PESQU I SA
PROGRAMA PARA PAIS DE BEBES DE RISCO: CONTRIBUI;Ao PARA
FORMA;Ao DO ALUNO DE ENFERMAGEM
PROG RAM D ES I G N E D FOR PARE NTS OF H I G H-RISK N EWBORN S : A CONTRI BUTION
TO N U RS I N G EDUCATI O N
PROG RAMA D I R I G I DO A L O S PADRES DE B EBES D E R I ESGO: CONTRI BUCION A LA F O RMAC I O N D E L ALU M N O D E E N F E R M E RiA
Carmen G raci nda S i lvan Scoch i 1 Fernanda dos Sa ntos Nogueira2 Fabiola Lima Pere i ra2 Mariana Ribeiro B ru nherottF
RES U M O : Trata da forma:ao aca d e m i ca de a l u n as de enfermagem inseridas em p rograma de exte nsao d i rigido aos pais d e bebes assistidos e m u n i d a d e s neonata i s , obj etiva n d o a n a l i s a r a contri b u i:ao desta vivencia na forma:ao profissiona l . Estu d o d escritivo , ten d o como sujeitos a l u nas, d e 1 8 a 22 anos, q u e desenvolvem ativi dades l u d i co-ped agogicas e d e lazer j u nto aos pais de bebes de risco assistidos em u m hos pital escola de Ribei rao Preto . Os dados foram coletados atraves de u m q u esti o n a rio n o qual d i sco rrera m sobre a vivencia no projeto (vantagens, desvantagens e contri b u i:ao para a fo rma:ao p rofission a l ) . As respostas fora m a n a l i sadas util izando se a tecnica d e a n a l i s e tem atica . Verificou-se q u e a parti cipa:ao no prog ra m a a m pl i o u a vi sao das g raduandas sobre 0 cu idado de enferm a g e m , poss i b i l itou mel horia n o re lacionamento i nterpessoal e no d esenvolvi mento de h a b i l id a d e s , expa n d i u a v i s a o d a assiste ncia hospita l a r para a l e m d a d o e n :a e proporci onou a aqu isi:ao d e conhecime ntos e valores, contri b u i n d o para a forma:ao acad emica, esti m u l a n d o a criatividade.
PALAVRAS-CHAV E : assistencia aos p a i s , fo rma:ao profissiona l , enfermagem neonatal
ABSTRACT: The present stu d y is related to the acad e m i c ed u cati o n of n u rs i n g stu d e nts who partici pated i n a public service program designed for parents of h i g h-risk n ewborns assisted i n neonatal u n its . It is a descri ptive study that has as its o bjective to a n alyze the contri bution of such p rofess i o n a l experience for those students . The s u bjects of this i nvestigation were n u rs i n g stu d e nts aged 1 8 to 22 yea rs old . These stu d e nts perfo rmed l u d i c , educati onal a n d leis u re activities w i t h parents o f h i g h-risk newborns assisted i n a u n iversity school i n t h e city of R i b e i rao P reto . Data were collected by m e a n s of a q u esti o n n a i res t h ro u g h w h i c h the s u bjects reported their experience i n the p roj ect (adva ntag es, d isadva ntages a n d contri butions to t h e i r ed u cati o n ) . The answers were ana lyzed thro u g h the t h e m atic a n a lysis tech n i q u e . Resu lts showed that the program expanded stu dents' view concern ing n u rs i n g care a n d hospital care (beyond d i sease). It also i m p roved i nterpersonal relationships; promoted the development of skills a n d the acq u i s ition of knowledge a n d values. Thus contri buting to stude nts · academic education and creativity.
KEYWO R D S : care to parents , profess ional ed ucati o n , neonatal n u rs i n g
RESU M E N : Trata d e l a formacion aca d e m i ca d e a l u m nas de enfermeria q u e realizan u n p rog ra ma de extension d i rigido a los padres de bebes asistidos en u n idades neonatales, con el fi n d e a n a l izar la contri bucion de esa vivencia/expe riencia en la fo rmacion p rofesional. Estu d i o d escriptivo , cuyos s ujetos son las a l u m n a s , de 1 8 a 22 alos, q u ienes desarrol l a n a ctividades l u d i co-pedag6g ica s j u nto a los padre s d e bebes d e riesgo asistidos en u n hospital escuela d e R i b e i rao P reto. Los d atos se colectaron a traves d e u n cuesti o n a rio en el cual hablaron sobre d icha experiencia (ventajas, desventajas y contri bucion para l a formacion p rofes ional ) . Las res pu estas se anal izaron util iza ndose la tecn ica de a n a l i s i s te m atico. Se verifico que la participacion e n el p rog ra m a amplio la vision de las alumnas sobre el c u i d a d o d e e nfe rmeria , pos i b i l ito mejoria en el relaci o n a m i e nto i nterpersonal y en el desarrollo de h a b i l idades, a m plio la vision d e as istencia hospitalaria mas alia d e la enferm edad y p roporciono la adqu isicion de conoci m i e ntos y valores, q u e contri buyen a s i para la fo rmacion acad e m i ca y esti m u l a n la creatividad . PALAB RAS C LAV E : asiste ncia a los padres, formacion profesi o n a l , e nfe rmeria neonatal
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Recebido e m 29/1 1 /200 1 Aprovado em 06/02/2002
1 Professora Associada do Depatamento de Enfe rmagem Materno-I nfantil e Saude Publ ica - EERP-USP. 2 Alunas do Curso de Gradu a:ao d a E E R P- U S P.
INTRODU;Ao
o e n s i n o d e e nfe rm a g e m , c o m p o sto por formagao gera l , fu n goes assistenciais e e d u cativas, e i n stru mento basico n a saude, sendo l a rgamente enfatizado na formagao de e nferm e i ros (COSTA, 1 993). A formagao do aluno d e g raduagao, a cada dia, tem-se ampl iado atraves d a insergao e m atividades de pesq u isa e servigos d e extensao a com u n idade. Trad icionalmente 0 e n s i n o d e e nfermagem tem se baseado em aulas te6ricas , p raticas em laborat6rio e estagios vinculados as d i sci p l i n a s . E ntreta nto , com a nova perspectiva de mercado que tem requerido um profissional criativo , com con h ecimento atual izad o, esta metodologia d e ensino tornou-se u ltrapassada e e neste cenario que a d iversidade d e atividades academicas comegam a fazer parte da vida estudantil e da formagao do a l u n o .
De acord o com J o rg e , ( 1 997 ), e n s i n a r n a o e apenas tra n s m i ssao d e i nformagao te6ri ca, m a s tambem i n st i g a r a cri a t i v i d ad e , a h a b i l i d a d e d e comunicagao e a criagao de espagos para q u e 0 aluno possa se desenvolver com l i berdade.
Almeida 3 considera q u e a atividade academica envolve 0 ensino, a pesq u isa e a extensao de servigo a comunidade. No desenvolvimento desta pratica , os docentes tem se org a n izado e m g ru pos de estu d o e pesq u i sas, nos q u a i s se i n se re m profissionais d o servigo, alunos de gradua;ao e p6s-graduagao. M uitos destes g ru pos poss u e m proj etos de extensao de servigos a com u n id a d e , alguns fu ncionando como laborat6rios soci a i s , e n q u a nto ca mpo de formagao e c a p a c i t a g a o d e r e c u rs o s h u m a n o s e d e desenvolvi mento d e investigagao cientifica .
A pesq u i sadora consid era a i n d a , q u e para 0 desenvolvimento de con h ecimento tecnico e cientifico e impresci nd ivel q u e 0 a l u no se i n s i ra em atividades de pesq u isa d u rante a forma;ao acad e m i ca para assegurar a interdependencia da pesq u isa , do ensino e d a exte n s a o d e s e rv i go a co m u n i d a d e , cuj a s a t i vid a d e s s u s t e n t a m 0 t r i p e d o s p r i n c i p i o s fu ndamentais d a arte e ciencia d a Enfermagem.
Atuando na docencia na area de Enfermagem Neonata l , i m plantamos um progra m a de intervengao envolvendo atividades lud ico-ped ag6gicas e de lazer j u nto aos p a i s de bebes de risco a s s i stidos n a s u n i d ades n e o n ata i s d o H o s p ital d a s C l i n icas d e Ribeirao Preto (HC/RP), cuja programagao operacional e d e s e n v o l v i d a p o r a l u n o s d e g ra d u a g a o e m enfermagem (SCOC H I et aI . , 1 999).
o projeto foi criado a patir da nossa experiencia
profission a l , na q ual percebemos que no processo de tra b a l h o em berga rios, a enfermagem depara-se tambem com as necessidades dos pais, apresentando s e n t i m e n t o s de m e d o , c u l p a , d e ntro o u t ro s , e n ecessita ndo de a poio e tre i n a mento para 0 cu idado do filho.
I n icial mente, 0 p rojeto foi d iscutido com as e n ferm e i ra s das u n i d a d e s n e o n ata i s d o H C/RP, procurando-se sensibiliza-Ias sobre a i mportancia do projeto, n a perspectiva de a m p l i agao do modelo de ate n g a o v i g e n te , em e s p e c i a l a a s s i ste n c i a de enferm a g e m centrad a n a fa m i l i a . As enferme i ras tambem o p i n a ra m sobre a prog ramagao ela borad a , b e m c o m o sobre 0 m e l h o r horario e local para a realizagao das atividades, em fu ngao do envolvimento das maes no cuidado do fi l h o ( B R U N H E ROTTI et aI . , 2000).
Entendemos que a formagao dos grad uandos deve ser expandida atraves da partici pagao deles em atividades extracu rric u l a res . Assi m , motivamo-nos real izar 0 presente estu d o espera n d o e l u c i d a r a contrib u i gao d a partici pagao em programas criativos de extensao de servigos a comu n idade, na perspectiva da formagao acade m i ca dos a l u nos de enfermagem . OBJETIVO
A n a l i s a r a c o n t ri b u i gao da v l v e n c i a d o s g ra d u a n d o s d e e n fe r m a g e m , em u m p roj eto d e extensao de servigos a com u nidade d i rigido a o s pais de bebes de risco assistidos em unidades neonatais, na perspectiva da forma gao profissional .
METODOLOGIA
o programa d e i ntervengao foi implantado em m a rg o d e 1 9 9 9 , s o b n o s s a c o o rd e n a g a o , e d esenvolvid o operacionalmente por cinco a l u n as de graduagao em enfermagem .
Teve c o m o l o c u s i n stituci o n a l u m h o s p ital esco l a , p u b l i co , d e porte especial e de referencia terci a r i a p a ra a s s i st e n c i a p e ri n atal e e m outra s especialidades. Dispoe d e 4 0 leitos neonatais, sendo 1 6 para 0 cu idado i ntensivo e 24 para 0 i ntermed iario. As ativid ades j u nto aos pais, em especial as maes por estarem m a i s p resentes no berga rio , sao
rea l i za d a s s e m a n a l mente, co m d u ragao maxima d e
2 horas . A s reu n ioes c o m 0 g rupo d e p a i s constam d e t r e s m o m e n t o s : p r i m e i ra m e n t e fa z - s e a apresentagao dos participa ntes e objetivos do grupo; em seguida realiza-se tecn icas de dinamica de grupo
3 ALM E I DA, M . C . P. P ratica de enfermagem na aten;ao primaria de saude: a experiencia d o Departamento de Enfermagem M aterno- I nfa nt i l e Saude P u b l ica d a Escola d e Enfermagem d e R i b e i rao P reto - U n iversidade de Sao Paulo - Brasi l , j u l ho d e 2000. Comentario pessoa l .
Prog rama para pais de bebes d e risco . . .
(teia feita d e barbante, tecnica d a bexi g a , bio-dan;;a , queda de confian;;a - pendulo, caminhada de confian;;a - "olhos vendados"; corrid a d e confi a n;;a , sentindo a face, Cosme e Damiao), visando a l iviar tens6es e propiciar oportu nidades d e l azer e , fin a l mente, sao rea l i za d a s ofi c i n a s de c r i a t i v i d a d e atraves d o desenvolvi mento de trabalhos manuais o u discussao de temas basicos para 0 auto-cuidado e cuidados com o ambiente domiciliar ( B RU N H E ROTTI et aI . , 2000).
Mensalmente realiza-se reuniao entre as alunas responsaveis p e l a execu ;;ao d a s ativ i d a d e s e a coordenadora do projeto, visando ao acompanhamento sistematico da programa;;ao, avalia;;ao das vivencias e reestrutu ra;;ao das estrategias d e inte rven;;ao. Por oca s i a o d o i n icio da i m p l a nta ;;ao d o p ro g ra m a , contava-se com a assessoria d e u m enfermeiro d a area de s a u d e menta l , c o m a m p l a experiencia em expressao corporal e d i n a m icas de i ntera;;ao g rupal . P a ra a te n d e r ao o bj et i v o d o p re s e n te e s tu d o , utilizamos como sujeitos a s cinco alunas d e gradua;;ao (A 1 , .. . , A5) da Escola de E nfermagem de Ribeirao Preto da U niversidade de Sao Paulo ( E E RP-USP), as quais estavam matriculadas no p ri meiro , seg u ndo, terceiro (duas a l u na s ) , e q u a rto a n a do curso de grad ua;;ao em enfermagem em idade variando entre 1 8 a 22 anos .
A coleta de dados foi feita a p6s assinatu ra d e consentimento p6s-informado e rea lizada atraves d e u m q uestionario auto-ap l icave l , contendo d ados d e identifica;;ao e 0 seg u i nte d i recionamento : "Comente sobre sua vivencia no projeto: vantagens, desvantagens e im potancia para a forma;;ao profissional".
P a ra a n a l i s e e i nt e r p reta ;;a o d o s d a d os , utilizamos parte d a tecn ica d e analise d e enu ncia;;ao proposta por Laurence Bard i n ( 1 977), ou seja, apenas a primeira etapa - a a n a l i se tematica . A anal ise de enu ncia;;ao e uma das propostas para a anal ise de c o n t e u d o , fu n d a m e n t a d a n a c o n c e p ;;a o d a com unica;;ao como processo e nao como u m dado e s ta n q u e , d e s v i a n d o - s e d a s e s t ru t u ra s e d o s elementos formais d a analise de l i n g uagem .
Para a prepara;;ao d o m aterial a ser coletado, seg uimos os passos propostos pelo autor, adaptados a realidade do estudo:
- transcri;;ao rigorosa do material coletado; - leitu ra fl utua nte d o materi a l i nterca l a n d o , selecionado-se os dados do estu d o ;
- projetado a grelha de categorias, que optamos por determinar de "temas". N esta fase de analise, t ra b a l h a m o s c a d a e n t r e v i s t a s e p a ra d a m e n te , recorta n d o o s fa l a s (fra s e s ) q u e r e p r e s e n ta m determi nado tem a . Para faci l itar a com p reensao dos d e s ta q u e s n a s fa l a s , o p t a m o s p e l a s e g u i n t e padroniza;;ao ou legenda :
I_I recortes de outras fal a s , . . . recortes na m e s m a fal a ,
( ) observa;;6es com plementares contendo conteudos e com po rtamentos nao verbais para situar as falas.
Na s e q u e n c i a , p a ra cada te m a correlacionamos o s nucleos de sentido recortados das falas de todos os sujeitos selecionados na eta pa anterior.
RES U LTADOS E D ISCUssAo
A p ro p o sta do p ro g ra m a i m p l a ntad o e a i ntrod u ;;ao de atividades de lazer j u nto aos pais de bebes de risco assistidos em u n idades neonatais, porta nto , nao req u e r d a s a l u n a s de enfermagem h a b i l i d a d e s d e s e n v o l v i d a s na d i s c i p l i n a d e E nfermagem Pedi atrica e N eonata l , oferecida n o r semestre do cu rso de g rad ua;;ao da E E RP-U SP. Assi m , por ocasiao d a coleta de
dados, n e n h u m a das a l u nas havia cursado a disciplina; tres delas envolveram-se no projeto desde a sua organiza;;ao e i m p lanta;;a o .
A s m a n i festa;;6es escritas das a l u nas acerca da importancia dessa vivencia no projeto foram agrupadas em q uatro temas: "ampliando a visao sobre 0 cuidado d e enfe rm a g e m " , " m e l h ora n d o 0 relacionam ento i nterpessoal e 0 desenvolvim ento de habil idades", "assistencia h o s p i ta l a r: para alem da doen ;;a" e "adqu i rindo con hecimentos e valores" , os quais foram reclassificados em su b-temas, conforme se seg u e .
TEMA 1 -AM PLIANDO A VlsAo SOBRE 0 CU IDADO
D E E N F E RMAG E M
Este tena emerg i u d e forma marcante nas respostas emitidas pelas alunas, sen do agregado em tres su b-temas: "a i m po rtancia d a humaniza;;ao do c u i d a d o " , "ol h a n d o p a ra a l e m d o bebe: a fam i l i a ta m b e m tem n e ces s i d a d e d e c u i d ado" e " v i s a o hol istica do cuidado".
A i m potancia da h u m a n iza�ao do cu idado
A humaniza;;ao e fator presente demonstrando
o novo rumo q u e 0 cuidado a saude vem assumindo,
nos u ltimos anos.
Acre d i ta m o s , confo rm e expressa Nosseto ( 1 9 9 7 ) , q u e 0 p ro c e s s o de a p re n d i z a g e m n a enfermagem e continuo e cria a possibilidade de que este "saber" se tra nsfo rme e m aj udar, dispor dos conhecimentos adquiridos para compreender e atender as n ecessidades do outr� . 0 autor afi rma ainda, q u e a rela;;ao terape utica s6 t e m sucesso a partir do momenta que se estabelece u m vinculo significativ� com o outro .
C o m re l a ;;a o a a s s i s t e n c i a a c r i a n ;;a hospitalizad a , Lima ( 1 995) relata que esta tem sofrido
constantes transformag6es e tem como meta principal u m cuidado mais i ntegra l izad o . 0 obj eto d e trabalho deixa de ser 0 corpo biol6g ico e passa a ser a crianga na sua especificidade. Desta forma , quando 0 modele de assistencia passa a ser alem d a cu ra d a doenga, a assistencia centrada no modele cl in ico passa a ser insuficiente .
N a area de E nferm a g e m N eonata l , S coch i ( 1 996 ), analisando as tra nsformag6es ocorridas na assistenci a , apreendem que, n a u lt i m a decad a , 0 objeto de agao ampliou-se envolvendo 0 bin6mio mae filho, fam i l i a e com u n i d a d e , bem como 0 trabalho de
uma eq u i pe m u ltiprofission a l , tend o como meta a qualidade de vida e h u m a nizagao do cuidado.
E s t e s a s p e c to s , de c e rt a fo r m a , fo ra m apreendidos pel as a l u nas de enfermagem atraves da v i ve n c i a n o p ro g ra m a de exte n s a o , c o n fo r m e demonstram o s relatos :
. . . eu pude compreender como a h umaniza;ao e vital tambem para a familia. (A 1)
Para 0 meu futuo como uma profissional de e n fe rm a g e m , e s p e ro q u e m e ajude a o lh a r prin cip a lm e n te, 0 la de m a is h um a n e d e ca da paciente, um pouco alem do que aprendemos na faculdade. (A 3)
A paticipa;ao no pojeto possibilitou um maior contato com 0 outo lade do paciente permitindo uma vis a o m a is h um a n iz a da n o c u ida do ( ... ) A
humaniza;ao do servi;o, muitas vezes passa meio desapercebida durante a gradua;ao pois 0 aluno fica centralizado no cuidado da doen;a e esquece de olhar o paciente como uma pessoa que alem da doen;a instalada possui uma serie de outras necessidades que nao devem ser ignoradas ( .. .) E gratificante ouvir do grupo (maes) que as a tividades realizadas foram importan tes para suas vidas, pois e assim que podemos acreditar que a humaniza;ao do sevi;o e valida. (A 5)
Olhando para al�m do bebe : a fam il i a tambem ten necessidades de cu idado
A insergao das alunas no programa de extensao poss i b i l itou a m p l i a r a vi s a o a ce rca do obj eto d e intevenyao, de modo a n a o s e centrar na recuperagao biol6gica do be be de risco, mas ta mbem na fam il i a q u e t e m nece s s i d a d e s e s p eci a i s e necessita d e atenyao e cu i d a d o . E s s e a s p e cto d a fo rmagao profissional expa n d i u-se p a ra o u tros contextos e especialidades d a pratica d e e nferm a g e m , conforme demonstram os relatos q u e se seg u e m :
Eu observei que as atividades com as maes fa zia m com que e l a s se s e n tis s e m m e lh o r e con s e q l e n te m e n te volta s s e m p a ra 0 b e r;ario tranqlilas ( .. .) Enquanto pessoa parei pra pensar em
como a mae se sentia, em como ela e fragil, e tao paciente quanto seu filho que esta inten ado. Oepois disso, comecei a olhar para os familiares com a mesma preocupa;ao e aten;ao que olhava para 0 paciente em si, nao s6 neste pojeto como tambem em outos estagio que venho desen volvendo dento do meu curso de gradua;ao. (A 1)
. . . nao cuidando apenas do prematuo em questao, mas da familia do mesmo. (A 2) .
Sempre pensei que as maes que tinham bebes prematuos e com poblemas fisicos deveriam evitar falar sobre 0 assunto e principalmente estar com a ten;ao voltada para 0 bebe, em todo 0 instante. As atividades, aos poucos, estao me mostrando que nao e b e m a ssim . Esto u aprendendo que as maes precisam cuidar antes de tudo delas mesmas, ajuda a se acalmarem no a companhamento do tratamento do bebe. (A 3)
. . . a preocupa;ao vai alem do paciente em si, tambem visa 0 bem-estar da familia. (A4)
E stes aspectos a pontados pelas alunas sao p a rt i c u l a r m e n t e i m p o rt a n t e s p a ra a fo r m a g a o profissio n a l , p o i s as h a b i l idades requeridas para a E n ferm a g e m N eo n atal vaG a l e m d o m a n ejo dos e q u i p a m entos e d a execugao d e proced i m e ntos tecnicos envolvidos no cu idado dos bebes pequenos, i n c l u i n d o tam b e m , h a b i l i d ades sociais para prover e p r o m o v e r a p o i o efetivo e co m u n i cayao com os fa m i l i a res e eq u i p e , conforme apontam Redshaw e
H a rris ( 1 994) .
Entretanto, 0 apoio afetivo, a comunicagao com os u s u arios, fam i l i a res e eq u i pe d ever ser avaliada p o i s , estu d o rea l i z a d o p o r S a ntos et a l . ( 1 9 8 6 ) demonstra q u e os a l u nos d e enfermagem recebem as informay6es te6ricas necessarias sobre como deve se d a r 0 relacionamento enfermeiro-paciente, porem nao e e n s i n a d o 0 g rau deste envolvimento , fato q u e p o d e prej u d i car 0 rel a cionamento entre enferme i ro paciente .
O s a u tores a b o rd a m a i n d a , 0 aspecto d e protegao q u e 0 a l u n o d e enfermagem assume diante do paciente, 0 q u e pode infl u i r negativamente em sua recuperagao pois sera criado u m grau de dependencia no relacionamento a l u no-paciente. 0 aluno nao deve se envolver a ponto de prejudicar 0 paciente, mas dever ser capaz de ri r, chorar ou calar-se, sem esq uecer q u e d eve transmitir-Ihe seg u ranga.
S eg u n d o D a n i e l ( 1 9 8 3 ) , apesar d e nao ser p ru d ente envolver-se em excesso, isto nao sign ifica ficar alheio e i m pessoa l , pois 0 profissional , bem como o pacie nte , sa os seres h u m anos com as mesmas necessidades basicas d iferindo 0 g rau de intensidade, dependencia e q u alidade dos problemas .
Percebemos q u e a vivencia das a l u n a s no projeto de extensao possibilitou 0 desenvolvimento de
Programa para pais de bebes d e risco . . .
estrategias d e com u n i ca:ao e a poio aos pais dos bebes de risco , alem de ensinar-I hes, g rad ualmente , como deve ser 0 apoio a esses pais, sem q u e este seja frio ou d i stante .
Vi sao hol istica do cu idado
o cuidado com 0 outr� e u m a p reocupa:ao inerente do ser h u m a n o . Pore m , nos u ltimos tem pos, esse cuidado tem se torn a d o m u ito coi sificado e materialista . 0 profissional tem se preocupado apenas em cuidar do outr� no q u e se refere a parte do corpo que esta doente, esqu ecend o-se de analisar todos os outros sinais que 0 cliente pode demonstrar atraves das palavras, dos gestos e d a s atitu d e s .
Nesta perspectiva surge a filosofia holistica que, seg undo Boft ( 1 999), e uma alternativa ao realismo material ista q u e bu sca res postas para enriq uecer a visao superfi cial q u e a soci edade apresenta . E i sto significa percorrer um longo caminho de muda n:a de habitos coti d i anos , pol iticos , p u b l icos, privados e cu ltu rais. Para 0 autor 0 cuidado esta na constitu i:ao do ser humane e sem ele d eixamos de ser h u manos. A filosofia hol lstica esta presente na forma:ao academica do g raduando de enfermagem em varias disciplinas, cuja vivencia tambem foi possibilitada pelo projeto, ocasionando uma refiexao para uma poss ivel m u d a n:a na atitu d e do c u i d a d o , t a n t o na v i d a p rofi s s i o n a l c o m o n a p e s s o a l . E s t a s reflexoe s , a pontadas pelas a l u n a s , s a o citadas abaixo:
Compreendi a diferen;a do cuidado numa visao ho/istica e numa visao mecanicista . . . Pude aprender a ver a situa;ao do /ado do outro, do c/iente, ou da familia do c/iente. (A2)
Possibi/itou . . . uma visao ho/istica onde h8 preocupa;ao do indivfduo como um todo. (A4)
Hoje, proxima da vida poissiona/, posso ava/iar que todas as dificu/dades, todos os naos e sins que ganhamos tem um significado muito maio, pois me fizeram acreditar que 0 cuidado com 0 ser humane nao e uma simples opera;ao matematica, ou uma sistematica de a;6es, mas sim en vo/ve uma coisa m uito m a is amp/, a q u e s6 p o dera s e r m e /h o r compreendida quando o/har mais para 0 proprio ser humano. (AS)
Esse aspecto a pontado pelas g rad uandas e p a rt i c u l a rm e n t e i m p o rt a n t e p a ra a fo r m a :a o profissional pois atende aos carecimentos atuais d a atengao a sa u d e , n o s q u a i s h a u m a e n fa s e n a assistencia integral, hu manizada e preventiva, visando a qual idade de vid a . Nesta perspectiva , 0 parad igma biotecnol6gico do pensar s a u d e e s u bstitu ido pelo holismo, te ndo como fu n d a m e nta:ao 0 p rocesso saude-doenga-cuidado.
Para reafirmar a impotancia deste aprendizado,
Nosseto ( 1 997) afirma q u e a relagao enfermeiro paciente tem q u e ser i nters u bj etiva , pois e nesta d i mensao q u e 0 cuidado nao se transforma em uma coisifica:ao.
TEMA 2 -M E L H O RAN DO 0 R E LAC IONAMENTO
I N T E R P E S S OAL E 0 D E S E N VO LV I M EN TO D E HAB I L I DADES
o relacionamento i nterpessoal na enfermagem e de extrema i m po rtancia para 0 cuidado do cl iente . Algumas d isciplinas da g rade curricular da EERP-USP inserem este tema como u m objetivo a ser alcangado na formagao profissiona l , face a sua importanci a . Este tema e abordado por p raticamente todas as alunas, possibilitando a analise de q u e elas incorporaram este aprend izado na sua forma:ao , conforme mostram os relatos :
Me/horia n o re/acionamento interpessoa/; pude aprender a ver a situa;ao do /ado do �Uto, do c1iente, ou da famia do c/iente (. . .) Me/hor desempenho dento de grupos . . . antes eu ica va esperando as coisas acontecerem, hoje vou atras, pocuo; tento resolver os poblemas nao so do grupo de pais, mas de todos os grupos em que estou inserida. (A2)
. . . a experiencia esta mudando aos poucos a minha maneira de /idar com as maes, principa/mente. (A3)
A um e n to u a min h a fa ci/idade de re/a ;ao in t e rp e s s o a / c o m m in h a s co/e g a s, com os funcionarios do HC e a re/a;ao com as maes . . . Faci/itou 0 meu desempenho a o fa/ar em publico, na abordagem e argumenta;ao dos pais para paticipa;ao no grupo . . . Propiciou 0 traba/ho em grupo, onde as atividades sao interre/acionadas, depende do traba/ho do co/ega para dar con tin uida de, aumentando 0 senso da responsabi/idade. (A4)
A recompensa deste traba/ho e imediata, assim como as crfticas tambem, e faci/ perceber se a atividade esta sendo agrada ve/ ou nao e isto faz com que possamos aprender a entender as frustra;6es. (AS)
Segundo Daniel ( 1 983), a aplica:ao de tecnicas de re l a c i o n a m e nto i nt e r p e s s o a l faz com q u e a fo r m a :a o d o a l u n o s ej a m a i s c o m p l eta . N a assistencia deve haver u m esforgo em harmonizar as qualidades individuais a fim de ter maior sensibilidade em rela:ao aos pr6prios sentimentos e pensamentos , com 0 objetivo d e reag i r favoravelmente frente as necessidades d o cliente.
A estrategia com u n icacional i ntel igente e u m ponto importante , p o i s atraves d e l a 0 profissional tem a a rte de coordenar a:oes e alcan:ar os objetivos propostos.
TEMA 3 -A ASS I STE N C IA H O S P I TALAR: PARA
AL EM DA DOEN�A
Atraves dos tem p o s , 0 hospita l passou por tran sfo rm a ;oes p a ra a te n d e r aos careci m e n to s socia is a rticuladas a organiza;ao pol ltica, econ6mica e social d e realidades concreta s .
N a I n g laterra n o seculo X I X , 0 hospital estava organizado com a fi n a l i d a d e de excl u i r da socied ade velhos e pobres, afasta n d o-os d a classe rica . Com a Revolu;ao I nd u stri a l , a necessidade d e promover a recupera;ao da for;a d o trabalho torna 0 hospital u m instru mento d e cura, ou sej a , para a recu pera;ao d a for;a do trabalho das i n d u strias ( Foucault, 1 98 1 ).
M a i s recentemente, hospital tem sido visto como espa;o nao so de c u ra , centrado em doen;a , mas tambem de promo;ao a s a u d e , i nserido na rede regional izada e hierarq u izada d e servi;os do sistema d e s a u d e , na p e rs p e ct i v a d o c o n t i n u u m d a assistencia. Portanto , a s a;oes a i desenvolvidas nao se restri ngem a recu pera;ao d o corpo a n atomo fisiologico ou cura, mas te m enfatizado tam bem a a s s i st e n c i a i n t e g r a l e p reve n t i v a , t e n d o c o m o fu ndamenta;ao 0 p rocesso saude-doen;a-cuidado, conforme citado a nteriormente .
Essa nova visao, d e certa forma , foi assi milada pelas alunas de enfermagem que passaram a entender o h o s p i t a l c o m o u m a m b i e n t e o n d e o u t ro s proced imentos ta mbem podem ser util izad os, alem d a tera peutica m e d i c a m e ntosa e p roced i m e ntos i nvasivos, conforme a pontam os relatos:
Apreendi 0 hospital como um lugar que se pode curar nao s6 pela tecnica ou pelo pocedimento, seja ele invasivo ou nao, mas pelo riso, por uma brincadeira de criac;a, por uma piada sem maldade, por um momenta de relexao. (A2)
Possibilitou outra visao do hospital, lugar onde s e p o de a ss o cia r a c u ra , m e dica m e n to s e pocedimentos otinizados, com brincadeiras, dialogos e risos ( .. .) Expandiu a minha visao sobre 0 papel do hospital que alem de prestar assistencia ao paciente proporcion a in terven;oes com os familiares do enfermo. (A4)
L i m a ( 1 9 9 6 ) d e s creve a s m u d a n ; a s q u e ocorreram n o modelo de assistencia d i rigida a crian;a h o s p i ta l i zad a . A n t i g a m e n t e , 0 ate n d i m e n to era centrado no modelo c l i n ico, hospitalar e alta mente curativo . Este modelo tem como base a patolog i a , s e u s s i n a i s e si ntomas, e t o d o 0 esfor;o e feito n o sentido de s e conseguir u m d iagnostico a fim da pronta i n stala;ao de med idas tera peuticas . E ntretanto, a pratica baseada na clinica mostrou-se insuficiente para atender as n ecessidades d a s cri a n ;as e de suas fam i l ias. Para responder a esta nova necessidade, 0 c u i d a d o a c ri a n ; a p a s s a a s e r i n te g ra l i z a d o , abrangendo tambem s u a fa m i l i a , 0 q u a l e rea lizado
por uma e q u i p e m u lt i p rofissional utilizando-se de conhecimentos da Psicologia, Sociologia, Antropologia e Epidemiologi a .
T E M A 4 - A D Q U I R I N D O C O N H E C I M E N TOS E
VALORES
Adqu i ri n do conhecimentos
Entendemos que aprender vai alem de estudar nos l ivros e ouvir li;oes orais; significa tambem adquirir nova forma d e cond uta e/o u mod ificar uma forma de conduta a nterior.
A i n d a n a ?e rspectiva do processo ensi no aprendiza g e m , M a nzol l i ( 1 987) refere que 0 ensino e s i mplesmente u m a palavra com va lor de l i n g u agem ord i n aria para expressar um conj u nto d e p raticas d i sti ntas com 0 i ntu ito de m u d a r cren;as e valores . A autora tambem afirma que qualquer modificaao sofrida n a s cre n ;a s e valore s dos i n d iv i d uos acarretam conseq tencias praticas n o m u n d o .
A p a rtici p a;ao d a s g ra d u a n d a s no proj eto possi b i l itou transfo rm a;ao na postura profissional e pessoa l , conforme demonstra os relatos :
Este pojeto touxe novos conhecimentos, nao s6 esp e c fficos da a re a de n e o n a tologia ( .. ,) A
aproxima;ao com as maes tambem com os outos familiares me proporcionou valores para os quais eu ainda nao h a via me va lido enquanto profissional e tambem como pessoa. (A 1)
Pude de s e n v o l ve r leitura s, o b tive con h e cim e n tos, o s q u a is in corp o rei na min h a forma;ao profissional. (A2)
A um e n to u 0 m e u con ta to com tra b alh o s cientfficos sobre 0 assunto ( .. .) Desenvolveu 0 meu
senso de responsabilidade. Desenvolveu meu senso crftico sobre a percep;ao dos pais e 0 que um filho prematuo representa para a estrutura familiar. (A4)
Cabe ressa ltar q u e alem d o d esenvolvi mento das atividades d e interven;ao j u nto as maes e aos pais dos bebes de risco, a l g u mas alu nas tiveram acesso a p u b l i ca;oes cientificas sobre tematicas pertinentes ao projeto, e tambem de outras pesq u isas em andamento no Grupo de Estudo em E nfermagem N eonata l , col a b o ra n d o e m a l g u n s l evantamentos bibliografi cos . Este grupo e constitu ido por docentes, enferme i ros de servi;o, a l u nos de g rad ua;ao e pos gradua;ao.
Esti m u lando a criatividade: aceitando 0 desafio
Os relatos a seg u i r elucidam esse s u b- tema :
Clao que tivemos experiencias ruins durante 0 p e riodo q u e a q ui e s to u, m a s p e n s o que sao
Programa para pais de bebes d e risco . . .
fundamentais para entender que a enfermagem e uma
pofissao de altos e baixos como outra qualquer e que cabe ao pofissional saber lidar com todas as
intercorrencias, sempre se preocupando com 0 bem
estar do paciente e da fam ilia e ter cria tividade pofissional para resolve-las. (A 1)
Estimulou minha criatividade; pogramava uma atividade para determinado numeo de pessoas e, na hora, comparecia muito menor do que eu espera va, entao tinha que pensar rapido, nao podia passar 0 dia sem desenvolver alguma atividade. (A 2)
Melhorei a minha impovisa;ao, aumentando a minha criatividade e desibini;ao. (A4)
M e re c e d e s t a q u e 0 fato d a v i v e n c i a n o programa de extensao d e servi;;os a comu nidade ter contribu ido para 0 desenvolvimento da criatividade nas a l u nas de enfermagem , 0 q u e vem de encontro as recomenda;;6es d e M a nzoll i ( 1 987, p. 3 3 ) :
E necessario i nvestiga r formas d e como reforyar a autoconfianya d o a l u no d e Enfermagem a ser criativo ; motiva- I o a u s a r m a i s e m e l h o r 0 seu potencial cri ativo ; leva-Io a ser m a i s fl exivel no rece b i m e nto e p o s i c i o n a m e nto de i d e i a s , n o s p a receres d e te rce i ro s ; torn a - I o m a i s cu riosa e mais ate nto para os desafios d a v i d a ; esti m u l a r u m a atitu d e d e 'd escontenta m e nto construtivo' para 0 cotid i a n o ; esti m u l a r a ca pacidade d o a l u no , de d esenvolver i d e i a s ori g i n a i s d e q u alidade, q u e con d uz e m a so l u ya o c r i a t i v a d o s p ro b l e m a s ; aj u d a - I o a s e c o n s c i e n t i z a r a re s p e i t o d a i m p o rtancia d o esfo ryo criativo nos d ias atuais na sua p rofissao, n a s pesq u i s a s cientifi ca s , n a vida pessoal em g e r a l e na s a u d e e m especia l . Desenvolver 0 espi rito critico , u m d o s o bjetivos gerais do todo 0 c u rso s u perior, i m p resci nd ivel para a formayao d e profissionais l i berais.
A responsabilidade citada por uma das a l u nas vem de encontro a outro aspecto que a u n iversidade apresenta : participar da forma;;ao humana do ser estudante.
De a c o r d o c o m J o rg e ( 1 9 9 7 ) , a responsa bilidade signifi ca 0 a l u n o i r em b usca com perseveran;;a para conquistar seus ideais e autonomia. Neste ambito , e fu ndamental para 0 aluno ter a;;ao no cam inho escolhido por ele, pois seu sucesso depende dele. Da analise d e desempenho e com p romisso das alu nas na execu;;ao das atividades operacionais do projeto , percebemos 0 a u m e nto crescente d o senso de responsabilidade profissional e 0 amad u recimento emocional.
CONSIDERA�6ES FINAlS
Pelos resu ltados obtidos a p reendemos que a i nser;;ao das alunas d e g rad u a;;ao e m u m projeto de extensao de servi;;os a com u ni d a d e , e nvolvendo 0
desenvolvi mento de atividades ludicas e de lazer junto aos pais de bebes de risco hospital izad os , ampliou as possib i l idades d e estrateg ias pedag6gicas para a forma;;ao profissional n a a rea de E nfermagem . U rge portanto, exp a n d i r essa experiencia nas d iversas d isci p l i nas profissional izantes da g rade curricu lar, c o n t r i b u i n d o c o m a fo r m a ;;a o p rofi s s i o n a l d e enferme i ros com petentes n a o s 6 tecnicamente, mas s e n s i v e i s a h u m a n i z a ;;a o e i n t e g r a l i d a d e d a assistenci a , de modo a s e constit u i rem e m atores socia is no processo de transforma;;ao do modele d e aten;;ao vigente n o s servi;;os de saude.
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