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Caracterização morfoagronômica de germoplasma de açaizeiro no nordeste paraense.

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Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 34, n. 2, p. 540-550, Junho 2012 540

1(Trabalho 263-11). Recebido em: 07-11-2011. Aceito para publicão em: 09-05-2012.

2Eng. Agr. MSc. Prof. UFRA-ICIBE (Instituto Ciberespacial), Av. Tancredo Neves s/n, C. Postal 917, CEP 66.077-530 Belém-PA, e-mail :rosemiro.galate@ufra.edu.br

3Eng. Agr. DSc. Prof. UFRA-ICIBE (Instituto Ciberespacial), Av. Tancredo Neves s/n, C. Postal 917, CEP 66.077-530 Belém-PA, e-mail: mota@amazon.com.br

4Eng. Agr. DSc. Bolsista DCR, CNPq-FAPESPA, UFRA, Av. Tancredo Neves s/n, C. Postal 917, CEP 66.077-530 Belém-PA, e-mail <josegaia@globo.com

5Eng. Flo. DSc. Prof. UFRA-ICIBE (Instituto Ciberespacial), Av. Tancredo Neves s/n, C. Postal 917, CEP 66.077-530 Belém-PA, e-mail: merilene@hotmail.com

CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA

DE GERMOPLASMA DE AÇAIZEIRO

NO NORDESTE PARAENSE

1

ROSEMIRO DOS SANTOS GALATE2, MILTON GUILHERME DA COSTA MOTA3,

JOSÉ MARIA DEMETRIO GAIA4, MERILENE DO SOCORRO SILVA COSTA5

RESUMO- A caracterização morfológica de germoplasma é requisito básico para determinar e quantiicar a variabilidade genética de germoplasma. A eliminação de descritores redundantes reduz o trabalho de to-mada de dados, sem ocasionar redução na precisão da caracterização. Neste trabalho, objetivou-se analisar e quantiicar a variabilidade fenotípica de matrizes de açaizeiro no nordeste paraense, analisando a importância relativa de diferentes características morfológicas para variância fenotípica. Foram analisados 22 caracteres morfométricos, sendo cinco da planta (NEP, AE, NF, CAP e CEN), seis dos frutos (DLF, DTF, PF, PS, PP e RPF) e onze agronômicos (PC, PFC, RFC, NRC, NFR, NFC, NCP, PCF, CIC, CC e PTF). Utilizou-se a análise de componentes principais e os critérios de Jolliffe, Mardia e Cury para descarte de variáveis redun-dantes assistidos pelas correlações de Pearson. Necessitou-se de oito caracteres para explicar 80% da variação fenotípica. Sugeriram-se para descarte os caracteres PF, PFC, NFC, RPF, PCF, PTF, DTF e NFR. A dispersão gráica 3D formou um grupo homogêneo e parcialmente disperso, permitindo detectar os genótipos EO-018 e EO-035 como os mais divergentes. Concluiu-se que há variabilidade para discriminar todas as matrizes, com 83,84% da variância fenotípica total, sendo 14 caracteres utilizados para este objetivo. Os critérios de descarte indicaram que se podem utilizar apenas os caracteres NEP, AE, CAP, CEN, NF, DLF, PS, PP, PC, RFC, NRC, CC, CIC e NCP para discriminar as matrizes, com perda mínima de informação. Pela análise gráica 3D, observam-se matrizes divergentes, importantes para aumentar a variabilidade genética da coleção e o desenvolvimento de genótipos superiores.

Termos para indexação: Euterpe oleracea Mart, recursos genéticos, açaí, análise multivariada.

MORPHOAGRONOMIC CHARACTERIZATION OF

ASSAI PALM’S GERMPLASM FROM EASTERN AMAZON

ABSTRACT - The morphologic characterization is a basic step to analyze and quantify the germplasm genetic variability. The elimination of redundant descriptors reduces the labor for data collecting, without reduction of the precision of the characterization. This study aimed to analyze and quantify the phenotypic variability of assai palm’s mother plant in the Northeast of Pará, Brazil, analyzing the relative importance of different morphological characteristics to phenotypic variance. Twenty two characters were analyzed: ive from the plant (NEP; AE, NF; CAP and CEN); six from the fruits (DLF; DTF; PF; PS; PP and RPF); and eleven agronomics (PC; PFC; RFC; NRC; NFR; NFC; NCP; PCF; CIC; CC; and PTF). It was used the principal components analysis and Jolliffe, Mardia and Cury’s criterions for discarding of variables assisted by the Pearson’s correlations. It was necessary eight characters for explain 80% on the variation. It was suggested discarding the traits PF, PFC, NFC, RPF, PCF, PTF, DTF e NFR. The graphic dispersion formed a compact homogeneous group and partiality disperses in the lanks. The EO-018 e EO-035 genotypes were the most divergent. It was observed variability for genotype discrimination, with 83.84% on the characters. The use of the discarding criterions admitted the traits NEP, AE, CAP, CEN, NF, DLF, PS, PP, PC, RFC, NRC, CC, CIC e NCP for genotypes discrimination, with minimal lack of information. Graphic dispersion shows genotype divergence, important for to increase the genetic variability of collection and for production of superior genotypes.

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INTRODUÇÃO

O açaizeiro (Euterpe oleracea) distribui-se do litoral Atlântico Norte, desde o Maranhão até os arredores de Parintins, ao Sul do Rio Amazonas, em áreas permanentes (igapós) ou temporariamente inundáveis (várzeas baixas) (MENEZES NETO et al., 1995; CARVALHO et al., 1998; GONÇALVES et al., 2004). A divulgação dos benefícios nutricionais do açaí induziu a expansão do mercado de fruto e polpa. A área colhida vem aumentando, possivelmente, devido ao aumento de área cultivada e manejo de açaizais espontâneos, contribuindo para que o açaí lidere o mercado da fruticultura nacional, exportando, atualmente, 500 mil toneladas/ano (ROGEZ, 2000; SANTANA et al., 2008).

A caracterização morfológica e agronômica de germoplasma é requisito básico para determinar a variabilidade genética de germoplasma. Em espécies perenes, os descritores morfoagronômicos têm sido utilizados sem o conhecimento de sua contribuição real para a variabilidade (PEREIRA et al., 1992; DIAS et al., 1997). O elevado número de descritores tende a causar redundância devido à associação entre caracteres (DAHER et al., 1997). A eliminação de descritores redundantes é vantajosa, pois reduz o trabalho de tomada de dados, sem ocasionar redução na precisão da caracterização (PEREIRA et al., 1992). Vários são os procedimentos adotados para descarte de caracteres de baixo conteúdo informativo, como os utilizados por Daher et al. (1997), Dias et al.

(1997), Strapasson et al. (2000), Alves et al. (2003) e Oliveira et al. (2006).

Estes últimos autores utilizaram 87 acessos de açaizeiro, com base em 28 descritores do Banco de Germoplasma da Embrapa Amazônia Oriental, provenientes de 21 municípios dos Estados do Pará, Maranhão e Amapá, entretanto nenhum estudo sobre a caracterização e divergência genética foi encontrado sobre matrizes procedentes dos municípios de Belém, incluindo as Ilhas de Mosqueiro e Combu, Capitão Poço, Ourém, Santarém Novo, Salinópolis e São João de Pirabas, todos situados no nordeste paraense. Vale ressaltar que a produção nativa do açaí da Ilha do Combu abastece praticamente todo o consumo da cidade de Belém

A utilização de técnicas multivariadas para análise dos caracteres morfoagronômicos de germoplasma é a mais apropriada, porque trata dos dados em sua multidimensionalidade. Um dos métodos mais empregados é a análise de componentes principais (ACP). Com base nesta análise, é possível quantiicar a importância relativa de cada um dos caracteres para a quantificação

da variabilidade genética, buscando, assim, a identificação daqueles com maior conteúdo informativo para a caracterização e a avaliação de germoplasma, como também disponibilizar a informação para rejeitar caracteres que quase não contribuem para a variação total (CRUZ et al., 2004). Objetivou-se, neste trabalho, analisar e quantiicar a variabilidade fenotípica de matrizes de açaizeiro no nordeste paraense, examinando a importância relativa de diferentes características morfológicas para a variância fenotípica.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram tomados dados do estipe, cacho, ráquilas, frutos e folhas de 129 plantas adultas de açaizeiro amostradas em ambiente antropizados de terra irme, como quintais caseiros e pequenas propriedades; e de várzeas, como margens de baías e rios. As matrizes foram coletadas em seis muni-cípios e quatro microrregiões do nordeste paraense (Tabela 1), dando-se preferência às plantas em franca produção. O local de coleta foi determinado através do Sistema de Posicionamento Global-GPS.

Durante a coleta, tomaram-se dados de 22 caracteres morfoagronômicos quantitativos relativos à planta (5), aos frutos (6) e agronômicos (11). Os caracteres da planta foram: (1) Número de estipe por planta (NEP); (2) Altura do estipe mais velho da planta (AE, m); (3) Número de folhas existentes no estipe mais velho da planta (NF); (4) Circunferência do estipe mais velho da planta à altura do peito (CAP, cm), e (5) Comprimento do entrenó (CEN, cm), re-ferente a distância entre os nós (cicatrizes foliares) do estipe mais velho da planta, tendo como ponto de partida a altura do peito para baixo.

Os caracteres dos frutos foram avaliados em apenas um cacho da planta, sendo retirados, aleatoriamente, dez frutos. Os caracteres foram: (6) Diâmetro longitudinal do fruto (DLF, mm), medido em paquímetro digital com precisão de 0,02 mm; (7) Diâmetro transversal do fruto (DTF, mm), medido em paquímetro digital, com precisão de 0,02 mm; (8) Peso do fruto (PF, g), efetuado em balança de precisão; (9) Peso da semente (PS, g), obtido após a retirada da parte comestível (epicarpo e mesocarpo); (10) Peso da polpa (PP, g), calculado pela diferença entre os caracteres PF e PS; (11) Rendimento de polpa por fruto (RPF, %), calculado pela razão entre os caracteres PP e PF, multiplicado por 100.

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todos os frutos produzidos por cacho; (14) Rendi -mento de frutos por cacho (RFC, %), calculado pela razão entre os caracteres PFC e PC e multiplicado por 100; (15) Número de ráquilas por cacho (NRC), obtido pela média do número de ráquilas por cacho; (16) Número de frutos por ráquila (NFR), calculado pela média do número de frutos por ráquila; (17) Número de frutos por cacho (NFC), calculado pela média do número de frutos por cacho; (18) Número de cachos por planta (NCP), obtido pela contagem de todos os cachos da planta; (19) Peso de cem frutos (PCF, g), obtido pela média do peso de 100 frutos de todos os cachos por planta; (20) Circunferência do cacho (CIC, cm), obtida pela média da circunferência de todos os cachos; (21) Comprimento total do cacho (CC, cm), obtido pela média do comprimento de todos os cachos, e (22) Produção total de frutos (PTF, kg), obtida pela pesagem de todos os frutos por planta.

Para a análise da variabilidade morfoagro-nômica, os dados das matrizes foram analisados por componentes principais. Para eliminar o efeito de diferentes escalas métricas no cálculo dos compo-nentes principais, os valores foram padronizados pela transformação normal reduzida (Z). A identiicação de caracteres redundantes foi feita, inicialmente, pela utilização do critério de descarte direto proposto por Jolliffe (1972, 1973) e Mardia et al. (1979), o qual preconiza iniciar pelos componentes que apresen-tam os menores autovalores até o limite de 0,70 associados aos maiores autovetores, nos respectivos componentes, e pelo método gradual de descarte proposto por Cury (1993), o qual recomenda que, a cada descarte, seja realizada uma nova análise com os caracteres remanescentes, observando a correlação do caráter redundante com os demais; o procedimento foi interrompido quando o caráter a ser descartado apresentou alta correlação com, no mínimo, um dos já descartados anteriormente. Porém, o descarte de cada caráter só ocorreu quando ele foi eliminado simultaneamente nos dois procedimentos.

A avaliação da eficiência do descarte realizou-se pela comparação de grupos de dissimila-ridade das dez procedências de açaizeiro, com base nos 22 caracteres originais e nos 14 selecionados. Para a formação dos grupos, utilizou-se a distân -cia euclidiana média e o método de otimização de Tocher modiicado (VASCONCELOS et al., 2007). Utilizou-se, também, da análise da dispersão gráica tridimensional, recomendada para complementar estudo baseado em componentes principais, em que os dois primeiros componentes não concentram, pelo menos, 80% da variabilidade (CRUZ; REGAZZI, 2008). As estimativas dos autovalores e autoveto-res, os coeicientes de correlação, a análise gráica e

a avaliação da eiciência do descarte foram obtidos no programa GENES (CRUZ, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 2, consta o resultado da técnica de análise de componentes principais, apresentando as estimativas dos autovalores associados aos 22 caracteres e suas respectivas variâncias absolutas, percentuais e acumuladas. Cada autovalor é uma fração da variância fenotípica total representada pelo respectivo caractere ordenado de maneira de-crescente. A variância total foi de 22 (100%), sendo que o primeiro componente respondeu por apenas 25,98% deste valor. Os dois, três, quatro, cinco e seis primeiros componentes acumularam, respectivamen-te, 42,09%, 52,78%, 61,29%, 68,01% e 73,59% da variância total.

Este resultado, apesar de próximo, é dife-rente do que foi encontrado por Oliveira et al. (2006) no estudo do germoplasma de açaizeiro para seleção de descritores que, ao analisarem 87 acessos, nos quais foram avaliados 28 descritores morfoagronô-micos, obtiveram 35,8% da variação total nos dois primeiros componentes e 68,85% icaram distribu -ídas até o sexto componente.

Os fatores que, provavelmente, mais con-tribuíram para as diferenças foi o fato de que dois caracteres aqui considerados não foram abordados por Oliveira et al. (2006) e oito, utilizados por estes autores, não foram incluídos neste estudo, devido à ausência de oportunidade para obtê-los, por se tratarem de dados de coleta; além disso, tais autores incluíram em seus estudos, acessos procedentes de outros estados da Federação, como Amapá e Maranhão, o que, em tese, deveria colaborar para maior variância fenotípica, porém não foi o que se observou, pois as matrizes procedentes do nordeste paraense apresentaram variação de 42,09 nos dois primeiros componentes, ao passo que acessos pro-cedentes dos Estados do Pará, Amapá e Maranhão apresentaram 35,8% nos mesmos componentes.

A inluência da distância geográica sobre a variabilidade fenotípica pode ser corroborada em Manio (2010), que, ao estudar agrupamentos de matrizes de palmeira macaúba com caracteres fenotí -picos não selecionados por componentes principais, de diferentes Estados (MG, MS, SP, PE, MA e PA), detectou nove grupos divergentes. Se, neste estudo, fossem utilizados caracteres selecionados por com-ponentes principais, então, muito provavelmente, seria obtido um número ainda maior de grupos.

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primeiros componentes principais. Gomes (2007), com 41,63%, em estudo sobre variabilidade feno-típica de caracteres vegetativos e reprodutivos em população de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth), avaliou dez descritores em 1.978 plantas adultas do BAG de pupunheira do Instituto do Agronômico de Campinas (IAC), e Pinto et al. (2010), 33,86%, em pesquisa sobre caracterização de 36 acessos de guariroba (Syagrus oleracea (Mart.) Becc.) para seleção de 18 descritores morfométricos.

Na análise de componentes principais, o ideal é que os dois primeiros componentes con-centrem a maior quantidade de variância dos dados para que haja divergência entre grupos de genótipos (CRUZ; REGAZZI, 2008). Porém, a distribuição da variância está associada ao número e à natureza dos caracteres usados na análise, estando concen-trada nos primeiros componentes, apenas quando se utiliza um número reduzido de descritores de interesse agronômico ou que estejam em um mesmo grupo, como folha, loração, frutos ou sementes, entre outros (PEREIRA et al., 1992). Ressalta-se, ainda, que, quando vários caracteres são altamente correlacionados, os primeiros componentes, tendem a explicar quase que a totalidade da variância total da nuvem de dados (FÁVERO et al., 2009). Gomes (2007), ao estudar nove descritores morfoagronô-micos avaliados em frutos de 377 acessos do BAG - pupunheira – IAC, obteve 60,42%.

Na Tabela 4, constam os caracteres pré-selecionados na seleção direta, seleção com reanálise e os selecionados para a caracterização de açaizeiro e, na Tabela 5, as estimativas dos coeicientes de cor-relação de Pearson entre os caracteres selecionados e os descartados.

O número de folhas, apesar de ter sido selecionado para descarte pelo critério de Cury, não foi excluído pelo critério de Jolliffe e também apresentou alta correlação com, no mínimo, um caráter já descartado anteriormente, além do que é o único caráter foliar adotado neste estudo. Diante disso, decidiu-se mantê-lo e encerrar o descarte na oitava reanálise.

Desta forma, foram descartados oito carac-teres (PF, PFC, NFC, RPF, PCF, PTF, DTF e NFR). Observando os dois procedimentos, veriica-se que a seleção direta (método de Jolliffe) eliminou três dos cinco caracteres da planta e dez caracteres con-siderados importantes na avaliação da produção de frutos. A seleção com reanálise (método de Cury) mostrou-se menos rigorosa, excluindo-se somente os oito caracteres, que foram coincidentes com os já descartados na seleção direta.

Essas exclusões indicam que nenhum

desses caracteres contribui substancialmente para a discriminação das matrizes, de modo que não ne-cessitam ser coletados, proporcionando redução de trabalho, de tempo, de mão de obra e economia de recursos, os quais são elevados em espécies perenes, com perda insigniicante para a caracterização (CRUZ et al., 2004).

Deste modo, a maior parte da variância fenotípica icou contida nos 14 componentes ou ca-racteres, que, juntos, explicaram 97,61% da variação total, fazendo com que os componentes eliminados não afetassem signiicativamente a discriminação das matrizes. Dessa forma, sugere-se o descarte de 8 caracteres (36,36%) para facilitar a caracterização e avaliação das matrizes de açaizeiro. Oliveira et al.

(2006), analisando acessos de açaizeiro provenientes dos Estados do Pará, Amapá e Maranhão, excluíram 21,43% dos caracteres avaliados, diferença de resul-tados justiicável, devido à utilização de materiais de diferentes municípios do Pará e de estados do Brasil, assim como de diferente natureza genética.

O descarte efetuado, portanto, não ocasionou perda signiicativa de informações, pois todos os caracteres redundantes apresentaram-se associados a, pelo menos, dois dos selecionados. Os três caracteres de frutos descartados, PF, RPF e DTF, são considera-dos importantes na avaliação e seleção de açaizeiros, porém o PF e o DTF estão altamente correlacionados aos caracteres selecionados DLF, PS, PP e PC, e o RPF está associado ao PS e ao PP. Oliveira et al. (2006) obtiveram também correlação entre os caracteres descartados PF e DTF aos caracteres selecionados DLF, PS e PC, mas não descartaram o RPF. Carvalho e Muller (2005), em estudo de caracterização biométri-ca e rendimento percentual de polpa de frutas nativas da Amazônia, veriicaram que a variabilidade desse caráter em açaizeiro é baixa e bastante inluenciada pelo ambiente.

Em relação aos caracteres agronômicos re-jeitados, PFC, PTF, PCF também são citados como relevantes na seleção de frutos dessa espécie. Entre-tanto, alta correlação foi veriicada entre PFC e PC e entre PTF e NCP. Oliveira et al. (2006) ratiicam

as relações aqui obtidas, inclusive ressaltando que o caráter PTF pode ser explicado totalmente pelo NCP. Quanto ao PF, tal como o PCF, foi correla-cionado aos caracteres DLF, PC, PS e PP. No entanto, Rogez (2000) relata, em revisão sobre o açaí, que o caráter PF não possui nenhuma relação com teor de matéria seca (PP), responsável pelo aumento do rendimento de açaí.

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Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 34, n. 2, p. 540-550, Junho 2012 544

(2001) realizaram estudo para obtenção de estima-tivas do coeiciente de repetibilidade em caracteres do cacho de açaizeiro, como o NFC, para determinar a variabilidade genética em 30 genótipos, a análise da variância apresentou diferença signiicativa entre os genótipos (P < 0,001), porém o coeiciente de repetibilidade foi inexpressivo, indicando que esse caráter é altamente inluenciado pelo ambiente.

Em referência aos caracteres selecionados neste trabalho, Oliveira et al. (2006) destacaram a importância de 12 deles (NEP, AE, NF, CAP, CEN, DLF, PS, NCP, PC, RFC, NRC e CC) para discrimi-nação de acessos de açaizeiro, com exceção apenas do rendimento de polpa por fruto. Considerando-se os seis primeiros componentes principais, os caracteres selecionados que mais contribuíram para a repre-sentação das matrizes foi, em ordem decrescente: PC, RFC, NRC, DLF, NF, NCP, AE, CAP, CIC, CC, CEN, NEP, PS e PP. Os caracteres número de estipes em frutiicação por planta, comprimento da bainha foliar, dias de loração masculina, intervalo entre fases de loração, dias de loração feminina, dias após a polinização, número de anos em produção e número de meses em produção mencionados no trabalho desses autores não foram considerados neste estudo por se tratar de dados de coleta. Entretanto, foram estudados os caracteres como número de frutos por ráquila, número de frutos por cacho, circunferência do cacho e comprimento do cacho.

A dispersão gráfica dos três primeiros componentes principais se encontra na Figura 1. De modo geral, não se observou tendência de for-mação de agrupamentos na dispersão gráica com base nos três primeiros componentes principais. No entanto, algumas matrizes destacaram-se por estarem relativamente separadas do conjunto, como é o caso dos pontos dez (EO-010 – Belém – Belém-PA), e 13 (EO-013 – São João de Pirabas – Região do Salgado), 51 (EO-051 – Capitão Poço – Região do Guamá) e 18 (EO-018 – Salinópolis – Região do Salgado), esta se destacou pelo menor nível de similaridade. As matrizes EO-018 e EO-035 foram as mais divergentes. As demais formaram um único agrupamento continuamente distribuído no espaço, com alta similaridade morfológica, porém apresentou, na parte central, maior compactação de matrizes, podendo ser considerado como um subgrupo, sendo que este grupo vai descompactando-se tanto para o lado direito quanto para o esquerdo, culminando nas matrizes separadas do conjunto.

Percebeu-se, também, que, em relação ao plano lateral e ao plano de fundo, as matrizes EO-124 e EO-111 (Ilha do Combu), EO-034 e EO-035 (Capitão Poço) e EO-022 (Santarém Novo) icaram

acima da média do grupo central. No extremo oposto, surgiram as matrizes EO-020 (Salinópolis), EO-054 (Ilha do Combu) e outras não claramente perceptíveis, presentes no subgrupo de compactação, sobre o plano basal. Portanto, em relação à média, apresentaram parcial divergência, as procedências da Ilha do Combu, Capitão Poço e Santarém Novo (matrizes mais acima da média) com a procedência de Salinópolis e a procedência da Ilha do Combu.

Em estudo sobre caracterização morfoló-gica de 40 matrizes de pimenta-de-macaco (Piper aduncum L. - autógama), a variação distribuiu-se nos sete primeiros componentes principais, apresen-tando complementação com a dispersão gráica 3D semelhante às 129 matrizes de açaizeiro (alógama), embora com menor compactação de matrizes em relação ao plano basal, formou um grupo relativa-mente homogêneo e contínuo, porém, como nestas matrizes de açaizeiro, permitiu detectar divergência genética (GAIA et al., 2011).

Em açaizeiro do Banco de Germoplasma da EMBRAPA - Amazônia Oriental, o estudo de acessos mostrou que a variância se acumulou nos nove primeiros componentes principais, não havendo complementação gráica 3D. Em espécies frutíferas, como o pessegueiro (Prunus persica), o estudo sobre distância genética, em populações de cruzamento dirigido, veriicou que os três primeiros componen-tes foram suiciencomponen-tes para explicar mais de 80% da variação total (WAGNER JÚNIOR et al., 2011), nível de variação suiciente para identiicar grupos divergentes, fundamentais para o melhoramento genético das espécies.

Foram comparados os grupos de dissimila-ridade das 10 procedências de açaizeiro, com base nos 22 caracteres originais e nos 14 selecionados das 129 matrizes; para a formação dos grupos, utilizaram-se a distância euclidiana média e o método de otimização de Tocher modiicado para avaliar a eiciência de descarte (Tabela 6). Veriicou-se que, no agrupamento das procedências pelos caracteres originais, foram obtidos três grupos distintos: o pri-meiro, constituído de oito procedências, o segundo e o terceiro apenas de uma procedência. Utilizando os 14 caracteres selecionados, foram obtidos quatro grupos, com diferenças em relação à distribuição e ao número de genótipos nos grupos (Tabela 6). A procedência de Belém ocupou um grupo separado, tanto utilizando 22 como 14 caracteres.

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Salinas e Ourém.

Oliveira et al. (2006), comparando grupos de dissimilaridade pelo método de Tocher nos des-critores originais, observaram a formação de quatro grupos, e nos 22 selecionados foram discriminados sete grupos, havendo modiicações em relação ao número e à distribuição, com coincidência total no último grupo e parcial no penúltimo e último grupos; e concluíram que a maior eiciência ocorreu com

os caracteres selecionados devido à formação de mais grupos, com acréscimo de 75%. Isto se deve, provavelmente, ao fato de que os acessos analisados por esses autores não foram somente procedentes do Estado do Pará, ao passo que as matrizes aqui estudadas se restringem a municípios do nordeste paraense, próximos a Belém, o que, provavelmente, contribuiu para um acréscimo de somente 33,33% no agrupamento formado pelos caracteres selecionados.

TABELA 1 - Caracterização de 129 matrizes de açaizeiro quanto à microrregião, local, ponto de coleta, posicionamento global e ao clima, amostradas no nordeste paraense. Belém-PA, UFRA, 2011.

Matrizes NM MR Local Ponto de coleta Fuso/P Clima

EO-001 1 BEL Belém Tv. Lomas 22/ E = 785321,519 / N = 9839863,229 Ai

EO-002 a EO-007 6 BEL Ilha de Mosqueiro Baía do Sol 22/ E = 786327,535 / N = 4941319,702 Ai

EO-008 a EO-010 3 BEL Belém UFRA 22/ E = 785178,499 / N = 9839169,524 Ai EO-011 a EO-014 4 RSA São João de PirabasBoa esperança 23/ E = 253649,066 / N = 9991304,549 Awi EO-015 a EO-021 7 RSA Salinópolis Vila de São Bento 23/ E = 240441,851 / N = 9923125,540 Awi

EO-022 a EO-028 7 ZBR Santarém Novo Vila de São João

de Peri Meri: 23/ E = 240934,783 / N = 9901884,077 Ami EO-029 a EO-032 4 RSA São João de PirabasRua Paricá 23/ E = 255961,817 / N = 9910957,315 Awi

EO-033 a EO-040 8 RGU Capitão Poço Bairro Timbó 23/ E = 270732,801 / N = 9809916,910 Ami

EO-041 a EO-043 3 RGU Ourém Tv. Cipriano Santos 23/ E = 264406,104 / N = 9828590,344 Ami

EO-044 a EO-053 10 RGU Capitão Poço Bairro Cotilandia 23/ E = 269593,245 / N = 9805952,361 Ami

EO-054 a EO-094 41 BEL Ilha do Combu Beira rio 22/ E = 781177,000 / N = 9834854,000 Ai

EO-095 a EO-107 13 BEL Ilha do Combu Furo São Sebastião 22/ E = 779499,000 / N = 9833506,000 Ai

EO-108 a EO-129 22 BEL Ilha do Combu Rio Jordão 22/ E = 784013,000 / N = 9832788,000 Ai

NM: número de matrizes; MR: Microrregião; FUSO/P: Fuso/Posição no GPS; BEL: Belém; RSA: Região do Salgado; ZBR: Zona Bragantina; RGU: Região do Guamá.

TABELA 2 - Estimativa dos autovalores associados aos componentes principais e suas variâncias percentual e acumulada dos 22 caracteres morfoagronômicos, em 129 matrizes de açaizeiro. Belém-PA, UFRA, 2011.

Componente Autovalor Variância (%) Variância acumulada

1 5,7152 25,98 25,98

2 3,5431 16,11 42,08

3 2,3514 10,69 52,77

4 1,8731 8,51 61,29

5 1,4777 6,72 68,00

6 1,2277 5,58 73,58

7 1,0977 4,99 78,57

8 0,8559 3,89 82,46

9 0,7434 3,38 85,84

10 0,6256 2,84 88,69

11 0,5840 2,65 91,34

12 0,5222 2,37 93,71

13 0,4772 2,17 95,88

14 0,3791 1,72 97,61

15 0,2334 1,06 98,67

16 0,1734 0,79 99,46

17 0,0534 0,24 99,70

18 0,0485 0,22 99,92

19 0,0093 0,04 99,96

20 0,0053 0,02 99,98

21 0,0033 0,02 100,00

(7)

Rev

. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP

, v

. 34, n. 2, p. 540-550, Junho 2012

546

TABELA 3- Estimativa dos coeicientes de ponderação (autovetores) associados aos componentes principais com autovalores inferiores a 0,7 e identiicação dos

caracteres com indicação para descarte em cada componente, pela seleção direta, nas 129 matrizes de açaizeiro. Belém-PA, UFRA, 2011.

Conjunto de autovetores associados

CP NEP AE NF CAP CEN DTF DLF PF PS PP RPF PC PFC RFC NRC NFR CC CIC PCF NCP NFC PTF

CP10 0,576(1) - -0,057 - -0,419 - -0,278 - 0,012 0,135 - 0,094 - - - - 0,294 -0,171 - -0,298 -

-CP11 0,128 - 0,197 -0,722(1) 0,243 - -0,036 - 0,037 -0,062 - -0,208 - - - - 0,277 -0,038 - 0,042 -

-CP12 -0,247 - 0,187 0,160 -0,236 - 0,219 - 0,010 -0,068 - -0,355 - - -0,410(1) - 0,269 -0,124 - -0,012 -

-CP13 0,106 - -0,491 0,103 -0,120 - -0,287 - 0,147 0,053 - -0,183 - 0,492(1) 0,209 - 0,012 0,052 - 0,242 -

-CP14 -0,039 -0,475(1) 0,442 0,281 0,046 - -0,138 - -0,037 0,047 - -0,073 - 0,021 0,326 - 0,261 -0,450 - -0,214 -

-CP15 -0,036 -0,080 -0,099 0,083 0,100 - 0,202 - 0,084 0,107 - -0,389 - -0,356 0,089 0,434(1)-0,039 -0,023 - -0,052 -

-CP16 -0,058 0,037 -0,030 0,002 0,031 0,723(1)-0,587 - -0,037 -0,124 - -0,172 - 0,047 -0,031 0,125 -0,018 0,107 - 0,023 -

-CP17 -0,006 -0,020 -0,096 0,020 -0,026 -0,097 0,084 - -0,153 -0,134 - -0,116 - 0,012 -0,060 -0,233 -0,024 -0,006 - -0,400 - 0,730(1)

CP18 0,000 -0,057 0,023 0,023 0,006 -0,083 0,044 - -0,292 -0,152 - 0,062 - 0,051 0,066 0,168 0,003 -0,007 0,747(1)0,184 - -0,374

CP19 -0,011 0,005 -0,015 -0,001 0,007 -0,019 0,020 - 0,332 -0,611 0,683(1) -0,042 - -0,021 -0,038 -0,103 0,003 -0,014 -0,028 0,049 - -0,065

CP20 0,003 -0,002 0,003 -0,013 0,003 -0,020 0,003 - 0,089 -0,114 0,147 0,258 - 0,059 0,240 0,540 0,010 -0,003 -0,045 -0,085 -0,615(1) 0,136

CP21 0,000 0,003 0,005 -0,002 -0,008 0,001 0,013 - 0,000 -0,005 0,006 -0,565 0,660(1) -0,169 0,151 0,294 0,001 -0,010 0,007 -0,006 -0,326 -0,023

CP22 - - 0,000 - - 0,000 0,000 -0,715(1) 0,635 0,293 0,004 0,002 -0,002 0,000 0,000 0,000 - 0,000 0,000 - 0,000 0,000 (1) Caráter indicado para descarte; NEP: número de estipe por planta; AE: altura do estipe; NF: número de folhas; CAP: circunferência do estipe; CEN: comprimento do entrenó; DTF: diâmetro transversal

do fruto; DLF: diâmetro longitudinal do fruto; PF: peso do fruto; PS: peso da semente; PP: peso da polpa; RPF: rendimento de polpa por fruto; PC: peso do cacho; PFC: peso de frutos por cacho; RFC: rendimento de frutos por cacho; NRC: número de ráquilas por cacho; NFR: número de frutos por ráquila; CC: comprimento do cacho; CIC: circunferência do cacho; PCF: peso de 100 frutos; NCP: número de cachos por planta; NFC: número de frutos por cacho; PTF: produção total de frutos.

CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA

DE GERMOPLASMA

DE

(8)

TABELA 4- Caracteres pré-selecionados nos procedimentos de seleção direta e seleção com reanálise e os selecionados para a caracterização de açaizeiro. Belém-PA, UFRA, 2011.

Caracteres

Pré-selecionados

Selecionados Método de Jolliffe e Mardia Método de Cury

NEP NPSEL PSEL SEL

AE NPSEL PSEL SEL

NF PSEL NPSEL (9º) SEL

CAP NPSEL PSEL SEL

CEN PSEL PSEL SEL

DTF NPSEL (8º) NPSEL (8º) NSEL

DLF PSEL PSEL SEL

PF NPSEL (1º) NPSEL (1º) NSEL

PS PSEL PSEL SEL

PP PSEL PSEL SEL

RPF NPSEL (4º) NPSEL (4º) NSEL

PC PSEL PSEL SEL

PFC NPSEL (2º) NPSEL (2º) NSEL

RFC NPSEL PSEL SEL

NRC NPSEL PSEL SEL

NFR NPSEL (7º) NPSEL (7º) NSEL

CC PSEL PSEL SEL

CIC PSEL PSEL SEL

PCF NPSEL (5º) NPSEL (5º) NSEL

NCP PSEL PSEL SEL

NFC NPSEL (3º) NPSEL (3º) NSEL

PTF NPSEL (6º) NPSEL (6º) NSEL

NEP: número de estipe por planta; AE: altura do estipe; NF: número de folhas; CAP: circunferência do estipe; CEN: comprimento do entrenó; DTF: diâmetro transversal do fruto; DLF: diâmetro longitudinal do fruto; PF: peso do fruto; PS: peso da semente; PP: peso da polpa; RPF: rendimento de polpa por fruto; PC: peso do cacho; PFC: peso de frutos por cacho; RFC: rendimento de frutos por cacho; NRC: número de ráquilas por cacho; NFR: número de frutos por ráquila; CC: comprimento do cacho; CIC: circunferência do cacho; PCF: peso de 100 frutos; NCP: número de cachos por planta; NFC: número de frutos por cacho; PTF: produção total de frutos.

TABELA 5 - Estimativas dos coeicientes de correlação de Pearson entre os caracteres morfoagronômicos selecionados e os descartados avaliados, em 129 matrizes de açaizeiro. Belém, UFRA, 2011.

Selecionados (1) Não selecionados (2)

PF PFC NFC RPF PCF PTF DTF NFR

NEP 0,020 -0,025 -0,044 0,004 0,027 0,077 0,255** 0,004

AE 0,073 0,037 0,118 -0,084 0,100 0,213* -0,145 -0,061

NF 0,197* 0,414** 0,434** 0,031 0,187* 0,879** 0,080 0,378**

CAP -0,094 0,153 0,141 -0,152 0,073 0,077 -0,009 0,016

CEN 0,024 0,117 0,041 0,061 -0,029 0,268** 0,033 0,060

DLF 0,813** 0,322** 0,166 0,041 0,384** 0,301** 0,881** 0,136

PS 0,911** 0,185* -0,032 -0,449** 0,873** 0,193* 0,432** -0,116

PP 0,465** 0,114 -0,042 0,855** 0,440** 0,155 0,392** -0,048

PC 0,202* 0,969** 0,769** -0,062 0,171 0,727** 0,278** 0,730**

RFC 0,160 0,625** 0,595** 0,166 0,090 0,527** 0,264** 0,561**

NRC 0,140 0,308** 0,432** -0,107 0,118 0,245** 0,103 0,035

CC 0,095 0,221* 0,169 -0,002 0,093 0,134 0,079 0,129

CIC 0,056 -0,042 -0,026 0,117 0,049 -0,103 -0,031 -0,150

NCP 0,046 -0,086 0,257** 0,130 0,043 0,868** 0,168 0,301**

(9)

Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 34, n. 2, p. 540-550, Junho 2012 548

TABELA 6 - Grupos de dissimilaridade constituídos de 10 procedências de açaizeiro formados pelo méto-do de Tocher, das 129 matrizes, com base nos 22 caracteres originais e nos 14 selecionaméto-dos. Belém-PA, UFRA, 2011.

Grupo Procedência

22 caracteres originais 14 caracteres selecionados

1

Ilha de Mosqueiro, São João de Pirabas, Santarém Novo, Ourém, Ilha do Combu (Rio Jordão), Salinas, Ilha do Combu (Furo São Sebastião),

Ilha do Combu (Beira-rio)

São João de Pirabas, Santarém Novo, Ilha do Combu (Beira-rio), Capitão Poço,

Ilha do Combu (Furo São Sebastião), Ilha do Combu (Rio Jordão)

2 Capitão Poço Ilha de Mosqueiro e Salinas

3 Belém Belém

4 Ourém

FIGURA 1 - Dispersão gráica 3D dos primeiros componentes principais com base em 22 caracteres mor-foagronômicos de açaizeiro. Belém, UFRA, 2011.

CONCLUSÃO

Conclui-se que os genótipos de açaizeiro aqui estudados podem ser discriminados, com per-da mínima de variância, pelos caracteres NEP, AE, CAP, CEN, NF (caule e folha), DLF, PS, PP, PC, RFC, NRC, CC, CIC e NCP (semente, fruto e ca-cho), havendo uma redução de 36,4% em relação ao número inicialmente proposto para caracterizar este germoplasma, apresentando matrizes divergentes, importantes para aumentar a variabilidade gené-tica da coleção e o desenvolvimento de genótipos superiores.

CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA DE GERMOPLASMA DE AÇAIZEIRO...

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