F E B R E A M A R E L A - I - A SP E C T O S C Í C L I C O S E E P I D E M I O L Ó G I C O S*
M. R. Q. de Kastner ** Leon Cardeman *** Mareia M.
H. Gonçalves ****e M. C. K. Queralto *****
Re la t a -se u m r e sum o e p i d e m i o l ó gi co d o sur t o e p i z o ó t i co d e f e br e a ma r ela o co r r i d o n o a no d e 1 9 7 3 . Sã o p ost a s e m e v i dê nci a a sua i nci d ê nci a , a di st r i b ui çã o p o r ida des, a d i st r i b ui çã o p o r se x o e a d i st r i b ui çã o geogr á f i ca .
E m se gui da , sã o a p r e se nt a d os os r e sul t a d os o b t i d o s p e la r e vi sã o d o s ca sos d e f e br e a ma r ela , q u e v ê m se n d o e st ud a d os, r e co l hi d o s e a r q ui v a d os na Cole çã o d o Se r v i ço d e V i sce r ot o m i a da Se çã o d e H i st o p a t o l ogi a da F e b r e Am a r e l a d o Inst i t ut o O sw a l d o Cr uz , d e sd e 1 9 3 1 .
O t r a ba lho est á d o cu m e n t a d o c o m t a bela s e gr á f i cos q ue r e gi st r a m os d a d os a ci m a i ndi ca dos.
O s a ut or e s r essa lt a m o s se gui nt e s p o n t o s:
1) A F e b r e a ma r ela , ur b a na e si lvest r e, a p r e sent a q ua d r os e p i d e m i o l ó gi co s i nt e i r a m e nt e di f e r e nt e s; 2 ) A i nci d ê nci a da f e br e a ma r e la si lve st r e oco r r e p r i nci p a l m e n t e n o se x o m a scul i no , d e a cor d o co m o s d a d os e st a t i st i ca m e nt e si gni f i ca t i v os; 3 ) A i da d e m a i s a t i ngi da p e la f or m a si lve st r e é a e nt r e 2 0 e 3 0 a nos; 4 ) A f ebr e a ma r e la si lve st r e co n t i n u a e m á r ea s e nz oót i ca s, a o l o n go d o s cur so s d' á gua ; 5 ) Pa r e ce e x i st i r um a r e la çã o e nt r e a s co n d i çõ e s cli m á t i ca s e a i nci d ê nci a da f e br e a ma r ela ; 6 ) O s sur t o s d e f e br e a ma r e la o co r r e m a p r ox i m a d a m e nt e d e 7 e m 7 a no s; 7) É d o m á x i m o v a lor o p r ogr a m a d e v a ci na çã o e o se r v i ço d e v i sce r ot om i a da SU C A M .
I N T R O D U Ç Ã O
Foi est udada a ocor r ência de um sur t o ep i zoót i co de f ebr e amar el a nas r egiões nor t e e cent r o oest e d o Br asil , no ano de 1973. Ap ó s o seu cont r ol e não r ecebem os m ai s i nf or m a ções sobr e novos casos.
A f ebr e amar el a deve d ei xar de ser assunt o de int er esse hist ór ico para vol t ar a ser assunt o de m edicina pr event iva, apesar da acen t uada d i m i n u i ção das áreas f l or est ais n o Br asil . A car act er ização d os picl os epi d êm i cos d e m on s t r ada pel os aut or es e levant ada ap ós um p er íodo de 4 5 anos, pel a ut i l ização sist em át ica d o vis- cer ót om o, p ossi b i l i t ou um a nova vi são da f ebre amarela. A exist ênci a das 4 9 6 . 7 4 0 am ost r as de f ígad o, col hi d as pel a t écnica pad r onizad a e ar q uivadas em nosso l abor at ór io, f aci l i t ou a con cl usão e a val or i zação de al guns det al hes epi dem iol ógic os, t ais com o: a r epet ição das epide
m ias em det er m inad as regiões, a descida da epizoot i a acom p an h an d o os r ios, o desapar eci m ent o da f or m a sil vest re nos l ocais onde o des- m at am ent o f oi int enso, assim c om o t am bém o apar eci m ent o de casos insól it os em i n d i víd u os vi n d os de out r as regiões.
Sen d o o sur t o de 197 3 um sur t o que se encont r a l ocal izado em zonas r ur ais, sil ves t re e f l uvi al , af ast ado d os gr andes cent r os ur banos, em con e x ão com o t r abal ho nas mat as, t rat ar-se-ão, de acor d o com a SU CA M , de ca sos de f ebr e amar ela d o t i p o silvest re.
Os d ad os ep i d em i ol ógicos desse surt o, com p ar ad os com os r ecol h i dos e ar quivados na nossa Col e ção d o Ser vi ço de Vi scer ot om i a da Seção de Hi st op at ol ogi a da Febr e Am ar el a do Inst i t ut o Osw al d o Cr uz, que dat am de 1931, m ost r am int er essant es coi ncid ências que j ust i f icam est e t r abal ho.
* In st it u t o Osw aldo Cr uz — De par t am e nt o de Pat ologia e Doe nças T ropicais. Caixa Post al 9 2 6 —Z C —00.
2 0 . 0 0 0 — Rio de Jane ir o-RJ — B R A SIL .
* * Pe squisador e m Biologia do Min ist é r io da Sa úd e (I. O. C. ). Pesquisador do Conse lh o Nacional de Pesquisas.
* * * Chefe da Se ção de Hist op at ologia da F. A. do I. O. C.
* * * * Acadê m ica de Ciê ncias Biológicas — A . U . S. U . . * * * * * Acadê m ica de Biofísica — U. F. R. J.
32 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. V ol. X - N 9 1
M A T E R I A L E M ÉT O D O S
Com pr eende o est udo de 57 casos m or t ais posit ivados p or f ebr e amar ela encont r ados no sur t o epi zoót i co, ocor r i d o no ano de 1973, nas regiões nor t e e cent r o oest e d o Brasil.
Tam b ém são r el acionados, para ef eit os de com par ação, os casos m or t ais da nossa Co leção do Ser viço de Viscer ot om i a, com pr een dendo 2, 005 am ost r as exam i nadas e d i agnost i cadas com o posit ivas, no p er íod o decor r id o desde 1931 at é f i n s de 1974, de u m t ot al de 4 96. 740 espécimes.
Tr at a-se de f r agm ent os de f ígad o, de casos m or t ais, que vêm sendo sist em at icam ent e r ecebidos a t ít u l o de cont r ol e da f ebr e am ar e la pela SU CA M . A s am ost r as são, em l i nha ge ral, de 0, 5 cm de espessur a cont i d as em reci pient es com f or m ol a 10 %. Ap ó s sua incl usão em paraf ina, são f eit os cor t es de 5 j u. Sem pr e que possível , são exam i nadas pr epar ações co radas pel a HE, pr ovenient es de m ai s de um bl oco de par af ina e, após o seu est ud o hist o- pat ol ógico, os d iagnóst i cos são r egist r ados, des cr it os e ar quivados.
Fi nal m ent e, f azem os um a anál ise d os r esul t ados, ob edecendo à sua incidênci a e ásu a dist r ib uição p or idade, sexo e r egião geogr áf ica.
R ESU L T A D O S
a) Su r t o e p i zoót i co oc o r r i d o n o Br a sil em 1973.
Os 57 casos de f ebr e am ar el a oco r r i dos no Br asil dur ant e est e sur t o acham -se re l acionados p or m odal id ade e sexo no Qu ad r o I, por idade no Qu ad r o I I e p or d ist r i b uição geográf ica no Qu ad r o II I.
b) Casos p osi t i vos de f ebr e am ar el a ocor r i d os n o Br asi l de 1931 a 197 4
O Qu ad r o I V m ost r a a d ist r i b uição por ano, sexo e m odal id ade d os casos de f e bre amarela oco r r i d os no Br asil de 1931 a 1974. A incidência p or gr u p o et ár io e p or ano dos m esmos casos, est á r epr esent ada n o Qu ad r o V e Gr af i co I. Fi nal m ent e, d o Qu ad r o V I const am t odos os p ost os de viscer ot om i a d os diversos est ados d o Br asil ond e f or am e ncon t r ados casos posi t i vos.
D I SC U SSÃ O
Cam p anhas e est udos em dif er ent es áreas d o Br asil e em out r os países conf i r m ar am a exist ência de f ebre amarela em zonas rurais, na ausência d o Aed es aegypt i, e com p r ovar am
que m osq u i t os sil vest res de cer t os gêner os, cuj o "h a b i t a t " são as mat as, er am os r esponsávei s pela f or m a sil vest re dessa d oença3 4 . Est es m os q u i t os são consi d er ad os os r eser vat ór ios p r i n ci pais d o vi r us da f ebre amarela, um a vez que são a f ont e de inf ecção im ediat a para o hom em . No Br asil , j á f or am encont r ad os inf est ados, na t ur al m ent e, os Ae d es l eucocel aenus, Haem ago- gus capr i cor nii , Haem agògus spegazinii f al ce e um Sabet hes ainda não id ent i f icado4 .
Quase ao m esm o t em p o f oi ver i f icado que, al ém d o hom em , exist em t am bém m a m í f er os suscet íveis ao vi r u s3 4 . No Br asil , f or am encont r ados inf est ados os m acacos d o gêner o Al ouat t a, Ce b u s at eies e Cal l i t h r i x 4 , nos q uais o vi r us cir cul a no sangue apenas p or p ou cos dias.
Ob ser vand o a d ist r i b uição de casos f a t ais p or idade e p or sexo, r ef er ent es ao úl t i m o sur t o de f ebr e amarela, const at am os que a in ci dência no sexo m ascul i no é signif i cat i vam ent e m ais alt a d o que no sexo f e m i n i n o ( Qu ad r os I e II) . Do s 57 casos d o sur t o or a em est udo, 49 f or am ent r e hom ens, o que represent a 85, 9% e 8 ent re as m ul her es ( 14%) . Em um a anál ise d o gr u p o et ár io a qual per t encem , ver i f i cam os que a idade de m ai or inci dênci a é, sobr et udo, ent re 21 e 30 anos. Se n d o est e um sur t o de m o dal i dade silvest re, cor r el acionam os est es r esul t ados com o f at o de que as p op ul ações desen- vol vem -se ao l ongo d os cur sos d 'água e os h o m ens são a m ão de ob r a ut i l izada no desma- t am ent o e nas l avouras.
Ob ser vand o a d ist r i b uição dest es casos ao l ongo d os meses d o ano ( Qu ad r o I) , ver i f i cam os que a m ai or incidênci a ocor r e nos m e ses de j aneir o a m ar ço. Ist o est á r el acionado com a massa equat or i al cont inent al , quent e e úm ida, pr ocedent e da bacia am azônica, que d o m ina a m ai or part e d o t er r i t ór i o br asil eir o e dá or i gem a um p e r íi o d o de f or t es chuvasd e o u t u b r o a m ar ço em t o d o o Br asil Cent ral, m ost r and o assim , um a possível r el ação exist en t e ent re as cond ições cl i m át icas (t em perat ur a, um idade e pr ecipit ação) e o d esenvol vim ent o da f ebre am ar el a3 4 .
Jan. —Fev. , 1 9 7 6 Rev. Soc. Bras. Med. T r op. 33
Goi ás (37 casos). Já os Qu ad r os I V e V e o Gr áf i co I m ost r am nit idam ent e co m o est a o c o r rência aci dent al da inf ecção hum ana acont ece em int er val os de 7 em 7 anos.
Se com p ar ar m os t od os est es r esul t ados com as not as epi dem i ol ógicas r ef er ent es a sur t os ant er i or es3 , p od em os m el hor val or i zar os ef eit os da m em or ável cam panha iniciada por Osw al d o Cr u z6 ' 10 e at ual m ent e cont inuada pela SU CA M , para er r adicar a f ebr e amarel a no Brasil.
Fi cou bem d em onst r ad o a er r adicação
da f ebre amarela ur bana e o com pl e t o cont r ol e da f or m a sil vest re (Gr áf ico I). Ent r et ant o, const at am os ainda a exist ência de pequenos sur t os ep i zoót i cos de f ebre amarel a silvest re, que t êm com o car act er íst ica um a p er iodici dade de 7 anos e cont r a os quai s a im u nização pela vacina ant i am ar íl ica passa a ser a m edida pr of il át i ca de m aior ef icácia, um a vez que a m esm a não som ent e prot eger ia aos que vivem e t r abal ham per t o das mat as, como, t am bém , evit aria a ur b anização do virus.
Q U A D R O I
SURTO EPI ZÓOTI CO DE FEBRE AM ARELA OCORRI DO NO BRASI L. DI STRI BUI ÇÃO p o r g r u p o e tAr i o e p o r s e x o
ANOS 1972/ 1974
Ano M eu es
T o t a l i d a d e de
U r b a n a
c a s o s p o r m o d a lid a d e
| S i l v e s t r e
T o t a l d e c a s o s p o r se x o
M a sc u l in o | F e m in in o | I g n o r o do
1 9 7 2 D ezeir .br o - 3 1 ( 3 3 , 3 ) 2 ( 6 6 , fi)
-1 9 7 3 Ja n e i r o _ 1 6 1 4 ( 8 7 , 5 ) 2 ( 1 2 , 5 )
-F e v e r e i r o - 5 1>(100) -
-Mfcrço - 1 3 1 2 ( 9 2 ,4 1 - 1 ( 7 , 6 )
A b r i l - 4 3 ( 7 5 ) 1 ( 2 3 )
-M aio - 1 1 ( 1 0 0 ) -
-Ju r h o - 2 1 ( 5 0 ) - 1 ( 5 0 )
Ju l h o - - - -
-A g o st o - - - -
-Se t e m b r o - - - -
-O u t u b r o - - - -
-Novem bro - - - -
-D ezem b ro - i 1 ( 1 0 0 ) -
-1 9 7 4 Ja n a i r o - 3 2 ( 6 6 , 6 ) 1 ( 3 3 , 3 )
-F e v e r e i r o - - - -
-M arço - 4 4 ( 1 0 0 ) -
-A b r i l - 2 2 ( 1 0 0 ) -
-M aio - 1 1 ( 1 0 0 ) -
-Ju n h o - - - -
-Ju l h o - - - -
-A g o st o - - - -
-Se t e m b r o — 2 2 ( 1 0 0 ) -
-O u t u b r o - - - -
-N ovem b r o - - - -
-D e <t m b r o — - -
-T O -T Al 5 7 4 9
34 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. V ol. X - N ?1
Q U A D R O II
SU R T O EP IZ O Ó T IC O D E F E BR E A M A R E L A O C O R R I D O N O B R A SI L
D I ST R I B U I Ç Ã O D E I D A D E E PO R 6 EX O
A N O S 1 9 7 2 / 1 9 7 4
Ano
Idade
Sexo
Total
Masculino
Feminino
Ignorado
1972
1 - 1 0
__
1
1
11 - 20
-
1
-
1
21 - 30
1
-
“
1
Total:
1
2
3
1973
1 - 1 0
2
1
-
3
11 - 20
7
--
7
21 - 30
13
1
-14
31 - 40
5
1
-
'
6
41 - 50
4
-
-
4
51 - 60
3
-
-
3
61 - 70
-
-
-
-Ignorada
3
-
2
5
Total:
37
3
2
42
1974
1 - 1 0
-
-
-
-11 - 20
2
1
-
3
21 - 30
4
-
-
4
31 - 40
3
-
-
3
41 - 50
1
-
-
1
51 - 60
-
-
-
-61 - 70
-
-
-
-Ignorada
1
—
—
1
Total:
11
1
-
12
Surto
1 - 1 0
2
2
_
4
1972/1974
11 - 20
9
2
-
11
21 - 30
1B
1
-
19
31 - 40
8
1
-
9
41 - 50
5
-
-
5
51 - 60
3
-
-
3
61 - 70
-
-
-
-Ignorada
4
-
2
6
Total:
49
6
2
57
Valor médio(x)
28,11
16,67
Desvio padrão (d")
12,40
11,69
Jan. —Fev. , 1 9 6 7 Rev. Soc. Bras. Med. Tr op. 3 5 No que diz r espeit o à d ist r i b uição por
sexo e gr u p o et ár io, os Qu ad r os I V e V m os t ram, nit idam ent e, que os hom ens f or am se m pre os m ais at acados, r epr esent ando 8 0 % do t ot al. Por ém , se consi der ar m os som ent e os anos de 1931 a 1934, vem os que a dif er ença ent re os d oi s sexos não f oi t ão signif icat i va: d os 229 casos de f ebr e amarela, 135 são d o sexo m ascul i no (58, 9 %) e 91 d o sexo f em i n i no (39, 7 %) , o que é com pr eensível , um a vez que nesses anos, a m ai or ia d os casos ref ere-se à m odal idade urbana. Est es r esul t ados indicam , por t ant o, q ue a f ebr e amar ela ur b ana e sil ves t re apr esent am q u ad r os ep i d em i ol ógicos int ei r am ent e dif er ent es e que o exam e hist opat ol ó- gico d o f ígad o, que vem sendo usad o para de cidi r o d i agnóst i co de casos suspeit os, deve cont i nuar com o m edida sist em át ica e pr of il á- t ica para revelar casos f at ais de f ebr e amarela silvest re que possam passar desaper cebidos.
An al i san d o o gr u p o et ár io (Qu ad r o V) vem os que nos anos de 1931 a 1 9 3 4 m uit os d os casos consignar am -se em 1 a 10 anos. Por se t r at ar de casos f at ais de f ebr e amarela ur bana, t oda a p op ul ação est ava suj eit a ao agen t e t r ansm issor , incl usi ve as crianças. Por ém, exam i nünd o os sur t os subseqüent es, nos quai s dom i nava a f or m a silvest re, vem os que a idade m ais at ingi da f oi ent r e 21 a 4 0 anos.
An al i se m os agora os d ad os da lit era t ura no que se ref ere à per iodicidad e cíc l i c a Fr anco, em 1 9 6 9 10 relat a a inf or m ação dada por Herr eira, o hi st or iador da conquist a, de que os nat i vos das An t i l h as "sab i am da vol t a pr ovável das epi dem ias am ar íl i cas e por isso, com a esperança de evit ar a enf er m idade, t r o cavam de r esidência cada 8 an o s". Tam b ém Viana, em 1 8 9 3 3 5 , q u an d o se ref ere à f ebr e amarel a ur bana acont eci da na Bahia, j á f az re f er ência à exist ênci a de um ci cl o de 7 anos. Saw yer , em 1 9 3 2 2 7 , i nf or m a que, em 1920, a Com i ssão da Fu n d ação Rockef el l er , enviada à Áf r i ca Ocident al , a f i m de est udar a f ebr e amarela, t am bém chegou à con cl usão da exi s t ência de p e r íod os de d if usão das epi dem ias de f ebr e amarela, que se al t er navam com in t er val os de relat iva inat ividade.
No Panam á const at ou-se u m sur t o de senvol vi do ent re os agr i cul t or es sit uad os per t o da f l or est a, ao lest e de Panam á Cit y. Em 194 8 cr uzou o canal de Panam á e lá desenvol- veu-se dur ant e par t e de 194 8 e 1949. Set e anos após, em 1956, apar eceu em f or m a de um sur t o ep i zoót i co, que d i zi m o u a p op ul ação de m acacos e p r od u zi u vár ias cent enas de m or t es ent re a p op ul ação ocident al do canal de Pa namá. Set e an os m ai s t arde, em 1963, apareceu novam ent e at iva em m acacos das f l or est as da Pr ovínci a de Dar i e n 1 4 .
Já na Áf r i ca encont r am os bem d o c u m ent ado um sur t o ini ciado em 1 9 6 0 e f i n al i zado em 1 9 6 2 29, 32 na Et i óp ia. Set e anos
ap ós t emos, em 1969, o sur t o que se l ocal izou no Haut e-Vol t a26 e que apareceu na Nigéria, com eçando no Jos Pl at eau9 5 > 1 6 • 1 8 , e est en dendo-se para o Ber nue-Pl at eau St at e, no Di s t r it o de Ok w oga e para o East Cent r al St at e, em Mb aesi 22>J 3 >2 4 .
No que se ref ere à l et alidade ent re os d ois sexos, nossos d ad os coi ncid em t am bém com os d ad os encont r ados na lit erat ura, ref e rent es a epi dem ias em out r os países do nosso cont inent e e no cont inent e af r icano.
No Peru, em Lam bayeque, no ano de 1921 f oi encont r ada um a m ai or incidência de casos m or t ais de f ebre amar el a ur bana em in d i víd u o s de 20 a 30 an o s1 3 . Se gu n d o o aut or, a bai xa incidência ent r e a p op ul ação de m ai s de 30 anos seria devida à im uni dade adquir i da dur ant e um sur t o ocor r i d o 25 anos at rás. H o u ve, t am bém , vár i os casos m or t ais ent re cr i an ças de 1 a 3 anos. A dif er ença ent r e os dois sexos é da or d em de 2, 5 % a m ai s ent re os hom ens, o que é com pr eensível , um a vez que se t r at ou de um a epi dem ia d o t i p o ur bano.
Já no que se ref ere ao cont inent e af r i cano, o com p or t am e n t o da f ebre amarel a f oi m uit o bem est udado. Dur ant e o sur t o ini ciado em 1960, na Et i óp i a e que con t i n u ou at é 1962, Sér i e & col s. 29 e Sér ie & c o l s. 3 1 , em 1968, est udar am 31 casos c l íni cos, d os quais 18 f or am f at ais ( 13 d o sexo m ascul i no e 5 do sexo f em ini no) r epr esent ado t am bém um p r edom i
nância nos hom ens de 72 %. A s idades mais at ingidas f or am de 2 0 a 35 anos. Foi t am bém f eit o um est udo sor ol ógi co ent r e a popul ação que per m it iu r econhecer , no t er r i t ór i o est udado, a presença de duas zonas: um a epidêm ica e o u t ra não epidêm ica.
36 Rev. Soc. Bras. Med. T r op. Vol. X — N ?1
QU A D R O II I
SU R T O EP I Z O Ó T IC O D E F E B R E A M A R E L A O C O R R I D O N O B R A SI L
A N O S 1972/ 1973/ 1974
D I ST R I B U I Ç Ã O P O R E ST A D O S E T E R R I T Ó R I O S
U N I D A D E S ,
D E |
F E D E R A Ç Ã O
L O C A L I D A D E S O U C I D A D E S
T O T A L | D E \ -C A S O S
N<? D E C A S O S
l * I
1 9 7 3
G O I Â S S i l v a n i a 2 2
L u z i a n a 2 1 1
H o s p , B r a s í l i a 1 1 P l a n a l t i n a 1 1 S o b r a d i n h o 1 1
U r u a ç u 1 1
A n á p o l i s 1 1
B e l a V i s t a d e G o i á s 1 1
G o i a n e s i a 1 1
G o i á s 4 4
J a t a i 4 3 1
I t a p u r a n g a 1 1 I t a p i r a p u á 1 1
R i o V e r d e 1 1
H i d r o l â n d i a 1 1 P i r e s d o R i o 1 1
M i n e i r o s 2 2
C a t a l ã o 1 1
A r a g a ç a s 1 1
C e r e s 1 1
C r i s t a l i n a 1 1
G o i a n i a 1 1
I p o r a 1 1
I p a m e r i 1 1
T O T A L 3 3 3 0 2 1
A C R E 1 1
T O T A L 1 1
M I N A S G E R A I S P a r a c a t u 2 2
U b e r a b a 1 1
T O T A L 3 3
m a r a n h ã o C a r o l i n a 1 1
I m p e r a t r i z 1 1
T O T A L 2 1 1
R O N D Ô N I A P o r t o V e l h o 1 1
T O T A L 1 1
M A T O G R O SSO C a c e r e s 2 1 1
T O T A L 2 1 1
1 9 7 4
G O I Â S A x a g u a i n a 1 1
T O T A L 1 1
R i o N e g r o 1 1
J a g u a r i 1
C a m p o G r a n d e 2 2
C o x i m 1 1
C u i a b a 1 1
D o u r a d o 1 1
P o n t a P o r á 1 1
T O T A L 8 7
p a rA i í
T o m e - A ç u 1 1
M a r a b á 1 1
Jan. —Fev. , 1 9 7 6 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. 37
Q U A D R O IV
D I ST R I B U I Ç Ã O , P O R AIMO, SE X O E M O D A L I D A D E , D O S C A SO S
D E F E BR E A M A R E L A O C O R R I D O S N O BR A SIL .
A N O S 1 9 3 1 / 1 9 7 4
A n o s T o t a ld e
c a s o s
M o d a l i d a d e s
| S e x o s
U r b a n a S i l v e s t r e M a s c u l i n o F e m i n i n o | I g n o r a d o
1 9 3 1 1 2 5 1 2 5
_
77 4 5 31 9 3 2 71 6 7 4 3 7 3 4
-1 9 3 3 1 9 18 1 11 8
-1 9 3 4 1 4 8 6 10 4
-1 9 3 5 1 3 0 1 8 1 1 2 8 8 41 1
1 9 3 6 1 7 2 6 1 6 6 1 4 4 23 5
1 9 3 7 2 1 7 3 2 1 4 1 8 2 3 4 1
1 9 3 8 2 6 2 - 2 6 2 2 1 7 4 5
-1 9 3 9 1 3 2 - 1 3 2 1 2 2 1 0
-1 9 4 0 1 8 0 - 1 8 0 1 5 5 2 5
-1 9 4 -1 1 9 - 19 12 7
-1 9 4 2 10 3 7 9 1
-1 9 4 3 6 - 6 6 -
-1 9 4 4 1 5 - 15 13 2
-1 9 4 5 1 1 2 - 1 1 2 86 26
-1 9 4 6 1 - 1 1 -
-1 9 4 7 2 - 2 2 -
-1 9 4 8 3 - 3 3 -
-1 9 4 9 6 - 6 4 2
-1 9 5 0 4 - 4 3 1
-1 9 5 -1 50 - 50 42 8
-1 9 5 2 2 2 0 - 2 2 0 1 8 4 36
-1 9 5 3 53 - 53 46 6 1
1 9 5 4 - - -
-1 9 5 5 2 - 2 2 -
-1 9 5 6 2 - 2 2 -
-1 9 5 7 13 - 13 13 -
-1 9 5 8 1 5 - 1 5 10 5
-1 9 5 9 1 0 - 1 0 7 3
-1 9 6 0 1 - 1 - 1
-1 9 6 -1 1 - 1 1 -
-1 9 6 2 1 - 1 1 -
-1 9 6 3 - - -
-1 9 6 4 6 - 6 5 1
-1 9 6 5 19 - 1 9 18 1
-1 9 6 6 2 4 - 2 4 22 2
-1 9 6 7 2 - 2 2 -
-1 9 6 8 - - -
-1 9 6 9 3 - 3 3 -
-1 9 7 0 - - -
-1 9 7 -1 12 - 12 9 3
-1 9 7 2 1 4 - 1 4 8 6
-1 9 7 3 42 - 42 37 * 3 2
1 9 7 4 12 - 12 11 1
-Su r t o
CO 0 0
Ql fA O R O V
OISTRIBUIÇAO, POR GRUPO ÉTÀRtO E POfl ANO. OOS CASO S DE FEBRE AMARELA O CO BRIOOS NO BRA SU - A N O S-1W1/1S7S
Gr u p o
4'tU t lC O 1 0 3 ! 1 1 9 3 2 | 19 3 3 | 1 9 3 4 | 1 9 3 5 | 1 9 3 6 1 1 9 3 7 | 1 9 3 8 | 1 9 3 9 11 9 4o | 1 9 4 1 1 1 9 4 2 | l Ô 4 3 | l 9 4 4 | 1 9 4 5 [ 1 9 4 6 | l 9 4 7 | l 9 4 8 j l 9 4 9 | l 9 5 o | 1 9 5 1 11 9 5 2 | l 9 5 3 | l 9 5 4 | 1 9 5 5 ) 1 9 5 « | l 9 5 7 | l 9 5 8 | l 9 5 e | l 9 6 0 l 1 9 6 1 | l 9 6 2 | l 9 6 3 l l 9 6 4 | l 9 6 5 | 1 9 6 6 11 , 96711 9 6 8 | t M 9 | l 9 7 o | 1 9 7 1 | l 9 7 3 l l » 7 3 | l 9 7 4 |
Su r t o
1 8 7 2 / 1 9 7 4
91-100
>l<- 1 00
8 1 0 1 4 6 4 4 6
1 1 7 1 9 2 1 2 5 1 5 2 3
2 2 4 32 3 3 5 2 4 4 5 8
2 2 6 3 0 21 6 1 3 4 41
6 1 6 9 4 9 2 0 30
5 7 8 2 7 11 1 4
8 3 1 6 4 6
1 2 2 9 1 0
1 6 5 3 1 8
1 3 5 5 12
4 31 5
1 3 6 44 1 1 3 2 0
T o t a l 1 2 5 71 1 8 14 1 3 0 1 7 2 2 1 7 3 6 2 1 3 2 1 8 0 1 8 1 0 6 1 5 1 1 2 1 2 3 6 4 5 0 2 2 0 5 3 0 2 2 1 3 1 5 1 0 1 1 . 1 0 6 1 8 24 2 0 3 0 1 2 1 4 42 1
R
e
v.
So
c.
B
ra
s.
M
e
d
.
T
ro
p
.
V
o
l.
X
—
N
9
Jan. —Fev. , 1 9 7 6 Rev. Soc. Bras. Med. T r op. 39
A n O
G R ÁF I C O 1
ESTUDO COMPARATI VO D A DI STRI BUI ÇÃO DE CASOS FATAI S DE FEBRE AM ARELA
ANOS 1931 - 1974 '
Q U A D R O VI
I NCI DÊNCI A AN UAL DE CASOS MORTAI S DE FEBRE AM ARELA NOS ESTADOS DO BRASI L
ANOS 1931/ 1974
RO AC AM PA MA P I CE RN P B P E AL RR BA E S R J SP P R SC RS MG MT GO TOTAL
1 9 3 1 2 2 8 4 5 1 5 5 1 2 2 7 1 2 5
1 9 3 2 1 3 2 2 7 2 1 4 4 7 1
1 9 3 3 1 1 0 1 8 2 3
1 4 4 9 1 3 0 1 7 2 2 1 7 2 6 2 1 3 2 1 8 0 1 9 10 6 9 1 5 8 4 1 1 2 1 2 3 6
2 4
29 50
12 220
53
1 9 5 4 0
1 9 5 5 2 2
1 9 5 6 1 1 * 2
1 9 5 7 1 2 1 7 2 i:\
1 9 5 8 2 3 1 0 15
1 9 5 9 1 4 1 4 1 0
1 9 6 0 1 1
1 9 6 1 1 1
1 9 6 2 1 1
1 9 6 3 0
1 9 6 4 4 2 6
1 9 6 5 1 5 11 2 19
1 9 6 6 2 6 1 0 6 24
1 9 6 7 1 1 * 2
1 9 3 4 1 2 6 1 2
1 9 3 5 2 1 1 1 5 5 0 1 2
1 9 3 6 4 1 1 8 6 3 7 3 3 10
1 9 3 7 3 1 11 1 9 0 2 2 6 4 4 3
1 9 3 8 2 1 5 7 9 2 7 1 6 6
1 9 3 9 1 3 1 1 0 9 3 1 5
1 9 4 0 1 1 1 6 6 6 2 2
1 9 4 1 1 4 3 8 3
1 9 4 2 7 2 1
1 9 4 3 2 2 ?
1 9 4 4 1 2 3
1 9 4 5 1 1 2 6
1 9 4 6 1
1 9 4 7 1 1
1 9 4 8 2 1
1 9 4 9 2 1 3
1 9 5 0 1 1
1 9 5 1 4 1 1 6
1 9 5 2 1 1 0 5 28 6 7 7
1 9 5 3 1 2 8 2 3 1
1 9 6 8 1 9 6 9 1 9 7 0
1 9 7 1 4 2 5 1 1 2
1 9 7 2 1 2 8 3 1 4
1 9 7 3 1 1 1 9 7 4
3 3 4 2
4 0 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. V o l. X - N ?1
No que se ref ere aos est ud os realiza d os no Haut e-Vol t a, dur ant e o sur t o de I969, vem os um a p r op or ção el evada de casos m or t ais ent r e cr ianças de 0 a 15 anos (75, 8%).
Ist o seria devido, segundo os aut or es, ao f at o de que a vaci nação da p op ul ação só se f azia a part ir d os 10 anos de idade26.
Final m ent e, quer em os sal ient ar q ue es t ud os r eal i zados post er i or m ent e nas epi dem ias d as. r egi ões af r i canas d ão um a ênf ase t oda es pecial aos f at or es ecol ógicos daquel as regiões e são f eit as pesquisas m i nuciosas t ant o no set or ent om ol ógi co c om o n o que se ref ere aos reser vat ór i os sel vagens1 1 2.17,1 9,2 0,2 1,2 5, 2 8, 30/ 33
Ap ó s t odas essas consi der ações cabe per gunt ar : Que acont ecer ia ao vi r us nos p e r ío d os int er -epi dêm i cos? Cont i nuar i a c om o zoo- nose nos ani m ai s sil vest res ou per m anecer ia no inset o c om o um a inf ecção m oder ada e inapa- r ent e?
For am r eal izadas m uit as pesquisas, t ant o no cam po co m o nos l abor at ór i os, por ém nada de concr et o f oi apur ado. Para cer t os au t or es seria nos ver t ebr ados hospedeir os que o vir us sobr eviver i a n os p e r íod os int er -epi dêm i cos. Os m osq u i t os se inf est ar iam nesses hosp e dei r os l evando a pr opagação da doença a o u t ras regiões, seguind o sem pr e as cond iç ões eco l ógicas que f avor ecer iam o seu desenvol vim ent o. Para out r os, os m osq u i t os e x p ost os a t em pe r at uras ext r em as p r ol ongad as dar i am l ugar a f or m as at enuadas d o vi r us; nest e caso, o vi r us t eria que apresent ar p e r íod os cícl i c os para p o der sobreviver . Fi nal m ent e exi st em t am bém os que or ient ar am os est ud os n o sent id o de p r o cur ar ou t r os p ossívei s hospedeir os, que ser vi riam c om o r eser vat ór ios d o vir us, al ém d os
j á con h e ci d os pr i m at as e d os m o sq u i t o s7 . A nosso ver, est a per iodicid ade cícl ica, absol ut am ent e regular , poder i a ser r el acionada às car act er íst i cas do p r óp r i o vir us, o qual p o der ia apresent ar um a m ai or vi r ul ência em pe r ío d o s de 7 anos. Tam b ém poder ia ser devida a um a d im i n u i ção da i m uni dade cont r a a f e bre am ar el a1' ®.
Co n c l u ím o s que, em bor a er r adicada a f ebr e am ar el a ur b ana n o Br asil e apesar d o e x t enso pr ogr am a de vaci nação e vigil ânci a ef e t uada pel a SU CA M , devem os ded icar um a es pecial at enção a est es p er íod os de 7 em 7 anos. Por t ant o est e est udo r i gor oso de espéci m es de f ígad o d os casos suspeit os, r ecebid os d os p os t os de viscer ot om ia, é um a f ont e m u i t o val i o sa que não p od em os desprezar , p ois nos f or n e cem d ad os suf icient es para p od er er r adicar qual q uer n o vo sur t o e p i zoót i co de f ebr e am ar e
la.
Fi nal m ent e a concl usão, que deverá ser levada em consider ação pel as aut or i dad es sanit árias, é a possib il i dade de sur gi r em novos casos no p e r íod o 1 9 7 9 —1 980 nas r egiões onde ocor r er am os sur t os ep i zoót i cos ant er iores, um a vez que a im uni dade da p op ul ação à f ebre am a rela est ará bem bai xa e o ci cl o acont ecer á i n variavel ment e.
A G R A D E C I M E N T O S
Agr ad ecem os ao Do u t o r Vic ent e Musa e ao Do u t o r Pedr o Sau st o Freire, da SU CA M , a f aci l idade no envio d o m at er ial est udado. A o Se n h or Ed gar d Mir and a Li n o e às Senhor as Regi na Car dem an e Mar l i Al ves da Sil va, a co l abor ação prest ada na r eal ização dest e t r abal ho.
S U M M A R Y
I t is p r e se nt e d a n e p i d e m i o l o gi ca l su m m a r y o f e p i z o o t i c y e l l o w f eve r o ut b r e a k h a p p e n e d i n 1 9 73 . It s i nci d e nce , t he d i st r i b ut i on a cco r d i n g t o a ges, t o se x a n d ge ogr a p hi ca l d i st r i b ui on a r e p o i n t e d out .
T he r e sult s o f t he r e v i si on o f y e l l o w f eve r ca ses, w h i ch ha v e b e e n st udi e d, coll e ct e d a n d a r chi v e d i n v i sce r ot om y Se r vi ce col l e ct i o n o f H i st o p a t h o l o gy o f
Y e ll ow se ct i o n o f Ò sw a l d o Cr u z Inst i t ut e , si nce 1 9 3 1 a r e p r e se nt e d.
T he a r t i cle is i l ust r a t e d w i t h t a bles a n d gr a p hi cs w h i ch r e gi st r a t e t he da t a i nd i ca t e d a bove.
T he a ut hor s e m p ha si z e t he f o l l o w i n g i t e m s:
1) Ur b a n a n d j un gl e y e l l o w f e ve r p r e se nt e p i d e m i o l o gi ca l a sp e ct s co m -p le t e ly di f f e r e nt ;
P) Jun gl e y e l l o w f e ve r i n ci d e n ce o ccu r s m a i n l y i n ma t e a cco r d i n g t o st a t i sca lly si gni f i ca nt da t a ;
3 ) T he m o st hi t t e d a ge b a n d i n t he j un gl e f o r m is b e t w e e n 2 0 a n d 3 0 vears.
4 ) T he j un gl e y e l l o w f e ve r co n t i n u e s i n e n z o o t i c a r ea s a l o ng w a t e r cour se s; 5 ) It se e m s t o e x i st a r e la t i on b e t w e e n cli m a t i c co n d i t i o n s a n d y e l l o w f eve r i nci de nce .
6 ) T he y e l l o w f eve r cy cl e is a b o u t 7 years.
Jan. —Fev. , 1 9 7 6 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. 41
R E F E R Ê N CI A S B I B L I O G R Á F I C A S
1.
2
.
3.
4.
5.
A N D ER SO N , C. R. & G A ST , G A L V I S A. — Im m u n i t y t o yel l ow f ever f ive year s af t er vaccinat ion. Am . J. Hyg. , 45: 302- 304, 1947.
A N D R A L , L. ; BRES, P.; SER I É, C.; C A SA L S, J. & P A N T H I ER, R. Et ud es sur Ia f ievr e j aune en Et hi op ie. 3. Et ud e ser ol ogiq ue de Ia f aune syl vat ique. Bul i . Or g. m ond . Sant é, 38: 855- 861, 1968.
B A R R O S, B A R R E T O J. DE B. Not as ep i d em i ol ógicas sobr e a f ebr e amarel la, n o Ri o de Janeir o, em 1928. Ar c h i v o sd e Hy g iene, 3: 93-193, 1929.
B R A SI L . M I N I ST É R I O D A SA Ú D E. D E P A R T A M EN T O N A C I O N A L D E EN D E- M I A S RU RA I S. En d em i as Rur ais. Mé t o d os de Tr ab al h o adot ad os pel o DN ERu . Ri o de Janeir o, 1968.
C A R EY , D. E. ; KEM P, G. E. ; T ROU P, J. M. ; W H IT E, H. A. ; SM I T H , E. A. ; A D D Y , R. F. ; FO M, A. L. M. D. ; PIFER, J. ; J O N ES, E. M. ; B RES, P. & SH O PE, R. E. Ep i d em i ol ogi cal aspect s o f t he 196 9 yel l ow f ever epi dem i c in Nigér ia. Bul i . Or g. m ond . Sant é, 46: 645- 651, 1 972.
CO O PER, D. B. Br azi Ts l ong f i gh t against epi d em i c disease, 1849- 1917, w i t h special em p hasis o n y e l l ow f ever. Bul i . N. Y. Acad . Med. , 51: 672- 696, 1975.
D I C K , G. W. A. Fur t her st udies o n t he su scep t ib il i t y o f Af r i c an w i l d ani m ai s t o ye l l ow f ever. Tr ans. Ro y a l Soc. Tr op. Hyg. , 4 6 : 4 7 - 5 8 , 1 9 5 2 .
D I CK , G. W. A. ; SM I T H B U RN , K. C. & H A DDO W , A. J. Men go encephal om ye- l it is vi r us; i sol at i on and im m unol ogi cal pr oper t ies. Br i t . J. Exper t . Pat h. , 29: 547- 5 5 8 , 1 9 4 8 .
F RA N C I S, T. I.; M O O RE, D. L. ; ÉD I N G - T ON , G. M. & SM I T H , J. A cl i nic pat ho- l ogical st u d y o f hum an y e l l ow f ever. Bul i. Or g. m ond . Sant é, 46: 659- 667, 1972.
F RA N C O , O. Hi st ór i a da Febr e Am ar el a no Br asil , Mi n i st ér i o da Saúde, Dept . Nac. End em i as Rur ai s. R. J. Br asil , 1969. H A DDO W , A. J. A r eview o f t he resul t a o f y e l l ow f ever pr ot ect ion t est s o n t he sera o f pr im at es f r om Kenya. An n . Tr op. Med . Parasit . , 4 6 : 1 3 5 - 1 4 3 , 1 9 5 2 .
H A DDO W , A. J.; D I CK , G. W. A. ; L U M SD EN , W. R. R. & SM I T H B U RN , K. C. Mo n k e y s in r el at ion t o t he epide- m i o l o gy o f y e l l ow f ever in Uganda. Trans. Ro y a l Soc . Tr op . Med . Hyg. , 45: 189- 224 1951.
13. H A N SO N , H. Ob ser vat i ons o n t he age and sex incidence o f deat hs an reco-6.
7.
8.
10.
1 1
.
12.
veries in t he y e l l ow f ever epidem ic in t he depar t am ent of Lam bayeque, Peru, in 1921. Am er . J. Tr op. Med. , 9: 233- 239, 1929.
14. In t r od u ct i on . Bul i . Wor l d Heal t h Org. , 36: 2-3, 1967.
15. J O N ES, E. M. M. & W IL SO N , D. C. Cl i ni cai f eat ur es o f yel l ow f ever cases at Vo m Ch r i st i an Hosp it al d ur in g t he 1969 epi dem i c o n t he Jos Plat eau, Nigéria. Bul i . Or g. m ond . Sant é, 46: 653- 657, 1972.
16. L EE, V. H. Ecol ogi cal aspect s of t he Jos Pl at eau, Nigér ia. Bul i . Or g. m ond. Sant é, 46: 641- 644, 1972.
17. L EE, V. H. ; M O N A T H , T. P.; T O M O RI , O. ; ÉA G B A M I , A. & W IL SO N , D. C. Ar b o v i r u s st udies in Nu p e k o f orest , a possibl e nat ur al f oc u s of yel l ow f ever vi r us in Nigér ia. Tr ans. Ro y a l Soc. Tr op. Med . Hyg. , 68: 39- 43, 1974.
18. L EE, V. H. & M O O RE, D. L. Ve ct or s of t he 196 9 y e l l ow f ever epi d em i c o n t he Jos Plat eau, Nigér ia. Bul i . Or g. m ond . San- t é, 46: 669- 673, 1972.
19. L U M SD EN , W. H. R. & B U XT O N , A. P. A st u d y o f t he e p i d em i ol ogy of yel l ow f ever in West Nil e dist r ict , Uganda. Tr ans. Ro y a l Soc. Tr op . Med . Hyg. , 45: 53- 78 , 1951.
20. M O N A T H , T. P.; L EE, V. H. ; W IL SO N , D. C. ; F A G B A M I , A. & T O M O RI , O. Ar b o v i r u s st udies in Nu p e k o f or est , a possibl e nat ur al f ocu s of y e l l ow f ever vi r u s in Nigér ia. I De scr i p t i on of t he area and ser ol ogical sur vey o f hum ans and ot her ver t ebr at s host s. Tr ans. Ro y al Soc. Tr op . Med . Hyg. , 68: 30-38, 1974.
21. M O N A T H , T. P. & KEM P, G. E. Im por - t ance of n on h u m an pr im at es in yel l ow f ever e p i d em i ol ogy in Nigér ia. Tr op. Geogr . Med. , 25: 28- 38, 1973.
22. M O N A T H , T. P.; W IL SO N , D. C. & C A SA L S, J. T h e 1 970 yel l ow f ever epi dem ic in Ok w o ga Dist r ict , Benue Plat eau St at e, Nigér ia. 3 Ser ol ogi cal r esponses in per sons w it h and w i t h ou t pre exist ing het er ol ogous Gr o u p B i m m uni t y. Bul i Or g. m ond . Sant é, 4 9 : 235- 244, 1973
4 2 Re v. Soc. Bras. Me d. T r op. V o l . X - N 9 1
24. M O N A T H , T. P.; WIL SO N , D. C. ; ST RO H , G. ; LEE, V. H. & SM IT H , E. A. The 1970 yel l ow f ever epi dem i c in Ok w oga Dist r ict , Benue Pl at eau St at e, Nigér ia. 2 Im m u n i t y sur vey t o det er m ine geogra- phics l i m i t s and or i gi ns o f t he epidem ic. Bul i. Or g. m ond . Sant é, 49: 123- 128, 1 973
25 N ERI, P.; SÉR I É, C. ; A N D R A L . L. & P O I RI ER, A. Et ud es sur Ia f ièvr e j aune en Et h i op i e 4 Recher ches e n t om ol ogi q ues à Ia st at i on de Manér a. Bul i . Or g. m ond. Sant é, 38: 8 6 3 - 8 7 2 , 1968.
26. RICO SSE, J. H. ; L O U B I ERE, R. ; A L -BERT , J. P.; ET T E, M. & RO U X, F. Le diagnost i c an at om o p at h ol ogi q u e de Ia f ièvr e j aune. An n . Anat . pat hol . , 1 7 :21 - 38, 1972.
27. SA W Y ER, W. A. T h e H i st o r y o f Ye l l o w Fever since t he New Or l eans epi dem i c of 1905. Th e Sou t h e r n Medic. J., 25: 291- 296, 1932.
28. SÉR I É, C. ; A N D R A L , L. ; C A SA L S, J.; W I L L I A N S, M. C. ; BRÈS, P. & N ERI , P. Et ud es sur Ia f ièvr e j aune en Et hiopie. 5 Isol am ent de souches vir al es de vec- t eures ar t hr opod es. Bul i . Or g. m ond. San t é, 38: 873- 877, 1968.
29. SÉR I É, C. ; A N D R A L , L. ; L I N D REC , A. 6 N ERI , P. Ep i d em i e de f ièvr e j aune en Et h i op i e ( 1960- 1962) . Bul i . Or g. m ond.
Sant é, 30: 2 9 9 - 3 1 9 , 1964
30. SÉR I E, C. ; A N D R A L , L. ; P O I RI ER, A. ; L I N D REC , A. & N ERI , P. Et ud es sur Ia f ièvre j aune en Et hi op ie. 6 Et u d e epi- dem iol ogiq ue. Bul i . Or g. m ond . Sant é, 38: 879- 884, 1968.
31. SÉR I É, C. ; C A SA L S, J.; P A N T H I ER, R. ; B RES, P. & W I L L I A N S, M. C. Et ud es sur Ia f ièvr e j aune en Et hi op ie. 2 En- quêt e sér ol ogique sur Ia p op u l at i on hu- maine. Bul i . Or g. m ond. Sant é, 3 8 : 8 4 3 - 854, 1968.
32. SÉR I É, C. ; L I N D REC , A. ; P O I RI ER, A. ; A N D R A L , L. & N ERI , P. Et ud es sur Ia f ièvr e j aune en Et hiopie. 1 Int r od uc- t i on Sy m p t om at ol ogi e cl i niq ue amarile. Bul i . Or g. m ond. Sant é, 38: 835- 841, 1968.
33. SM I T H B U RN , K. C. ; H A DDO W , A. J. & L U M SD EN , W. R. R. A n out b r eak of syl van y e l l ow f ever in Uganda w i t h Aed es (St egom yia) af r i canus T h eob al d as Pr i n cipal Ve ct or and Insect host o f t he virus. An n . Tr op . Med . Par asi t , 43: 74- 89, 1949.
34. ST RO D E, G. K. (Ed i t or ). Ye l l o w Fi r st (í; ir st Ed i t i o n ) Mc Gr aw Hi l l Bo o k Com pa- ny, Inc. N. Y. , 1951.