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Gestão do conhecimento e do capital intelectual: mapeamento da produção acadêmica brasileira de 1997 a 2011 nos encontros da ANPAD.

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br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

G

ESTÃO DO

C

ONHECIMENTO E DO

C

APITAL

I

NTELECTUAL

:

MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO

ACADÊMICA BRASILEIRA DE

1997

A

2011

NOS

E

NCONTROS DA

ANPAD

Robe r t o Pin t o de Ar a u j o*

An t ôn io Pa u lo M ot t in* *

José Fr a n cisco de Ca r v a lh o Re z e n de* * *

Resumo

O

pr esent e est udo t em com o obj et ivo dem ar car a pr odução cient ífi ca brasileira em Gest ão do Conhecim ent o e do Capit al I nt elect ual, ent r e 1997 e 2011, t endo por foco t rabalhos apr esent ados nos Encont r os Anuais da ANPAD – ENANPAD. Tendo com o pont o de par t ida os ENANPAD, foram levant ados 9.027 ar t igos. A operacionalização possibilit ou ident ifi -car : os ar t igos r elacionados à Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual; os t em as que os pesquisador es est ão abor dando; os m ét odos de pesquisa pr edom inant es em cada t rabalho; os aut or es dos ar t igos e fi liação acadêm ica; e os t ipos de r efer ências ut ilizadas nos t rabalhos. Em seguida, as infor m ações colet adas foram t rat adas quant it at iva e qualit at ivam ent e, sendo para isso ut ilizado o m odelo de r ever sibilidade. A pesquisa per m it iu ident ifi car 272 ar t igos r elaciona-dos à Gest ão do Conhecim ent o ( GC) e Capit al I nt elect ual ( CI ) , com publicação concent rada nos últ im os quat r o anos, levando a infer ir que essas publicações são r ecent es. Quant o aos aut or es, per cebe- se que os t rabalhos em par cer ia ( m ais de 80% do t ot al dos t rabalhos) pr evalecem sobr e as publicações individuais. Acr edit a- se que esse m apeam ent o cont r ibuir á de for m a efet iva para visualização dos at or es e do cor po de conhecim ent o, est im ulando o debat e sobr e a pr odução cient ífi ca em GC e CI no Brasil.

Pa la v r a s- ch a v e : Gest ão do conhecim ent o. Capit al int elect ual. At ivos int angíveis.

Knowledge Management and Intellectual Capital: mapping Brazilian academic

production from 1997 to 2011 at the ANPAD meetings

Abstract

T

he pr esent st udy descr ibes Brazilian scient ifi c pr oduct ion in Know ledge Managem ent and I nt ellect ual Capit al in t he year s 1997- 2011, based on t he paper s pr esent ed at t he Annual Meet ing of ANPAD - ENANPAD. Taking ENANPAD as a st ar t ing point , 9,027 ar t icles w er e collect ed. Papers relat ed t o Knowledge Managem ent and I nt ellect ual Capit al were ident ifi ed; issues t hat r esear cher s ar e addr essing; r esear ch m et hods pr evailing in each st udy; aut hor s of ar t icles and academ ic affi liat ion, and t he t ypes of r efer ences used in t he w or k. Then, t his infor-m at ion was t r eat ed quant it at ively and qualit at ively using t he r ever sibilit y infor-m et hod. The sear ch ident ifi ed 272 ar t icles r elat ed t o Know ledge Managem ent ( KM) and int ellect ual capit al ( I C) , w it h publicat ions concent rat ed in t he last four year s, t hus r ecent . As for t he aut hor s, m ost w er e done in collaborat ion ( m or e t han 80% of t ot al num ber of w or ks) t han individual r esear ch. I t is believed t hat t his m apping cont r ibut es effect ively t o displaying t he act or s and t he body of know ledge, st im ulat ing debat e on t he scient ifi c pr oduct ion in KM and I C in Brazil.

Ke y w or ds: Know ledge m anagem ent . I nt ellect ual capit al. I nt angible asset s.

* Mest r e em Ciências Cont ábeis pela Univer sidade do Est ado do Rio de Janeir o – UERJ. Pr ofessor Assis-t enAssis-t e da Univer sidade Veiga de Alm eida – UVA, Rio de Janeir o/ RJ/ Br asil. Ender eço: Av. Gal. Felicíssim o Car doso, 500, Bar r a da Tij uca. Rio de Janeir o/ RJ. CEP: 20745- 200. E- m ail: bet opint @gm ail.com * * Mest r e em Ciências Cont ábeis pela UERJ. Pr ofessor Auxiliar da Univer sidade Feder al do Rio de Janeir o – UFRJ, Rio de Janeir o/ RJ/ Br asil. E- m ail: apm ot t in@yahoo.com .br

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Introdução

A

s or ganizações que sobr ev iveram às infl ex ões det er m inadas pelas m udanças am bient ais, int ensifi cadas a par t ir da últ im a década, pr ecisam acom panhar as t ransfor m ações cont ínuas na est r ut ura pr odut iva e nas r elações de pr odução, além de absor ver padr ões inst áveis e com plexos r elacionados com novas confi -gurações de negócio cent radas no conhecim ent o exist ent e e pot encial, em t ecnologia de infor m ação e at ivos int angíveis.

Seguindo essa necessidade, t alvez t endência, algum as universidades, inst it uições e pesquisador es brasileir os t êm dest inado at enção à econom ia, à or ganização e ao t rabalhador do conhecim ent o. Tais est udos t êm per m it ido m aior com pr eensão sobr e a im por t ância de t r ês pont os fundam ent ais: ( i) as t ransfor m ações que est ão ocor r endo na sociedade at ual e que est ão levando a hum anidade da era indust r ial para a era do conhecim ent o; ( ii) os fat or es decisivos que est ão pr ovocando essas t ransfor m ações; e ( iii) a evolução para a era do conhecim ent o.

Grande par t e da lit erat ura r elat a que a const it uição da Gest ão do Conhecim ent o e do Capit al I nt elect ual com o dom ínio cient ífi co se deu sim ult aneam ent e ao cr esci-m ent o ver t iginoso da I nt er net e da globalização da econoesci-m ia, o que t eesci-m pr ovocado um a sér ie de quest ões que m er ecem est udos e pesquisas apr ofundados, de nat ur eza acadêm ica, com o é o caso da Gest ão do Conhecim ent o, da Sust ent abilidade, da Ges-t ão do CapiGes-t al I nGes-t elecGes-t ual nas Or ganizações, do Em pr eendedor ism o, do Desem penho I nst it ucional e da I novação Tecnológica.

O obj et ivo pr incipal dest e ar t igo é apr esent ar um panoram a pr elim inar da pr o-dução cient ífi ca em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual, t endo com o dem ar-cação os Encont r os Anuais da Associação Nacional dos Pr ogram as de Pós- Graduação em Adm inist ração – ENANPAD, r elat ivos aos anos de 1997 a 2011. Para lidar com a ext r em a diver sidade de ar t igos, pr ocur ou- se ( i) ident ifi car os ar t igos r elacionados à Gest ão do Conhecim ent o e ao Capit al I nt elect ual; ( ii) invest igar e descr ever os t em as que os pesquisador es est ão abor dando; ( iii) ident ifi car e r elacionar os m ét odos de pesquisa pr edom inant es em cada t rabalho; ( iv) r ealizar um a análise geral sobr e os aut or es dos ar t igos; e, fi nalm ent e, ( v) exam inar e classifi car as r efer ências ut ilizadas nos t rabalhos.

A Gestão, o Conhecimento e o Capital Intelectual

A evolução hist ór ica da econom ia e da gest ão em pr esar ial em nível m undial passa por pr ofundas t ransfor m ações que envolvem , inclusive, a est r ut ura social. A m udança para o t rabalho baseado no conhecim ent o r epr esent a enor m es desafi os sociais, m esm o para os países desenvolvidos, e faz em er gir um a sociedade baseada no capit al hum ano ( CRAWFORD, 1994) .

A sociedade do conhecim ent o, com o vem sendo considerada por aut or es do cam po econôm ico- em pr esar ial ( DRUCKER, 1998; CRAWFORD, 1994; SENGE, 1998) , e dos t rabalhador es do conhecim ent o, não é t radicional; r epr esent a um a r upt ura de conceit os ar raigados na esfera social e na est r ut ura pr odut iva, em pr esar ial e t ecno-lógica. I nst it uições com o sociedade, com unidade e fam ília, at é ent ão consideradas conser vadoras ( DRUCKER, 1998) , pr ocuram m ant er a est abilidade e evit ar ou, pelo m enos, desacelerar as m udanças. Lut a em vão! Pois elas, t am bém , sofreram m udanças a par t ir do conhecim ent o adquir ido.

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O conhecim ent o, com o a capacidade de aplicar a infor m ação a um t rabalho ou a um r esult ado específi co, é um a habilidade encont rada som ent e nos ser es hum anos. “ Som ent e os ser es hum anos são capazes de aplicar dest a for m a a infor m ação at ravés de seu cér ebr o ou de suas habilidosas m ãos” ( CRAWFORD, 1994, p. 21) .

Gestão do conhecimento e os modos de conversão

A Gest ão do Conhecim ent o ( GC) é um fat or ou elem ent o cr ít ico para o sucesso de um a or ganização, e, por isso, t em sido t ão int ensam ent e est udada em adm inis-t ração ( VERKASALO; LAPPALAI NEN, 1998) . Apr eseninis-t a dom ínio m ulinis-t idisciplinar e, na adm inist ração, m ant ém fort e ligação com m udanças, m elhores prát icas, reengenharia de processos de negócios e benchm arking ( LI EBOWI TZ, 1999) . Com a presença de t ais caract er íst icas, pode- se dizer que a GC não se for m at a apenas por um a per spect iva ou escola de pensam ent o focalizando sua est r ut uração.

Segundo Verkasalo e Lappalainen ( 1998) , as várias abordagens ou perspect ivas de GC podem ser agr upadas em t r ês escolas, confor m e o pr incípio t eór ico pr edom i-nant e, que, em bora int er- r elacionadas, cont ém caract er íst icas bem par t icular es: ( i) a escola da criação do conhecim ent o ( knowledge creat ion) , t endo em Nonaka e Takeuchi ( 1997) seus pr incipais expoent es e focalizando m ais int ensam ent e os m ecanism os de cr iação de novos conhecim ent os; ( ii) a escola das com pet ências essenciais ( cor e

com pet ence) , com a cont r ibuição de Leonar d ( 1995) , t endo um foco m ais volt ado em

desenvolver os r ecur sos e o apr endizado colet ivo que difer enciam a or ganização; e ( iii) a escola das bases de conhecim ent os ( know ledge base) , com inúm er os aut or es envolvidos, r elacionada ao em pr ego de t ecnologias com o a int eligência ar t ifi cial e sist em as especialist as em bases de conhecim ent os.

Para Ver kasalo e Lappalainen ( 1998) , das t r ês escolas, a que m ais pr oxim idade ou adequação possui com a necessidade de se ent ender a GC é a t eor ia apr esent ada na escola da cr iação do conhecim ent o ( know ledge cr eat ion) de Nonaka e Takeuchi ( 1997) , na qual a gest ão do conhecim ent o é enquadrada com o um conj unt o de conver sões do conhecim ent o. I sso por que, conceit ualm ent e, a conver são ser ia um pr ocesso essencialm ent e cr iador e dissem inador de novos conhecim ent os, o que é o foco principal dessa t eoria; e, em t erm os em píricos, porque aqueles aut ores const rui-ram e t est arui-ram sua t eor ia t endo com o base inovações ( novos pr odut os) execut adas em casos de conver são do conhecim ent o consideradas exem plar es e bem - sucedidas.

A m aior ia das defi nições dadas para Conhecim ent o conver ge com a caract e-r íst ica de que est e é foe-r m ado poe-r infoe-r m ação, que pode see-r expe-r essa, vee-r balizada e é, r elat ivam ent e, est ável ou est át ica, em com plet o r elacionam ent o com um aspect o m ais subj et ivo e não palpável, que est á na m ent e das pessoas e é, r elat ivam ent e, inst ável ou dinâm ico, e que envolve exper iência, cont ext o, int er pr et ação e r efl exão ( POLANYI , 1966; NONAKA; TAKEUCHI , 1997) , sur gindo, daí, um a t ipologia básica.

O pr im eir o t ipo é o for m at o explícit o. O conhecim ent o é r elat ivam ent e fácil de codifi car, t ransfer ir e r eut ilizar, em papel ou m eios elet r ônicos, for m alizado em t ext os, gr áfi cos, t abelas, fi guras, desenhos, esquem as, diagram as et c.

O segundo t ipo, int r insecam ent e r elacionado ao pr im eir o, é o for m at o t ácit o, o conhecim ent o subj et ivo, habilidades iner ent es a um a pessoa, sist em a de ideias, per cepção e exper iência, sendo difícil de ser for m alizado, t ransfer ido ou explicado a out ra pessoa, pois r equer t em po e convivência.

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Qu a dr o 1 – Os Qu a t r o M odos de Con v e r sã o de Con h e cim e n t o

M odo D e fi n içã o I n dica dor e s ou Fa cilit a dor e s

Socialização Conver são de par t e do conhecim ent o t ácit o de um a pessoa em conhecim ent o t ácit o de out ra pessoa. Esse t ipo de conver são t am -bém é abor dado pelas t eor ias ligadas à cul-t ura or ganizacional e ao cul-t rabalho em gr upo.

( i) Ocor r e diálogo fr equent e e com unicação face a face; ( ii) br ainst or m ings, insigt hs e int uições são valor izados, dissem inados e analisados ( discut idos) sob vár ias per spec-t ivas ( gr upos hespec-t er ogêneos) ; ( iii) valor iza-- se o t rabalho do t ipo m est r eiza-- apr endiz: obiza-- ob-ser vação, im it ação e pr át ica acom panhada por um t ut or ; ( iv) há com par t ilham ent o de exper iências e m odelos m ent ais via t raba-lho em equipe, r edes e com unidades de pr át icas ( for m ação espont ânea e infor m al ent r e pessoas exper ient es em det er m ina-dos t em as) .

Ext er nalização Conver são de par t e do conhecim ent o t ácit o do indivíduo em algum t ipo de conhecim en-t o explícien-t o. Esse en-t ipo de conver são é pouco abor dado pelas t eor ias de adm inist ração.

( i) Repr esent ação sim bólica do conheci-m ent o t ácit o econheci-m conheci-m odelos, conceit os, hi-pót eses et c. const r uídos por m eio de m e-t áforas / analogias ou dedução / indução, fazendo uso de t oda r iqueza da linguagem fi gurada para t ent ar ext er nalizar a m aior fração possível do conhecim ent o t ácit o; ( ii) descr ição de par t e do conhecim ent o t áci-t o por m eio de planilhas, áci-t exáci-t os, im agens, fi guras, r egras, ( por exem plo, nos sist e-m as especialist as) , scr ipt s, design hist or y et c.; ( iii) r elat os orais e fi lm es ( gravação de r elat os orais e im agens de ocor r ências / ações) , r egist r o de det er m inada vivência. Colaboração Conver são de algum t ipo de conhecim ent o

explícit o gerado por algum indivíduo para agr egá- lo no conhecim ent o explícit o da or-ganização. Esse t ipo de conver são t am bém é abor dado pelas t eor ias ligadas ao pr oces-sam ent o e t ecnologia da infor m ação.

( i) Agr upam ent o ( classifi cação, t axonom ia, sum ar ização) e pr ocessam ent o de difer en-t es conhecim enen-t os explícien-t os.

I nt er nalização Conver são de par t e do conhecim ent o ex-plícit o da or ganização em conhecim ent o t ácit o do indivíduo. Esse t ipo de conver são t am bém é abor dado pelas t eor ias ligadas à apr endizagem or ganizacional.

( i) leit ura / visualização e est udo indivi- dual de docum ent os de difer ent es for m at os / t ipos ( t ext os, im agens et c.) ; ( ii) pr át ica individual ( lear ning by doing) ; ( iii) r eint er-pr et ar / r eexper im ent ar, individualm ent e, vivências e pr át icas ( pr act ices and leassons

lear ned) .

Font e: Nonaka e Takeuchi ( 1997, p. 77) .

Para que a int eração ent r e esses quat r o m odos de conver são de conhecim ent o sej a ot im izada, Nonaka e Takeuchi ( 1997) pr opõem as seguint es condições capaci-t adoras: incapaci-t enção or ganizacional ( m ecapaci-t as) ; aucapaci-t onom ia; fl ucapaci-t uação ou “ caos” cr iacapaci-t ivo; r edundância ( super posição int encional) ; e var iedade de r equisit os ( diver sidade or-ganizacional) .

Os ciclos de conver são do conhecim ent o, passando vár ias vezes por esses qua-t r o m odos, for m am um a espiral que ser ve para analisar e enqua-t ender os m ais diver sos casos de cr iação e dissem inação do conhecim ent o, sendo que cada caso t er á suas par t icular idades.

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e prát icas afi ns à aprendizagem organizacional e suas im plicações no desenvolvim ent o de com pet ências pr ofi ssionais e sua t ransfor m ação em per for m ance or ganizacional ao longo da cadeia de valor de um a em pr esa, clust er ou indúst r ia ( GARVI N, 1993; RUGGLES, 1997; DAVENPORT et al., 1998; ARGYRI S, 1998) .

Os trabalhos do conhecimento enquanto capital intelectual

Um a das pr incipais indagações que hoj e se apr esent am diz r espeit o a com o algum as em pr esas, not adam ent e as da nova econom ia, podem obt er um a valoração no m er cado de ações m uit o acim a do seu valor cont ábil. Com o poder iam valer duas, cinco, dez vezes o valor dos seus at ivos r egist rados no seu balanço pat r im onial? Sveiby ( 1998) , nest a per spect iva, quest iona, “ qual é a nat ur eza desse valor adicional per cebido pelo m er cado, m as não r egist rado pela em pr esa” ?

Respost a possível a t ais per gunt as ser ia a exist ência de valor nas em pr esas que não é cont em plado nas dem onst rações cont ábeis ou ser ia subest im ado pela Cont abili-dade. Esse valor cor r esponder ia aos at ivos int angíveis ou capit al int elect ual. Andrade ( 1997, p. 6) explica que “ os at ivos int angíveis ( conhecim ent o, pat ent es, m ar cas e a lealdade dos client es) são fat or es que difer enciam , em m uit o, um a em pr esa de ou-t ra. São aou-t ivos conquisou-t ados ao longo da vida da em pr esa, cuj a par cela ou-t angível é, nor m alm ent e, ínfi m a em r elação ao valor t ot al”.

Hendr iksen e Van Br eda ( 1999) caract er izam os bens int angíveis com o “ bens que não podem ser t ocados, porque não t em corpo”. São considerados bens int angíveis as cont as a r eceber, despesas pagas ant ecipadam ent e, dir eit os de aut or ia, m ar cas de com ér cio e de pr odut os, licenças, pat ent es, dir eit os de operação, ent r e out r os.

Por t ant o, os at ivos int angíveis são at ivos usados na operação do negócio, m as que não t êm subst ância física; t odavia, t em signifi cado pot encial de geração de result a-dos. Mar t ins ( 1972) cit a que o goodw ill é am plam ent e aceit o com o um at ivo int angível que confer e à em pr esa um pot encial de geração de r esult ados acim a do nor m al ou da m édia. Esse pot encial est á em at it udes que podem vir do m er cado ( condições m ono-políst icas) , da adm inist ração ( capacidade ger encial super ior à m édia) , de condições geogr áfi cas ( localização pr ivilegiada) , enfi m , do am bient e ext er no em que se inser e a em pr esa e das caract er íst icas pr ópr ias do seu am bient e int er no.

Desse m odo, obser va- se que a t eor ia cont ábil pouco leva em cont a, pelo m enos em t er m os de m ensuração, um dos at ivos int angíveis signifi cat ivos de um a or ganiza-ção, qual sej a, o capit al hum ano, ou o t alent o hum ano que a or ganização possui para inovar, apr im orar seus pr ocessos, negociar com seus client es e, a par t ir da som a de t odos esses it ens, obt er um a vant agem com pet it iva j unt o ao seu m er cado.

Os at ivos invisíveis são, nor m alm ent e, desenvolvidos pelas pessoas que t raba-lham na or ganização. Sveiby ( 1998, p. 10) explicit a que “ as pessoas em um a or gani-zação dir ecionam seus esfor ços basicam ent e em dois sent idos: para fora da em pr esa, t rabalhando com os client es, e para dent r o, m ant endo e const r uindo a or ganização”. Ao dir igir em seus esfor ços para o m eio ext er no os t rabalhador es m ant êm , em nom e da em presa, um relacionam ent o com client es e fornecedores que pode ser est rat égico. Em últ im a análise, são eles, os t rabalhador es, o elo ent r e a em pr esa e o m er cado. Sob o aspect o int er no, os esfor ços cr iam a est r ut ura int er na, com post a por inst âncias e procedim ent os, ou sej a, aquilo que na lit erat ura gerencial convencionou- se cham ar de or ganização ( SVEI BY, 1988) . Mesm o que os m elhor es indivíduos deixem a em pr esa, algum a par t e do vínculo int er no e ext er no ser á m ant ida.

Desde 1996, pr ocura- se t razer à t ona um cor po de conhecim ent o para a ár ea de est udos sobr e Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual, por exem plo, com a cr iação da McMast er Wor ld Congr ess on t he Managem ent of I nt ellect ual Capit al and

I nnovat ion. No âm bit o dessa iniciat iva, Ser enko et al. ( 2009) ident ifi caram 436 t

raba-lhos apr esent ados e publicados ent r e 1996 e 2008, sendo que est udos de caso cor r es-pondem à abor dagem de pesquisa m ais fr equent e, seguidos pelo desenvolvim ent o de

fr am ew or ks e r evisões de lit erat ura. Sur veys e ut ilização de dados secundár ios ser iam

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en-t os e esen-t udos de cam po ainda pouco adoen-t ados para o desenvolvim enen-t o do cor po de conhecim ent o nas ár eas de Gest ão do Conhecim ent o e Gest ão do Capit al I nt elect ual.

Booker et al. ( 2008) discut em a r elevância da pesquisa sobr e Gest ão do Co-nhecim ent o ( GC) e Capit al I nt elect ual ( CI ) ident ifi cando, em pir icam ent e, por m eio de ent r evist as oit o im plicações para explicar o at ual est ágio do cam po de est udo e do cor po de conhecim ent o acum ulado: ( i) são ver ifi cadas lacunas ent r e t eor ia e pr át ica envolvendo GC e CI ; ( ii) os prat icant es de GC e CI at r ibuem ut ilidade ao cor po de conhecim ent o t eór ico j á desenvolvido para a ár ea; ( iii) os ar t igos acadêm icos sobr e GC e I C não est ão em for m at os dir et am ent e int eligíveis aos prat icant es; ( iv) canais indiret os de dissem inação de cont eúdos sobre GC e I C são de ext rem a im port ância para fi xação e m ult iplicação de ideias ( event os e publicações j or nalíst icas, por exem plo) ; ( v) exist e um “ m er cado do conhecim ent o” fundam ent al para pr over int er m ediação ( não cient ífi ca) ent r e acadêm icos e prat icant es em GC e I C; ( vi) há um sent im ent o clar o de que ser ão necessár ias m ais pesquisas para est udar pr ocessos de dist r ibuição de conhecim ent o; ( vii) para os prat icant es, a publicação em per iódicos conceit uados em indexados é m enos im por t ant e para o consum o de t eor ia sobr e GC e I C do que as propost as de um art igo facilm ent e acessível; ( viii) a presença de guias para im plem en-t ação ( enfoque nor m aen-t ivo) e sisen-t em as de m ensuração de im pacen-t o são enfoques que facilit ar iam aos prat icant es a absor ção de conceit os desenvolvidos por pesquisador es.

A mensuração dos ativos do conhecimento

É evident e que m uit as dessas novas var iáveis, im por t ant es para a obt enção da vant agem com pet it iva nesse novo m odelo de gest ão em pr esar ial, são de difícil m en-suração. A m ensuração t or na- se im por t ant e, dent r o de um a est r ut ura or ganizacional, para que sej a possível avaliar os r esult ados at ingidos dent r o do que foi pr opost o e, at é m esm o, para que se possa com parar a or ganização fr ent e ao m er cado em que ela at ua, seus concor r ent es, a sat isfação de seus client es, seus r et or nos decor r ent es do capit al nela invest ido, ent r e out r os.

Ter ra ( 2000) discut e a difi culdade de ident ifi car e at r ibuir valor aos at ivos int angíveis com base em m ét odos cont ábeis t radicionais, dest acando que o lado int e-lect ual de um a or ganização, os int angíveis — pr ocessos de t rabalho, conhecim ent os e habilidades dos funcionár ios, r elações da em pr esa com client es, for necedor es, com u-nidade, et c. — não são r efl et idos de m aneira algum a nas dem onst rações societ ár ias. Um a das razões para a difi culdade de m ensuração dos at ivos int angíveis é que, segundo Ter ra ( 2000) , os at ivos físicos dispõem de r efer ências e padr ões est a-belecidos para com paração, j á os at ivos int angíveis, de cada em pr esa, são únicos – abr indo- se, aqui, um a int er essant e conexão est rat égica com a Resour ce Based View ( BARNEY, 1986) . A RBV pr opõe que a vant agem com pet it iva sust ent ável der iva dos r ecur sos exclusivos que um a or ganização dispõe de m aneira difer enciada e não do posicionam ent o adot ado, salient ando- se o car át er de valor, rar idade, im possibilidade de r epr odução e or ganização para uso.

Eccles ( 2000, p. 35) cit a que, na década de 1980, “ m uit os execut ivos presenciaram a det erioração dos poderosos indicadores fi nanceiros de suas em presas, em decorrência de declínios não- percebidos na qualidade dos produt os e serviços ou no nível de sat is-fação dos client es, ou ainda porque a concorrência global corroeu sua part icipação de m ercado”. Torna- se evident e que esse novo m odelo de gest ão im plica adicionar aos seus indicadores fi nanceiros, indicadores de desem penho que visualizem as est rut uras int erna e ext erna da organização que ainda não são cont em pladas pelos indicadores t radicionais.

Glaut ier e Under dow n apud Beur en ( 1998, p. 7) afi r m am que “ a m ensuração t em sido defi nida com o a at r ibuição de núm er os a obj et os de acor do com r egras, es-pecifi cando o obj et o a ser m edido, a escala a ser usada e as dim ensões da unidade”. Esse m odelo de m ensuração t em sido a base dos indicador es fi nanceir os, disponíveis hoj e a qualquer em pr esa.

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br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

Em bora sej a visível a ut ilização de novos indicador es que dem onst r em o de-sem penho or ganizacional, não adiant a adot ar novos indicador es de-sem a sua devida m ensuração. Eccles ( 2000, p. 33) dest aca que “ o que é m ensurado m er ece at enção, sobr et udo quando as r ecom pensas est ão vinculadas aos indicador es”. Explica que o m er o enxer t o de novos indicador es nos velhos sist em as de avaliação do desem penho pr oduz poucos r esult ados. Explicit a que os m ét odos para o desenvolvim ent o de novos indicador es pr ecisam evoluir com o aum ent o do nível de conhecim ent o da em pr esa.

Sveiby ( 1998) advert e que, para em presas com grandes invest im ent os em at ivos int angíveis, os lucr os não são um a boa m edida de com paração, pr opondo que ser iam m ais út eis indicador es r et rat ando a m ar gem de lucr o at r elada a um per cent ual de vendas ou, ent ão, o lucr o com o per cent ual do valor agr egado. Fr ent e à oscilação das m ar gens de lucr o quando com parados os diver sos set or es econôm icos, Sveiby ( 1998) considera pr efer ível expr essar a m ar gem de lucr o em r elação ao valor agr egado.

Assim , é evident e que a difi culdade não est á em cr iar m edidas int angíveis, m as em int erpret ar os result ados oriundos de t ais m edidas. Terra ( 2000, p. 164) acrescent a que “ a criação de valor na Era do Conhecim ent o, em bora não t ot alm ent e independent e de t ransações fi nanceiras, se expr essa m uit o m ais na qualidade do que na quant idade dos input s, pr ocessos e r esult ados obt idos”.

Algum as considerações j á foram feit as, m as é necessár io um m aior est udo des-sa nova for m a de ger ir t ais at ivos. É cer t o que, assim com o cada indivíduo é único, é necessár io par t icular izar cada caso, pois cada em pr esa t er á que se adequar a sua r ealidade e descobr ir a m elhor m aneira de m edir seus at ivos int angíveis.

Procedimentos Metodológicos

Para classifi car a pesquisa, t om ou- se com o base a t axionom ia apr esent ada por Ver gara ( 2003) , que a qualifi ca em r elação a dois aspect os: quant o aos fi ns e quant o aos m eios.

Quant o aos fi ns, a pesquisa t em nat ur eza explorat ór ia e descr it iva. Explorat ór ia por que apr ofunda a com pr eensão da Gest ão do Conhecim ent o e do Capit al I nt elect ual no Brasil, cuj os est udos sobr e t ais assunt os são, ainda, incipient es. O est udo é, t am -bém , descr it ivo por se pr opor a ident ifi car, descr ever e analisar a pr odução cient ífi ca em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual, det alhando as t em át icas envolvidas, os m ét odos de pesquisa pr edom inant es, a fi liação acadêm ica dos pesquisador es e os t ipos de r efer ências m ais ut ilizadas.

Quant o aos m eios, t rat a- se de um a pesquisa bibliogr áfi ca, por se t rat ar de um est udo sist em at izado desenvolvido com base em m at er ial publicado. Tendo com o unidade de pesquisa bibliom ét r ica o t rabalho aceit o pelo com it ê cient ífi co, foram co-let ados dados pr im ár ios nos anais dos Encont r os Anuais da Associação Nacional dos Program as de Pós- Graduação em Adm inist ração – ENANPAD. A escolha desse universo foi int encional, e se j ust ifi cou pelo m ot ivo de o peculiar Encont r o ser hoj e o m aior event o da com unidade cient ífi ca e acadêm ica de gest ão de or ganizações no Brasil e, ainda, por ser o event o brasileir o m elhor qualifi cado ( event o cient ífi co int er nacional A) pelo Sist em a QUALI S ( CAPES) .

Para a consecução do obj et ivo pr opost o, as t écnicas de pesquisa ut ilizadas são a bibliom et r ia e a análise de cont eúdo. A bibliom et r ia, para Macias- Chapula ( 1998, p. 134) , “ é o est udo dos aspect os quant it at ivos da pr odução, dissem inação e uso da infor m ação r egist rada”. Já a análise de cont eúdo, ut ilizada para o m apeam ent o dos ar t igos, é defi nida por Bar din ( 2004) com o um conj unt o de t écnicas de análise das com unicações, visando obt er indicador es que per m it am a geração de conhecim ent os r elat ivos às condições de pr odução/ r ecepção dessas m ensagens.

A am ost ra foi defi nida pelo cr it ér io de acessibilidade ( VERGARA, 2003) , sendo com post a pelos anais dos últ im os quinze anos, ou sej a, um a análise de 1997 a 2011. A ext ensão do est udo foi det er m inada por sat uração, vist o que, ao r et or nar m os no t em po, a fr equência de ar t igos aceit os para o Encont r o se esvai a par t ir de 1997.

(8)

de conhecim ent o cient ífi co no Brasil. São m uit os os possíveis m ot ivos a serem debat idos acerca do “ gargalo”, porém , as im plicações principais são as perdas de ent endim ent o e de form ação de m assa crít ica nos diversos t em as que deixam de ser veiculados.

O t rat am ent o de dados foi est rut urado em cinco m om ent os. O prim eiro consist iu em um a análise geral dos anais do ENANPAD ( 9.027 ar t igos levant ados) , indepen-dent e da divisão acadêm ica ou ár ea t em át ica, um a vez que a ár ea específi ca para o t em a Gest ão do Conhecim ent o som ent e foi cr iada a par t ir de 2007 ( ADI - B: Gest ão da I nfor m ação e do Conhecim ent o) . Par t iu- se de um a busca com as expr essões “ Gest ão do Conhecim ent o”, “ Gest ão de Conhecim ent o”, “ Know ledge Managem ent ”, “ Capit al I nt elect ual”, “At ivo I nt angível”, “ I nt ellect ual Capit al” e “ I nt angible Asset ” j unt o aos CD- ROM dos anais. Após ident ifi car os ar t igos r elacionados, est es foram agr upados por ano e divisão acadêm ica. A par t ir daí, foi r ealizada a leit ura com plet a de cada ar t igo, a fi m de buscar m aior segurança quant o à classifi cação pr opost a e quant o à seleção das infor m ações.

No segundo m om ent o, t rat ou- se de invest igar e descr ever os t em as que os pesquisador es est ão abor dando em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual. Essas inferências t inham com o obj et ivo conduzir a art iculação ent re Gest ão do Conhe-cim ent o, Capit al I nt elect ual, t em as abor dados nessa dir eção e divisões acadêm icas do ENANPAD.

O t er ceir o m om ent o consist iu em ident ifi car e r elacionar os m ét odos ut ilizados pelos aut or es em cada t rabalho. Para facilit ar esse pr ocedim ent o, elabor ou- se um a m at r iz com base nos descr it or es de Cooper e Schindler ( 2003) , que foi pr eenchida com a análise de cada ar t igo. Vale r essalt ar que não é obj et ivo dest e est udo analisar a qualidade dos ar t igos.

No quart o m om ent o, foi realizada análise geral sobre os aut ores dos art igos. Após r elacionar t odos os aut or es, foram feit as as analogias: núm er o de aut or es por ar t igo; aut or es que m ais publicaram no per íodo analisado; e fi liação acadêm ica dos aut or es.

O quint o e últ im o m om ent o do t rat am ent o de dados consist iu em exam inar e classifi car as referências ut ilizadas nos t rabalhos, as quais foram cat egorizadas quant o a livr os, disser t ações e t eses, per iódicos, anais de event os, sit es da int er net , out r os, e, ainda, se lit erat ura nacional ou int er nacional. Por fi m , ident ifi caram - se os aut or es m ais ut ilizados nas r efer ências dos ar t igos.

Os dados foram t rat ados quant it at iva e qualit at ivam ent e, sendo para isso ut ili-zado o m odelo de r ever sibilidade apr esent ado por Gom es e Souza ( 2003) . A escolha desse m odelo se j ust ifi ca pela possibilidade de unir as duas abor dagens de pesquisa em um m esm o plano de invest igação, sem pr ej uízo para elas. Com o os pr ópr ios aut or es afi r m am , “ quant idades e qualidades est abelecem um a r elação de sinédoque caract er izada pela r ever sibilidade” ( GOMES; SOUZA, 2003, p. 8) .

O pr ocedim ent o para a análise das infor m ações est abeleceu pr im eir o o confr on-t o dos dados, on-t anon-t o quanon-t ion-t aon-t ivos com o qualion-t aon-t ivos, para exam inar o que é ou não obj et o dest e est udo. Esse pr ocedim ent o é cham ado t r iangulação int ram ét odo ( JI CK

apud ZANELLI , 2002) .

Apresentação e Análise dos Resultados

Artigos selecionados

A operacionalização dos t rabalhos apresent ados em quinze Encont ros da ANPAD, ent re 1997 e 2011, perm it iu ident ifi car um t ot al de 272 t rabalhos relacionados à Gest ão do Conhecim ent o e ao Capit al I nt elect ual.

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br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

Figu r a 1 – Ar t igos Se le cion a dos n os En AN PAD S por An o de Re a liz a çã o

Font e: elaborada pelos aut or es.

Nos últ im os quat r o anos, a quant idade de ar t igos em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual publicados anualm ent e quase que dobr ou ( vint e e seis e dezes-seis, r espect ivam ent e, em 2011) , r efer ent e ao valor m édio do per íodo em análise. I m agina- se que esse crescim ent o expressivo no núm ero de publicações possa j ust ifi car a cr iação, em 2007, por par t e da ANPAD, de um a ár ea t em át ica específi ca ( ADI - B) para Gest ão da I nfor m ação e do Conhecim ent o. De 1997 a 2011, a pr odução t ot al de t rabalhos apr esent ados t ot alizou 185 ar t igos sobr e Gest ão do Conhecim ent o e 87 sobr e Capit al I nt elect ual.

Quanto aos temas abordados nos artigos

Tem a, segundo pr econizam Bar r os e Lehfeld ( 2000) , deve ser r elevant e e t er quadr o m et odológico que possibilit e o seu desenvolvim ent o, com ár eas que ainda possam ser exploradas, desper t ando int er esse t ant o pela im por t ância do seu est udo com r elação a um cont ext o m aior, e ainda sendo considerado com o t em a novo e pr e-cioso. Num âm bit o m aior, um ar t igo se r elaciona com out r os t ext os e, por m eio dessa r elação, conect a- se com um “ ram o de conhecim ent o específi co” em algum a ár ea da pesquisa cient ífi ca ( AMSTERDAMSKA; LEYDESDORFF, 1989, p. 453) .

Essas infer ências obj et ivam conduzir a ar t iculação ent r e Gest ão do Conheci-m ent o, Capit al I nt elect ual, t eConheci-m as abor dados nessa dir eção e divisões acadêConheci-m icas do ENANPAD. Por t ant o, para fi ns do pr esent e est udo, o m ais r elevant e, nest e m om ent o, são quais assunt os os pesquisador es est ão abor dando em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual.

(10)

o & s S a lv a d o r, v .2 0 n .6 5 , p . 2 8 3 -3 0 1 A b ri l/ Ju n h o 2 0 1 3 w w w .r e v is ta o e s .u fb a .b r 9 2 R o b e r to P in to d e A r a u jo , A n n io P a u lo M o tt in & J o s é F r a n c is c o d e C a r v a lh o R e z e n d e T a b e la 1 A r ti g o s n a Á r e a T e m á ti c a G e s o d o C o n h e c im e n to p o r A n o d e A p r e s e n ta ç ã o

1 9 9 7 /

1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 Tot a l

ACT - - _ 3 5 1 2 - - - - - 11

ADE - 1 - - - - - 1

ADI - - - 2 1 3 2 2 4 13 9 9 4 7 53 ADP - - 2 - - - 1 - 3

APS/ APB - - - 1 1 2 - - 1 5 CCG/ CON - - - 1 1 - - - - - 2

COR - - - 1 2 - - - - - 3

EOR - - - 2 7 5 2 6 5 12 39 ESO - - 3 - 1 2 - 1 3 4 2 3 - 2 21 GCT - - - 3 5 2 1 1 - 1 13 GI N - - 2 - - - - - 2

GOL - - 1 - - - 1 - - - 2

GPR - - - 1 - 1 2 1 - 2 7 GRT - - - - 2 1 1 - - - - - 4

MKT - - - - 1 1 - - 1 - - - - 1 4 OLS 1 - - - - - 1

ORG 2 1 1 - - - - - 4

RH - 1 - - - - - 1

TEO - - - - 2 2 1 - - - - - 5

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br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

Ta be la 2 – Ar t igos n a Ár e a Te m á t ica Ca pit a l I n t e le ct u a l por An o de Apr e se n t a çã o

1 9 9 7 / 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 T o ta l A C T -1 -1 -2 A D E -1 -2 A D I -1 -2 2 2 1 8 A P B C C G / C O N - -- 2 - -- 1 - 3 - 4 - 4 - -- -- 2 - 2 - 4 - -4 1 4 23

E O R -1 -1 -3 5 E P Q -1 -1 -1 -3 E S O -1 1 1 -2 3 3 1 1 F IC / F IN -8 3 -1 -1 1 1 4 G A G -1 -1 G C T -2 -1 -2 -1 6 G P R -1 -1 1 -3 G R T -1 -1 M K T -1 -1 O R G 2 -2 O R -G E S T 1 -1 T E O -1 -1

Le ge n da : ACT – Adm inist ração de Ciência e Tecnologia, AD E – Adm inist ração Est rat égica, AD I –

Adm inist ração da infor m ação, AD P – Adm inist ração Pública, APS/ APB – Adm inist ração Pública e Gest ão Social, CCG/ CON – Cont abilidade e Cont r ole Ger encial/ Cont abilidade, COR – Or ganizações / Com por t am ent o Or ganizacional, EOR - Est udos Or ganizacionais, EPQ – Ensino e Pesquisa em Adm i-nist ração e Cont abilidade, ESO – Est rat égia em Or ganizações, FI C/ FI N – Finanças e Cont abilidade/ Finanças, GAG – Gest ão de Agr onegócios, GCT – Gest ão de Ciência, Tecnologia e I novação, GI N – Gest ão I nt er nacional, GOL – Gest ão de Operações e Logíst ica, GPR – Gest ão de Pessoas e Relações de Trabalho, GRT – Gest ão e Relações no Trabalho, M KT – Mar ket ing, OLS – Operações, Logíst ica e Ser viços, ORG – Or ganizações, ORGEST – Or ganizações e Est rat égia, RH – Recur sos Hum anos, TEO

– Or ganizações/ Teor ia das Or ganizações

(12)

Em t er m os de Capit al I nt elect ual, apr oxim adam ent e, 75% dos t rabalhos t rat am da Cont abilidade e Cont role Gerencial/ Cont abilidade ( 33% ) , Finanças e Cont abilidade/ Finanças ( 18% ) , Adm inist ração da I nfor m ação ( 7% ) , Est rat égia em Or ganizações ( 7% ) e Gest ão de Ciência, Tecnologia e I novação ( 7% ) . As m enor es incidências, com o ant er ior m ent e obser vado, est ão em ár eas m ais generalist as, com o Adm inist ra-ção Est rat égica, Gest ão de Agr onegócios, Gest ão e Relações no Trabalho, Mar ket ing, Or ganizações e Est rat égia e Or ganizações/ Teor ia das Or ganizações, com apr oxim a-dam ent e 1,5% cada um a.

Quanto aos métodos de pesquisa predominante nos artigos

Os m ét odos de pesquisa ut ilizados pelos aut or es dos ar t igos sobr e Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual, no âm bit o dos ENANPAD, foram caract er izados de acor do com Cooper e Schindler ( 2003) , confor m e Tabela 3. Segundo aqueles aut or es, exist em vár ias defi nições de planej am ent o de pesquisa e nenhum a delas engloba t odos os aspect os im por t ant es; de for m a geral, esse t ipo de planej am ent o especifi ca os m ét odos e pr ocedim ent os para colet a, m ensuração e análise de dados.

Com o pode ser observado, quase t odos os art igos analisados são de invest igação explorat ória, visando aprofundar a com preensão da Gest ão do Conhecim ent o e assunt os correlat os. Essa realidade indica um a possível m udança no com port am ent o dos pesqui-sadores, um a vez que Cooper e Schindler ( 2003, p. 131) adm it em que os “ pesquisadores e adm inist radores dão m enos im port ância à exploração do que deveriam ”.

Ta be la 3 – Aplica çã o dos D e scr it or e s do Pla n e j a m e n t o da Pe squ isa

Assunt o

Gest ão do Conhecim ent o Capit al I nt elect ual Tot al Caract er

ís-t icas

Quest ão Explorat ór ia For m al Explorat ór ia For m al Explorat ór ia For m al

163 22 82 5 245 27

Mét odo

Monit ora-m ent o

Quest iona-m ent o

Monit ora-m ent o

Quest iona-m ent o

Monit ora-m ent o

Quest iona-m ent o

47 138 35 52 82 190

Obj et ivo Descr it ivo Causal Descr it ivo Causal Descr it ivo Causal

147 39 63 24 210 63

Escopo

Est udo de

caso Quant it at ivo

Est udo de

caso Quant it at ivo

Est udo de

caso Quant it at ivo

121 64 56 32 177 96

Am bient e Cam po Laborat ór io Cam po Laborat ór io Cam po Laborat ór io

137 48 60 28 197 76

Font e: elaborada pelos aut or es.

Quanto aos autores dos trabalhos publicados

nos Anais do ENANPAD

(13)

br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

Ta be la 4 – Cla ssifi ca çã o dos Ar t igos qu a n t o a o N ú m e r o de Au t or e s

Assu n t o Ge st ã o do Con h e cim e n t o Ca pit a l I n t e le ct u a l Tot a l

Aut or es Ar t igos Per cent ual Ar t igos Per cent ual Ar t igos Per cent ual

N = 1 44 24 % 10 12 % 48

N = 2 65 35 % 24 25 % 76

N > 2 76 41 % 53 63 % 108

Tot al 185 100 % 87 100 % 232 100 %

Font e: elaborada pelos aut or es.

É im por t ant e, ainda, r essalt ar que t odos os aut or es que publicaram m ais de um ar t igo no per íodo analisado est ão vinculados a algum Pr ogram a de Pós- Graduação em Adm inist ração, Ciências Cont ábeis ou Engenhar ia da Pr odução. É razoável supor que o núm er o de t rabalhos, assim com o a par t icipação de out r os pr ogram as de pós-- graduação possam aum ent ar nos próxim os anos, um a vez que as pesquisas em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual são r elat ivam ent e novas no Brasil, enquant o algum as produções acadêm icas de m est res e dout ores ( alguns, ainda, com o alunos de Pós- Graduação) est ão em fase de m at uração e não foram subm et idas ao ENANPAD.

(14)

Ta be la 5 – Ar t igos Pu blica dos por Pe squ isa dor n o Pe r íodo de 1 9 9 7 a 2 0 1 1

Te m a Pe squ isa dor I n st it u içã o An o de Apr e se n t a çã o Qu a n t ida de

G

e

s

o

d

o

c

o

n

h

e

c

im

e

n

to

Acyr Selem e UFPR 97 e 98 2

Andr é Eduar do Miranda dos

Sant os Mackenzie 05 e 06 2

I lse Mar ia Beur en FURB 01, 02 e 03 3

Jaim e Evaldo Fenst er seifer UFRGS 98, 99, 00 3

Lilia Mar ia Var gas UFRGS 04, 05, 06, 08 09 e 11 8

Luiza Mar ia Bessa Rabelo UFAM 05 e 06 2

Rivadávia C. Dr um m ond de

Alvar enga Net o UFMG 07 e 08 2

Rolf Her m ann Er dm ann UFSC 05 e 06 2

Silvio Popadiuk Mackenzie 05, 06, 07, 08, 09 5

Teniza da Silveira UNI SI NOS 02, 03 2

Valt er de Assis Mor eno Jr. I BMEC 05 2

Part icipação relat iva na produção ... ... 33/ 185 Par t icipação r elat iva na aut or ia ... ... 11/ 409

C

a

p

it

a

l

I

n

te

le

c

tu

a

l

Alexsandr o Br oedel Lopes USP 02 2

Eduar do Kazuo Kayo Mackenzie/

USP

04, 05, 06, 07, 08,

09, 11 7

Fer uccio Branco Bilich FGV/ DF 02, 03, 04, 05, 06 5

José Francisco de Car valho Rezende

UFRJ e

Uni-granr io 08, 09, 11 4

Josir Sim eone Gom es UERJ 01, 08 2

Leonar do Fer nando Cr uz Basso Mackenzie 04, 05, 06 4

Mar ia Ther eza Pom pa Ant unes Mackenzie 05, 06, 07, 08 5

Paulo de Tar so Cavalcant e de

Souza Ram os - 04, 05, 06 3

Paulo Schm idt UFRGS 03, 04, 05, 06, 07 5

Ricar do da Silva UNB/ DF 04, 05, 06 3

Sandra Rolim Ensslin UFSC 06, 07, 08, 09 5

Silvio Popadiuk Mackenzie 00, 07, 10 3

Vera Mar ia Rodr igues Pont e. Unifor / CE 04, 05, 06 3

Par t icipação r elat iva ... ... 49/ 87 Par t icipação r elat iva na aut or ia ... ... 13/ 274 Font e: elaborada pelos aut or es.

(15)

For-br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

t aleza ( UNI FOR) , a Univer sidade Federal do Cear á ( UFC) e a Univer sidade Federal de Ser gipe ( UFSE) por t r ês aut or es, e a Univer sidade Cat ólica de Per nam buco ( UNI CAP) e a Univer sidade Federal da Bahia ( UFBA) r epr esent adas por dois aut or es em cada um a. Na r egião cent r o- oest e, a Univer sidade de Brasília ( UNB) por quat r o aut or es e a Univer sidade Federal de Goiás ( UFGO) por t r ês aut or es. E, na r egião nor t e, a Uni-ver sidade Federal do Am azonas ( UFAM) por um aut or. As dem ais inst it uições t iUni-veram apenas um r epr esent ant e.

Quanto às fontes e referências utilizadas

Para ver ifi car quais os t ipos de r efer ências ut ilizadas nos t rabalhos analisados, est as foram classifi cadas segundo as cat egor ias: ( i) livr os, ( ii) disser t ações e t eses, ( iii) per iódicos, ( iv) anais de event os, ( v) sit es da I nt er net e ( vi) out r os. Em seguida, foram ident ifi cadas e separadas em nacional e int er nacional ( Tabela 6) .

Ta be la 6 – Cit a çõe s à s Fon t e s Ut iliz a da s e m Ar t igos Apr e se n t a dos n o EN AN PAD ( 1 9 9 7 – 2 0 1 1 )

Ge st ã o do Con h e cim e n t o Ca pit a l I n t e le ct u a l

Tipo de Fon t e N a cion a l I n t e r n a cion a l Tot a l N a cion a l I n t e r n a cion a l Tot a l

Livr os N 701 492 1193 178 138 316

% 58,75 41,25 44,09 56,32 43,68 36,50

Disser t ações e t eses N 69 12 81 28 5 33

% 85,18 14,82 2,99 84,84 15,16 3,81

Per iódicos ( r evist as/ j or nais)

N 150 955 1105 93 285 378

% 13,57 86,43 40,84 24,60 75,40 43,65

Anais ( event os) N 101 52 153 55 14 69

% 66,01 33,99 5,65 79,71 20,29 7,97

Sit es da I nt er net N 68 59 127 37 17 54

% 53,54 46,46 4,69 68,51 31,49 6,23

Out r os N 27 20 47 12 4 16

% 57,44 42,56 1,74 75,00 25,00 1,84

Tot al Geral N 1116 1590 2706 403 463 866

% 41,24 58,76 100,00 46,53 53,47 100,00

Font e: elaborada pelos aut or es.

Um a quest ão que pode ser dest acada da Tabela 6 diz r espeit o ao pouco acesso dos aut or es brasileir os, para efeit o de r efer encial t eór ico, às disser t ações e t eses e aos anais de event os int er nacionais. Um a vez que as for m ulações iniciais cont idas em t rabalhos de pr im eira e segunda or dem ( disser t ações e apr esent ações em event os) caract er izar iam com m aior nit idez o m om ent o e o est ado da ar t e, a ut ilização m ais int ensiva de m at er iais int er nacionais de t er ceira e quar t a or dem ( r espect ivam ent e per iódicos e livr os) poder ia est ar afast ando os pesquisador es brasileir os de discussões sobr e a for m ulação de novas t eor ias e adoção de novas pr át icas.

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Ta be la 7 – Au t or e s m a is Ut iliz a dos se gu n do a Qu a n t ida de de Re fe r ê n cia s

Ár e a Ge st ã o do Con h e cim e n t o Ca pit a l I n t e le ct u a l Tot a l de Cit a çõe s

Aut or Cit ações Per cent ual # Cit ações Per cent ual # Cit ações Per cent ual # Ant unes, M.

T. P - - - 23 7,42% 5 23 3,21% 14

Ar gyr is, C. 12 2,95% 13 20 6,45% 10 32 4,47% 10

Bont is, N. 9 2,21% 15 21 6,77% 8 30 4,19% 11

Br ooking, P. - - - 20 6,45% 9 20 2,79% 15

Davenpor t ,

T. * * 46 11,33% 2 - - - 46 6,42% 7

Dr ucker, P. 30 7,38% 4 34 10,96% 2 64 8,94% 2

Edvinsson,

L.* * * * 15 3,69% 11 22 7,11% 6 37 5,17% 8

Fleur y, A.* * * 25 6,16% 6 23 7,42% 4 48 6,70% 5

Gar vin, D. A. 15 3,69% 12 10 3,23% 14 25 3,49% 13

Mint zber g, H. 16 3,94% 10 11 3,55% 13 27 3,77% 12

Nonaka, I . * 106 26,11% 1 13 4,19% 12 119 16,62% 1

Polanyi, M. Por t er, M. E.

9 26

2,21% 6,40%

15 5

5 13

1,61% 4,19%

15 11

14 39

1,96% 5,45%

16 7

Senge, P. 30 7,39% 3 3 0,97% 16 33 4,61% 9

St ewar t , T. 24 5,91% 7 32 10,32% 3 56 7,82% 4

Sveiby, K. 23 5,67% 8 38 12,26% 1 61 8,52% 3

Ter ra, J. C. C. 20 4,96% 9 22 7,11% 7 42 5,87% 6

Tot al 406 100,00% ... 310 100,00% ... 716 100,00% ...

* I kuj ir o Nonaka em co- aut or ia de Hir ot aka Takeuchi * * Thom as Davenpor t em co- aut or ia de Lar r y

Pr ussak * * * Afonso Fleur y em co- aut or ia de Mar ia Ter eza Fleur y * * * * Leif Edvinsson em co- aut or ia com Michael S. Malone.

Font e: elaborada pelos aut or es.

De um a for m a geral, a leit ura da Tabela 7 r efor ça o senso com um sobr e a im -por t ância dos t rabalhos de Nonaka e Takeuchi com o aut or es sem inais em r elação à Gest ão do Conhecim ent o e de Kar l Sveiby para a Gest ão do Capit al I nt elect ual. Not a-- se, t am bém , pelo núm er o de cit ações apont adas e pela ext ensão da obra ao longo do t em po, o papel exer cido por Pet er Dr ucker com o font e de inspiração para am bos os t em as cobert os pelo est udo bibliom ét rico ora apresent ado. O referenciam ent o int ensivo a Dr ucker poder ia ser int er pr et ado com o indício de que os est udos sobr e Gest ão do Conhecim ent o e Gest ão do Capit al I nt elect ual, m uit o m ais do que m odism os, ser iam essência da Adm inist ração e papéis r elevant es na at ividade ger encial cont em por ânea.

Considerações Finais

O m apeam ent o da pr odução acadêm ica em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual ora r ealizado per m it e algum as considerações de r elevo. Os 272 ar t igos ident ifi cadosi no período de 15 anos, por exem plo, confi rm am um crescim ent o

expres-sivo na quant idade de t rabalhos desenvolvidos em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al int elect ual, o que par ece j ust ifi car o int er esse da ANPAD em cr iar um a ár ea t em át ica específi ca ( ADI - B) a par t ir de 2007.

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br a sile ir a de 1 9 9 7 a 2 0 1 1 n os En con t r os da AN PAD

Quant o à análise da aut or ia dos t rabalhos publicados, fi ca evidenciado que as publicações em par cer ia ( m ais de 80% do t ot al dos t rabalhos) pr evalecem sobr e as publicações individuais. I sso pode indicar que m ais pessoas t êm est udado t em as em com um na ár ea de Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual. Em alguns casos, esses aut or es par ceir os são de inst it uições difer ent es, indicando um a t endência ao int er câm bio acadêm ico.

Do pont o de vist a de t ipos de font es e aut or es r efer enciados, const at ou- se que os livr os se sobr epõem à par t icipação das dem ais font es, em que se dest aca o peso das obras t raduzidas na com posição da am ost ra de livr os nacionais. Ent r e os aut or es r efer enciados obser vou- se o pr edom ínio de aut or es est rangeir os sobr e os nacionais, que se encont ram concent rados em t r ês pr incipais aut or es.

Acr edit a- se que as infor m ações apr esent adas por est a pesquisa cont r ibuir ão, efet ivam ent e, para visualizar e ent ender com o t em cam inhado as pesquisas e pu-blicações acadêm icas sobr e Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual no Brasil.

Um a possibilidade im ediat a de evolução dessa linha de est udo ser ia, a par t ir da base de ar t igos est udada, a const r ução de r edes sociais afi ns aos t em as, buscando m apear os pr incipais at or es e papéis exer cidos na dissem inação de conceit os e pr á-t icas. Além dessa, a r ealização de pesquisas para á-t esá-t e e ver ifi cação das im plicações ant evist as por Booker et al. ( 2008) no cenário brasileiro de difusão de t eorias e prát icas sobr e Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual.

Em vist a da const at ação de uso m ais int ensivo de font es de r efer encial t eór ico de t er ceira e quar t a or dem , per iódicos e livr os, considera- se a par t icipação em r edes de pesquisa int ernacional com o providência relevant e para m aior inserção dos est udos brasileir os na for m ulação e pr oposição de t eor ias sobr e Gest ão do Conhecim ent o e do Capit al I nt elect ual. Alt er nat ivam ent e, or ganizar no país event os acadêm icos int er-nacionais dedicados ao t em a, para, com a pr esença de gat ekeeper s, est r ut urar um a agenda brasileira de pesquisa que possibilit e int egração local e art iculação int ernacional.

Apar ent em ent e, per m anecem os sem soluções, discut idas e cont ext ualizadas à r ealidade brasileira, sobr e com o gerar valor a par t ir de conver sões de conhecim ent o ( NONAKA; TAKEUCHI , 1997) e com o r econhecer, evidenciar e m ensurar esse valor ( SVEI BY, 1998) para agent es int er nos e ext er nos às or ganizações.

O passo ant evist o com o necessár io e de desfecho dessa linha de pesquisa con-sist ir ia no apr ofundam ent o das im plicações epist em ológicas e ont ológicas dos est udos brasileir os sobr e Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual:

• as abor dagens sobr e Gest ão do Conhecim ent o par ecem pr essupor a capa-cidade de int er fer ir obj et iva e int encionalm ent e nos lim it es e na dist inção de aspect os cognoscíveis e incognoscíveis às or ganizações;

• as pr át icas de Gest ão do Conhecim ent o visam à obtenção de conhecim ent o or ganizacional cer t o e segur o, m esm o sob a égide de um m odelo m ent al a

pr ior i sobr e as pr át icas ger enciais;

• quais as possibilidades de dist inção legít im a entr e conhecim ent o t eór ico e conhecim ent o t écnico, com im plicações para os com ponent es do Capit al I nt elect ual e o valor de um a or ganização;

• que cr it ér ios de evidenciação legit im am os com ponent es do Capit al I nt e-lect ual com o font es e fl uxos de valor nas or ganizações;

• at é que pont o um aut or, isoladam ent e, poder á abranger em núm er o sufi -cient e de per spect ivas para r et rat ar esse novo cam po de ent endim ent o de um a dit a nova r ealidade or ganizacional;

• o cont ext o, na condição de form ador de um a realidade, obriga à const it uição de conhecim ent os or ganizacionais localizados ou de aplicação genér ica; • o t rabalhador, com o agent e sociocult ural, int erfere posit iva ou negat ivam ent e

na const r ução e dissem inação do conhecim ent o or ganizacional;

• em que m odalidades de conversão de Conhecim ent o operam as organizações brasileiras e com o elas int erferem na form ação de Capit al I nt elect ual e Valor; • o Conhecim ent o, enquant o Capit al I nt elect ual, e est e, enquant o Valor, são

(18)

Para t ant o, caberiam explorações adicionais em profundidade sobre o cont eú-do – suposições e conj ect uras – eú-dos aut ores e t rabalhos visit aeú-dos por ocasião desse est udo bibliom ét rico. Longe de haver um a produção sobre os t em as excessivam ent e concent rada em poucos aut ores, as est at íst icas apont am para um grupo de referência no país, porém , disperso e aparent em ent e não int eragindo por m eio de pesquisas com uns.

O m ét odo ut ilizado nest e est udo apr esent ou cer t as lim it ações. Ent r e elas dest acam - se: ( i) a necessidade de abr ir int er locuções com os aut or es dos ar t igos analisados; ( ii) a necessidade de analisar a efet ividade dos ar t igos ou dos m ét odos ut ilizados do pont o de vist a da im plicação acadêm ica e ger encial; e ( iii) r ealizar cr uza-m ent o couza-m publicações de out r os event os e per iódicos. Mesuza-m o diant e das liuza-m it ações referenciadas, t odavia, considerou- se o m ét odo ut ilizado com o sufi cient e para alcançar o obj et ivo de apr esent ar um panoram a pr elim inar da pr odução cient ífi ca em Gest ão do Conhecim ent o e Capit al I nt elect ual no Brasil.

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Ar t igo r e ce bido e m 0 1 / 0 2 / 2 0 1 1 .

Últ im a v e r sã o r e ce bida e m 0 8 / 0 5 / 2 0 1 2 .

Imagem

Figu r a  1  –  Ar t igos Se le cion a dos n os En AN PAD S por  An o de  Re a liz a çã o

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