• Nenhum resultado encontrado

Aplicação de calcário e seus efeitos no sistema radicular, estado nutricional, produção e qualidade tecnológica de frutos de mangueiras

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Aplicação de calcário e seus efeitos no sistema radicular, estado nutricional, produção e qualidade tecnológica de frutos de mangueiras"

Copied!
81
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA

CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E SEUS EFEITOS NO SISTEMA RADICULAR, ESTADO NUTRICIONAL, PRODUÇÃO E QUALIDADE TECNOLÓGICA DE

FRUTOS DE MANGUEIRAS

ELIOZÉAS VICENTE DE ALMEIDA

Engenheiro Agrônomo

Ilha Solteira

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA

CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E SEUS EFEITOS NO SISTEMA RADICULAR, ESTADO NUTRICIONAL, PRODUÇÃO E QUALIDADE TECNOLÓGICA DE

FRUTOS DE MANGUEIRAS.

ELIOZÉAS VICENTE DE ALMEIDA

Orientado

Prof. Dr. FRANCISCO MAXIMINO FERNANDES

Orientador

Profª. Drª. APARECIDA CONCEIÇÃO BOLIANI

Co-orientadora

Tese apresentada à Faculdade de Engenharia do Campus de Ilha Solteira – UNESP como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Agronomia. Especialidade: Sistemas de Produção.

Ilha Solteira

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação/Serviço Técnico

de Biblioteca e Documentação da UNESP-Ilha Solteira

Almeida, Eliozéas Vicente de.

A447a Aplicação de calcário e seus efeitos no sistema radicular, estado nutricional,

produção e qualidade tecnológica de frutos de mangueiras / Eliozéas Vicente de Almeida. Ilha Solteira: [s.n.], 2008

80 p. : il. (algumas color.)

Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2008

Orientador: Francisco Maximino Fernandes Co-orientador: Aparecida Conceição Boliani Bibliografia: Inclui bibliografia

1. Calagem dos solos. 2. Cerrados. 3. Mangueira. 4. Manga (Fruta).

(4)
(5)

Aos meus amados pais Pedro Balbino de Almeida e Adélia Vicente de Almeida, os quais sempre fortaleceram e apoiaram nos meus estudos, desde o início das primeiras letras.

OFEREÇO

(6)

AGRADECIMENTOS

À Empresa Baiana de desenvolvimento Agrícola S.A – EBDA,pela oportunidade em realizar esses estudos.

À Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Ilha Solteira, onde esses estudos foram realizados.

Ao amigo e orientador Prof. Dr. Francisco Maximino Fernandes À Co-orientadora Pofª Drª Aparecida Conceição Boliani

Aos professores Dr. Luiz de Souza Corrêa, Dr. Salatiér Buzetti, Dr. Walter Veriano Valério Filho, Drª Jacira dos Santos Isepon, Dr. Edson Lazarini, Dr.Evaristo Bianchinni Sobrinho, Dr. Morel de Passos e Carvalho, Drª Marlene Cristina Alves.

Aos membros da Banca Prof. Dr. Renato de Mello Prado e Dr. José Antonio Alberto da Silva Aos funcionários da Fazenda de ensino e Pesquisa (Cerrado)

Aos funcionários da Seção de Pós-graduação e da Biblioteca

Aos Funcionários José Antonio Agostini, Valdivino, Valdecir, Carlos e João (Laboratório de solos)

(7)

SUMÁRIO

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO......10

2. REVISÃO DE LITERATURA...12

2.1.Importância da fruticultura ...12

2.2.A cultura da manga... 12

2.3.Importância da calagem na correção da acidez e fornecimento de nutrientes...14

2.4. Estado nutricional, distúrbios fisiológicos e qualidade de frutos...15

2.4.Distribuição do sistema radicular ...18

2.5.Referências ...19

CAPÍTULO II - EFEITO DA CALAGEM NO SOLO, NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS FRUTOS DAS MANGUEIRAS ‘HADEN’ E ‘KEITT’. 3.1. Objetivos ...24

3.2. Material e métodos ...24

3.3. Resultados e discussão ...28

3.4. Conclusões ...44

3.5 Referências ... 45

CAPÍTULO III – EFEITO DA CALAGEM NO ESTADO NUTRICIONAL DE MANGUEIRAS ‘HADEN’ E ‘KEIT’ EM SOLO ARGILOSO DA REGIÃO DO CERRADO. 4.1. Objetivos ...49

4.2. Material e métodos ...49

(8)

4.4. Conclusões ...66

4.5. Referências ...66

CAPÍTULO IV –AVALIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DA MANGUEIRA ‘HADEN’, ENXERTADA SOBRE O PORTA-ENXERTO COQUINHO, EM SOLO ARGILOSO DA REGIÃO DO CERRADO COM E SEM CALCÁRIO. 5.1. Objetivos ...68

5.2. Material e métodos ...68

5.3. Resultados e discussão ...71

5.4. Conclusões ...77

5.5. Referências ...77

(9)

APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E SEUS EFEITOS NO SISTEMA RADICULAR, ESTADO NUTRICIONAL, PRODUÇÃO E QUALIDADE TECNOLÓGICA DE FRUTOS DE MANGUEIRAS.

RESUMO - O presente trabalho teve por objetivo avaliar a aplicação de doses de calcário, em solo argiloso da região do cerrado, e seus resultados na produção, qualidade dos frutos e no estado nutricional das variedades de manga Haden e Keitt, enxertadas sobre o porta-enxerto coquinho, bem como avaliar o sistema radicular da mangueira ‘Haden’ em plantas com e sem calcário. O estudo foi realizado de março/2005 a fevereiro de 2008, em um Latossolo Vermelho distrófico, em um pomar implantado em 1992, espaçamento de 10 x 10 m, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Engenharia/UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no Município de Selvíria-MS. O delineamento experimental utlilizado foi em blocos casualizados, com 5 tratamentos, 4 repetições na ‘Haden’ e 3 na ‘keitt’, com 5 e 4 plantas por parcela, respectivamente, nas duas variedades. Os tratamentos foram compostos de doses crescentes de calcário, tomando-se como referência a dose calculada (3,1 t ha-1), como segue: T

1 = testemunha, sem aplicação de calcário; T2 = metade da

dose; T3 = a dose total; T4 = 1,5 vezes a dose e T5 = 2 vezes a dose calculada, correspondendo

respectivamente a zero; 1,55; 3,10; 4,65 e 6,20 t ha-1. Foram avaliadas duas colheitas

consecutivas de cada variedade (2006 e 2007 na mangueira ‘Haden’, 2007 e 2008 na ‘Keit’) e realizadas amostragens de folhas em quatro épocas diferentes. A calagem promoveu melhoria dos atributos químicos do solo (pH, Ca, Mg, SB, CTC, V (%) e H+Al), com efeitos significativos na produtividade, número de frutos planta, acidez titulável, sólidos solúveis e pH de frutos, havendo aumento nos teores foliares de Ca e Mg e diminuição nos teores de K, Fe, Mn e Zn. No sistema radicular promoveu aumento de 15,73% de raízes de absorção nas plantas que receberam calcário em relação à testemunha. As raízes de absorção de maior ocorrência foram aquelas com diâmetros menores do que 2 mm.

(10)

EFFECT OF THE SURFACE LIME APPLICATION IN THE ROOT SYSTEM, NUTRITION STATE, PRODUCTION AND TECHNOLOGY QUALITY OF FRUITS OF MANGOES TREE.

ABSTRACT – The present work aimed to evaluate the surface lime application, in the clay soil of the cerrado region, and to observe the effects in the production, fruits quality and nutrition state of two mangoes variety, Haden and Keitt, grafted on the variety Coquinho, as well to evaluate the distribution of the root system of the mangoes Haden variety in plants that received no calcareous and plants that received calcareous. The study was conducted between March 2005 and February 2008, in a dystrophic Red Latosol (Haplustox), in an orchard implanted in 1992, spacing of 10 x 10 m, at Experimental Station/UNESP/Ilha Solteira, located in Selvíria-MS. The experimental design was randomized block, with 5 treatments, 4 replicates in the ‘Haden’ and 3 in the ‘Keitt’, with 5 and 4 plants by parcel, respectively. The treatments were constituted by increasing doses of liming, taking as reference of the recommended dose (3.1 t of lime ha-1) as follows: T

1 = zero; T2 = half of the recommended

dose; T3 = a time the recommended dose; T4 = 1.5 times the recommended dose e T5 = 2 two

times the recommended dose, corresponding to zero; 1.55; 3.10; 4.65 e 6.20 t ha-1, respectively. Two harvests of each variety (2006 e 2007 in the ‘Haden’, 2007 and 2008 in the ‘Keitt’) were evaluated and the leaves were sampled in four separate periods of time. Lime application promoted an improvement on the chemical properties of the soil (pH, Ca, Mg, SB, CTC, V (%) e H+Al), with significant effects on productivity, number of fruits by plants, soluble solid, acidity and pH of fruits, having increased in the tenors of Ca and Mg and reduced in the tenors of K, Fe, Mn and Zn on the leaves. In the root system, the plants that received lime presented 15.73% of the roots of absorption more than plants no lime. The roots of absorption of bigger occurrence had a smaller diameter by 2mm.

(11)

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

A fruticultura é reconhecidamente uma das principais atividades sócio-econômicas da agricultura brasileira, destacando-se o Brasil mundialmente na produção de frutas, ocupando o terceiro lugar, após a China e a Índia, produzindo em torno de 39 milhões de toneladas no ano de 2005 (FOOD AGRICULTURAL ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS-FAO, 2008). Constitui-se, ao mesmo tempo, em atividade econômica social e alimentar (SIMÃO, 1998); sendo comercializado anualmente elevado volume de frutos, apresentando grande demanda de mão-de-obra, gerando empregos e renda e fixando o homem ao campo, visto que necessita de trabalho intensivo ao longo do ano, dos tratos culturais à colheita. Por outro lado, sendo fonte de alimentos, as frutas são fornecedoras de elementos energéticos, catalíticos, vitaminas, sais minerais, entre outros, além de água e celulose.

A mangueira é uma frutífera que tem se destacado no setor agrícola brasileiro, sendo o país o 8º produtor mundial e 3º exportador dessa fruta (NEHMI et al., 2006). Seu cultivo se estende por todo território nacional, com produção em torno de um milhão de toneladas de frutos e ocupando área estimada de 68 mil ha no ano de 2005 (HARADA et al., 2008). Desse modo, a manga constitui em uma das principais frutas frescas exportadas pelo Brasil (SECRETARIA DE AGRICULTURA DO ESPIRITO SANTO-SEAG-ES, 2005), com destaque para os estados da Bahia e Pernambuco, os quais respondem por aproximadamente 92% das vendas externas de frutos destinados aos mercados europeu e americano (FRUTICULTURA, 2008).

(12)

atributos químicos do solo e na nutrição beneficiando o desenvolvimento da planta, tendo maior crescimento das raízes e com reflexos na produção e na qualidade de frutos.

A demanda por frutas tem crescido no Brasil e mundialmente, tanto por sua associação à saúde e à beleza quanto pelas propriedades nutricionais. Desse modo, uma das maneiras de atender a essa crescente demanda é aumentando a produção. Nessas circunstâncias, os solos do cerrado apresentam condições adequadas para o cultivo de fruteiras, desde que manejados adequadamente, com especial atenção à correção de acidez e nutrição, a fim de obtenção de alta produtividade e frutos de boa qualidade.

As informações sobre os efeitos da calagem no estado nutricional da mangueira são escassas na literatura, embora seja conhecida a importância da análise foliar em frutíferas, pois Marschner (1995) indica que para esse grupo de plantas essa é uma ferramenta mais importante do que a análise de solos. Por outro lado, a raiz é a parte da planta menos conhecida e pesquisada, entretanto, o conhecimento sobre a quantidade, qualidade e distribuição das raízes torna-se útil na produção agrícola para fornecer informações sobre localização de adubos, espaçamento, culturas intercalares, manejo do solo e irrigação, principalmente em frutíferas perenes, haja visto essas explorarem por longos períodos o mesmo volume de solo. Em suma, o conhecimento de todos esses fatores pode traduzir-se em ganho de produtividade e proporcionar a prática da agricultura de maneira racional.

A pesar da importância da calagem e embora existam indicações de aplicação de calcário para elevar a saturação por bases a 80% (QUAGGIO et al., 1997) não foram encontrados trabalhos de pesquisa que indicam a resposta da mangueira à aplicação de calcário, especialmente em pomares em produção instalados nos solos da região do cerrado.

(13)

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Importância da fruticultura

A fruticultura ocupa lugar de destaque no setor agrícola brasileiro. É uma das atividades agrícolas que representam papel importante na distribuição da renda nacional, geração de emprego e melhoria na qualidade de vida dos produtores, visto que geralmente apresenta rentabilidade elevada, podendo ser praticada tanto em pequenas como em grandes propriedades.

A fruticultura está presente em todas as regiões do País, com pólos de produção consolidados em vários estados. A cada ano, o segmento firma-se como um dos principais geradores de renda, de empregos e de desenvolvimento no meio rural. A produção anual brasileira está em torno de 39 milhões de toneladas de frutas, o que corresponde a US$ 11 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB). No Vale do São Francisco, os plantios se desenvolvem em uma série de projetos de irrigação, que registram desde os pequenos produtores a empreendimentos de grande porte, totalizando milhares de hectares na Bahia e em Pernambuco, contribuindo com a exportação brasileira de frutas e respondendo por 92% das vendas externas de manga, destinada aos mercados europeu e americano (FRUTICULTURA, 2008).

No ano de 2006 os estados da Bahia e Ceará exportaram US$ 109,1 e US$ 49,4 milhões em frutas, respondendo por 21% e 10%, respectivamente, das vendas externas brasileiras desse produto. No entanto, é no Sudeste que a atividade tem seu maior e melhor desempenho, com São Paulo na liderança do “ranking”. A região é responsável por 55% da produção de frutas do Brasil, com destaque para o setor de sucos, especialmente os cítricos. Em 2005, as exportações do agronegócio paulista associado aos pomares geraram US$ 1,2 bilhão (EDITORA GAZETA, 2008).

2.2. A cultura da manga

(14)

São Paulo e Pernambuco, que são os maiores produtores, com áreas e produções respectivas de 20,2; 15,4; 8,4 mil ha e 396,6; 204,6 e 152,7 mil toneladas, cujos valores correspondem em torno de 65% da área colhida e 75% da produção brasileira (HARADA et al., 2008).

A mangueira é uma dicotiledônea pertencente à família Anacardiaceae, gênero

Mangifera, espécie Mangifera indica L., originária da Ásia Meridional e do Arquipélago

Indiano, onde é cultivada há mais de 4.000 anos. Sua introdução no Brasil deveu-se aos portugueses, que no século XVI transportaram da África as primeiras plantas dessa espécie e implantaram na cidade do Rio de Janeiro, difundindo-se a partir daí por todo o país (SIMÃO, 1998). Atualmente é cultivado um grande número de variedades, no entanto, a ‘Tommy Atkins’ é mais produzida com maior participação no volume comercializado, tanto no Brasil quanto no mundo, devido principalmente a sua coloração intensa, produções elevadas e resistência ao transporte a longas distâncias (EMBRAPA, 2008a), enquanto a ‘Haden’ ocupa o 2º lugar na produção interna (HARADA et al., 2008).

De acordo com Pinto, Costa e Santos (2002) a variedade Haden é originária de Coconut Grove, Flórida, USA, como uma progênie selecionada em 1910, da variedade indiana Mulgoa ou Mulgoba, pelo Capitão John Haden. Especulou-se que o pólen é de uma variedade com terebentina, largamente cultivada nessa época na Flórida. Foi introduzida no Brasil em 1931, embora somente por volta de 1960 passasse a ser amplamente comercializada. A árvore é grande e de copa expandida e bastante densa. O fruto fresco tem massa variando de 350 a 680 g, ovalado, vermelho com laivos amarelos e lenticelas grandes, de polpa com sabor suave, com pouca terebentina e fibra (Figura 1 a). Semente monoembriônica. Relação polpa/fruto em torno de 0,66. Produção precoce (de novembro a início de dezembro), suscetível à antracnose, ao oídio, com malformação floral e com elevada alternância de produção. Como outras variedades selecionadas na Flórida, a ‘Haden’ apresenta o problema do colapso interno do fruto.

(15)

a b

FIGURA 1. Mangueira ‘Haden’ (a) e ‘Keitt’ (b) em produção. Selvíria-MS, 2006.

2.3. Importância da calagem na correção da acidez e fornecimento de nutrientes.

Os solos brasileiros, principalmente os da região dos cerrados, são ácidos e de baixa fertilidade, o que pode ser atribuído, em grande parte, à pobreza de bases trocáveis e ao excesso de alumínio e manganês (MALAVOLTA, 1985). De acordo com Melo (1985) a baixa fertilidade desses solos é devido ao material de origem ou a processos que favoreceram as perdas de nutrientes como potássio, cálcio e magnésio.

É sabido que o processo de acidificação do solo pode iniciar-se ou acentuar-se devido à remoção de cátions trocáveis da superfície dos colóides. No caso das frutíferas a aplicação de fertilizantes, principalmente os nitrogenados, por repetidos períodos e restritos à projeção da copa tem contribuído para agravar esse problema da acidez. Segundo Raij (1991) a acidez dos solos é reconhecidamente um dos principais fatores da baixa produtividade das culturas.

Segundo Vitti et al. (1996) a prática da calagem é fundamental em solos tropicais para aumento na produtividade, devido seus efeitos na correção do solo, com reflexos na maior eficiência das raízes em absorção de água e nutrientes, devido à diminuição nas perdas de bases por lixiviação, diminuição na fixação do fósforo, precipitação do alumínio, manganês e ferro além de fornecer cálcio e magnésio.

(16)

observando alterações na saturação por bases e o pH, bem como nas demais propriedades químicas do solo, nas camadas de 0-10; 10-20; e 20-40 cm, durante a condução do ensaio (30 meses).

Em trabalho realizado com aplicação de calcário incorporado (camada de 0- 0,30 m de profundidade) na implantação da goiabeira, Prado (2003) observou que a calagem promoveu melhoria dos atributos químicos do solo (pH, Ca, Mg, SB, V, e H+Al) até 60 cm de profundidade, tanto na linha quanto na entrelinha da cultura e na nutrição da planta (Ca e Mg). A maior produção de frutos esteve associada à saturação por bases no solo de 55% na linha e 62% na entrelinha.

Corrêa (2004) conduziu trabalhos de calagem superficial, em pomar adulto de goiabeira, observando que ocorreu elevação do pH, do Ca e Mg trocáveis, da soma de bases e da saturação por bases, bem como a redução da acidez potencial nas camadas de 0-10 e 10-20 cm do solo, alcançando ainda altas produções.

Vários autores têm evidenciado o efeito benéfico da calagem, especialmente em solos de reação ácida, sendo essa prática fundamental para obtenção de produtividades elevadas, tanto em fruteiras quanto em culturas de grãos. Contudo, observa-se poucas informações referentes à correção da acidez do solo para a cultura da manga, tornando-se importante a realização de mais pesquisas nessa área, apesar da recomendação técnica, para o estado de São Paulo, de acordo com Quaggio et al. (1997) indicar elevação da saturação por bases a 80%.

2.4. Estado nutricional, distúrbios fisiológicos e qualidades de frutos

(17)

prevenindo insucessos devido a deficiências ou excessos de nutrientes (BATAGLIA; DECHEN; SANTOS, 1992, 1996). De acordo com Marschner (1995) a análise foliar em frutíferas é ainda mais importante do que a análise de solo.

A amostragem de folhas da cultura da manga, de acordo com Quaggio et al. (1997), consiste em coletar folhas no florescimento, do meio do último fluxo de vegetação, de ramos com flores na extremidade. Segundo Malavolta, Vitti e Oliveira (1997) são dois os procedimentos para amostragens foliares na cultura da manga: ramos com frutos e ramos sem frutos, cujos teores de nutrientes considerados adequados são, respectivamente, N (10-12 e 12-13), P (0,8-1,2 e 1,2-1,4), K (4-5 e 4-6), Ca (28-34 e 30-33), Mg (5-8 e 5-6), S (1,5-1,8 e 1,6-1,8) g kg-1; B (30), Cu (30), Fe (70), Mn (120) e Zn (90) mg kg-1.

Prado (2003) estudou aplicações de doses de calcário ao solo e observou efeitos significativos nos teores foliares de Ca, Mg, Mn e Zn de goiabeiras, estando a maior produção de frutos associada aos teores de Ca e Mg de 8,8 e 2,5 g kg-1, respectivamente. Esse autor observou ainda efeitos significativos da calagem nos teores foliares de Ca, Mg, Zn, da caramboleira, no segundo ano após o plantio e nos teores de Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn no terceiro ano após a implantação do pomar dessa fruteira.

Silva (2002) estudou os efeitos da aplicação de calcário no solo cultivado com laranjeira Pêra, durante 3 safras, e observou que essa prática alterou de forma direta ou indireta os teores foliares de nutrientes na seguinte seqüência: safra 2000/01: Mn; safra 2001/02: N, K, Ca, Mg, Mn, Zn, B e Cu; safra 2002/03: N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, B e Cu. Silva, Pereira e Albuquerque (1998) avaliaram, a cada 30 dias, o teor de nutrientes foliares em mangueiras irrigadas no Vale do São Francisco e observaram variações para o N, P, K, Ca, Mg, B, Fe, Mn, e Zn.

(18)

indicando cuidados na manutenção desse elemento para o adequado desenvolvimento da cultura.

A mais importante desordem fisiológica em frutos de mangueira é o complexo colapso interno do fruto, que pode aparecer no início da maturação ou mesmo após a colheita e por ocasião da distribuição/comercialização. Os sintomas mais comuns da desordem fisiológica são desintegração da polpa, formação de cavidade abaixo do pedúnculo (cavidade peduncular), amolecimento sob a casca, fendilhamento da semente, manchas necróticas na polpa e verrugas no endocarpo (PRADO, 2004). Esse distúrbio tem sido observado em plantas com desequilíbrio nutricional, notadamente entre os nutrientes nitrogênio e cálcio (SANTOS FILHO; MATOS, 2000).

De acordo com Assis, Silva e Moraes (2004) a importância das relações N/Ca, K/Ca e K/Mg na ocorrência de distúrbios fisiológicos em manga pode ser evidenciada pelo papel fisiológico que estes elementos desempenham e pela velocidade de absorção e translocação dos mesmos no interior dos vegetais. Os autores observaram que baixas concentrações de Ca e Mg e alta relação K/Ca e N/Ca, tanto na polpa quanto na casca, são indicativos da ocorrência de desordem fisiológica na manga ‘Tommy Atkins’.

Pinto et al. (1994) verificaram que a adubação N, P e K associada ao gesso, na cultura da manga ‘Tommy Atkins’, sob condições de cerrado, incrementou a produção de 139 para 245 frutos por planta e, ainda, reduziu a incidência do colapso interno. O melhor tratamento, com 150 g de nitrogênio por planta e 2,9 t ha-1 de gesso, proporcionou o índice de 97% dos

frutos considerados normais. Por outro lado, doses maiores de nitrogênio, 300 e 600 g por planta, reduziram a produção e a porcentagem de frutos normais das plantas.

(19)

2.5. Distribuição do sistema radicular

A raiz é a parte da planta menos conhecida, menos pesquisada e compreendida, principalmente pela razão de não ser vista facilmente (HUGHES et al., 1992). Entretanto, para o manejo adequado de uma cultura, especialmente frutífera perene, torna-se importante o conhecimento de vários fatores agronômicos, entre eles o desenvolvimento e a distribuição do sistema radicular, visto que práticas como adubação, irrigação, densidade de plantio, manejo do solo e outros tratos culturais poderão ser melhor equacionados com o conhecimento do sistema radicular da planta, incrementando, dessa forma, a produtividade. Contudo, observa-se poucos trabalhos nessa área, em nível do cerrado brasileiro, referindo-observa-se à cultura da manga.

O conhecimento da distribuição estática ou dinâmica do sistema radicular de qualquer cultura constitui-se, também, numa relevante ferramenta para elaboração de um projeto, para a adubação, bem como num elemento essencial para qualquer plano de manejo da irrigação (COELHO et al., 2001).

De acordo com Crestana et al. (1994), o sistema radicular das plantas cultivadas vem assumindo importante papel nos estudos das interações que ocorrem entre o solo, as plantas e outros organismos vivos. Destacam-se, com isso, os aspectos físicos, químicos e biológicos inerentes ao meio e ao solo, favoráveis à distribuição de raízes. Segundo Avilan e Menezes (1979), os estudos do sistema radicular da mangueira em condições tropicais, em termos gerais, exceto em solos que apresentam limitações ou impedimentos físico-químicos à penetração das raízes, mostram que a maior concentração de raízes ativas situa-se lateralmente a 1,5 m do tronco, nos solos de textura grossa a média (arenoso e fanco arenoso) e nos de textura fina (franco argiloso) a 2,5 m, alcançando mais de 1,2 metros de profundidade, em plantas com idades de 7, 9 e 17 anos.

(20)

Sob o aspecto da nutrição de plantas, alguns elementos têm relação direta com o desenvolvimento radicular. A toxicidade de alumínio (PAVAN; BINGHAM; PRATT, 1982) e a deficiência de cálcio (RITCHEY; SILVA; COSTA, 1982) têm sido apontadas como os mais consideráveis na restrição do crescimento radicular. Segundo Hiroce (1980) o fósforo é responsável pelo rápido crescimento do sistema radicular. Na deficiência desse nutriente as raízes têm crescimento e desenvolvimento muito limitados, com redução de raízes secundárias e terceárias. Nesse contexto, Prado e Natale (2004) observaram na cultura da goiaba que a calagem aumentou a disponibilidade e absorção de cálcio pela planta, propiciando maior desenvolvimento do sistema radicular. De acordo com Natale et al. (1996) a calagem melhora às condições do ambiente explorado pelo sistema radicular das plantas, além de fornecer cálcio e magnésio.

2.6. REFERÊNCIAS

ADÁMOLI, J.; MACÊDO, J.; AZEVEDO, L. G.; MADEIRA NETTO, J. Caracterização da região dos cerrados. In: GOEDERT, W. J. (Ed.). Solos dos cerrados. São Paulo: EMBRAPA/Nobel, 1987. p.33-74.

ASSIS, J. S.; SILVA, D. J.; MORAES, P. L. D. Equilíbrio nutricional e distúrbios fisiológicos em manga 'Tommy Atkins'. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.26,n.2, p. 326-329, 2004.

AVILAN, L.R.; MENEZES, L. Efecto de las propiedades físicas del suelo sobre la distribución de las raíces del mango (Mangifera indica L.) Turrialba, Costa Rica, v.29, n.2,

p. 117-122, 1979.

BATAGLIA, O. C.; DECHEN, A. R.; SANTOS, W. R. Diagnose visual e análise de plantas. In: DECHEN, A.R.; BOARETTO, A. E.; VERDADE, F. C. (Ed.). Adubação, produtividade e ecologia. Campinas: Fundação Cargill, 1992. p. 369-393.

(21)

domínios morfoclimáticos do Brasil e odesenvolvimento sustentado. Viçosa, MG: SBCS, UFV, DPS, 1996. p.467-660.

CHOUDHURY, E. N.; SOARES, J. M. Comportamento do sistema radicular das fruteiras irrigadas. I. mangueira em solo arenoso sob irrigação por aspersão sobcopa. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 14, n.3, p.169-176, 1992.

COELHO, E. F.; OLIVEIRA, F. C.; ARAÚJO, E. C. E.; VASCONCELOS, L. F. L.; LIMA, D. M. Distribuição do sistema radicular da mangueira sob irrigação localizada em solo arenoso de tabuleiros costeiros. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n.2 p. 250-256, 2001.

CORRÊA, M. C. M. Calagem em pomar de goiabeiras em produção e em colunas de solo. 2004.103 f. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2004.

CRESTANA, S.; GUIMARÃES, M. F.; JORGE, L. A. C.; RALISCH, R.; TOZZI, C. L.; TORRE, A.; VAZ, C. M. P. Avaliação da distribuição de raízes no solo auxiliada por processamento de imagens digitais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 18, n.3, p.365-371, 1994.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Semi-Árido. (s.l.: s.n., 2005?) Disponível em: <http://www.sistemasdeprodução.cnptia.embrapa.br>. Acessado em: 30 maio. 2008a.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Milho e Sorgo. (s.l.: s.n., 2005?) Disponível em:<http://www.cnpms.embrapa.br/servicos/foliar.html>. Acessado em: 01 abr. 2008b.

FOOD AGRICULTURAL ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS – FAO.

Agricultural production. (s.l.: s.n., 2005?). Disponível em: <http://www.fao.org. /faostat>. Acessado em: 20 jan. 2008.

FRUTICULTURA. (s.l.): Gazeta, (2005?).Disponível em:

(22)

HARADA, E. et al. (Coord.). Agrianual 2008: anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FNP, 2007. p.378-386.

HIROCE, R. Nutrição da mangueira. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE A CULTURA DA MANGEUIRA, 1, 1980, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: FUNEP, 1980. p.79-87.

HUGHES, K. A.; HORNE, D. J.; ROSS, C. W.; JULIAN, J. F. A 10-year maize/oats rotation under three tillage systems: 2. plant population, root distribution and forage yields. Soil and Tillage Research, Amsterdam, v.22, n.1, p.145-157, 1992.

MALAVOLTA, E. Reação do solo e crescimento das plantas. In: SEMINÁRIO SOBRE CORRETIVOS AGRÍCOLAS, 1, 1983, Piracicaba. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1985. p.3-64.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Princípios, métodos e técnicas de avaliação do estado nutricional. In:___. Avaliação do estado nutricional de plantas: princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba: POTAFÓS, 1997. p. 161 - 165.

MANICA, I. Colheita-embalagem-armazenamento. In: Manica, I. (Ed.). Manga: tecnologia, produção, agroindústria e exportação. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2001. p.436-444. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. 2.ed. San Diego: Academic Press, 1995. 902p.

MELO, F. A. F. Origem, natureza e componentes da acidez do solo: critérios para calagem. In: SEMINÁRIO SOBRE CORRETIVOS AGRÍCOLAS, 1, 1983, Piracicaba. Anais...

Campinas: Fundação Cargill, 1985. p.67-96.

NATALE, W.; COUTINHO, E. L. M.; BOARETTO, A. E.; PEREIRA, F. M. Goiabeira: calagem e adubação. Jaboticabal: Funep, 1996. 22p.

NEHMI, I. M. D. et al. (Coord.). Agrianual 2006: anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FNP, 2006. p.362-369.

PAVAN, M. A.; BINGHAM, F. T.; PRATT, P. F. Toxicity of aluminium to coffee in Ultisols and Oxisols amended with CaCO3 and CaSO4. Soil Science Society of America Journal,

(23)

PRADO, R. M.; NATALE, W. Calagem na nutrição de cálcio e no desenvolvimento do sistema radicular da goiabeira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.10, p. 1007-1012, 2004.

PINTO, A. C. Q.; COSTA, J. G.; SANTOS, C. A. F. Principais variedades. In: GENÚ, P. J. C.; PINTO, A. C. Q. (Ed.). A cultura da mangueira. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. p.100-101.

PINTO, A. C. Q.; RAMOS, V. H. V.; JUNQUEIRA, N. T. V.; LOBATO, E.; SOUZA, D. M. G. Relação Ca/N nas folhas e seu efeito na produção e qualidade da manga Tommy Atkins sob condições de cerrado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 13., 1994, Salvador. Resumos... Salvador: SBF, 1994. v.2, p.763.

PRADO, R. M. Efeitos da calagem no desenvolvimento, no estado nutricional e na produção de frutos da goiabeira e da caramboleira. 2003. 68f. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2003.

PRADO, R.M. Nutrição e desordens fisiológicas na cultura da manga. In: ROZANE, D.E.; DAREZZO, R.J.; AGUIAR, R.L.; AGUILERA, G.H.A.; ZAMBOLIM, L. (Ed.). Manga:

produção integrada, industrialização e comercialização. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2004. p.199-232.

QUAGGIO, J. A.; RAIJ, B. van; PIZA JUNIOR, C.T. Frutíferas. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. (Ed.). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997. cap.17, p.121-153.

RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. São Paulo: Ceres/Potafós, 1991. 343p.

SANCHEZ, P. A.; SALINAS, J. G. Suelos acidos: Estrategias para su manejo con bajos insumos en America Tropical. Bogotá, La sociedad Colombiana de la Ciencia del Suelo, 1983. 93p.

(24)

SANTOS FILHO, H. P.; MATOS, A. P. Doenças e seus controles. In: MATOS, A. P. (Org.).

Manga: produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. p.52-53. (Frutas do Brasil, 4).

SECRETARIA DE AGRICULTURA DO ESPIRITO SANTO-SEAG-ES. Fruticultura. (s.l.: s.n.), 2005. Disponível em: <http://www.seag.es.gov.br/fruticultura_caracterizacao.htm>. Acessado em: 22 maio 2005.

SILVA, D. J.; QUAGGIO, J. A.; PINTO. P. A. C.; PINTO, A. C. Q.; MAGALHÃES, A. F. J. Nutrição e adubação. In: GENÚ, P. J. C.; PINTO. A. C. Q. (Ed.). A cultura da mangueira. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. p.194-209.

SILVA, D.J.; PEREIRA, J.R.; ALBUQUERQUE, J.A.S. Equilíbrio nutricional em mangueira cultivada sob irrigação no submédio São Francisco. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 23; REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE MICORRIZAS 7; SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 5; REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 2, 1998. Caxambu. Resumos...

Lavras: UFLA, SBCS, SBM, 1998. p.659

SILVA, M. A. C. Aplicação superficial de calcário no solo cultivado com laranja Pêra em produção. 2002. 67f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2002.

SIMÃO, S. Tratado de fruticultura. Piracicaba: FEALQ, 1998, p.39-46.

(25)

CAPÍTULO II – EFEITO DA CALAGEM NO SOLO, NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS FRUTOS DAS MANGUEIRAS ‘HADEN’ E ‘KEITT’.

3.1. OBJETIVOS

O presente trabalho objetivou-se estudar o efeito da calagem na produção e na qualidade dos frutos de duas variedades de manga, Haden e Keitt, em solo argiloso da região do cerrado, em duas safras consecutivas.

3.2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em condições de campo, sequeiro, em um pomar de mangueira das variedades Haden e Keitt, enxertadas sobre porta-enxerto Coquinho, implantado em 1992, no espaçamento de 10 x 10 m, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Engenharia/UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no Município de Selvíria-MS, situada à 20º 14’ – S e 51º 10’ W, com altitude média de 335 m e clima do tipo Aw, conforme a classificação de Köppen, com temperatura média anual de 23,7 ºC e precipitação total anual de 1.300 mm. Os dados de precipitação do período do experimento se encontram no Apêndice 1.

O solo da área do experimento é classificado como Latossolo Vermelho distrófico, textura argilosa (EMBRAPA, 1999), sendo a vegetação natural cerrado. A área do experimento recebeu diversos manejos de solo desde 1978, além de correções da fertilidade (calagem e fosfatagem), ocorrendo a implantação do pomar em maio de 1992. Em março de 2005 retirou-se amostras de solo, para fins de análise de fertilidade inicial, e amostras de folhas para avaliação nutricional, cujos resultados encontram-se nas Tabelas 1, 2 e 3. Em função da acidez e da baixa saturação por bases, observou-se que o solo apresentava teores adequados para um ensaio com calagem.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com 5 tratamentos, 4 repetições, e 5 plantas por parcela (3 úteis), para a variedade Haden,

(26)

finalidade de elevar a saturação por bases a 80%, de acordo com Quaggio et al. (1997), considerando os resultados da análise de solo da camada de 0-0,20 m da entrelinha (Tabela 1). Em 25 de outubro de 2005 realizou-se a calagem, com distribuição manual do calcário, em área total, incorporando-o na camada de 0-5 cm de profundidade com o uso de grade leve, passando a mesma inclusive na testemunha.

TABELA 1. Resultado da análise química básica do solo da área do experimento no município de Selvíria-MS, 2005.

Local pH

CaCl2

M.O. P

(Resina) K Ca Mg (H+Al) Al V

g dm-3 mgdm-3 --- mmol

c dm-3 --- %

Camada de 0-0,20 m

Projeção da copa 4,7 30 7 1,5 23 16 42 3 49

Camada de 0,20-0,40 m

Projeção da copa 4,5 18 2 0,5 9 6 38 6 29

Camada de 0,40-0,60 m

Projeção da copa 4,5 11 1 0,4 7 4 31 5 27

Camada de 0-0,20 m

Entrelinha 4,7 26 9 0,9 16 11 42 4 40

Camada de 0,20-0,40 m

Entrelinha 4,6 16 2 0,4 11 3 34 5 30

Camada de 0,40-0,60 m

Entrelinha 4,7 12 1 0,2 9 4 28 3 32

TABELA 2. Resultado da análise química do solo da área do experimento para micronutrientes. Selvíria-MS, 2005.

Local Cu

DTPA

Fe DTPA

Mn DTPA

Zn DTPA

B Água quente

S-SO4-2

Ca(H2PO4)

... mg dm-3 ...

Camada de 0-0,20 m

Projeção da copa 3,6 42 13,3 0,6 0,13 1

Camada de 0-0,20 m

(27)

TABELA 3. Resultado da análise foliar das duas variedades de mangueira do experimento,

Selvíria-MS, 2005.

Variedade N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

---g kg-1--- --- mg kg-1 ---

Haden 12,60 0,93 7,19 27,00 3,95 1,00 42,40 25,10 154,00 940,00 47,30

Keitt 13,23 2,05 5,87 35,63 7,49 1,30 37,32 15,90 173,00 1073,00 37,10

Os tratamentos foram compostos de doses crescentes de calcário, tomando-se como referência a dose calculada (3,1 t ha-1), para elevar o V (%) a 80, na camada de 0-0,20 m de profundidade, como segue: T1 = testemunha, sem aplicação de calcário; T2 = metade da dose;

T3 = a dose total; T4 = 1,5 vezes a dose e T5 = 2 vezes a dose calculada, correspondendo

respectivamente a zero; 1,55; 3,10; 4,65 e 6,20 t ha-1 . O calcário utilizado foi o dolomítico com as seguintes características: CaO 39%; MgO 13%; RE 89%; PRNT 91%.

Iniciou-se a condução do experimento em abril de 2005, efetuando-se a eliminação de plantas daninhas na área, bem como poda de limpeza, retirando-se galhos mortos, e poda de eliminação da dominância apical (poda em V) de acordo com Kavati (1989). As demais podas de limpeza foram realizadas em março de 2006 e 2007, logo após a colheita. No decorrer do experimento as plantas daninhas continuaram sendo controladas por meio de capinas manual, alternadas com controle químico (Glifosato) nas linhas das plantas. Nas entrelinhas utilizou-se roçadora mecânica. Foram realizados tratamentos fitossanitários visando controle das principais pragas e doenças. A parte aérea recebeu pulverizações para controlar principalmente à antracnose, oídio, mancha angular e moscas das frutas (Colletotrichum gloesporioides Penz., Oidium mangiferae Bert., Xanthomonas campestris pv. e Ceratitis capitata, respectivamente) do início da floração à pré-colheita.

Durante os anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007 efetuou-se adubação de manutenção para o nitrogênio, fósforo e potássio, baseando-se na análise do solo. Foram aplicadas as quantidades de 30 kg de N, 40 kg de P205 e 39 kg de K2O ha-1. Aplicou-se

também de 2 kg B ha-1 e 1 kg Zn ha-1 (QUAGGIO et al., 1997). O fósforo (superfosfato simples, 18% de P2O5), o boro (ácido bórico, 17% de B) e o zinco (sulfato de zinco, 22% de

(28)

em três vezes, a primeira aplicação no mês de dezembro, as demais após a colheita, (março/abril) e antes do florescimento (maio). Salienta-se que todos os nutrientes (macros e micros) foram aplicados manualmente, a lanço, sob a projeção da copa.

Nos meses de fevereiro de 2007 e fevereiro de 2008, ou seja, 16 e 28 meses após a aplicação e incorporação do calcário, foram retiradas amostras de solo para fins de fertilidade. As mesmas foram retiradas com trado de caneco, a uma distância média de 2 m do tronco e à profundidade de 0- 0,20 m, sendo 4 amostras simples por planta útil, 12 pontos por parcela na variedade Haden e 8 na ‘Keitt’. Localizando-se o pomar em uma área contínua de 2 ha,

ocupada com os dois cultivares, e os tratamentos iguais, optou-se por retirar amostras em dois blocos de cada variedade. As determinações analíticas foram realizadas de acordo com metodologia preconizada por Raij et al. (2001).

O experimento foi conduzido no período entre maio de 2005 e fevereiro de 2008, sendo avaliados os dados referente aos anos 2006 e 2007 (novembro/dezembro, variedade Haden) e 2007 e 2008 (janeiro/fevereiro, variedade Keitt). Os frutos maduros, de coloração amarela, foram colhidos semanalmente, até o término, 5 semanas consecutivas, colhendo-se em 3 plantas úteis por tratamento na ‘Haden’ e 2 plantas úteis em cada tratamento na ‘Keitt’.

Os atributos químicos avaliados no solo foram pH, K, Ca, Mg, H+Al, soma de bases, capacidade de troca catiônica e saturação por bases. Nas plantas as variáveis avaliadas foram produtividade, números de frutos por planta, massa, comprimento e diâmetro médio de 10 frutos, rendimento de polpa (%), percentagem de frutos com colapso interno (observação visual por meio de corte longitudinal de 10 frutos por planta). Em laboratório avaliou-se rendimento de polpa (média de 6 frutos de cada tratamento na ‘Haden’ e 4 frutos na ‘Keitt’), sólidos solúveis, acidez titulável e pH, sendo escolhidos para análise 6 frutos maduros (2 em cada uma das 3 plantas do centro da parcela na variedade Haden e 4 frutos nas mesmas condições (2 de cada planta) na ‘Keitt’, em todos os tratamentos e nas devidas repetições. A determinação do teor de sólidos solúveis (oBrix) da polpa foi feita utilizando-se refratômetro de mesa. Para a determinação da acidez titulável (g de ácido cítrico por 100 g de polpa), foi utilizado 10 g da polpa, acrescidos de 20 mL de água destilada, foram titulados com NaOH 0,1N, utilizando-se de três gotas de fenolftaleína 10 g L-1 como indicador, sendo os resultados expressos em g equivalentes de ácido cítrico em 100 g de polpa (TRESSLER; JOSLYN, 1961). O pH foi determinado pela leitura direta na polpa.

(29)

solo e épocas de amostragem, sendo que os dados apresentados são dados médios de 4 repetições na ‘Haden’ e 3 repetições na ‘Keitt’. A análise estatística foi realizada de acordo com Ferreira (2000).

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Efeito dos tratamentos no solo

Na Tabela 4, verifica-se pelos resultados da análise conjunta que não houve interação significativa entre doses de calcário e épocas de amostragem para as variáveis analisadas. No entanto, a aplicação do calcário no solo proporcionou alterações significativas de pH, nos teores de Ca, Mg, SB, CTC e na saturação por bases, reduzindo-se a acidez potencial e não influenciou na disponibilidade do potássio.

Pelos resultados apresentados na Tabela 4, verifica-se que nas duas épocas de amostragem (16 e 28 meses após a calagem) houve aumento de todas as variáveis analisadas, exceto para H+Al, visto que a calagem promoveu redução dessa variável, a qual atingiu o ponto de mínimo na dose de 4,54 t ha-1. Contudo, não se pode definir a época da máxima

(30)

TABELA 4. Análise de variância (probabilidade de F) para as propriedades químicas do solo em função das doses de calcário e épocas de amostragem de solo na camada de 0-0,20 m de mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’ (época 1 (E1) = 16 meses após a calagem; época 2 (E2) = 28 meses após a calagem). Selvíria-MS, 2007.

Dose

calcário pH M.O.

P

(Resina) K Ca Mg (H+Al) SB CTC V

t ha-1 CaCl

2 g dm-3 mgdm-3 --- mmolc dm-3 --- %

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 4,6 5,1 5,3 5,4 5,3 31 31 32 31 32 14 21 18 23 20 0,7 0,7 0,8 0,8 0,7 21 33 40 49 45 10 18 23 27 25 46 35 30 29 30 31,9 51,8 62,8 76,9 70,7 78,3 86,7 92,6 106,3 100,8 40 58 67 72 69 F FR L FRQ 26,53** 75,18** 27,24**

2,02 ns

3,72 ns

0,01 ns

3,20 ns

5,53* 2,91 ns

0,81 ns

0,21 ns

2,19 ns

62,48** 212,98** 29,85** 14,03** 45,82** 9,24** 27,27** 76,02** 31,69** 43,72** 146,54** 23,97** 27,19** 91,87** 6,29* 67,18** 213,39** 54,75** Época E1

E2 5,20 5,06 36,15 a 26,85 b 12,65 b 26,00 a 0,71 0,82 28,75 b 46,25 a 23,75 a 17,45 b 30,85 a 37,40 b 47,02 b 70,71 a 101,55 a 84,42 b 68,3 a 54 b

DMS 0,17 2,52 5,90 0,11 6,48 3,34 2,45 9,42 8,18 4,15

F (E)

F (DxE) 2,76

ns

0,35 ns 61,78** 0,16 ns 23,26** 0,74 ns 4,48

ns

2,27 ns 33,13** 0,85 ns 16,17** 0,71 ns 32,56** 2,03 ns 28,74** 0,76 ns 19,97** 1,57 ns 53,91** 1,91 ns

C.V. (%) 1

C.V. (%) 2 3,5 5,0 11,9 3,9 27,8 45,3 22,7 21,6 25,6 10,6 24,3 24,1 11,5 10,6 12,9 23,7 6,5 13,0 7,2 10,1

ns; * ; ** = não significativo e significativo a 5 e a 1% de probabilidade pelo teste F. FRL; FRQ = F da regressão linear e F da regressão

(31)

TABELA 5. Propriedades químicas do solo da área experimental, camada de 0-0,20m, épocas (1) e (2), amostragens aos 16 e 28 meses após a aplicação do calcário, respectivamente. Mangueiras 'Haden' e 'Keitt'. Selvíria-MS, 2007/2008.

Doses

calcário Épocas pH CaCl2

Ca Mg (H+Al) SB CTC V

t ha-1 --- mmol

c dm3 --- %

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 1 4,7 5,1 5,3 5,4 5,4 27 45 52 56 51 13 23 27 28 28 40 32 28 26 28 40,5 68,8 79,0 85,1 79,8 80,5 100,8 107,0 111,4 107,8 50 68 73 76 74 0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 2 4,4 5,2 5,2 5,3 5,3 15 21 28 42 40 8 14 18 26 21 53 38 32 33 32 23,1 35,0 46,6 68,8 61,6 75,9 73,0 78,1 101,3 93,9 30 48 60 67 65

Sobre a dinâmica do calcário no solo há vasta quantidade de trabalhos na literatura, bem como muitas hipóteses levantadas para explicar a neutralização da acidez do solo em camadas abaixo daquela onde o calcário foi aplicado. De acordo com Franchini et al. (1999 a, b) a mobilização químico-orgânica da frente alcalina do calcário aplicado superficialmente no solo é devida à liberação de compostos orgânicos hidrossolúveis, de baixo peso molecular, pelos resíduos vegetais presentes na superfície do solo, antes do início da decomposição microbiana. Segundo Pavan (1994) o provável mecanismo para a correção da acidez da subsuperficie em solo sem movimentação superficial, deve-se ao deslocamento mecânico de partículas de calcário através de canais formados por raízes mortas. De acordo com Costa (2000) a correção da acidez de subsolos pela calagem na superfície pode ser atribuída à formação e movimentação descendente de Ca (HCO3)2 e Mg (HCO3)2 para camadas mais

(32)

Analisando os efeitos da calagem, observa-se pelos resultados apresentados nas Figuras 1, 2, 3, 4 e 5 que a mesma promoveu melhoria química da reação do solo, especialmente no tratamento em que foi utilizada 1,5 vezes a necessidade de calcário para elevar a saturação por bases a 80 % (4,65 t de calcário ha-1). É de conhecimento notório que a calagem é a prática que visa, principalmente, ao aumento do pH, Ca, Mg, à neutralização do alumínio tóxico e conseqüentemente ao aumento da CTC e da saturação por bases. Os resultados apresentados estão de acordo com aqueles observados por Corrêa (2004) na goiabeira.

y = -0,0366x2 + 0,3396x + 4,6023 R2 = 0,96

4,4 4,8 5,2 5,6

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

FIGURA 1. pH do solo em função de aplicação de calcário em duas épocas de amostragem

em mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’. Selvíria-MS, 2007/2008. (Média de 5 doses de calcário).

pH (CaCl

2

(33)

y = -0,5946x2 + 6,1382x + 10,16 R2 = 0,98

y = -0,8533x2 + 9,4774x + 20,42 R2 = 0,97

5 15 25 35 45 55

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

Ca Mg

FIGURA 2.Teores de Ca e Mg do solo em função de aplicação de calcário em duas épocas de amostragem em mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’. Selvíria-MS, 2007/2008. (Média de 5 doses de calcário).

y = 0,8622x2 - 7,8101x + 45,923 R2 = 0,99

20 30 40 50

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

FIGURA 3. Concentração de H+Al do solo em função de aplicação de calcário em duas épocas de amostragem em mangueiras, ‘Haden’ e ‘Keitt’. Selvíria-MS, 2007/2008. (Média de 5 doses de calcário).

Ca e

M

g (mm

olc

dm

-3 )

H+A

l (mmol

c

dm

(34)

y = -1,4595x2 + 15,668x + 31,327 R2 = 0,98 y = -0,5931x2 + 7,8368x + 77,242 R2 = 0,90

20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

SB CTC

FIGURA 4. Soma de bases e CTC do solo em função de aplicação de calcário em duas épocas de amostragem em mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’. Selvíria-MS, 2007/2008. (Média de 5 doses de calcário).

y = -1,2755x2 + 12,534x + 40,691 R2 = 0,99

30 40 50 60 70 80

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

FIGURA 5. Saturação por bases do solo em função de aplicação de calcário em duas épocas de amostragem em mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’. Selvíra-MS, 2007/2008. (Média de 5 doses de calcário).

Os resultados mostraram que nenhuma das doses aplicadas elevou a saturação por bases a 80%, valor descrito como adequado para a mangueira por Quaggio et al. (1997).

SB

e C

T

C (mmol

c

dm

-3 )

Sa

tu

ração por b

as

es

(35)

Apesar do método descrito por esses autores apresentar fundamento científico adequado, encontra-se na literatura relatos em que os valores de saturação por bases, determinados após a calagem, foram inferiores aos estimados pelo método (OLIVEIRA; PARRA; COSTA, 1997). De acordo com Caires e Rosolem (1993) esse comportamento pode ser atribuído a eventuais perdas de Ca e Mg, ao poder de tamponamento do solo, ao equilíbrio químico das reações do calcário e à granulometria mais grosseira do calcário, que dificulta a solubilização. Em suma, analisando os resultados mostrados na Tabela 4, análise de variância conjunta, e os resultados da análise química do solo, com amostragem aos 16 meses após a aplicação do calcário (Tabela 5) observa-se que a maior saturação por bases ocorreu com a aplicação da dose de 4,65 t ha-1 de calcário (o que corresponde a 1,5 vezes a dose de calcário recomendada para elevar a saturação por bases a 80%), nos valores de 72 e 76%, respectivamente. Os resultados estão de acordo com Prado (2003), que trabalhando com calagem na cultura da goiaba observou saturação por bases de 64%, mesmo com aplicação de calcário referente a duas vezes a dose para elevar V a 70%.

Produção e qualidade dos frutos

Nas Tabelas 6 e 7 estão apresentados os dados referentes à produção e qualidade dos frutos da mangueira ‘Haden’, para as colheitas realizadas nos anos de 2006 e 2007. Nas Tabelas 8 e 9 estão apresentados os dados relativos à mangueira ‘Keitt’, colheitas dos anos de 2007 e 2008, bem como o resumo da análise de variância para as características avaliadas. Analisando os dados de produção nota-se que houve redução de produtividade entre as colheitas, o que pode ser explicado pelo efeito de bianuidade de produção da cultura (GUIMARÃES, 1982). No entanto, todos os resultados de produção estão acima da média brasileira para a cultura, que é de 13,6 t ha-1 (HARADA et al., 2007).

(36)
(37)

TABELA 6. Efeitos da calagem sobre a produtividade, números de frutos por planta, comprimento de frutos, diâmetro de frutos, rendimento de polpa, sólidos solúveis, acidez titulável, pH e colapso interno dos frutos da mangueira ‘Haden’ (novembro/dezembo2006). Selvíria-MS.

Doses

calcário Produtividade Número de frutos por planta Massa média de frutos Comprimento médio defrutos Diâmetro médio de frutos Rendimento

polpa solúveis Sólidos Acidez titulável pH do fruto interno Colpso

(t ha-1) (t ha-1) - (kg) (cm) (cm) (%) (ºBrix) (g ac. cítrico100

g polpa-1) - (%)

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 43,9 43,0 45,3 44,4 46,5 1026 973 1020 1009 1049 0,429 0,443 0,445 0,442 0,445 10,0 10,8 10,8 10,5 10,8 8,5 9,0 9,0 8,8 9,0 78,5 78,8 79,4 79,0 78,7 15,05 15,00 15,50 14,75 15,50 0,62 0,59 0,53 0,49 0,36 3,90 3,99 4,04 4,07 4,35 92,5 92,5 87,5 87,5 85,0 F FR L FRQ

0,54 ns

1,30 ns

1,18 ns

0,37 ns

0,32 ns

0,56 ns

0,51 ns

1,10 ns

0,58 ns

2,22 ns

3,26 ns

2,33 ns

2,00 ns

2,26 ns

1,61 ns

2,29 ns

0,01 ns

5,47 ns

0,53 ns

0,21 ns

0,04 ns

37,65** 139,76* 8,86*

9,84** 32,24** 2,85 ns

2,46 ns

8,73 ns

0,00 ns

C.V. (%) 8,2 9,0 4,4 4,2 3,6 0,5 6,0 6,5 2,7 4,8

ns; * ; ** = não significativo e significativo a 5 e a 1% de probabilidade. FRL; FRQ = F da regressão linear e F da regressão quadrática,

(38)

acidez titulável, pH e colapso interno da mangueira ‘Haden’ (novembro/dezembro 2007). Selvíria-MS.

ns; *; ** = não significativo, significativo a 5% e a 1% de probabilidade. FRL; FRQ = F da regressão linear e F da regressão quadrática,

respectivamente.

Doses calcário Produtividade Número de

frutos por planta

Massa média

de frutos Comprimento médio de frutos

Diâmetro médio de Frutos

Sólidos

solúveis Acidez titulável pH do fruto Colapso interno

(t ha-1) (t ha-1) - (kg) (cm) (cm) (ºBrix) (g ac. cítrico 100

g polpa-1) - (%)

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 23,7 28,1 29,6 33,6 30,1 522 591 619 723 634 0,454 0,475 0,481 0,465 0,474 10,3 10,5 10,7 10,5 10,8 8,8 9,0 9,0 8,8 9,0 15,79 16,62 16,82 16,94 17,64 0,33 0,28 0,25 0,25 0,21 3,98 4,06 4,12 4,13 4,17 97,5 95,0 87,5 92,5 95,0 F FR L FRQ 7,09** 18,20** 7,06** 9,11** 21,73** 7,06*

0,40 ns

0,33 ns

0,52 ns

0,51ns

1,17 ns

0,21 ns

0,69 ns

0,23 ns

0,17 ns

5,02* 18,37**

0,09 ns

19,85** 71,56** 3,94 ns

3,65* 13,41**

0,86 ns

1,30 ns

0,51 ns

3,28 ns

(39)

Doses calcário Produtividade Número de

frutos por planta

Massa média

de frutos Comprimento médio de frutos

Diâmetro médio de Frutos

Rendimento

polpa solúveis Sólidos Acidez pH do fruto

(t ha-1) (t ha-1) - (kg) (cm) (cm) (%) (ºBrix) (g ac. cítrico

100 g polpa-1) -

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 51,4 52,5 51,0 56,0 57,7 657 709 701 769 765 0,786 0,739 0,743 0,736 0,753 13,3 13,5 13,5 13,5 13,8 10,1 10,5 10,1 10,3 10,5 80,86 82,00 80,50 80,88 80,40 13,03 13,48 14,38 17,03 15,78 0,65 0,49 0,44 0,38 0,35 3,36 3,65 3,79 3,92 3,95 F FR L FRQ

1,24 ns

3,65 ns

0,59 ns

0,77 ns

2,64 ns

0,03 ns

0,46 ns

0,50 ns

1,09 ns

1,38 ns

4,32 ns

0,55 ns

1,65 ns

2,17 ns

0,05 ns

0,41 ns

0,42 ns

0,13 ns

32,02** 95,68** 2,29 ns

28,41** 102,38**

8,89*

7,19** 26,08** 2,55 ns

C.V. (%) 8,7 12,9 6,9 2,0 2,7 2,1 3,4 8,4 4,2

ns; *; ** = não significativo, significativo a 5 e a 1% de probabilidade. FRL; FRQ = F da regressão linear e F da regressão quadrática,

(40)

acidez e pH da mangueira ‘Keitt’ (janeiro/2008). Selvíria-MS.

Doses calcário Produtividade Número de

frutos por planta Massa média de frutos médio de frutos Comprimento Diâmetro médio de Frutos solúveis Sólidos Acidez pH do fruto

(t ha-1) (t ha-1) - (kg) (cm) (cm) (ºBrix) (g ácido cítrico

100 g polpa-1) -

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20 29,8 34,1 37,4 40,5 42,5 416 520 557 587 690 0,716 0,655 0,687 0,689 0,616 13,2 13,5 13,1 13,2 13,4 10,3 10,4 10,4 10,1 10,4 17,65 17,51 18,73 18,93 19,35 0,39 0,30 0,27 0,29 0,24 4,00 4,34 4,22 4,25 4,48 F FR L FRQ

1,49 ns

5,88* 0,09 ns

2,36 ns

8,98* 0,00 ns

2,14 ns

4,05 ns

0,29 ns

2,84 ns

0,96 ns

0,68 ns

3,41 ns

0,02 ns

0,02 ns

0,56 ns

1,99 ns

0,00 ns

6,20* 18,49**

2,36 ns

13,55** 33,23** 0,12 ns

C.V. (%) 19,5 20,3 6,7 1,1 1,2 10,2 12,7 1,9

ns; ** = não significativo, significativo a 5 e 1 % de probabilidade. FRL; FRQ = F da regressão linear e F da regressão quadrática,

(41)

Para os resultados que foram influenciados significativamente pela calagem, observou-se acréscimo quadrático para a produtividade e número de frutos (colheita de 2007) da variedade Haden (Figura 6 a; b), bem como acréscimo linear para essas características, colheita de 2008, da variedade Keitt (Figura 6 c; d), sendo que essa variedade responde mais ä calagem do que a ‘Haden’. Referindo-se à mangueira ‘Keitt’, observa-se que o F da análise de variância foi não significativo para produtividade e números de frutos por planta, contudo o F da regressão linear foi significativo a 5% de probabilidade, mostrando a tendência de crescimento. Desse modo, optou-se por apresentar os resultados (Figura 6 c; d), considerando-se que as diferenças de valores entre a testemunha e o tratamento com aplicação de 6,2 t de calcário ha-1 são valores muito altos para a mangueira, 12,7 t de frutos ha-1 e 27.400 frutos ha -1. Os resultados estão de acordo com Fidalski et al. (1999), que trabalharam com a cultura da

laranja Pêra e observaram que a produção e o número de frutos correlacionaram positivamente com a aplicação de calcário. Por outro lado, Pavan (1992), Prado (2003) e Natale et al. (2007) realizaram experimentos com calagem na macieira, goiabeira e caramboleira, goiabeira, respectivamente, e observaram efeito significativo do calcário na produção de frutos dessas culturas. Esses resultados indicam os efeitos positivos da calagem para a cultura da manga, principalmente devido ao fornecimento de Ca, visto que esse nutriente é um dos mais exigidos pela mangueira (Silva et al., 2002), refletindo principalmente na produção e qualidade dos frutos.

Pelos resultados apresentados na Figura 6 a, observa-se que o ponto de máximo da produtividade ocorreu na dose de 4,6 t ha-1de calcário. Avaliando-se a saturação por bases do

solo e produção determinou-se que a máxima produção de frutos da mangueira ‘Haden’ esteve associada à saturação por bases de 71%. Na cultura da manga ‘Keitt’ observa-se resposta linear (Figura 6 c), entretanto, os valores de produção estão bem próximos entre os tratamentos 4 e 5, o que não se justifica a aplicação de doses maiores de calcário. No entanto, observa-se que a mangueira ‘Keitt é mais exigente em termos de calagem do que a mangueira ‘Haden’.

(42)

y = -0,3954x2 + 3,6323x + 23,46 R2 = 0,89

20,0 24,0 28,0 32,0 36,0

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

c

y = -7,1230x2 + 67,0510x + 512,486 R2 = 0,79

500 550 600 650 700 750

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

d

y = 2,0537x + 30,5 R2 = 0,98

25,0 30,0 35,0 40,0 45,0

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

Pr od utiv id ad e ( t h a -1 )

y = 39,677x + 431 R2 = 0,95

300 400 500 600 700

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1) '

FIGURA 6. Efeito da aplicação de calcário sobre a produtividade (a), número de frutos (b) da mangueira ‘Haden’ (2007) e sobre produtividade (c), número de frutos (d) da mangueira ‘Keitt’ (2008). Selvíria-MS, 2007/2008.

A contribuição da calagem, de uma maneira em geral, com seus reflexos no solo e na planta, tem sido estudada em várias culturas e descrita por vários autores. A mesma é fornecedora de cálcio e de acordo com Natale, Prado e Môro (2005) o cálcio promove a formação de paredes celulares e lamelas médias bem definidas e estruturadas em frutos, contribuindo com a organização subcelular dos mesmos. Segundo Khayat e Luy (1968), citados por Pereira, Coutinho e Oliveira (1994), o cálcio é um dos constituintes minerais mais importantes em frutos, por estar relacionado com a textura, uma vez que liga o material péctico na lamela média das paredes celulares. No entanto, percebe-se que poucos trabalhos, abordam a aplicação de calcário no solo e seu reflexo na qualidade dos frutos, no tocante aos sólidos solúveis, acidez titulável e pH.

Produt iv id ade ( t ha -1 ) Número de fruto

s por p

(43)

li

dos

sol

úveis

(°B

ri

x)

Observa-se na Figura 7 efeito linear para os teores de sólidos solúveis com o incremento das doses de calcário, tanto em frutos da mangueira ‘Haden’ quanto da ‘Keitt’. A calagem, em solos que necessitam dessa prática agronômica, contribui para o aumento do percentual de sólidos solúveis em frutos (ROTONDANO; MELO, 2003). Segundo Paro et al. (1994) a calagem proporciona aumento dos teores de sólidos solúveis no fruto, contribuindo para atingir o ponto de colheita precocemente. De acordo com Manica (2001) os teores adequados de sólidos solúveis em frutos da manga estão compreendidos entre 11,90 e 28,2%. Leal, Prado e Natale (2005) estudaram calagem nas características físicas e tecnológicas de frutos da caramboleira e observaram que a aplicação de calcário aumentou o teor de sólidos solúveis. Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com estes autores.

a b

y = 0,2594x + 15,958 R2 = 0,91

15,60 16,20 16,80 17,40 18,00

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

y = 0,5839x + 12,93 R2 = 0,75

12,00 14,00 16,00 18,00

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

FIGURA 7. Efeito da aplicação de calcário sobre os sólidos solúveis de frutos da mangueira ‘Haden’ (a) e ‘Keitt’ (b) (colheitas 2007). Selvíria-MS, 2007.

Os teores de acidez titulável e o pH em frutos, das duas variedades, estão apresentados nas Figuras 8 e 9, respectivamente. A aplicação de doses de calcário proporcionou efeito quadrático e linear sobre a acidez titulável (Figura 8, a, b, respectivamente), bem como efeito linear para o pH de frutos (c; d) da mangueira ‘Haden’. Resultados semelhantes ocorreram na variedade Keitt, Figura 9 (a; b; c; d). O incremento de doses de calcário reduziu a acidez titulável e aumentou o pH de frutos nas duas variedades de manga. Observa-se pelos resultados que no segundo ano de colheita houve menor acidez titulável e pH de frutos mais elevado tanto na mangueira ‘Haden’ quanto na ‘Keitt’, em relação ao primeiro ano, indicando

lid

os

solú

ve

is

(

°B

ri

x)

li

dos s

ol

úve

is

Brix

(44)

maior efeito da calagem sobre essas variáveis. Segundo Manica (2001) os teores adequados de acidez titulável nos frutos da mangueira estão compreendidos entre 0,11 e 0,56%. Observa-se que os resultados deste trabalho estão de acordo com esObserva-se autor, exceto aqueles apresentados na Tabela 6 para a ‘Haden’ na testemunha e na dose aplicada de 1,55 t de calcário ha-1. Leal, Prado e Natale (2005) observaram, ainda, que o incremento de doses de calcário aumentou significativamente a porcentagem de suco e reduziu a acidez titulável em frutos da carambola, confirmado os resultados deste trabalho referentes à acidez titulável de frutos das mangueiras estudadas.

a b

y = -0,0054x2 - 0,0068x + 0,6163 R2 = 0,98

0,20 0,40 0,60 0,80

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

c

y = -0,0174x + 0,318 R2 = 0,92

0,10 0,20 0,30 0,40

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

d

y = 0,0632x + 3,874 R2 = 0,83

3,80 3,95 4,10 4,25 4,40

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

p H (fru to s)

y = 0,029x + 4,002 R2 = 0,93

3,90 4,00 4,10 4,20

0,00 1,55 3,10 4,65 6,20

Doses de calcário (t ha-1)

FIGURA 8. Efeito da aplicação de calcário sobre a acidez titulável de frutos da mangueira ‘Haden’, colheitas 2006 (a), 2007 (b) e sobre o pH do fruto, colheitas 2006 (c) e 2007 (d). Selvíria-MS, 2006/2007.

Imagem

FIGURA 1. Mangueira ‘Haden’ (a) e ‘Keitt’ (b) em produção. Selvíria-MS, 2006.
TABELA 1. Resultado da análise química básica do solo da área do experimento no  município de Selvíria-MS, 2005
TABELA 4. Análise de variância (probabilidade de F) para as propriedades químicas do solo em função das doses de calcário e épocas de  amostragem de solo na camada de 0-0,20 m de mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’ (época 1 (E1) = 16 meses após a calagem; época 2
FIGURA 2.Teores de Ca e Mg do solo em função de aplicação de calcário em duas épocas de  amostragem em mangueiras ‘Haden’ e ‘Keitt’
+7

Referências

Documentos relacionados

AUTO POSTO BOA VISTA LTDA - POSTO BOA VISTA Atividade: Postos revendedores de combustíveis e afins Endereço: Avenida Elisio de Brito, 195. Coordenadas: X= -43.906736 | Y= -19.896134

Atividade: Postos revendedores de combustíveis e afins Endereço: Avenida Cristiano Machado, 2.000 - Belo Horizonte Coordenadas: X= -43.928691 | Y= -19.890004 | Datum:

Geraldo Laércio, Bairro Tavares - Ouro Preto/MG Coordenadas: X= -43.519574 | Y= -20.409799 | Datum: WGS84. Classificação: AI - Área Contaminada

Classificação: ACI - Área Contaminada sob Intervenção Etapa de Gerenciamento: Intervenção/Remediação Fonte de contaminação: Vazamento ou Infiltração. Meios Impactados:

Classificação: AR - Área Reabilitada para o uso declarado Uso Declarado: Posto de Combustível Etapa de Gerenciamento: -. Fonte de contaminação: Vazamento

Classificação: AR - Área Reabilitada para o uso declarado Uso Declarado: Posto de Combustível Etapa de Gerenciamento: -. Fonte de contaminação: Vazamento

Classificação: AR - Área Reabilitada para o uso declarado Uso Declarado: Posto de Combustível Etapa de Gerenciamento: -.. Fonte de contaminação: Vazamento

 77 áreas são classificadas como AMR - Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação e estão realizando monitoramento pós remediação ou para