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(1)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE RIBEIRÃO PRETO

Desenvolvimento de metodologia analítica para a investigação de

anfetaminas em amostras de saliva, empregando cromatografia em

fase gasosa acoplada a espectrometria de massas

Rafael Barcellos Bazzarella

Ribeirão Preto

(2)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE RIBEIRÃO PRETO

Desenvolvimento de metodologia analítica para a investigação de

anfetaminas em amostras de saliva, empregando cromatografia em fase

gasosa acoplada a espectrometria de massas

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Toxicologia para a obtenção de título de Mestre em Ciências

Área de concentração: Toxicologia

Orientado: Rafael Barcellos Bazzarella

Orientador: Prof. Dr. Bruno Spinosa De Martinis

Ribeirão Preto

(3)

AUTORIZO A DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE

ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Barcellos Bazzarella, Rafael

Desenvolvimento de metodologia analítica para a investigação de anfetaminas em amostras de saliva, empregando cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas. Ribeirão Preto, 2010.

82 p. : Il. ; 30 cm

Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto/USP – Área de concentração: Toxicologia

Orientador: Bruno Spinosa De Martinis

(4)

FOLHA DE APROVAÇÃO

Nome do aluno: Rafael Barcellos Bazzarella

Título do trabalho: Desenvolvimento de metodologia analítica para a investigação de

anfetaminas em amostras de saliva, empregando cromatografia em fase gasosa

acoplada a espectrometria de massas

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Toxicologia para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de concentração: Toxicologia

Orientador: Bruno Spinosa De Martinis

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof Dr. _____________________________________________________________

Instituição:____________________________Assinatura: ______________________

Prof Dr. _____________________________________________________________

Instituição:____________________________Assinatura: ______________________

Prof Dr. _____________________________________________________________

(5)

RESUMO

O uso de drogas estimulantes por motoristas é reconhecidamente

responsável por um aumento significativo na quantidade de acidentes nas estradas

e rodovias. A própria exigência do trabalho muitas vezes acaba direcionando-os

para a busca de algo que lhes proporcione maior estado de vigília e atenção nas

estradas. Com base na importante correlação entre a profissão e o uso de

substâncias anfetamínicas, foi proposta uma metodologia analítica para a

determinação de anfetamina, metanfetamina, 3,4 – metilenodioxianfetamina, 3,4 –

metilenodioximetanfetamina e 3,4 – metilenodioxietilanfetamina em amostras de

saliva através de técnica de extração líquido-líquido e análise por cromatografia em

fase gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC-MS). Para o

desenvolvimento do método foi utilizado 1 mL de saliva, extração líquido-líquido com

o solvente acetato de etila, derivatização com anidrido heptafluorobutírico (HFBA) e

detecção com GC-MS. A metodologia foi validada e demonstrou linearidade de 10 a

400 ng/mL de saliva para todos os compostos. Os limites de detecção estabelecidos

se encontraram entre 2,5 ng/mL e 7,5 ng/mL, enquanto os de quantificação foram de

10 ng/mL para todos os compostos. A exatidão apresentou valores entre 93,8% e

108,3%, a precisão intra-ensaio valores entre 4,05% e 9,34% e a precisão

inter-ensaio valores entre 5,28% e 9,90%. A metodologia validada foi aplicada em

amostras de saliva de caminhoneiros que trafegavam na região da cidade de

Roseira – SP em um evento de atendimento ao público promovido pela Sest/Senat

(Serviço Social do Transporte/ Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte)

em parceria com a Polícia Rodoviária Federal. Duas amostras de saliva de um total

de 40 amostras analisadas apresentaram resultado positivo para anfetamina.

(6)

ABSTRACT

The use of stimulants by professional drivers is known as an increasing risk of

accidents on the roads. The type of work itself induces the drivers to look out for

something that provides better state of alertness and reduced sleep. Based on this

important correlation between the occupation and use of stimulants, an analytical

methodology was proposed for the determination of amphetamine,

methamphetamine, and their methylenedioxy derivatives 3,4 –

methylenedioxyamphetamine, 3-4 – methylenedioxymethamphetamine and 3,4 –

methylenedioxyethylamphetamine on oral fluid samples using solvent extraction and

gas chromatography coupled with mass spectrum for detection and quantification of

these analytes. The developed methodology used 1 mL of oral fluid, liquid-liquid

extraction, heptafluorobutyric anhydride and gas chromatography-mass spectrometry

for the detection and quantification. The methodology was validated and showed

good linearity within the limits of 10 ng/mL and 400 ng/mL of oral fluid. The limits of

detection were between 2.5 ng/mL and 7.5 ng/mL, while the limits of quantification

were 10 ng/mL for all analytes. The accuracy showed values between 93.8% e

108.3%, the intra-assay precision between 4.05% e 9.34% and the inter-assay

precision between 5.28% e 9.90%. The validated methodology was tested in oral

fluid samples collected from truck drivers near the city of Roseira – São Paulo during

an event of health assistance fomented by SEST/SENAT in partnership with Federal

Police. It was collected 40 saliva samples and two of them presented positive result

for amphetamine.

(7)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esqueleto básico da β-fenetilamina ... 13

Figura 2. Esquema demonstrando a biotransformação de algumas drogas para produzir anfetamina e metanfetamina ... 17

Figura 3. Esquema demonstrando principais mecanismos de biotransformação de anfetamina e metanfetamina ... 18

Figura 4. Estrutura da mescalina... 22

Figura 5. Metabolismo do MDMA ... 23

Figura 6. Cromatograma com a abundância de íons da ANF ... 43

Figura 7. Cromatograma com abundâncias de íons da ANF – d11 ... 43

Figura 8. Cromatograma com a abundância de íons da MET ... 44

Figura 9. Cromatograma com a abundância de íons da MET – d14 ... 44

Figura 10. Cromatograma com a abundância de íons do MDA ... 45

Figura 11. Cromatograma com a abundância de íons do MDA – d5... 45

Figura 12. Cromatograma com a abundância de íons do MDMA ... 46

Figura 13. Cromatograma com a abundância de íons do MDMA – d5... 46

Figura 14. Cromatograma com a abundância de íons do MDEA ... 47

Figura 15. Separação cromatográfica dos analitos ... 59

Figura 16. Linearidade da anfetamina ... 61

Figura 17. Linearidade da metanfetamina ... 62

Figura 18. Linearidade do MDA ... 62

Figura 19. Linearidade do MDMA... 63

Figura 20. Linearidade do MDEA ... 63

(8)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Íons utilizados na identificação e quantificação dos analitos .. 42

Tabela 2. Soluções utilizadas para preparação da curva de calibração e controles de qualidade... 48

Tabela 3. Analitos com seus respectivos tempos de retenção ... 58

Tabela 4. Limites de detecção e de quantificação dos analitos em amostras de saliva ... 60

Tabela 5. Valores de precisão intra-ensaio... 64

Tabela 6. Valores de precisão Inter-ensaio ... 64

Tabela 7. Valores de exatidão ... 65

Tabela 8. Recuperação dos analitos ... 66

Tabela 9. Especificidade dos analitos ... 67

Tabela 10. Valores de estabilidade de curta duração ... 68

Tabela 11. Valores de estabilidade de longa duração ... 69

Tabela 12. Valores de estabilidade de congelamento e descongelamento... 69

(9)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANF Anfetamina

MET Metanfetamina

MDA 3,4, - metilenodioxianfetamina

MDMA 3,4, - metilenodioximetanfetamina

MDEA 3,4, - metilenodioxietilanfetamina

GC-MS

Cromatografia gasosa acomplada à espectrometria de

massas

HFBA Anidrido heptafluorobutírico

SEST Serviço Social do Transporte

(10)

..37 .... 36 ... 36 ... 35 ... 35 SUMÁRIO RESUMO... iv

ABSTRACT ... v

LISTA DE FIGURAS ... vi

LISTA DE TABELAS ... vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... viii

1. INTRODUÇÃO ... 13

1.1. Anfetamina/Metanfetamina ... 13

1.1.1. Uso no Brasil ... 16

1.2. Anfetaminas alucinógenas ... 20

1.3. Amostras alternativas ... 24

1.3.1. Saliva ... 25

1.4. Determinação de anfetamina e derivados: revisão bibliográfica ... 28

2. OBJETIVOS ... 33

3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 35

3.1. Materiais ...

3.2. Equipamentos e acessórios ...

3.3. Preparação de soluções e reagentes ...

3.3.1. Preparação de soluções padrões de calibradores, controles de qualidade e padrões internos ...

3.3.2. Preparação dos reagentes ...

(11)

... 37 ... 40 ... 47 ...66 ... 65 ... 65 ... 64 ... 60 ...55 ... 55 ... 54 ... 53 ... 52

mula: ... 52

...50

... 50

3.3.2.2. Preparação do tampão Na2CO3/NaHCO3 3.3.2.3. Preparação do tampão Tris de pH 7,4 ... 3.4. Desenvolvimento da metodologia ... 39

3.4.1. Escolha do solvente de extração... 39

3.5. Determinação das anfetaminas, metilenodioxi derivados e metabólitos em amostras de saliva ... 3.6. Curva de Calibração ... 3.7. Validação da metodologia de análise das anfetaminas, metilenodioxi derivados e metabólitos em saliva por cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas ... 48

3.7.1. Limites de detecção ... 49

3.7.2. Limites de quantificação ... 49

3.7.3. Linearidade ... 3.7.4. Precisão ... 3.7.5. Exatidão: é a proximidade obtida entre o resultado da análise em relação a um valor verdadeiro. É calculada pela fór 3.7.6. Recuperação ... 3.7.7. Especificidade ... 3.7.8. Estabilidade ... 3.7.9. Carry Over ... 3.8. Casuística ... 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 58

4.1. Limites de detecção e quantificação ... 59

4.2. Linearidade ...

4.3. Precisão ...

4.4. Exatidão ...

4.5. Recuperação ...

(12)

o ... 82

... 81

... 81

... 76

... 74

4.7. Estabilidade ... 68

4.7.1. Estabilidade de curta duração ... 68

4.7.2. Estabilidade de longa duração ... 69

4.7.3. Estabilidade de congelamento e descongelamento ... 69

4.7.4. Estabilidade pós-processamento ... 70

4.8. Carry Over ... 70

4.9. Aplicação da metodologia na análise da saliva dos motoristas ... 70

5. CONCLUSÕES ...

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...

ANEXOS ...

Anexo 1 - Questionário ...

(13)
(14)

1. INTRODUÇÃO

O termo anfetamínicos refere-se a um grupo de substâncias de ações

simpatomiméticas que possuem em suas estruturas o esqueleto básico da β

-feniletilamina, demonstrado na Figura 1.

Figura 1 - Esqueleto básico da β-feniletilamina

A anfetamina é a substância precursora desse importante grupo de

estimuladores do sistema nervoso central, mas muitos outros derivados já foram

sintetizados e podem ser facilmente encontrados em vários medicamentos, como em

formulações farmacêuticas contendo efedrina, fenilefrina, femproporex,

anfepramona, sibutramina, entre outros (Oga, 2003). Além dessas, existem

anfetaminas de uso proscrito no Brasil definido pela portaria 344 da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Lista F), como a 3,4 – metilenodioximetanfetamna

(MDMA) e a 2,5 – dimetoxibromoanfetamina (DOB).

1.1. Anfetamina/Metanfetamina

A anfetamina foi sintetizada primeiramente em 1887, mas apenas quatro

décadas depois teve seus efeitos farmacológicos estudados, sendo largamente

(15)

hiperatividade em crianças. Na década de 30, além da busca por suas propriedades

estimulantes e reforçadoras, utilizava-se a anfetamina para vários outros fins, como

descongestão nasal, tratamento para esquizofrenia, dependência de morfina,

nicotina, cafeína, hipotensão, enjôos e soluços intensos (Yonamine, 2004).

A anfetamina e a metanfetamina são consideradas estimulantes de ação

indireta, já que atuam liberando a norepinefrina das vesículas de armazenamento.

Além disso, são inibidoras da enzima monoaminooxidase (MAO), responsável pelo

catabolismo das catecolaminas. O uso contínuo da anfetamina e metanfetamina

podem acarretar depleção de dopamina em longo prazo, além de perda de

transportadores para esse neurotransmissor. A metanfetamina possui ação central

mais potente que a anfetamina, e ações periféricas menos proeminentes.

Exposições crônicas à metanfetamina descritas acarretaram decréscimo da

capacidade de locomoção e prejuízo no aprendizado verbal. Outros estudos

recentes também revelaram severas alterações funcionais e estruturais associadas

com aprendizado e memória (Volkow et al., 2001a e 2001b).

Devido a essas propriedades estimulantes e de acréscimo nas capacidades

de atenção, concentração e raciocínio já bastante difundidas em várias partes do

mundo, as anfetaminas são, ainda hoje, uma classe de substâncias de uso

freqüente, sobremaneira entre estudantes e motoristas de caminhão. Além desses

efeitos desejáveis, elevam a freqüência respiratória e cardíaca, a pressão arterial, a

capacidade de desempenhar atividade física, provocam decréscimo no apetite e

podem causar hipertermia. Exposições longas podem causar excessiva perda de

peso, problemas dentários, ansiedade, confusão, insônia, alterações do humor e

comportamento violento. Além desses, há ainda distúrbios psicóticos, entre eles a

(16)

Embora a prevalência do uso de metanfetamina no Brasil ainda seja bem

reduzida, ela representa um sério problema social nos Estados Unidos, onde é

classificada como um estimulante Schedule II, que indica alta capacidade para

abuso e sua compra somente pode ser feita com receita médica controlada. Na

forma de “droga de rua” é conhecida como ice ou speed, que é uma solução

saturada e alcalinizada de cloridrato de metanfetamina que, após aquecida e

resfriada, forma cristais denominados ice drops que podem ser fumados, à

semelhança do que ocorre com o crack (Levine, 1999).

O uso ilícito em práticas esportivas também ficou bastante conhecido. Atletas

das mais variadas atividades esportivas já fizeram uso de anfetaminas buscando a

melhoria no desempenho atlético. Entre as ações que se almejam obter com as

anfetaminas estão: melhora no tempo de reação em competições que exijam melhor

condicionamento físico; acréscimo na força muscular e agressividade; aumento da

aceleração; elevação dos níveis de ácido lático durante exercício máximo; aumento

da capacidade aeróbica; estímulo do metabolismo através da indução da perda de

gordura corporal. Atualmente o percentual do uso de estimulantes como agentes de

dopagem vêm gradativamente decrescendo. Outros agentes de dopagem estão aos

poucos ocupando o espaço antes pertencente aos estimulantes. Todavia, o uso

ilícito de estimulantes anfetamínicos ainda persiste e deve ser sempre investigado

em triagens antidoping, pois além da indevida vantagem conferida ao usuário,

oferece riscos sérios à saúde, devido principalmente à elevação da temperatura

corporal a níveis perigosos e ao risco maior de ocorrência de infarto do miocárdio

(17)

1.1.1. Uso no Brasil

O Brasil na última década se destacou no uso de anfetamínicos prescritos

como supressores de apetite. O International Narcotic Control Board no ano de 1996

divulgou o Brasil como quarto maior consumidor de supressores de apetites no

mundo (International Narcotic Control Board, 1996).

Com relação à utilização dos anfetamínicos como redutores de sonolência,

um estudo realizado com motoristas profissionais na região de Ponta Grossa no

Paraná indicou alto consumo destas substâncias durante a jornada de trabalho.

Apenas 3,12% dos motoristas entrevistados afirmaram nunca terem usado algum

tipo de medicamento para reduzir o sono. O restante (96,88%) afirmou ter usado

pelo menos uma vez ou utilizam rotineiramente medicamentos com a finalidade de

aumentar o estado de vigília (Wendler, et al. 2003).

Em um trabalho realizado com motoristas do estado de São Paulo por

Yonamine et al., (2004), 558 motoristas foram avaliados quanto ao uso de

anfetamina, metanfetamina, cocaína, etanol e delta-9-tetrahidrocanabinol através de

análise em urina e saliva. Dentre as amostras de urina analisadas, 39 (7%)

forneceram resultado positivo para as drogas avaliadas, sendo que 7 resultaram

positivo para a anfetamina. A análise das amostras de saliva apresentou 17 (3%)

resultados positivos para esses compostos, sendo 4 para anfetamina. Não foi

observado resultado positivo para metanfetamina tanto na urina quanto na saliva

(Yonamine, 2004).

A análise das anfetaminas e a interpretação subsequente de seus resultados

requerem alguns cuidados. Um deles se refere à origem da anfetamina ou

(18)

grande de precursores pode ser metabolizado a anfetamina e metanfetamina:

anfetaminil, benzfetamina, clobenzorex, deprenil, famprofazona (conversão para

metanfetamina), fencamina, femproporex, furfenorex, mefenorex, prenilamina (Liu et

al., 1995).

A Figura 2 representa um esquema da biotransformação dos medicamentos

femproporex, selegilina e clobenzorex.

Figura 2 - Esquema demonstrando a biotransformação de algumas drogas para

produzir anfetamina e metanfetamina (Yonamine, 2004).

A anfetamina e metanfetamina possuem 6 principais processos de

metabolização: Hidroxilação aromática (posição para), cujos metabólitos são

geralmente excretados conjugados com sulfatos; hidroxilação alifática no carbono

(19)

conversão da dopamina em noradrenalina) estericamente seletiva para os

enantiômeros S (+) da anfetamina e metanfetamina; N-dealquilação, responsável

pela conversão de metanfetamina em anfetamina; desaminação oxidativa;

N-oxidação e conjugação do nitrogênio.

Figura 3 - Esquema demonstrando principais mecanismos de biotransformação da

Anfetamina e Metanfetamina. A: Metanfetamina, B: Anfetamina, C:

4-hidroximetanfetamina, D: 4 – hidroxianfetamina, E: 4 – hidroxinorefedrina, F:

Norefedrina, G: Fenilacetona, H: Ácido benzóico, I: Glicina, J: Ácido Hipúrico (Liu e

Goldberger, 1995).

Os enantiômeros da anfetamina apresentam diferenças com relação a sua

(20)

na produção de efeitos periféricos, enquanto que o isômero S(+) é 3 a 4 vezes mais

potente na estimulação do sistema nervoso central. Com relação ao metabolismo

das anfetaminas em geral, o isômero S(+) é metabolizado mais rapidamente. A

enzima CYP2D6 é enantioseletiva e cataliza a β-hidroxilação na anfetamina. Esse

fato resulta na razão entre os enantiômeros R/S maior que 1 quando a anfetamina é

consumida como racematos (De La Torre, et al., 2004; Pizarro, et al., 2003).

A análise dos enantiômeros das anfetaminas pode auxiliar na interpretação

laboratorial com relação à origem do resultado positivo observado. Por exemplo, um

resultado positivo apenas para um dos enantiômeros não é condizente com o uso de

femproporex, já que este quando metabolizado produz anfetamina nas duas formas

enantioméricas (Cody, 1996).

A meia-vida de eliminação das anfetaminas é totalmente dependente do pH

urinário. Exemplificando com a anfetamina, em pH ácido (5,5 – 6,0), 60% do

composto é excretado de forma inalterada em 48 horas, enquanto que em pH básico

(7,5 – 8), somente 3 a 7% é excretado nesse mesmo intervalo de tempo. Isso é

explicado pela natureza básica dos compostos anfetamínicos. Em pH urinário ácido

a maior parte da anfetamina se encontra na forma ionizada, logo, não é bem

reabsorvida pelos rins. Em pH alcalino, entre 7,5 e 8, a forma não ionizada da

anfetamina, mesmo não sendo preponderante, pode ser constantemente

reabsorvida pelos rins e, consequentemente, elevar consideravelmente a meia-vida

do composto (Oga, 2003).

Em pH alcalino, o mecanismo principal de eliminação da anfetamina do

organismo é por metabolismo, devido à intensa reabsorção renal da anfetamina

nesse pH. Nessas condições, o enantiômero R(-) é encontrado em maiores

(21)

condições ácidas, situação em que a taxa mais elevada de excreção da droga

intacta não permite que o metabolismo estereoespecífico provoque alteração

significativa na relação entre os enantiômeros(Liu e Goldberger, 1995).

1.2. Anfetaminas alucinógenas

As anfetaminas alucinógenas são uma classe de drogas sintéticas

estruturalmente semelhantes à anfetamina e à mescalina (Figura 4), e atualmente

classificadas como “drogas recreacionais”. Estas propriedades alucinógenas se

devem aos grupamentos metilenodioxi nas posições 3 e 4 no anel aromático (Oga,

2003). O principal representante desse subgrupo de anfetaminas é o 3,4 –

metilenodioximetanfetamina (MDMA), popularmente conhecido como ecstasy,

patenteado em 1912 pela Merck Pharmaceuticals na Alemanha. Apenas no final da

década de 60 constam as primeiras sínteses em comprimidos. Em 1970 houve o

primeiro caso publicado de uso recreacional da substância e em 1977, o início da

comercialização do MDMA como “droga de rua”. Na década de 80 teve seu uso

bastante difundido em freqüentadores de festas de música eletrônica em todo o

mundo. Apenas em 1985, após comprovados os potenciais de abuso e toxicidade do

MDMA nos Estados Unidos, ele foi incluído na lista Schedule I, proibindo sua

comercialização. Até então já era uma droga bastante conhecida e com muitos

adictos. Somente após a inclusão do MDMA na Schedule I é que análogos do

ecstasy, como o 3,4 – metilenodioxietilanfetamina (MDEA), tiveram um breve

período de expansão até 1986, quando finalmente foi criada a lei que controlou

também a comercialização dos compostos análogos aos já proibidos anteriormente

(22)

Os efeitos do MDMA duram aproximadamente de 3 a 5 horas e incluem euforia,

relaxamento, diminuição de ansiedade, sentimentos de aproximação e empatia com

outras pessoas e maior facilidade para comunicação. Tem uso associado a festas de

música eletrônica, as conhecidas raves. Estas possuem como características o longo

período de duração e hiperatividade física. A ação estimulante da droga e seus efeitos

alucinógenos tornaram o MDMA uma opção bastante atrativa para os freqüentadores

desse tipo de festa (Gouzouliz-Mayfrank et al., 2006).

A ação principal do MDMA é inibir a recaptação da serotonina, ocasionando

um aumento da concentração desta na fenda sináptica. No entanto, em longo prazo

o uso continuado produz um decréscimo da atividade da enzima triptofano

hidroxilase, responsável pela síntese de serotonina (Steele, et al., 1994). Há ainda

outros mecanismos de ação verificados no MDMA comuns a outras anfetaminas,

como inibição na recaptação de dopamina, embora consideravelmente menos

intensa que a inibição provocada na recaptação de serotonina, e liberação de

noradrenalina e dopamina das vesículas de armazenamento (Kalant, 2001).

O decréscimo em funções cognitivas já foi descrito em usuários, embora se

acredite que possa ser resultante de combinação de efeitos do MDMA com outras

drogas. Dentre as reações mais graves inerentes ao MDMA está a hipertermia,

responsável por falências no sistema cardiovascular, nos rins, e no fígado. Outros

sintomas associados ao MDMA são: aumento da freqüência cardíaca e da pressão

arterial, sudorese excessiva, tensão muscular, ranger de dentes, náuseas, desmaios

(Kolbrich et al., 2008).

Assim como as anfetaminas não-alucinógenas, o MDMA é um composto

quiral utilizado normalmente como racemato. Com relação à atividade, alguns

(23)

(mescaline-like), enquanto o S(+) produz efeito mais estimulante (amphetamine-like) (Kalant

2001). Os enantiômeros do MDMA também diferem quanto a metabolização. A

enzima CYP2D6 também é enantioseletiva para o MDMA S(+) e catalisa as

desmetilações no metabolismo do MDMA, responsável pela conversão do MDMA

em MDA. Assim, o enantiômero S(+) possui uma meia-vida menor que o

enantiômero R(-), por ser preferencialmente metabolizado para S(+) MDA (De La

Torre, et al. 2004; Pizarro, et al. 2003);

Figura 4 - Estrutura da Mescalina.

Acredita-se que o isômero S(+) do MDMA seja mais neurotóxico. No entanto,

para o MDA, ambos os enantiômeros produzem neurotoxicidade no sistema

serotoninérgico. A maior parte da neurotoxicidade atribuída ao MDMA, na realidade,

é devida ao seu metabólito MDA (produzido por N-desmetilação do MDMA), por ser

um composto mais neurotóxico (Levine, 1999).

O MDMA é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal e produz o pico

de concentração no plasma em aproximadamente 2 horas após a administração

oral. A eliminação da droga é relativamente lenta, com meia-vida de eliminação por

(24)

MDMA seja eliminado do organismo. Alguns metabólitos do MDMA, especialmente o

primeiro deles (MDA), ainda possuem atividade farmacológica, o que torna a

duração de ação do MDMA mais prolongada do que a permanência do próprio

composto no organismo (Kalant, 2001).

O MDMA e compostos análogos são metabolizados principalmente por:

1) Degradação da cadeia lateral para formar metabólitos N-desaquilados e 2)

o-desmetilação para formar metabólitos dihidroxilados, seguido por metilação de um

dos grupamentos hidroxila (De Martinis et al., 2007). A Figura 5 apresenta um

esquema das vias de metabolização do MDMA.

(25)

Pizarro, ao analisar a urina de 6 usuários recreacionais de MDMA, encontrou

que 44% da dose do composto foi excretada em 24 horas na urina como MDMA,

MDA, HMMA e HMA. Dos 44% excretados foram encontrados para o MDMA, MDA,

HMMA e HMA respectivamente 23,9%; 1,8%; 17,1%; e 1,9% (Pizarro et al., 2002).

Em torno de 65% do MDMA é excretado na forma inalterada pelos rins em 72h. 3%

a 7% do MDMA é transformado em MDA e 28% em outros metabólitos (Camí et al.,

1997; Verebey et al., 1988).

1.3. Amostras alternativas

A utilização de matrizes biológicas alternativas ao sangue e urina tem

ganhado cada vez mais importância em áreas como toxicologia forense, toxicologia

clínica, controle antidoping e toxicologia ocupacional. Os recentes avanços em

técnicas analíticas foram determinantes para que os progressos nas pesquisas em

matrizes alternativas fossem possíveis, já que, em muitos casos, é necessário lidar

com concentrações bastante reduzidas dos analitos, a principal desvantagem ao se

analisar amostras alternativas (Gallardo e Queiroz, 2008).

As amostras alternativas mais comumente utilizadas são: saliva, cabelo, suor

e mecônio. Em geral, oferecem vantagens por serem consideradas não invasivas e

serem mais facilmente coletáveis quando comparadas ao sangue, que apresenta a

desvantagem de invasividade na coleta e a necessidade de profissional qualificado,

e à urina, que requer local apropriado para a coleta além de esta não poder ser

supervisionada diretamente, permitindo possíveis adulterações ou trocas de

amostras. Além disso, algumas amostras alternativas, como cabelo, apresentam

(26)

exposição a drogas muito maior que as amostras convencionais (Gallardo e Queiroz,

2008).

1.3.1. Saliva

Alguns fluidos são combinados para formar o que é comumente referido como

saliva. Na realidade, a saliva é o fluido de cada glândula salivar, livre de outros

constituintes, ao passo que fluido oral é uma mistura de saliva produzida pelas

glândulas salivares e sulcos gengivais, e contém outros materiais que podem estar

presentes na cavidade oral, como células mucosas e resto alimentares (Schramm et

al., 1993).

A composição salivar é formada, em sua maior parte, pela secreção das

células serosas e mucosas das glândulas parótidas (25%), submandibulares (71%) e

sublinguais (4%). Há ainda produção salivar por sulcos gengivais (área entre os

dentes e a gengiva), e glândulas salivares menores contidas na língua, mucosa

bucal e no palato (com um número estimado entre 450-750 glândulas), além de

secreções oro-naso-faríngeas (Veerman et al., 1996).

Cada glândula salivar produz uma secreção típica. A glândula parótida produz

um fluido seroso; a glândula submandibular produz uma secreção seromucosa; e a

glândula sub-lingual produz uma saliva mucosa; as glândulas menores secretam

uma saliva mais viscosa. Células serosas secretam um fluido aquoso e incolor rico

em eletrólitos, enquanto as células mucosas, um fluido mais viscoso contendo

amilases, mucoproteínas e mucopolissacaridases (Veerman et al., 1996).

A saliva é geralmente hipotônica em relação ao sangue. Os íons mais

(27)

fosfato estão presentes em menores concentrações. São todos originados do

sangue, de onde são transportados ativamente para dentro dos ácinos e ductos

estriados. Os componentes orgânicos encontrados na saliva, como proteínas e

glicoproteínas, são sintetizados pelas células secretoras. Algumas proteínas como

lisozima, lactoferrina, lactoperoxidase, cistatinas e histatinas desempenham um

papel importante como agentes antifúngicos e antibacterianos. Mucinas, além de

contribuírem para a característica viscosa da saliva desempenham um papel

antiviral. Alfa-amilase, lipase, proteinase, DNAase e RNAase são importantes no

processo digestivo . O fluido oral ainda contém bactérias e seus metabólitos, células

epiteliais, eritrócitos, leucócitos e restos de alimentos (Johan et al., 2005).

O fluxo salivar é controlado por estímulo hormonal e por neurotransmissores e

pode variar de 0 a 10 mL/minuto, resultando em um total de 500 a 1500 mL/dia. Fatores

como o ritmo circadiano, estímulos do paladar e olfato, estímulo mecânico, drogas que

atuam nos sistemas simpático e parassimpático, variação hormonal relacionados com

gravidez ou menopausa, stress e dor podem alterar a produção salivar. Tanto o

estímulo simpático como o parassimpático podem induzir a salivação, apesar da

distinção entre as secreções em constituição e volume. O estímulo simpático tende a

produzir uma saliva mais viscosa devido ao estímulo maior à produção de mucinas e

outras proteínas, embora não seja um estímulo que produza aumento de volume da

saliva. Já o estímulo parassimpático induz à produção de uma saliva de volume maior e

com viscosidade mais baixa (Johan et al., 2005).

A taxa de secreção salivar, concentração dos eletrólitos e concentração

protéica na saliva foram relatadas não variarem no decorrer da vida, embora a

atividade da amilase sofra considerável decréscimo no decorrer dos anos

(28)

O pH salivar é levemente acidificado (pH 5,5), mas se eleva quando há

estímulo salivar, podendo alcançar valores de pH 7,9. O conteúdo salivar também

sofre variação de acordo com o fluxo, mas consiste basicamente de 90% de água, e

10% de eletrólitos, amilase, glicose, uréia, lipídeos, proteínas e hormônios. Para

drogas básicas, com o decréscimo do pH, uma porção maior da droga será ionizada

e a concentração da droga no fluido oral deverá aumentar, ocorrendo o inverso em

pH básico (O’neal et al. 2000). No entanto, se o pKa de um fármaco é maior que 8,5

para substâncias de caráter básico, ou menor que 5,5 para substâncias de caráter

ácido, ou se o fármaco não for ionizável, a variação de pH salivar praticamente não

interferirá na concentração do fármaco na saliva. Esse tipo de fármaco tende a

apresentar uma melhor correlação saliva/plasma (Kidwell et al., 1998). A anfetamina,

apesar de ser um fármaco de caráter levemente básico, possui pKa em torno de 9,9,

e, conseqüentemente, subtende-se que sofra pouca variação em sua concentração

na saliva com variação de fluxo salivar.

As drogas são incorporadas à saliva por difusão passiva, ultrafiltração, e/ou

secreção ativa do sangue. Difusão passiva é o caminho mais comumente utilizado para

as drogas serem incorporadas à saliva, exceto para substâncias com reduzido peso

molecular, que podem se incorporar à saliva por ultrafiltração. A passagem através das

membranas celulares é limitada para moléculas com elevado peso molecular e restrita

para drogas ionizadas ou ligadas a proteínas . As drogas não metabolizadassão mais

comumente encontradas na saliva do que seus metabólitos, pois são mais lipofílicas e

tendem a atravessar mais facilmente os capilares e membranas das células ácinas até

o fluido oral. Assim, os valores de pH sanguíneo e salivar, o pKa da droga, o grau de

ligação desta às proteínas plasmáticas e sua lipofilicidade irão determinar a partição da

(29)

O tempo para detecção de substâncias no fluido oral é, em geral, similar ao

sangue. Ambas as amostras são referidas para se investigar uso recente da

substância de interesse. No entanto, a grande vantagem da utilização de saliva em

relação ao sangue é a coleta não invasiva e não necessitar de profissional

especializado para a realização da coleta (Drummer, 2006).

Uma variedade de formas estão disponíveis para a coleta de fluido oral. Uma

dessas formas é a coleta não estimulada, em que a saliva é coletada através do ato

de deixá-la escorrer diretamente da cavidade oral para um recipiente de coleta.

Várias técnicas já foram descritas para se estimular a produção de saliva. Entre as

mais simples estão os movimentos realizados com a língua, bochechas e lábios sem

a utilização de estímulo externo. Mastigação de cera de parafina, parafilm®, teflon®,

gomas e gotejar limão ou ácido cítrico sobre a língua são exemplos de estímulos

externos para a produção de saliva. Após produzida, a saliva pode ser succionada,

absorvida ou coletada com o auxílio de swab. Algumas técnicas de coleta combinam

estimulação com coleta utilizando-se materiais absorventes como algodão. Após a

saturação do material absorvente, o fluido oral é coletado através de centrifugação

ou aplicação de pressão. Um dispositivo que combina estimulação com extração é o

Salivette®, que utiliza algodão para absorver fluido oral da cavidade oral e

centrifugação para separar o fluido oral do algodão (Crouch, 2005).

1.4. Determinação de anfetamina e derivados: revisão bibliográfica

Várias metodologias já foram desenvolvidas para a determinação de

anfetaminas e derivados em amostras biológicas, tanto para cromatografia em fase

(30)

utiliza amostras convencionais como sangue e urina. Há entanto algumas

publicações referindo-se à amostras alternativas como saliva, cabelo e suor.

Peters et al. (2007), determinaram anfetamina e derivados e seus respectivos

enantiômeros em saliva. Utilizaram um volume bastante reduzido de amostra (entre

10 e 50 µL) e derivatização com reagente quiral anteriormente à extração

líquido-líquido. Para detecção e quantificação dos analitos, foi utilizada a técnica de

cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas no modo de ionização

química negativa.

Scheidweiller e Huestis (2006), determinaram metanfetamina, MDMA e seus

metabólitos em saliva utilizando 400 µL de amostra, extração em fase sólida para

preparação das amostras, derivatização com o reagente HFBA e a técnica de

cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas para detecção dos

compostos.

Gunnar et al. (2005), desenvolveram metodologia para identificar 30

compostos, entre eles estimulantes anfetamínicos, utilizando 250 µL de saliva,

extração em fase sólida e detecção por cromatografia em fase

gasosa/espectrometria de massas. As anfetaminas foram derivatizadas com o

reagente acilante HFBA.

Kankaanpaa et al. (2004), determinaram estimulantes anfetamínicos em

amostras de sangue total, plasma, saliva e urina. O procedimento para saliva utilizou

100 µL de amostra e a extração é realizada juntamente com a derivatização pelo

reagente acilante HFBA. Foi utilizada a técnica de cromatografia em fase

(31)

Yanomine (2004) determinou anfetamina e metanfetamina em amostras de

saliva aplicando microextração em fase sólida como técnica de preparação de

amostras e cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas.

Wood et al. (2003), desenvolveram uma metodologia para investigação de

anfetamina, metanfetamina, efedrina, MDA, MDMA e MDEA em 50 µL de saliva. A

preparação das amostras foi realizada apenas com precipitação por metanol e, para

detecção, foi utilizada cromatografia em fase líquida acoplada a espectrometria de

massas em tandem (LC-MS-MS).

Mortier et al. (2002), determinaram opióides, anfetaminas, cocaína e

benzoilecgonina em amostras de saliva utilizando extração em fase sólida e

cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas para detecção.

Navarro et al. (2001), analisaram MDMA e metabólitos em amostras de

plasma e saliva para se investigar se há correlação entre as concentrações dessas

duas amostras após administração controlada de ecstasy em voluntários. Foi

utilizado 1 mL de saliva, extração em fase em fase sólida e detecção e quantificação

cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas. Concluíram

que a saliva é uma boa matriz alternativa ao sangue para a investigação de ecstasy.

Rasmussen et al. (2006), determinaram anfetaminas e derivados e seus

respectivos enantiômeros em amostras de sangue total utilizando extração

líquido-líquido, derivatização com reagente quiral e cromatografia gasosa acoplada a

espectrometria de massas.

Pizarro, et al. (2002), analisou MDMA e metabólitos em plasma e urina e

utilizou extração em fase sólida para extração dos compostos e detecção por

cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas, além de

(32)

Jenkins et al. (2004), determinaram MDMA e metabólitos em urina utilizando

extração em fase sólida para extração dos analitos. Para detecção foram

comparados cromatografia em fase líquida acoplada a espectrometria de massas,

cromatografia líquida com detector de UV e cromatografia gasosa com detector de

nitrogênio e fósforo.

De Martinis et al. (2007), determinaram MDMA e derivados com seus

respectivos metabólitos em amostras de suor. Utilizaram a extração em fase sólida

para preparação das amostras e detecção por cromatografia em fase gasosa

acoplada a espectrometria de massas.

No presente trabalho, foi desenvolvida e validada uma metodologia para a

determinação qualitativa e quantitativa de anfetaminas, metilenodioxi derivados e

metabólitos em amostras de saliva, empregando a extração líquido-líquido e

detecção por cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas.

A metodologia desenvolvida foi aplicada na investigação do consumo de

(33)
(34)

2. OBJETIVOS

1) Desenvolver e validar metodologia analítica para a investigação de

anfetaminas e metilenodioxi derivados em amostras de saliva, empregando as

técnicas de extração líquido-líquido e cromatografia em fase gasosa acoplada a

espectrometria de massas;

2) Aplicar a metodologia na análise de anfetaminas e derivados em amostras

de saliva coletadas de motoristas de caminhões;

3) Verificar as informações constantes no questionário preenchido pelos

motoristas sobre a utilização de anfetaminas durante as jornadas de trabalho na

(35)
(36)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais

Padrões analíticos certificados de Anfetamina (ANF), Anfetamina - d11 (ANF -

d11), Metanfetamina (MET), Metanfetamina – d14 (MET - D14), MDA, MDA – d5,

MDMA, MDMA – d5 e MDEA foram obtidos da Cerilliant (EUA); acetato de etila e

metanol foram obtidos da J. T. Baker (EUA); heptano, trietilamina e anidrido

heptafluorbutírico (HFBA) foram obtidos da Sigma-Aldrich (EUA). As amostras de

saliva, utilizadas para o desenvolvimento e validação da metodologia, foram

coletadas do próprio pesquisador.

3.2. Equipamentos e acessórios

Cromatógrafo em fase gasosa (CP 3800) acoplado a espectrômetro de

massas (Saturn 2000) da Varian® (EUA); coluna capilar de sílica fundida DB – 5MS

de 30 m de comprimento x 0,25 mm de diâmetro interno x 0,25 µm de espessura de

filme da J & W Scientific® (EUA); cilindro de gás hélio 5.0 analítico da White Martins®

(Brasil); amostrador automático CombiPal da CTC Analytics® (Suiça); seringas de

injeção cromatográfica Hamilton (EUA). Centrífuga Universal 32 da Hettich®

(Alemanha), Evaporador de amostras TurboVap LV da Caliper® (EUA); Banho Seco

TE-21 da Tecnal (Brasil); Mesa de agitação TE-140 da Tecnal® (Brasil); Vortex

AP-56 da Phoenix® (Brasil); Deionizador de água Simplicity da Millipore® (EUA); Balança

analítica BP211D da Sartorius® (Alemanha), dispositivos coletores Salivette® foram

(37)

3.3. Preparação de soluções e reagentes

3.3.1. Preparação de soluções padrões de calibradores, controles de qualidade

e padrões internos

Para a preparação dos calibradores e controles de qualidade, ampolas dos

padrões analíticos de Anfetamina (ANF), Metanfetamina (MET), MDA, MDMA e

MDEA na concentração de 1 mg/mL foram transferidas individualmente com o

auxílio de pipetas de Pasteur para 5 balões volumétricos distintos de 10 mL, e os

volumes completados com metanol para originarem concentrações de 100 µg/mL

em cada balão volumétrico. Em seguida, com o auxílio de pipeta volumétrica, 1 mL

de cada solução contida nos balões volumétricos foi transferido para um único balão

volumétrico de 10 mL e o volume ajustado 10 mL com metanol, resultando na

concentração de 10 µg/mL da mistura de padrões. Dessa solução foi retirado 1 mL

para obter uma solução da mistura de padrões a uma concentração de 1 µg/mL em

novo balão volumétrico de 10 mL. O procedimento de diluição foi novamente

repetido para se obter a solução da mistura de padrões na concentração de 100

ng/mL.

Procedimento semelhante foi empregado para se obter soluções dos padrões

internos deuterados. Ampolas dos padrões internos de Anfetamina - d11 (ANF -

d11), Metanfetamina – d14 (MET - D14), MDA – d5 e MDMA – d5 tiveram o

conteúdo transferido para balões volumétricos de 10 mL separadamente com o

auxílio de pipetas de Pasteur, originando soluções na concentração de 10 µg/mL.

Posteriormente, 1 mL foi retirado de cada um dos balões volumétricos e adicionados

(38)

concentração de 1 µg/mL de uma solução da mistura de padrões internos

deuterados.

Todas as soluções preparadas de padrões e padrões internos foram

armazenadas a -20°C. em tubos com tampa de rosca e envolvidos em papel

alumínio.

3.3.2. Preparação dos reagentes

3.3.2.1. Preparação da solução de Trietilamina 0,1M em heptano

Pipetar 140 µL de Trietilamina e dispensar em um balão volumétrico de 10

mL. Completar o volume com heptano e agitar. A solução deve mantida sob

refrigeração e utilizada no período máximo de uma semana.

3.3.2.2. Preparação do tampão Na2CO3/NaHCO3 de pH 9,3

Preparar uma solução saturada de bicarbonato de sódio (60 g/L de água

deionizada). Ajustar o pH para 9,3 adicionando-se carbonato de sódio anidro à

solução e agitando-a continuamente. Caso haja presença de sólido no fundo,

removê-lo. A solução deve mantida sob refrigeração.

3.3.2.3. Preparação do tampão Tris de pH 7,4

Pesar 0,66 g do sal cloridrato de tris hidroximetil amino metanoe 0,1 g de tris

(39)

e agitar. Adicionar ácido clorídrico a 0,1M gota a gota para ajustar o pH para 7,4.

Armazenar em frasco de vidro à temperatura ambiente.

3.4. Desenvolvimento da metodologia

3.4.1. Escolha do solvente de extração

Inicialmente foi avaliada a possibilidade de se realizar extração com solvente

(extração líquido-líquido), já que esta é uma metodologia mais simples, de baixo

custo e pela saliva não ser considerada uma matriz biológica muito complexa. Foram

realizados experimentos com vários solventes. Primeiramente foram testadas

diluições da saliva fortificada com as substâncias de interesse utilizando-se tampões

de diferentes valores de pH, que foram submetidos a subseqüente extração com o

solvente acetato de etila. Os tampões utilizados foram: tampão fosfato de pH 6,0;

tampão Tris de pH 7,4; e tampão Na2CO3/NaHCO3 em pH 9,3. Como já era previsto,

o tampão que melhor contribuiu para extração das substâncias foi o tampão de pH

básico, pois as anfetaminas, sendo substâncias de caráter básico, tendem a

permanecer na forma não-ionizada (mais lipofílica) quando presentes em pH

também básico e a migrar para o meio de caráter mais apolar (solvente orgânico).

Testou-se o uso de tampão fosfato em pH 10 para se investigar melhor a influência

do pH na recuperação da metodologia, porém, além do aumento da formação de

emulsão, não houve ganho na recuperação da extração.

Após estabelecido o pH do tampão mais apropriado, foram testados

diferentes volumes de tampão adicionados à amostra. Em 500 µL de saliva foram

(40)

volume de saliva/volume de tampão para se realizar a extração. Foram testados 0,5

mL, 1,0 mL e 1,5 mL de tampão para a diluição da saliva, mas, não foi verificada

alteração muito significativa quanto à capacidade de extração empregando-se

diferentes volumes de tampão. Assim, decidiu-se por utilizar o volume de 1,0 mL de

tampão, pois demonstrou ser um volume suficiente para deixar a saliva mais fluida

para permitir melhor mistura entre as fases aquosa e orgânica e uma menor

formação de emulsão.

Em testes utilizados com agitação mais intensa foi necessária a adição de

NaCl após a centrifugação para reduzir a formação de emulsão. Após a adição,

repetiu-se a centrifugação e a formação de emulsão foi reduzida. Contudo, as

agitações mais brandas já se mostraram suficientes para proporcionar adequada

mistura entre a fase aquosa e a fase orgânica com pouquíssima formação de

emulsão e sem a necessidade da adição de NaCl.

Os solventes que foram testados para se verificar as capacidades de extração

foram: éter etílico, acetato de etila, diclorometano, éter de petróleo, hexano, tolueno

e clorobutano.

O éter etílico não pôde ser utilizado, pois uma pequena porção deste solvente

se dissolve no meio aquoso, reduzindo o volume da fase orgânica e dificultando seu

isolamento da fase aquosa.

Os solventes que apresentaram melhor capacidade de extração das

substâncias de interesse foram: acetato de etila, diclorometano, tolueno,

cloro-butano e hexano. Após definidos os melhores solventes quanto à capacidade de

extração, foi avaliada a velocidade de evaporação desses, essencial para a redução

do tempo de análise. Os solventes que reuniram as duas características desejadas

(41)

clorobutano e o acetato de etila. Entre os dois solventes preferiu-se utilizar o acetato

de etila.

Foram comparadas extrações utilizando-se volumes de saliva diferentes. Os

volumes testados foram de 1 mL e 0,5 mL de saliva e estes foram fortificados com a

mesma quantidade em massa dos analitos. O método de extração líquido-líquido,

por ter como característica a extração exaustiva do analito da matriz, apresentou

resultado equivalente para os diferentes volumes de saliva. Assim, optou-se por

utilizar o volume de 1 mL para o aumento da sensibilidade da metodologia.

3.5. Determinação das anfetaminas, metilenodioxi derivados e metabólitos em

amostras de saliva

O volume de 1 mL de saliva isenta das substâncias a serem estudadas, é

transferido para um tubo de ensaio, onde são adicionados 50 µL da solução de

padrões internos (ANF-d11; MET-d14; MDA-d5 e MDMA–d5) na concentração de

1000 ng/mL. As amostras são então agitadas em vortex e diluídas com 1 mL de

tampão Na2CO3/NaHCO3 de pH 9,3. Após, adiciona-se 2 mL de acetato de etila, e

submete-se o tubo a agitação branda em mesa agitadora por 20 minutos. O tubo é

então centrifugado (3000 RPM por 7 minutos) e 1,0 mL da fase orgânica é

transferido para outro tubo de fundo cônico e o solvente eliminado em evaporador

sob fluxo de N2. Os analitos presentes no resíduo foram então derivatizados de

acordo com a metodologia descrita por (Scheidweiler, et al. 2006), na qual as

anfetaminas são ressuspendidas com 100 µL da solução trietilamina a 0,1M em

heptano e 10 µL do derivatizante anidrido heptafluorbutírico (HFBA). O tubo é então

(42)

minutos. Ao término da incubação adiciona-se 200 µL de tampão Tris de pH 7,4. O

tubo é agitado intensamente em vortex (2 minutos com pequenas pausas a cada 10

segundos) e posteriormente é centrifugado (2200 RPM por 5 minutos). A fase

orgânica (60 µL) são transferidos para um vial de amostrador automático e 1 µL é

injetado no cromatógrafo.

As concentrações de anfetaminas, metilenodioxi derivados e metabólitos

foram determinados utilizando cromatógrafo em fase gasosa acoplado a um

espectrômetro de massas com analisador de massas ion trap no modo SIS (Single

Íon Selected). Os compostos foram separados em coluna capilar de sílica fundida

DB – 5MS de 30 m de comprimento x 0,25 mm x 0,25 µm de espessura de filme. As

amostras são injetadas no modo splitless. Gás hélio foi utilizado como gás de arraste

a um fluxo de 1,0 mL/min.

A temperatura do injetor é de 250 °C. A rampa de aq uecimento utilizada na

coluna analítica é de 70 °C (2 min), 15 °C/min, 280 °C (3 min).

A temperatura utilizada no trap é de 200 °C, no transfer line é de 230 °C e no

manifold é de 40 °C.

A Tabela 1 apresenta os íons monitorados na identificação e quantificação

(43)

Tabela 1. Íons utilizados na identificação e quantificação dos analitos

Íons monitorados

Analitos Identificação Quantificação

ANF 91,118, 240 240

ANF-d11 126, 244 244

MET 118, 210, 254 254

MET-d14 213, 261 261

MDA 135, 162, 380 135

MDA-d5 167, 380 167

MDMA 162, 210, 254 254

MDMA-d5 213, 258 258

MDEA 162, 240, 268 268

As Figuras de 6 a 14 apresentam os picos cromatográficos correspondentes

(44)

Figura 6. Cromatograma com a abundância de íons da ANF

(45)

Figura 8. Cromatograma com a abundância de íons da MET

(46)

Figura 10. Cromatograma com a abundância de íons do MDA

(47)

Figura 12. Cromatograma com a abundância de íons do MDMA

(48)

Figura 14. Cromatograma com a abundância de íons do MDEA

3.6. Curva de Calibração

Após definida a metodologia, foi estabelecida a curva de calibração

utilizando-se 8 pontos: 10 ng/mL; 30 ng/mL; 50 ng/mL; 100 ng/mL; 150 ng/mL; 200 ng/mL; 300

ng/mL; 400 ng/mL. As concentrações dos controles de qualidade (CQs) utilizados

foram de 25 ng/mL, 210 ng/mL e 350 ng/mL. Para obter essas concentrações foram

utilizadas 3 soluções da mistura de padrões nas concentrações de 100 ng/mL, 1

µg/mL e 10 µg/mL. A concentração utilizada da mistura de padrões internos foi de 50

ng/mL saliva e foi obtida pipetando-se 50 µL da solução de 1 µg/mL da mistura de

padrões internos. A Tabela 2 apresenta a concentração dos padrões e o volume

(49)

Tabela 2. Soluções utilizadas para preparação da curva de calibração e controles de qualidade. Concentrações Solução 1 100 ng/mL Solução 2 1 µg/mL Solução 3 10 µg/mL

10 ng/mL 100 µL - -

30 ng/mL - 30 µL -

50 ng/mL - 50 µL -

100 ng/mL - 100 µL -

150 ng/mL - - 15 µL

200 ng/mL - - 20 µL

300 ng/mL - - 30 µL

400 ng/mL - - 40 µL

CQ1 25 ng/mL - 25 µL -

CQ2 210 ng/mL - - 21 µL

CQ3 350 ng/mL - - 35 µL

Na curva de calibração, foi necessário aplicar métodos matemáticos de ponderação

da curva de calibração. Foi utilizado o fator de ponderação 1/X na curva de calibração.

3.7. Validação da metodologia de análise das anfetaminas, metilenodioxi

derivados e metabólitos em saliva por cromatografia em fase

gasosa/espectrometria de massas

Os parâmetros avaliados durante a validação da metodologia foram

selecionados conforme a resolução - RE nº 899, de 29 de maio de 2003 da Agência

(50)

3.7.1. Limites de detecção

É a menor concentração capaz de gerar um resultado positivo. É estabelecido

por meio da análise de soluções de concentrações conhecidas e decrescentes do

analito, até o menor nível detectável, porém não necessariamente quantificado.

Pode-se estabelecer a relação sinal:ruído de 3:1 para se determinar o limite de

detecção.

Para a determinação dos limites de detecção, utilizou-se a relação de 3:1 do

sinal em relação ao ruído. Foram obtidos fortificando-se amostras de saliva em

duplicata com 1 ng, 2,5 ng, 5 ng e 7,5 ng dos analitos. O limite de detecção foi

determinado pela menor concentração em que os compostos obtiveram picos

cromatográficos maiores ou iguais à relação sinal:ruído 3:1 nas duas análises da

duplicata.

3.7.2. Limites de quantificação

O limite inferior de quantificação é a menor concentração na qual os analitos

podem ser detectados e quantificados com precisão de até 20% e exatidão entre

80% e 120%. O limite superior de quantificação é a maior concentração que pode

ser determinada com precisão de até 15% e exatidão entre 85% e 115%.

O limite de inferior de quantificação foi estabelecido por meio da análise de

matriz biológica contendo concentrações decrescentes do fármaco até o menor nível

quantificável com precisão e exatidão aceitáveis. O limite superior de quantificação

(51)

o valor em que foi provocado declínio do ponto em relação à curva de calibração que

prejudicou significativamente a quantificação do limite inferior.

3.7.3. Linearidade

É a capacidade que a metodologia deve possuir de produzir picos

cromatográficos com áreas diretamente proporcionais à concentração do analito na

amostra analisada dentro de um intervalo especificado. Este parâmetro é avaliado

através da injeção de amostras em concentrações crescentes para se obter um

gráfico cujos pontos são determinados correlacionando-se cada concentração com o

valor obtido na razão entre a área do íon de quantificação do padrão sobre a área do

íon de quantificação do padrão interno. Posteriormente, faz-se uma regressão linear

a fim de se observar o intervalo de concentrações em que o composto apresenta

disposição linear na reta determinada pela regressão linear.

3.7.4. Precisão

A precisão representa o grau de repetibilidade entre os resultados de análises

individuais, quando o procedimento é aplicado diversas vezes numa mesma amostra

homogênea, em idênticas condições de ensaio. É verificada utilizando-se, no mínimo

3 concentrações (baixa, média e alta), contemplando o intervalo adotado na curva

de calibração de maneira uniforme, realizando-se, no mínimo, 5 determinações por

(52)

Precisão Intra-Ensaios: é a concordância entre os resultados obtidos em

análises dentro de um curto período de tempo, com o mesmo analista e mesma

instrumentação.

Precisão Inter-Ensaios (Precisão Intermediária): é a concordância entre os

resultados obtidos pelo mesmo laboratório em dias diferentes, com analista diferente

e/ou equipamentos diferentes.

Pode ser expressa como Desvio Padrão Relativo (DPR) ou Coeficiente de

Variação (CV%), não se admitindo valores superiores a 15%, exceto para o limite de

quantificação, para o qual se admite valores até 20%, segundo a fórmula abaixo:

DPR = (DP/CMD)x100

Onde:

DPR = Desvio Padrão Relativo

DP = Desvio Padrão

CMD = Concentração Média Determinada

Foram necessários cinco dias para a validação da precisão. Foram avaliadas

as precisões intra-ensaio e inter-ensaio com utilização de 5 replicatas para cada um

dos três controles de qualidade (baixo, médio e alto). A precisão intra-ensaio foi

calculada obtendo-se os coeficientes de variação dos controles de qualidade de

cada composto dividindo-se o desvio padrão pela média aritmética em cada dia de

análises. Para a precisão inter-ensaio foi calculado o coeficiente de variação de

(53)

3.7.5. Exatidão: é a proximidade obtida entre o resultado da análise em relação

a um valor verdadeiro. É calculada pela fórmula:

Exatidão = (CME/CT)X100

Onde:

CME: Concentração Média Experimental

CT: Concentração Teórica

O parâmetro de exatidão é validado utilizando-se no mínimo 3 concentrações

(baixa, média e alta) ao longo da faixa de variação da curva de calibração, com um

mínimo de 5 determinações por concentração. Os valores de concentração obtidos

para os controles de qualidade não devem originar resultados abaixo de 85% ou

acima de 115%, exceto para o limite inferior de quantificação, que permite que sejam

aceitos valores entre 80% e 120%. A exatidão da metodologia foi avaliada

juntamente com a precisão. O cálculo da exatidão foi aplicado nas médias das

concentrações dos cinco dias de análises para cada controle de qualidade.

3.7.6. Recuperação

A recuperação avalia a capacidade da metodologia de extrair o analito da

amostra biológica dentro de um limite de variação. Recuperações próximas a 100%

para o analito e para o padrão interno são desejáveis, embora se admita valores de

recuperações menores, desde que a metodologia seja precisa, exata e apresente

(54)

determinada comparando-se os resultados de quantificação obtidos em amostras

fortificadas posteriormente à extração (fortificação do extrato) com os resultados de

quantificação obtidos pelo procedimento padrão de fortificação com posterior

extração. Os padrões internos foram adicionados anteriormente à extração nas duas

situações, de forma que os resultados de quantificação obtidos pudessem avaliar a

capacidade do solvente de extrair os analitos da saliva quando fossem comparados

com uma situação que, em tese, equivale à situação de 100% de eficiência de

extração (fortificação posterior do extrato obtido na extração dos padrões internos).

As recuperações foram avaliadas nos 3 controles de qualidade (baixo, médio e alto).

3.7.7. Especificidade

É a capacidade do método de detectar e quantificar com exatidão aceitável

um composto em presença de outros componentes, tais quais impurezas, produtos

de decomposição, metabólitos, medicamentos possíveis de utilização concomitante

e componentes da matriz biológica. O limite inferior de quantificação não deve ser

quantificado fora do intervalo entre 80% e 120% quando calculado na presença dos

interferentes investigados. Foi determinada através da fortificação das amostras de

saliva na concentração dos controles de qualidade inferiores juntamente com

quantidades elevadas de possíveis compostos interferentes que podem estar

presentes em situações reais de análises. Os interferentes foram avaliados a uma

concentração de 500 ng/mL. Os interferentes avaliados foram: ácido acetilsalicílico,

alprazolam, benzoilecgonina, cafeína, clomipramina, clonazepam, cocaína, 9-THC,

diazepam, dipirona, efedrina, fenilefrina, fluoxetina, lorazepan, nicotina,

(55)

3.7.8. Estabilidade

É a propriedade que o analito, e conseqüentemente a metodologia, deve

possuir de resistir a condições normalmente exigidas durante a análise. Deve ser

avaliada a estabilidade do analito após armazenagem de longa duração

(congelamento) e curta duração (à temperatura ambiente), após ciclos de

congelamento e descongelamento e pós-processamento.

Para a avaliação das estabilidades, foram utilizados 6 tubos de ensaio

contendo 1 mL de saliva em cada. Foram fortificados com os compostos, sendo três

controles de qualidade baixos e três altos.

Estabilidade de curta duração: A estabilidade de curta duração avalia o tempo

em que o composto pode resistir à temperatura à qual normalmente está exposto

sobre a bancada de análise. Foi determinada expondo-se os controles de qualidades

durante 6 horas à temperatura ambiente analisando-os em seguida.

Estabilidade de longa duração: A estabilidade de longa duração avalia o

tempo em que do composto pode permanecer em uma matriz biológica quando

congelado a -20 °C. A estabilidade de longa duração não pôde ser determinada em

um intervalo grande de tempo, pois houve modificações da curva de calibração no

decorrer da validação e consequentemente dos respectivos controles de qualidade.

Assim, a estabilidade de longa duração foi determinada em apenas duas semanas

após as amostras terem sido congeladas.

Estabilidade de congelamento e descongelamento: A estabilidade de

congelamento e descongelamento avalia a capacidade do composto de resistir à

Referências

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