• Nenhum resultado encontrado

Novas combinações, novas ocorrências e notas sobre espécies pouco conhecidas, para as orquídeas do Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Novas combinações, novas ocorrências e notas sobre espécies pouco conhecidas, para as orquídeas do Brasil."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

NOVAS COMBINAÇÕES, NOVAS OCORRÊNCIAS E

NOTAS SOBRE ESPÉCIES POUCO CONHECIDAS,

PARA AS ORQUÍDEAS DO BRASIL

Fábio de Barrosl

Reçebido em 10.02.92. Aceito em 23.03.92

RESUMO -(Novas combinações, novas ocorrências e notas sobre espécies pouco co nhecidas, para as o rq uídeas do Brasil). Duas novas combinações são propostas para orquídeas brasileiras:

Cyrtopodiull1 polyphy//um (Vell. ) Pabst ex F. Barros e Pseudolaelia canaanensis (R uschi ) F. Barros. Maxil/aria perparva Garay & Dunsterv. é c itada pela primeira vez para o Brasil. São apresentadas ilu strações de Maxillaria fi"iedrichsfhalii Rchb. f. e P/at)'sfe/e ovalitiJlia (Focke) Garay & Dunsterv. , d uas espécies co letadas raramente no Brasil.

Palavras-chave: Orchidaceae, C)' rfopodium, Maxillaria, Plasf)'Tele, Pseudolaelia.

ABSTRACT -(New combi nations , new occure nces and notes abo ut species bad known for the orchids of Brazil). Two new combinatio ns are proposed for Brazilian orchids: Cyr,opodiw!l po/yphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros and Pseudo/aelia canaanensis (Ruschi ) F. Barros. Maxilla-ria perparva Garay & Dunsterv. is reported for the first time for Brazil. Illustration of Maxillaria F iedrichsThalii Rchb. f. and Plafysle/e ovalitiJ/ia (Focke) Garay & Dun sterv ., two species sei dom

collected in Brazil , are given.

Key words: Orchidaceae, Cyrtopodium, Maxillaria, Plastytele, Pseudo/aelia.

Introdução

Com o presente trabalho, inicia-se uma sene em que se pretende abordar, conjuntamente, problemas taxonômicos e fitogeográficos relativos às orquídeas brasi-leiras, cujo vo lume não justifique a publicação de trabalhos individuais.

Neste primeiro trabalho de série são propostas duas novas combinações:

Cyrto-podiurn polyphyllurn (Vell.) Pabst ex F. Barros e Pseudolaelia canaanensis (Ruschi)

F. Barros; a primeira corresponde ao nome que deve ser adotado para espécie formalmente conhecida como Cyrtopodiurn paranaense Schltr., a segunda é baseada

em Renata canaanensis Ruschi . Além disso, Maxillaria perparva Caray & Dunsterv.

(2)

12 Barro s

é citada pela primeira vez para o Brasil e são apresentadas ilustrações completas de

Maxillariafriedrichsthalii Rchb . f. e Plastytele ovalifolia (Focke) Garay & Dunsterv.

Resultados e discussão

Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros comb. nov .

Epidendrumpolyphyllum Vell., FI. Flum. Ic. 9 : t.l7 . 1827.

Cyrtopodium paranaense Schltr., Fedde repert. 16:333. 1920 syn. novo

Tradicionalmente Epidendrum polyphyllum Vell . tem sido tratado como sinôni-mo de Cyrtopodium andersonii R. Br. por vários autores (Cogniaux , 1898 ; Hoehne, 1942, 1952; Pabst & Dungs , 1975). A ilustração da espécie apresentada por Vellozo (1827) apesar de não ser perfeita, deixa perceber que as flores possuem labelo com lobos laterais estreitos e encurvados e lobo central destacado dos laterais, além de .sépalas lanceoladas. Essas características não concordam com as da espécie brasileira que vem sendo tratada com o nome de Cyrtopodium andersonii. Essas mesmas características, aliadas à distribuição geográfica e à cor das flores indicada por Vellozo (1881) mostram que se trata de outa espécie, conhecida até o momento, por

Cyrtopodium paranaense Schltr. Esse fato já havia sido percebido por Pabst que,

embora não tenha publicado a nova combinação, deixou-a indicada em algumas etiquetas de herbário.

É importante ressaltar, por outro lado, que a verdadeira Cyrtopodium

anderso-nii é endêmica das Indias Ocidentais (Garay & Sweet 1974) não ocorrendo no Brasil ;

a espécie brasileira comumente tratada por esse nome deveria receber o nome de

çyrtopodiumflavum Link & Otto ex Rchb. f.

(3)

13

(4)

14 Barros

~[

![

13

12

J!

(5)

Maxiliariafriedrichsthalii Rchb. f., Bot. Zeit. 10:858. 1852. M. aciantha Rchb. f. , Bot. Zeit. 10:858. 1852.

M. scorpioidea Krzl., Kungl. Sv. Vetensk. Akad. Handl. 46( 1 0):7l. 1911.

Camaridium scorpoideum (Krzl.) Hoehne, Arq. Bot. Est. S. Paulo 2(4) :72. 1947. Figs. 1-8.

15

Esta espécie que, segundo Ames & Correll (1952), é comum desde o México até o Panamá, foi coletada rara e ocasionalmente no Brasil. É interessante notar que até o momento ela não foi encontrada nas regiões intermediárias entre o Brasil e a América Central. Dentre as congêneres brasileiras distingue-se bem pelo seguinte conjunto de caracterítiscas: rizoma longo, flores emergindo das axilas das bainha do rizoma, flores muito carnosas, labelo simples e estreito, com superfície pegajosa, e polinários com estipe longo e estreito e viscídio estreito .

Material estudado: Brasil : Rondônia: Rio Paraná, barragem da U.H .E . do Ji-Paraná, P. Martuscelli, fi. cult. 2-X-1991 (SP).

Maxillaria perpava Garay & Dunsterv., Venez. Orch.

m.

6:37. 1976.

Basiônimo: Bifrenaria minuta Garay , Bot. Mus. Leafl . Harv. Univ. 15:206. 1958 . (non Maxiliaria minuta Cogn.)

Figs.9-15 .

Esta espécie era conhecida, até o momento, apenas da Venezuela. Sua ocorrên-cia é constatada, agora, no Brasil.

Material estudado : Brasil: Amazonas: Presidente Figueiredo, região da Usina Hidro-elétrica de Balbina, J.B.F. da Silva, fl. cult. 14-XI-1989 (SP).

Plastystele ovalifolia (Focke) Garay & Dunsterv., Venez. Orch.

m.

2:268. 1961.

Basiônimo: Stelis ovalifolia Focke, Tijdschr. Natuur. Wetensch . 2:202 . 1849.

Pleurothallis ovalifolia (Focke) Rchb . f. , Walp. Ann. Bot. Syst. 6 :188.1861.

Pleurothallis rhomboglossa Rchb. f. , Flora 48 :276 . 1865.

Figs. 16-22.

Esta espécie é conhecida, até o momento, das Indias Ocidentais , Trinidad , Venezuela, Guiana, Suriname e, mais recentemente, Brasil. Caracteriza-se, dentre as demais espécies brasileiras do gênero, por seu hábito reptante, ramicaule muito curto, folhas obovais a arrendondadas e inflorescências mais altas que as folhas.

Material estudado: Brasil: Pará: Castanhal, Igarapé Apéu, F. Barros, 28-1-1988 (SP); Mosqueiro, J.M . Pires 12162, 22-V-1971 (IAN, SP); São Felix do Xingu , J.B .F. da Silva, 26-11-1988 (SP).

Pseudolaelia canaanensis (Ruschi) F. Barros comb. novo

Basiônimo: Renata canaanensis Ruschi , Publ. Arq . Publ. Est. Ep. Santo 3:6. 1946.

(6)

16

E E

Barros

(7)

valor bastante di scutível , na diferenciação entre esses dois gêneros, como: cor das flores , números de folhas apicais do pse udobulbo e presença ou ausência de 'Iobos latera is de labe lo. Algumas espécies de Pseudo/aelia descritas mais recentemente, têm se mostrado intermediárias com ReI/ara, em algumas de suas características. As únicas diferenças que persistem são o número maior de folhas no ápice do pseudobul-bo de Renata e a inflorescência, que é um racemo em Pseudolaelia e um a panícula em

Renata; ambas não justificam a manutenção de um gênero . Ressalte- se que a estrutura

floral é basicamente a mesma nos dois gêneros e a estrutura da col una é idêntica. Material estudado: Brasil: Espírito Santo: Santa Tereza, Estação Biológica do Museu Nacional , H . Sick , 7-III-1961 (HB); Santa Tereza, Vale de Canaan , A . Ruschi ,

23-III-1946 (HB); Morros do Vale de Canaan , R.A . Kautsky 426 , 6-IV-l974 (HB); cultivada no Jardim Botânico de São Paulo, A. Ru sc hi , 25-III-1949 (HB,SP). Sem localidade, H.D. Bicalho, 26-III-l969 (SP).

Agradecimentos

A Carmen S .Z . Fidalgo pel a execução das figuras e a Rosana Paiva Peres pela datilografia dos origi nais.

Referências bibliográficas

Ames , O. & Co rrei, O.S. 1952. Orchids of Guatemala. Fieldiana, BoI. 26 ( I): 1-727.

Brieger, F.G. 1977. Oie Orchideen. In : Brieger, F.G. ; Maatsch, R. & Senghas , K. (eds.) 3(9). Berlin: Paul Parey.

Cogni aux, A. 1898. Orchidaceae. In : Martius, C.F.P.; Eichler, A.G. & Urban, I. (eds.) Flora Brasiliensis

3(5): 1-664.

G'lray, L.A. & Sweet, H.R. 1974. Orchidaceae. In : Howard, R.A. (ed.). Flora of Lesser A11Iilles. Arnold Arboretum.

Hoehne, F.C. 1942. Orchidaceae. In : Hoehne, F.C. (ed.) Flora Brasilica 12(6): 1-2 18.

Hoehne, F.C. 1952. As orchidáceas refe ridas e desenhadas para a "Flora Flum. " de Frei José Mariano da Conceição Vellozo e sua atual nomenclatura. A rclz. BoI. S. Paulo 2(6) : 141-146.

Pabs t, G.F.J. & Oungs, F. 1975. Orelúdaceae Brasilienses I. Hildeshe im : Kurt Schmersow. Pabs t, G.F.J. & Oungs, F. 1977. Orchidciceae Brasilienses 11. Hildesheim : Kurt Schmersow.

Ru schi , A. 1946. Orquidáceas novas do Estado do Espírito Santo. Publ. Arq. Publ. ESI. Esp. Sal/lo 3: I-56. Ru sc hi , A. 1986. Orquídeas de ESlado do Espírilo SanTO. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura. Vellozo, J.M .C. 1827. Flora F/wninel/sis Icones 9. Paris: Senefelder.

Referências

Documentos relacionados

A atividade “Decomposição” propõe que separemos imagens que representem atividades cotidianas. Com este material em mãos, os alunos irão colar em suas folhas e detalhar, através

Realizar um inventário florestal da comunidade arbórea do Parque Natural Municipal da Lajinha, Juiz de Fora MG, a fim de detalhar e esclarecer alguns parâmetros ecológicos,

[r]

CONSENTIMENTO FORMAL DO RESPONSÁVEL PELO VOLUNTÁRIO QUE PARTICIPARÁ DA PESQUISA: “CORRELAÇÃO ENTRE A INTENSIDADE DA SUDORESE COMPENSATÓRIA COM A QUALIDADE DE VIDA E

DISCUSSÃO - A presente espicie pertence a um grupo no qual as placas dorsais dos bra ços sao subdivididas em placas menores, os escudos radiais são cobertos

Para as espécies aqui estudadas e também analisadas por esse autor, os grãos de pólen foram caracterizados como 6-colporados ( P. pohlii ), com os colpos livres, tendendo

tuberosa os lados da cabeça não têm faixa de pubescência branca; a metade posterior do pronoto é revestida por pubescência amarelada igual à da meta- de anterior; os tubérculos

Além de “sujeitos ecológicos” também as percebo como professoras reflexivas, pois conforme Giesta (2001, p. 20), uma prática reflexiva implica “num esforço comum para