• Nenhum resultado encontrado

Síndrome metabólica e risco cardiovascular na pós- menopausa: avaliação por diferentes critérios diagnósticos e influência de fatores sócio-econômicos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Síndrome metabólica e risco cardiovascular na pós- menopausa: avaliação por diferentes critérios diagnósticos e influência de fatores sócio-econômicos"

Copied!
68
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

SÍNDROME METABÓLICA E RISCO CARDIOVASCULAR NA

PÓS-MENOPAUSA: AVALIAÇÃO POR DIFERENTES CRITÉRIOS

DIAGNÓSTICOS E INFLUÊNCIA DE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS

INAVAN LOPES DA SILVEIRA

(2)

S587s Silveira, Inavan Lopes da.

Síndrome metabólica e risco cardiovascular na pós-menopausa: avaliação por diferentes critérios diagnósticos e influência de fatores sócio-econômicos / Inavan Lopes da Silveira. -- Natal, 2008.

67f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Or

ientador: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo.

1.Climatério. 2.Menopausa. 3.Síndrome metabólica. 4.Doença cardiovascular. 5.Resistência a insulina. 6.Risco cardiovascular. I.Título.

CDU: 618.1 Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa

(3)

SÍNDROME METABÓLICA E RISCO CARDIOVASCULAR NA

PÓS-MENOPAUSA: AVALIAÇÃO POR DIFERENTES CRITÉRIOS

DIAGNÓSTICOS E INFLUÊNCIA DE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título

de Mestre em Ciências da Saúde.

ORIENTADOR: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo

(4)

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:

(5)

SÍNDROME METABÓLICA E RISCO CARDIOVASCULAR NA

PÓS-MENOPAUSA: AVALIAÇÃO POR DIFERENTES CRITÉRIOS

DIAGNÓSTICOS E INFLUÊNCIA DE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Presidente da Banca: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. George Dantas de Azevedo (UFRN)

Profa. Dra. Ester da Silva (UNIMEP)

(6)
(7)

A minha mulher Joseane e aos meus filhos José Mateus e Gabriel por

compreenderem os momentos de ausência dedicados à realização da pesquisa e

elaboração dos artigos e da dissertação em detrimento de suas companhias, pelo

incentivo aos estudos e que se prolonga por toda a minha vida profissional.

Aos meus pais Inácio e Nailde pela oportunidade de ter nascido e vivenciar

(8)

Ao meu orientador, Prof. George Dantas, pelos ensinamentos clínicos,

paciência, dedicação e treinamento nos fundamentos da pesquisa científica, até então

desconhecidos na minha vida profissional, que me proporcionaram uma visão mais

criteriosa da ciência e ampliaram meus conhecimentos científicos, enriquecendo meu

desempenho profissional.

A Profa. Técia Maranhão, amiga e incentivadora nos momentos de indecisão,

pela contribuição, apoio e inspiração que ela representa para minha formação como

pesquisador.

A Profa. Elvira Mafaldo Soares, pela contribuição e incentivo para a realização

deste projeto de mestrado, contribuindo para minha formação como pesquisador.

A Profa. Maria José Vilar, pelo incentivo e colaboração para conclusão desta

etapa da minha formação profissional.

Aos amigos do grupo de estudos e pesquisa: Simone, Lilian, Carmem, Joceline,

(9)

Aos colegas de trabalho e às instituições com as quais mantenho vínculo como

profissional: Hospital da Polícia Militar, Prefeitura Municipal de Mossoró e Hospital

Wilson Rosado; agradeço pela compreensão nos momentos de ausência.

Às enfermeiras, assistentes sociais, farmacêuticas, alunos de graduação do

curso de medicina e auxiliares de enfermagem das instituições participantes da

pesquisa, pela colaboração e apoio.

Às pacientes participantes da pesquisa, através da disponibilidade,

(10)

ALT – Alanina-aminotransferase

AST – Aspartato-aminotransferase

ATP III – Adult Treatment Panel III

CT – Colesterol total

DCV – doenças cardiovasculares

GGT – Gama-glutamiltransferase

HDL-C – High-density lipoprotein cholesterol, Colesterol-HDL

IDF – International Diabetes Federation

LDL – Low-density lipoprotein cholesterol, Colesterol-LDL

NCEP – National Cholesterol Education Program

SM – Síndrome metabólica

SUS – Sistema Único de Saúde

WHI - Women's Health Initiative Study

(11)

A síndrome metabólica (SM) engloba um grupo de fatores de risco, estando associada com aumento significativo do risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) e diabetes tipo 2. Recentes pesquisas têm demonstrado a importância da identificação precoce e tratamento de pacientes com SM, visando à prevenção das DCV. O objetivo do nosso trabalho foi determinar a prevalência de SM por diferentes critérios diagnósticos em mulheres na pós-menopausa e analisar a influência da intensidade dos fatores sócio-econômicos sobre o risco cardiovascular nessa amostra da população. Foi realizado estudo transversal envolvendo 127 mulheres na pós-menopausa (idade de 45 a 64 anos) residentes em Natal e Mossoró, Rio Grande do Norte. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O protocolo experimental constou da aplicação de entrevista estruturada, exame clínico e realização de dosagens sanguíneas. O diagnóstico de SM foi estabelecido com base nos critérios NCEP-ATP III (National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III) e da IDF (International Diabetes Federation). A pesquisa foi realizada com a participação de uma equipe interdisciplinar nas suas diversas fases. O resultado da amostra estudada apresentou média de idade de 53,9 ± 4,6 anos e renda per capita média de 54,5 dólares. A prevalência de SM conforme os critérios NCEP-ATP III e IDF foi de 52,8% e 61,4%, respectivamente. A taxa de concordância entre os critérios NCEP-ATP III e IDF foi de 81,9%, com valor de kappa de 0,63 (IC 95%, 0,49-0,76), indicando haver boa concordância entre as duas definições. O fator de risco cardiovascular mais prevalente foi HDL<50 mg/dl, observado em 96,1% das mulheres analisadas, seguido por circunferência da cintura aumentada (•80 cm) em 78,0%, elevação da pressão arterial em 51,2%, triglicerídeos • 150 mg/dl em 40,9% e glicemia • 100 mg/dl em 37,0% das mulheres. A ocorrência de SM foi significativamente associada com a escolaridade e índice de massa corporal (IMC). Pressão arterial elevada foi significativamente associada com baixa renda familiar, baixa escolaridade e ganho de peso. Não houve associação significativa entre a intensidade da sintomatologia climatérica e ocorrência de SM. As conclusões da pesquisa foram que a SM e seus componentes individuais apresentam elevada prevalência em mulheres brasileiras na pós-menopausa, havendo associações significativas com o ganho de peso e indicadores de baixo nível sócio-econômico. Os dados apontam para a necessidade da abordagem interdisciplinar no nível da atenção básica em saúde, voltada para a identificação precoce de fatores de risco e promoção da saúde cardiovascular das mulheres no climatério.

Palavras-chave: Climatério. Menopausa. Síndrome metabólica. Doença

(12)

Dedicatória ... vi

Agradecimentos especiais ... vii

Agradecimentos ...viii

Lista de abreviaturas... ix

Resumo ...x

1 INTRODUÇÃO ...1

2 REVISÃO DA LITERATURA...4

3 ANEXAÇÃO DE ARTIGOS.....11

Artigo 1...12

Artigo 2 ...15

4 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES ...37

5 REFERÊNCIAS ...41

Apêndice

(13)

1 - INTRODUÇÃO

O climatério pode ser definido como o período de transição entre as fases

reprodutiva e não reprodutiva da vida da mulher, caracterizando-se pelo esgotamento

dos folículos ovarianos e queda progressiva dos níveis de estradiol. Pode progredir

com o surgimento de sintomas característicos da síndrome climatérica e culmina com a

interrupção definitiva dos ciclos menstruais ou menopausa 1,2.

Como conseqüência da deficiência estrogênica e de alterações inerentes ao

próprio envelhecimento, as mulheres na pós-menopausa apresentam aumento do risco

para doenças cardiovasculares3. De acordo com Organização Mundial de Saúde, a

doença cardiovascular é atualmente a principal causa de mortalidade entre homens e

mulheres na terceira idade, tanto em paises desenvolvidos como nos países em

desenvolvimento2,4.

No Brasil, considerando-se registros oficiais para o ano de 2001, a mortalidade

cardiovascular correspondeu a 27,4% do total geral de óbitos, sendo essa taxa ainda

maior para o sexo feminino isoladamente, onde atingiu 31,0% das mortes5. No Estado

do Rio Grande do Norte, o coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares na

população feminina é superior ao observado para os homens, em todas as faixas

etárias mais precoces, tendendo a uma estabilidade após os 50 anos, fato que pode

ser atribuído à maior contribuição da mortalidade por causas externas na população

masculina jovem6.

Entretanto, controvérsias ainda existem acerca dos mecanismos fisiopatológicos

que relacionam o climatério às doenças cardiovasculares, imputando-se grande

responsabilidade à obesidade e dislipidemia como mediadoras desse aumento do risco

(14)

envelhecimento, tais como alterações na modulação da freqüência cardíaca, maior

acúmulo de tecido adiposo visceral e diminuição da sensibilidade dos tecidos

periféricos à ação da insulina9-11. Nesse contexto, grande destaque tem sido dado à

identificação de preditores de risco cardiovascular em mulheres no climatério. A partir

do relato de Reaven (1988)12, sobre o papel desenvolvido pela insulina na doença

humana e pela descrição da chamada Síndrome X, várias tentativas foram

empreendidas no sentido de agrupar os diversos componentes envolvidos no aumento

do risco cardiovascular. Na atualidade, esse conceito evoluiu para a descrição da

“Síndrome Metabólica”, uma condição caracterizada por agregar amplo espectro de

anormalidades metabólicas associadas ao aumento do risco cardiovascular e que tem

na resistência à insulina o seu denominador comum 7,13-15.

Especificamente sobre a prevalência de síndrome metabólica em mulheres no

climatério, estudos demonstram que a fase da pós-menopausa está associada com

aumento de 60% no risco para síndrome metabólica, mesmo quando ajustado para

idade, índice de massa corporal e nível de atividade física 7,15. Dados provenientes de

estudo realizados no Equador apontam prevalência crescente a partir dos 40 anos,

atingindo 51,4% no grupo de mulheres com idade entre 50-59 anos e taxa de 55,7%

nas mulheres com mais de 5 anos de pós-menopausa 4. Em outros países da América

Latina, a prevalência também se mostrou elevada 14.

A literatura ainda carece de estudos sobre a prevalência de síndrome metabólica

em mulheres brasileiras na pós-menopausa. A despeito disso, estudos iniciais apontam

uma relevante associação entre climatério e síndrome metabólica, conforme

demonstrado por Oliveira et al (2006) em trabalho envolvendo indivíduos de uma área

rural do semi-árido baiano, onde observaram prevalência global de 30%, sendo maior

(15)

como entre os indivíduos de idade mais avançada, com taxa de prevalência de 41,4%

na faixa etária acima de 45 anos16.

Em virtude da relevância do tema e da possibilidade de associação entre

climatério, síndrome metabólica e risco cardiovascular, torna-se necessária a

determinação da prevalência de síndrome metabólica e seus componentes individuais

em mulheres na pós-menopausa, com vistas a permitir uma abordagem preventiva dos

fatores de risco identificáveis, no sentido de minimizar a ocorrência futura de eventos

mórbidos relacionados ao sistema cardiovascular. O objetivo desse trabalho foi avaliar

a prevalência de síndrome metabólica e seus componentes individuais em mulheres na

pós-menopausa, relacionando-os com variáveis sócio-econômicas e outros fatores

(16)

2 - REVISÃO DA LITERATURA

A menopausa é definida como a ausência da menstruação por 12 meses

consecutivos, sendo a historia menstrual o mais confiável indicador do estado

pós-menopausal, associado a um perfil hormonal compatível com redução de estradiol e

elevação do hormôno folículo-estimulante (FSH). A perimenopausa tem sido definida

com um período de irregularidade menstrual e variabilidade hormonal, iniciando com

mudança do padrão do ciclo menstrual e apresentando duração média de 4 anos, até a

extinção dos ciclos menstruais espontâneos (menopausa) 1.

A perda da atividade folicular ovariana explica a queda da produção estrogênica

após a menopausa, que representa a principal manifestação endócrina nessa fase da

vida da mulher. Em conseqüência dessa mudança hormonal, ocorrem repercussões

clínicas de ocorrência heterogênea, tanto na intensidade quanto na forma de

apresentação, podendo incluir fogachos, suores noturnos, insônia, mudança de humor,

ansiedade, irritabilidade e perda da memória e concentração. O trato urogenital é

também afetado, com a presença de atrofia genital e, como conseqüência, quadros de

incontinência urinária e dispareunia 1,7.

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de

mortalidade entre homens e mulheres nos países em desenvolvimento2,8. Entretanto,

uma análise epidemiológica acerca da progressão das DCV e suas formas de

apresentação clínica, apontam diferenças marcantes entre as populações masculina e

feminina. Os eventos cardiovasculares são de rara ocorrência nas mulheres na

pré-menopausa, aumentando sua incidência na faixa etária entre 45 e 54 anos, que

coincide com a ocorrência da menopausa17. Nesse sentido, as mulheres na

(17)

mesma faixa etária7. Outro dado interessante diz respeito ao fato de que a mortalidade

por DCV tem continuamente diminuído entre os homens, uma tendência que não se

observa na população feminina8, considerando que após a idade de 70 anos, a

incidência de DCV é igual nos homens e mulheres, sugerindo um papel para a

deficiência estrogênica nesse processo de rápida aceleração do risco cardiovascular7.

As DCV afetam cerca de 42,1 milhões de mulheres americanas com mais de 20

anos de idade, sendo a principal causa de mortalidade nessa população. De acordo

com estimativas atuais, uma em cada grupo de 30 mulheres morre em decorrência de

câncer de mama, relação que é da ordem de uma em 2,6 mulheres, quando se analisa

a mortalidade por DCV18. Como explicação para esse fenômeno epidemiológico,

pesquisas do NHANES III conduzidas entre 1988 e 1994, evidenciaram que mais de

50% das mulheres dos Estados Unidos apresentam sobrepeso e obesidade, sugerindo

um papel preponderante do excesso de peso19,20.

Na Europa, estima-se que 55% das mulheres morrerão por DCV, sendo essa

estimativa de 43% em relação à população masculina. Nesse cenário, a doença

cardíaca coronariana é responsável por 23% dos óbitos em mulheres, os acidentes

vasculares cerebrais por 18% e outras doenças cardiovasculares por 15% dos

óbitos17,21. Esses dados alertam para a relevância mundial das doenças

cardiovasculares no contexto da saúde global das mulheres no climatério, fato que

muitas vezes é negligenciado em detrimento de outras condições também importantes

nessa fase da vida da mulher, como o câncer de mama e de útero. Ressalte-se que o

câncer de mama é responsável por apenas 3% dos óbitos de mulheres, constituindo-se

em considerável causa de morbidade17.

No Brasil, considerando-se registros oficiais para o ano de 2001, a mortalidade

(18)

maior para o sexo feminino isoladamente, onde atingiu 31,0% das mortes5. No Estado

do Rio Grande do Norte, o coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares na

população feminina é inferior ao observado nos homens, em todas as faixas etárias

mais precoces, tendendo a uma estabilidade após os 50 anos, fato que pode ser

atribuído à maior contribuição da mortalidade por causas externas na população

masculina jovem6.

Os fatores de risco para DCV podem ser divididos em não modificáveis e

modificáveis. Dentre os fatores de risco considerados não modificáveis destaca-se a

idade, gênero e historia familiar. Os fatores de risco modificáveis apresentam elevada

prevalência no período do climatério e incluem a obesidade, tabagismo, sedentarismo,

dislipidemia, hipertensão arterial, intolerância à glicose e diabetes mellitus17.

Conforme já anteriormente destacado, a incidência das DCV ocorre

diferentemente entre homens e mulheres, fato que pode ser atribuído a um provável

efeito cardioprotetor dos estrogênios endógenos, durante a vida reprodutiva feminina.

Níveis estrogênicos baixos no plasma podem acarretar modificações desfavoráveis no

metabolismo dos lipídios e carboidratos, bem como alterações em vários outros

mecanismos importantes na regulação da saúde cardiovascular, como por exemplo, na

sensibilidade à insulina, hemostasia, modulação autonômica da freqüência cardíaca e

regulação da pressão arterial, dentre outros7,9,17. Mudanças similares podem ser

observadas nas mulheres jovens com falência ovariana prematura, sugerindo que o

estradiol influencia significativamente todos esses fatores 17,22.

Apesar de bastante estudados, os mecanismos responsáveis pelo aumento do

risco cardiovascular na pós-menopausa ainda não são completamente compreendidos.

Alterações no metabolismo dos lipídios associadas com a deficiência estrogênica

(19)

há também efeitos diretos da deficiência estrogênica na distribuição da gordura

abdominal (obesidade central), ação da insulina, parede arterial e fibrinólise. Em

conjunto, todos esses fatores contribuem para o aumento da prevalência da síndrome

metabólica em mulheres na pós-menopausa, quando comparadas com mulheres no

menacme7.

A etiologia para explicar o sobrepeso e a obesidade nas mulheres do climatério

é multifatorial. Está bem estabelecida a associação da menopausa com ganho de peso,

deposição de gordura adiposa visceral e alterações desfavoráveis na composição

óssea20.

A síndrome metabólica é uma combinação de fatores de risco, incluindo

obesidade abdominal, dislipidemia, intolerância à glicose e hipertensão arterial. O

agrupamento destes fatores foi inicialmente denominado com o termo “Síndrome X”,

sendo objeto de diversas tentativas posteriores de definição de critérios diagnósticos e

prognósticos12-16,23-27. A agregação destas características em uma única entidade

clínica prevê uma ferramenta que pode identificar um segmento da população com

aumento de risco para desenvolver diabetes tipo 2, como também aumento da

morbidade e mortalidade cardiovascular18.

Na atualidade, evidências apontam que, embora muitos fatores de risco para

doença cardiovascular surjam apenas no período após a menopausa, as

características da síndrome metabólica podem estar presentes desde muito cedo na

vida reprodutiva7. Nesse sentido, vários fatores podem provocar impacto na

prevalência e características da síndrome metabólica em mulheres, tais como:

gravidez, lactação, diabetes mellitus gestacional, pré-eclampsia, uso de contraceptivo

hormonal oral e síndrome dos ovários policísticos18. Sobre essa última condição, um

(20)

na cidade de Natal/RN de 28,4%, sendo ainda mais elevada em pacientes obesas

(52,3%)28.

A síndrome metabólica é definida por diferentes critérios que variam

principalmente em decorrência das diferentes opiniões sobre os limiares que devem ser

adotados para cada componente individual (por exemplo, pressão arterial),

considerando variações existentes entre as diversas populações. Ainda não existe

consenso sobre quais componentes clínicos são mais importantes na predição de

eventos cardiovasculares. Numa perspectiva global, todas as definições incluem e

valorizam a mensuração da obesidade central e pressão arterial, juntamente com a

determinação de níveis séricos de glicose em jejum, HDL-colesterol e triglicerídeos

12-16,23-27.

Vários consensos existem sobre os critérios adotados para diagnóstico da

síndrome metabólica, com destaque para os descritos pelo National Cholesterol

Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III)25 e pela Federação

Internacional de Diabetes27. Os critérios do NCEP-ATP III tem sido os mais utilizados

tanto na área de pesquisa quanto na clínica, estabelecendo uma definição da síndrome

metabólica quando da presença de três ou mais dos seguintes fatores de risco: 1)

circunferência abdominal • 102 cm para os homens e • 88 cm para as mulheres; 2) nível de triglicerideos • 150 mg/dl; 3) nível de HDL < 40 mg/dl nos homens e < 50 mg/dl nas mulheres; 4) pressão arterial • 130 mmHg para a pressão sistólica ou • 85 mmHg para a pressão diastólica; e nível de glicemia de jejum • 110mg/dl 13,25.

Em face das recomendações da Associação Americana de Diabetes29 e de

evidências quanto às diferenças existentes entre a população americana e outras

populações com menor incidência de obesidade, a Federação Internacional de

(21)

e circunferência da cintura. De acordo com os critérios da IDF27, a mulher deve ser

diagnosticada como tendo SM caso apresente obesidade central (cintura • 80 cm) associado a dois ou mais dos seguintes parâmetros: triglicerídeos • 150 mg/dl; HDL-colesterol < 50 mg/dL; pressão arterial • 130/85 mmHg e glicemia de jejum • 100 mg/dl.

A principal diferença na definição pelos critérios da IDF se comparado com os

critérios do NCEP é a obesidade central, que deve estar presente como pré-requisito

para o diagnóstico da SM segundo os critérios IDF27. Entretanto, um problema comum

para todas as definições é sua aplicabilidade para diferentes grupos populacionais,

especialmente em relação à prevalência de sobrepeso/obesidade30. Trabalho realizado

com população Koreana, comparando os dois critérios, mostrou que a prevalência da

síndrome metabólica usando o critério da IDF foi maior do que o NCEP. Porém,

participantes com a SM definida pelo NCEP mostraram maior relação com DCV do que

aquelas identificadas pela classificação da IDF31.

A síndrome metabólica foi diagnosticada em aproximadamente 40% dos adultos

nos Estados Unidos, usando os critérios da IDF, considerando-se a população com

idade acima de 20 anos de ambos os sexos, sendo a sua prevalência maior do que a

encontrada pelos critérios da NCEP para a mesma população, que correspondeu a

34,5%32. Utilizando as definições do NCEP-ATPIII e da IDF, um estudo multicêntrico

(EUROASPIRE) evidenciou prevalência de SM de 56% e 72% na população feminina,

respectivamente, enquanto que na população masculina a prevalência foi de 40% e

59%, respectivamente, de acordo com os dois critérios diagnósticos utilizados33.

Especificamente sobre a prevalência de síndrome metabólica em mulheres no

(22)

crescente a partir dos 40 anos, atingindo 51,4% no grupo de mulheres com idade entre

50-59 anos4.

Vários estudos e meta-análises têm demonstrado que a síndrome metabólica é

um forte fator de predição para doenças crônicas e complicações cardiovasculares,

incluindo diabetes tipo 2, infarto de miocárdio e hemorragia cerebral. Entretanto, mais

do que fator de predição para várias doenças, esta entidade é um precursor de

condições que podem ser prevenidas14. Um estudo realizado na Finlândia (Finnish

Diabetes Prevention Study) demonstrou significante redução na incidência de casos

novos de diabetes, após 4 anos da realização de um programa de estilo de vida

saudável, que incluiu redução do peso, atividade física, diminuição do consumo de

gordura saturada e aumento da ingestão de fibras34.

A Associação Americana de Cardiologia publicou recentemente diretrizes

baseadas em evidências para prevenção da DCV em mulheres35. De acordo com estas

diretrizes, a intervenção no estilo de vida deveria ser instituída, incluindo como

exemplo: parar de fumar, dieta controlada e exercícios físicos. Além disso, o tratamento

farmacológico da hiperlipidemia nas mulheres é benéfico para prevenção primária e

secundária da doença cardíaca. Nesse sentido, alerta-se para o cuidado na

identificação e abordagem dos fatores de risco cardiovascular em mulheres na

(23)

3 - ANEXAÇÃO DE ARTIGOS

Artigo 1 - Metabolic syndrome in postmenopausal women: higher prevalence in the

Northeastern Region of Brazil than in other Latin American countries and the influence

of obesity and socioeconomic factors. Artigo publicado no periódico Climacteric, volume

10, número 5, páginas 438-439, outubro de 2007.

Artigo 2 – Prevalence of the metabolic syndrome in Brazilian postmenopausal women

using National Cholesterol Education Program and International Diabetes Federation

(24)

ARTIGO 1

Título: Metabolic syndrome in postmenopausal women: higher prevalence in the

Northeastern Region of Brazil than in other Latin American countries and the influence

of obesity and socioeconomic factors.

Autores:

Inavan Lopes da Silveira1

Tecia Maria de Oliveira Maranhão2

George Dantas de Azevedo3

1Aluno de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

2Professora Titular do Departamento de Toco-ginecologia e Orientadora do Programa

de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte

3Professor Adjunto do Departamento de Morfologia e Orientador do Programa de

(25)
(26)
(27)

ARTIGO 2

Title: Prevalence of the metabolic syndrome in Brazilian postmenopausal women using

National Cholesterol Education Program and International Diabetes Federation

definitions

Running title: Climacteric and metabolic syndrome

Authors:

Inavan L. Silveira1

Elvira M. M. Soares1,2

Técia M. O. Maranhão1,3

Telma M. A. M. Lemos4

George D. Azevedo*,1,5

Institutions:

1Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal-RN, Brasil

2Maternidade Escola Januário Cicco, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Natal-RN, Brasil

3Departamento de Toco-ginecologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil

4Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil.

5Departamento de Morfologia, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio

(28)

Reprint requests: George D. Azevedo. Departamento de Morfologia do Centro de

Biociências, Campus Universitário, BR 101, Lagoa Nova, Natal-RN, Brazil. CEP:

59078-970. Phone and fax: +55-84-32119207

Email:georgedantas@uol.com.br

Financial support: This work was supported in part by the Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Saúde do Brasil, and

(29)

ABSTRACT:

Background: Metabolic syndrome (MetS) is an independent risk factor for

cardiovascular disease (CVD) and type 2 diabetes. The identification of MetS is an

important goal for preventing CVD in postmenopausal women. However, limited

information is available about the prevalence of MetS in non-US postmenopausal

women.

Objective: To estimate the prevalence of MetS in low-income Brazilian postmenopausal

women as defined by the National Cholesterol Education Program Adult Treatment

Panel III (NCEP) criteria and the International Diabetes Federation (IDF) definition.

Methods: Cross-sectional study involving 127 postmenopausal women (45 to 64 years)

from Natal, Brazil. Written informed consent was obtained from all participants and the

study was approved by the Institutional Ethics Committee. Metabolic syndrome was

defined by the NCEP and IDF criteria. Associations with the climacteric symptoms

scores, socio-economic and cardiovascular risk factors were examined.

Results: Mean (SD) age was 53.9 (4.6) years and monthly income was 54.5 dollars per

capita. Prevalence of MetS was 52.8% and 61.4% according to the NCEP and IDF

definitions, respectively. The agreement rate between NCEP and IDF criteria was

81.9% and the kappa value was 0.63 (95% CI, 0.49-0.76) indicating a good strength of

agreement. The most prevalent isolated MetS abnormality was HDL<50 mg/dl, present

in 96.1%, followed by increased waist circumference (•80 cm) in 78.0%, hypertension in 51.2%, triglycerides > 150 mg/dl in 40.9%, and fasting glucose concentrations • 100 mg/dl in 37.0%.

Conclusion: These results show that MetS is highly prevalent in low-income Brazilian

(30)

KEYWORDS: Climacteric, Menopause, Metabolic syndrome, Cardiovascular disease,

(31)

Introduction

Cardiovascular disease (CVD) is the underlying cause of most mortality and

disability among women after menopause1,2. In Brazil, analysis of the official data shows

that the CVD mortality rate reaches 27.4% of the total number of deaths, and is higher

for the female population (31.0%) 3. Several pathophysiological factors have been

implicated in the increased prevalence of atherosclerotic disease, myocardial infarction

and type 2 diabetes in postmenopausal women, such as estrogen deficiency, aging,

weight gain, and alterations in lipid metabolism, body fat distribution, insulin sensitivity,

the arterial wall, and fibrinolysis4-6.

Although widely studied over th/e past several decades, there has been an ever

increasing interest in the early investigation of cardiovascular predictors in climacteric

women as a clinical tool for changing modifiable risk factors and for preventing the

occurrence of CVD. Since the first report by Reaven7 on the action of insulin in human

disease, several attempts have been made to group the factors involved in the

increased cardiovascular risk into a common denomination. This concept has evolved

into a description of the metabolic syndrome (METS), which is as a cluster of endocrine

and metabolic disturbances that has been associated with a two-fold increased risk of

cardiovascular disease and a five-fold increased risk of type 2 diabetes, accounting for

traditional CVD risk factors8. The features of the metabolic syndrome include the

accumulation of visceral (abdominal) adiposity, insulin resistance, hypertension, and

dyslipidemia (hypertriglyceridemia, reduced high density lipoprotein (HDL), and small

dense LDL particles)9,10.

There have been several definitions of metabolic syndrome and several reports

(32)

Latin American postmenopausal women, METS prevalence according to the National

Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP) varies from 28.1% in

women aged 40–44 years to 42.9% in those aged 60–64 years14. In the Ecuadorian

population of postmenopausal women, the prevalence of METS is high and the main

determinant factors are age, time since menopause onset and sedentary habits. Since

the prevalence of METS is high in postmenopausal women, despite adjustments for

age, body mass index and physical activity level, it is plausible to consider that

menopause is a contributing factor for developing METS and consequent CVD.

There are no published references about the age-adjusted prevalence of METS

by sex in the general Brazilian population16. Limited information can be obtained from a

study involving a specific sample of a rural population from Bahia, Brazil, which showed

a prevalence among women • 45 years of 56.9%, probably associated to menopause17.

(In a previous communication, we reported the initial results on the prevalence of METS

in Brazilian postmenopausal women by age group, with an increasing rate from the 45–

49-year-old group (23.9%) to the 60-64-year-old group (57.1%)18. Accordingly, the aim

of the present article is to report the prevalence of METS and its components in

Brazilian postmenopausal women according to the most commonly used criteria and to

analyze its relation to socioeconomic factors and intensity of climacteric symptoms.

Methods

A cross-sectional study involving 127 postmenopausal women aged between 45

– 65 years was performed. Participants were living in two cities (Natal and Mossoró) of

Rio Grande do Norte, a tropical state with a human development index of 0.668, located

(33)

University of Rio Grande do Norte approved this project (protocol 107/2002) and all

subjects gave informed consent.

Inclusion criteria were: women aged 45–65 years old, with > 12 successive

months without menstruating and follicle-stimulating hormone level > 30 mIU/ml.

Women with a history of thromboembolic events, myocardial infarction, cancer, hepatic

or renal dysfunction were excluded. Mentally ill subjects or those not capable of

understanding the research protocol were also excluded.

The participants were submitted to a protocol consisting of a health questionnaire

and clinical examination. Women were asked their age, time since menopause,

occupation, schooling, family income, previous hysterectomy, previous or current

hormone therapy use, habits such as tobacco and alcohol use and physical activity

level. Regular physical activity was defined as three or more times a week for at least

40 minutes. No ethnic classification was used, since it is very difficult to classify ethnic

groups in Brazil, where there is a complex racial admixture and the self-definition of

race or color may not be accurate, with a significant dissociation of color and genomic

ancestry19,20.

All patients were submitted to a clinical examination, where body weight, height,

waist and hip circumferences and blood pressure were measured. Body mass index

(BMI) was calculated as weight in kilograms divided by the height in meters squared

(kg/m2); overweight was defined as a BMI between 25.0 and 29.9, and obesity as 30.0

or higher, according to WHO categories21. The waist was measured at the smallest

circumference and hips at the largest circumference. To ensure the validity and

reliability of the measures, we checked waist circumference with the patients in the

(34)

Blood pressure, obtained according to the Brazilian Guidelines, was measured in

millimeters of mercury (mmHg) in the left arm, with the patient in the sitting position after

resting for 10 minutes22. For analysis of waist and hip circumferences and systolic and

diastolic blood pressures the average of two readings of these parameters was

considered.

Several instruments have been used to measure and assess climacteric

symptoms. To evaluate the relationship between METS and its components and the

prevalence and intensity of climacteric symptoms, we used three different instruments:

the Blatt-Kupperman menopausal index21, Greene Climacteric Scale22and Menopause

Rating Scale23. The first scale has been widely used in studies of climacteric symptoms

and in clinical practice, but this instrument is now being criticized for its psychometrics

properties. The Greene Climacteric Scale contains a total of 21 questions, with

responses scored on a 0–3 Likert scale. Scores are expressed as a total of all the

questions (range 0–63) or as four separate subscales: vasomotor (hot flushes and night

sweats) (range 0–6), psychological (anxiety + depression) (range 0–33), somatic

(physical) (range 0–21) and loss of interest in sex (libido) (range 0–3). The Menopause

Rating Scale is a validated questionnaire for measuring the health-related quality of life

scale and the severity of complaints in aging women, with a high reliability and good

validity.

Fasting venous blood samples were collected between 8:00 a.m. and 10:00 a.m.

after a 12-hour overnight fast. Serum glucose was measured by the glucose oxidase

method. Levels of total cholesterol, HDL-cholesterol, triglycerides, aspartate

aminotransferase (AST), alanine aminotransferase (ALT), gamma-glutamyltransferase

(35)

(BioSystems, Barcelona, Spain). LDL levels were calculated by the Friedewald’s

formula.

Although many diagnostic criteria for MetS have been proposed, our option was

consider the National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP)

criteria and the International Diabetes Federation (IDF) criteria, since these are the most

commonly used definitions for both clinical and research purposes. Thus, according to

the NCEP criteria MetS was defined by the presence of three or more of the following

abnormalities: waist circumference • 88 cm; fasting serum glucose of at least 110 mg/dl; fasting serum triglycerides • 150 mg/dl; serum high-density lipoprotein (HDL)- cholesterol < 50 mg/dl; and blood pressure • 130/85mmHg12. According to the IDF definition, a participant was defined as having the metabolic syndrome if she had central

obesity (waist circumference • 80 cm) associated to two or more of the following criteria: serum triglycerides > 150 mg/dl; HDL-cholesterol < 50 mg/dL; blood pressure •

130/85 mm Hg and fasting serum glucose of at least 100 mg/dl.26

Statistical analysis: Considering an age-adjusted 24.8% prevalence of MetS in

the Brazilian population17, a sample size of 127 participants has a statistical power of

80% and precision of 5% for detecting a prevalence rate • 40% in postmenopausal women, demonstrating sampling validity. Statistical analysis was performed using

statistical software SPSS version 13.0 for Windows (SPSS, Chicago IL). The normality

of distribution of all variables was checked by the Kolmogorov–Smirnov test. The results

were expressed as mean ± SD or frequency, if not indicated otherwise. The significance

of differences between groups was determined using the unpaired t test and analysis of

variance (ANOVA), as appropriate. Correlation analysis was tested by the Pearson’s

(36)

evaluated by the percentage of participants who were classified as either having or not

having the metabolic syndrome. The kappa coefficient and its 95% CI for the degree of

agreement were also provided. For all analyses, a two-tailed P value of < 0.05 was

considered to indicate statistical significance.

Results

Table 1 shows the baseline characteristics of the sample. The mean age was

53.9 ± 4.6 years, with 21 (16.5 %) women aged 45–49 years, 54 (42.5 %) aged 50–54

years, 38 (29.9 %) aged 55–59 years, and 14 (11.0 %) aged 60-64 years. The median

time since menopause was 6 years, and 52.8 % of women (n = 67) were •5 years postmenopausal. In relation to socioeconomic factors, 53.6%were illiterate and 70.1%

were living with per capita income < US $70.00.

According to the NCEP definition for MetS, the prevalence of MetS in this sample

of climacteric women was 52.8%, with 67 women showing three or more NCEP

parameters. We also found that a considerable proportion (29.9%) of these women had

two criteria and 20.5% had one criterion for MetS. Only two women had no factors for

MetS. The most prevalent isolated NCEP MetS abnormality was HDL-cholesterol below

50 mg/dl, present in 96.1%, followed by increased blood pressure in 51.2%, increased

waist circumference (•88 cm) in 46.5%, increased serum triglycerides in 40.9%, and high fasting glucose concentrations (•110 mg/dl) in 18.1%. On the basis of the IDF MetS definition, we found that 78 women (61.4%) had MetS. According to these criteria,

prevalence of increased waist circumference (• 80 cm) and impaired fasting glucose (•

(37)

The agreement rate between NCEP and IDF criteria was 81.9%. The percentage

of participants who had MetS by the NCEP criteria but not by the IDF criteria was 4.7%.

In another 13.4% of the participants, the presence of the MetS was defined by the IDF

definition but not by the NCEP definition. In addition, the kappa value was 0.63 (95% CI,

0.49-0.76) indicating a good strength of agreement.

The occurrence of metabolic syndrome, increased blood pressure and increased

waist circumference was significantly associated with the presence of obesity.

Overweight and obese women were associated with 1.7 (95%CI 1.2 – 2.3) and 5.8-fold

(95%CI 2.3 – 14.9) increases in risk for MetS, respectively, and 1.7 (95%CI 1.2 – 2.4)

and 2.2-fold (95%CI 1.3 – 3.8) for hypertension, when compared to the normal weight

group. The prevalence of Mets, hypertension and impaired fasting glucose was

significantly higher in the subgroup with low schooling, when compared to women • 5 years of schooling. The prevalence of MetS and its individual components was

independent of time since menopause, hormone therapy use, physical activity level and

family income. (Tables 2 and 3)

According to table 4, the group with MetS had significantly higher mean values

for weight, BMI, systolic and diastolic blood pressures, waist circumference, fasting

glucose, triglycerides and total cholesterol than those of the group without MetS. The

HDL-cholesterol level was significantly lower in the MetS group. No significant

difference was observed between groups with and without MetS in relation to the

(38)

Discussion

This study shows that low-income postmenopausal women from Brazil have an

increased prevalence of MetS and its individual components, especially dyslipidemia,

hypertension and central obesity.

In the recent years, the increase in life expectancy for the general population has

been accompanied by a concomitant increase in the prevalence of chronic diseases. In

this context, cardiovascular disease (CVD) is currently the leading cause of mortality

among men and women all over the world, with more than one out of two women dying

from CVD9,15. Metabolic syndrome emerges as a cluster of aberrations of metabolic

origin that increases the risk for morbidity and mortality from CVD, type 2 diabetes, and

all-cause mortality9,27, and its screening in the climacteric may help to recognize women

at risk for future CVD, leading to appropriate interventions.

In this sample of Brazilian climacteric women, we observed that the prevalence of

MetS was higher than that reported by the Collaborative Group for Research of the

Climacteric in Latin America14 for women from other Latin American countries. Thus,

Brazilian postmenopausal women with low socioeconomic levels are submitted to an

increased risk for cardiovascular disease. Our data corroborate previous observations

on the relationship between menopause and risk of CVD. Alterations in lipid metabolism

with estrogen deficiency are thought to be a substantial component of CVD risk in

postmenopausal women9, but there are also direct effects of estrogen deficiency on

body fat distribution (central obesity), insulin action, the arterial wall, and fibrinolysis that

may influence cardiovascular risk28,29.

This topic has generated considerable discussion on the potential benefits of

estrogen therapy in postmenopausal women for preventing CVD. However, the results

(39)

beneficial impact on the lipid profile of estrogen users. In the Women´s Health Initiative

Study (WHI), a significantly higher risk for cardiovascular endpoints was observed in the

group using estrogen plus progestin, as compared to the placebo group30.

The prevalence of MetS in Brazilian climacteric women was significantly

associated to the increase in body mass index and waist circumference. Our data

corroborate the results of a study involving the Equadorian population, in which waist

circumference was also significantly associated to risk for CVD15. These results

reinforce the recommendation of using this parameter as an easy and simple measure

when screening for cardiovascular risk in developing countries.

Hypertension increases the risk of both coronary artery disease and

cerebrovascular disease in the general population and is quantitatively the most

important modifiable risk factor for CVD; it is more common than cigarette smoking,

dyslipidemia or diabetes31. In this sample of Brazilian climacteric women, we observed a

hypertension prevalence of around 50%, which increased with the body mass index,

reaching 67.7% in the obese subgroup. The influence of menopause and estrogen

deficiency on blood pressure is difficult to evaluate because menopause coincides with

an increase in fat accumulation related to aging. Women with high amounts of visceral

fat have high cardiovascular mortality and associated metabolic abnormalities

suggesting that abdominal adiposity associated with menopausal status accounts for

the increased cardiovascular risk in postmenopausal years9,32.

Along with increased visceral fat accumulation and hypertension, insulin

resistance is a very important component of metabolic syndrome. In a previous report

on the same sample, we found that 29.9% of women had impaired fasting glucose (FPG

(40)

MetS prevalence rates, all these rates are higher than those reported for women from

other Latin America countries14.

Postmenopausal women with diabetes mellitus are associated with an increased

risk of coronary pathologies, cerebrovascular disease and peripheral vascular disease.

Diabetic women have a greater risk of mortality from cardiovascular disease than do

men. Menopause has a negative effect on the lipid and lipoprotein profile of women.

However, this effect is not only responsible for cardiovascular disease. The increase in

total cholesterol (TC), LDL-cholesterol, triglycerides and particularly VLDL contributes

significantly to atherogenesis1.

Several studies and meta-analysis have shown that MetS is a strong predictive

factor for type 2 diabetes mellitus, myocardial infarction and cerebral hemorrhage.

However, more than a predictive factor for various diseases, it is a forerunner of

preventable conditions. In this context, the Finnish Diabetes Prevention Study found a

significant reduction in the incidence of new diabetes cases after 4 years of a healthy

lifestyle program that included weight reduction, decreased saturated fat consumption,

as well as an increase in fiber ingestion and physical activity14. Currently, evidence

shows that the multiple risk factors for cardiovascular disease arise in the

postmenopausal period, but that the characteristics of MetS are present even before

menopause9,.

Thus, we can conclude that our sample of low-income women is at increased risk

for cardiovascular disease. Accordingly, it is plausible to consider the recommendation

of systematic screening for MetS parameters in postmenopausal women from

(41)

References

1. Creatsas G, Christodoulakos G, Lambrinoudaki I. Cardiovascular disease:

screening and management of the a-symptomatic high-risk post-menopausal

woman. Maturitas. 2005;52 Suppl 1:S32-7.

2. Rosano GM, Vitale C, Tulli A. Managing cardiovascular risk in menopausal

women. Climacteric. 2006;9 Suppl 1:19-27.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).

Brasília, DF, 2001. Disponível on-line:

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sim/obtmap.htm.

4. ESHRE Capri Workshop Group. Hormones and cardiovascular health in women.

Hum Reprod Update. 2006;12(5):483-97.

5. Piché ME, Weisnagel SJ, Corneau L, Nadeau A, Bergeron J, Lemieux S.

Contribution of abdominal visceral obesity and insulin resistance to the

cardiovascular risk profile of postmenopausal women. Diabetes.

2005;54(3):770-7.

6. Mesch VR, Boero LE, Siseles NO, Royer M, Prada M, Sayegh F, Schreier L,

Benencia HJ, Berg GA. Metabolic syndrome throughout the menopausal

transition: influence of age and menopausal status. Climacteric. 2006;9(1):40-8.

7. Reaven GM. Banting lecture 1988. Role of insulin resistance in human disease.

Diabetes. 1988;37(12):1595-607.

8. Grundy SM, Cleeman JI, Daniels SR, Donato KA, Eckel RH, Franklin BA, et al.

Diagnosis and management of the metabolic syndrome: an American Heart

Association/National Heart, Lung, and Blood Institute Scientific Statement.

(42)

9. Carr MC. The emergence of the metabolic syndrome with menopause. J Clin

Endocrinol Metab 2003;88:2404–2411.

10. Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ. The metabolic syndrome. Lancet

2005;365:1415-28.

11. Alberti KG, Zimmet P, Shaw J. The metabolic syndrome—a new worldwide

definition. Lancet 2005; 366: 1059–62.

12. Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP). Expert

Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in

Adults (Adult Treatment Panel III) final report. Circulation 2002;106:3143-421.

13. Park YW. Zhu S, Palaniapan L, Heshka S, Carnethon MR, Heymsfield SB: The

metabolic syndrome: prevalence and associated risk factor findings in the US

population from the Third National Health and Nutrition Examination Survey,

1998–1994. Arch Intern Med 163:427–436, 2003

14. Royer M, Castelo-Branco C, Blu¨mel JE, et al. The US National Cholesterol

Education Programme Adult Treatment Panel III (NCEP ATP III): prevalence of

the metabolic syndrome in Latin American postmenopausal women. Climacteric

2007;10:164–70

15. Hidalgo LA, Chedraui PA, Morocho N, Alvarado M, Chavez D, Huc A. The

metabolic syndrome among postmenopausal women in Ecuador. Gynecol

Endocrinol 2006; 22: 447–454.

16. Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Cardiologia;

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Sociedade Brasileira de

Diabetes; Sociedade Brasileira de Estudos da Obesidade. I Brazilian guidelines

on diagnosis and treatment of metabolic syndrome. Arq Bras Cardiol 2005; 84

(43)

17. de Oliveira EP, de Souza ML, de Lima MD. Prevalence of metabolic syndrome in

a semi-arid rural area in Bahia. Arq Bras Endocrinol Metabol 2006;50:456-65.

18. Silveira IL, Maranhão TMO, Azevedo GD. Metabolic syndrome in

postmenopausal women: higher prevalence in the Northeastern Region of Brazil

than in other Latin American countries and the influence of obesity and

socioeconomic factors.

19. Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, Rocha J, Antunes CM, Pena SD. Color

and genomic ancestry in Brazilians. Proc Natl Acad Sci U S A 2003;100:177-82.

20. Pimenta JR, Zuccherato LW, Debes AA, Maselli L, Soares RP, Moura-Neto RS,

et al. Color and genomic ancestry in Brazilians: a study with forensic

microsatellites. Hum Hered 2006;62:190-5.

21. World Health Organization. Obesity preventing and managing the global

epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva 3–5 June,1997.

22. IV Brazilian Guidelines in Arterial Hypertension Work Groups. IV Brazilian

guidelines in arterial hypertension. Arq Bras Cardiol. 2004 Mar;82 Suppl 4:7-22.

23. Kupperman HS, Wetchler BB, Blatt MH. Contemporary therapy of the

menopausal syndrome. JAMA 1959; 171:1627-37.

24. Greene JG. Constructing a standard climacteric scale. Maturitas 1998; 29:25-31.

25. Heinemann K, Ruebig A, Potthoff P, Schneider HP, Strelow F, Heinemann LA,

Do MT. The Menopause Rating Scale (MRS) scale: a methodological review.

Health Qual Life Outcomes. 2004;2:45.

26. International Diabetes Federation. The IDF consensus worldwide definition of the

metabolic syndrome. Available from

http://www.idf.org/webdata/docs/Metabolic_Syndrome_Definition.pdf [accessed

(44)

27. Räikkönen K, Matthews KA, Kuller LH. Depressive symptoms and stressful life

events predict metabolic syndrome among middle-aged women: a comparison of

World Health Organization, Adult Treatment Panel III, and International Diabetes

Foundation definitions. Diabetes Care. 2007;30(4):872-7.

28. Poehlman ET, Toth MJ, Gardner AW. Changes in energy balance and body

composition at menopause: a controlled longitudinal study. Ann Intern Med.

1995;123(9):673-5.

29. Gohlke-Bärwolf C. Coronary artery disease--is menopause a risk factor? Basic

Res Cardiol. 2000;95 Suppl 1:I77-83.

30. Writing Group for the Women’s Health Initiative Investigators. Risks and benefits

of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women: principal results

from the Women’s Health Initiative randomized controlled trial. JAMA

2002;288:321-33.

31. Wilson PW. Established risk factors and coronary artery disease: the

Framingham Study. Am J Hypertens 1994;7:7S–12S.

32. Lapidus L, Bengtsson C, Larsson B, Pennert K, Rybo E, Sjostrom L. Distribution

of adipose tissue and risk of cardiovascular disease and death: a 12 year follow

up of participants in the population study of women in Gothenburg, Sweden. Br

Med J 1984; 289:1257–1261.

33. Soares EMM, Azevedo GD, Gadelha RGN, Lemos TMAM, Maranhão TMO.

Prevalence of the metabolic syndrome and its components in Brazilian women

(45)

Table 1. Clinical and demographic characteristics of the study group

Variable Result

Age (years) 53.9 ± 4.6

Duration of menopause (years) 6 (2-10)

% hysterectomized 20.5 (n = 26)

% married or in a common law relationship

61.4 (n =78)

% declared homemakers 68.5 (n = 87)

Schooling -illiterate -1 to 4 years

• 5 years

53.5 (n = 68) 29.1 (n = 37) 17.3 (n = 22) Per capita family income (R$) 122 (73.6 – 171.6) Tobacco use

-ex smoker -current smoker

29.9 (n = 38) 18.9 (n = 24)

% regular physical activity 31.5 (n = 40)

Blatt-Kupperman Menopausal Index 27.7 ± 9.9

Greene Climacteric Scale (score) 29.1 ± 10.6

Menopause Rating Scale (score) 19.2 ± 8.3

(46)

Table 2. Prevalence of metabolic syndrome according NCEP and IDF definitions related to age group, duration of menopause, hormone therapy use, physical activity, family income, schooling and body mass index

Note: NCEP (National Cholesterol Education Programme); (MMW (minimum monthly wage); BMI (body mass index), NS (non-significant); *between-group analysis by Ȥ2 testing.

Metabolic syndrome

Parameter NCEP IDF

Prevalence 61 (48.0 %) 78 (61.4 %)

Age group (years) < 54 (median) • 54

NS 31 (50.0 %) 36 (55.4 %)

NS 35 (56.5 %) 43 (66.2 %)

Duration of menopause (years)

- < 6 (median)

- • 6

NS 33 (49.3) 34 (56.7)

NS 39 (58.2 %) 39 (65.0 %) Use of hormone therapy

No

Yes

NS 43 (57.3 %) 24 (46.2 %)

NS 42 (56.0 %) 36 (69.2 %)

Physical activity

No

Yes

NS 44 (51.2 %) 23 (57.5 %)

NS 49 (57.0 %) 29 (72.5 %)

Family income

- up to 1 MMW

- > 1 MMW

NS 15 (62.5 %) 52 (50.5 %)

NS 17 (70.8 %) 61 (59.2 %) Schooling (years)

- Illiterate

- 1 to 4

- • 5

*p= 0.03 39 (57.4 %) 22 (59.5 %) 6 (27.3 %)

*p= 0.02 44 (64.7 %) 26 (70.3 %) 8 (36.4 %)

BMI (kg/m2)

- up to 24.9

- 25.0 – 29.9

- • 30

*p< 0.0001 10 (24.4 %) 30 (54.5 %) 27 (87.1 %)

(47)

Table 3. Prevalence of metabolic syndrome components related to age group, duration of menopause, hormone therapy use, physical activity, family income, schooling and body mass index

Parameter Blood pressure

• 130 x 85 mmHg

Waist circumference • 80 cm

Fasting glucose •100 mg/dl

HDL-Cholesterol <50 mg/dl

Triglycerides •150 mg/dl Age group (years)

< 54 (median)

• 54

NS 27 (43.5 %) 38 (58.5 %)

NS 48 (78.7 %) 51 (79.7 %)

NS 26 (41.9 %) 21 (33.9 %)

NS 61 (98.4 %) 61 (93.8 %)

NS 21 (33.9 %) 31 (47.7 %) Use of hormone therapy

No

Yes

NS 38 (50.7 %) 27 (51.9 %)

NS 58 (78.4 %) 41 (80.4 %)

NS 25 (33.8 %) 22 (44.0 %)

NS 72 (96.0 %) 50 (96.2 %)

NS 30 (40.0 %) 22 (42.3 %) Physical activity

No

Yes

NS 43 (50.0 %) 22 (55.0 %)

NS 63 (75.0 %) 35 (87.5 %)

NS 33 (39.8 %) 14 (35.0 %)

NS 81 (94.2 %) 40 (100.0 %)

NS 36 (41.9 %) 16 (40.0 %) Family income

- up to 1 MMW - > 1 MMW

p= 0.03 17 (70.8 %) 48 (46.6 %)

NS 18 (78.3 %) 81 (79.4 %)

NS 12 (50.0 %) 35 (35.0 %)

NS 23 (95.8 %) 99 (96.1 %)

NS 11 (45.8 %) 41 (39.8 %) Schooling (years)

- Illiterate - 1 to 4 - • 5

p= 0.01 37 (54.4 %) 23 (62.2 %) 5 (22.7 %)

NS 53 (77.9 %) 29 (80.6 %) 17 (81.0 %)

p= 0.04 29 (43.9 %) 15 (40.5 %) 3 (14.3 %)

NS 63 (92.6 %)) 37 (100.0 %)) 22 (100.0 %))

NS 30 (44.1 %)) 16 (43.2 %)) 6 (27.3 %)) BMI (kg/m2)

- up to 24.9 - 25.0 – 29.9 - • 30

(48)
(49)

association or not with metabolic syndrome by NCEP criteria

Metabolic syndrome by NCEP Parameter

Yes (n = 61) No (n = 60)

p*

Age (years) 53.9 ± 4.6 60 (53.1 ± 4.7) 0.05

Duration of menopause (years) 7.08 ± 7.1 6.1 ± 3.9 0.32

Per capita family income (R$) 130.9 ± 73.1 147.9 ± 108.8 0.31

Blatt-Kupperman Menopausal Index 28.9 ± 9.4 26.5 ± 10.5 0.17

Greene Climacteric Scale (score) 29.9 ± 10.2 28.1 ± 10.9 0.31

Menopause rating scale (score) 20.1 ± 8.1 18.1 ± 8.4 0.16

Weight (kg) 68.1 ± 10.8 57.7 ± 10.1 < 0.0001

Body mass index (kg/m2) 29.4 ± 4.4 24.9 ± 4.3 < 0.0001

Systolic arterial pressure (mmHg) 136.9 ± 21.2 120.5 ± 16.7 < 0.0001

Diastolic arterial pressure (mmHg) 88.1 ± 14.7 76.1 ± 10.7 < 0.0001

Waist circumference (cm) 93.6 ± 9.5 82.1 ± 9.9 < 0.0001

Fasting glycemia (mg/dl) 105.2 ± 19.6 88.5 ± 11.4 < 0.0001

Total cholesterol (mg/dl) 253.8 ± 53.1 213.7 ± 39.9 < 0.0001

HDL-cholesterol (mg/dl) 32.8 ± 6.1 37.7 ± 9.8 < 0.0001

LDL-cholesterol (mg/dl) 175.9 ± 49.8 155.7 ± 37.7 0.01

Triglycerides (mg/dl) 225.2 ± 175.0 105.9 ± 38.5 < 0.0001

Aspartate aminotransferase(U/l) 21.1 ± 4.7 21.0 ± 4.4 0.65

Alanine aminotransferase (U/l) 22.1 ± 4.1 21.9 ± 4.3 0.59

Urea (mg/dl) 32.4 ± 7.3 32.6 ± 6.2 0.20

Creatinine (mg/dl) 0.9 ± 0.1 0.9 ± 0.1 0.32

(50)

4 - COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES

O ingresso no programa de pós-graduação em Ciências da Saúde como aluno

de Mestrado se fez inicialmente com o projeto de pesquisa intitulado "Relação do

status estrogênico com a composição do tecido conjuntivo pélvico", cujo objetivo era

estudar a relação entre a constituição do tecido conjuntivo pélvico e o nível estrogênico,

analisando mulheres no menacme e na pós-menopausa, usuárias ou não de terapia de

reposição hormonal. No entanto, com a publicação do estudo WHI (Women”s Health

Initiative)36, que apontou aumento da incidência de eventos coronarianos e câncer de

mama nas usuárias de terapia hormonal combinada, houve dificuldade crescente em

se constituir o grupo de mulheres nas usuárias de terapia hormonal, visto que muitas

das potenciais pacientes incluídas no estudo interromperam o uso da medicação

hormonal. Esse fato acarretou a suspensão do estudo, levando à necessidade de

redefinirmos os objetivos e construirmos novo projeto de pesquisa.

No âmbito do grupo de pesquisa “Saúde da Mulher”, o desenvolvimento da linha

de pesquisa sobre risco cardiovascular na população feminina, especialmente nas

mulheres jovens com síndrome dos ovários policísticos, levou-nos a considerar a

possibilidade de estudar o risco cardiovascular na mesma população anteriormente

destinada como alvo de nossa abordagem. Paralelamente, foi desenvolvida no grupo

uma Tese de Doutorado que avaliou a prevalência de síndrome metabólica nas

mulheres com síndrome dos ovários policísticos28, protocolo esse que serviu de modelo

para a construção de nosso anteprojeto de dissertação de mestrado. Essa parceria foi

de fundamental importância para a realização do presente estudo, visto que possibilitou

o amadurecimento nas questões da pesquisa e nos propósitos da pós-graduação, bem

como viabilizou a adequada implementação dos procedimentos metodológicos

(51)

A abordagem do tema Síndrome Metabólica (SM) em pacientes no climatério

despertou nosso interesse especialmente pela potencial aplicação clínica dos

resultados, considerando a elevada prevalência dos fatores de risco cardiovascular nas

mulheres climatéricas da população em geral. A nossa prática profissional de

ginecologista no nível da atenção básica em saúde possibilitou o cenário ideal para

realização da pesquisa, aproximando os resultados da realidade de saúde da maioria

da população de mulheres brasileiras no climatério.

A determinação da prevalência da SM nas mulheres climatéricas de nossa

região pode fornecer importantes subsídios para o planejamento e implementação de

políticas públicas de saúde, tendo como base o adequado dimensionamento e

direcionamento das ações de saúde, sobretudo o estabelecimento de medidas de

prevenção primárias e secundárias, com reflexos nos custos sócio-econômicos

produzidos pelos elevados índices globais de morbidade e mortalidade por doenças

cardiovasculares.

Do ponto de vista do impacto científico de nossos dados, em 2007, submetemos

uma comunicação prévia (Carta ao Editor) dos resultados da pesquisa para publicação

no periódico Climacteric, após análise de um artigo sobre a prevalência da SM nos

países latino-americanos, em que não havia referência à população brasileira14.

Obtivemos aceitação imediata do artigo, que foi publicado no volume 10, número 5, do

periódico citado. Evidenciamos prevalência crescente da SM com a idade, com

aumento da taxa de 23,9% para mulheres com idade entre 45-49 anos para 57,1%

para a idade entre 60-64 anos37. Nesse sentido, alerta-se para a elevada prevalência

de SM em nosso meio, fato este que, nas próximas décadas, poderá ter evolução

crescente, em decorrência das mudanças na composição demográfica e alterações do

(52)

A literatura ainda carece de estudos sobre a prevalência da síndrome metabólica

na população brasileira, de acordo com o sexo e faixas etárias, sendo o

acompanhamento das mulheres no climatério de responsabilidade não apenas dos

ginecologistas, mas de uma aproximação interdisciplinar com outros profissionais de

saúde no sentido de avaliar o risco para desenvolvimento de doenças

cardiovasculares.

Nossa atuação na pós-graduação produziu publicações em âmbito nacional e

internacional, além de apresentações de trabalhos em eventos científicos, o que

contribuiu para o amadurecimento científico e profissional. Durante a pesquisa,

encontramos deficiências estruturais no atendimento às participantes, principalmente

relacionadas às precárias condições físicas das instalações ambulatórias, como

também à deficiência de equipamentos e recursos humanos para atendimento da

demanda.

Considero esta experiência no mestrado profundamente enriquecedora e

gratificante, pois elevou consideravelmente meus conhecimentos para a realização da

pesquisa científica. O convívio com meu orientador proporcionou-me o interesse

constante pela busca de nova aprendizagem e estímulo à pesquisa, que até então

eram desconhecidos para mim. A relação com os outros profissionais de saúde como:

Farmacêutico, Enfermeiro, Assistente social e Estatístico; envolvidos nas diversas

pesquisas do grupo foi excepcional. Isso contribuiu para o aprendizado da

interdisciplinaridade difundida em nosso programa de pós-graduação, ampliando os

conhecimentos além da fronteira da minha especialização.

Assim, esperamos que os resultados deste estudo estimulem o desenvolvimento

(53)

feminina, colaborando, se possível, com o desenvolvimento de futuras políticas de

(54)

5 - REFERÊNCIAS

1. Bossemeyer R. Aspectos gerais do climatério. In: Fernandes CE, Melo NR,

Wehba S, editores. Climatério Feminino: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. São

Paulo: Lemos Editorial; 1999. p. 13-33.

2. Research on the Menopause. Report of a WHO Scientific Group. Geneva: World

Health Organization, 1981 (WHO technical Report Series, N° 670).

3. Creatsas G, Christodoulakos G, Lambrinoudaki I. Cardiovascular disease:

Screening and management of the a-symptomatic high-risk post-menopausal woman.

Maturitas 2005; 52:32-7.

4. Hidalgo LA, Chedraui PA, Morocho N, Alvarado M, Chavez D, Huc A. The

metabolic syndrome among postmenopausal women in Equador. Menopause 2006;

22(8):447-54.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).

Brasília, DF, 2001. Disponível on-line: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sim/obtmap.htm.

6. Soares EMM, Soares GM, Silva Filho JG, Melo MCL, Azevedo GD, Maranhão

TMO. Causas de óbitos femininos no Rio Grande do Norte (RN) em 2002 e 2003. 51º

Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia [VídeoCD]; 2005; Rio de Janeiro.

Anais. Rio de Janeiro: Tv MED; 2005.

7. Carr MC. The Emergence of the Metabolic Syndrome with Menopause. The

Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 2003; 88(6):2404-11.

8. The ESHRE Capri Workshop Group. Human Reproduction 2006; 12(5):483-97.

9. Ribeiro TF, Azevedo GD, Crescêncio JC, Marães VR, Papa V, Catai AM, Verzola

RM, Oliveira L, Silva de Sá MF, Gallo Júnior L, Silva E. Heart rate variability under

resting conditions in postmenopausal and young women. Braz J Med Biol Res. 2001;

(55)

10. Piché ME, Weisnagel SJ, Corneau L, Nadeau A, Bergeron J, Lemieux S.

Contribution of Abdominal Visceral Obesity and Insulin Resistance to the

Cardiovascular Risk Profile of Postmenopausal Women. Diabetes 2005; 54:770-7.

11. Merch VR, Boero LE, Siseles NO, Royer M, Prada M, Sayegh F et al. Metabolic

syndrome throughout the menopausal transition: influence of age and menopausal

status.Climacteric 2006; 9:40-8.

12. Reaven GM. Banting lecture 1988. Role of insulin resistance in human disease.

Diabetes. 1988;37(12):1595-607.

13. Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ. The metabolic syndrome. Lancet 2005;

365:1415-28.

14. Royer M, Castelo-Branco C, Blumel JE, Chedraui PA, Danckers L, Bencosme A

et al. The US National Cholesterol Education Programme Adult Treatment Panel III

(NCEP ATP III): prevalence of the metabolic syndrome in postmenopausal Latin

American women. Climacteric 2007; 10:164-170.

15. Park YW, Zhu S, Palaniappan L, Heshka S, Carnethon MR, HeyMetsfield SB.

The metabolic syndrome: prevalence and associated risk factor findings in the US

population from the Third National Health na Nutrition Examination Survey. Arch Intern

Med2003; 163:427-36.

16. Oliveira EP, Souza MLA, Lima MDA. Prevalência de Síndrome Metabólica em

Uma Área Rural de Semi-árido Baiano. Arq Bras de Endocrinol Metab 2006;

50(3):456-65.

17. Collins P, Rosano G, Casey C, Daly C, Gambacciani M, Hadji P et al.

Management of cardiovacular risk in the perimenopausal women: a consensus

Imagem

Table 1. Clinical and demographic characteristics of the study group
Table 2. Prevalence of metabolic syndrome according NCEP and IDF definitions related  to age group, duration of menopause, hormone therapy use, physical activity, family  income, schooling and body mass index
Table 3. Prevalence of metabolic syndrome components related to age group, duration of menopause, hormone therapy use, physical  activity, family income, schooling and body mass index

Referências

Documentos relacionados

Background: In patients with type 2 diabetes, the presence of retinopathy is associated with increased cardiovascular disease, regardless of known risk factors for vascular

Figure 1.8: Diagram of insulin resistance as a core feature for the development of type 2 diabetes and a risk factor for both cardiovascular and metabolic complications

Doença renal crônica e síndrome metabólica como fatores de risco para doença cardiovascular em um programa de atenção primária.. Chronic kidney disease and metabolic syndrome

Metabolic Syndrome (MS) is a condition in which risk factors for cardiovascular disease and diabetes mellitus occur in the individual,¹ represented by the combination of at

Chronic diseases such as obesity, type-2 diabetes, metabolic syndrome and cardiovascular diseases are associated with inflammation due the increase of TNF- α , IL-6

Elderly women with metabolic syndrome present higher cardiovascular risk and lower relative muscle strength.. Idosas com síndrome metabólica apresentam maior risco cardiovascular

SHORT-TERM TREATMENT WITH METFORMIN IMPROVES THE CARDIOVASCULAR RISK PROFILE IN FIRST-DEGREE RELATIVES OF SUBJECTS WITH TYPE 2 DIABETES MELLITUS WHO HAVE A METABOLIC SYNDROME

Prevalence of metabolic syndrome and associated cardiovascular risk factors in Guatemalan school children... Role of a critical visceral adipose tissue threshold (CVATT) in