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Um estudo sobre estereótipos positivos e negativos relativos as variáveis sexo, status e cor

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(1)

"

' .

"

...

cu ? ~ J DS puS-GRADUAÇ ... O ZH P5 reOLOGI! APL IC .l;D;:. DO

U ;ST:::TUTO DE SELEÇÃO E ORIE r:TAçÃO pr 'W ?ISSIOi' ~ AL DA

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

...

. ;

UM ESTUDe SOBRE eSTEREóTIPOS POSITIVQS. 2 l :S S.L.r:'I\' ::: '::'; ; >7.!.:,,:,._

'l ' lVl.3 ;'.3 VARIf,VJ;IS SZXO , STATUS E C:,R.- ' .

r. ~ aria Beatriz CaTrijo Silva e vle ,,~k s

FGV/IS O:;: / C":'u?:

(2)

---

. . ' .

CE NTRO D8 P6S -GRADUA.CÃO EH; PSICOL,OGIA /l.PLIC ADA ,

.

.

DO

I NST I TVTO DE SELEÇÃO E ORrE i ~TAçÃO PROFISSIOl AL

da/

FUNDAÇÃO GEWLIO VARGAS

·

.

. ~. . . ~~ ~ .

UH ESTUDO SOBRE ESTERS6TIPOS POSITIVOS E NEGATIVOS RELA

TIVOS ÀS VARIÁVEIS SEXO, STATUS E COR •

. ' .

POR

l·:;'.RIA BEATRIZ CARRIJO S IL VA E HEEKS

Dissertação submetida como re quisito parcial para a oh -tenç~o do grau de

..

j··:ESTR3 E H PSICOLOGIA P.?LICADA

.<

(3)

Ii

,

1-,

I

AGP~DECn-2NTOS

Ao Professor CILIO ROSA ZIVIANI, por

sua incansável disponibilidade, ori- ..

entação e supervisão.

Ao ROilliY , GABRIELA E CA.HILA,

compreensão, ajuda e afeto.

pela

,... -A RAQUEL A. PED I(E I Rt ~ que pacien,teme22,

te traduziu o que solicitado.

Ao CPGP A, pela bolsa dé · estudos

ofe-recida durante o curso.

A UNIVERSIDADE FEDERAL FLUl-1INEHSE, pe

lo apoio.

Aos SUJEITOS DO EXPERIMSNTO, que g e ~

tilmente ~e volunt a riar~m.

A minha J-.~E, 11(;'::;'08 , MUGOS E COLE

(4)

..

#

SUMARIO

Este trab a lho pretende investi gar os estereótipo; posl:,

• # •

ti vos e ou negativos qu ando ,consi deradas como varl.avel.S sexo,

status e cor.

Foi vsado um i ns tru ~e nto co mp osto de oito desenhos

,

estl.mulo e quatro desenhos - resposta. A amostra foi composta

de

48

sujeitos universitários e 34 sujeitos semi-alfabetizados.

A hipótese básica testada foi qu e :

,

,

. . . '

Ha estereotl.pos pOSl.tl.VOS e negativos r elativos a se

xo. status e cor ~ m situaço es de c onotaçao positiva (traba lho e

escc::La) e ãe Co:ilot a çaO TLegi1tl.

-

-';2.,

A hi pótese nul a bási ca fo i r e j ei t ada , nos dois grupos,

...

! ~as n ao c foi

F'oram feitas sugest'õ e s pard pesquisas futura s •

(5)

;

,/

This pcper describes an invcsti gation of positive and

negative stereotypes considering as variables sex, status and

colour.

The instrlm.ent used consisted of eight sti mu lus dra

wings and four ans.wer dra'.:Iinus. The- sample consisted of 48

W1-dergr:=.duate st11dents a-"tld 34 semi-li tera te s1..l.bj ects.

The basic hypothesis test ed was the follo wing: there

are positive and negative stereot yp:~s rel a ted to s ex , status

and colour in si tuatio!1.s wi th ))osi ti ye co nr..otations ('dork and

School) and in si tuati0!.1s _ ;.Iii th l'lt::ca ti ve si tu a tions (b ar Cind

The bas ic nu11 hypotrLesis ·'ia s r e j e ct ed in- r elation to

variables sex ar.d status but not in relation to the variable

colour.

(6)

I

r

I

.

L ~

' .

f NDIC8

AGRADECI MENTOS

• • • • •

• • • •

• • • • • • • • • • • • o • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

I - ESTS ESÓT IPOS • • •

• • • • • • • • • • • •

1.1- Introdução • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

1.2- Concei tuaç2.o de Zs tere"ó tipos • • • • • • • • o • • • • • • •

1.2 . 1- Es tere6ti po s c omo Co g niç~o • •

1.2.2- Estere 6tipos como Categori a • • • •

,

.

" 1. 2 . 3- Est~reotlpos c omo Crenças • • • • • • • • •

1.3- As Ul - ' nlens oes ,., 00 l:iS1:ereO"Clpo - ' . . o • • o • • • • • • • • • • • • o

Conteúdo :;

-

...

.

.

-

.

-

. .

.

-

.

.

.

.

Uni f ormidade • • • • • • • ~ • • * • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Intensidade • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Direção • • • • • • •

• • • • • • • • •

1. 4-

Tra b31hos Experimentais sobre Estereotlpos

,

.

• •

,

.

Es tel' eot l poS Ue. sexo • • • • • • • • • • • • o • • • •

-

,

~ .

1. 4 . 2- LstereoClpos e de cor

profissionais

gi o •• o • c • • • • • • • • • • ti • • • • c • c • • c . . . ~ • ~

II ... T""\~""""'''''''''T'''- ... - ,'''·n'' ""

1:' .!( :':;L.,UJ.. '"",, !". J J.. .1 u . • • • • • • • • .•• •• • • • • • • • • • • • • • • o . . . ..

' ) , C V'\ ,.... ~ +-, , ,...., ~

c:... • .,.L- o~. ,- e ..L. ,,", V\.a 'y ~1.. o o • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • o • • • • • • • • •

2.2- Teorias ào Preco!lcei Lo • • ~ • • • • o • • • • • • • • • • • • •

1

1

3

3

10

14

l.t>

, ...,

... I

1 9

20 20

21

21

? 4

27

31

(7)

-111 - ~~ ~~~P~~l' , ...::..~ I~ r I ~ -.J P Q~COP.... -J ... , C~lTO ~ _ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

/

/

IV - tJlvj ESTU DO SOB?3 ESTSl'.2'6TIPOS ?OSITIVC3 !~ NEG i\TIVOS

Página

40

REL / ~TIV03 AS iJ l ·. RI _~ ~ 'lSI3 S EXO ~ ST A?US r.' COR . . . . • .•••• 43

4.1- O~jetiv o • •

• • • • • • • • • • • • • • • • 45

,

4.2- l-1etodo • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • 45

• • • • • , • • • • • • • • , ~ • • • • • • • • • : e e I 45

,

4.2.3- Definiç~Q , . das Vari~veis

pesçui-s ad:lpesçui-s • • • • • ~ • • • • • ~ • • • • • • • • • c • • • 47

-

.

-

-

-

- -

. ~

- - - -

- - - - . . . .

-

-

.1. P.

. . .

.

. . . .

.

.

.

.

. . .

. .

.

.,

A- Estudos Pre1i /;ún:lres ••••••• 49

B- Procedimento prouriamente di

-

-tos • • • • • • o • • • • • • • • • • • • ~ • • • • 50

4.2.6- Resu lt ados • • • • • • 52

1:.- Res lütauos do LxperinH;·[i to I ~5 2

B- Result~dos do Experi ment o 11 58

• • • • • • • • • • • • • • • o • o • • • • • • & • • • • 74

,.. • T"\n,~"",,,,_ "-' _I"'n~" "~T" ""'

v.11.1"- 1. L ' l.J ~- ."::J'::> .l J..l"J U!J U • • • • • • • • • • '* • • • • • • • • • • • • ou " ""'

... "T""\"""~-"""" ,..."""""' _ _ ,... _ ~ ,

La .l~!( l V tJ ~- l(~,::,rU~ .l J\ ~ • • • • • • • • ~ • • • • • • • • ~ • • • 88

FOL IIi\ • • • • • • • o ~ • • • • • • • • • • • • '- 92

APÊ i ~DICE IV

-LO P ARA O GRUr O I • • • • • • • • ~ • o • • • • ~ o • • • • • 93

(8)

BIBLIOG RA FI A· • • • • • • o o • o • o • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 96

.

' .

(9)

-'.

• . ' ~ I •

1. 1

1/

Des de 19 2 2 quando Líppma nn C'J.nha o t êrmo estereótipo

e o def ine c omo "imagens que te.rnos n a c ao eça " este vem sendo

obj eto de es t"ua o em i r,úrneras pes quis a s na psicologia social.

,.., ... ,

.

A coloc aç ao aos estereotlpos dentro de determinadas

,

areas na psi col ogia social t em sofrido al gu ma s mOdificõ,ç-ões

com o corre:- de t ~mp o. Yeul1g (1 946 ) 'est'.1da-os ~:i1 seu " Hand

booklt , na pa r te que denomi na , HA l guma s Relações Bás icas de

Personalidade par a a Soc i e dade e Cultura" . La Pier e e Fran S1J,'or

-ter (19 Lj 9) t amb em r e l a Cl0Ylárr1 os ,. • ,'" Ç!5 to· t e:ceot l. p os c om persona li da-.- •

de, colocand o-os no c apí t y):o sobre P ers onalidad e BlHnana, TiB IS

es p ecific aJ!ienter íiFer~o~ ·ú:i.lidade Es teJ,:" e otípi c a " <> A pal"tir de

Bro\l,'l1 (1 96 5) nota- se

'Um ,

c onsens o en tre , os autor es em estudar

dos fa 'to

-res que inte rfe rô"n na Pe rcepção de Pessoas . SecoY'r1 & Bac kman

(1·96 4 , 1 974 ) t Ro jrigues ( 1972 ) e NcDavid & Ha:cari (1974 ) s e

-gu em esta o r i entação coloc ando-os no c ap í t u lo sobre Percepção

de Pessoas .

A for ça dos estereótipos ~ tal que mesmo quando cien

tis tas s ocia is da :i, mp o~-.tâ nci a de Fre edn an escrevem sobre o as

' V , • • ,

sunto n ãO cons eguem oculta-los. Em u m artlgo seu temos o para

, grafo ab ai xo :

"Por e xempl o an t es de estudar o que redu? o precon

-ceito dos b r ancos do s ul para os ne gros , os c ientis tas s

o-ci a is e st u da17l mUdal1çaS de ati tudes em geral e confiam ql.l e e':"

ven tua 1men t , o c onhecimento que obté m pos sa s er ap'reciado

pa-ra reduzi r os p r2conceitos" (p. ) in Dyal 1975 .

Porqu e "brancos co sul" nesta sentenç a ? Per guLta

(Dya l , 1 975 ). Conc lui ser um ex clnj-l o de como com a nO.5sa

(10)

I

L

r

-2-quando pretendemos ser imunes.

El es exis tem e infl uenc iam a nossa forma de pel'c c:

ber os out ros. Como Lippmann (1922) sina lizou, "não vemos

-pri-meiro para depois 'definirmos e sim pri-pri-meiro definimos para

de-pois venflos."

Si tuaremos elltão, o es tudo dos es tereótipos . na area

,

da Percepção Social, como um dos fenôm enos, junto com valores,

interesses, atribuições de c ausal idade, que influem na trans

-for mação do est ín:mlo di stante em percep to (o 'estímulo t a l cono

percebido por nós) como Rodris-ues 1972.

o

interess e da psicologia por estes processos psico

-sociais que influenciam na co gnição dos objetos, intcnsi

ficou-se após os experimentos de -J -. Bruner e colaboradores : na déc ada

de 40, si nal i zado po!" Ro dri gues na obra cit a da.

r. _ . () _ "I1. ~ r_· (10_""" _ _ ;:o "'_ c'"'_ "'''.0 ,... l",... ... .,....,....VT' ___ I T _ _ ~ _ ~ - - - - ., .~ ..'l . :. ~ t"\! ,.

~ _ _ _ "")...;. _ _ .f. ... _ ~ ,.:. ... J : \ .. . ~O~ \:: J. 1 C V o.. ..L.C ClJ.J._ '-...tctu e l: ~ S .!..

ca, mas

à

realidade psicológi ca, isto

é,

à

realidGde que e le

percebe, a compreensão dest es fatores interf er entes se faz rr.is

ter.

Porque estudar estereótipos? Qual a sua importânci a pa

ra a psico l ogia enquant o ci ênci a do comp ort amento? Segundo líi.l

ler, Galanter e Fribam ( 1960 ) a tarefa da psi cologia moder na '

é

tentar encontrar a lógic a do que fa zem as pesso a s e animais . A

char algum sistema para a c ompreensão de sua conduta.

Pa ra muitos psi cólogos, o modelo S-R

é

simplista . N~o

aceitam qu.e a conduta humana s e j a uma cad eia de reflexos c ondi

cionados. Para es tesp os fa tos e eventos são representados no

unive rso c ogni. tivo e sua conduta

é

fu.'1.ção desta r ~pre sentação .

s ~ o os adep tos do modelo S-O- Ro Mille~, Galanter e Pribram

(1 ~6 0) vem a existência de um vá cuo entre n cognição e a aç a.o N

. que ainda n?o fo i preenchido. Esta será a tarefa da psicologia

ria at\lali dade ..

(11)

onsid<2-.

,

.

ram os estereotipas tanto cemo consequentes quanto preditores

da conduta e

é

esta a nossa justifi c ativa ao estudá-los.

As él t: i tudes agressi v.as para as minorias étnica~ . , as

humilhações ~ofridas pelas pessoas de cor, as guerras religio

I

-sas n.a Irlanda e no Líbano 'e mui tos outros fatos são

signifi-cantes p~ra demonstrar a força dos estereótipos, crenças,

mi-t os e J.!na.ge ~ls no compor"C amen to h1JJT!ano.

1.2 - Conceituação de Estereótipos

Busc ando uma co:ncei tuação adequada

de

estereótipos J

observãInos que as definições usam três termos di versos ao def,i

nílo. Poderíamos considerar· t;&s . tipos de definiç6es aque

-las que os cons ideraJTI cogni ções, ·as que as conc eituam corno

ca-tegoria e as outras que :os defi nem como crença ou opiniao.

, .

.

,..,

1.2.1- EstereotJ.pos como cognlçao

A noção de c ognição oferecida pela perspectiva gestal

tis ta, como assinala Rodrigues (1972 ),

é

de extrema i

mportân-cia para a ps icologia somportân-cial. Como alguns autores consideram os

estereótipos como cognições · ou construçõ es cogniLivas, (Krech

et ale 1969; Korten1 1973) al gumas considerações sobre "cogni

-, . . . -, -, . . iP

. çao" sao necessarJ.as •

Os psicólogos distinguem o process o de sensaçã o (do

ponto de vista fisiOló gico) do processo de "fazer sentido"

is-to

é,

de perceber com signific ado .

...

As pessoas para se rel a cion ar em, int eratuarem,

neces-.

,-sitarn perceb erem-se );utuamente. Segur:do Kre c h at al . (1969) nós

reagimos ao m'..lndo e c ons equen t '-'n en te z. ')s s eus ob j et os t aos f

a-tos, ao hom em , e.1l f unção de corr o os

r-

:..:: cebe; os. Es ta percepção

(12)

estébe-r

i

'--'.

4lecer limites entre aquilo ,":!ue denomin emos percepção e c ogni

-ção~Rod rig'..l.cs (1 972 ) co ns · id ~ra que corno entre a est im'Jlc.ção

sensorial e a tomada. de consci ência do e.s tímulo existe H," a

sé-rie de processos psico~ógicos que determinam que este objeto

estimulador seja apreendido de uma forma ou de outra; assim a

designação desses processos poderia ser cognição social ~~ vez

de percepç ã o social.

Para Tajfel (1969) o ponto de transição entre a per

cepção e as atividades co gnit ivas como c a t egorização e j n1 ga

ment o t e.m sido difícil de especificar. O tê rmo cognição refe

re-se mais ao proc ess o de assi milação de expe r iênc ias quando

re1acion aJnos UT:1as com as outras dando-lhes si gnificado.

Festinger (1957) · d~ · ~ co gniç~o uma amplitude muito

grande considerando-a como " qua lquer conhecimento , opi nião ou

crença acerca de si mesmo, ou acerca do comportament o de outra

pl2ssoa. !!

A co gniç~o a nosso ver se ri~ mais que o proc esso de

".., • # I<J

apreens a of Isto e, ma is que a sens açao . Seria o p!'ocesso de

transformações das experiências e vivências do indivíduo que o

levaria m a ter cre nças e opiniões a respeito do mundo, d'2 si

mes mo e dos outros. Um tal universo cognitivo

é

que lev ari a l

-ma pessoa a u-ma determinada cr ença ou opinião. Cren ças~ opi

niões result am de cognições .

Parece haver uma aceitação dentro da psicologia cogni

ti va de que o Ul1Í vers o não vem a nós t a I como

é .

Cada tL":1

cons-troi o seu próprio, si gnificativo, representativo. Apesar da

inacessi bilidade deste retrato que o orgé111ismo tem de si mesmo

,

" .

e de seu uni vers·o, ele e neceSSC'J'lO para explicar a conduta

(Miller , Galanter c Pribam, 1960) .

Para K:cec}l at aI (1 909 ) o l<'lüve rso c ogn itivo <lo 110::le:-:l

,.

e cons ti t u:~

cc

de péU'tes que são · comuns t

(13)

r

I

I

~

dades, os motivos, as experiências, e resultam da mesma estru

tura fi siológica, uma vez que as pessoas têr .. s i'S ·cer.l-:1S l~ eY "T (;

-sos COl:mns t te.::1 0S u.ni versos cogni ti vos diferentes mas com tra

.. ços comuns . O comportamento para os cogni ti vistas, seria re

-su1tante deste universo cognitivo, da maneira peculiar que c~

da indivíduo tem de organizar e vivenciar as experiências.Nos

-sa simpatia, vê-se, está do lado dos "pessimistas" (!1iller et

aI, 196q. A vida não

é

simples e a hipótese mediacional

é

ne-,

.

cessar1a.

O Umapa ' cogni ti voU das pessoas, termo t017lado de

Tol-man (in Broadb ent, 1972), não

é

uma fotografia dos fatos. Há

uma ' contribuição pes soal naquilo que

é

percebido. Dois ' fato .

-res determinam esta criação no entendimento de Krech at a1( r ~ ;,~ ):

..

-; '

,

A) os fatores do es t l 17lulo.

B) os fatores do sujeito.

proximida de, núme ro, figura que se destaca do fu..ndo (Kohler ,

1968) e outros tão be,'Tl es tudados pela Psicologia da Ges t a l t ,

influem na seleção cognit iva . Interessa-nos ma is, en tret anto,

aqueles fatores deriva dos do percebedor ~ como:

04 I - Amplitude de apreensa o

A amplitude de apreensão de nos sa capac i da de de

pro-. cessar informação não

é

mu ito grand e . Percebemos simultânea

rn~rite em torno de se te cois as i ndependentes ( Mil ler, 1956)

Bruner (1957) afirma ser um f at o permanen te so~re o processo

do conhecimento, que os orga nis mos tê ~ limite de ext~lsão e

me,ilória. Es te limite pode vari ar entre as pessoas pu na mesma

pessoa dep endend o das condições sit uaciona is e individuais ( o

momento. A variação t~n ~ ~ a~plitude que va i de 6 a 11

~-...

.

...

preensoes s1mult aneas.

(14)

a-I

r

I

L

'.

juda-nos a compreender o próximo fator in2luente no

percepti vo.

2 - Seletividade perceptiva

-6-processo

uma variedade indescritível de estímulos que sensi

bilizam nossos órgeos de sentido~ Nossa incapacidade de

perce-bê-lO? todos simultâneamen te, faz com que , no co njunto il'ltere~

.

,

-sado percebamos apenas uma parte. A apreensao desta parte do

.todo dá-se o nome de seletividade perceptiva.

A cultura em que vivemos determina de algum modo o

que perceber. Ao conversarmos com uma pess!=,a. não percebemos seu '

tipo de epiderme , apesar de termos condições pa.ra isto, mas a

cor de sua pele. Em di vers as - situações na nossa 'vida soci al a

seleti vidade percepti va se evi dencia . Percebemos as qualid-él des

de um amigo e quase nU!1ca seus defeitos. PessoaS

preconceituo-timentem estes preconceitos.

o

que escolhemos para observar, perceber, ~ função

das nossas predisposições e experiências. Postmal1 e Brown

(1952) in Krech et aI (19 69 ) estudaram o papel da predispos i

-ção mental na sensibilidade perceptivao Sujeitos que no experi

mento obtiveram "êxito", apresen taram um limiar ma is baixo a

palavras tais como excelente~ perfeição etc. Os sue fr a c assa

.ram eram susceptíveis as palavras de fr a casso. Todos

tive

mos experiências de passarmos por lugares e não observamos

de-terminadas caracterí st ic as até que algwn es tado ou

predisposi-ção nos faça percebe- los . Por exemplo : um restaurante

estamos fa mint os.

çuafldo

Certos estados emoci onais como -medo, sentims ntos in

tensos, podem fazer com que percebamos o objeto es tirr,u:l.ador

congruentemente com noss as ne c es si d ades , c he gan do ao ponto de

(15)

í

,

'"-Singer (1957);' r1c.Gimi es (1949), comprovam a hipótese que os ·'\J.,El

_

c:c>_.,. _~ i ... . '.~ . f ' , ~" .... \ .. ~C_·'1'\("· -0 0 5 "".' ~ _ D"d' . ' J pm •. l i (~ . ~-: ~ /: · . ..,.J. ·'lnaY' a 1 _ p ~ :' l"'PD""'-:: .. _ _ . ... ' .... '' ''O é' d a s P ~ssoas . " (in

Krech e t al J. 9G9 ). A E'S te feflô:neno Krecn dá o nome de "Deform~

ção Seletiva'l e Rodrig~ e s (1972) IIDefesa Perceptivall •

, /

3 Acentua ção p erceptiva

Ol).tra. consequên cia no p:!:'ocesso perceptivo, de estados

do percebedor,

é

o fenô:r;eno de acentuação perceptiva, deno1nin:l

, do assim por Brtmer e Goodman (in ROdrigues , 1972).

Bruner e Goodjnan fizera m U ,"!l experi mento com crianças

onde utilizaram moedas de valor es diversos e discos de papelão

com o mesmo di~ ~et ro das moedas. As crianças era~ solicitadas a

reproduzir€J'11 o t amanho das moed as'. ,e dos discos. Os resultados

sugeriram que as crianças dis torciam mais a s moed.as ql.J.e os dis

cos e que as p obr es o fazi ar:l mais que as ricas. Ol."t r os

experi-mentos foram feitos e não mos tr ara~ os mes mos resul tac1 os. Ro

-qrigues (1972) dá como explicação dos r esult ados di vcrgent es,a

proposta feita por Tajfel (1957), quando este afirma q ~e a ct

centuação perce ptiva se dá apenaSf quando o tamanho do objeto

relaciona-se com seu v a lor, o que não a conteci a nos

exper'imen-tos que não mostraram os mesmos resultados obtidos por Bruner

e Goodman.

Podemos dizer como HcD av id

&

Ha r a ri ( 1974) que o

gru-po da Uni versi dade de Harward ( Bruner & Goo dman , 1 974 ; Bruner , '

1957) enfatizou duas c aracterí sticas da c o gnição. A primei ra de

""-I' . . . . . A • IV

que a percepç ao e organlzaaa se1etl vamente , as experlenClas sao

assimiladas também seletivamente e incorporadas junto com

ou-tras experiências dentro d e ca tegori as con ceituais c;ue são si.u

nificati vas e funcionais p ~r..1 o il1di víduo . fi. outr á ~ colocando

ênfase na utilidade f v~cion a1 ( rel ev ~ cia de me tas ) e dependê ~

cia na acumulação de experiê ci a passada .

Da mes ma forma que o s uje ito cri a e transforDa la

(16)

.-"

-8-soas. Para a Psicologia Social a percepção de pessoas

é

funda

mental •. O homem interatuan do com os outros, res ponde ao que

ele percebe. Também aí ele "seleciona", "acentua" e "interpr~

ta". As inferências que são feitas sobre pessoas, . nossas im _

pressões, os jUlgamentos, orienta~ nossas ações diante delas.

Dentro dos processos psicológicos, junto com valores, atrib~

' ções diferencial de causalidade, efeito de Halo, os estereóti

. ' .

E21

são considerados responsáveis pe las impressões que

forma-'mos das pessoas.

Rodrigues (1972) faz um esboço analítico da percep

ção de uma ação humana que achamos por bem- r eproduzir, já que

"

.

ele si tu.a mui to claramente o lugar do es tereotl.po na percep _

(17)

r

i

Lo

'.

FASE PR~-PSICOL6GI

CA DO FENÔVlENO PER

CEPTIVO

FASE PSICOLL~ICA

DO FE NÔr.lJ;NO

PER-CEPTIVO

ESTí r-mL O

x

DISTA NTE ( ED )

CONDIÇtJES

ME-DIADORA (M)

ES'l'íMULO

·. PR6xIHO

PROCESSOS

PSIC OL6GICOS

(PRP)

PERC EPT O ( Pt )

I

AÇÃO

\0

Et1ANA DA DE I I

I ,

I

;';- - -

-

-

-,

' , 1

CONDIÇtJZS DO AI{Blm~

TE FíSICO cu PR6

PRIO ' o QUE: IN F' LUi:E

NA NITIDEZ DA T R;~ f~.§

t

EISSÃO DE X.

I

I EP= f ( ED X t>1)

VALORES

I

J._TITUDES

I " r"\ r"o T'"., .... ,...T~ .. "" ,..,f""t . "" w 'toJ.:...·u'.J..!.. ... ': __ · ;:., .,:>

I I NTEPC:SS ES

I .

I

TE NDENCI OSIDADSS NITIVAS C01

I ESTE PE !'l rpos

I

po~ .; srv:iis DISFu! \ ç 'C8 S

!·ffiN TAIS

I.T RI3U IÇí\o DI FE REii -CIf...L DE CAUSALI DA.Di::

I

X TAL COl'.O PERCElJ I

- I

~ _.>

DO POR P

--- ---- ----~

(18)

-10-Como

foi dito na introdução,

certa consistên

-c"Íi=.. v 0 J ~t:.'., (; CS éutore.s I' lV:'..t.$ rec e ntemente:. em coloc ar o fellô m~

no da e Sí: . er ~ otipia dentro de H~er cepção de Pessoas" (Krech et

,

aI, 196 9 - Rodrigues, 1972, ~ ~David

&

Harari, 1974).Definindo

-o" mais espec ificamente como cogniç~o, temos Krech at aI ~96g

quando c ons ideram- no Ituma co gnição relativamente simples,

es-. pecial men~'2 de grupos soci ais p que cegaJ7i o indi \--íduo para as

. diferenç a s entre os elementos de qualquer grupo ra cial étni

-co, de id ade, sexo, classe social - e tendem a congelar seus

jUlgamentos" . Kort en (1973) trata-os COr.lO "construç ões

cogni-ti vamente flUlcionais que as pessoas geram afim de ordenar suas .

'\~das tt.

.

.

• 0 ••

,

.

1.2.2- Estereotlpos co m o ~ : c a tegoria

. ,.

Ao consi derarmos C Oí:lO tópicos . di ver'sos categoria 2

que reDutarn

-

o~ ca ~e nori~ CQ~pl~t~

- -

~ cn

te diferente de cogn ição. A nossa sep arélç ão atende ap"enas a

um intere sse didáti co. Cons ideramos a categorização como ~T.a

atividade cognitiva , uma for ma de atingir o conhec i ment o.

Bruner (19 57 ) defin e categoria como u ma re gra para

classificação de obj et os. Allport ( 1955) como VJTI agr\",-p~ment o-ª

cessível de idéias associad as qu e em con junto tem a p r o

-priedade de guiar os a jus tes cotidianos. Hão dif erencia c at

e-, goria de conceito c onsiderando-os qual quer unidade de

organi-zação sub jacente nas operaçõ es cogni ti vas .

l1ani s (1 966) consi 4era também co;-no Allport, Slnonl

.

...

mos , conc eitos e c ategorias. O conceito pa ra ele envolve uma

única r esposta ( uma c lassific ação ou ação ) que deve ser

asso-ci a da a Ulna vari edade de est{ ;i!ulos.

na nossa c apa cid a'-de de

classific ar o mundo em c ategorias conc ei tuais uma vanta gem

• A •

pois nos capacita éi usar a experlenCl p ssada em novos d

(19)

I

,... .'

L

tivesse esta possibilidade. O caráter adap tativo da cat egor iz~

ção

é

visto ta~bé m por Triandis (19ó6) quando ele coloca nas

categorias um valor de sobrevivência. Bruner (1957) tambén

a-ponta o sentido de ecoáomicidade das catego ~~s . Elas simplifi

,

-cam a tarefa de responder ao ~eio ambiente •

.

A cultura tem considErável influência no número e no

conteúdo das categorias. A hipótese whoo.rfiana, de que padrões

.

,

.

,.",

.

l1ngulst1coS que nos sao 1mpostos pelo grupo cultural ~~ que

estamos inseridos determinam o que perceberll os no mundo (?cnna,

1968)

é

também considerada por Triandis. Os es quimós tem

vá-rias palavras para neve sendo capazes de perceb er rLv..ances ~ ou

tipo de neve, que outras pessoas não percebem~ A palavra e con

sequentemente a cultura tem u;na importância mui to grande na

formação de categor ias, chegando Allport a afirmar que s eT.

pa-lavras não form aríamos categorias.

A categ orização

é

pois, V ~ processo básico para c

co-nhecimento.

rrão

i mportante que em 1957 \ Bruner inicia um

artigo com a frase que se tornou célebre "Perceber

é

c~te g o­

rizarlt

- . Parece ser já do domínido da psicolo gi a que a categ2

rização

é

fundamenta l para o pensamento h1.unano.

Allport (1955)

duas classes de c ateg orias:

- as fle xíveis e as "monopolizadoras".

As "monopolizadorasllr termo tomado de Postman por

A1lport, seriam a quelas r ígiàas, inflexíveis. O indivíGuo sele

ciona e interpreta quaisquer dados que poderiam contradizê

los. As fl exíveis são dif erenci adas e os atributos que ·as

for-mam são mais vari áveis. Sabemos que nem todos os c ariocas " .

s a o /.

bem "hwnorados ". Alguns detes tam praia, outros adoran dinheiro

enfim

é

difícil consid erá-los como um bloco "monOlítico". Para

.

" .

-

, . . . .

Allport estas c ategorl.as, flexl.VelS 1 sao o contréll'l.O ÚO S est

e-,

.

reotlpos.

(20)

I

-

.

'

L..

" ,

'.

-12-Ao ...

ve tres tipos: • • --,,;#

.. as e fetivas (que provocam tipo semelhante de res

/

pos ta emocional);

Ii

- as funcionais (eq~iva1entes quanto a certos objeti

vos) ;

- as formais (empregadas no pens amento abstrato).

,.

,

.

l1uitos autores vem o estereotl.po como resultante des

te atributo hu,'71an o, qu e

é

formar c a tegorias . Cauthen et aIs

(197 2 ) fazendo uma rev isão da biblicgrafia exist~~te sobre o

tema afirm am : ~recentemente estere ótipo passou a signi ficar u

ma c a tegoria que aponta VJ11 indivíduo como partilhan do caract~

,

- . \' .

rl.stl.cas na base do seu grupo. 11 ,'\, ,

Hc David & Har a r,i , {1'974) também explicam os estcreóti

pos como "concei tos

ex~

~ssi

v arnC"1t e gener a li zados bas eados

to da tendência hv.mana de classi f icar suas exp eriên cias e in- '

tegrá-las nUJ11 sis tema conce itua l organi zado. Consideram Ciue o

processo cogni ti vo que está subst r at o ao es tereótipo

é

normal

e razoável, não cabendo

à

psicolo gia tent ar mudar ou eliminar

este processo. Seu processo seria mais e ducat ivo,c hamando a

atenção para que a conceituação fosse feit a com bê8e em infor

-mações mai s acuradas .

8

interessante observar o enfoque de

McDavid & :' a rari considerando o es tereótipo Uln "ma.l nec essá

rio" e sina lizando a t a r efa da psicologia diante dele.

Secord

&

Backman (197 L1 ) também incluem o concei to de

estereótipo dentro de categorias que provêm da cul tura . P ara

' ....

estes autores o "estereótipo"

é

a "ação de assinalar atri bu

-tos a pessoas uni camente baseado na classe ou c atEgoria ,a que

ela pertence". Assinalam três características do estereótipo :

a c ateg ori zação de pesso as , o con s~r~o na atribuição de c a r a c

t erís ticaS e a dis c ~'cp2. n cia entre as cara ct e:r-ís ticas

atrib'J.i-, '

dás e as reais . Vêm o estereótipo como U,ilQ forma especial

' . ' _. de

(21)

' .

.

.'

mentos atribuídos a toda u ma clas s e. Os atribui tos que a so

-ciedade esco l he p ara s er em s ignifi c antes var ia m. Pode s er com

,.

.

portament os , caracter1st1cas r a ciais, etc.

Para estes autores, quando o ' estereótipo

é

a opinião

e de um único sujeito, denominam-no "estereótipo pessoal"

quando há consenso do julgamento na maioria de uma popula

,

çã~ denomi narn-no " es t e r eótipo s ocial" •

A at r ibuiçã o de traço s com b as e numa c a t eg oria

é

s em

pre u ~ a simpl i f icação, por consegui n te, f requent emente o

este-reótipo

é

f also pois as quali dades do sujeito são reduzidas a

wna só; geral mente lli~a pal a vra b ast a, para ' que muitos indiv1-'

duos sej am i ncluídos er:1 um conc e i to.( Au gr as, 1970).

Ai nda nest a l inha ;' ~ ri a nd is ( 1966 ) defi ni u-os C Or.l C

-

,

'-

, ,

" gene r a li zaçoes s obre car ac ter1sticas de grup os d e pessoas ".

Outro t e óri c o que co psidpr~ ,... !!" - - t-- - :::1 ...." "''' I'Tr''II

ri zaçao

é

Young (1 946 ) .qu ando o defi n e como um "fals o concei

-to clas si fi c at ório ao qual , como uma regra ,

,.

. "

e s ta ll gaao algum

forte tom de sent imento emoc ional de agrado ou des~g r ado , Ã _

provação ou des aprovação ." Para e st e autor , o mu.."1do ex terno

,

e composto de objetos e pess o as e o i nt e rno fe ito de i magens

e i d éias que vão de termi nar as atitudes e açõ e s . Conhecer as

'!i.déi as"p as " i magens ". os " qu adros mentaisH que as ' pe25·:)as

t em a res peito de al gum objetog facilit Clrá nossa tarefa em

, pre diz er sua s atitude s em relaç~o a es t e objeto . Estas i rn a

gens sof r em c onsequentemente a influênci a dos valor es , d2s ncr -',

mas da soci ed ade em que o s~j ei to es t& inserido . O es tere6ti

-po ser ia "o mundo imagirLár io, sustentado -por pa lavras OU

ima-gens visuais, do qual surgem atitude 0- c.:""':J" "'-ão:t Terí'a como fUl1~

...

da r sig!'lÍfi c ado , "sit uação isto , conduta

oasea-ç ao a

-

c, a se

r1 a ne l e , e e l e teri a como potencial at o , ~

"

o a aç ao .

Sua outra função t ar.lbé:n '.rista p ( " Young em 46 e pos

-t eri ormen-t e endossada por B~un er (1 95 7) , 'l.'riandis ( 1966 ) e

(22)

-14-Allport (1965} seria a da economicidade .

Â

medida que sao

-~~i· ·a r : s!"í i .. t: i dos às cri ançã!:' I a j-d_dam-nas a poup ar esforço nas

suas relá-Çõ e s com o obj eto pois: es te

,

é

de finido ante cipada me!2

te, evitando assim, o traba11?-o de avaliá-lo e julgá-lo por si

,

50.

Alguns autores ainda conceituam estereótipos

crenças ou opiniões,

o

que veremos a seguir ..

como

i.2.3- Estereótipos como crenças

,.

O que e uma cr~nça?

,

-Respondemos como ROkea-cfi ,(1960 ) ci tando o filósofo

Trueb lood:

"T emos -crenç as sobre história, crencas 50

-bre a 'estrutura dos ag!'egados materiais ,

cr ~n ç ~ s sob re 0 fut uro, c!' cnç~~ s~brc ~2~S,

crenças sobre o que

é

belo ou o que devemos

fazer. Mui tas dessas crenças expri mimos c a -tegoricamen te.

Dizemos, "Colombo desembarcou nas Indias

0-ci dentaisl l

, "água

é

comp osta de hidrogênio

e oxigênio" , ':hoje está cho vendo\! , liay. anhã

ha ve rá uma ten'pes tade de neve" , 11 Dev.5 conhe

ce cada i ndi víduo " t "os temp lo_ gregos sã;

ma is bonitos çt,;.e os egípciosl/, " eu deveria trab alhar hoje em vez de jo gar tên is". Cada uma dessas af irmaç3e s, seme l hantes a mi lha

-res que fa zemos todo o dia ,

é

el ípti c a no

s entido que a afirmaç ão prelimin2.l' foi

omi-tid a . Pod emos r azoavelmen te prefaciar WTI.J.

dessa::; propo s içõ e s c om a~ palavi'2.s : " eu

creio" ou · " pa r e ce s e r b _r.l evidente que" . C ~

da proposição se torn a de fato Uf:l

julgar.:E:n-to, e o homem

é

um2. c ria ura pr e o c~ pad a com

" . . ,.

seus proprlOS Ju1 gaT:'.entos . Leva r,tarr,os nos

-. ' ,. . '

-sos J ulgam ~1to s a serlO e , to los co ~ o · s ~ o

interess amo-! os profundamente em sua exati-dão (1 942, pg . 24 )".

Rokea ch (1960)

a pers on alidade c o o UT:ic3. org a: . .:. ~:11

(23)

L

."

regiões: c en tral, i ':-üe r me diári a e periférica. O autor inclue

no seu conceit o de crença " qualquer exp e cta'ti va ou det err:1Ína

-ção implícita" e uma predisposi-ção

à

ação. vê nossas

como determinantes de nossas ações.

Para \vrench (1971) as crenças junto com os

(cosmovisõ es do mundo) são des tinadasa justificar as

, de quem ,os sustenta. Reserva para as idea10gias grand~

cre.nças

valores

-açoes

parte

• - #

da condut a preconceltuosa. mas nao da a ela todo peso' dado por

Rokeach, a ~~ itindo outras explicações. Para ele, buscar apenas

nos estereótipos a origem da conduta preconceituosa

é

insufi

-ciente porque eles cu mp rem a função d e justificar a

mas não cons ti tuem a ol"'i gem principal desta condu ta.

conduta.

Allport (19 55) crit ica Lippman por confundires

tereé-tipo com categoria. A cat egoria s eri a um conceito neutr6

não carr egado d e i déia s valorativas , i magens e juizos como

, . ' . • I""- . . . , . . . "

e o eSC erULlpo . ~ua aerlYl l çao:

e

o

"Sej a favorável ou de sfavorável, um este r e óti po é U!:ia

crença exagerada que está associada 'a uma cat egori a . SUa fun

-ção

é

jus tifi car e racionaliz ar nossa c ond uta com rel a ção a es

ta cat eg oria".

,

Para Allport, o afe to de agrado ou desag rado e a

par-te mais i mport anpar-te do espar-tereótipo.

Considerando-o c omo "opinião" t emos Delay & PicilOt

(1973) qu e definiu os es tereótipos como !I aquilO que acredi ta

-mos que s ej a verd adei 1"0" . íJrench (1971) tarnbérr. nes ta lin ha , co~

ceitua - os como "urna idéia gerall7iente sustentada , ~

que nao pode

conferir mediante provas. Fre quentemen t e opini~o negat i va s o -,..

bre o grupo ao qua l não pertence o operante .!I

Como j á foi dito anteriormente , a l'élziío de dividir ,.os

2 m tr ês seções a "conceituação do est:ereó ti po " serviu

.1 uma necessidade de organi zação . i ão podemos realmente

(24)

-16-estan q ue ~. Se tomarmos a definição de Festin g ~r (1957 ) , de c 0.a nição, a qual considera-a como "qualquer conheci ment o, opini ão

ou crenç a" , cognição e crença são sinôni mos. Lembrando-nos ta.m

bÉ:m de Bruner (1957) quando afirma que "perceber

é

categori

zar", 'pe rmane cemos no silogismo anterior. A apreensão do conhe

.

-. ,

,

,.."

Clmento so se faz atraves da percepçao; sendo perceber, categ~

rizar, lo go, a cogni ção depende da categorização. Pelo visto ,

' a linha demarcatória entre cognição, categoriz ação e çrença

,

e

,tênue. Podemos crer que são facetas de um mesmo processo.

Con-siderando a cognição como apreensão do conheci ment o, as cren _

ças que temos sobre nós e o mundo podem se~ consideradas cogn,i

ções. A categorização jUlga ríamos como uma atividade cogniti

va, básica e essencial para que tivéssemos as c ognições.

Nossa posição

é

a mes ma de !';cDavid & Harari (197 4 )

quando consideram o process o cognitivo substra~o ao

estereót{-pois seri a impossí vel e.1i minar este processo co gni tiyo básico.

Hais razo ável seria dar

à

psicologia, uma fu nção educadora , pr.s .

tendendo que se for me estereótipos com base em informaçõe s ma~

acuradas.

1.3 - As Dim ensões do estereótipo

Cauthen , Robinson e Kraus s (197 1) ao elaborar em uma

revisão da biblio gr a fia sobre o tema, a c e i t am quat ro di mensões,

propostas por Edwards em 1 940 , para o est u do dos es tereótipos.

são elas: o cont eúdo, a uni f or midade , a di reç ão e a

intensida-de.

Apesar de Cau t hen et aIs , no t r a balho ci tado, prete

n-d erem apenas uma r evis ã o n-dos es tereót i oos ét n ic os , ach amos .que

as dimensõ es proposta s são a c e i t ~ve i s e m qu a l~u e r t ipo de es t e

, .

(25)

' . ,

Conteudo '

o

cont e ~do para Cacithen et als (1971) seria os traços

...

que sao atribuidos aos grupos, na que les traba lhos que usam a

'. tékica Katz e Braly. O conte~do pode-se mostrar de inúmeras

maneiras pois ele depende do tipo de instrumento utilizado

pe-lo experimentador. Ele ·emerge quarido manipul~d o. Será mai s fá- o

~ I , "

cil entender o que e o~o nteud o do estereotipo apos

discorrer-mos sobre o trabalho de Katz e Braly.

O clássico estudo de Katz &'Braly ( 1933) parece ter

sido marco dos trabalhos experi mentais sobre estereótipos • . Foi

pedido a um grupo de 25 estudantes da Universidade de prince

ton, para escreve r os adjetivos que segundo eles car ac teriza

riam dez grupos: Alemães. rfalianos, Irlandeses , In gleses ,

·Ne-gros, Juãeus , i ... 'TIericanos, Chineses, J aponeses e 'I'urcos. O re

-sultado final foi Ui.la lista de oit enta e Quat1'n

c:r-i ti ·v05. r.:s Les iora..'TI apres entados a c em es tudantes -da Uni

ver-sidade de princ e~on , com a instruç~o de que escol hes s em cinco

traços c ara cte rísti cos de cada grupo. Aqui,o cont eúdo do

este-reótipos, s~o os traços escolhidos . Os result ados mostraram

que os estudantes refl etiam os estereótipos comuns a muitas

pessoas.

De zoito anos depois , Gilb ert (1951) refazendo Katz e

n

Braly achou os mesmos resultados com algumas excessoes nos es

-~ereótipos de Judeus, Alemães e Chineses. Uma nova expli c - çâo

do experimento, ocorreu em 1969 por Karl ing at aI (i n McDavid e

Harari, 1974) tendo sido encontradas poucas mod ificaçõ ~s .

Apesar destes traba l hos ~ost rarei.l uma grande consis

;

-tência no conteúdo dos es t e reóti pos a o longo des tes 36 anos

pesquisas têm sido fei taS e der.lOnstr ado que es tereótipos muc1a ri

conforme as mudanças soei ais e econê:;;i c as que ocorrem CPr tLro,

& Melikian , 195 4 e Sri Cl andra, 1 9G 7) .

(26)

L

r

-18-Alguns autores defendem a "hipótese da verdade': sendo

Allport fre quen te men te ci tado como urr, deles. 1\0 f.:::ltanto Allpa..rt

não assegura que existe sempre ~~ núcleo de verd a ~e em todos

os . estereótipos. "Alguns podem ter núcleo de verdade, outros c~

recem por completo, outros ainda se dese!'lvolvem a partir de

uma acentuação excessiva deste núcleo". (Allport, 1954)

Prothro

&

Melikian (1954) encontraram estereótipos

f

semelhantes referentes a alemâês, negros e judeus, em · estud a n~

tes arabe's e americanos. Para cons iderarmos es te es tudo como il1

dício de um núcleo de verdade nos estere ótipos, teríamos que

controlar todos os meios de com ~n icação en~ re dois povos,pois,

, .

' .

,

.

e lnegavel que estes aJudam a criar e manter os estereotlpos.

Cutros estudos, en~r etanto, corroboram p arcial mente a

suposição de que existe mn núcleo de ver dade no estereótipo. O

,

. , .

estereotlpo de que o judeu americano e ~ alS ambicioso e mais mo

ti vado pal"'.:I. pelo

experimento de Clark (19 4 9), que fazendo uma an~lise ~e 6.000

estudantes não graduados mostrou que os judeus tr abalham mais

perto do li mi te de sua capaci dade que os não judeus . Outro tri:;

balho também nesta linha é O de Jospe (196 4 ). Em toda a pepu l.;}

ção de jovens judeus com idade de ir para os cOI~ g ios e univer

sidades, 70 % es t~ fre quentando e..s tes es tabe leciment os enquant o

.... ,

entre os nao judeus, apenas 27 ~ os frequen ta •. Sobre o est

ereo-tipo de que o negro

é

menos bri lhante que o branc o, Shuey (19 53)

fez ~~ es tudo em 200 estudan tes de r aças di ferentes e os r es u1

tados indicaram um sco re mal.S baixo nos negros que nos oran

COSa

Cabe observar com r elação ao este re6tipo do /. ncg~o ,

ser menos inteligent e , que ~ste

é

visto cemo fator biolÓ gi .

co racial e não como fr u to de ambiente menos esti mul ante. , P ·."1ra

se afirmar que a in teligÊlcia 00 . ne;ro ,

, , b

e me nor çue a 00 r it.'lC O

teria- se que fazer um estudo longi udin a.l , co ~trola.Y}do toua s e

(27)

rJl:e-r

i 1

-, "

-19-...

"

l1genCl.a. " ,

Algumas exp licaçõ es são dadas para justificar o "nú

-cleo de verdade" encontrado nos trabalhos experimentais. O f.,S!

to de culturas e grupos- apresentare:n um certo comportamento co.!!

sistente corLSti tui o que se chama "ca:r-áter nacional". ou "pers2

nalidade modal" que

é

cons e quência da socialização comum in

fluindo nas personalidades i nd ividuais , como

é

lembrado por

McDavid & Harari (1974) ~ Outra explicação para o nv.Cleo· d~ ver

dade

é

dada por Pet tigre"vl (1 964 ), citado na mes ma obra, quando

sugere que há a qualidade de self-fulfilling no estereótipo. A

teoria de itSelf-fulfilling prophecy" de Robert K.r1erton ,(in

Dyal at al 1975) propõe que , em muitas situações, a pessoa se

COMport a da forma que se espera dela - a falsa expect ativa evo

ca um comportamento que paré ' ~e ver cLl.Geiro. Merton for r.mlc?.., ~ue

o homem responde não somente aos fatos objeti vos

da

situa;ão ,

.

,

mas tamDem ao si gnifica do qu e esta tpm c.~ -_..!- -LO::;

signific ado ~ assina lado, os comportament os t anto do . sujeito

quanto dos outros envolvidos na ocorrência. são determinados

por este significado. Se ele

é

falso ou verda deiro não i mporta

pois sua definição evoca um comportament o real e consequente.

Uniformidade

---~~

A uniformidade . outra di rr.en são no es tUQO de es tereóti

1'0,

tem a ver c om a cons tância c o:'" que es te apare ce em determi

,

.

nado grupo. Relaciona-se com o " est ereotlpo social " que Se core

& Backman (196 4 ) definem com o ."c onsenso no jul gamento da rr.ai o

,-ria de uma popul ação".

Gilber t ( 1951) en controu rr.~n o s uniformidade ao

repli-car Kat z e Braly ( 1933). A diminuição da uniformidade

é

vis

ta como um enfra~u c ci mento da i magem estereotipad a .

explicaç3es po _m s r d adas para ~st~ enfraqu ec imento.

AlgUJT.a s

(28)

-20-ram como razão da tliminuição da uniformidade dos estereótipos,

.. '" .. .. . . ' .

valore s em Vlg enCl. a no grup o de unl.verSl.tarl.OS ou mesmo 012 uma

elite inte;t.ectual . Este grupo tem como negativo e incompatível

com a imagem do "ilomem que pensa" atribuir ' traços e ter ima

gens estereotipadas de outras nacionalidades. ~ desvalor,

nes-te grupo, mennes-tes f e chadas, rígidas, e processos dos pensamentos

tidos cômo inferiores, podendo-se incluir nesta categoria as

es tereotipias. '

Intens i dad e

\

A intensidade foi ori gin a l men te concebida por Edwards

(in Cauthen at aI 1971), em" termos de diferentes graus de

rea-ção a um estereórip o. h intens idade do estereótipo pod e ser de

termi nada pelos traços agradáve is ou desagradáveis qu e são

ilí:--'!lo ... .; ... ... ~ .... - . . : .

-(...,. "- ... :... v. \....I.\::,:., ... 1J.

-di vidua ls que propriamente c p. r acteríst ico do próprio estereóti

,

-po. Relaciona-se c om outras c ara cterísti cas de pe~'s on alidade e

ati tudes pessoa is s endo que pes qui sa s mos tra m que pessoas com

muito preconceito apre s entam estereótipos ma is inte nsos.(Se

cord, 1959).

Direção

Fre quente mente os autores coloca m que a direção do e.2,

tereótipo pode variar numa esc a l a de a lta ment e posit i va a alt,.S!

mente negativa, como Rod ri gues ( 1972 ) Young (19 46 ) Allpor t

(195 4 ). Outros c omo \"r enc h" (1 971 ) enf oc am apenas o ",asp ecto ne

-I

, "

ga tivo do estereotl.po.

Uma vez que u m ob j e to ~ j ulgad o pel o es te r e óti po ~ -e

se t em d ele , este ob j eto

é

vi sto C Ol:: a direç ão do

Nos estereóti p os é tni c os , usando a té cnic a ':K at ... e B r~ l y" " a

(29)

r

los termos mais nu menos favoráveis que se usa para cl as

sifi-car as /taCion:::t1 i daàes . '

/

Enquanto a direção é /a favorabilidade ou desfavorabi

/

,

1idade da resposta, a -intensidade e o grau desta favorabi1ida

de ou desfavoraoi1idade.

1.4 Trab alhos experimentais . sobr-2 estereótipos

Dois ti pos de estudos sobre estereót i pos domi navam a

literatura - o estereótipo étnico e o est e r eóti po de cor. O

interesse maior dos cientistas sociais por est es tipos pode

.' .

. . . '

ser justif icado pela cons t ante pr~ oc upa ção com as r azõe s 'de

discri minaç~o e a tit~d~~ p~~con c eituosa s que tanto s malef!

cios tem trazido a hurnahidade.

·do sido f eit o mais rec e nt eme ~te, experimentos até sobre

este-reótipos de marca de automóveis, nome s de pessoas etc.

Interessa-nos princ ipa l mente , aqueles trab alhos qu e

se relacionam com a s va~iá.vei s independentes es c oll':idc.s pa ra

nosso trabalho . É esta , a razão do levantarmos pesquis~s 50

-bre os estereótipos seguintes:

, .

1.4.1- Estereotlpos de sexo

A verificação dos estereót ipos sexuais

é

uma área de

interesse em asc ens~ o dentro da psicologia . Há toda wna

movi-mentação mundial princip almente nos ESUUt co m a Nation al Org-a

nization for \'loman ( NO ~.,r ) , .no senti do de que os es .tereótipos .t8

mininos sejam revistos e mod ific ados ,

que estes consolidam

as expectativas do pap el ftminino. Como c hamam a utenção

MacDavid & Harari (197 4 ), as dif erenças sexuais tra dicional

(30)

"

I

L '

-22-Lippman (steinb erg ,1 966 ) observa ser t amanha a inf luência do es

tereóti po que este sendo tr a~sm itido em sucessivas gerações , ~

caba p a r ece ndo ser um fato biológico que não admite contesta

ção. Caberia aqui, . fazer algu':na s referências ao desenvolvi

mento dos estereótipos. A cri ança , é óbvio,não nasce com precon

-ceitos e estereótipos, estando no entanto,expost a a toda

espé-cie de influê~cias no seu processo de socializaç~o. A · fam{lia

incu.te nel a suas opiniõ es reli gi osas e pOlíticas. Sua a.t itude

Com vizinhos, estrange~ros, empregados r é vis~af verbali za da e '

i mitada. Um estudo feito por Blake

&

Dennis ( 1943 ) que

consis-tia em pedir a jovens escolares traços caracte rísticos de

I

brancos e negros, usando um corte transversal,demonstrou que

as crianças er:1 níveis mai s ba i x o de escolarida.d e erarr. me~os di

,

. . ' .

ferencia dos em seu s es tereotipos . As 'que se e~contr ' ava m rr,ais

.e

diaYltada s, tinham um con teúd o rr.ais es táve l e m<lis pareci do com

,

mo comprovando a hipótese da apr e ndi za gem dos es t ereótipc-, . ?':ui

tas outras investiga.ç õ es rOr2r.1 fe i tas a respeito de est er eéti

-pos 'infantis, ma s poucas i nf ormaç õe s acres centaram sobre ' o

de-senvolvi ment o destes , pois as amostra s foram tomadas em grupos

de idade e não em cort e transversal ( LeI tzer 1941 i Ze ligs 19 37,

1955, in Caurhen a t a Is. 1971).

Volt ando aos estereótipos de sexo , Howe ( 1971) a2 ... er.-, c

de que a escola

é

~~a i nst i t uiç~o que frequentem ent e ref orça

os estereótipos s exuai s, pois reflete a sociedade que serve.Nes

te artigo ela rele mb r a um episódio que a impr ess iollOu quando

escolar.

" Eu me l embro cl aramente um dia, na 6 ª SE:l'l

,

. e ,

r qUélndo

na class e discutí amos o arti go de um suo lemento •. A hi ::- :: ória

e-ra sobre U Hi co zinhe iro e al guém da cl as_e aventurou a 0p ini'2.o

de que co zi t a r era t abaI: o de J ,,-üher e que () hor:lC.m s c: efe;:i

-nava quando t r aba l hava na co zin lla . ! r esposta da professora s~

(31)

..

r

I

L

mens cozinha vam muito melhor, como desenhavam os melhore ~

ves-. 0

tl.dos , ('\> ~'[u rav am e lava' ... dJr.. Sim, di sse e la, n enhuma cois a que

a mulhe:c fa. ça o homem não faz melhor. Só havia estudantes mu

1 heres presentes ; e minha proPes sora era mulher".

Uma. análise de conteúdo na literatura infantil t · nas

cartilha s escolares, mostram as "ima gen s" que estão sendo

per-petuadas do papel feminino. A mulher semp re aparece em funções

domésticas e passivas, enquanto o homem faz trabalhos

·interes-santes,

é

afoito e aventureiro.

.

.

,

Frases do comum no dia a dia tamoem revelam os este _

reótipos de papéis e os transmitem: "Ela é inteligente

um rapaz" t "Ele

é

emotivo como ui h ~ mulher" ..

como

Uma i mp ort an te ?,éríe" de eStudos sobre estes estereóti

pos de pap;is começou e~ : 1968t no Worces ter State Hospital

por 1nge Broverman e colàbora dores .. Elaboraram u...rn qu estionário

gueconsistia de 122 itens bipolares de características social

mente conhecidas ou testadas como mas culinas e femininas. O es

tudo es t abel eceu que há es tereótipos f eJijininos e masculinos, e

que estes são percebidos como mais des ejáveis socialmente.

Exem-plificando , alguns dos traços masculinos definiarn os homens co- .

mo mais agressivos , mais independent es , não muito emocion ai s,mais

lógicos, mais dire t os, mais ambiciosos. Os f emininos colocavam

as mulheres como ma is fal adora s, ma is diplomáti c a s, ma i s gen

.t is, mais religios as , rnais ne cessitada s de s egura nça. Con ti

nuando esta série de experimen tos Broverma n at aI (1 970 ) usa

ram estes 122 itens para t estar o co nce ito d e "saúde mental

masculina e feminin a ". A amostra era consti t uída de home ns e

mulheres, psicól ogos cli nicos e psiquiatr as . O pro~ed i ment o

e-xigiu que a amostra foss e dividida em três grupos , sendo ' que a

um foi pedidO que dentre os 122 i tens indicasse aqu eles ca r

ac-,

. ; .

terl.stlcoS da s auce mental do homem, ao outro aqueles c ara c

te-rísticos da saúde me ntal da mulhe r , e o t erce iro grupo deveria

(32)

rc-".

' .

- . • l

-24-sultados indicaram que há dois padrões de saúde mental. A

saú-,

de mental do homel1 , que se asseme lha a saude me ntal do adulto

,

e a saude mental da mulher, totalmente diversa do padrão de

,

,

,

saude mental do adulto. Isto e dramatico se pensarmos que a

a-mostra era composta de pessoas de nível superior. Pensamos

co-mo seria a 1magem estereotipada feminina, na classe média , no

Brasil,_

Outros interessantes estudos ci tados por NcDavid &

Harari (1974), demonstram que as mulheres, introjetando os

es-,

.

.

tereot1pos negat1 v9s de seu sexo, des envol vem preconcei tos con

tra elas próprias. Pinturas julgada s por ~u1heres são

conside-,

radas de melhor qualidade quando presume-se que o artista e do

sexo masculino •. Em outro tra balho, a amostra .Feminina foi divi

~ .

dida e:n dois grupos. Ao pri me iro mostrou-se art i gos publicados

em jornai s sobre lei, arte, his tória, educação etc. assina

r;,esmos

-fora11 assinados por mulheres . Foram ju1gados de melhor çualida

de os trabalhos assinados por homens (Goldeserg , 1968).

1.4.2- Estereóti pos étnicos e de cor

O volur:.e de estud os sobre es t e reótipos étnicos é tão

signific ante que o artigo d e Caut hcn at aI ( 1971) , já citado,

pretendendo fazer uma re~.são da literatura sobre o tema. se

detêm apenas nos es tereó ti pos étnicos .

,.

.

O pri me iro trab a lho . exp eri ment al sobre estereotlpos

étnicos parece. ser o de Katz e Braly ( 193 3) " acial St er\:: oty

pes of 100 Coll eges Students ", que se tornou muit o c onhe cido,

I'

sendo fre quent emente referido. A técnica us ada por Katz &

Braly, composta por wna list a de ac'lje tivos , se tornou usu ,J l p ~

ra estudos deste tipo . Alé~ desta, em?regase tamb6m a classi

-ficação de foto graf i as , de sen t enças e aind a a t écnica do dife

(33)

' .

~ ra~ ~ ~~~ (] f . # 1 h

Zé'.l. \'- ' :" ;.:;, 1, ,, :''''' J ~pOSt os a.Z-"'1T' \}.ma Varl. ilVe c ave em qualquer

teoria s 0h r 0 prec onceito.

I

Usando a t~cnica do

vestigação de Fisner & Trier

~)ferencia1 SemantlCO temos a A •

in-(1962), com v~a amostra de 1.500

sujeitos da Suiça Alemã e Francesa. O objetivo do trabalho era

examinar os es tereót ipos do px'óprio grupo e do out ro grupo, a~

sim como dos franceses e alemães. Huito interessantes foram

os resultados, pois os auto-estereóti pos (Grupo A) se 'asseme

-1 harall1 mui to aos es tereót ipos que o Grupo B tinta do A, apenas,

os hetero-estereótipos eram uma versão exagerada dos auto-este

reótipos. Outro trabalho usando a téc nica do Diferencial Serr. 3.n

tico é o de Gardner at aI (1972) ~ ': que t eve como objetivo

compa-rar esta técnica com o mét o ~J tradicio:1al de Kat z & Braly. Os

sujeitos deste experim~nto for am 197 estudantes filipinos. '

No-venta f~r am testados pelo método Katz e , Braly e lOO pelo

Dife-• A . ~ .. I' ..

renclal Seiii ãl"l tlCO. F Y'eteü ul él.-sé dverl guar as ca raC 1:e:Clst: lcas ae

nove grupos étnicos: àmericanos, ca11adenses J c hineses, filipi

-nos, alemães , japoneses , judeus, russos e esp an hóis. Os este

reótipos obtidos pelo Diferencial Semântico foram mu ito s eme

1hantes aos obti dos pela Técnica Katz & Braly.

Os autores conside r am de grande interesse averi gu a

ções dos estereóti pos étnicos porque estes refletem visõ es con

sensuais de grupos para outros grup os, e a partir dos

resulta-dos pode-se inferir atitudes e comportamentos par a com

grupos. Gardner, Kirb y e ArbOleda (1 973) também us ando

estes

,

.

a t e cnJ.

ca do Diferen'cial Semânt ico :testam o concei to "chinê s'! em 250

estudantes filipinos, at r avés de 40 escalas, averiguando o

grau de cont a to e s entimento de dist2 Hcia soci <1 l o filipino pa

,.

,

-ra com o chinês. Neste t-rab a lho Garàner sugere (! ue a téc nic a do

Diferenci al c:: emân t ico é mai s consis tcn t e co m a defini ç ão d<.:· "es

, .

.

tereotlpo como uma Ci."' enç2. con scns 'J...J. ll. .

Sri Chandra (1 967 ) jul ga qu e o con heci~cnt o dos f a

Referências

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