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Estudo do padrão de normalidade do potencial evocado auditivo de adultos ouvintes normais por meio de um novo equipamento de diagnóstico desenvolvido

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Estudo do padrão de normalidade do potencial evocado

auditivo de adultos ouvintes normais por meio de um novo

equipamento de diagnóstico desenvolvido

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre em Ciências pelo programa de Pós-graduação em Distúrbio da Comunicação Humana.

São Paulo

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i

Ilka do Amaral Soares

Estudo do padrão de normalidade do potencial evocado de

adultos ouvintes normais por meio de um novo equipamento

de diagnóstico desenvolvido

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre em Ciências pelo programa de Pós-graduação em Distúrbio da Comunicação Humana.

Orientador: Profª Drª. Liliane Desgualdo Pereira

São Paulo

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iii

Soares, Ilka do Amaral

Estudo do padrão de normalidade do potencial evocado auditivo por meio de um novo equipamento de diagnóstico desenvolvido. / Ilka do Amaral Soares.-- São Paulo, 2010

XII, 74f.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Distúrbio da Comunicação Humana.

Título em inglês: Study of normal range of the auditory evoked potencial throgh a new diagnostic equipment developed.

(4)

iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

Chefe do Departamento: Profª. Drª. Maria Cecília Martinelli Iorio

(5)

v

Ilka do Amaral Soares

Estudo do padrão de normalidade do potencial evocado auditivo de adultos ouvintes normais por meio de um novo equipamento de diagnóstico

desenvolvido

Presidente da banca:

Profª. Drª. Liliane Desgualdo Pereira

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Carla Gentile Matas

Profª. Drª. Eliane Schochat

Profª. Drª. Marisa Frasson de Azevedo

(6)

vi

DEDICATÓRIA

(7)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a minha orientadora Profª. Drª. Liliane Desgualdo

Pereira, por ter escolhido me orientar antes mesmo de me conhecer, por me acolher,

incentivar e ensinar a amar a pesquisa.

A Profª. Drª. Brasília Maria Chiari, Coordenadora do Programa de

Pós-Graduação da UNIFESP, que nos proporcionou a oportunidade de cursar esse

Mestrado, mesmo diante de tantas dificuldades.

Ao Dr. Pedro de Lemos Menezes, colaborador, incentivador e cúmplice, sem o

qual esse trabalho não poderia ter sido realizado.

Aos amigos Dr. André Pedrosa Costa e Dr. Guilherme Benjamin Pitta,

idealizadores do Mestrado Inter-institucional UNIFESP / UNCISAL e responsáveis pela

sua concretização.

As Professoras Doutoras Carla Gentile Matas, Eliane Schochat, Marisa Frasson

de Azevedo e Silvana Frota, que participaram da minha banca e tanto contribuíram

para o sucesso do trabalho.

Ao amigo Dr. Taciano Lemos Milfont, que participou ativamente com

colaborações técnicas.

Aos meus pais, Wilson e Izélia que me deram a vida, educação e condições de

estudo, que me apoiarem em todos os momentos da minha vida e em especial no

decorrer do Mestrado. Aos meus irmãos, Izis e Itamar, pela torcida incondicional.

As minhas amigas de Mestrado, que tantas vezes nessa jornada tivemos

dúvidas se conseguiríamos ter êxito e que agora compartilhamos a felicidade com a

nossa conquista.

A acadêmica de Fonoaudiologia Aline Tenório Carnaúba, pela sua colaboração

durante a coleta.

(8)
(9)

ix

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ... VI 

AGRADECIMENTOS ... VII 

SUMÁRIO ... IX 

LISTA DE FIGURAS ... X 

LISTA DE TABELAS ... XI 

LISTA DE ABREVIATURAS ... XII 

RESUMO ... XIII 

1  INTRODUÇÃO ... 2 

1.1  OBJETIVO GERAL ... 4 

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 4 

2  REVISÃO DA LITERATURA ... 5 

2.1  QUANTO À DESCRIÇÃO DO PEATE ... 5 

2.2  QUANTO À APLICAÇÃO CLINICA DO PEATE ... 8 

2.3  EFEITO DA IDADE E GÊNERO NO PEATE ... 9 

2.4  QUANTO AOS CRITÉRIOS DE REFERÊNCIA DE NORMALIDADE ... 11 

2.5  QUANTO AO PEATE EM PERDAS AUDITIVAS ... 12 

3  MÉTODOS ... 14 

3.1  LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA ... 14 

3.2  AMOSTRA ... 14 

3.3  CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ... 15 

3.4  CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ... 16 

3.5  PROCEDIMENTOS ... 16 

3.6  MEDIDAS ANALISADAS NESTE ESTUDO ... 20 

3.7  MÉTODO ESTATÍSTICO ... 21 

4  RESULTADOS ... 24 

4.1  CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA QUANTO À FAIXA ETÁRIA E QUANTO AOS GRUPOS CONSTITUÍDOS ... 24 

4.2  PADRONIZAÇÃO DO PEATE ... 25 

4.3  PEATE ENTRE DOIS EQUIPAMENTOS NO MESMO INDIVÍDUO ... 28 

4.4  REGISTRO DAS RESPOSTAS DO PEATE PARA O NED E EP15 NO MESMO INDIVÍDUO COM PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL ... 30 

5  DISCUSSÃO ... 34 

5.1  COMENTÁRIOS SOBRE A HISTÓRIA DO PEATE E SOBRE A METODOLOGIA UTILIZADA ... 34 

5.2  SOBRE O MÉTODO ... 35 

5.3  COMENTÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS OBTIDOS ... 38 

5.4  COMENTÁRIOS SOBRE PEATE ENTRE DOIS EQUIPAMENTOS NO MESMO INDIVÍDUO NORMO-OUVINTE ... 42 

5.5  COMENTÁRIOS SOBRE O PEATE ENTRE DOIS EQUIPAMENTOS NO MESMO INDIVÍDUO COM PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL ... 43 

6  CONCLUSÕES ... 46 

7  ANEXOS ... 47 

8  REFERÊNCIAS ... 65 

ABSTRACT ... 2 

(10)

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Valor médio das latências absolutas das ondas I, III, e V e dos interpicos I-III,

III-V e I-V do PEATE obtidas no mesmo indivíduo para os dois equipamentos de

avaliação EP15 (GO1) e NED (GE2) ... 30 

Figura 2. Valor médio das latências absolutas das ondas I, III, e V e interpicos do PEATE para os dois equipamentos de avaliação EP15 (GO2) e NED (GE3) ... 31 

Figura 3. Exames realizados no mesmo indivíduo normo-ouvinte com o Novo Equipamento Desenvolvido e com o EP15 da marca Interacoustc. ... 32 

Figura 4. Exames realizados no mesmo indivíduo com perda auditiva neurossesorial com o Novo Equipamento Desenvolvido e com o EP15 da marca Interacoustc. ... 33 

Figura 5. Analisador de potencial evocado auditivo desenvolvido ... 4 

Figura 6. Esquema funcional do instrumento desenvolvido ... 5 

Figura 7. Módulo externo de amplificação biológica ... 6 

Figura 8. Circuito eletrônico do módulo externo de amplificação biológica ... 6 

(11)

xi

LISTA DE TABELAS

Quadro 1: valores de referência de normalidade para o PEATE obtidos com o

equipamento EP15 da marca Interacoustic ... 20 

Tabela 1- Estatística descritiva das respostas registradas no NED para GE1 ... 25 

Tabela 2- Medidas descritivas das latências médias do PEATE e Desvios-padrão (DP)

por gênero no GE1 ... 26 

Tabela 3 – Estatística descritiva das latências do PEATE por orelha no GE1 ... 27 

Tabela 4- P valores calculados para comparar as respostas do PEATE para gêneros e

orelhas no GE1 ... 27 

Tabela 5 - Estatística descritiva da amplitude das ondas I e V e da relação da amplitude

V/I ... 28 

Tabela 6- Estatística descritiva do GE2 e GO1 ... 29 

Tabela 7- P-valores calculados por meio do Teste de Wilcoxon para as latências do

PEATE, ondas I, III e V e seus interpicos para comparar as respostas do GE2 e GO1 30 

Tabela 8- Estatística descritiva do GE3 e GO2 ... 31 

Tabela 9- P-valores calculados por meio do Teste de Wilcoxon para as latências do

PEATE, ondas I, III e V e seus interpicos para comparar as respostas do GE3 e GO2 32 

Tabela 10. Dados de latência normativa do PEATE em adultos no NED obtidas neste

estudo ... 38 

Tabela 11 . Valores Médios e seus respectivos desvios padrão das latências absolutas

e interpicos do peate, com estímulo de 80 dB NAn compulsados na literatura e os do

(12)

xii

LISTA DE ABREVIATURAS

A1 Posição do eletrodo na Orelha Esquerda

A2 Posição do eletrodo na Orelha Direita

ANSI American National Standards Institute

ºC Grau Centigrado

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

dB Decibels

dB NA Decibels de nível de audição

dB NAn Decibels de nível de audição normalizado

DP Desvio-padrão

Fpz Posição do eletrodo no lobo frontal na linha mediana

G1 Grupo experimental 1

G2 Grupo experimental 2

GO Grupo ouro

GA Grupo Alterado

Hz Hertz

kHz Quilohertz

kΩ Quiloohms

ms Milissegundos

NED Novo Equipamento Desenvolvido

OD Orelha Direita

OE Orelha Esquerda

PC Computador pessoal

PEA Potencial evocado auditivo

PEATE Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico

SPSS Statistical package for social sciences

UNCISAL Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

USP Universidade de São Paulo

μs Microsegundo

(13)

xiii

RESUMO

1. Objetivo: Padronizar as respostas do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico por meio de um novo equipamento desenvolvido no Brasil. Métodos: Análise das latências absolutas, interpicos e das amplitudes das ondas I e V,

utilizando um novo equipamento desenvolvido para estudar o grupo experimental 1

(76 indivíduos normo-ouvintes); análise do PEATE no equipamento padrão ouro do

mercado EP15 / Interacoustis nos grupos ouro 1 (15 indivíduos normo-ouvintes) e

ouro 2 (15 indivíduos com perda auditiva neurossensorial); análise do PEATE no

novo equipamento desenvolvido no mesmo indivíduo do grupo ouro 1 para estudar

o grupo experimental 2 e no mesmo indivíduo do grupo ouro 2 para estudar o grupo

experimental 3, para possibilitar a análise da efetividade do teste com o novo

equipamento. O estímulo utilizado para a obtenção das respostas evocadas foi o

clique não filtrado, com duração de 100 µs, num total de 2.000 estímulos, na

polaridade negativa (rarefeita) a uma frequência de estimulação de 13,1 cliques/s,

na intensidade de 80 dB nNA, com um período de análise de 10 milissegundos e

filtro passa-banda configurado entre 100 e 3000Hz. Os dados foram analisados

estatisticamente considerando um nível de significância de 0,05. Resultados: As médias das latências absolutas e interpicos encontradas no novo equipamento

desenvolvido foram: onda I=1,50, III=3,57, V=5,53, I-III=2,06, III-V=1,96 e I-V=4,02.

Ao separar os dados por gênero houve diferença estatisticamente significante para

as latências absolutas das ondas III (p=0,000) e V (p=0,000) e nos interpicos I-III

(p=0,007) e I-V (p=0,001). O valor médio da amplitude da onda I foi 0,384 μV e da

onda V foi 0,825 μV. Não existiu diferença estatisticamente significante ao se

comparar as latências absolutas e interpicos entre dois equipamentos no mesmo

indivíduo, normo-ouvinte e com perda auditiva neurossensorial. Conclusões: Os componentes do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico mensurados com

o novo equipamento em adultos ouvintes normais foram similares quanto às

orelhas, com latências menores estatisticamente significantes nas mulheres do que

nos homens. As latências do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico no

mesmo indivíduo, normo-ouvinte e com perda auditiva neurossensorial com o Novo

Equipamento Desenvolvido foram semelhantes às obtidas com o EP15 /

(14)

xiv

moderado o achado mais frequente no PEATE foi a presença das Ondas I, III, V

com latências absolutas e interpicos dentro da normalidade. Foram obtidos os

(15)

1 INTRODUÇÃO

A audição é um dos principais meios de comunicação do indivíduo com o

mundo e, por este motivo, a detecção precoce de alterações auditivas é de extrema

importância (Matas et al., 1998; Matas et al., 2005).

As perdas auditivas podem ser divididas quanto ao local da lesão no órgão

auditivo (condutiva, neurossensorial, mista, central e funcional), o grau da perda

auditiva e suas implicações no processo de comunicação do paciente (Russo e

Santos, 1993).

A perda auditiva é classificada como neurossensorial quando há uma alteração

na qualidade do som. As lesões comprometem a orelha interna, o órgão de Corti

(sensoriais), o nervo auditivo (neural), ou ambos. A perda auditiva sensorial pode ser

hereditária, causada por um ruído muito intenso (trauma acústico), por uma infecção

viral do ouvido interno, ou por drogas ototóxicas. A perda auditiva neural pode ser

causada por tumores cerebrais que lesam os nervos próximos e o tronco encefálico

(Munhoz et al., 2000).

Os testes auditivos subjetivos convencionais, como a audiometria tonal liminar,

são de difícil realização em indivíduos que apresentam dificuldades em responder aos

estímulos voluntariamente. Por este motivo, os métodos objetivos de avaliação

auditiva são bastante requisitados na prática clínica (Tenório, 2007).

Os Potenciais Evocados Auditivos consistem no registro da atividade elétrica

que ocorre no sistema auditivo, ao longo da via auditiva, da orelha interna até o córtex

cerebral, em resposta a um estímulo acústico (Hall, 1992; Figueiredo e Castro Júnior,

2003).

O método mais utilizado na prática clínica é o Potencial Evocado Auditivo de

Tronco Encefálico (PEATE), devido a sua reprodutibilidade e facilidade em detectar o

(16)

tronco encefálico e ocorre durante os 8 milessegundos (ms) após o estímulo (Picton

et al., 1974).

Os resultados obtidos no PEATE são interpretados por meio do tempo

despendido entre o estímulo sonoro oferecido e o aparecimento das cinco deflexões

positivas, as ondas I, II, III IV e V e o intervalo entre elas, denominados de Latências

Absolutas e Latências Interpicos, respectivamente (Hassan et al., 1997).

Para realizar o exame é utilizado um equipamento eletrônico composto por um

computador mediador, gerador de sinal acústico, amplificador e registrador. As

respostas acontecem após uma estimulação sonora, apresentada por meio de fones

de ouvido ou vibradores ósseos (Matas et al., 1998).

O PEATE é analisado por meio da morfologia, latência e amplitude das ondas,

da relação da amplitude das ondas I e V, da relação latência / amplitude, do limiar de

resposta eletrofisiológica, dos intervalos interpicos e da comparação binaural (Hall,

1992; Schochat, 1999).

O exame do PEATE é considerado muito eficiente no diagnóstico de

disfunções neurológicas e de déficits periféricos, além de apresentar boa

sensibilidade e especificidade para diferenciar a afecção do nervo auditivo da afecção

coclear (Mallison, 1986; Flabiano, Leite e Matas, 2003).

Em ouvintes normais, ao diminuir a intensidade do estímulo, as latências

absolutas das ondas do PEATE tendem a aumentar (Hood, 1998), um vez que quanto

mais elevada for a intensidade do estímulo, maior o número de neurônios ativados,

proporcionando uma menor latência e uma maior amplitude (Schochat, 1999).

Em casos de perda auditiva neurossensorial o PEATE pode servir para

diferenciar entre lesão coclear e retrococlear. Na lesão coclear, com o aumento da

intensidade e com o recrutamento, pode haver uma rápida diminuição da latência de

onda V; na lesão retrococlear, as latências e amplitudes estão alteradas e pode

ocorrer ausência de ondas após o local da lesão (Luccas et al., 1983). A incidência

de alterações no traçado do PEATE ocorre em 18 a 28% dos pacientes com perda

(17)

As latências absolutas podem variar de acordo com alguns fatores inerentes ao

equipamento, ao estímulo e à sensibilidade auditiva periférica (Sousa et al., 2008).

Podem ser também influenciadas por variáveis como gênero, idade, tipo, natureza,

frequência e intensidade do estímulo, assim como pelo equipamento utilizado (Hecox

et al., 1976; Hall, 1992; Bento et al., 1988; Souza et al., 2001).

Quanto aos valores de normalidade do PEATE, a variação apresentada em

diversos estudos demonstra a importância em efetuar a calibração biológica do

equipamento de teste (Pedriali e Kozlowski, 2006).

Os equipamentos disponíveis no mercado para a realização desse exame são

de alto custo em relação ao poder aquisitivo da população nacional, além de terem

limitações quanto às configurações dos parâmetros do exame. Para minimizar esses

problemas, Menezes (2008) em sua tese de doutorado defendida na Universidade de

São Paulo (USP), desenvolveu um equipamento para analisar Potenciais Evocados

Auditivos.

O presente estudo foi necessário para que fosse possível a observação da

eficiência e especificidade do novo equipamento proposto, assim como a realização

de sua calibração biológica. Sua conclusão é de grande importância, pois aumentará

o acesso a este tipo de aparelho, o que, entre outros fatores, em última análise,

poderá diminuir os preços dos exames para os usuários finais.

Hipótese:

 Os resultados dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico, (PEATE), no novo equipamento desenvolvido (NED), são similares aos do

(18)

1.1 Objetivo geral

Padronizar as respostas do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico por

meio de um novo equipamento desenvolvido no Brasil.

1.2 Objetivos específicos

 Verificar e comparar os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico obtidos em adultos ouvintes normais por meio de um equipamento brasileiro de

diagnóstico (grupo experimental 1), considerando as variáveis gênero e orelha.

 Verificar as respostas dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico obtidas com equipamento disponível no mercado EP15/Interacoustic (grupo ouro 1) e comparar com as respostas dos potenciais evocados auditivos de

tronco encefálico no mesmo indivíduo adulto e normo-ouvinte (grupo

experimental 2).

 Verificar as respostas dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico obtidas com equipamento disponível no mercado EP15/Interacoustic em pacientes com perda auditiva neurossensorial (grupo ouro 2) e comparar com

as respostas dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico obtidas

com o novo equipamento desenvolvido no mesmo indivíduo adulto (grupo

(19)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo, para facilitar a compreensão do leitor sobre o assunto

investigado, procurou-se mostrar o conhecimento compulsado na literatura

seguindo-se áreas temáticas e em cada uma delas, a ordem cronológica. Os artigos

selecionados foram por proximidade temática da pesquisa realizada, além de

considerar a literatura especializada que foi inicialmente publicada referindo-se ao

tema estudado neste trabalho.

2.1 Quanto à descrição do PEATE

O PEATE consiste no registro e análise da atividade eletrofisiológica do

sistema auditivo periférico até o Tronco Encefálico. São potenciais evocados auditivos

precoces, pois as respostas surgem entre os primeiros 8 a 12 ms após a estimulação

sonora. É formado por 7 ondas, sendo a mais frequente e importante a onda V (Picton

et al., 1974; Figueiredo e Castro Jr 2003; Lima e Vaisman, 2003).

Estudos referem que os limiares eletrofisiológicos e psicoacústicos são

diferentemente afetados pela duração do estímulo e ritmo de apresentação, pois

os valores absolutos de limiar psicoacústico diminuem com o aumento da duração

ou do ritmo de apresentação do estímulo utilizado, enquanto que o limiar auditivo

eletrofisiológico, que depende mais do início do estímulo, é menos afetado. Este

fato justifica a existência de diferença entre o limiar psicoacústico tonal puro e o

limiar auditivo eletrofisiológico encontrado no PEATE (Hecox et al., 1976; Gorga et

al, 1984).

A medida da relação da amplitude V/I deve ser usada de forma cautelosa

pelos clínicos, pois os parâmetros do estímulo e do registro precisam ser

controlados (Musiek et al., 1984). Além de que, ocorrem grandes variações intra e

intersujeitos, fazendo com que essa medida não seja muito utilizada na prática

(20)

A variação da intensidade, da velocidade e da polaridade do clique do PEATE

pode influenciar as latências absolutas do PEATE em adultos ouvintes normais

((Stockard et al., 1979; Kozlowski, 2006).

A polaridade mais utilizada é a rarefeita, por proporcionar uma latência mais

curta e uma definição mais clara do PEATE quando comparados com a polaridade

condensada (Stockard et al., 1979). A polaridade alternada é usada geralmente para

diminuir o artefato do estímulo e o microfonismo coclear, porém não é usado na rotina

clínica, pois pode gerar um cancelamento parcial e superposição de picos de

diferentes latências e formas. A polaridade utilizada no exame não altera o limiar

eletrofisiológico (Misulis, 2003).

Uma das classificações mais aceitas é a de Möller, Jannetta, Bennett e Möller

(1981), a qual descreve os seguintes sítios geradores: onda I – porção distal do nervo

auditivo; onda II – porção proximal do nervo auditivo; onda III – núcleo coclear; onda

IV – complexo olivar superior; onda V – lemnisco lateral; onda VI – colículo inferior;

onda VII – corpo geniculado medial.

Vários tipos de estímulos acústicos podem ser utilizados a fim de desencadear

as respostas elétricas do tronco encefálico. Atualmente, o mais empregado é o clique,

por apresentar um espectro amplo de frequências permitindo, dessa maneira,

estimular uma quantidade maior de fibras, porém não permite uma seletividade de

frequências, enfatizando apenas as mais altas por volta de 2000 a 4000 Hz (Gorga et

al., 1985).

O traçado desse potencial é analisado por meio da morfologia, latência e

amplitude das ondas, da relação da amplitude V-I, da relação latência / amplitude, do

limiar da resposta eletrofisiológica, dos intervalos interpicos e da comparação binaural

(Mallinson, 1986).

A onda de maior amplitude é a onda V, podendo ser identificada em

intensidades próximas ao limiar audiológico do indivíduo. Sua latência também varia

sistematicamente com a intensidade, ou seja, quando a intensidade do estímulo é

reduzida sua latência aumenta (Bento et al., 1988; Sequeira e Fukuda, 1988; Matas e

(21)

A pesquisa do PEATE permite a observação da atividade eletrofisiologica do

sistema auditivo, mapeando as sinapses das vias auditivas desde o nervo coclear até

o colículo inferior (Schochat, 1999).

As latências desses potenciais variam de acordo com a intensidade do

estímulo: quanto maior a intensidade, menor a latência, de acordo com a

especificação de cada aparelho e faixa etária (Almeida et al., 1999; Schochat, 1999).

As polaridades utilizadas para o exame podem ser: rarefeita (negativa),

condensada (positiva) e alternada. Alguns autores descrevem uma diferença nos

resultados obtidos do PEATE com mudança das polaridades; relatam também que a

rarefação tem sido mais usada clinicamente, por apresentar maior sensibilidade

diagnóstica quando comparada à condensação (Ferraro e Durrant, 1999; Hall, 2006;

Lima et al., 2008).

O PEATE é denominado de potencial exógeno, isto é, um potencial que

depende diretamente da característica do estímulo e não do processamento da

resposta feita pelo sujeito, e pode ser aplicado em pacientes em estado de coma ou

anestesiado. Diferente do potencial endógeno, que necessita da intenção ou decisão

por parte do indivíduo, como acontece nos potenciais evocados auditivos de longa

latência, a exemplo do P300 (Hall, 1992).

A intensidade habitual para avaliar a via auditiva é de 80 dBNAn; o estímulo

acústico mais utilizado é o clique, com início rápido e curta duração. Abrange uma

faixa de frequência de 2000 a 4000Hz, dependendo do equipamento, causando uma

descarga neuronal sincrônica como resposta (Figueiredo e Castro Júnior, 2003).

Mudanças nas características do clique podem influenciar o diagnóstico,

trazendo novos dados sobre o funcionamento auditivo, como a inversão da

polaridade, que ajuda na visualização do microfonismo coclear; e a alteração da

frequência de apresentação do clique, que facilita a análise da sincronia neural

(22)

2.2 Quanto à aplicação clinica do PEATE

As aplicações clínicas do PEATE incluem a triagem auditiva em

recém-nascidos, a estimativa de limiar auditivo em crianças jovens ou difíceis de testar, o

neurodiagnóstico do oitavo nervo ou disfunções auditivas centrais, o monitoramento

do oitavo nervo e da situação intraoperatória da via auditiva central durante cirurgias

de fossa posterior (Luccas et al., 1983; Hall 1992; Schochat, 1999).

O limiar eletrofisiológico auditivo para cliques não é estritamente preciso em

frequência ou intensidade quando relacionados à acuidade auditiva. Alguns estudos

investigaram a relação entre o limiar eletrofisiológico e o nível de audição (Van der

Drift, 1988; Gorga, 2006).

As aplicações clínicas do PEATE variam desde indicador da sensibilidade

auditiva em pacientes que não podem ou não querem se submeter a exames

audiométricos convencionais, até o uso no diagnóstico e monitorização de diversas

desordens otológicas e neurológicas (Watson, 1999).

De uma forma geral, os resultados sugerem que os limiares objetivos obtidos

no PEATE correspondem a uma estimativa aproximada do limiar subjetivo, sem, no

entanto, quantificar a diferença entre eles (Bento, 1998; Munhoz, 2000; Durrant, 2001;

Matas, 2001).

O PEATE tem duas importantes áreas de aplicação clínica: identificar as lesões

no nervo auditivo e tronco encefálico e estimar o limiar eletrofisiológico para a faixa de

frequência de 2 a 4 kHz (Figueiredo e Castro Júnior, 2003).

Estudos relatam que, apesar do PEATE ser um teste de sincronização neural e

não um teste de audição, é possível usar essa medida para fazer inferências sobre a

sensitividade auditiva, baseada na presença de respostas a estímulos acústicos

apresentados em várias intensidades (Figueiredo Júnior 2003; Lima, 2003).

Valete et al. (2006) estudaram as aplicações clínicas do PEATE por gênero e

em diferentes faixas etárias. A amostra contou com o exame de 591 pacientes,

divididos em grupos por idade. Constatou-se que para crianças a maior indicação é a

(23)

delas por meio da audiometria tonal. Para adultos a pesquisa da integridade da via

auditiva prevalece, pois possibilita o topodiagnóstico de perdas ou queixas auditivas.

Não foram observadas diferenças entre os gêneros.

Lourenço et al. (2008) estudaram os achados e a aplicabilidade do PEATE de

acordo com o gênero e a idade; para isso investigaram 403 exames de pacientes com

diferentes indicações. A faixa etária variou de menos de um ano a mais de 70 anos,

divididos em seis grupos. Concluiu-se que o exame é eficaz para determinar o limiar

auditivo em crianças; que em adultos a indicação principal é a pesquisa da

integridade da via auditiva; a prevalência de achados condutivos e cocleares foi

superior aos retrococleares; os achados retrococleares foram mais frequentes em

homens; crianças, mesmo com fatores de risco, não apresentaram incidência maior

de achados patológicos que a população em geral; as latências absolutas são

maiores nos homens; não houve diferença entre interpicos quanto ao gênero.

2.3 Efeito da idade e gênero no PEATE

No estudo realizado por Jerger e Hall (1980) foram investigados os efeitos da

idade e do gênero em relação à amplitude e à latência do PEATE, em 182 homens e

137 mulheres, com e sem perdas auditivas. Verificou-se um aumento da latência

absoluta da onda V e por consequência do interpico I-V em indivíduos idosos. Na

idade adulta, a diferença entre a latência absoluta da onda V entre os gêneros é de

aproximadamente 0,2 ms em média, maior para os homens (Rowe, 1978, Jerger e

Hall, 1980).

Macedo et al. (1990) estudaram o PEATE em indivíduos normais acima de 50

anos, de ambos os gêneros. O objetivo do estudo foi comparar a latência das ondas I,

III e V e os interpicos I-III, III-V e I-V. Concluiu-se que os homens apresentam um

tempo de latência maior que as mulheres, porém essa diferença não teve valor

significativo.

Hassan et al. (1997) estudaram as latências do PEATE de 40 indivíduos,

considerando diferença entre o gênero, a intensidade do estímulo e o perímetro

(24)

mulheres, independente da intensidade do estímulo, e que não há relação entre o

perímetro craniano e as latências do PEATE.

As mulheres geralmente apresentam o PEATE com latências absolutas e

interpicos mais precoces e com maior amplitude que os homens, provavelmente por

diferenças ocasionadas pelo gênero, anatomia do crânio e do cérebro. Essa diferença

é significativa e aumenta a sensibilidade diagnóstica do exame (Misulis, 2003).

Figueiredo et al. (2003) examinaram o PEATE de 16 mulheres portadoras de

hipotireoidismo subclínico sem tratamento medicamentoso. Ao comparar seus

resultados com os de 15 mulheres sadias, ambos os grupos com audição normal e

mesma faixa etária, descobriram um atraso das latências absolutas das ondas III e V

e de todos os intervalos interpicos, mostrando que mesmo antes de surgir qualquer

alteração no limiar psicoacústico pode haver algum comprometimento auditivo central.

Anias et al. (2004) avaliaram a influência da idade no PEATE, comparando

homens de 20 a 30 anos com homens acima de 60 anos. O estímulo utilizado foi o

clique, com uma intensidade previamente determinada para cada orelha, expressa em

Nível de Sensação (NS). Não foram encontradas diferenças significativas entre as

latências absolutas e interpicos entre os grupos estudados.

Para avaliar padrões normativos do PEATE, foi realizado um estudo em 60

indivíduos ouvintes normais de ambos os gêneros de 9 a 66 anos. Observou-se uma

diferença significativa para a latência absoluta da onda V e no intervalo interpico I-V

entre os gêneros, sendo os maiores valores no gênero masculino. Além disso, o

estudo encontrou uma diferença entre o valor das latências absolutas das ondas I, III

e do intervalo interpico I-V com os valores sugeridos pelo manual do próprio

equipamento utilizado, demonstrando a necessidade de padronizar cada

(25)

2.4 Quanto aos critérios de referência de normalidade

Diversas questões devem ser levadas em consideração antes de se realizarem

exames diagnósticos de PEATE, como o equipamento utilizado, a característica do

estímulo, o local do exame, a idade e o gênero do paciente (Hecox et al., 1976; Hall,

1992).

É perigoso para um laboratório interpretar exames de PEATE sem antes fazer

uma padronização para estabelecer valores normativos de latências absolutas,

determinando e controlando os parâmetros do teste (Stockard et al., 1979).

Estudos normativos realizados com as latências absolutas e interpicos das

ondas I, III e V concluíram que estes valores trazem diversas informações não apenas

do limiar de audibilidade, como também na caracterização do tipo de perda auditiva e

da localização topográfica da lesão em nervo auditivo ou em tronco encefálico

(Steinhoff, 1988). Qualquer tipo de alteração auditiva, seja ela condutiva ou

neurossensorial, resulta em mudanças no traçado deste potencial (Gorga et al., 1985 ;

Musiek, et al., 1999; Munhoz et al., 2000; Cóser et al., 2008).

É essencial estabelecer uma padronização relacionada ao equipamento

utilizado, devido ao grande número de variações intrínsecas e extrínsecas a que o

exame está sujeito (Bento et al., 1988).

Flabiano et al. (2003) compararam os PEATE de adultos ouvintes normais

quanto às latências absolutas, aos intervalos interpicos, à amplitude das ondas e à

relação da amplitude V/I em dois equipamentos diferentes. Todos os itens estudados

apresentaram diferenças significativas entre os dois equipamentos, menos o intervalo

interpico III-V, utilizando a intensidade de 80 dBNAn. Portanto, o estudo concluiu que

o equipamento utilizado deve ser considerado na análise dos dados.

Assis et al. (2005), ao realizarem uma pesquisa de normatização do PEATE,

perceberam que não há diferenças estatisticamente significativas entre os gêneros e

as orelhas, num grupo de 20 mulheres e 10 homens adultos com limiares

psicoacústicos normais. Porém, concluíram que cada serviço deve investigar o seu

(26)

2.5 Quanto ao PEATE em perdas auditivas

Na perda auditiva condutiva a latência da onda V independe do nível de

intensidade do estímulo, enquanto que na perda coclear a latência da onda V diminui

com o aumento da intensidade do estímulo (Drift VDJFC et al., 1988).

Em perdas auditivas de grau leve a moderada nas altas frequências o traçado

do PEATE pode comportar-se semelhantemente a um traçado obtido em orelhas com

audição normal, com relação às latências absolutas (Matas, 2003).

A perda de audição pode resultar em uma dispersão da descarga do potencial

de ação do nervo auditivo, às vezes produzindo descargas separadas. O que pode

resultar em um formato de onda alterado, com picos que são frequentemente difíceis

de identificar com precisão (Misulis, 2003).

Toma e Matas (2003) utilizaram mascaramento contralateral no PEATE, para

avaliar 22 indivíduos com perda auditiva neurossensorial unilateral de grau profundo,

confirmada na audiometria tonal. Observou-se que, sem o mascaramento, na melhor

orelha a onda V pode ser visualizada em todos os participantes, porém com atraso na

latência. Ao se introduzir o mascaramento, a onda V esteve ausente em todos os

exames, na saída máxima do aparelho, sugerindo que as respostas anteriores eram

advindas da melhor orelha. O estudo comprova que o uso do mascaramento no

PEATE é necessário sempre que houver uma assimetria de limiares auditivos.

De acordo com pesquisas, perdas auditivas neurossensoriais nas frequências

altas de origem coclear comprometem a morfologia das ondas do PEATE, assim

como disfunções retrococleares, podendo não alterar as latências absolutas apenas

em casos de perdas auditivas de grau leve a moderado (Matas et al. 2005).

Matas et al. (2006) pesquisaram os potenciais evocados em 24 adultos acima

de 50 anos, com audição normal ou com perda auditiva neurossensorial de grau até

moderadamente severo no PEATE e de grau até moderado no Potencial Evocado

Auditivo de Média Latência e no P300. Os pacientes foram divididos em 3 grupos por

(27)

ocorrer um maior número de alterações, dentre elas a mais comum no grupo com

maior idade foi a ausência de respostas. Assim, uma vez que a degeneração da via

auditiva do tronco encefálico pode ocorrer de formas variadas, são evidenciadas

(28)

3 MÉTODOS

Neste capítulo são descritas as etapas realizadas para possibilitar atingir o

objetivo proposto de “Padronizar as respostas do PEATE por meio de um novo

equipamento desenvolvido no Brasil”. São descritos os cuidados com a ética, a

casuística selecionada, os parâmetros do exame e as avaliações realizadas, bem

como o método estatístico.

O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa (CEP) institucional da

UNCISAL em 07 de agosto de 2007, com o protocolo número 715 e pelo comitê de

ética e pesquisa (CEP) institucional da UNIFESP em 19 de junho de 2009, com o

protocolo número 542/09 (Anexo 1). Todos os participantes voluntários receberam

esclarecimentos sobre a pesquisa e foram incluídos aqueles que aceitaram e

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O termo de Consentimento

livre e esclarecido encontra-se no Anexo 2.

3.1 Local de realização da pesquisa

Os exames foram realizados no Laboratório de Audiologia Dr. Marco Antônio

Mota Gomes, da Faculdade de Fonoaudiologia da Universidade Estadual de Ciências

da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e na Clínica de Otorrinolaringologia SINUS, ambos

localizados na cidade de Maceió – AL.

3.2 Amostra

Após divulgação direcionada para os funcionários, professores e alunos da

UNCISAL, localizada na cidade de Maceió, os participantes compareceram

espontaneamente e foram escolhidos por conveniência da pesquisadora. A seleção

dos pacientes com perda auditiva neurossensorial foi realizada nos prontuários do

(29)

Os voluntários não receberam nenhuma forma de auxílio monetário para a

realização do experimento, contudo obtiveram uma cópia de resultado de toda a

avaliação auditiva realizada.

Foram selecionados 76 ouvintes normais, sendo 35 do gênero masculino (70

orelhas) e 41 do gênero feminino (82 orelhas), com idade entre 18 e 49 anos, para

serem submetidos ao exame de PEATE com o Novo Equipamento Desenvolvido.

Este grupo desta forma avaliado foi denominado de Grupo Experimental 1, abreviado

GE1.

Para avaliar a especificidade da pesquisa da integridade da via auditiva por

meio do equipamento NED, outro grupo constituído por 15 ouvintes normais (30

orelhas), sendo seis homens e nove mulheres, com idades entre 21 e 46 anos, de

ambos os gêneros com a mesma faixa etária, para realizar o PEATE no EP15 /

Interacoustic e no NED. As respostas dos indivíduos obtidas no EP15 constituíram o Grupo Ouro 1, abreviado GO1. As respostas dos mesmos indivíduos obtidas no NED,

constituíram o Grupo Experimental 2, abreviado GE2.

Para avaliar a sensibilidade do exame realizado pelo novo equipamento um

grupo com 15 voluntários (8 homens e 7 mulheres) com perda auditiva

neurossensorial bilateral (30 orelhas), com idades entre 18 e 50 anos, com limiares

auditivos iguais ou inferiores a 60 dBNA, com mesma faixa etária dos grupos

anteriores, de ambos os gêneros, foi selecionado para realizar o PEATE no EP15 /

Interacoustic e foi denominado grupo ouro 2, abreviado GO2 e nos mesmos indivíduos foi também realizado o PEATE com o NED, e este grupo desta forma

avaliado foi denominado de Grupo Experimental 3, abreviado GE3.

Sendo assim, a casuística ficou constituída por 106 indivíduos, todos

residentes na Cidade de Maceió, Estado de Alagoas.

3.3 Critérios de inclusão

O grupo de normo-ouvintes foi constituído de adultos com limiares de

(30)

audiometria de tons puros, com diferenças entre as orelhas, por frequência, iguais ou

inferiores a 10 dB.

O grupo com perda auditiva neurossensorial bilateral foi constituído por adultos

com limiares de audibilidade alterados, isto é, entre 25 e 60 dB NA para as

frequências de 2000 a 8000 Hz da audiometria por tom puro. Os limiares de 250, 500

e 1000 Hz poderiam estar ou não alterados.

Todos os participantes incluídos deviam possuir faixa etária desde 18 anos até,

no máximo, 51 anos.

3.4 Critérios de exclusão

Exposição a ruído ocupacional ou de lazer, cirurgias no ouvido, mais de três

infecções de ouvido no ano corrente, uso de medicação ototóxica e casos hereditários

de surdez, para o grupo normo-ouvintes, denominado de grupos experimental 1 e 2 e

ouro 1.

Para o grupo com perda auditiva neurossensorial que foi denominado de grupo

experimental 3 e ouro 2 foram excluídos os pacientes com queixa de perda auditiva

flutuante.

3.5 Procedimentos

Inicialmente aplicou-se um questionário para a triagem dos participantes. Em

seguida o protocolo de pesquisa foi explicado oralmente. Após a assinatura do termo

de consentimento livre e esclarecido, os seguintes procedimentos, foram realizados:

3.5.1 Otoscopia

Para a inspeção do meato acústico externo e da integridade da membrana

(31)

esterilizados. Essa observação visual teve a finalidade de certificar ausência de

cerúmen e/ou corpo estranho no meato acústico externo, que poderiam comprometer

o exame.

3.5.2 Audiometria tonal liminar

A audiometria tonal liminar, utilizando o Audiômetro AC40 da marca

Interacoustic, com tom puro pulsátil, foi realizada em cabine acústica. Os limiares foram pesquisados por meio da técnica descendente, com intervalos de 10 dB e a

confirmação das respostas pela técnica ascendente, com intervalos de 5 dB.

Avaliaram-se as frequências: 0,25 kHz, 0,5 kHz,1 kHz; 2 kHz, 3 kHz, 4 kHz, 6 kHz, 8

kHz por via aérea e 0,5 kHz,1 kHz; 2 kHz, 3 kHz e 4 kHz por via óssea. A cabine

acústica seguiu as recomendações da ANSI 3.1 – 1991. O tempo utilizado para esse

exame não excedeu 10 minutos.

3.5.3 Exame PEATE

3.5.3.1 Configuração do exame

Na configuração dos parâmetros específicos do teste foram utilizados como

estímulos cliques não filtrados, que abrangem uma faixa de frequência de 2 a 4 kHz,

com duração de 100 microsegundos (µs), frequência de estimulação de 13,1

cliques/s, intensidade de 80 dB NAn, na polaridade rarefeita (negativa) para cada

orelha. As avaliações dos potenciais evocados realizadas foram conduzidas apenas

quando a impedância entre os eletrodos conectados à pele eram inferiores a 2 kΩ e

as diferenças intereletrodos abaixo de 1 kΩ. A velocidade foi selecionada desta forma

para gerar respostas com morfologia das ondas do PEATE melhor definidas, já que

se tratava de um equipamento experimental. Os demais parâmetros do protocolo

seguiram a recomendação convencional para esse tipo de exame na pesquisa da

(32)

3.5.3.2 Limpeza da pele

A limpeza da pele foi feita de modo convencional, utilizando a pasta abrasiva

Nuprep e algodão nas regiões onde os eletrodos iriam ser fixados.

3.5.3.3 Equipamentos para o PEATE

A descrição do novo equipamento desenvolvido (NED) encontra-se no

apêndice 1. Este equipamento utilizado neste estudo foi construído por Menezes

(2008), no Centro de Instrumentação, Dosimetria e Radioproteção da Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, que pertence à Universidade de São

Paulo (USP), com a colaboração do Laboratório de Instrumentação e Acústica da

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL).

O equipamento EP15 foi desenvolvido na Dinamarca, de marca e fabricação

Interacoustic, para a avaliação de potenciais auditivos de dois canais, que permitem a

execução de exames de curta latência. É comercializado no Brasil e usado em

centros de diagnóstico audiológico em todo o mundo.

3.5.3.4 Avaliação do PEATE

Os voluntários foram acomodados em uma maca, em decúbito dorsal, de

maneira confortável, com o objetivo de permitir um adequado relaxamento muscular.

Durante o exame permaneceram com os olhos fechados. Não foi feito nenhum tipo de

sedação. Após a limpeza da pele com aplicação de pasta abrasiva, foram fixados

eletrodos descartáveis da marca Meditrace 200, próprios para PEATE. O eletrodo

terra foi colocado na região maxilar, na face, os eletrodos negativos (A2 e A1)

relacionados à orelha direita (OD) e à orelha esquerda (OE) respectivamente, fixados

nas mastóides; o eletrodo positivo (Fpz) fixado no lobo frontal, ao nível do plano

sagital, perto da implantação dos cabelos, conforme a norma International System of Electrode Placement. O fone de inserção usado foi o DT48 da marca Beyerdynamic.

O teste mediu a latência absoluta em milissegundos (ms) das ondas I, III e V,

bem como as latências interpicos I-III, III-V e I-V para cada orelha e a amplitude das

(33)

O estímulo foi o clique não filtrado, com duração de 100 µs, num total de 2.000

estímulos, na polaridade negativa (rarefeita) a uma frequência de estimulação de 13,1

cliques/s, na intensidade de 80 dB nNA para cada orelha em cada equipamento nos

grupos ouro 1 e 2 e apenas no NED nos grupos experimental 1, 2 e 3. A janela de

análise foi de 10 ms e os filtros passa alto e passa baixo de 100 e 3000 Hz,

respectivamente. A duplicação de cada registro foi realizada para assegurar a

reprodutibilidade e fidedignidade das ondas.

Os exames no NED e no EP15 foram realizados no mesmo dia, aproveitando a

disponibilidade do sujeito e também os eletrodos já utilizados. Essa estratégia trouxe

a vantagem de minimizar qualquer mudança na colocação dos eletrodos, valorizando

a qualidade da amostra.

A avaliação do Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico aconteceu em

maca alcochoada, ambiente climatizado e o tempo dos exames não excedeu 30

minutos para a avaliação completa.

Todos os dados coletados foram armazenados no computador pessoal do

pesquisador sob acesso restrito de senha, evitando assim qualquer risco de

divulgação não autorizada.

Cabe destacar que em ambos os equipamentos, NED e EP15, o mesmo

protocolo de registro de resposta foi usado nas avaliações do PEATE.

Na interpretação dos exames por meio do EP15 os valores de referência

(34)

Quadro 1 - valores de referência de normalidade para o PEATE obtidos com o equipamento EP15 da marca Interacoustic

Componentes do PEATE

Estatística das Latências do EP15 Media (ms) Valor do DP Media +2,5 DP

I 1,38 0,09 1,60

III 3,46 0,15 3,83

V 5,32 0,17 5,74

I-III 2,08 0,22 2,63

III-V 1,86 0,07 2,03

I-V 3,92 0,18 4,37

Legenda: PEATE – Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico; ms – milissegundos; DP – Desvio-padrão

Essa referência foi feita com base nos traçados de PEATE de 20 orelhas, de 10

indivíduos de ambos os gêneros.

3.6 Medidas analisadas neste estudo

Foram analisadas as presenças das ondas I, III, V, suas latências absolutas, os

intervalos interpicos I-III, III-V e I-V para ambos os equipamentos o NED e o EP15

/Interacoustic. A amplitude das ondas I e V foram analisadas apenas no NED.

As respostas eletrofisiológicas (latências absolutas e interpicos) de 152

orelhas, de 76 ouvintes normais no novo equipamento (NED) que compuseram o

grupo experimental 1 foram comparadas segundo as variáveis gênero e orelha,

realizadas para obter o padrão de referência.

As respostas eletrofisiológicas (amplitude) de 74 orelhas, de 37 ouvintes

normais no novo equipamento (NED) que compuseram um subgrupo do grupo

experimental 1 foram comparadas considerando a morfologia da onda V em relação

à onda I .

As respostas eletrofisiológicas (latências absolutas e interpicos) em 30 orelhas

(35)

e foram comparadas com as respostas eletrofisiológicas obtidas nos mesmos

indivíduos por meio do equipamento tradicional, isto é, padrão ouro do mercado, que

formaram o grupo ouro 1. Isso foi feito para obter a especificidade do exame no NED.

As respostas eletrofisiológicas (latências absolutas e interpicos) em 30 orelhas

de outro grupo de 15 indivíduos com perda auditiva neurossensorial no NED

formaram o grupo experimental 3 foram comparadas com as respostas

eletrofisiológicas obtidas nos mesmos indivíduos por meio do equipamento tradicional,

isto é, padrão ouro do mercado, que formaram o grupo ouro 2. Isso foi feito para obter

a sensibilidade do exame para perdas auditivas neurossensoriais no NED.

Desta forma, foi possível verificar a efetividade do exame eletrofisiológico no novo

equipamento.

3.7 Método estatístico

3.7.1 Estimativa do tamanho da amostra

No início foram realizados dois cálculos diferentes para estimar o tamanho da

amostra, um para calcular o número de pessoas necessário para estabelecer o

padrão de normalidade das latências absolutas (I, III e V) e dos intervalos entre os

picos das ondas (I-III, III-V e I-V), e outro para a comparação dos resultados entre os

dois instrumentos de diagnóstico.

No primeiro cálculo o tamanho da amostra foi estimado por meio da fórmula

para médias infinitas, adotando-se 0,05 para o valor do erro alfa, 0,183 ms como o

maior desvio padrão entre as latências absolutas e os intervalos entre os picos (Anias

et al., 2004) e precisão absoluta de 0,05 ms. Assim, seriam necessárias 52 avaliações

para se obter o padrão de normalidade supracitado.

Para avaliar as diferenças entre os dois equipamentos de diagnóstico, o

tamanho da amostra foi estimado utilizando-se a fórmula para comparar diferenças

entre médias. Assim, entre os dois parâmetros que serão avaliados, as diferenças

entre as amplitudes e entre as latências, o primeiro possui maior desvio padrão e

(36)

realizados a partir dele. Deste modo, adotando-se 0,05 para o erro alfa, 0,1 para o

erro beta, 0,366 ms para o desvio padrão e 0,2 para a diferença mínima detectada

entre os grupos (Anias et al., 2004), o número estimado foi de 132 indivíduos.

Portanto, o estudo seria realizado com 132 indivíduos, uma vez que 52

avaliações não contemplariam os dois objetivos. Porém, o cálculo do tamanho da

amostra foi refeito, a partir dos resultados das coletas preliminares (teste piloto). No

primeiro cálculo o tamanho da amostra foi estimado pela fórmula para médias

infinitas, adotando-se 0,05 para o valor do erro alfa, 0,222 ms como o maior desvio

padrão entre as latências absolutas e os intervalos entre os picos encontrados nos

resultados preliminares e precisão absoluta de 0,05 ms. Assim, seriam necessárias 76

avaliações para se estabelecer o padrão de normalidade supracitado.

Para avaliar as diferenças entre os dois equipamentos de diagnóstico, os

cálculos foram refeitos, adotando-se um erro alfa de 0,05, um erro beta de 0,1, com o

desvio padrão encontrado de 0,1 μV, e com uma diferença mínima detectada entre os

grupos de 0,07, o que representa uma precisão ainda maior que as obtidas nos

cálculos do protocolo de pesquisa. O número estimado para o estudo proposto é de

76 casos.

O estudo pôde ser realizado, desta forma, com 76 casos, o que contemplou

todos os objetivos específicos aos quais ele se propôs.

3.7.2 Análise das respostas evocadas auditivas PEATE

A amostra dos dados obtidos em 76 indivíduos ouvintes normais (grupo

experimental 1) com o novo equipamento desenvolvido foi analisada por meio de

Estatística Descritiva, considerando-se gênero e orelha. Para analisar a normalidade

das amostras foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Além disso, utilizou-se o teste não paramétrico de Mann-Witney para comparação entre os gêneros e o de

(37)

Para a análise comparativa dos dados obtidos nos indivíduos em que o

procedimento (PEATE) foi realizado em dois equipamentos (NED e EP15

Interacoustic), utilizou-se o teste estatístico não-paramétrico de Wilcoxon, com nível de significância definido também em 0,05.

Para a análise comparativa dos dados obtidos nos indivíduos em que o

procedimento (PEATE) foi realizado em dois equipamentos (NED e EP15

Interacoustic), utilizou-se o teste T de Student emparelhado, com nível de significância definido também em 0,05, para os dois grupos.

Os valores dos intervalos interpicos não possuíam distribuição normal, por este

motivo a comparação entre os dois aparelhos foi feita com o teste não-paramétricos

de Wilcoxon.

O software utilizado para a obtenção dos cálculos foi o Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 17.0. Foram confeccionados tabelas e gráficos. Ainda, os p-valores calculados e considerados estatisticamente significantes foram

(38)

4 RESULTADOS

Neste capítulo, inicialmente são apresentados dados encontrados nos exames

realizados com o novo equipamento (grupo experimental 1). Posteriormente

aparecem os achados obtidos no mesmo indivíduo para cada um dos equipamentos,

o novo equipamento desenvolvido (grupo experimental 2) e o padrão ouro do

mercado (grupo ouro 1) e por último os achados obtidos no mesmo indivíduo, com

perda auditiva neurossensorial para cada um dos equipamentos, o novo (grupo

experimental 3) e o padrão ouro do mercado (grupo ouro 2).

4.1 Caracterização da amostra quanto à faixa etária e quanto aos grupos constituídos

Participaram deste estudo 106 indivíduos, sendo 91 normo-ouvintes e 15 com

perda auditiva neurossensorial até 60 dBNA.

A amostra utilizada para o grupo experimental 1 (GE1) foi composta por 76

indivíduos de ambos os gêneros, totalizando 152 orelhas, com faixa etária entre 18 e

49 anos, média de idade geral de 29 anos e desvio padrão de 8,4 anos. A média de

idade dos homens foi de 26,3 anos e desvio padrão de 7,7 anos e para as mulheres

foi de 31,2 anos com desvio padrão de 8,2 anos. Para obter o padrão de referência de

normalidade das respostas PEATE com o NED, o cálculo amostral de 76 indivíduos

foi seguido conforme recomendação estatística.

Participaram também deste estudo 15 voluntários normo-ovintes, sendo seis

homens e nove mulheres, o que representou 30 orelhas, que foram avaliadas nos

dois equipamentos: NED (grupo experimental 2, GE2) e EP-15 Interacoustic, padrão ouro do mercado (grupo ouro 1, GO 1). A faixa etária variou entre 21 e 46 anos, com

média de idade de 28,6 anos e desvio padrão de 7,2 anos.

Por fim, participaram 15 voluntários com perda auditiva neurossensorial, sendo

oito homens e sete mulheres, o que representou 30 orelhas, que foram avaliadas nos

(39)

ouro do mercado (grupo ouro 2, GO 2). Com faixa etária entre 18 e 50 anos, média de

idade de 41,1 anos e desvio padrão de 9,7 anos. A perda auditiva do tipo

neurossensorial dos indivíduos participantes desta pesquisa e as respectivas médias

dos limiares de audibilidade de 2000 a 4000Hz estão mostrados no anexo 6.

4.2 Padronização do PEATE

4.2.1 Estudo das latências

As respostas individuais dos registros das latências das ondas I, III, V e dos

intervalos interpicos do PEATE foram mostradas no anexo 3. Os valores da estatística

descritiva das respostas obtidas por meio do NED foram mostrados na tabela 1 para

esse grupo de indivíduos, denominados abreviadamente de GE1.

Tabela 1- Estatística descritiva das respostas registradas no NED para GE1

Ondas e interpicos Idade I III V I-III III-V I-V

Média 29,02 1,50 3,57 5,53 2,06 1,96 4,02 Intervalo de confiança inf 28,07 1,48 3,55 5,50 2,04 1,93 4,00

Intervalo de confiança sup 29,97 1,52 3,59 5,55 2,09 1,98 4,05

Mediana 27,00 1,53 3,59 5,53 2,06 2,00 4,00 Desvios-padrão 8,40 0,15 0,18 0,21 0,19 0,21 0,21

Valor mínimo 18,00 1,00 2,94 5,06 1,59 1,30 3,47 Valor máximo 49,00 1,94 4,06 6,12 2,71 2,65 4,53

Na tabela 2 as medidas descritivas das respostas foram apresentadas

(40)

Tabela 2- Medidas descritivas das latências médias do PEATE e Desvios-padrão (DP) por gênero no GE1

Ondas e interpicos I III V I-III III-V I-V Homens

Média 1,51 3,61 5,59 2,10 1,97 4,07 Intervalo de confiança inf. 1,49 3,59 5,55 2,06 1,93 4,03 Intervalo de confiança sup. 1,54 3,64 5,62 2,13 2,01 4,10 Mediana 1,53 3,62 5,59 2,11 2,00 4,06 Desvios-padrão 0,18 0,16 0,20 0,18 0,22 0,20 Valor mínimo 1,06 3,12 5,12 1,65 1,35 3,47 Valor máximo 1,94 4,00 6,06 2,65 2,47 4,52

Mulheres

Média 1,49 3,53 5,48 2,04 1,95 3,99 Intervalo de confiança inf. 1,46 3,50 5,45 2,01 1,91 3,95 Intervalo de confiança sup. 1,51 3,56 5,51 2,07 1,98 4,02 Mediana 1,47 3,53 5,47 2,05 1,94 4,00 Desvios-padrão 0,15 0,18 0,20 0,19 0,21 0,21 Valor mínimo 1,00 2,94 5,06 1,59 1,30 3,47 Valor máximo 1,88 4,06 6,12 2,71 2,65 4,53

(41)

Tabela 3 – Estatística descritiva das latências do PEATE por orelha no GE1 Ondas e interpicos I III V I-III III-V I-V

Orelha Direita

Média 1,50 3,58 5,54 2,08 1,95 4,03 Intervalo de confiança inf. 1,48 3,55 5,50 2,04 1,91 3,99 Intervalo de confiança sup. 1,52 3,61 5,57 2,11 1,99 4,07 Mediana 1,47 3,59 5,53 2,06 2,00 4,06 Desvios-padrão 0,14 0,18 0,22 0,19 0,22 0,22 Valor mínimo 1,18 3,12 5,06 1,65 1,30 3,47 Valor máximo 1,94 4,06 6,12 2,71 2,65 4,53

Orelha esquerda

Média 1,49 3,55 5,52 2,05 1,96 4,02 Intervalo de confiança inf. 1,47 3,52 5,49 2,02 1,93 3,99 Intervalo de confiança sup. 1,52 3,58 5,55 2,08 2,00 4,05 Mediana 1,53 3,59 5,53 2,06 2,00 4,00 Desvios-padrão 0,15 0,18 0,20 0,19 0,21 0,20 Valor mínimo 1,00 2,94 5,12 1,59 1,35 3,47 Valor máximo 1,88 3,94 6,06 2,65 2,47 4,53

Na tabela 4 foram apresentados os valores de p, utilizando o teste estatístico

de Mann-Witney U para gêneros e o teste estatístico de Wilcoxon para orelhas.

Tabela 4- P valores calculados para comparar as respostas do PEATE para gêneros e orelhas no GE1

Ondas e interpicos I III V I-III III-V I-V

Gêneros Mann-Witney U 0,187 0,000* 0,000* 0,007* 0,276 0,001*

Orelhas Wilcoxon 0,817 0,152 0,522 0,282 0,640 0,646

(42)

4.2.2 Estudo das amplitudes

A análise das amplitudes das ondas I e V são apresentadas na tabela 5. O

resultado mostrou valor médio de 0,384 µV para a onda I e um valor médio de 0,825

µV para a onda V. Foram observados em três orelhas (8,10%) traçados cujas

amplitudes das ondas V e I mostraram uma relação inferior a 1 µV, e em 34 orelhas

(91,90%) superiores a 1 µV.

Tabela 5 - Estatística descritiva da amplitude das ondas I e V e da relação da amplitude V/I Ondas e interpicos I V V/I

Média 0,384 0,825 2,49

Intervalo de confiança inf. 0,2 0,25 2,98 Intervalo de confiança sup. 0,8 1,53 2,01

Mediana 0,4 0,8 2,25

Desvios-padrão 0,198 0,356 1,48 Valor mínimo 0,1 0,2 0,6 Valor máximo 0,8 2 8

4.3 PEATE entre dois equipamentos no mesmo indivíduo

As medidas descritivas das latências do PEATE, para as 30 orelhas

(43)

Tabela 6- Estatística descritiva do GE2 e GO1

Ondas e interpicos Idade I III V I-III III-V I-V GE2

Média 28,66 1,35 3,40 5,39 2,05 2,03 4,09 Intervalo de confiança inf. 25,94 1,30 3,33 5,31 1,97 1,95 4,00

Intervalo de confiança sup. 31,38 1,39 3,47 5,47 2,13 2,12 4,18

Mediana 26,00 1,31 3,39 5,38 2,08 2,08 4,11 Desvios-padrão 7,28 0,12 0,19 0,20 0,20 0,22 0,23

Valor mínimo 21,00 1,16 3,02 5,02 1,63 1,51 3,59 Valor máximo 46,00 1,68 3,77 5,82 2,36 2,44 4,54

GO1

Média 28,66 1,36 3,42 5,38 2,07 1,95 4,02 Intervalo de confiança inf. 25,94 1,30 3,36 5,30 2,02 1,90 3,97

Intervalo de confiança sup. 31,38 1,40 3,48 5,45 2,11 2,00 4,08

Mediana 26,00 1,33 3,38 5,33 2,05 1,96 4,00 Desvios-padrão 7,28 0,13 0,15 0,19 0,11 0,13 0,14

(44)

1,36 3,42 5,38 2,07 1,95 4,02 1,35 3,4 5,39 2,05 2,03 4,09 0 1 2 3 4 5 6

Onda I Onda III Onda V intepico I-III interpico III-V interpico I-V

Latência (ms) EP15

NED

Figura 1 - Valor médio das latências absolutas das ondas I, III, e V e dos interpicos I-III, III-V e I-V do PEATE obtidas no mesmo indivíduo para os dois equipamentos de avaliação EP15 (GO1) e NED (GE2

Tabela 7- P-valores calculados por meio do Teste de Wilcoxon para as latências do PEATE, ondas I, III e V e seus interpicos para comparar as respostas do GE2 e GO1

Ondas e Interpicos I III V I-III III-V I-V

Latência Valor de p 0,980 0,580 0,424 0,871 0,057 0,147

Na análise do p-valor descrito na tabela 7 obtido por meio do teste estatístico

não-paramétrico de Wilcoxon, observou-se que não existiram diferenças significantes

entre os registros dos dois equipamentos, para as latências das ondas I, III e V e seus

interpicos.

4.4 Registro das respostas do PEATE para o NED e EP15 no mesmo indivíduo com perda auditiva neurossensorial

As medidas descritivas das latências do PEATE, para as 30 orelhas com perda

(45)

Tabela 8- Estatística descritiva do GE3 e GO2

Ondas e interpicos Idade I III V I-III III-V I-V GE3

Média 40,13 1,46 3,52 5,62 2,05 2,09 4,15 Intervalo de confiança inf. 36,33 1,40 3,46 5,54 1,99 2,01 4,08

Intervalo de confiança sup. 43,92 1,52 3,58 5,70 2,12 2,17 4,22

Mediana 43,00 1,45 3,49 5,59 2,07 2,04 4,18 Desvios-padrão 10,16 0,15 0,16 0,22 0,17 0,21 0,19

Valor mínimo 18,00 1,18 3,25 5,30 1,67 1,78 3,67 Valor máximo 50,00 1,81 3,98 6,15 2,38 2,56 4,63

GO2

Média 40,13 1,44 3,54 5,55 2,09 2,01 4,11 Intervalo de confiança inf. 36,33 1,37 3,45 5,45 2,04 1,95 4,04

Intervalo de confiança sup. 43,92 1,51 3,62 5,65 2,15 2,06 4,17

Mediana 43,00 1,40 3,47 5,51 2,10 2,01 4,09 Desvios-padrão 10,16 0,19 0,23 0,26 0,15 0,14 0,17

Valor mínimo 18,00 1,17 3,27 5,20 1,80 1,70 3,73 Valor máximo 50,00 2,07 4,30 6,33 2,53 2,30 4,47

1,44 3,54 5,55 2,09 2,01 4,11 1,46 3,52 5,62 2,05 2,09 4,15 0 1 2 3 4 5 6

Onda I Onda III Onda V intepico I-III interpico III-V interpico I-V

Latência (ms) EP15

NED

Figura 2 - Valor médio das latências absolutas das ondas I, III, e V e interpicos do PEATE para os dois equipamentos de avaliação EP15 (GO2) e NED (GE3)

(46)

Na tabela 9 foram apresentados os registros por meio dos dois equipamentos

em indivíduos com perda auditiva neurossensorial, para as latências das ondas I, III e

V e seus interpicos.

Tabela 9- P-valores calculados por meio do Teste de Wilcoxon para as latências do PEATE, ondas I, III e V e seus interpicos para comparar as respostas do GE3 e GO2

Ondas e Interpicos I III V I-III III-V I-V

Latência Valor de p 0,343 0,720 0,069 0,289 0,120 0,156

Mostrou-se na figura 3 um exemplo de registro do PEATE com o NED e o

EP15 em um indivíduo normo-ouvinte e na figura 4, um exemplo de registro do

PEATE com o NED e o EP15 em um indivíduo com perda auditiva neurossensorial.

Figura 3 - Exames realizados no mesmo indivíduo normo-ouvinte com o Novo Equipamento Desenvolvido e com o EP15 da marca Interacoustc

I III

(47)

Figura 4 - Exames realizados no mesmo indivíduo com perda auditiva neurossesorial com o Novo Equipamento Desenvolvido e com o EP15 da marca Interacoustc

V I

(48)

5 DISCUSSÃO

Neste capitulo, inicialmente, foram realizados os comentários sobre a história

dos potenciais evocados auditivos de curta latência, sobre a metodologia utilizada e,

posteriormente, os comentários sobre os dados obtidos neste estudo, seguindo-se a

sequência de apresentação dos resultados e finalmente a comparação com a

literatura especializada.

5.1 Comentários sobre a História do PEATE e sobre a metodologia utilizada

5.1.1 Sobre a história

O primeiro potencial evocado auditivo (PEA) no ser humano foi captado e

reconhecido como resposta a estímulos acústicos, em 1939, por Pauline Davis. Essas

respostas foram chamadas de “potenciais V”, por serem mais evidentes quando

registradas no vertéx do crânio. (Russo, 1993; Figueiredo e Castro Júnior, 2003).

Na década de 1960, com a introdução de promediadores computadorizados,

houve um grande desenvolvimento da audiometria eletrofisiológica e sua aplicação

clínica se tornou confiável. (Figueiredo e Castro Júnior, 1994).

Jewett e Williston (1970 e 1971) foram os primeiros autores a registrar e

publicar a Audiometria de Tronco Encefálico em humanos, uma resposta composta de

uma série de cinco a sete picos, que sugeriram representar a atividade neuroelétrica

em núcleo auditivo e tratos nervosos do tronco encefálico. Os picos foram

denominados em numerais romanos de I a VII, para identificar os componentes do

Potencial Evocado Auditivo Tronco Encefálico (Hall, 2006; Figueiredo e Castro Júnior,

2003).

Porém, apenas em 1980 estes exames se tornaram de alta confiabilidade,

como complemento da avaliação de pacientes com deficiência auditiva

neurossensorial, facilitando o topodiagnóstico de lesões auditivas (Figueiredo e

(49)

Por definição, os PEA são atividades bioelétricas causadas por uma

estimulação auditiva e podem ser classificados em precoces, médios ou tardios,

segundo Picton et al. (1974). O mais utilizado clinicamente é o precoce, que é

denominado Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico. Sua reprodutibilidade

e propriedades de localização ocorrem entre 0 e 10 milissegundos (ms) após o

estímulo sonoro. A presença ou não dessas respostas, ocorrendo dentro de um

determinado tempo (latência), permite avaliar a Via Auditiva no tronco encefálico

(Matas, 2003).

A eletrofisiologia clínica não-invasiva e a medida dos PEA assumiram grande

importância na audiologia clínica, incluindo as aplicações no diagnóstico diferencial,

estimativa da sensibilidade auditiva, triagem auditiva neonatal e monitoramento

intraoperatório (Durrant e Ferraro, 2001).

5.2 Sobre o método

5.2.1 Critérios utilizados

Os parâmetros mais habitualmente utilizados para avaliar a integridade da via

auditiva em adultos utilizando o PEATE incluem: latências absolutas das ondas I, III e

V, diferença interaural da latência da onda V, da relação da amplitude V-I e latências

interpicos I-III, III-V e I-V (Mallinson, 1986; Hood, 1998; Flabiano et al., 2003). Esses

valores devem ser conhecidos para interpretação da integridade da via auditiva

(Tenório et al., 2007)

Por se tratar apenas da comparação dos resultados encontrados nos valores

das latências em ouvintes normais e não de diagnóstico de lesões do tronco

encefálico, o presente estudo não pesquisou a diferença interaural da onda V.

O ritmo e a duração de apresentação do estímulo utilizado podem afetar

diretamente o limiar auditivo eletrofisiológico, o que justifica a existência de

diferença entre o limiar psicoacústico tonal puro e o limiar auditivo eletrofisiológico

Referências

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