w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
original
Decúbito
lateral
para
tratamento
das
fraturas
pertrocantéricas
com
hastes
cefalomedulares
夽
Elton
João
Nunes
de
Oliveira
∗,
José
Octávio
Soares
Hungria,
Davi
Gabriel
Bellan
e
Jonas
Aparecido
Borracini
HospitalMunicipalDr.FernandoMauroPiresdaRocha,SãoPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem20denovembro de2014
Aceitoem28dejaneirode2015
On-lineem10dejulhode2015
Palavras-chave:
Pertrocantérica Hastescefalomedulares Decúbitolateral Fraturadefêmur
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Fazerumaavaliac¸ãoradiográficaretrospectivadareduc¸ãoeposic¸ãodoimplante nacabec¸afemoralempacientescomfraturaspertrocantéricastratadoscomhaste cefalo-medularemdecúbitolateralefatoresquepossaminterferirnaqualidadedareduc¸ãoda fraturaeposic¸ãodoimplantenousodessatécnica.
Métodos:Foramavaliadosretrospectivamente19pacientescomdiagnósticodefratura per-trocantéricadofêmurtratadoscomhastecefalomedularemdecúbitolateral.Paraavaliac¸ão radiográficaambulatorialusamosasincidênciasanteroposteriordapelveeoperfildolado afetado.Aferimosoângulocervicodiafisário,oTAD,aposic¸ãoespacialdoelemento cefá-filoemrelac¸ãoàcabec¸aeodiâmetrobiespinhal.Paraavaliac¸ãoantropométricausamos índicedemassacorporal.Foramcriadosdoisgruposdepacientes,umcomtodosos crité-riosnormais(TAD<25mm,ângulocervicodiafisárioentre130◦e135◦eaposic¸ãodoimplante
cefáliconacabec¸afemoralnoquadrantecentral-central)eoutrocomalterac¸ãoemalgum doscritériosdemelhorprognóstico.
Resultados: Houvepredomíniodosexofeminino(57,9%),comidademédiade60anos.Sete pacientesficaramcomaposic¸ãodoimplantecefáliconaposic¸ãocentral-central,um apre-sentouângulocervicodiafisário>135◦eoTADmáximofoide32mm.Consequentemente,12
pacientesapresentaramalgumdoscritériosalterados(63,2%).Nenhumadascaracterísticas avaliadasdiferiuoumostrouassociac¸ãoestatisticamentesignificativaentrepacientescom todososcritériosnormaisealgumcritérioalterado(p>0,05).
Conclusão:A técnica descritapermite uma boareduc¸ão e um bomposicionamentodo implante,independentementedosíndicesantropométricosedotipodefratura.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhofeitonoServic¸odeOrtopediaeTraumatologia,HospitalMunicipalDr.FernandoMauroPiresdaRocha,CampoLimpo,São Paulo,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:eltonjoao@gmail.com(E.J.N.deOliveira). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.04.020
410
rev bras ortop.2015;50(4):409–415Lateral
decubitus
for
treating
pertrochanteric
fractures
using
cephalomedullary
nails
Keywords:
Pertrochanteric cephalomedullarynail Lateraldecubitus Femurfracture
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Toperformaretrospectiveradiographicevaluationonthefracturereductionand implantpositioninthefemoralheadamongpatientswithpertrochantericfractureswho hadbeentreatedusingacephalomedullarynailinlateraldecubitus;andtoassessfactors thatmightinterferewiththequalityofthefracturereductionandwiththeimplantposition inusingthistechnique.
Methods: Nineteenpatientswithadiagnosisofpertrochantericfracturesofthefemurwho hadbeentreatedusingcephalomedullarynailsinlateraldecubituswereevaluated.For out-patientradiographicevaluations,weusedtheanteroposteriorviewofthepelvisandlateral viewofthesideaffected.Wemeasuredthecervicodiaphysealangle,tip-apexdistance(TAD), spatialpositionofthecephalicelementinrelationtothehead,andthebispinal diame-ter.Tomakeananthropometricassessment,weusedthebodymassindex.Twogroupsof patientswerecreated:oneinwhichallthecriteriawerenormal(TAD≤25mm, cervicodi-aphysealanglebetween130◦and135◦andcephalicimplantpositioninthefemoralhead
inthecentral-centralquadrant);andanothergrouppresentingalterationsinsomeofthe criteriaforbestprognosis.
Results: Femalepatientspredominated(57.9%) andthemean agewas60 years.Seven patientspresentedacentral-centralcephalicimplantposition.Onepatientpresenta cervi-codiaphysealangle>135◦andthemaximumTADwas32mm;consequently,12patients
presented somealtered criteria (63.2%). None of the characteristics evaluated differed betweenthepatientswithalltheircriterianormalandthosewithsomealteredcriteria, orshowedanystatisticallysignificantassociationamongthem(p>0.05).
Conclusion: Thetechniquedescribedhereenabledgoodreductionandgoodpositioningof theimplant,independentoftheanthropometricindicesandtypeoffracture.
©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Asfraturaspertrocantéricassãocomunsnapopulac¸ãoidosa devidoàosteoporoseesuaincidênciatem aumentado sig-nificativamenteporcausada maiorexpectativa de vidada populac¸ão,comaestimativadequevenhaadobrarnos próxi-mos25anos.1Anualmente,umemcada1.000habitantesnos
paísesdesenvolvidos éacometidoeestima-se queem2050 ocustoanualdotratamentodeUS$8bilhõessejadobrado. Assim,éconsideradaumdosprincipaisproblemasdesaúde públicadomundo.2
Atualmente,háumconsensodequeasfraturasdaregião pertrocantéricadofêmurdevamserfixadascirurgicamente,já queametadotratamentocirúrgicoéobterreduc¸ãoefixac¸ão estáveisquepropiciemaopacientemobilizac¸ãoativaepassiva precoce.3,4
Muitosautorestêmrecomendadootratamentode fratu-rasinstáveispertrocantéricascomimplantesintramedulares modernos devido a sua maior capacidade de absorc¸ão de carga5 eaoseupotencialdeaplicac¸ãoemtodosospadrões
defraturas.Astécnicasdefixac¸ãodessasfraturascomhastes cefalomedularessãomaisbemconduzidas comumamesa detrac¸ão.Porém,naausênciadessa,sefaznecessáriousar outrodecúbito,comoodecúbitolateral oblíquo,6 paraesse
tratamento.
Oobjetivodestetrabalhofoifazerumaavaliac¸ão radiográ-ficaretrospectivadareduc¸ãoeposic¸ãodoimplantenacabec¸a femoralempacientescomfraturaspertrocantéricastratados com hastecefalomedularemdecúbitolateral efatoresque possaminterferirnaqualidadedareduc¸ãodafraturaeposic¸ão doimplantenousodessatécnica.
Material
e
métodos
Entrejunhode2012enovembrode2013,29pacientescom diagnósticodefraturapertrocantéricadofêmurforam trata-doscomhastecefalomedularnoHospitalMunicipaldeSão Paulo(SP).Desses,19compareceramparaavaliac¸ão retrospec-tivafinal,oitonãopuderamserencontradosedoisforama óbitoemambientehospitalarnopós-operatórioimediatopor complicac¸õesdotrauma.Onze(57,9%)eramdosexofeminino eoito(42,1%)domasculino,commédiade60anos(18a87). Quantoaomecanismodotrauma,foram13quedasdonível dosolo,quatroquedasdemoto,umferimentoporarmade fogoeumaquedadebicicleta.Onzepacientesapresentaram fraturadoladoesquerdoeoitodoladodireito.
Figura1–Pacienteposicionadoemdecúbitolateral–visãoradioscópicaAPdapelve.
emváriosníveis,mascomumacorticallateralintacta;A3a corticallateral tambémestá quebrada(fraturadotipo oblí-quo invertido).7 Das radiografias pré-operatórias avaliadas,
umaapresentoupadrão31A1,11padrão31A2esetepadrão 31A3.Otempomínimodeavaliac¸ãopós-operatóriafoideseis meses.
Parafazeroprocedimentocirúrgicoopacienteeracolocado sobanestesiageralouraquidiana,emdecúbitolateral,com auxíliodecoxinsnodorsoeabdomesobreoladosãoemmesa radiotransparentecomprolongadordevidoaopouco compri-mento.Fazia-seumcontroleradioscópiconasincidênciasem anteroposterior(AP)eperfil(P)paraaveriguac¸ãoda correta visualizac¸ãodetodo fêmureda pelvenos doisplanos;em seguidaerafeitaassepsiaeantissepsiadacristailíacaatéopé
doladoacometido.Paraareduc¸ão,foifeitatrac¸ãomanualcom algum grauderotac¸ão,aduc¸ão ouabduc¸ão, quando neces-sário, associadoou nãoaumamini-incisão naface lateral proximaldacoxaparareduc¸ãodafratura.Usamoshastes cefa-lomedulares(GammaTMnail®,TFN®)comatécnicapadrão8
paraosteossíntese dasfraturas.Nafixac¸ãoproximal,o ele-mentodefixac¸ãocefálicoprocurouserposicionadonocentro dacabec¸aa1cmdoossosubcondralemossonormale0,5cm emossoporóticonasincidênciasAPeperfil.Afixac¸ãodistalfoi feitaatravésdeguiaquandousadahastedetamanhopadrão ouamãolivreemhasteslongas.Acadapassoerafeito con-troleradioscópicotantonoAPquantonoperfil.Todososcasos foramoperadospeloresidentedoterceiroanosupervisionado pelomesmoassistentesênior(figs.1e2).
412
rev bras ortop.2015;50(4):409–415Ângulo CD
Figura3–Ângulocervicodiafisário(CD).
Paraavaliac¸ãoradiográficaambulatorialusamosa incidên-ciaanteroposterior(AP)dapelvecomopacienteemdecúbito dorsalcom raioincidente nalinhamedianasobreasínfise púbica,pésrodadosinternamentede15◦a20◦comatécnica padrão,eoperfil(P)compacienteposicionadoemdecúbito dorsal,quadril acometido com flexão de 45◦ eabduc¸ão de 20◦ com raiocentradoverticalmentenaarticulac¸ão coxofe-moralcom atécnica padrão.9 Por essas incidênciasforam
avaliados:Ângulo cervicodiafisário: ângulo formado entre duaslinhas,umaqueatravessaocentroderotac¸ãodacabec¸a femoraleocentrodocolodofêmureaoutraaolongoeixo
Superior
Inferior 0
0 0
0 3
0
6 7 3
A n t e r i o r
P o s t e r i o r
Figura5–Posic¸ãoespacialdoelementocefáfilo(EC) emrelac¸ãoàcabec¸a.
dofêmur10(fig.3).TAD(Distânciapino-ápicedacabec¸a):
defi-nidade acordocomo foidescritaporBaumgaertneretal.11
(fig.4).
Posic¸ão espacialdo elemento cefáfilo(EC)em relac¸ão à cabec¸a:acabec¸afemoralestádivididaemnovezonas sepa-radas,nasquaisoECpodeserlocalizado,sendoessas:terc¸o superior,médioeinferiornaradiografiaAPeterc¸oanterior, central e posterior na radiografia lateral11 (fig.5).Diâmetro
biespinhal:estende-sedaespinhailíaca anterossuperiorde umladoàdoladooposto12(fig.6).
Para avaliac¸ãoantropométrica usamosíndice de massa corporal (IMC), que foi calculado com as medidas de peso e altura, de acordo com a seguinte fórmula IMC=peso (kg)/altura2(cm).13
Ascaracterísticasquantitativasavaliadasforamdescritas comousodemedidas-resumo(média,desviopadrão, medi-ana,mínimoemáximo)eascaracterísticasqualitativasforam descritascomousodefrequênciasabsolutaserelativaspara todosospacientesdoestudo.14
Foramcriadosdoisgruposdepacientes,umcomtodosos critériosnormais(TAD≤25mm,ângulocervicodiafisárioentre
X = ΔD
TAD = X + Y
Y = ΔD
Diâmetro biespinhal
Figura6–Diâmetrobiespinhal.
130◦e135◦eaposic¸ãodoimplantecefáliconacabec¸a femo-ralno quadrantecentral-central)eoutrocom alterac¸ãoem algumdoscritériosdemelhorprognóstico.Ascaracterísticas quantitativasforamdescritassegundogruposdepacientese comparadasentreosgruposcomousodotestetdeStudent eascaracterísticasqualitativasforamdescritassegundo gru-posetestadaaassociac¸ãocomusodostestesexatodeFisher oudarazãodeverossimilhanc¸a.14Ostestesforamfeitoscom
níveldesignificânciade5%.
Figura7–RadiografiaAPdepelvenopós-operatório imediato.
Figura8–RadiografiaPdepelvenopós-operatório imediato.
Resultados
Dos19pacientesavaliadosobtivemosângulo cervicodiafisá-riomédiode135◦,comvariac¸ãode130◦(84,2%dospacientes avaliados)a140◦ (5,3%dospacientesavaliados). Osvalores médios, bem como os valores máximo e mínimo doTAD, dodiâmetro biespinhal,da altura,do pesoe doIMC estão descritosnatabela1.Adisposic¸ãodoelemento cefálicofoi representada esquematicamentede acordocom a figura5. Com relac¸ãoàclassificac¸ão AO,uma(5,3%)fraturafoi con-siderada31A1,11(57,9%)31A2esete(34,8%)31A3.
Atabela1mostra queamaioriadospacientesavaliados é do sexo feminino (57,9%), com idade média de 60 anos (DP=20,9). Sete pacientes ficaram com o implante cefálico naposic¸ãocentral-central,somenteumpacienteapresentou ângulocervicodiafisáriomaiordoque135◦ eoTADmáximo observado foi de 32mm. Consequentemente, 12 pacientes apresentaramalgumdoscritériosalterados(63,2%).
A tabela 2 mostra que nenhuma das características avaliadasdiferiuoumostrouassociac¸ãoestatisticamente sig-nificativa entrepacientes comtodos os critériosnormaise algumcritérioalterado(p>0,05).
Discussão
414
rev bras ortop.2015;50(4):409–415Tabela1–Descric¸ãodascaracterísticasdetodosospacientesavaliados
Variável Descric¸ão(n=19) Variável Descric¸ão(n=19)
Sexo Mecanismodetrauma
Feminino 11(57,9) Quedadoníveldosolo 13(68,4)
Masculino 8(42,1) Outro 6(31,6)
Idade(anos) Larguradapelve(cm)
Média(DP) 60(20,9) Média(DP) 28(3)
Mediana(mín.,máx.) 64(18;87) Mediana(mín.,máx.) 28(23;34)
Peso(Kg) Posic¸ãodoimplantecefálico
Média(DP) 68,2(21,4) Superior-central 3(15,8)
Mediana(mín.,máx.) 67,8(40;121) Central-anterior 6(31,6)
Altura(m) Central-central 7(36,8)
Média(DP) 1,6(0,1) Central-posterior 3(15,8)
Mediana(mín.,máx.) 1,6(1,5;1,9) Ângulocervicofiafisário
IMC(Kg/m2) 130◦ 16(84,2)
Média(DP) 25,6(6,8) 135◦ 2(10,5)
Mediana(mín.,máx.) 22,4(17,3;40,4) 140◦ 1(5,3)
Lado TAD(mm)
Direito 8(42,1) Média(DP) 22,5(4)
Esquerdo 11(57,9) Mediana(mín.,máx.) 22(15;32)
Classificac¸ão Critérios
A1 1(5,3) Normais 7(36,8)
A2 11(57,9) Algumalterado 12(36,2)
A3 7(36,8)
Tabela2–Descric¸ãodascaracterísticasavaliadassegundoalterac¸ãonoscritérioseresultadodostestesestatísticos
Variável Critérios Total(n=19) p
Normais(n=7) Algumalterado(n=12)
Sexo >0,999
Feminino 4(57,1) 7(58,3) 11(57,9)
Masculino 3(42,9) 5(41,7) 8(42,1)
Idade(anos) 0,575a
Média(DP) 56,3(21,2) 62,1(21,4) 60(20,9)
Mediana(mín.,máx.) 50(35;85) 64,5(18;87) 64(18;87)
Peso(Kg) 0,434a
Média(DP) 73,4(20,1) 65,1(22,4) 68,2(21,4)
Mediana(mín.,máx.) 70,4(53;101) 67,3(40;121) 67,8(40;121)
Altura(m) 0,527a
Média(DP) 1,6(0,1) 1,6(0,1) 1,6(0,1)
Mediana(mín.,máx.) 1,6(1,5;1,8) 1,6(1,5;1,9) 1,6(1,5;1,9)
IMC(Kg/m2) 0,456a
Média(DP) 27,2(8,1) 24,7(6,2) 25,6(6,8)
Mediana(mín.,máx.) 22,4(20,9;40,4) 22,7(17,3;37,3) 22,4(17,3;40,4)
Lado 0,377
Direito 4(57,1) 4(33,3) 8(42,1)
Esquerdo 3(42,9) 8(66,7) 11(57,9)
Classificac¸ão 0,598b
A1 0(0) 1(8,3) 1(5,3)
A2 4(57,1) 7(58,3) 11(57,9)
A3 3(42,9) 4(33,3) 7(36,8)
Mecanismodetrauma 0,617
Quedadoníveldosolo 4(57,1) 9(75) 13(68,4)
Outro 3(42,9) 3(25) 6(31,6)
Diâmetrobiespinhal >0,999a
Média(DP) 28(2,6) 28(3,4) 28(3)
Mediana(mín.,máx.) 28(23;31) 27(23;34) 28(23;34)
a Testet-student.
amelhorescuidadoscomasaúde.Muitosmétodostêmsido recomendadosparaotratamentodefraturaspertrocantéricas ealiteraturaéunânimequantoaousodamesadetrac¸ãopara tratamentoenaausênciadessaodecúbitolateraloblíquo.6
entretanto,porcaracterísticasdonossoservic¸o,não consegui-mosbonsresultadoscomessedecúbitoecomec¸amosausar odecúbitolateral.
Por ser uma técnica nova, usamos como padrões de referênciaosvaloresencontradosnasfraturasemqueo tra-tamentofoifeitocom amesa detrac¸ão,noqualbuscamos na reduc¸ão reconstituir o ângulo cervicodiafisário normal de 130◦-135◦, para que o implante pudesse ser perfeita-menteposicionado,eevitamosprincipalmentereduc¸õesem varo.15,16 Na fixac¸ão proximal,o elemento de fixac¸ão
cefá-licoprocurouserposicionadonocentrodacabec¸atantono AP quanto no P, a 1cm doosso subcondral em ambas as incidênciasemossosnormaisea0,5cmemosso osteoporó-tico.ObedecemosoconceitointroduzidoporBaumgaertneret al.11Nopresenteestudo,obtivemossucessonaobtenc¸ão des-sesparâmetros,jáqueencontramosumTAD(descritopara osteossíntesecomDHS,podeserusadoparaavaliac¸ãodo posi-cionamentoadequadodashastescefalomedulares)15médio
de22,5mmeoângulocervicodiafisáriomédiode135◦. Comousamosodecúbitolateralverdadeiroparaaobtenc¸ão deimagensradioscópicasnoperfil,imaginamosqueamaior larguradapelve ouaobesidade, medidade formaindireta pelosdiâmetrobiespinhaleIMC,dificultariaavisibilizac¸ãoeo posicionamentodoimplantecefáliconoperfil.Entretanto,não houvecorrelac¸ãoestatísticaentrepacientescom IMCe diâ-metrosbiespinhalmaiores,compacientesqueapresentaram TAD>25mme/oumáposic¸ãodoelementodefixac¸ãocefálica, apesardepercebermosdificuldadetécnicanointraoperatório nospacientesobesosoucompelvemaislarga.
Dosnovelocaispossíveisdelocalizac¸ãodoelementode fixac¸ãoproximalnacabec¸a,emnossapesquisa,elesficaram dispostosemquatrozonas:central-central(36,8%), central--anterior(31,6%),central-posterior(15,8%)esuperior-central (15,8%).Issomostraqueasáreasdemaiorriscoparacutout
(superior-anterioreinferior-posterior)11foramevitadas(fig.5).
Afraturapertrocantéricareveste-sedeimportância espe-cialemnível desaúde pública,de tal forma quequalquer evoluc¸ão técnica útil passa a ter grande valor humano e econômico. Assim,o decúbito lateral se trata de uma téc-nicaopcionalquemostraserempossíveisumaboareduc¸ão eumbomposicionamentodoimplantenacabec¸afemoral, independentementedosíndicesantropométricos,etorna-se umaopc¸ãoparaotratamentodessasfraturasnaausênciaou impossibilidadedeusodamesadetrac¸ãoououtrodecúbito (figs.7e8).
Conclusão
Atécnicadescritapermiteumaboareduc¸ãoeumbom posi-cionamento do implante, independentemente dos índices antropométricosedotipodefratura.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1.UlianaCS,AbaggeM,MalafaiaO,KalilFilhoFA,CunhaLAM. Fraturastranstrocantéricas–Avaliac¸ãodosdadosda admissãoàaltahospitalar.RevBrasOrtop.2014;49(2): 121–8.
2.TakanoMI,MoraesRCP,AlmeidaLGMP,QueirozRD.Análise doempregodoparafusoantirrotacionalnosdispositivos cefalomedularesnasfraturasdofêmurproximal.RevBras Ortop.2014;49(1):17–24.
3.BucholzRW,Court-BrownCM,HeckmanJD,TornettaPaulIII. Rockwood&Greenfraturasemadultos.7edBarueri,SP: Manole;2013.
4.PajarinenJ,LindahlJ,MichelssonO,SavolainenV,Hirvensalo E.Pertrochantericfemoralfracturestreatedwithadynamic hipscreworaproximalfemoralnail.Arandomisedstudy comparingpost-operativerehabilitation.JBoneJointSurgBr. 2005;87(1):76–81.
5.BridleSH,PatelAD,BircherM,CalvertPT.Fixationof intertrochantericfracturesofthefemur.Arandomised prospectivecomparisonofthegammanailandthedynamic hipscrew.JBoneJointSurgBr.1991;73(2):330–4.
6.SirkinMS,BehrensF,McCrackenK,AuroriK,AuroriB,Schenk R.Femorlnailingwithoutafracturetable.ClinOrthopRelat Res.1996;(332):119–25.
7.RüediTP.PrincípiosAOdotratamentodefraturas.2ed.Porto Alegre:Artmed;2009.
8.CanaleST.Campbell’soperativeorthopaedics.12ed.St.Louis: Mosby;2013.
9.PoleselloGC,NakaoTS,QueirozMC,DaniachiD,RicioliJunior W,GuimarãesRP,etal.Propostadepadronizac¸ãodoestudo radiográficodoquadriledapelve.RevBrasOrtop.
2011;46(6):634–42.
10.PajarinenJ,LindahlJ,SavolainenV,MichelssonO,Hirvensalo E.Femoralshaftmedialisationandneck-shaftanglein unstablepertrochantericfemoralfractures.IntOrthop. 2004;28(6):347–53.
11.BaumgaertnerMR,CurtinSL,LindskogDM,KeggiJM.The valueofthetip-apexdistanceinpredictingfailureoffixation ofperitrochantericfracturesofthehip.JBoneJointSurgAm. 1995;77(7):1058–64.
12.ZugaibM.Zugaibobstetrícia.2ed.Barueri,SP:Manole;2012. 13.RezendeFAC,RosadoLEFPL,RibeiroRCL,VidigalFC,Vasques
ACJ,BonardIS,etal.Índicedemassacorporale
circunferênciaabdominal:associac¸ãocomfatoresderisco cardiovascular.ArqBrasCardiol.2006;87(6):728–34. 14.KirkwoodBR,SterneJAC.Essentialmedicalstatistics.2ed.
Malden,MA:BlackwellScience;2006.
15.BorgerRM,LeiteFA,AraújoRP,PereiraTFN,QueirozRD. Avaliac¸ãoprospectivadaevoluc¸ãoclínica,radiográficae funcionaldotratamentodasfraturastrocantéricasinstáveis dofêmurcomhastecefalomedular.RevBrasOrtop. 2011;46(4):380–9.