v. 41 – no.4 – out./dez. 2004 Arq Gastroenterol 225
ARTIGO ORIGINAL
/ ORIGINAL
ARTICLE
ARQGA/1141
INTRODUÇÃO
Ocarcinomahepatocelular(CHC)estáentreasneoplasias maisfreqüentes.Estima-seque1.000.000denovoscasossurjam a cada ano no mundo(5). Sua freqüência varia em diferentes regiões,mostrando-seendêmiconaÁsiaeemalgumasáreas docontinenteafricano,ondefatoresriscocomoainfecçãopelo vírusdahepatiteB(VHB)eaaflatoxinaB1estãosabidamente implicados.Contudo,alémdavariaçãonadistribuiçãomundial decorrente de diferentes fatores de risco, a variação quanto à prevalência dos padrões macro e microscópicos também é encontrada,indicandoquepossivelmenteoCHCsejaumaneoplasia cujosmecanismosenvolvidospossamdiferirmundialmente.A carcinogênesehepáticaéumcomplexoprocessoquepassapor acúmulosdealteraçõesgenéticaseepigenéticasbemconhecidas emmodelosexperimentais.Aativaçãodosoncogenesmyc,ras,raf, fosejuntemsidodemonstradanahepatocarcinogênesequímica emroedoreseemlinhagemdecélulasdohepatoma.Todavia,há poucaevidênciadasuaparticipaçãonoCHChumano(3,9,26,32).O
papeldop53temsidomaisbemdocumentado(12,15,16,30),tendo comoprotótipoamutaçãoG-Tnaterceirabasedocódon249, em decorrência dos metabólitos liberados pela contaminação dosalimentospelaaflatoxinaB1(21).
Naprocurademaiorconhecimentosobreahepatocarcinogênese humanaemnossomeio,estudou-seaexpressãoimunoistoquímica das oncoproteínas p-21ras, c-myc e p53 no CHC e no tecido circunjacentenão-tumoral,comosobjetivosdeanalisarasua freqüênciaedeverificaraassociaçãodestasoncoproteínascomo graudediferenciaçãoepadrãomicroscópicodoCHC,assimcomo comainfecçãopelosVHBevírusdahepatitesC(VHC).
MATERIALEMÉTODOS
Esteestudofoirealizadoem47casosdeCHCprovenientes doserviçodeAnatomiaPatológicadoHospitalUniversitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro,RJ.Aseleçãodoscasosparaainclusãonesteestudoteve osseguintescritérios:nãohaverdúvidaquantoaodiagnóstico
DETECÇÃOIMUNOISTOQUÍMICA
DASONCOPROTEÍNASp21
ras
,
c-mycEp53NOCARCINOMA
HEPATOCELULARENOTECIDO
HEPÁTICONÃO-NEOPLÁSICO
VeraLuciaNunes
PANNAIN
1,AdrianaCaroli
BOTTINO
1,RaimundaTelma
M.SANTOS
2,
HenriqueSérgio
M.COELHO
3,Joaquim
RIBEIRO-FILHO
4eVenâncio
A.F.ALVES
2RESUMO-Racional-Ahepatocarcinogêneseéumprocessonoqualasalteraçõesgenéticaseepigenéticassãobemconhecidasemmodelos
animais,mascarecedeestudosnohomem.Objetivos-Analisarafreqüênciadasoncoproteínasp21ras,c-mycep53nocarcinomahepatocelular
enofígadonão-neoplásico.Verificaraindaaassociaçãodestasoncoproteínascomospadrõesegraushistológicos,assimcomocomas
infecçõespelosvírusdashepatitesBeC.Métodos-Foianalisadapormétodoimunoistoquímicoadetecçãodasoncoproteínasp21ras,
c-mycep53em47casosdecarcinomahepatocelularenotecidonão-neoplásicocircunjacenteaotumor(40casos).Resultados-As
oncoproteínasp21ras,c-mycep53foramdetectadas,respectivamente,em44,7%,53,2%e36,2%doscasosdecarcinomahepatocelular.A
imunorreatividadedop21rasec-mycmostrouumaassociaçãosignificativa.Contudo,nãohouveassociaçãosignificativaentreadetecção
dop21ras,c-mycep53comosdiferentesgrausepadrõeshistológicos,nemtampoucocomasinfecçõespelosvírusdashepatitesBeC.A
mesmaassociaçãosignificativaentreop21rasec-mycfoiencontradanotecidonão-neoplásicodoscasosdecirroseemrelaçãoaosquenão
apresentaramcirrose,enquantoqueop53foinegativoemtodososcasos.Conclusões-Aimunorreatividadedasoncoproteínasp21ras
,c-mycep53corroboraevidênciaspréviasdesuadetecçãonocarcinomahepatocelular,oquesugerepoderhaverparticipaçãodestasproteínas
nahepatocarcinogênesehumana.Asignificativaassociaçãoentreasproteínasp21ras,c-mycep53nocarcinomahepatocelularenacirrose
podeapontarumainteraçãoentreasmesmas,sobretudonahepatocarcinogênesepelaviadacirrose.
DESCRITORES–Carcinomahepatocelular.Fígado,patologia.Imunoistoquímica.Proteínasdeoncogene.Proteínap53.Proteínap21(ras) deoncogene.
1DepartamentodePatologiadaFaculdadedeMedicinadaUniversidadeFederaldoRiodeJaneiro(UFRJ);2LaboratóriodeImunoistoquímicadoInstitutoAdolfoLutz,SãoPaulo,
SP;3DepartamentodeClínicaMédicadaFaculdadedeMedicinadaUFRJ;4DepartamentodeCirurgiadaFaculdadedeMedicinadaUFRJ,RiodeJaneiro,RJ.
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histológicodeCHC,havermaterialdisponívelnosblocosemparafina, deformaqueminimizasseoerrodeamostragemehaverpreservação domaterialtantoquantoaoprocessamentohistológico,quantoaáreas representativasdeneoplasiaviável.
Osespécimesforamprovenientesdebiopsias(27),peçascirúrgicas (16) e necropsia (4).As informações referentes aos marcadores para osVHB eVHC (HBsAg, anti-HBs, anti-HCV-ELISA) foram obtidas dos prontuários dos pacientes. Na análise dos preparados histológicosforamempregadasasseguintestécnicas:hematoxilina-eosina,ácidoperiódicodeSchiff,tricrômicodeMassonereticulina deGomori.Otecidohepáticonão-neoplásicocircunjacenteaotumor, foirepresentativoem40casos.OsCHCforamclassificadossegundoa OMS,quantoaospadrõeshistológicos(7).Quandomaisdeumpadrão estavapresente,foramclassificadoscomomisto.Osgraushistológicos foramagrupadoscomoCHCbemdiferenciados(grausIeII)eCHC poucodiferenciados(grausIIIeIV).
A pesquisa imunoistoquímica foi realizada no Laboratório de ImunoistoquímicadoInstitutoAdolfoLutz,SãoPaulo,SP,empregando-se osanticorpos(Ac)monoclonais:anti-p21rascloneNCC-ras-001,sorode camundongoquereconheceoepitopocarboxiterminaldaproteínap21ras entreosaminoácidos126-140(DakoA/SDk),nadiluiçãode1:100;anti-c-mycclone9E11,sorodecamundongocontrapeptídiosintético,cuja seqüênciarepresentaosresíduosdosaminoácidos408-420(Novocastra LaboratoriesLtd,Inglaterra),nadiluiçãode1:100;eanti-p53,cloneDO7, sorodecamundongonadiluiçãode1:50(DakoA/SDk).Oscortesforam desparafinadoseposteriormentehidratados.Arecuperaçãoantigênica ocorreuemsoluçãodeácidocítrico0,01M,pH6.0,emduasincubações por9min,emfornodemicroondas.Aatividadedaperoxidaseendógena foibloqueadaemsoluçãodeperóxidodehidrogênio,a6%emetanol,em doisbanhosde5min.OscortesforamincubadoscomosAcprimáriosem câmaraúmidaa4oCpor18h.Seguiu-seaincubaçãodoAcsecundário, conjugado com biotina, IgG de cavalo anti-camundongo ou IgG de suínoanti-coelho,deacordocomoAcprimárioutilizado,emcâmara úmida,a37oCpor30min.Entreasincubaçõesforamfeitaslavagensem tampãoPBS,pH7.4.Areaçãofoidetectadaatravésdaincubaçãocomo sistemaestreptoavidina-biotina-peroxidase(StrepABcomplex/HRP,duet mouse/rabbitDakoS/ADinamarca)nadiluiçãode1:500.Arevelação deu-secomosubstratocromógeno(DAB60mg%emPBS+2mLde peróxidodehidrogênioa10%),por5mina37oC.
Afreqüênciaeaassociaçãoentreasdiferentesvariáveisestudadas foram analisadas através do teste chi quadrado (χ2), sendo definido comolimitedesignificânciaovalordeP<0,05.
RESULTADOS
ApesquisadoHBsAgocorreuem39pacientescomCHC,sendo que5casosforampositivos,enquantooanti-HBsfoipesquisadoem 19pacientes,compositividadeem6.Oanti-HCVfoiinvestigadoem 37 pacientes e positivo em 15, sem evidências de co-infecção pelo VHB.Três pacientes apresentaram positividade para o anti-HBs e paraoanti-HCV.Em16pacientesnãohaviaquaisquermarcadoresde infecçãoparaosvírusBouC.
OpadrãohistológicodoCHCmaisfreqüentefoiotrabecular(22 casos),seguindo-seomisto(18casos)eocompacto(7casos).Quanto ao grau de diferenciação histológica, os CHC bem diferenciados predominaramemrelaçãoaospoucodiferenciados,32e15casos, respectivamente. Nos casos nos quais se dispunha de tecido
não-neoplásico havia24pacientescomcirrose.Osresultadosda imunorreatividadedasoncoproteínasnoCHCenotecidoperineoplásico podemserobservadosnasTabelas1e2,respectivamente.
Opadrãodereatividadedaoncoproteínap21ras (Figura1)edoc-myc(Figura2)foidifusoeexclusivamentecitoplasmático,enquanto queadop53foinuclear(Figura3).Emboraessasproteínastenham apresentadoumavariaçãonapositividadeentreosdiferentespadrões etiposhistológicos,amesmanãotevesignificadoestatístico(Tabela 1).NospacientescomsorologiapositivaparaoVHBeoVHC,a freqüênciadap21ras,c-mycep53foiaseguinte:pacientesHBsAg+: 4/5p21ras+,4/5c-myc+e1/5p53+;pacientesanti-HBs+:3/6p21ras+,4/6 c-myc+,4/6p53+,sendoquedestes,umtambémfoianti-HCV+;pacientes anti-HCV+:6/15p21ras+,8/15c-myc+e5/15p53+.Asoncoproteínas acimatambémforampositivasnospacientescomsorologianegativa paraosvírusBeC,cujafreqüênciavarioude7paraop21ras,9para oc-myce6paraop53.
Ao analisar-se em conjunto a positividade destas proteínas no CHCobserva-sequeestesexpressaramem80%(38/47)aomenosuma oncoproteína,ocorrendoconcomitânciadepelomenosduasem44,6% (21/47).Encontrou-se,ainda,associaçãoestatisticamentesignificativa entreaimunodetecçãodasproteínasc-myceap21ras(P=0,02)edestas comopadrãotrabecular(P=0,01).
PannainVLN,BottinoAC,SantosRTM,CoelhoHSM,Ribeiro-FilhoJ,AlvesVAF.Detecçãoimunoistoquímicadasoncoproteínasp21ras,c-mycep53nocarcinomahepatocelulare
notecidohepáticonão-neoplásico
FIGURA1-Reatividadecitoplasmáticaparap21ras
TABELA1-Imunorreatividadedasoncoproteínasp21ras,c-mycep53no
carcinomahepatocelular
p21ras+ c-myc+ p53+
Padrãohistológico
Trabecular 10/22(45,5%) 11/22(50%) 10/22(45,4%) Misto 8/18(44,4%) 9/18(50%) 4/18(22,2%) Compacto 3/7(42,9%) 5/7(71,4%) 3/7(42,8%) Grauhistológico
Bemdiferenciado 13/22(40,6%) 16/32(50%) 10/32(34,3%) Poucodiferenciado 8/15(53,3%) 9/15(60%) 7/15(26,6%)
TABELA2-Imunorreatividadedasoncoproteínasp21ras,c-mycep53
emfígadonão-tumoral
p21ras+
26/40 c-myc+15/40 p53+0/40
Cirrótico P=0,000619/26 P=0,02512/15 0
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Aanálisedaimunorreatividadedasoncoproteínasp21rasec-mycno tecidonão-tumoralmostraíndicessignificativamentemaioresnosfígados cirróticos(Tabela2).Poroutrolado,nãofoidetectadaaimunorreatividade paraop53emnenhumaamostradetecidohepáticonão-neoplásico.
DISCUSSÃO
A participação do oncogeneras no ciclo celular normal resulta emdivisãoeproliferaçãocelulares.Suaformaativadapodedecorrer da mutação de uma única base ou ainda devido à perda de um dos alelos(19). No fígado, sua ativação tem sido relatada durante a regeneraçãohepática,apóshepatectomiaparcial(6)enoCHC,cuja expressãoimunoistoquímicavariade60%a7,1%(13,29).Osresultados dopresenteestudo(44,7%)estãocompreendidosdentrodestaampla faixadevariação,quepodeemparteseratribuídaàdiversidadedos Acempregados.Adicionalmente,fatoresnãoavaliados,comodietae exposiçãoacarcinógenosambientais,devemterdiferenteparticipação nasdiversasregiõesondeestesestudosforamrealizados.Apositividade em4/5depacientesHBsAgpositivosnecessitadeposterioravaliaçãoem maiornúmerodepacientes.MesmoqueoVHBnãotenhaparticipação diretanaelevaçãodaexpressãodorasnoCHC,apossibilidadedeste geneestarimplicadonoiníciodatransformaçãomalignadohepatócito nãopodeserdescartada.Nãoseencontrouassociaçãoentreaexpressão destaoncoproteínacomosdemaisparâmetrosanalisados,ouseja, padrõesegraushistológicos.NONOMURAetal.(18),nãoencontraram positividadenaslesõespoucodiferenciadas.
EstudosmundiaisdeCHCemdiversasregiões,incluindoalgumas no Brasil, demonstraram predomínio do seu desenvolvimento em fígadoscronicamentelesados,parecendohaverdoispadrõesdistintos decarcinogênese,sejamosfígadospreviamentecirróticosounão(17).
Nos resultados do presente estudo, o p21ras no tecido cirrótico circunjacenteaotumor(73%)tevediferençaestatisticamentesignificativa quando comparada com o tecido não-cirrótico (P = 0,0006), o que parecefactívelsugeriroseurelevantepapelnahepatocarcinogênese queocorreatravésdacirrose.
Opossívelenvolvimentodoc-mycnacarcinogênesehepática está restrito a algumas análises e tem sido sugerido, quer pela associaçãotemporalentreasuaelevaçãoeproliferaçãocelularna regeneraçãohepática,querpeloseuefetivoaumentonoCHC(1, 8, 27).Nos47casosestudadosnestasérie,detectou-seasuapresença em 25 (53,2%), com localização essencialmente citoplasmática, quepôdesercomprovadaquandosesubstituiu,emalgunscasos,o sistemaestreptoavidinabiotina-peroxidasepelafosfatasealcalina. Aperdadareatividadenucleardestaproteínapodeseratribuídaao processamento do material em formol e parafina(14). Na presente análise,houvediscretaprevalêncianaslesõespoucodiferenciadas, o que também foi encontrado por outros autores(10), levando-os, inclusive,aproporqueoc-mycsejaindicadordepiorprognóstico. Não se observou diferença significativa nos diferentes padrões histológicos,assimcomonoscasosVHBeVHCpositivos,oquevai aoencontrodosresultadosdeoutrosautoresquantoàinfecçãopelo VHB(13,28).Corroborandoosreferidosresultados,háaobservaçãode PASQUANELLIetal.(22),quantoàintegridadeestruturaldestegene emcamundongostransgênicosinfectadospeloVHB.Todavia,em relaçãoaoVHC,RAYetal.(24),demonstraramqueaproteínacore doVHC regula a transcrição do c-myc, tornando possível, desta forma,seuenvolvimentonadesregulaçãodohepatócitonormale nahepatocarcinogênese.
A diferença entre a atividade do c-myc em fígados cirróticos e não-cirróticostambémfoiestatisticamentesignificativa(P=0,025). Apresençadestaproteína,nestescasosderegeneraçãohepática,pode serdecorrentedomaioríndicemitóticoencontradonoshepatócitos emregeneraçãoeasuamanutençãopareceterimportantepapelno desenvolvimentodoCHC.
Diversosestudostêmevidenciadovariaçãomundialnafreqüência dedetecçãodop53emCHCequeamesmaestárelacionadaafatores geográficoseambientais.Estamutaçãochegaa50%emcertasregiões daÁfricaedaChina(21,25),enquantoquenaEuropanãoultrapassa20%(4, 11).Nesteestudo,aexpressãoimunoistoquímicadop53foiencontrada em36,2%doscasosdeCHC.Esteresultadonoscolocaaoladodepaíses ondeaexpressãodestegeneéconsideradaintermediária,comopor exemplonoJapão(15).NoBrasil,osresultadosdestasérieassemelham-se aos33,3%deALVESetal.(2),emSãoPaulo;entretanto,diferemdos 61,5%dePEREIRAetal.(23),daregiãosul.Ofatodeestesautores teremutilizadotrêsdiferentesanticorpostalvezjustifiqueadivergência dosresultadosacima.Nãoseverificouassociaçãoentreapositividade dosmarcadoressorológicosvirais,padrãoegraushistológicoscoma detecçãodop53,emboratenhasidomaisfreqüentenaslesõespouco diferenciadas. Convém, ainda, atentarmos para a maior freqüência daimunorreatividadeempacientesHBsAgeanti-HCVnegativos.A realizaçãodeumestudodegenéticamoleculardop53talvezvenhaa contribuirepidemiologicamente,casoestamutaçãoocorranocódon 249,poisamesmapoderiaseratribuídaàaflatoxinaB1.
FIGURA2-Reatividadecitoplasmáticaparac-myc
FIGURA3-Reatividadecitoplasmáticaparap53
PannainVLN,BottinoAC,SantosRTM,CoelhoHSM,Ribeiro-FilhoJ,AlvesVAF.Detecçãoimunoistoquímicadasoncoproteínasp21ras,c-mycep53nocarcinomahepatocelulare
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Recebidoem12/1/2004. Aprovadoem2/7/2004. PannainVLN,BottinoAC,SantosRTM,CoelhoHSM,Ribeiro-FilhoJ,AlvesVAF.Detecçãoimunoistoquímicadasoncoproteínasp21ras,c-mycep53nocarcinomahepatocelulare
notecidohepáticonão-neoplásico
PannainVLN,BottinoAC,SantosRTM,CoelhoHSM,Ribeiro-FilhoJ,AlvesVAF.Immunohistochemicaldetectionofp21ras,c-mycandp53oncoproteinsin
hepatocellularcarcinomaandinnon-neoplasticlivertissue.ArqGastroenterol2004;41(4):225-8.
ABSTRACT-Background-Geneticandepigeneticalterationshavebeendescribedinanimalhepatocarcinogenesismodelsbutneedtobestudiedinhuman
being.Aims-Toassesstheimmunoreactivityofp21ras,c-mycandp53oncoproteinsinhepatocellularcarcinomaandnonneoplastictissue.Associationofthe
immunoreactivityofthesemarkerswithhistologicalgradesandpatterns,hepatitisBandCwereadditionallystudied.Methods-Detectionofoncoproteins
p21ras,c-mycandp53wasperformedimmunohistochemicallyinhepatocellularcarcinoma(47cases)andsurroundingnonneoplasticlivertissue(40cases).
Results-Oncoproteinsp21ras,c-mycandp53weredetectedin44,7%,53,2%and36,2%ofthehepatocellularcarcinomacases,respectively.Thep21rasand
c-mycimmunoreactivityhasshownasignificantassociation.Howevertherewasnoassociationofp21ras,c-mycandp53detectionwithhepatitisBandCvirus
infections,histologicalgradesandpatterns.Thesamesignificantassociationbetweenp21rasandc-mycwasobservedinnon-neoplastictissuewithcirrhosis
whencomparedwithtissuewithoutit.Thep53immunoreactivitywasnegativeinallnon-neoplasticlivertissuesamples.Conclusions-Theimmunoreactivity
detectionofp21ras,c-mycandp53corroboratespreviousevidenceoftheirdetectioninhepatocellularcarcinomathatsuggesttheparticipationoftheseproteins
inhumanhepatocarcinogenesis.Thesignificantassociationbetweenp21rasandc-myconcoproteinsinhepatocellularcarcinomaandincirrhosiscanpointto
aninteractionbetweenthemmainly,inhepatocarcinogenesisthatoccursthroughcirrhosis.
HEADINGS–Carcinoma,hepatocellular.Liver,pathology.Immunohistochemistry.Oncogeneprotein.Proteinp53.Oncogeneproteinp21(ras).
Adetecçãodestaproteínanãofoiencontradanofígadocircunjacente aotumor,oqueseassemelhaaoutrosresultados(20,31),epermitesugerir aocorrênciatardiadestamutação.
Em resumo, os resultados deste estudo sugerem que na hepatocarcinogênesehumanapodehaverparticipaçãodasoncoproteínas p21ras,c-mycep53equeafreqüenteassociaçãodoc-mycedap21ras denota possível interação entre as mesmas. Quanto ao p53, sua