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Impacto da obesidade na capacidade funcional de mulheres.

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Rev Assoc Med Bras 2008; 54(2): 106-9

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FATORESASSO C IAD O SÀIN TERRU PÇÃOD ETRATAM EN TOAN TI-RETRO VIRAL TS

Artigo Original

RATAM EN TOARN I RO S ETDE ALCRIAN ÇAS. D ESN U TRID ASH OSPITALIZ ADAS

*Correspondência R. Joel Veiga, 235 -Pousada dos Campos Pouso Alegre - MG Cep 37550-000 julianaorsi@uol.com.br Tel: (35) 3425-2088

RESUMO

OBJETIVO.

Avaliar a capacidade funcional em mulheres eutróficas, com sobrepeso e obesas.

MÉTODOS.

Estudo transversal analítico envolvendo 90 mulheres adultas com idade entre 40 e 60 anos, alocadas em três grupos de acordo com a classificação do índice de massa corporal: eutróficas (n= 30), sobrepeso (n= 30) e obesas (n= 30). As pacientes foram entrevistadas usando um instrumento de avaliação de qualidade de vida específico para capacidade funciona l o Sta nford H ea lth Assessment Questionna ire (H AQ -20). Ta mbém fora m submetida s a teste de esforço pa ra compa ra çã o do consumo má ximo de oxigênio (VO2max) entre os três grupos. Para análise estatística foram usados o teste do Qui quadrado, a análise de variância de Kruskal-Wallis e as correlações de Spearman e Pearson para p= 0,05.

R

ESULTADOS

.

As mulheres obesas apresentaram escores do H AQ -20 (0,375) significantemente maiores (p< 0,05) do que o s outros grupos (0), refletindo pior capacidade funcional. O grupo obesa s a presentou va lores de VO 2max (25,8± 5,0ml/kg/ min) significa ntemente menores (p< 0,001) que sobrepeso (29,9± 6,1ml/kg/min) e eutrófica s (33,8± 4,1ml/kg/min), indicando pior aptidão cardiorrespiratória. Não houve diferença significante entre eutróficas e sobrepeso para VO 2max e escores do HAQ-20. A hipertensão arterial foi mais freqüente nas mulheres obesas (p= 0,012) que também apresentaram menores níveis de escolaridade (p= 0,026).

CONCLUSÃO.

As mulheres obesas apresentaram redução da aptidão física e da capacidade funcional em relação às eutróficas e sobrepeso, o que vem se somar ao pior prognóstico para doenças cardiovasculares dessas pacientes

UN ITERM O S: Obesida de. Q ua lida de de vida . Índice de ma ssa corpora l. Teste de esforço. Mulheres.

IMPACTO

DA

OBESIDADE

NA

CAPACIDADE

FUNCIONAL

DE

MULHERES

JULIANA VIANNADE ANDRADE ORSI*, FABIO XERFAN NAHAS, HEITOR CARVALHO GOMES, CARLOS HENRIQUE VIANNADE ANDRADE, DANIELA FRANCESCATO VEIGA, NEIL FERREIRA NOVO, LYDIA MASAKO FERREIRA.

Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da UNIVÁS - Pouso Alegre – MG – Programa de Mestrado Interinstucional UNIFESP / UNIVÁS

I

NTRODUÇÃO

Prova velmente a obesida de é a doença meta bólica ma is a ntiga que se conhece. Tem a lca nça do proporções epidêmica s a la rma ntes nos pa íses ocidenta is, o mesmo ocorrendo com a s pa tologia s rela ciona da s, como hipertensã o a rteria l sistêmica (H AS) e dia betes mellitus (DM) e insuficiência coroná ria1.

O a um e nt o do pe so corpóre o ge ra lmente ca usa a norma lida des na funçã o respira tória , que incluem diminuiçã o na ca pa cida de funciona l residua l, devido à diminuiçã o do volume de reserva expira tório e a o m a ior ga sto energético dura nte exercício muscula r2.

A incidência de doença corona ria na em indivíduos obesos é ma is freqüente que na popula çã o em gera l3. O índice ma is representa tivo da

obesida de viscera l é a medida da circunferência a bdomina l ma ior que 9 4 cm em hom ens e m a ior que 8 0 cm em m ulheres. Além disso a relação cintura qua dril ma ior que 0 ,9 0 em homens e ma ior que 0 ,8 5 em mulheres é um fa tor de risco importa nte pa ra desenvolvimento de infa rto a gudo do miocá rdio4. A classificação mais utilizada para

diagnós-tico de obesida de e sobrepeso é o índice de ma ssa corpora l (IMC) 5.

O conceito de qua lida de de vida , segundo a O rganização Mundia l de Sa úde (OMS), pode ser descrit o com o a percepçã o do indivíduo de sua posiçã o dentro do contexto cultura l e do sistema de va lores no qua l sua vida está inserida , em rela çã o à s sua s meta s, expecta tiva s e interesses. Esse conceito engloba um complexo modo de se rela ciona r com a s pessoa s e com o meio a mbiente, a sa úde, o esta do psicológico e as condições socia is6.

Com o ob je tivo de mensura r a qua lida de de vida (Q V), diversos instrumentos fora m desenvolvidos nos últimos a nos. Esses instrumen-tos podem ser genéricos ou específicos. O s genéricos a plica m-se a vária s popula ções e a bra ngem a spectos físicos, emociona is e psicoló-gicos7. O s inst rum ent os específicos com o o St a nford H ea lt h

Assessment Questionna ire(H AQ -20), são ca pa zes de a va lia r, de forma individua l e específica , determina dos a spectos da qua lida de vida , como a capacidade funcional8,9.

A de t e rm ina çã o do consum o m á xim o de oxigê nio (VO2m a x) por m eio do teste de esforço (TE), tem sido descrita desde longa da ta , como um dos melhores meios pa ra se a va lia r a ca pa cida de física , sendo a ceita com o a va riá vel m eta bólica que m elhor expressa o de se m pe nho fisico, pois re fle t e a e ficiê ncia do sist e m a ca rdiopulmona r10. A respost a ca rdiorrespira t ória a o exercício é

dire-ta m ente proporciona l à dem a nda de oxigênio (O 2) da muscula tura esquelét ica , a o consum o de oxigênio m iocá rdico e à freqüência cardíaca (FC ). Esses com ponent es a um ent a m linea rm ent e, conform e o tra ba lho físico rea liza do1 1.

Embora esteja bem documenta do que a obesida de a umenta a morbi-morta lida de, é importa nte pesquisa r o impa cto da obesida de na aptidão física e na capacidade funcional12.

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IM PACTOD AOBESIDADEN ACAPACID AD EFU N CIO N ALD EMULH ERES

MÉTODOS

O present e est udo é ana lítico, tra nsversa l, com processo de amostra gem consecutiva rea liza da no La bora tório de Ergometria do Serviço de Ca rdiologia do H ospita l da s Clínica s Sa muel Libâ nio em Pouso Alegre, Mina s Gera is.

Pa rticipa ra m do estudo 9 0 mulheres, com ida de entre 4 0 e 6 0 anos, seleciona da s de a cordo com o IMC, segundo a fórmula IMC = pe so/a lt ura2. Fora m 3 0 eutrófica s (1 8 ,5 e 2 4 ,9 kg/m2), 3 0 com

sobrepeso (2 5 ,0 e 2 9 ,9 kg/m2) e 3 0 obesa s (ma ior ou igua l 3 0 kg/m2)

enca minha da s a o la bora tório de ergometria pa ra a va lia çã o ca rdiova scula r. O pe so e a a ltura da s pa cientes fora m mensura dos em balança antropom ét rica com esta diômetro a copla do.

Pa ra inclusã o, nã o houve restriçã o qua nto à etnia , à escola rida de e sedenta rismo. Fora m considera da s sedentá ria s a s mulheres que nã o pra tica va m a tivida de física regula r. A escola rida de foi considera da funda menta l, médio e superior.

Foram excluídas as pacientes com HAS não controlada, DM, cardiopatia, nefropatia, doenças incapacitantes, gestação, puerpério há menos de um ano, tabagismo efetivo (> 5 cigarros/dia) e teste de esforço anormal.

Para avaliar a aptidão física foi rea liza do teste de esforço com o protocolo de Bruce em esteira rola nte KT1 0 0 0 0 . O critério pa ra interrupçã o do exa me foi ca nsa ço físico rela ta do pela pa ciente ou a o se atingir a freqüencia cardíaca máxima prevista para a idade. O cá lculo do VO2m a x foi feit o de form a indiret a por m eio de nom ogramas 13:

VO2(ml/kg/min) = velocida de x [0,1 + (inclina çã o/100 x 1,8)] + 3,5. Em mulheres sa dia s sedentá ria s o va lor norma l do VO2m ax situa-se em torno de 3 5 a 4 2 ml/kg/min, va ria ndo de a cordo com a ida de (tabela de Cooper, 1 9 9 7 )14.

Após o teste, a s pa cientes fora m convida da s a responder o questio-ná rio H AQ -20 por meio de entrevista . Toda s a ssina ra m o termo de consentimento livre e escla recido. Esse instrumento tem 20 questões dividida s em oito componentes (vestir-se, leva nta r-se, a limenta r-se, caminhar, higiene pessoal, alcançar objetos, apreender objetos e outros). C ada questão avalia a dificuldade em realizar atividades diárias. As resposta s va ria m de zero a três, sendo que zero corresponde a ser ca pa z de realizar e três incapaz de realizar. Após a conclusão da entrevista é realizada uma soma, sendo que apenas o maior escore de cada compo-nente é considera do. O escore final é dado pela média aritmética9.

Análise estatística

Para análise estatística dos resulta dos do VO2ma x e dos escores do H AQ -20, aplicou-se a análise de variância de Kruskal Wallis 15. Para

compa ra r os escores do questioná rio H AQ -2 0 com cá lculo do VO2 max, o IMC, a escola rida de e entre esta e o VO 2ma x nos três esta dos nutriciona is, empregou-se o teste de regressã o linea r múltipla e a corre-lação de Spearman15. Para a correlação e nt re VO

2má x e o IMC nos três

grupos empregou-se teste de Pea rson15. O teste do Q ui quadrado1 5

compararou os três grupos em relação as freqüências das características socia is, clínica s e entre os oito componentes do H AQ -20. Fixou-se em p< 0,05 ou 5% o nível de rejeiçã o da hipótese de nulida de15.

RESULTADOS

As principa is ca ra cterística s dos grupos estuda dos encontra m-se nas Ta bela s 1 e 2. O s três grupos de mulheres fora m semelha ntes e m

relação à ida de: eutrófica s (48,3± 5,3 a nos), sobrepeso (48,5± 4,5 anos) e obesa s (46,9± 5,0 a nos), a o esta do civil, à ma ternida de e a o sedenta rismo. A ma ioria da s mulheres nos três grupos tra ba lha va fora de ca sa . A média do IMC entre a s mulheres foi: eutrófica s (2 1 ,4 ± 1 ,4 kg/m2), sobrepeso (2 6 ,7 ± 3 ,4 kg/m2) e obesa s (3 4 ,4 ± 3 ,8 kg/m2).

N ão houve diferença significante no ítem sedentarismo (p= 0,107), eutróficas (70% ), sobrepeso (70% ) e obesas (90% ). A nuliparidade foi mais freqüente no grupo das eutróficas (30% ), sobrepeso (16% ) e obesas (13% ), mas a diferença não foi significante (p = 0,23).

H ouve diferença significa nte em rela çã o à presença de H AS, que foi m a is frequente na s obesa s (p = 0 ,0 1 2 ). As mulheres obesa s ta mbém a presenta ra m nível de escola rida de significa ntemente ma is ba ixo do que os outros grupos ( p = 0 ,0 2 6 ).

A a va lia çã o dos escores do quest ioná rio H AQ -2 0 foi significa ntemente ma ior (p < 0 ,0 0 1 ) entre a s mulheres obesa s (0 ,3 7 5 ) e m re lação aos outros grupos (0 ). Dentre a s 2 0 pergunta s do H AQ-2 0 , a s questões que revela ra m ma ior dificulda de pa ra rea liza çã o de ta refa s cotidia na s pa ra a s mulheres obesa s fora m a s que envolvia m a movimen-tação da regiã o a bdomina l, como vestir-se, inclusive a ma rra r os sa pa tos (60% ), curva r-se pa ra pega r roupa s no chã o (53,3% ), usa r va ssoura para va rre r e rodo para puxa r á gua (50% ), deita r-se e leva nta r-se da ca ma (40% ), a ssim como toma r ba nho e enxuga r-se (30% ).

As mulheres obesa s a presenta ra m va lores de VO2max (25,8± 5,0ml/ kg/min) significa ntemente menores (p< 0 ,0 0 1 ) do que os grupos eutróficas (33,8± 4,1ml/kg/min) e sobrepeso (29,9± 6,1ml/kg/min). En-tre mulheres com sobrepeso e eutrófica s nã o houve diferença significa nte para cálculo do VO2ma x e nem pa ra escores do H AQ -20.

As correla ções e regressões estuda da s estã o na Ta bela 3 . Nã o houve correla çã o entre VO2m a x e escores do H AQ -2 0 . H ouve corre-lação posit iva significa nte entre VO2m a x e IMC na s eutrófica s (p< 0,05). Ta m bém houve correla çã o entre os escores do H AQ -2 0 e IMC nos três grupos, porém sem significâ ncia esta tística (p< 0,10). A regressã o linea r mostrou correla çã o positiva significa nte entre a escola rida de e o VO2m ax nas obesas (p < 0,05) e negativa significante entre escolarida-de e os e score s do H AQ -20 nas eutróficas e nas obesas (p < 0,05 ).

Tabela 1 - Características sociais e clínicas qualitativas das mulheres nos três grupos

Variáveis Eutróficas n % Sobrepeso n% Obesas n% p=

Solteiras 6 20 3 10 6 20 0,487 Nulíparas 9 30 5 16 4 13 0,233 Trabalham 18 60 17 56 18 60 0,955 Sedentárias 21 70 21 70 27 90 0,107 Hipertensão arterial 11 37 11 37 21 70 0,012* Fumam > 5 cig./dia 1 3 2 6 0 0 0,355

Tabela 2 - Níveis de escolaridade entre os grupos estudados Escolaridade Eutróficas n % Sobrepeso n % Obesas n %

Fundamental 9 30 10 33 19 63 Médio 5 17 9 30 5 17 Superior 16 53 11 37 6 20

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ORSI JVA ETAL.

DISCUSSÃO

A obe sida de está a ssocia da à diminuiçã o do bem-esta r psíquico, com dificulda de de integra çã o socia l, ba ixa a uto-estima e estigmatização16. Além disso, pode ter como efeito a diciona l a reduçã o

da ca pa cida de funciona l, o que pode refletir na piora da produtivida de profissiona l17,18.Estudos prévios demonstra ra m que o a umento do IMC

tem efeito nega tivo em muitos a spectos da qua lida de de vida19.

A maioria das pesquisas sobre qualidade de vida concluiu que a obesidade está mais associada à piora dos aspectos físicos que emocionais. O a umento do peso corpora l está direta mente rela ciona do com piora da capacidade física, da vitalidade e de dores corporais20.

No presente estudo a incidência da HAS controlada com medicamen-tos foi significantemente maior entre as mulheres obesas, concordando com dados da O MS que relatou que 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam HAS diretamente atribuída ao sobrepeso e à obesidade 5.

Grundy et al. descreveram a HAS como uma patologia inseparável da obesida de, pois o excesso de peso pode provoca r ou a gra var a HAS21.

Em estudos realizados nas Universidades da Pensilvânia e Harvard verificou-se que a prevalência de HAS é inversamente relacionada ao nível de capacidade física.22 O bservou-se ainda que o risco relativo de uma pessoa

se tornar hipertensa é bem maior se ela apresentar baixa capacidade física23.

As mulheres obesa s a presenta ra m escola rida de menor do que os outros grupos. Possivelmente, a melhor escola rida de conscientize ma is a m ulher dos riscos do excesso de peso e dos m eios de evitá -lo, o que pode ria influencia r no pior resulta do da s mulheres obesa s na ca pa cida -de funciona l.

Uma limita çã o do estudo foi nã o ter medido a cintura a bdomina l das mulheres para correlacionar a capacidade física, pois atualmente

sa be-se que a obesida de a bdomina l é considera da um importa nte fa tor de risco isola do pa ra insuficiência coroná ria4.

Atua lmente, o VO2m a x é a va riá vel que representa o melhor índice obje t ivo do de se m pe nho ca rdiovascular24. O cá lculo pode ser feito de

forma direta por meio de um espirômetro, onde o pa ciente ina la o a r a mbiente e o elimina direto no espirômetro pa ra qua ntifica çã o do volum e de O2 consum ido, ou de form a indireta por meio de equa ções m a temá tica s é possível ca lcula r va lores de VO2m a x muito próximos do rea l. Sendo esta a ma neira ma is utiliza da na prá tica , principa lmente por ordem de limita ções econômica s14.

As mulheres obesa s a presenta ra m va lores de VO2m ax significativa-mente menores que os outros grupos. Isso significa que a a ptidã o física da s m ulheres obesa s é m enor do que a da s m ulheres com sobrepeso e eutrófica s, pois a medida do VO2m a x é a va riá vel que melhor expressa o desempenho físico. Pa ra a obtençã o de va lores eleva dos de consumo de oxigênio é necessá ria uma perfeita integra çã o dos sistema s neuromuscula r, esquelético, ca rdiova scula r e respira tório25.

É importante ressaltar que não houve diferença significante quanto à ida de dos três grupos de mulheres, porque a cla ssifica çã o do resulta do do VO2max para a aptidão cardiorrespiratória é corrigida para a idade (tabelas de Coope r e AH A)14. Desta forma , o cá lculo do VO

2 max refletiu

fidedigna mente o perfil de condiciona mento físico de ca da grupo. Isso reforça a idéia de que o IMC influencia nega tiva mente a ca pa cida de física independente da ida de. Um dos fa tores responsá veis, prova ve lm e nt e é a ma ior qua ntida de de a dipocina s produzida pela gordura viscera l que eleva m a resistência periférica da insulina e aumentam a pressão arterial26.

As mulheres obesa s a presenta ra m escores do H AQ-2 0 significa ti-va mente ma iores que os outros grupos, qua nto ma ior o escore, pior a capacidade funcional, concordando com a avaliação realizada pelo teste de esforço pa ra o cá lculo do VO2 má x. Entreta nto nã o houve correla -ção significa nte entre VO2m á x e os escores do H AQ-2 0 , nem entre e score s do H AQ -2 0 e IMC, provave lm e nt e pe lo núm e ro re duzido da amostra em ca da grupo.

A rela çã o entre prá tica regula r de exercício e sa úde ca usa otimis-mo. Mesmo que o exercício nã o consiga gra nde reduçã o do peso, ele pode melhora r a s conseqüência s nega tiva s da obesida de na ca pa cida de funciona l e no sistema ca rdiova scula r, principa lmente em pa cientes com síndrome meta bólica .27 Muitos estudos têm mostra do o impa cto

posit ivo da muda nça de estilo de vida , enfa tiza ndo que o peso norma l e a prá tica regula r de exercicios podem melhora r a sa úde e a CF2 8 ,2 9.

O desempenho físico depende de vários fatores que incluem força, amplitude de movimentos, integridade neurológica e grau de motivação para certas atividades. HEPorém a CF está além, é uma variável mais ampla e está

relacionada com a forma que a pessoa desempenha suas atividades cotidianas, ou seja, qual o grau de dificuldade que a pessoa encontra para viver30.

CONCLUSÃO

As mulheres obesas apresentaram redução da aptidão física e da capacidade funcional em relação às eutróficas e sobrepeso, o que vem se somar ao pior prognóstico para doenças cardiovasculares dessas pacientes.

Conflito de interesse:

não há

Tabela 3 - Correlação entre as variáveis estudadas nos três grupos Correlação Eutróficas r(p) Sobrepeso r(p) Obesas r(p)

VO2 x HAQ -20 -0,007 0,037 -0,153 VO2 x IMC -0,348 (< 0,05) -0,182 -0,074 VO2 x Escolar 0,043 -0,097 0,350 (p< 0,05)* HAQ-20 x IMC -0,246 0,323 (< 0,10) 0,213 HAQ-20 x Escolar -0,335(p< 0,05) -0,088 -0,336 (p< 0,05)*

Escola r = escola rida de

Figura 1 - Média do VO2max e dos escores do HAQ-20 nos três grupos

(p < 0,001)* ( p < 0,001) * e ut e sp> ob obesa s > eut e sp

Obs. va lor norm a l de VO2máxpa ra mulheres sa dia s sedentá ria s situa -se entre 35 a 42 ml/kg/min1 4

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SUMMARY

IMPACT

OF OBESITY ON THE FUN CTION AL CAPACITY OF WOMEN OBJECTIVE. The aim of this study w as to evaluate the functional capacity of obese, overweight and eutrophic wom en.

METH O D S. An analytical cross study involved 90 adult wom e n from 4 0 to 6 0 years of age, distributed in three groups: eutrophic (n= 3 0 ), overweight (n= 3 0 ) and obese (n= 3 0 ).Patients w ere int erview ed by m eans of the specific health related quality of life questionnaire, Stanford Health Q uestionnaire (HAQ -20). The y we re also subm itted to an exercise

test to com pare the m axim al oxygen uptake (VO2m ax) among t he t hree

groups. Statistical analysis included the chi-square test, the Kruskal W allis variance analysis and the Spearm an and Pearson correlations for p= 0.05. RESU LTS. The group of ob e se wom e n pre se nt e d H AQ -2 0 (0 .3 7 5 ) sc ore rat es significant ly higher (p< 0 .0 5 ) t han t he ot her groups (0 ), re fle ct ing le sse r funct ional capacit y. The obe se group pre se nt e d

VO2m ax score rat e s (2 5 . 8 ± 5 . 0 m l/kg/m in), significant ly low e r

(p< 0 .0 0 1 ) t han t he overw e ight (2 9 .9 ± 6 .1 m l/kg/m in) and e ut rophic (3 3 .8 ± 4 ,1 m l/kg/m in) groups, indicat ing a poore r cardio re spirat ory apt it ude. Th e re was no significant diffe re nce be t w e e n t he e ut rophic and ove rwe ight VO2 m ax and H AQ - 2 0 score rat e s. H ype rt e nsion w as m ore fre que nt am ong obe se wom e n (p= 0 .0 1 2 ) who also pre se nt e d a lowe r le ve l of schooling p= 0 . 0 2 6 ).

CO N CLU SIO N. O bese wom en presented a poorer physical aptitude and

lesser functional capacity in relation to those in the eutrophic and overweight groups Furtherm ore, the obese also exhibited a worse prognosis

for cardiovascular disease. [Rev Assoc Med Bra s 2008; 54(2): 106-9]

KEY W O RD S: O b e sit y. Q ua lit y of life . Bod y m a ss ind e x. Exe rcise Te st . W om e n .

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