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A contribuição das redes na formação da cooperação empresarial: um estudo de caso.

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Academic year: 2017

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A C

ONTRIBUIÇÃO

DAS

R

EDES

NA

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ORMAÇÃO

DA

C

OOPERAÇÃO

E

MPRESARIAL

-

UM

E

STUDO

DE

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Ru t h y N a d ia La n ia d o* Am i l ca r Ba i a r d i* *

R

ESUMO

st e t ex t o d i scu t e a i m p o r t ân ci a d a co o p er ação em p r esar i al n a Bah i a a p ar t i r d a f or m ação de r edes qu e car act er izam u m m ar co de ação colet iv a. Bu sca en t en der a in f lu ên cia das m esm as n o padr ão da ação in div idu al e da ação em gr u po n o in t er ior do m u n do dos n egócios par a o desen v olv im en t o econ ôm ico. As r edes pesqu isadas são f or m adas por m eio de dif er en t es t ipos de ar r an j os or gan izacion ais, en v olv en do asso-ciações ou en t idades de classe e m at er ializam o seu papel segu in do v ar iados t ipos de obj et iv os. Seu funcionam ent o se dá por m eio de difer ent es nív eis de cooper ação, enfocando a pr om oção de in t er esses das f ir m as, do set or ou da cadeia pr odu t iv a e a m oder n ização da at iv idade em pr esar ial, além de v isar desen v olv er r en ov ados padr ões de ação pau t ados em v alor es de com pr om isso e associat iv ism o.

A

BSTRACT

h is p ap er is ab ou t t h e im p or t an ce of en t r ep r en eu r ial co- op er at ion in Bah ia t ak in g int o account t he for m at ion of net w or k s as a landm ar k for collect iv e act ion. I t aim s t o u n d er st an d t h eir in f lu en ce in t h e p at t er n of in d iv id u al an d collect iv e act ion in t h e w or ld of bu sin ess f or econ om ic dev elopm en t . Th e n et w or k s in t h is r esear ch ar e differ ent m odalit ies of or ganizat ional ar r angem ent s, inv olv ing associat ions, t r ade unions or int er est gr oup associat ions and t hey m at er ialize t heir r ole t hr ough differ ent obj ect iv es. Th eir m ode of oper at ion is m ade of differ en t lev els of co- oper at ion , focu sin g t h e pr om ot ion of in t er est s for bu sin ess, t h e econ om ic sect or or t h e pr odu ct iv e ch ain an d m oder n izin g ent r epr eneur ial act iv it ies; in addit ion, t hey pr om ot e r enew ed pat t er ns of act ion based on com pr om ise an d associat iv ism .

E

T

* Pr ofa do Depar t am ent o de Sociologia, Pr ogr am a de Pós- Gr aduação em Ciências Sociais, Núcleo de

Pós- Gr aduação em Adm inist r ação e NEPOL - UFBA

(2)

o & s - v . 1 0 - n . 2 7 - M a i o / A g o s t o - 2 0 0 3

I

NTRODUÇÃO

p r est íg i o assu m i d o p el o est u d o d o p ap el d as i n st i t u i çõ es n a eco n o m i a l e-v o u , m a i s r ecen t em en t e, à n o çã o ca r d i n a l d e r ed e. Ca t eg o r i a d e a n á l i se am p la e com d elin eam en t os p er m eáv eis in f or m a u m cam p o d e est u d o r e-n ov ad or sob r e ação, sist em a e ag ee-n t e e-n o coe-n t ex t o d as at iv id ad es sociais cont em por âneas. Ela per m it e ev idenciar de for m a m ais clar a o car át er m ult ifacet ado d as r elações sociais em esf er as d e v id a m u it o d if er en t es, com o n a econ om ia ou n a com u n id ad e. Por isso, a n oção d e r ed e p ossib ilit a in t eg r ar con st r u t os an alít icos q u e com b in am elem en t os d e in t er ação n as r elações in t er p essoais d o cot id ian o com d et er m in an t es d os sist em as econ ôm icos e sociais com p lex os, n o est u d o d as or g an izações.

Par t in d o d est e p on t o d e r ef er ên cia, o p r esen t e t r ab alh o lev an t a alg u m as con sid er ações sob r e a con d u t a d e ag en t es econ ôm icos - os em p r esár ios n a Bah ia d e h oj e - v in cu lad os a associações q u e in t er lig am a at iv id ad e econ ôm ica p r iv ad a, o m er cad o e or g an izações em g er al, con f ig u r an d o t eias d e v alor es, d ecisões e ações q u e p od em ser car act er izad as com o r ed es. I d en t if icar d e q u e f or m a os m o-t iv os q u e lev am à su a f or m ação são p er ceb id os p elos ao-t or es com o coop er ação, m ob ilizan d o- os p ar a u m a d in am ização d a at iv id ad e em p r esar ial, é o ob j et iv o d es-t e es-t r ab alh o.1

Dest ar t e, o p r esen t e est u d o id en t if ica os f at or es ( cu lt u r a em p r esar ial, con -cor r ên cia e cr escim en t o set or ial, por ex em plo) qu e con gr egam as m an if est ações da ação in div idu al ou colet iv a n u m a econ om ia em m u dan ça, con sider an do as am -p las t r an sf or m ações ocor r id as n a Bah ia e n o Br asil n a ú lt im a d écad a. I d en t if ica os ob j et iv os t r açad os p elos p r óp r ios em p r esár ios p ar a r ealizar a coop er ação n eces-sár ia ao d esen v olv im en t o d o m u n d o d os n eg ócios ( f at or es d e p r od u ção, est r at é-g ias d e ex p an são e in ov ações t ecn olóé-g icas, p or ex em p lo) . Tom a- se com o last r o an alít ico a coop er ação p ar a o d esen v olv im en t o b asead a n os p ad r ões cu lt u r ais q u e in f lu en ciam a socied ad e e as in st it u ições, t al com o ad v og ad o p or Pu t n am ( 1 9 9 4 ) , p or q u e ela se r esp ald a em u m cor p o d e v alor es, r eg r as d e con d u t a e con f ian ça e p od e se ex p r essar p or m eio d e d if er en t es t ip os d e r elações sociais e or g an izações, in clu siv e n a econ om ia, p or m eio d e associações ou en t id ad es d e classe. Na p er sp ect iv a d est e est u d o, a coop er ação é p er ceb id a com o u m con j u n t o d e r ecu r sos est r u t u r ad os p or m eio d e r ed es; est as p od em t er u m car át er f or m al, ist o é, d esen h ar - se p or m eio d e con t r at os e n or m as ex p licit ad as, ou in f or m ais, t ecen d o r elações d e car át er in t er p essoal e p r iv ileg ian d o o com p r om isso p or m eio d e n eg ociação con t ín u a.2

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EDES E

C

OOPERAÇÃO NAS

A

TIVIDADES

E

CONÔMICAS

A n oção d e r ed e p ossib ilit a, d en t r o d o am p lo cam p o d o en t en d im en t o d as i n st i t u i çõ e s, su p e r a r a o p o si çã o m a cr o / m i cr o , a d i co t o m i a i n d i v i d u a l i sm o m et odológico/ t ot alidade e ult r apassar a dependência da r acionalidade inst r um ent al.

O

1 A pesquisa Condut a em pr esar ial: ação individual e ação colet iva num a econom ia em m udança,

cont ou com o apoio do CNPq e dela par t icipar am os bolsist as de I C Beckenbauer Sim as, Cr ist iano D’Alm eida, Viv iane Gar r ido e de AT Núbia Ram os, Pat r ícia Sant os.

2 Par a inv est igar o pr esent e t em a for am r ealizadas 31 ent r ev ist as com em pr esár ios que ocupam

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Pe r m i t e t a m b é m a a f i r m a çã o d a a b o r d a g e m i n t e r a t i v a so b r e a a b o r d a g e m m ecan icist a, n a m ed id a em q u e t or n a clar as as v an t ag en s d a p r esen ça d e v ár ios at or es, d a in t er ação at r av és d a r acion alid ad e com u n icat iv a e d a r ed u ção d as in -cer t ezas p or m eio d e u m a d in âm ica d e r ear r an j os in st it u cion ais. Do p on t o d e v ist a d o en t en d im en t o d o t em a d a con d u t a em p r esar ial, a r ed e, n or m alm en t e, se con s-t is-t u i a p ar s-t ir d o im p er as-t iv o d e com p lem en s-t ar id ad es n ecessár ias, id en s-t if icad as ao lon g o d e cad eias p r od u t iv as, d e est r u t u r as h or izon t ais ou d e cir cu it os d e at iv id a-d es a-d e ser v iço, su g er in a-d o u m leq u e a-d e m ot iv ações e ob j et iv os com u n s q u e p er m i-t em ex p an d ir a d in âm ica d a in ov ação i-t ecn ológ ica ou d e g esi-t ão. O d esen h o d e u m a r ed e ap óia- se em r elações d e t r oca e n a d en sid ad e d as m esm as ( Olald e, 1 9 9 9 ) . Adem ais, u m a est r u t u r a de r ede f u n cion a par a r edu zir o cu st o t r an sacion al, sen d o cap az d e est ab elecer u m a ár ea m aior d e g ov er n an ça en t r e em p r esas e or gan izações, den t r o do am bien t e in st it u cion al ( Fagu n des, s/ d) .

Mas, sob r et u d o, as r ed es são u m p r od u t o d as ações h u m an as con st r u íd as p or m eio d e laços sociais q u e acion am as t r ocas e en con t r am a su a g ên ese n as r elações sociais pr im ár ias ( fam ília, v izinhança, com unidade) . Com a em er gência da div isão social do t r abalh o e da especialização - além da r acion alização sem pr e cr es-cen t e d o m u n d o d os n eg ócios - as r ed es ex t r ap olar am o esp aço b ásico d as t r ocas sociais; am pliar am a su a din âm ica par a espaços m en os delim it ados do qu e aqu eles da f am ília ou das r elações de pr odu ção e t r oca n as pequ en as com u n idades. Man i-fest am - se, h oj e, em t oda par t e, por r elações sociais qu e cr u zam as fr on t eir as en t r e o m er cado, o Est ado e o m u n do pr iv ado. Par a Gr an ov et t er ( 1 9 9 2 ) , as r edes n ão em er gem au t om at icam en t e por pr essões, m as são socialm en t e con st r u ídas. Por est e m ot iv o, são det er m in an t es n ão som en t e n a ação colet iv a, m as t am bém ex er -cem um feedback em r elação às in st it u ições, aj u dan do a r edefin i- las.

Nas r elações sociais, p or on d e t r an sit am a r ecip r ocid ad e e o in t er câm b io, as r ed es p er m it em a cir cu lação d os b en s m at er iais e sim b ólicos en v olv id os n as t r ocas. Elas são ef et iv as n a d if u são e n a in t er n alização d e n or m as e p ad r ões cu lt u -r ais e ab -r em cam p o p a-r a a su a t -r an sf o-r m ação, acom p an h an d o as m u d an ças d o seu t em p o. Por t an t o, p er m it em a d if u são d e v alor es e in t er esses e a r e- alim en t a-ção dos m esm os de m odo a con v er t ê- los em f om en t ador es par a u m agir com u m . Con t r ap on d o- se à ação d o m er cad o, q u e m er can t ilizou ex t en sa p ar t e d as r ela-ções sociais, r ed u zin d o t u d o a u m a r elação d e p r od u t or - clien t e, as r ed es p er m i-t em , con f or m e su a con si-t ii-t u ição, r ecom p or as r elações b asead as n a con f ian ça e n o d iálog o / n eg ociação m ais d ir et os en t r e ag en t es. Por m ecan ism os in t er p essoais ou m esm o p or n or m as leg ais d o Est ad o, n a at u alid ad e, elas r eap r ox im am o u su á-r io do pá-r odu t oá-r , o pá-r odu t oá-r do con coá-r á-r en t e, m as dem an dam con f ian ça e coopeá-r a-ção n a r ealizaa-ção dos n egócios e por isso per m it em r ecom por o cir cu it o clássico d as t r ocas sociais id en t if icad as p or sociólog os e an t r op ólog os q u e é d ar r eceb er -r et -r ibui-r ( Godbout , 1 9 9 9 ) .

No âm b it o d as at iv id ad es econ ôm icas m ax im izad or as d e sat isf ações, é in -co n si st en t e d i zer q u e o s i n t er esses q u e r el a ci o n a m d o i s a t o r es sã o a p en a s est r u t u r ad os em t or n o d e u m a r azão u t ilit ár ia. O in t er esse econ ôm ico sof r e a in -t er v en ção d e f or m as n ecessár ias d e coop er ação e con f ian ça em -t or n o d as q u ais h á ex p ect at iv as e in iciat iv as p or p ar t e d os en v olv id os; elas assu m em u m p ap el i m p o r t a n t e e sã o , d i r e t a o u i n d i r e t a m e n t e , p e r ce b i d a s p e l o s p a r t i ci p a n t e s ( Lu h m an n , 1 9 8 8 ; Recch i, 1 9 9 3 ) . I st o por qu e, m esm o n os n egócios, h á a ex pect a-t iv a d e r ea-t r ib u ição q u e com p lea-t a o cir cu ia-t o d e r ecip r ocid ad e e d á f u n d am en a-t o à coop er ação.

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m ot iv ação e, por f im , u m a in ser ção dos in div ídu os n as r edes de f or m a n ão delim i-t ad a ( r esi-t r ii-t a ou ex clu d en i-t e) , j á q u e elas p od em se p r od u zir em q u alq u er esf er a d a v id a social e u m in d iv íd u o p od e p ar t icip ar d e in ú m er as d elas. Por est as car act er íst icas, as er ed es n ão se er est er in g em a g er u p os sociais, m as p od em ab er an g eer , t am -b ém , g r u p os or g an izad os. Elas p od em ocu p ar esp aços n os q u ais o Est ad o n ão con seg u e im p or as n or m as b u r ocr át ico- f or m ais n a esf er a p r iv ad a, ain d a q u e est a ú lt im a sej a in f lu en ciad a p ela ação n or m at iv a d o p r in cip al en t e d e r eg u lação d a v id a social, o Est ad o, p or m eio d o con sen t im en t o ou d a con t est ação.

Por t an t o, a n oção d e r ed e é d in âm ica p or q u e p od e se r ef er ir t an t o a u m a u n idade delim it ada ( f am ília, cor por ação) com o aos v ín cu los qu e pr odu zem u m a u n idade disper sa, ilim it ada ( m ov im en t os sociais f em in ist as, m ov im en t os ecológcos, r ed es d e in f or m ação) . Pod e t am b ém car act er izar as f or m as d e p od er or g an i-zad as em t er r it ór ios est ab elecid os p or esp aços locais ou g lob ais e q u e im p act am em d iv er sos n ív eis d a econ om ia, t en d o a g ov er n an ça com o seu elem en t o an alít ico m a i s f o r t e ( Pa u l i l l o , 2 0 0 0 ) . D i f e r e n t e m e n t e d e a b o r d a g e n s q u e s e p a r a m m et od olog icam en t e r ed es e or g an izações, con sid er a- se q u e as p r im eir as, m esm o se d if u sas, p od em or ien t ar d e f or m a ob j et iv a a ação social j á q u e elas m od if icam as con v en ções sob r e o p er t en cim en t o ( ou n ão) a u m d et er m in ad o g r u p o. Em p r in -cíp io, n ão se p od er ia ap licar st r ict o sen su a id éia d e est ar d en t r o ou f or a d e u m g r u p o d o p on t o d e v ist a f or m al ( ser u m associad o) , j á q u e se con sid er a r elev an t e lev ar em con t a os v ín cu los e as af in id ad es ex ist en t es ou cr iad os com o p ar t e d os elem en t os q u e con st r óem u m a r elação em u m am b ien t e d e r ed e e in f lu en ciam os con t at os en t r e os in d iv íd u os.

Con f or m e Mit ch ell ( 1 9 7 3 ) , p od e- se con sid er ar q u e r ed es sociais são p en sa-d as com o o con j u n t o sa-d e v ín cu los sa-d e t osa-d os os t ip os, con cr et am en t e sa-d asa-d os, e q u e con ect am u m con j u n t o de in div ídu os. Com o t al, con t em plam u m con t eú do com u n i-cat iv o ( com o se p assa a in f or m ação) , t r an sações ( con f or m e se d ão as t r ocas em r elação às ex p ect at iv as e às ob r ig ações) e u m con t eú d o n or m at iv o ( con f or m e ex -p ect at iv as e -p er ce-p ções d e at r ib u t os) . Est e en t en d im en t o cer t am en t e en v olv e sig n if icad os socialm en t e con st r u íd os ( t om e- se com o ex em p lo aq u eles elem en t os q u e em u m a com u n id ad e con f ig u r am u m d et er m in ad o p ad r ão d e coop er ação e con f ian ça) , cr en ças e v alor es q u e con d icion am con d u t as sig n if icat iv as p ar a os at o-r es e est ab elecem con ex ões o-r eg u lao-r es ( in t eo-r ações e in t eo-r câm b ios) en t o-r e eles. Tais elem en t os são r elev an t es d o p on t o d e v ist a d o ob j et o d est e t r ab alh o p or q u e p er m it em en t en d er com o associações em p r esar iais d iv er sas con st it u em e se in se-r em em se-r ed es, en t se-r ecse-r u zan d o, t se-r an sv ese-r salm en t e, as in st it u ições, n o sen t id o lat o, e as o r g an i zaçõ es.

Focan d o a an álise n a esf er a econ ôm ica, p od e- se d izer q u e, n a t ax on om ia r ecen t e d os ar r an j os in st it u cion ais, as r ed es f ig u r am com o elem en t os cen t r ais d e coor d en ação, p ot en cializan d o in t er f aces n o p lan o h or izon t al e v er t ical en t r e o m er cad o, o Est ad o, a com u n id ad e e a p r óp r ia est r u t u r a econ ôm ica, sej a ela f ísico-pr odu t iv a ou de ser v iços, ( Hollin gw or t h e Boy er , 1 9 9 7 ) . Par a Nor h ia ( 1 9 9 2 ) , o cr es-cen t e in t er esse p ela or g an ização em r ed e se d ev e ao f at o d as n ov as t ecn olog ias da in f or m ação t or n ar em possív eis f or m as m ais f lex ív eis e descen t r alizadas de ar -r an j os, -r ed ef in in d o, ao m esm o t em p o, os v ín cu los com ou t -r as o-r g an izações. Est as p od em est ar v olt ad as p ar a con su m id or es, f or n eced or es, ou t r os f ab r ican t es, et c. Callon ( 1 9 9 5 ) cor r ob or a a d im en são d in âm ica d o con ceit o d e r ed e e p r op õe q u e ele v á além d as d im en sões g eog r áf icas e u n id ir ecion ais. Acr escen t a q u e elas p o-d em ser o-d o t ip o est r u t u r as em er g en t es, q u an o-d o a io-d en t io-d ao-d e o-d os at or es n ão ex is-t e f or a d o con j u n is-t o, e d o is-t ip o m od alid ad e esp ecíf ica d e coor d en ação, q u an d o se id en t if icam r elações d e coop er ação q u e se est ab elecem en t r e os ag en t es econ ô-m icos f or a de liô-m it es est r eit os.

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-cor r em p ar a a r ed u ção d e d esp er d ícios, p ar a a ab sor ção d e in ov ações t ecn ológ icas e p ar a o est ab elecim en t o d e n ov as r elações com o con su m id or , o q u e r ep er cu t e n a f lex ib ilização, n a d escen t r alização e n o r essu r g im en t o d a econ om ia local.

Mesm o ao n ív el d a econ om ia, a id éia d e r ed e p er m it e ir além d a an álise econ ôm ica isolad a, am p lian d o o escop o d o seu en t en d im en t o. A an álise isolad a ap licad a p ar a a av aliação d o d esem p en h o em p r esar ial, f u n d am en t a- se n o su p os-t o d e q u e a em p r esa se en con os-t r e sios-t u ad a em u m sisos-t em a n o q u al os m od elos an alít icos aceit os baseiam - se n os dois pr in cípios car din ais da econ om ia n eoclássica, q u ais sej am , o p ap el r eg u lad or d e ‘m ão in v isív el’ j og ad o p elo m er cad o e o m od elo d e con cor r ên cia. Con t u d o, n est e su p ost o, a coop er ação, ain d a q u e p r esen t e, n ão é or g ân ica. Não se at r ib u i à m esm a n en h u m a r esp on sab ilid ad e ou p ap el esp ecial n a ob t en ção d e u m ou t r o n ív el d e d esem p en h o econ ôm ico. Há, p or t an t o, a n eces-sid ad e d e se su p er ar est a lim it ação.

Por ou t r o lad o, q u an d o se in cor p or a à an álise in t eg r ad a a id éia d e r ed e, ad m it e- se q u e a em p r esa d ev a se or g an izar em u m sist em a r et icu lar , n o q u al se t r ocam in f or m ações d e m od o h or izon t al, sem ob st ácu los n em f ilt r os g er ad os p or u m a est r u t u r a h ier ar q u izad a e con v en cion al. Nessa n ov a est r u t u r a, p r od u t o t am -b ém d e u m a n ov a cu lt u r a g er en cial, d á- se com o f u n d am en t al o p ap el d a coop er ção. Tod a em p r esa t em n ecessid ad e d e cr iar os m eios p ar a t or n á- la r eal, sist em a-t icam en a-t e, n as a-t r ocas com ou a-t r as em p r esas, f u n d an d o u m a r ed e d e con v er g ên ci-as q u e in clu i ob j et iv os com u n s, est r at ég ici-as d e ação e n ív eis d e con f ian ça. É n est e caso q u e a com p et ição ced e esp aço p ar a a coop er ação. Est a or ien t ação d a an áli-se r ef er e- áli-se a u m a sit u ação id eal p ar a a q u al os ag en t es, os em p r esár ios ob j et o d est e t r ab alh o, d ev em est ar cap acit ad os.

O pr im eir o pr in cípio car din al qu e t em in f lu en ciado a an álise n eoclássica su -põe qu e a ef iciên cia do sist em a econ ôm ico der iv e do con f r on t o com pet it iv o en t r e em p r esas. Ser ia o m er cad o p r om ov en d o a com p et ição en t r e as op er ad or as, as em p r esas, cad a u m a d elas m ov id a p or in t er esse p essoal, e im p u lsion ad as a t er com p or t am en t os con sid er ad os con v en ien t es p ar a t od a a colet iv id ad e. A ‘m ão in v i-sív el’ d o m er cad o f ar ia com q u e o m ecan ism o d e com p et ição t r an sf or m asse o eg o-ísm o indiv idual no bem - est ar colet iv o. ( Benassi, Boar i et alii, apud Buffa, 1 9 9 4 ) . O r esu lt ad o d e u m a aceit ação sem cr iv o d est a p r op ost a im p ed iu , p or lon g o t em p o, q u e se t eor izasse sob r e u m a r elação colab or at iv a m ais ap r op r iad a p ar a as m u -d an ças sof r i-d as p elas r elações econ ôm icas n a at u ali-d a-d e.

Do m esm o m od o, a acei t ação acr ít i ca d o seg u n d o p r i n cíp i o car d i n al , o m o d el o d e co n co r r ên ci a , a ssu m e co m o h i p ó t ese d e b a se q u e a s em p r esa s t e-n h am u m l i v r e acesso à i e-n f o r m ação , e-n eg ae-n d o , em r eal i d ad e, q u e h aj a u m cu st o d e t r o ca d e i n f o r m açõ es, em b o r a acei t em q u e est as sej am i m p o r t an t es. D e o u t r o m o d o , e n t e n d e q u e e m u m m e r ca d o se m i m p e r f e i çõ e s, p l e n a m e n t e co n co r r en ci al , as f i r m as est ej am d o t ad as d as i n f o r m açõ es n ecessár i as p ar a t o m ar em as d eci sõ es eco n ô m i cas. O p r i n ci p al p r o b l em a q u e a an ál i se eco n ô m i -ca t r ad i ci o n al a-car r et a é q u e se su b est i m a a i m p o r t ân ci a d a i n f o r m ação , p o r q u e se p a r t e d a p r em i ssa d e q u e a m esm a est ej a l i v r em en t e d i sp o n ív el n o m er ca -d o , o q u e n ã o a co n t e ce .

(6)

o & s - v . 1 0 - n . 2 7 - M a i o / A g o s t o - 2 0 0 3

A p ar t ir d a an álise acim a, p r ocu r a- se ag or a in t r od u zir os d ad os in v est ig ad os sob r e o p ap el d as r ed es n a econ om ia b aian a h oj e. At en d en d o a ob j et iv os d iv er -sos, q u e cob r em a r ealização d e in t er esses colet iv os q u e r ef or çam a p ossib ilid ad e d e v iab ilização d os p r óp r ios in t er esses in d iv id u ais d os p ar t icip an t es, as r ed es r es-p on d em a n ecessid ad es d e sob r ev iv ên cia econ ôm ica e d e d esen v olv im en t o em d iv er sos set or es d e at iv id ad es. Mob ilizan d o r ecu r sos d e coop er ação, elas r ef or -çam as con d ições v olt ad as p ar a p r ocessos d ecisór ios e p ar a u m a v isão m ais m o-d er n a o-d a p r óp r ia ação econ ôm ica em p r esar ial.

A

LGUMAS

C

ARACTERÍSTICAS DA

A

ÇÃO DOS

E

MPRESÁRIOS

B

AIANOS QUE

A

TUAM EM

R

EDE

O est u d o d as at iv id ad es econ ôm icas n a Bah ia, a p ar t ir d as con sid er ações acim a, per m it e in f er ir algu n s t r aços e pr opr iedades qu e ex plicam a r elação en t r e a ação em p r esar ial, a or g an ização e a coop er ação q u e em er g em d e u m am b ien t e econ ôm ico ao n ív el local, f av or ecido por u m a est r u t u r ação em r ede n a ú lt im a déca-d a. Ao se m an if est ar em sob r e os asp ect os r elev an t es q u e im p u lsion am a at u ação em r ed e e q u e ar t icu lam , em d if er en t es g r au s, a com p et ição e a coop er ação, os r ep r esen t an t es d os set or es em p r esar iais em p osições d e lid er an ça n as or g an iza-ções est u d ad as ilu st r ar am as q u est ões aq u i lev an t ad as sob in ú m er os asp ect os. I n icialm en t e, são ap r esen t ad os os f at or es q u e p r om ov em a f or m ação d e r ed es, o

st at u s q u e elas ap r esen t am e as in st ân cias q u e as v iab ilizam . Em seg u id a, ap r

e-sen t am - se os ob j et iv os q u e lev am a ação em p r esar ial a se con f ig u r ar com o u m a ação colet iv a p or m eio d e r ed es, os r esu lt ad os ob t id os, a con ciliação en t r e coop e-r ação e com p et ição n os am b ien t es d as e-r ed es, além d e id en t if icae-r os f at oe-r es q u e p r ev alecem q u an d o elas ap r esen t am u m a est r u t u r a h ier ar q u izad a.

Os fat or es r elev ant es que alav ancam a for m ação de r edes, sist em at izados nas r espost as apr esent adas na Tabela I , se r efer em a div er sos elem ent os do am bient e social, econôm ico e inst it ucional onde at uam os em pr esár ios. O pr im eir o deles indica que a quest ão da concor r ência e com pet it iv idade ex er ce um est ím ulo for t e par a a m obilização da ação em pr esar ial na est r ut ur ação de r edes. Com 11. 2% é o fat or de m aior dest aque. Tr at ar das quest ões t r abalhist as ( 10.3% ) e for t alecer o set or par a v encer dificuldades ( 9. 3% ) são t am bém fat or es que agr egam condições fav or áv eis par a pr om ov er a cooper ação e enfr ent ar a com pet ição, de acor do com as r espost as. Ta be la I - Fa t or e s Re le v a n t e s pa r a a For m a çã o de Re de s

Gr u pos de f a t or e s Freq %

Concor r ência/ com pet it iv idade/ m er cado 1 2 1 1 , 2

Recur sos hum anos ( r elações t r abalhist as) 1 1 1 0 , 3

Set or ( v encer dificuldades/ for t alecim ent o econôm ico) 1 0 9, 3

Feder a ção / associação 9 8, 4

Desenvolvim ent o/ cr escim ent o do set or / econom ia 7 6, 5

Gov er no ( r elações polít icas) 7 6, 5

Recur sos m at er iais 7 6, 5

Ser v iços com par t idos/ t er ceir ização 7 6, 5

Com unicação e im agem 7 6, 5

Alocação de recursos 5 4, 7

Governo ( Est ado/ im post os) 5 4, 7

I nt er esses com uns 5 4, 7

Poder de ação 5 4, 7

Tecnologia 5 4, 7

Cult ur a em pr esar ial 3 2, 8

Env olv im ent o com a sociedade 2 1, 9

Tot al 107 100

(7)

Ai n d a d e a co r d o co m a s i n f o r m a çõ es o b t i d a s, o en t en d i m en t o d o s em p r e-sá r i o s so b r e o p a p e l d a ca p a ci d a d e a sso ci a t i v a e d a o r g a n i za çã o d a cl a sse t e m p e so n o e n t e n d i m e n t o d o s a t o r e s, a p r e se n t a n d o u m p e r ce n t u a l d e 8 . 4 ( f e d e -r a çã o / a sso ci a çã o ) . No q u e d i z -r esp ei t o à s f a ci l i d a d es p -r o m o v i d a s p el a s -r ed es p a r a o d esem p en h o d a s a t i v i d a d es, r ecu r so s m a t er i a i s, cr esci m en t o d o set o r e ser v iços com p ar t id os/ t er ceir ização con t r ib u em com 6 . 5 % cad a, m ost r an d o q u e o s i n t er esses d e n a t u r eza m a i s i m ed i a t a d o s p a r t i ci p a n t es o cu p a m u m a p o si -çã o i n t er m ed i á r i a em r el a -çã o à su a i m p o r t â n ci a p a r a o f o m en t o d a r ed e. Ch a m a a at en ção o b ai x o ín d i ce al can çad o p el o f at o r cu l t u r a em p r esar i al ( 2 . 8 % ) , m o s-t r a n d o q u e o p a p el d a co o p er a çã o n ess-t e a m b i en s-t e a i n f l u en ci a d e f o r m a m en o s i n t en sa d en t r o d e u m a m esm a g er a çã o e t a m b ém q u e m u d a n ça s n o s p a d r õ es cu l t u r ai s d em or am m ai s a se i n t er n al i zar e a i n f l u en ci ar a con d u t a econ ôm i ca d o s a t o r e s.

Olh an d o a q u est ão p or ou t r o ân g u lo, q u em são os ag en t es q u e im p u lsio-n a m a c o o p e r a ç ã o ( B a i a r d i & La lsio-n i a d o , 2 0 0 0 ) , f o r a m o b t i d o s r e s u l t a d o s est im u lad or es q u e r ef or çam o p ap el d a in iciat iv a em p r esar ial. I st o p or q u e se con s-t as-t ou qu e u m a cu ls-t u r a em pr esar ial com capacidade de in f lu ir n a as-t u ação econ ôm i-ca d e f or m a a eq u ilib r ar coop er ação e com p et ição, p or m eio d o d esen v olv im en t o d e u m a ação en g aj ad a em associações ( com car át er d e r ed e ou n ão) , con q u an t o n ão sej a ain d a u m d et er m in an t e d a ação em p r esar ial b aian a h oj e, é u m a t en d ên -cia q u e se f or m a d e m od o clar o, ex p on d o u m a p r op en são a coop er ar . Com p ar an d o com o p r esen t e d ad o sob r e cu lt u r a em p r esar ial, p od e- se d izer q u e o b aix o ín d ice ob t id o d est e f at or d e m ot iv ação r esp on d e a u m a t en d ên cia q u e ain d a ocu p a u m lu g ar in su f icien t e n a r elação en t r e r azões p ar a u m a ação coop er at iv a e a f or m a-ção d e r ed es.

Os em p r esá r i o s i n f o r m a r a m q u e a f o r ça d a s o r g a n i za çõ es d e cl a sse e d a s em p r esa s t em u m a f u n çã o co n si d er á v el p a r a p r o m o v er est r u t u r a s d e r ed es. A i n i ci a t i v a p a r a a su a f o r m a çã o a p a r t i r d e em p r esa s e d e a sso ci a çõ es/ si n d i ca -t o s é al -t a, co m 3 7 , 5 % cad a, seg u i d as d e i n i ci a-t i v as p r o m o v i d as p o r i n s-t ân ci as ex t er n as ao s p r ó p r i o s em p r esár i o s ( 1 7 . 9 % ) , co n f o r m e ex p o st o n a Tab el a I I . Ob ser v an d o - se q u e a m ai o r co n t r i b u i ção d a i n i ci at i v a p r o v ém d a p r ó p r i a cl asse, p o d e se d i ze r q u e a s r e d e s d e st e e st u d o se a p r o x i m a m m a i s d o t i p o d e e st r u -t u r a s em er g en -t es ( Ca l l o n , 1 9 9 5 ) , a g r eg a n d o m a i s o s p a r -t i ci p a n -t es em f u n çã o d a su a i n se r çã o n e st a m o d a l i d a d e d e a çã o co l e t i v a , co n ce n t r a n d o a co o p e r a -çã o d e n t r o d e l a s m e sm a s.3

Ta be la I I - Pr om ot or e s da s Est r u t u r a s de Re de s

Pr om ot or e s Fr e q %

Em pr esas 2 1 37,5

Associações/ Sindicat os 2 1 37,5

I nst ância( s) super ior ( es) ex t er na( s) ou não ( Governo, Federação, et c.)

1 0 17,9

Não r espondeu 2 3,6

Ou t r os 2 3,6

Tot al 5 6 1 0 0 , 0

Font e: Pesquisa de cam po

3 Em t r abalho ant er ior ( Baiar di & Laniado, 2000) , v er ificou- se que r ealm ent e as associações de

(8)

o & s - v . 1 0 - n . 2 7 - M a i o / A g o s t o - 2 0 0 3

Fat o r es i n d i cam q u e o s em p r esár i o s b ai an o s m escl am r ecu r so s f o r m ai s e i n f o r m ai s n as r el açõ es q u e est ab el ecem p ar a v i ab i l i zar o s o b j et i v o s co m u n s e a co o p er a çã o . I st o é, a a çã o em p r esa r i a l d i a g n o st i ca d a i n f o r m a q u e a s r ed es c r i a d a s c o m b i n a m e l e m e n t o s o r g a n i z a c i o n a i s e s t r u t u r a d o s , a t r a v é s d a ex p l i ci t a çã o d e n o r m a s d e co n d u t a d en t r o d e est r u t u r a s b u r o cr a t i za d a s ( co m o a s en t i d a d es si n d i ca i s, co n t r o l a d a s p o r l eg i sl a çã o esp ecíf i ca ) , co m r el a çõ es em p r esar i ai s q u e f u n ci o n am d e m o d o m ai s i n f o r m al ( co m o asso ci açõ es d e cl as-se n ão con t r olad as p or leg islação e f u n cion an d o com r eg r as in t er n as ex p licit ad as o u n ão ) . A f o r m ação d e r ed es é t am b ém i n f l u en ci ad a p o r i n i ci at i v as b asead as em co n d u t a s m a i s t r a d i ci o n a i s, q u e d ep en d em d i r et a m en t e d a a t i t u d e p er so -n a l i za d a d o s p a r t i ci p a -n t e s p a r a a p r o d u çã o d e u m co -n se -n so so b r e q u e st õ e s d e i n t e r e sse co m u m . Pa r a o b se r v a r m a i s a t e n t a m e n t e e st a q u e st ã o , o e m p r e sá r i o i n d i co u o st a t u s d e co n so l i d ação d as r ed es q u e i d en t i f i co u n a ação em -p r esar i al d o set o r q u e el e r e-p r esen t a. A Tab el a I I I , a seg u i r , o b ser v a d o i s n ív ei s d e f o r m a çã o d a s r ed es, n ív el d e f o r m a l i d a d e e n ív el d e co n so l i d a çã o , q u e p u d e-r am see-r co m b i n ad o s en t e-r e si .

En t r e aq u eles q u e r esp on d er am a q u est ão, a m aior m en ção se r ef er e à ex ist ên cia d e ap en as u m a r ed e n o set or econ ôm ico d o en t r ev ist ad o. Qu an d o h á u m a r ede, 4 1 . 9 % dos casos f u n cion am de m odo m ais in f or m al, sem r ígidas est r u -t u r as b u r ocr á-t icas ou n or m a-t iv as, e 5 1 . 6 % d os casos se r ef er em a r ed es q u e f or m alizar am seu st at u s d e f u n cion am en t o com o or g an ização. Sob r e o n ív el d e consolidação das r edes, os em pr esár ios ident ificar am o m esm o padr ão par a aquelas com st at u s em er g en t e e con solid ad o - 2 9 % cad a. O f at o d e u m m aior n ú m er o d e r ed es ( t r ês ou q u at r o) p or set or p esq u isad o n ão t er ex p r essão, com o p od e ser ob ser v ad o n a t ab ela, p od e in d icar q u e est a f or m a d e ação colet iv a é, ao m esm o t em p o, r elev an t e p ar a a r ealização d os n eg ócios n as con d ições at u ais d o m er ca-d o, m as, p or ou t r o laca-d o, ca-d ep en ca-d e ca-d o n ív el ca-d e ex p an são e in t en sif icação ca-d as at iv id aid es econ ôm icas n u m a id et er m in aid a r eg ião. Por t an t o, a coop er ação e a con f ian -ça n as q u ais essas est r u t u r as coop er at iv as se ap óiam t or n am - se m ais d en sas, d e alg u m a f or m a, con f or m e a d em an d a p or in t eg r ação n as at iv id ad es econ ôm icas com pet it iv as.

Além d o am b ien t e em p r esar ial q u e lev a à f or m ação d e r ed es, o n ú cleo d a m ot iv ação se en con t r a n os obj et iv os qu e det er m in ar am , ef et iv am en t e, a in iciat iv a e a im p lem en t ação d as m esm as. A Tab ela I V or g an iza os t ip os d e ob j et iv os q u e b u scar am os em p r esár ios b aian os p ar a or g an izar f or m as d e ação colet iv a q u e su p r issem as n ecessid ad es econ ôm icas e o f or t alecim en t o d o set or , ar t icu lan d o a com p et ição e a coop er ação.

Ta be la I I I - Cla ssifica çã o da s Re de s q u a n t o a o St a t u s de Con solida çã o

I n for m a l For m a l Em e r g e n t e Con solid a d a

Qu a n t ida de de

r e de s cit a da s N % N % N % N %

0 16 51,6 1 2 38,7 2 1 67,7 2 2 71,0

1 13 41,9 1 6 51,6 9 29,0 9 29,0

2 2 6,5 1 3,2 1 3,2 0 0,0

3 0 0 ,0 1 3,2 0 0,0 0 0,0

4 0 0,0 1 3,2 0 0,0 0 0,0

Tot al 31 100 3 1 100 3 1 100 3 1 100

(9)

En t r e os ob j et iv os in d icad os p ar a a f or m ação d e r ed es, os m ais r elev an t es en f at i zam as est r at ég i as d e ex p an são e so b r ev i v ên ci a, co m 1 4 . 5 % , q u e são est ab elecid as p ar a a m an u t en ção e f or t alecim en t o d as em p r esas e d o set or . Est u -dos de m er cado e com er cialização ( 1 2 . 8 % ) , in ov ações t ecn ológicas e ger en ciais ( 1 0 . 5 % ) e ag ilização d e con t r at os ( 9 . 3 % ) , t od os r ef er en t es à m od er n ização d a em p r esa, est ão en t r e os ob j et iv os m ais r elev an t es. A p er cep ção d os ag en t es so-b r e a im p or t ân cia d os r ecu r sos h u m an os p ar a elev ar a com p et it iv id ad e ap r esen t a u m a p ar t icip ação ex p r essiv a, ocu p an d o o t er ceir o lu g ar en t r e os d if er en t es ob j e-t iv os, com 1 1 % , e pr eocupação com a gese-t ão am biene-t al par e-t icipa com um per cene-t ual m éd io d e 7 . 6 % . A m aior r ep r esen t at iv id ad e d est as d et er m in an t es r ev ela o q u an -t o a p r op en são a or g an izar u m a ação cole-t iv a et á associad a com a id éia d e b u s-ca d e f at or es d e su cesso n as econ om ias m od er n as ( p lan ej am en t o est r at ég ico, pr ospecção de m er cados, capacit ação de r ecu r sos h u m an os, in ov ação t ecn ológica, et c. ) , p or m eio d o ad en sam en t o d e r elações sócio- econ ôm icas q u e p er m it em o f u n cion am en t o d e r ed es ( Olald e, 1 9 9 9 ) . Ad em ais, além d e r ed u zir os cu st os d e aq u isição d os f at or es, as r ed es p r om ov em u m a esp écie d e r eg u lam en t ação n o t er r it ór io, f azen d o com q u e a coop er ação p r eced a a com p et ição. Est e en t r elaça-m en t o con d u z a se p en sar q u e a coop er ação p ar a d et er elaça-m in ad o ob j et iv o lev a a q u e as r ed es se f ir m em , cr ian d o cad eias d e ações p er sist en t es e p er m an en t es n as r elações em p r esar iais, t an t o p ar a aq u elas em er g en t es com o p ar a as con soli-d asoli-d as, r esoli-d u zin soli-d o o cu st o t r an sacion al soli-d as at iv isoli-d asoli-d es.

Com o r ef er ido m ais acim a, a ação econ ôm ica é im pr egn ada pelo am bien t e social on d e ocor r e ( Gr an ov et t er , 1 9 9 2 ) , r eceb en d o in f lu ên cia d o m od o d e p en sar de u m a com u n idade e da su a cu lt u r a ( Oliv eir a & Silv a, 2 0 0 1 ) . Por t an t o, foi im por -t an -t e in d ag ar j u n -t o aos em p r esár ios b aian os q u e ou -t r os ob j e-t iv os eles en -t en d i-am ser in d issociáv eis d e u m a con d u t a econ ôm ica v olt ad a p ar a a f or m ação d e r e-d es. De f at o, ao r esp on e-d er sob r e os ob j et iv os e-d e n at u r eza n ão- econ ôm ica n a cr iação e f u n cion am en t o de r edes, eles in dicar am a cr iação de u m a cu lt u r a de coop er ação com o sen d o o ob j et iv o m ais f or t e ( 1 6 . 5 % ) , o q u e é u m f or t e in d icad or d a p er cep ção d a im p or t ân cia d e t r an sf or m ar o m od o d e ag ir d a classe em p r esar i-al, b u scan d o t or n á- la m ais g r eg ár ia e coop er at iv a. I st o con t r ast a com o b aix o ín dice alcan çado pelo im pact o da cu lt u r a em pr esar ial com o f at or de f or m ação de r ed e, ob ser v ad o n a Tab ela I . I st o é, se a cu lt u r a em p r esar ial ex ist en t e n ão é Ta b e la I V - Obj e t ivos da s Re de s

Tipos de obj e t iv os Freq %

Est abelecim ent o de est r at égias de

ex pansão/ sobr ev iv ência 2 5 14,5

Est udos de m er cado e com er cialização de pr odut os 2 2 12,8

For m ação do capit al hum ano 1 9 11,0

Ger ação de inov ações t ecnológicas e ger enciais 1 8 10,5

Agilização/ flexibilização de cont r at os de t odo t ipo 1 6 9, 3

Realização de lobbies 1 5 8, 7

Obt enção de financiam ent os 1 5 8, 7

Gest ão am bient al em parceria 1 3 7, 6

Aquisição de fat ores de produção 1 1 6, 4

Com plem ent ar idade do pr ocesso produt ivo 6 3, 5

Mont agem de consór cios, int egr ações hor izont ais e

v er t icais 6 3, 5

At uação no t er ceir o set or 5 2, 9

Ou t r os 1 0, 6

Tot al 172 100

(10)

o & s - v . 1 0 - n . 2 7 - M a i o / A g o s t o - 2 0 0 3

su f icien t e p ar a alav an car a or g an ização em r ed e, é u m ob j et iv o n ão- econ ôm ico r elev an t e d o em p r esár io cr iar est a cu lt u r a e t or n á- la u m a p ar t e d e p eso n o p r o-cesso d e ação colet iv a. Est a v isão é r ef or çad a p or ou t r o in d icad or : p r om ov er v alo-r es ét icos d e con d u t a, com 1 1 . 6 % , m ost alo-r an d o q u e a ação econ ôm ica em p alo-r esaalo-r ial in cor por a, m ut at is m ut andis , elem en t os d e con d u t a q u e con t em p lam a d if u são d e v alor es com u n s ( Godbou t , 1 9 9 9 ) e o en r iqu ecim en t o do capit al social. Dest ar t e, em lon g o p r azo, p od e- se con sid er ar em r elação a est a q u est ão a av aliação d e Pu t n am , qu e associa a ação pr át ica ( polít ica ou econ ôm ica) com a cu lt u r a de coo-p er ação q u e se d esen v o l v e coo-p o r g er açõ es d e ag en t es, q u an d o são cacoo-p azes d e r ep r od u zir r ecip r ocid ad e e coop er ação, ap oian d o- se em n or m as sociais con f iáv eis e em r edes de em pen h o cív ico in t egr al ( Baiar di, 1 9 9 7 ) . Em segu ida, obser v a- se en t r e os ob j et iv os com p lem en t ar es o d e p r om ov er u m p er f il em p r een d ed or e a r elev ân cia da in t er depen dên cia n a ação em pr esar ial, com 1 2 . 2 % cada. Tan t o u m com o ou t r o r ef or çam o car át er d e m u d an ça e f or ça d a classe.4

Est es d ad os r ev elam q u e o sen t id o d a r ecip r ocid ad e n as t r ocas ef et u ad as n o âm b it o d e at iv id ad es econ ôm icas or g an izad as com o ação colet iv a é p er ceb id o a par t ir de elem en t os m u lt if acet ados; est es con f or m am a con du t a in div idu al com a con d u t a colet iv a com r esu lt ad os d e m éd io e lon g o p r azos p ar a o am b ien t e em p r e-sar ial. No seu con j u n t o, os ob j et iv os econ ôm icos e n ão- econ ôm icos v isad os p or u m a ação em r ede f om en t am a in st it u cion alização de con v en ções, cost u m es, n or -m as n o sen t ido discu t ido por Mit ch ell ( 1 9 7 3 ) e u -m a cu lt u r a e-m pr esar ial qu e bu sca se t r an sf or m ar t an t o p ar a sob r ev iv er com o p ar a p r eser v ar o seu t er r it ór io ( Baiar d i & Lan iado, 2 0 0 0 ) .

A q u est ão d a r elação en t r e a ação social coop er at iv a e a f or m ação d e r ed es p od e ser ob ser v ad a p or ou t r o ân g u lo. Com o af ir m ad o an t er ior m en t e, r ed es p er -m it e-m con d u t as ob j et iv as e, n a ár ea e-m p r esar ial, en con t r a-m - se e-m u -m p on t o d e in t er secção en t r e a d im en são m ais am p la d e r ed e e a d e or g an ização. Par a en t en -d er m elh or est a q u est ão, p r ocu r ou - se con h ecer o r esu lt d o ob t i-d o p elo f u n cion a-m en t o d as r ed es e o seu ia-m p act o n a f or a-m ação d e n ov as or g an izações. I st o é, com o a ação coop er at iv a p er m it e f r u t if icar in t er esses com u n s p or m eio d e n ov os gr u pos em pr esar iais ou f ir m as. A Tabela V m ost r a qu e o in dicador m ais f or t e de r esu lt ad os f oi a coop er ação in t er - em p r esar ial, com 1 3 . 3 % d as in d icações, seg u id a de sobr ev iv ên cia / ex pan são da em pr esa ( 1 2 % ) e m aior com pet it iv idade ( 1 1 . 4 % ) . Com o se p od e v er , a coop er ação in t er em p r esar ial com o r esu lt ad o d e ação con -j u n t a r ef or ça a id éia m en cion ad a acim a d a in t er d ep en d ên cia n a ação econ ôm ica com o v alor d e con d u t a q u e p od e t r an sf or m ar o d esem p en h o n a econ om ia.

4 Além dest es, ent r e os nov e obj et iv os não- econôm icos indicados par a a for m ação de r edes, v ale

ainda m encionar : lidar com os r iscos do m er cado e int er agir com a com unidade ( com 11% cada) , pr om ov er a r esponsabilidade social ( 9.1% ) , alav ancar t r ansfor m ações cult ur ais ( 8.5% ) e pr om ov er um senso cív ico ( 7. 3% ) .

Ta be la V - Re su lt a dos Obt idos pe lo Fu n cion a m e n t o da s Re de s

Re su lt a d os Fr e q . %

Cooper ação int er em pr esar ial 22 1 3 , 3

Sobr ev iv ência/ ex pansão da em pr esa 20 1 2 , 0

Mais com pet it ividade. I ndividual e sist êm ica 19 1 1 , 4

Redução de desper dícios 18 1 0 , 8

Am pliação dos m er cados 16 9,6

Fom ent o da iniciat iv a em pr esar ial 16 9,6

Visibilidade e legit im ação social 16 9,6

Redução de cust os var iáveis 14 8,4

Redução dos cust os fix os 12 7,2

Redução dos r iscos 12 7,2

Out r os 1 0,6

Tot al 166 1 0 0

(11)

Qu an t o à f or m ação d e em p r esas a p ar t ir d as r ed es, est as p od em est ar d ir et am en t e v in cu lad as à p r óp r ia r ed e ou p od em au t on om izar - se d a m esm a. A t en d ên cia a cr iar n ov as em p r esas a p ar t ir d o su cesso d e u m a d et er m in ad a ação cooper at iv a sign if ica capacidade em pr esar ial de f azer cir cu lar in t er esses, af in ida-d es e v alor es q u e são im p lem en t aida-d os at r av és ida-d a ação econ ôm ica e são v olt aida-d os p ar a m od if icar o am b ien t e d e su a at u ação. I d en t if icou - se en t r e os em p r esár ios q u ais er am as f in alid ad es d as n ov as em p r esas cr iad as a p ar t ir d as r ed es e se d est acou os p r op ósit os q u e at en d em às n ecessid ad es associat iv ist as. En t r e as f in alid ad es in v est ig ad as, a m ais m en cion ad a é a q u e f om en t a a associação e a cooper ação pr opr iam en t e dit as, com 1 9 % , sen do u m ex em plo em blem át ico de com o o cap it al social se ex p an d e a p ar t ir d o seu u so, n o caso r ed es acicat an d o r ed es. Desen v olv im en t o d e est r at ég ias com u n s, r eg u lação d o m er cad o d e t r ab a-lh o e cen t r al d e v en d as, com 1 4 . 3 % cad a, ocu p am a seg u n d a p osição, v olt an d o-se p ar a f in alid ad es d e d eo-sem p en h o econ ôm ico. Est es d ad os car act er izam q u e a cap acid ad e d e ag r eg ação d o em p r esár io p od e se con solid ar p or ações cu j os r e-su lt ad os r ep er cu t em d e f or m a m ais ex t en sa.

Co m o af i r m ad o an t er i o r m en t e, co m o u m a n o v a est r u t u r a p o r o n d e p er -cor r e a ação econ ôm ica, a r ed e é p r od u t o t am b ém d e u m a n ov a cu lt u r a g er en cial, t en d o a co o p er a çã o co m o n ú cl eo cen t r a l . Pa r a t o r n á - l a r ea l , a em p r esa t em n ecessi d ad e d e cr i ar o s m ei o s d e r eal i zar t r o cas co m o u t r as em p r esas, f u n d an -d o u m a r e-d e -d e co n v er g ên ci as q u e i n cl u i o b j et i v o s co m u n s, est r at ég i as -d e ação e n ív ei s d e co n f i a n ça . É n est e ca so q u e, m a i s u m a v ez, a co m p et i çã o ced e esp a ço esp a r a a co o esp e r a çã o e o esp a esp e l d o s a t o r e s se t o r n a ce n t r a l . É esp o ssív e l e n t e n d e r m e l h o r e st e a sp e ct o d a q u e st ã o a o se o b se r v a r co m o se co n ci l i a a co o -p er ação e a co m -p et i ção n o s am b i en t es d e r ed es. Na Tab el a VI v er i f i ca- se q u e o s em p r esá r i o s b a i a n o s, p o d en d o esco l h er m a i s d e u m a a l t er n a t i v a , r eco n h e-ce m q u e o m e l h o r m o d o d e co n ci l i a çã o e n t r e a q u e l a s d u a s d i m e n sõ e s d a a çã o eco n ô m i ca é m ed i an t e u m p act o ét i co , n o r m al m en t e t áci t o , co m u m ex p r essi v o p er cen t u al d e 3 2 . 6 % . A ex p l i ci t ação f o r m al d as r eg r as é o seg u n d o n ív el d e v i ab i l i zação d a co n ci l i ação , co m u m a p ar t i ci p ação d e 2 6 . 1 % n o co n j u n t o d as r esp o st a s, e ex p r essa a p r eo cu p a çã o d o em p r esá r i o em cr i a r o s m ei o s p a r a q u e o s co m p r o m i sso s a ssu m i d o s p el o s p a r t i ci p a n t es p o ssa m ser p er seg u i d o s co m r eg u l ar i d ad e e cl ar eza. Em seg u i d a, é m en ci o n ad a a i m p o r t ân ci a d e se est ab el ecer h i er ar q u i as, co m 2 1 . 7 % , o q u e co r r o b o r a a af i r m ação so b r e a i m -p o r t â n ci a d a e x -p l i ci t a çã o d a s r e g r a s.

Pode- se obser v ar que ent r e est es t r ês indicador es há um equilíbr io ent r e a conciliação em bases m ais for m alizadas e m ais t ácit as. O que, de cer t a for m a, r epr o-duz o equilíbr io obser v ado em r elação ao st at u s d as r ed es n o q u e d iz r esp eit o ao seu funcionam ent o de m odo form al ( 51.6% ) e inform al ( 41.9% ) e sobre o st at u s consoli-dado ou não das m esm as ( 29% cada) , com o av aliado na análise da Tabela I I I .

Ta b e la V I - Com o se Con cilia m Coope r a çã o e Com pe t içã o n os Am bie n t e s da s Re de s

Con cilia çã o e n t r e coope r a çã o e com pe t içã o n a s r e de s Fr e q . %

Mediant e r egr as explícit as e for m alizadas 12 26,1

Mediant e um pact o ét ico, nor m alm ent e t ácit o 15 32,6

Não há conciliação e a com pet ição pode se t or nar

pr edat ór ia 8 17,4

Est abelecem- se hierarquias 10 21,7

Out r os 1 2,2

Tot al 46 100,0

(12)

o & s - v . 1 0 - n . 2 7 - M a i o / A g o s t o - 2 0 0 3

Q u a n d o h á h i e r a r q u i a , o u s e j a , q u a n d o o r g a n i z a ç õ e s o u a r r a n j o s or g an izat iv os op t am p or u m a coor d en ação v er t ical n o t r at ar d o au t o- in t er esse n o âm b it o d a m ot iv ação p ar a a ação, os f at or es q u e p r ev alecem são d iv er sos e os em pr esár ios pu der am apon t ar qu an t os con sider assem im por t an t es ao m oldar est as est r u t u r as. Apon t ar am a con v er gên cia de in t er esses com o f at or líder , com 2 6 . 4 % d as in d icações, seg u id o d os p r ocessos d e d ecisão, com 1 8 . 9 % . Na t er ceir a p osi-ção, en con t r am - se o g r au d e in f lu ên cia d a em p r esa e u m a v isão m ais m od er n a v olt ad a p ar a f or a d a em p r esa, com 1 5 . 1 % cad a, com o p od e ser ob ser v ad o n a Tab ela VI I . As r esp ost as p or si só ex p r essam q u e as h ier ar q u ias são u m a im p osi-ção fu n cion al.

C

ONCLUSÃO

À g u isa d e con sid er ações f in ais a p ar t ir d a an álise ap r esen t ad a, p od e- se su g er ir q u e u m d os asp ect os im p or t an t es p ar a o en t en d im en t o d o at u al m om en t o econ ôm ico em t od as as p ar t es é a ev id ên cia q u e o m esm o n ão se r ed u z à ação in st r u m en t al e f u n cion al d os ag en t es, p ois m esm o os in t er esses econ ôm icos v isa-d os ex p r essam isa-d u as f aces isa-d o m esm o ob j et o: ( i) a isa-d e q u e j am ais são in t er esses f or m u lad os com o u m cálcu lo p u r o d os b en ef ícios ob j et iv ad os, p ois r ep r esen t am t am b ém a p osição d os in d iv íd u os n os sist em as d e t r ocas sociais d iv er sos, in cor p o-r an d o p ad o-r ões d e v aloo-r e d e n oo-r m as sociais; ( ii) a d e q u e os in t eo-r esses econ ôm icos só se r ealizam at r av és d os ag en t es, sen d o, p or t an t o, in f lu en ciad os p ela cu lt u -r a e p el o p ad -r ão d e -r el ações soci ai s d os q u ai s el es são p o-r t ad o-r es.

Calh ou n ( 1 9 9 1 ) ob ser v a q u e as n eg ociações m od er n as d e or d em p olít ica ou econ ôm ica d ist in g u em - se p ela in t en sif icação d as r elações sociais in d ir et as, q u e acab am sen d o t om ad as p elos m er cad os, p or est r u t u r as ad m in ist r at iv as f ech ad as e sist em as de in f or m ação com plex os. No en t an t o, af ir m a o au t or , as r elações soci-ais d ir et as n ão são m en os im p or t an t es ou sig n if icat iv as p ar a os in d iv íd u os se en v olv er em em at iv id ad es, p er seg u in d o d esej os e ob j et iv os. Est as r elações n u m m u n d o alt am en t e r acion alizad o t en d em a ser com p ar t im en t alizad as p elos p r ocessos d e in st it u cion alização, t an t o n a esf er a d e at iv id ad es m ais in st r u m en t ais ( t r an -sações econ ôm icas ag ilizad as p ela p r esen ça d e in d iv íd u os em am b ien t es esp ecíf i-cos) , com o n as in f lu ên cias e t r ocas r ecíp r ocas en t r e con d u t as p r iv ad as e p ú b licas. O con j u n t o d e r elações q u an d o v ist o d e m od o sist êm ico, com o p r op ost o p or Hollin g w or t h e Boy er ( 1 9 9 7 ) , ex ib e a r ed e com o u m elem en t o d e coor d en ação cen t r al, u m a est r u t u r a q u e n o m u n d o at u al, m elh or q u e q u alq u er ou t r a, of er ece u m a d im en são esp acial e t em p or al d e f or m a d e r eg u lação en t r e os com p on en t es d e u m a est r u t u r a econ ôm ica. I n d ep en d en t em en t e d o t ip o d e r ed e ( a q u e d ef in e u m ob j et iv o d ad o, a ad ap t at iv a e a q u e é cap az d e au t o or g an izaçao) , ela é sem -pr e u m m et a- m odelo, algo além de qu alqu er est r u t u r a or gan izat iv a qu e per m it e às f ir m as u m a n ov a p r át ica d e g est ão, en t en d id a com o o m od o em q u e se d á a Ta be la V I I - Fa t or e s qu e Pr e v a le ce m

qu a n do h á H ie r a r qu ia n a s Re de s

Fat or es Freq. sim ples %

Conv er gências de int er esses 1 4 26,4

Processos de decisão 1 0 18,9

Gr au de influência da em pr esa/ ent idade 8 15,1

Visão m ais m oder na e volt ada par a for a da em pr esa / ent idade

8 15,1

O nív el de sofist icação t ecnológica da em pr esa/ ent idade 6 11,3

A for ça econôm ica da em pr esa/ ent idade 6 11,3

Out r os 1 1,9

Tot al 5 3 100,0

(13)

r eg u lação, com b in an d o a h ier ar q u ia e a at m osf er a n a q u al se d ão as r elações com en t id ad es ex t er n as. A ên f ase q u e se v em d an d o ao p ap el d as r ed es n a d in am ização econ ôm ica d e t er r it ór ios e set or es, com u m a cap acid ad e sin g u lar d e in t eg r ar as v an t ag en s ob t id as n o âm b it o local com o g lob al, é u m a ev id ên cia d e q u e as m es-m as p assar aes-m , d ef in it iv aes-m en t e, a f azer p ar t e d a an álise sócio- econ ôes-m ica d as d i-f er en t es v er t en t es d o p en sam en t o acad êm ico.

R

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Referências

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