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Nutrição mineral de hortaliças LXIX. Deficiência de macronutrientes e boro na cultura da mostarda (Brassica juceas).

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NUTRIÇÃO MINERAL DE HORTALIÇAS

LXIX. DEFICIÊNCIA DE MACRONUTRIENTES E BORO NA CULTURA DA MOSTARDA (Brassica juceas)*

C.C. BELFORT** H.P. H A A G * * *

RESUMO

Um ensaio foi conduzido e m Casa de Vege¬ t a ç ã o , com o objetivo de se obter res-postas da emissão de N , P, K, C a , M g , S e B na produção de matéria seca de fo¬

lhas, um quadr sintomatológico/carenci¬ al destes nutrientes e dos corresponden¬ tes níveis analíticos na parte aérea de plantas de m o s t a r d a .

Mudas do cultivar 'Lisa' foram mantidas em vasos contendo silica e irrigadas diariamente com solução nutritiva a j u s -tada aos t r a t a m e n t o s , sendo então obser¬ vado:

* Entregue para publicação e m 30/04/1985.

** Doutorando e m Solos e Nutrição de Plantas ESALQ/USP e docente do Departamento de Fitotecnica/CCA, Univer¬ sidade Federal do Piauí.

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- a omissão de N foi a que mais p r e j u -dicou o crescimento d a s p l a n t a s ;

- os sintomas carenciais são de fácil g i a g n ó s t i c o , surgindo na seguinte o r -dem: N , B, P, M g , K, Ca e S;

o potássio a p a r e c e u e m maior c o n c e n tração e o s níveis analíticos e x p r e s -sos e m função d a matéria seca para os tratamentos completo e deficiente f o -ram

N

( 3 , 6 8 - 3

, M »

e 1 , 6 2 - 1 , 5 3 ) ,

P

( 0 , 6 0

- 0 , 5 1 e 0 , 1 1 - 0 , 0 9 ) ,

K

( 4 , 5 5

- 97 e 1 , 4 4 - 1 , 0 3 ) ,

C a

( 1 , 8 6 - 2 , 4 0

e 0 , 3 5 - 0, 4 6 )

M g

( 0 , 9 3 - 1 , 0 0

e 0 , 1 1 0 , 0 6 ) , S ( 0 , 3 8

-0 , 3 1

e

0 , 1 3 )

e B

( 5 7 - 8 5

e

2 3 , 5

p p m ) .

INTRODUÇÃO

A m o s t a r d a {Brassioa juncea) é uma brassica folho-sa largamente cultivada na E u r o p a , sendo importante fon-te de óleos essenciais (HARCENKO, 1 9 6 4 ) . No Brasil, con_ forme descreve FILGUEIRA ( 1 9 7 2 ) , esta planta e r a e n c a r a -da a t é algum tempo como invasora e m cafezais p a u l i s t a s . Entretanto, sua utilização quer no campo da medicina o u da indústria c a s e i r a , dentre o u t r a s a p l i c a ç õ e s , t e m r e -sultado e m importações f r e q ü e n t e s , o q u e tem exigido da pesquisa maiores esforços para obter melhor c o n h e c i m e n t o da c u l t u r a , e portanto da seleção de cultivares para as condições n a c i o n a i s .

Procurando contribuir neste esforços e , e m vista da escassez de informações acerca da nutrição mineral da mostarda onde poucos trabalhos foram e n c o n t r a d o s

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nutrientes e b o r o ; avaliar o efeito da omissão destes nu_ trientes na produção de m a t é r i a seca da parte aérea e d £ terminar suas c o n c e n t r a ç õ e s e m plantas bem e mal n u t r i -das.

MATERIAL E M É T O D O S

Plantas de m o s t a r d a , c u l t i v a r ' L i s a1

mantidas em vasos com sílica e solução nutritiva conforme SARRUGE

( 1 9 7 5 ) , foram submetidas já aos 30 dias de idade, aos t r a t a m e n t o s : solução completa c o m omissão de N , P, K, C a , M g , S e B. A parcela era c o n s t i t u í d a por um vaso com duas p l a n t a s , no d e l i n e a m e n t o inteiramente casualizado e em quatro repetições. Os sintomas eram descritos na or-dem de seu a p a r e c i m e n t o e, uma vez bem caracterizadas, as plantas e r a m c o l h i d a s , d i v i d i d a s em folhas inferiores, in termediárias e s u p e r i o r e s , para efeito de análise q u í m i -c a , realizadas segundo SARRUGE e HAAG (197* 0 . Nos tratamentos com omissão foram d e t e r m i n a d o s apenas o e l e m e n -to considerado c a r e n t e .

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Descrição dos Sintomas c a r e n c i a i s

A reação da planta ã o m i s s ã o dos nutrientes v e r i f y cou-se nitidamente apôs duas s e m a n a s . Os sintomas de de_ ficiência de K e S descritos c o n c o r d a m com aqueles encon_ trados por SCHROPP (1938) e EATON (19^2).

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tratamento as plantas m o s t r a v a m os primeiros sinais de d e s n u t r i ç ã o , identificados por uma clorose das folhas ijn f e r i o r e s , Íntensificandose e generalÍzandose p o s t e r i -ormente por toda a parte a é r e a . As plantas ficaram ra-q u í t i c a s , com folhas p e ra-q u e n a s , lenceoladas, c o m bainha estreita e nercuras a r r o x e a d a s .

- Boro: os primeiros sintomas foram m a n i f e s t a d o s aos 10 dias através da deformação das folhas n o v a s , ini-cio de clorose nos bordos da lâmina a foliar. Tal óefor_ mação se assemelha aos sintomas de ataque de s u g a d o r e s . Posteriormente verifica-se uma clorose mais a c e n t u a d a dos bordos do limbo, deformação inteira d e s t e , presença de um m o s q u e a d o , g e n e r a l i z a n d o - s e por toda a p l a n t a , pe-cíolos tortuosos e quebradiços e morte da gema a p i c a l .

- Fósforo: os sintomas são bem visíveis a partir dos 10 dias do tratamento. As folhas inferiores a p r e -sentam clorose na parte periférica do limbo, com tonalidade a m a r e i o a l a r a n j a d o , contrastando com a parte c e n -tral v e r d e - c l a r o , enquanto que as folhas intermediárias tornamse v e r d e e s c u r o . As folhas inferiores sofrem e n -rolamento para baixo e para o lado. São estreitas e a p r e s e n t a m bordos s e r r i l h a d o s .

- Potássio: as plantas a p r e s e n t a r a m razoável por-te, porém, aos 12 dias surgiram os primeiros sinais de d e f i c i ê n c i a , onde se v e r i f i c a r a m a presença de áreas n e

-crosadas na periferia do limbo de folhas inferiores, além de uma ligeira alteração no formato da folha. Com a intensificação dos sintomas as.folhas m o s t r a v a m c l o r o -se internerval e na parte basal do limbo, formando uma concha com os bordos voltados para baixo, acentuada n e -c r o s e , -cara-cterísti-ca de defi-ciên-cia de potássio.

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mais novas a t r a v é s de uma ligeira clorose marginal evo-luindo para necrose da parte t e r m i n a l , culminando com a destruição q u a s e total da f o l h a . As primeiras reações da planta ja se v e r i f i c a m e m torno de duas s e m a n a s .

- Enxofre: pouco e x p r e s s i v o s , pois as plantas atiji g i r a m porte n o r m a l , e n t r e t a n t o as folhas superiores

(mais novas) a p r e s e n t a r a m c o l o r a ç ã o verde c l a r o , com ev_i_ dência de ligeira c l o r o s e .

Crescimento

Com a exceção do e n x o f r e , todos os outros n u t r i e n -tes a f e t a r a m o c r e s c i m e n t o da parte aérea da planta (Ta-bela 1 ) , expresso em gramas de matéria seca por p l a n t a , jã o b s e r v a d o por EL H1NNAWY ( 1 9 5 6 ) para macronutrientes e SCELFO ( 1 9 5 5 ) para B. A o m i s s ã o do N afetou d r a s t i c a -m e n t e o c r e s c i -m e n t o , seguido por P e B. Quanto ao S, creditse q u e a planta é pouco e x i g e n t e , além de ter a-c u m u l a d o q u a n t i d a d e s ideais do e l e m e n t o , na fase em que esteve m a n t i d a com solução nutritiva c o m p l e t a .

Concentração de Nutrientes

V e r i f i c a - s e pela Tabela 1 , que a concentração dos nutrientes nas folhas diminuiu em função dos tratamen-tos, estando o p o t á s s i o e nitrogênio e m maiores quantida_ des.

CONCLUSÕES

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Salvo no caso da omissão do e n x o f r e , o s sintomas são bastante característicos e portanto de fácil diagno-se .

Plantas b e m supridas a p r e s e n t a m a seguinte c o n c e n -tração de nutrientes nas f o l h a s : N % ( 3 , 6 8 - 3 , W , P%.(0,60 - 0 , 5 1 ) , K % ( 4 , 5 5 - 4 . 9 7 ) , Ca% ( 1 , 8 6 - 2 , 4 0 ) , Mg% ( 0 , 9 3 - 1 , 0 0 ) , S% ( 0 , 3 8 - 0 , 3 1 ) e B% ( 5 7 - 8 5 p p m ) .

Por outro lado, e m c o n d i ç õ e s de deficiência a con-c e n t r a ç ã o porcon-centual de m a con-c r o n u t r i e n t e s nas folhas f o i :

N

( 1

, 6 2 - 1 , 5 3 ) ,

P

( 0 , 1 1 - 0 , 0 9 )

,

K

( 1 , 4 4 - 1 , 0 3 )

, Ca (0 , 3 5 - 0, 46 ) , Mg ( 0 , 1 1 - 0 , 0 6 ) e

S

( 0 , 1 3 ) .

Do boro correspondou a 23,5ppm.

SUMMARY

M I N E R A L NUTRITION O F V E G E T A B L E CROPS. LXIX. MALNUTRITION SYMPTOMS O F MACRONUTRIENTS A N D BORON

IN MUSTARD.

Mustard plants (Brassica j u n c c a ) 'Lisa' were cultivated in pots containing fine crushed quartz. The plants were irrigated several times a day with several nutrient solutions. The treatments w e r e : all n u t r i e n t s , - N , - P , - K , - C a , - M g , - S , - B .

Once the plants sowed a clear picture of m a l -nutrition their were harvested a n d analyse for the e l e m e n t s .

The authors c o n c l u d e d :

- the omission of the nutrients affected with severity the growth of the p l a n t s ;

(8)

- the normal a n d abnormal leaves presented the following c o n c e n t r a t i o n s : N% 3.68-3.44; P% 0.60-0.50; K% 4.97-1.03; Ca% 2.40-0.46; M g % 1.00-0.06; S% 0. 3 1- 0. 1 3 B ppm 8 5 - 2 3 .

LITERATURA CITADA

DEKOCK, P.C. e A. H A L L , 1 9 6 5 . T h e effect of nutrient concentration upon the growth a n d mineral c o m p o s i t i o n of m u s t a r d plants. A g r o c h i m i c a , 1 9 6 2 , 7 ( 1 ) : 8 9 - 9 5 .

In: H o r t . Abstr. 3 5 ( 2 ) : 4 3 8 .

EATON, S.V., 1 9 4 3 - Influence of sulphur deficiency on m e t a b o l i s m of black m u s t a r d . Bot. G a z . 1 9 4 2 , 1 0 4: 3 0 6 - 3 1 5 . In: H o r t . A b s t r . 1 3( 2 ) : 60.

EL HINNAWY, E . I . , 1 9 5 6 . Some aspects of mineral n u t r i -tion and flowering. M e d e d . Lands Hoogesch. Wageningen, 5 6 ( 9 ) : 1 - 5 1 . In: H o r t . A b s t r . 2 8 ( 1 ) : 1 3 .

HARCENKO, L.N., 1965. On the biosynthesis of essential oil in Indian m u s t a r d . Fiziol. Rast. 1 9 6 4 , 1 1 : 5 9 9 -602. I n : H o r t . Abstr. 3 5 ( 1 ) : 4 3 8 ,

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S A R R U G E , J.R., 1 9 7 5 . Soluções n u t r i t i v a s . Suma Phytopa¬ t h o l o g l c a . 1 : 2 3 1 - 2 3 3 .

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microelementi nei vegetali. Recerche eseguite sul boro e sul m a n g a n e s e . A n n . Sper. Agrar. 9: 9 0 1 - 9 0 9 .

In: H o r t , A b s t r . 2 5 ( 4 ) : 5 2 5 .

Referências

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