sig n if icado pr óp r io ao t r abalh o, ao em p r eg o, e d ão elem en t os p ar a a con st r u ção d a própria ident idade e da ident idade social e nacional da pessoa.

É m ist er salien t ar q u e, n as p r of issões d e saúde que possuem algum tipo de identidade coletiva, existem peculiaridades que pertencem a um a distinta ca t e g o r i a p r o f i ssi o n a l . As h a b i l i d a d e s, o s com por t am en t os, os con h ecim en t os e as pr át icas, p r óp r ios d e cad a cat eg or ia, r ev elam u m a cu lt u r a pr ofissional específica.

Vale ressalt ar, no que t ange à hierarquia de poder, em bora haj a frustrações de diferenças nacionais n as or g an izações d e saú d e p ú b licas ou p r iv ad as, e ssa s p o ssu e m u m a ca r a ct e r íst i ca co m u m : o predom ínio da aut oridade m édica( 13), pelo m enos at é

a at ualidade. Esse predom ínio vem sendo fragilizado na m edida que avançam as práticas interdisciplinares em saú d e, r eco n h ecen d o o p o t en ci al d e f o r ça e

im por t ância das difer ent es disciplinas ou pr ofissões da saúde, suas int erdependências, seus espaços de dom ínios específicos, cuj a religação de saberes não adm it e a soberania ou a arrogância de algum as das d i sci p l i n a s d a sa ú d e e , si m , a co m p o si çã o o u const rução de um t rabalho colet ivo int erdisciplinar e, se possível, t ransdisciplinar nas prát icas em saúde.

É im p or t an t e en t en d er os cam in h os e os descam inhos; as regras que orientam os profissionais enferm eiros no exercício da gerência do cuidado, pois e l e s i n d i ca m o s l i m i t e s e a m u l t i p l i ci d a d e d e possibilidades que se apr esent am disponibilizadas, para o agir no cotidiano de trabalho. Observa- se que o t rabalho m anifest a o carát er social do hom em , j á que ele não t r abalha apenas par a si m esm o, m as t am bém e sobret udo para os out ros( 6). As m últ iplas

f i n a l i d a d e s d o t r a b a l h o p e r m i t e v i su a l i za r se u s pr ocessos e cont r apr ocessos, num a r elação de co-dependência e co- finalidades, ou sej a, de t r abalhar para o out ro para precisam ent e t rabalhar para si e de si para o out ro, part icipando e com part ilhando da busca da sobrevivência hum ana em m elhor condição de vida e m elhor usufruir da tecnologia posta para o m elhor viver dos cidadãos.

Ter clar eza quant o à dem anda do m er cado e m q u e e st á i n se r i d o f a z d o p r o f i ssi o n a l u m perseguidor de espaço de com petência e de habilidade própria e gera condições para poder refletir e procurar est r at égias com pr udência, a fim de at uar em um sist em a social baseado no capit alism o, no qual est á im er so.

D i a n t e d a p e r sp e ct i v a d e a d m i n i st r a r o cu id ad o, b u sca- se t er o sen so d e h ar m on ia, sem n e g l i g e n ci a r o s o b j e t i v o s i n d i v i d u a i s e or gan izacion ais, a f im de n ão esqu ecer o h om em interagindo no seu contexto. Para que tal consciência se con f ig u r e, é p er t in en t e lem b r ar os p ar ad ox os ex pr essos n a cu lt u r a da ger ên cia do cu idado n as or g an izações. Esses d ev em ser con sid er ad os n ão som en t e n o âm b it o colet iv o, m as ig u alm en t e n o indiv idual.

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relações int ersubj et ivas sem considerar as m at rizes q u e su st en t am o s p ad r õ es cu l t u r ai s, p o i s essas fornecem am paro e sentido, significante e significado, ao t rabalho de gerência do cuidado.

O enferm eiro, na gerência do cuidado, exibe um sist em a de significados socialm ent e const ruído, o q u e car act er iza su a esp ecif icid ad e cu lt u r al. Tod a so ci e d a d e f u n d a m e n t a - se e m u m a g r e g a d o d e indivíduos, sendo característica da cultura transform ar t al agr egado em sociedades, pela or ganização das at it udes e dos com port am ent os dos seus m em bros.

A reprodução e perpet uação dos elem ent os culturais se dá por interm édio de suas m anifestações expressas por idéias e valores com uns, configurando ao grupo sua unidade psicológica, o que perm it e aos se u s m e m b r o s a b u sca d e a co m o d a çã o d e com port am ent o para viverem e t rabalharem j unt os. O co m p a r t i l h a r d e u m a cu l t u r a p e l o s m e m b r o s com ponent es de um a sociedade lhes per m it e v iv er em sociedade. Denot a- se que o ser hum ano olha o m undo at ravés de sua cult ura, que é perm eada pela influência das idéias colet ivas.

Em f a ce d i sso , su b e n t e n d e - se q u e o enferm eiro é result ado do m eio cult ural em que foi so ci al i zad o , d eco r r en t e d o esf o r ço d e t o d a u m a com unidade pr ofissional, que o condiciona a r eagir sob diversos parâm etros nas diferentes circunstâncias. Assim , seu m od o d e v er o m u n d o é u m p r od u t o cultural( 12). Nesse caso, a influência do m odo de pensar

d os d em ais p r of ission ais d a saú d e n o esp aço d e con v iv ialidade dos m esm os n o t r abalh o h ospit alar result a num a cult ura própria dent ro desse espaço.

Ne ssa l i n h a d e p e n sa m e n t o , d e v e - se “ p r ocu r ar r elações sist em át icas en t r e f en ôm en os d i v e r so s, n ã o i d e n t i d a d e s su b st a n t i v a s e n t r e fenôm enos sim ilares”( 4). Tal dizer lem bra as relações

e st a b e l e ci d a s p e l a cu l t u r a q u e a cr e sce m con h ecim en t os e sím bolos qu e or ien t am as ações cot idianas na vida hum ana.

Ret om ando- se o pensar sobr e as ações da enferm agem , vale ressalt ar que “ as disfunções m ais com uns na enferm agem são o excesso de form alism o, o exagerado apego aos inst rum ent os norm at ivos, a r i g i d e z co m p o r t a m e n t a l , o co n f o r m i sm o e a estagnação funcional ... com a am pla valorização das regras e norm as obsolet as e poucas perspect ivas de m udança”( 14).

Par t indo- se dessa acepção, quest iona- se a real influência na enferm agem da cult ura m édica, da cult ura da alt a gerência hospit alar, ist o é, da cúpula

gerencial, a cult ura dos t rabalhadores da zeladoria, e assim por diant e. Dessa m aneira, fica evident e a alusão t ant o ao dom ínio e ao cont role, no cont ext o d a s r e l a çõ e s h u m a n a s, q u a n t o a o p o d e r d a s or gan izações an t e os en f r en t am en t os de con f lit os decor r ent es do ex er cício pr ofissional. Par a t ant o, o e n f e r m e i r o n e ce ssi t a i n st r u m e n t a l i za r - se p a r a m anifest ar seu poder at r av és da incor por ação dos se u s si g n i f i ca n t e s p a r a f a ze r a g i r su a v o n t a d e própria( 15).

No espaço organizacional do enferm eiro, há necessidade de r esgat ar a noção de plur alism o no seu cotidiano; pois, freqüentem ente, ele focaliza suas ações num a visão r educionist a, im post a pela lógica g er en ci a l d a m el h o r ef i ci ên ci a , m a i o r ef i cá ci a e ad eq u ad a ef et iv id ad e. Desse m od o, j u st if ica- se a necessidade de cont em plar o plur al com o m odo de p en sar e sen t ir, ou d e en car ar as m u lt ip licid ad es possíveis, a fim de rom per com os padrões instituídos e com pr een der a im posição de lim it es com o u m a est agnação no âm bit o do saber e da prát ica( 16).

Ao refletir sobre a gerência do cuidado, nota-se a n ecessi d a d e d e v a l o r i za çã o d a d i v er si d a d e i n d i v i d u a l e o r g a n i za ci o n a l , j á q u e , conseqüent em ent e, essas div er sidades decor r ent es da at uação de cada profissional alcançam m elhores d e ci sõ e s, p r o v o ca m f l e x i b i l i d a d e , f a v o r e ce m a criat ividade e a inovação, pela ut ilização dos valores com part ilhados( 17- 18).

Tais con t r ib u ições são d e r esp eit o ao ser h u m an o com o pessoa sin gu lar, j á qu e adm it em o m o m e n t o d e ca d a u m , o d e sa b r o ch a r p a r a o a p r e n d i za d o , a d i sse m i n a çã o e a o u sa d i a d o p e n sa m e n t o . Essa a ce i t a çã o e x i g e co e r ê n ci a e discer nim ent o do enfer m eir o, pois ela faz em er gir sua concepção de m undo.

Con sider a- se a en f er m agem com o pr át ica social m ar cadam en t e capaz de se desen v olv er n o p a n o r a m a a t u a l ; p o r t a n t o , h á u r g ê n ci a d e potencialização do enferm eiro - um a vez que ele ocupa esp aços est r at ég icos n as p olít icas sociais - , p ar a inaugurar m ovim ent os plurais de enfrent am ent o das f r ag ilid ad es p olít icas e d os con f lit os, on d e esses est iver em( 19).

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d e l e , co m o p r o p u l so r a d e u m a co n t ín u a ( re) const rução do seu saber e fazer na enferm agem . Acr edit a- se que a abor dagem da dim ensão sim bólico- cult ural perm it e não só a ident ificação dos fundam ent os int ersubj et ivos, que orient am a prát ica d o e n f e r m e i r o g e r e n t e , m a s t a m b é m f o r n e ce subsídios para as int erpret ações e os ent endim ent os de com o as pessoas pensam , sent em , agem para a d ecod if icação d e seu s v alor es, r ep r esen t ações e prát icas. A im port ância dessa dim ensão faz salient ar a u r g ê n ci a n o d e se n v o l v e r co m p e t ê n ci a s n o enferm eiro, para a leit ura e adequada int erpret ação d a s r e a l i d a d e s o r g a n i za ci o n a i s, n a s q u a i s f i ca evidenciada a dicot om ia ent re as necessidades e as exigências do serviço e o que é estudado e habilitado com o essência da profissão, no curso de graduação. O t rabalho gerencial do enferm eiro perm eia f a t o r es i n t er v en i en t es n ã o ex p l íci t o s, co m o f i o s i n v i sív ei s, o s q u a i s i n t er f er em n o seu ex er cíci o pr ofissional. Reconhecer e descr ev er que “ ainda há flagr ant e pr ev alência da concepção m ecanicist a da organização, na qual se privilegia o equipam ent o ao i n d i v íd u o , o f a ze r e m d e t r i m e n t o d o se r ”( 2 0 ) é

necessár io e ur gent e. Não que o equipam ent o e o fazer deixam de ser fundam ent ais e indispensáveis, m a s q u e o ser h u m a n o , o seu v i v er, sã o m u i t o im port ant es e cent rais no gerenciam ent o do cuidado. Sa l i e n t a - se e ssa e m e r g ê n ci a d e r edim ensionam ent o da gest ão adm inist r at iv a, par a isso é preciso reconhecer que o ser hum ano, com o u m su j e i t o , e st á e m p e r m a n e n t e m u t a çã o d e co n st r u ção - r eco n st r u ção d as i d éi as r ef er en t es à cult ur a, o que o r epor t a ao encor aj am ent o par a a cr i a t i v i d a d e , f l e x i b i l i d a d e , i m p r e v i si b i l i d a d e e opor t u n idade do in t er câm bio de idéias, per an t e a concepção de t r abalho inst it uída no País, ou sej a, valorizando a sua dim ensão cult ural.

Ne ssa v i sã o , o h o m e m se a m p a r a e m v i v ên ci a s p a r a a d q u i r i r a cu l t u r a e d ep en d e d e est r u t u r as con cept u ais par a m oldar seu s t alen t os. Essa necessidade o leva à conclusão de que precisa de apr en dizado par a at in gir con ceit os, apr een são, ap l i cação d e si st em as esp ecíf i co s d e si g n i f i cad o sim bólico( 12).

TECEN D O ALGU M AS CON SI D ERAÇÕES

CONCLUSI VAS

Co m p r e e n d e - se a i m p o r t â n ci a d e o

e n f e r m e i r o e st a r a t e n t o p a r a co n t r i b u i r co m a m obilização de det erm inadas concepções. Dest acam -se noções im port ant es com o a do -ser hum ano com o suj eito, as m últiplas dim ensões e concepções da vida, o ser cont radit ório, am bivalent e, o focar t udo que o rodeia, t udo o que est á fazendo e ident ificar valores q u e su b j a ze m e m su a s a çõ e s. É i m p o r t a n t e reconhecer as experiências dos enferm eiros perant e a g e r ê n ci a d o cu i d a d o , i n t e r p r e t á - l a s d e f o r m a sin gu lar sob dif er en t es per spect ivas ( agir, pen sar, sen t i r ) e en t en d ê- l a s co m o cen t r o d e p r o d u çã o si m b ó l i ca , p a r a t e n t a r e l u ci d a r t r a ço s cu l t u r a i s i n co r p o r a d o s n o p r o ce sso d e t r a b a l h o d e sse s profissionais; dessa m aneira, serão criadas condições para dist inguir e ent ender det erm inada colet ividade. Assi m , co m o ser h u m a n o e t r a b a l h a d o r, produt or de cult ura, vale repensar, rever a form a de com o é incorporado o saber e o fazer do enferm eiro, pois esses repercut em no result ado, na im agem da cat egor ia pr ofissional.

Av a n ça r n a co m p r e e n sã o d a r e l a çã o d a cult ura com o t rabalho insere a concepção de que a cultura não é o resultado de apenas um ser hum ano, m a s d e t o d o u m g r u p o , d e t o d a u m a ca t eg o r i a profissional, por isso possuidora da caract eríst ica de ser polít ico- social.

A g e r ê n ci a d o cu i d a d o , co m o e l e m e n t o cultural, possui não só qualidades intrínsecas que são in d ep en d en t es e in t er d ep en d en t es, m as t am b ém pot enciais de significado que são quase ilim it ados e d e m o n st r a m u m a d i n â m i ca co n st a n t e , e sse s a const it ui com o at ividade que produz um a reação da sociedade.

Adot ar a reflexão sobre o cont ext o social e or gan izacion al, n o qu al o en fer m eir o est á im er so, conduz esse profissional à possibilidade de t ornar- se cr ít ico em r elação à or gan ização in st it u cion al e à p r ó p r i a o r g a n i za çã o d o s t r a b a l h a d o r e s d e enferm agem . Para t ant o, evidencia- se a necessidade de invest im ent os na capacit ação para o exercício da prát ica gerencial, a fim de possibilit ar int erpret ações de post ur as cr ist alizadas no cot idiano. Assim , v ale e n f a t i za r q u e , e m b o r a o e n f e r m e i r o v i v a e m instituições que fragm entam o saber e tentam anular a noção de hum ano, ele pode interpretar o instituído, a fim de deixar aflorar as aptidões hum anas próprias do hom em .

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não se esgotam . Os argum entos que possam sustentar suas r espost as são encam inhados com o obj et os de diversos est udos, no ent endim ent o de que a prát ica

social do enferm eiro sim boliza, t alvez, os principais aspectos representativos da profissão de enferm agem na sociedade.

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