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Determinantes de hábitos alimentares em crianças de 0 a 4 anos.

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Academic year: 2017

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DETERMI N A NTES D E H ÃBITOS A LI ME NTARES E M C R IANÇAS D E O A 4 A N OS*

Mai Saho*

RESUMO - E ste trabalho tem como objetivo p ri n c i p a l o estudo dos fatore s q u e in­ fluenciam no hábito alimentar das c rianças d e O a 4 anos d e idade, nas d i ve rsas f rações d e classes comparan.do-se com o e stado n utricional das mesmas. Com base nos d ados obtidos através d a apli cação d o s q u estionários e d a s entrevistas d i rigidas à s pessoas responsáveis pela a l im e ntação d a c riança, foi po s s rvel efe­ tuar algumas a n á l i s e s estaHsticas e a i nterpretação dos d i scu rsos apresentados

p e los i nformante s . .

ABSTRACT - T h i s paper has a m a i n o bjective, the study of facto rs influencing the eati ng h abits of c h i l d re n aged O to 4 years old, i n vari o u s class strate, as compared w ith t h e i r nutritional state . B a s ed on the data obtained from q uestion naires filled and interviews with the person re sponsible for feed i n g the c h i l d , it was pos s i ble to make some statistical a n a l y s e s and the i nterpretation of the mother' s d i s co u r s e s .

1 I NTRODUÇÃO

A compeenão do feômeno aódel doença tem sido obeto de estudo de poisons da

a

de ciên­ cis da aóde ela sua complexiade e vem evoluindo aravés dos emos. A tendência, atuene, é de e buscr ns ciêncis -s, lguns subídios

a a

melhor compeenão sobre o surgmento de eventos m6rbidos, o pcesso de determinação deses e a inte­ ração ente o biol6ico e o scl.

Exsem vios enfques ciol6icos, lguns poém têm pdoinado sobre os ouos. Atuene a grande mioa dos tabalhos em saóde apeena uma ersctiva que ende a edu

� o fenÔDeno so­

cil a um espço homogêneo, levndo sn, a um mento ds deteminaçes ou difeenciçes sciis báics na apeensão e explicação da idade.

Com bse nesse enfoque, têm-se como instru­ mento tabho na

a

da saóde coleiva, o eiso e o diagn6sico da comunidade, através do esaelci­ mento do pdrão de saóde e dos rcursos dsoníveis. Tm-e tmém, pivileido a aividade de dagnósti­ co das nsiddes de saóde, decndo-e um com­ ento desvine das noms páicas

is

da opção e estudano o oque do surmento dese comormento pa, a pir í, eem rça­ ds s aiidades de ducção i. na tentaiva de coir is comorentos ditos "erOnos"-em re­ lação à aóe.

Os esultados de s pos etoiis sepra­ dos s medids outs de cáer cl ão iados e insasfatóios na sua nde io.

Surge,

sm

, a necessidade de e enr os po­

blemas de sa1de num contexto mplo da sciedade e não aenas coo, poblemas ldos no mbito . da a1de. Os estudos baseados em vávis indivi­ duis como tabus entes e comormentos es­ vntes em relção aos cuidados de saóde ioladente não expicam a totlidade do fen�eno aóde/dença e orientm as esratégs de intevenção

a

le­ raes comomens ndiiduis.

O peene estudo fcza uma ds vávis

co-mumente coniderads "cultuis" - o hábito men­ tar da ciança de O a 4 nos de idade, tenndo com­ prender o hábito menr como o esuldo de um conjunto de elaos e epeenes ecionads às diferentes condiçes materiis de exsência s di­ vers cmads sciis.

Qustona-se a vidade do enfque que enfaza a educação imentar como ui cursos ól e eicz na melhoia do conhcimento nuicionl da cmada populcionl mis cente e seu conseqüente rau do estado nuticionl. O que se explia pelo fato dee enfoque r do pincípio de que se grupo lém de não er hábito de ngeir certos prdutos entes, possui conceios eOneos e distocidos sobe os vlo­ res nutiivos dos mentos. Além disso, não

s

ve­ zes ses fatos são considerdos como uma das causs pncipis o peno $ desnutição.

2 H Á B I TOS A L I ME NTAR ES E DES NUTR i ÇÃO I N FA N T I L NA FAIXA DE O A. 4 A NOS DE IDADE

A situção entar da populção brsleira vm sendo agravada elo ápido crescimento urbano esul­ tante da indusaão, uma vez que, s opulçs econmiaene aivas cupam pincipente o etor scundáio e teco«ls aividades conÔmics, so­ frendo s inluênis da orgão conÔmica en­ geQdrda elo estáio do capimo brsileo. Este, asar do crecento do Pduto Ineno Bruto (PIB), é

c

teizado ela concenrção de renda m poder de ma minoria da opulção e elo bixo lá­ io pa cerca de 7�% dos bsleos7•

O estudo sobe a queda gadaiva do io í­ nmo

l

elionda como a condição de vida da o­ pulação do pas tem sido objeto de discussão de vios autoes na

a

de ciêncas scis,

sm

como na

a

da aóde.

O rsultado da Invesigação Intemeicana de Midade Infanl, pojeto de invesigação corde­ nada ela Orgção Pnmeicna de Sa1de (OPS) em ecala coninenl (Aéica Laina, Cifóia _

* Rso a Dieão apentada

a

obAo do au de Mee

m

Sadde mniia da UFBa. ** ofeoa da Ecola de Enfenagem da Univesidae Fel da Bahia. .

(2)

EUA e Quebec - Canad), egistou 35.095 6bitos re­ laivos a menores de 5 nos, destacando-e dos pro­ blemas, a deficiência nuticionl como o fator mis importante que intefere dretamente ou ssciado co­ mo outos fatores na mortlidade infanl5•

Uma série de estudos relizados no Brasil," 4. 8. 8 . vem demonstrando que a desnutrição protéico cl6ica é a deiciência nuticionl de mior disseminação e de mioes consequêncis para a saóde e que tem como causa básica um subconsumo de limentos.

O agavmento da desnutrição é um dos mis é­ ios problemas sociais não s6 devido as consequências que acreta ao indivíduo, como também por ter atin­ gido um vasto segmento de nossa opulação.

Na busca de lenaivas para a solução do pro­ blema nutricionl, as tendências de intervenção vêm sendo levanadas baseadas em vios enfoques: a) me­ didas igads à mudnça do hábito mentr ssociada à podução industil de suplementos vitfnicos; b)

medids que m a mudança de hábitos aimentaes com suplementação imentr; c) medidas que viam garnir, a cada indivíduo, o consumo de quantidades adequadas dos alimentos que consomem habitulmen­ te.

O objeto do pesente estudo, hábito imentar da criança de O a 4 anos de idade, tem a fmidade de le­

vantr lguns fatores que inluencim ou determinam o consumo imentr da criança nas diverss frações de classe, assim como estudr o conhcimento da mãe ou essoa responsável ela imentação da criança.

Entende-se como estudo de hábitos alimenres de uma determinada população, a veriicção do tio de limentos habitumente utilizados, como mbém, os fatores que inluencim na escolha de limentos3•

Vários autores têm-se preocupado em deteinar os fatores que influenciam o consumo limentr, ado­ tando enfques diferentes.

AL VES' anlisando a importância relaiva ds varáveis que inluem no consumo alimentar da popu­ lação, levanta os eguintes fatores comumente consi­ derados: nível de instrução, hábitos e tabus limenta­ res, tamanho da fa e enda far. Este autor as­ socia a desnuição ao fator econÔmico, dando ênfse

à variável renda fr e considerando os outros co­

mo fatores agravantes na determinação do consumo limentr e no aparcimento da desnutrição.

MONTEIR04, or sua vez, estudando os deter­ minntes da desnutrição infanil no Vle do Rieira, aponta como causa bsica o consumo enr e ese está fundmenlmente determinado ela capcidade da famia na obtenção de alimentos. Esta capacidade de obtenção de imentos está condicionada, em gn­ de parte, ela foma de inserção do chefe da fa na estrutura scil de prdução.

Os fatoes ligados à inserção de um grupo scil no pcesso de podução, s como mior ou menor estabidade de empego, tipo de ocupação, enda fa­ miar er capita, acesso à educação, ervem, or um lado, como lmite pra a ingestão de imentos e, por outro inluem na ecolha de imentos a seem ingeri­ dos.

3 OBJETI VOS

- Estudr os hábitos enres ds ciançs de O a 4 anos de idade, nas diversas clsses s�is e os possí­ veis fatores que as inluencim na escolha de imento,

- Tenar idenicar o fator determinnte que in­ luencia na ecolha e no consumo de mentos ds criançs.

- Comprr o conhcimento ds mães em relação à

limenação infanl, através de dois grupos dentro de ums mesma clase, endo um constituído or fis de crianças de esado nuticional nomal, e outo, or falis de cnçs desnutidas.

4 MATE R I A L E MÉTODO

A amostra io peente estudo foi rerada das classes e frações selcionadas no projeto "Deteni­ nntes scis e biol6gicos do estado nuticionl da população da cidade de Slvador".

As fs form escolhids pra o sorteio den­ tro de cada fação de clase de natureza esraiicada simples e de cada "stratum" previmente elecionado, a amostragem foi casul simples. As frações de cls­ ses:

- pequena burguesia, formada por equenos po­ prietáios e proissionis liberaris:

- trablhador de seriços epeentado pelos co­ merciários e funcionários póbicos;

- trablhador produivo, elos trabalhadores fa­ bis e de construção civil;

- exército industril de eserva CEIRt

Form selcionadas 72 fs. esta tentaiva de agrupmento de categoria teve como objeivo faciitar a anlise e, ao mesmo tempo, conervr sua esciici­ dade no que z reseito ao mdo de inerção no pro­ cesso podutivo.

Como insrumento de coleja de dados form uli­ zados questionários com erguntas dirigidas e ente-vistas aberas.

Para avição do estado nuticionl ds criançs de O a 4 nos foi udo o citério de Gomez, ape­

sentado pela adequção ponderl, bseado nos padres adotdos por MrcOndes e colaboradores pra Snto Andé em São Paulo.

Com a fmaidade de se estar a assciação ente o estado nuticionl das crinçs de O a 4 anos de idade e

as frações de clses, uilizou-se o tese qui-quadrado pra mosrs ndependenes de acordo com a hióee nula Bo:

TT 1 TT 2 e cuja f6mula:

x" = � (lO-E' -05) 2 E

5 D ISCUSSÃO D E R ESULTADOS

Beado no pressuosto de que os hábitos li­ mentaes observados nos váios extratos sciis estão condicionados culturlmente e são inluenciadas quse que exclusivmente ela condição objetiva de existên­ cia da população e esta, ela forma de inerção da famia na estrutua do pocesso produivo, form le­ vantados alguns ontos elevantes:

- Quando s fis form estudadas em elção a categoia de ocupação, demos obervar que ns duas fr�es de · classe que epeentam a pequena burgueIa, 82,3% pertencem a ólima categoia, endo

(3)

que a clsse trablhadora ertence a categoias inter­ mediárias e a fção de EIR, 72,2% pertencem as duas prmeias categorias de ocupação (repoduzido de S INGER6.

- A pecentagem de gsto com aimentação em relação a enda fliar, na equena burguesia, 4,4% ds fafis gastam 25% da renda totl da fa e na fração EIR, 41,2% s fffias, o gsto amentar re­ preenta 75 a 10% da renda filiar.

- Em relação a consumo de aimentos em teros de fequência, os alimentos como frutas e leite, seu consumo varia de uma fração para outra. Já verduas, farináceos, cereis e laguminosas, apesentm uma va­ riação menor entre as frações quando é comprado com a vação dos alimentos anteriomente citados.

- O estado nuticionl das criançs estudads, e­ vela que as crianças que pertencem a fações de pe­ quena burguesia e trabalhador produtivo apreentam o estado nutricionável favorável, enquanto que a desnu­ trição aprece com maior frequência ns crianças das faffis pertencentes e trablhadores de serviços e EIR.

6 CONC LUSÕES

Pelo caráter da mostra escolhida para o estudo, as evidências aqui observads não odem ser extrapo­ lads para a população em geral, contudo, pode-se chegar a algumas concluses:

- O estudo indica que o consumo de certos ai­ mentos tanto qunto o não consumo de outros, menos do que uma ecolha livre, resulta sobretudo das res­ triçes de ordem conÔmica para as flis de deter­ minadas frações de clsses.

- A baixa escolaridade, o ingresso a bixa catego­ ria ocupcional, o bixo poder aquisitivo que caracte­ rizm a fração de clse do EIR reletem no estado nutricional da criança que é mis sensível à mudança no consumo imentr

Não é simplesmente a esfera psicológica de gosto e peferência que expica a recorência destas famias a certos limentos. ;; uma tenaiva pemanente de ajuste entre a atisfação das ncessidades (hábitos) e a capacidade rel de atendê-ls (rcursos).

- O conhcimento e a conduta em relação à li­ mentção que form considerados como duas entida­ des disintas or alguns autores são enendids como uma tentaiva de ajuste entre a satisfação das ncessi­ dades e a apacidade objetiva pra obtê-ls.

"Se eu tivese dinheiro suiciente, comprava bs­ tante verduras e frutas, comer cne, feijão, ar­ roz, bolacha, leite, macarrão, peixe, mas meus lhos são má-imentados e tenho que dá as vi­ inas, pois o saláio que meu marido gnha é pouco e não dá para . • • comprar todo tipo de alimento que eles ncessitam" (Mãe de uma fia da fração de EIR).

R EF E R Ê N C IAS B I B LIOG R Á FICAS

1 AL VES , E.L.G. Nível alimenar, renda e educação. Esudos

Econôicos, S .Paulo : 7 (2), 1977.

2 • Desnurição e pobea no Bsil: algums

evidêncis. Cadeos de pesqusa, S.Paulo: 29: 77-86,

jun. 1979

· 3 MALDONADO, G.I. & MON fE OONIO, J.M. fécnics de

inquéritos em alimenação. Arq. Bs. Nutr., 24 ( 112):

163-235, ja/dez. 1968.

4 MON fEIRO, C.A. A Epdooga da desnuçJ protco­

caórca m núceos ruras do Vae o Ribera. S. Paulo : Faculdade de Saide Piblica, USP, 1977. Dis. Mesr.

5 PUFFER, R.R. & SERRANO, C.V. Caracteics de o

oraade infanü. Wsington: OPS , 1 973.

(publi-ação Cientica, 262).

6 S INGER, P. aa por amentos a área eropoitaa

de Salvador. São Paulo: Brasiliense, 1976. 96 p. (cader­ no CEBRAP, 23).

7 SOARES , L.E. Vendendo saide. O INPS e a seguridade so­ l no Brsil. Sade em Debate, 1 (2): jalmr. 1977.

8 V A LEN f E, F .L.S . et alii -Reat6o Prear: Reações de Produção e Desnução na Mata-Sul Caavieia de Pebuco, Água Preta: 1978. mimeogr.

9 --Deteantes socas e boógcos do estado nu­ coal a popuação a cade de Salvaor. Projeto de Psquia. mimeogr.

Referências

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