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A estratégia geral de tecnologia da informação da administração pública federal sob a ótica de seus gestores

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(1)

A ESTRATÉGIA GERAL DE TECNOLOGIA

DA INFORMAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA FEDERAL SOB A ÓTICA DE SEUS

GESTORES

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

(2)

Ficha cataIogrifica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique SimonsenIFGV

Neves, Daniele Michel Soares

A estratégia geral de tecnologia da informação da administração pública federal sob a ótica de seus gestores I Daniele Michel Soares Neves. - 2011.

97 f.

Dissertação (mestrado) -. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa.

Orientadora: Fátima Bayma de Oliveira. Inclui bibliografia.

1. Tecnologia da informação. 2. Administração pública. 3.

Desenvolvimento organizacional. 1 Oliveira, Fátima Bayma de. fi. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. In. Título.

(3)

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

A ESTRATÉGIA GERAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL SOB A ÓTICA DE SEUS GESTORES

APRESENTADA POR: DANIELE MICHEL SOARES NEVES

E

APROVADO EM:

PELA BANCA EXAMINADORA

Fátima Bayma e Ohvelra Doutora em Educação

zk~lhO

Doutor em Administração ~alderez F/rfcira Fraga

Doutora em Educação

Anto?oMoreira de Carvalho Neto Doutor em Administração

(4)

Esta dissertação é dedicada ao meu amado filho, luz da minha

vida, que desde seu nascimento tem me tornado um ser humano

(5)

AGRADECIMENTOS

Ao meu querido marido Takeshi, pela compreensão de minhas ausências e pelo apolO

incondicional nos momentos mais difíceis.

Aos meus paIs, João Luiz e Mariana, por proporcIOnarem os exemplos de coragem e

perseverança que me acompanham diariamente.

À minha orientadora, Prof. Ora. Fátima Bayma de Oliveira, pela paciência, amizade,

encorajamento e pelos profundos conhecimentos transmitidos.

Aos meus colegas de mestrado, em especial Raposo e Abner, pelos conselhos e incentivos.

Aos entrevistados, pela disponibilização de seu tempo e sinceridade de suas respostas.

Aos prezados Jorge Jardineiro e Jorge Toledo, por proporcionarem as condições materiais

para que este mestrado fosse cursado.

À Nádia Pinto, por sua amizade e por me fazer crer que existe vida acadêmica após a

(6)

RESUMO

o

estudo tem por escopo analisar a percepção dos gestores públicos sobre a estratégia geral de tecnologia da informação (TI) formulada pelo Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MPOG) para a Administração Pública Federal, e que mudanças foram

por esta determinada na estrutura das organizações públicas. A investigação compreendeu a

análise de dados qualitativos, mediante a realização de entrevistas junto aos gestores públicos

que atuam em órgãos setoriais na implantação direta das ações de TI. O foco principal foi a

avaliação do aprimoramento quali-quantitativo dos recursos humanos na área de TI,

considerando uma gestão democrática, participativa, transparente e ética, com base em

processos de discussão e na promoção da cidadania. Constatou-se que, mesmo após mais de

02 (dois) anos de sua criação, a estratégia geral de TI foi insuficiente em promover um

modelo de descentralização, com delegação de poderes, atribuições e responsabilidades para

os escalões inferiores, não tendo sido possível perceber qualquer flexibilização organizacional

orientada pelo comprometimento da gestão pública com processos democráticos vinculados

ao interesse social.

(7)

ABSTRACT

The scope of this study is to analyze the perception of public administrators on the general IT strategy formulated by the Ministry of Planning, Budget and Management (MPOG) for the Federal Public Administration, and what changes were determined in the structure of public organizations. The investigation included analysis of qualitative data by conducting interviews with the managers who work in public sector agencies in directly implementing the actions of IT. The main focus was the evaluation of qualitative and quantitative improvement of human resources in IT, while at the same time being democratic, participatory, transparent and ethical in manner, based on processes of discussion and promotion of citizenship. It was found that even after more than two years of its establishment, the general IT strategy was insufficient to promote a model of decentralization, delegation of powers, duties and responsibilities to lower leveis, and it was not possible to see any organizational flexibility by the involvement of public management to democratic processes linked to social interests.

(8)

SUMÁRIO 1. O PROBLEMA

1. 1 Introdução.. .. . . .. .. . . .. . .. .. . . .. . . .. . . .. .. . . .. .. . . .. . .. . . .. .. .. .. ... 10

1.2 Objetivos ... 12

1.2.1 Objetivo Geral ... 12

1.2.2 Objetivos Específicos ... 12

1.3 Suposições ... 13

1.4 Delimitação do Estudo... 13

1.5 Relevância do Estudo... 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O Papel da Tecnologia nas Organizações ... 17

2.1.1 A Terceira Revolução Industrial ... 18

2.1.2 Poder, Controle e Autoridade ... 21

2.2 Recursos Humanos ... 26

2.2.1 Administração Pública Brasileira ... 26

2.2.2 Aspectos Relevantes da Estratégia Geral de TI ... 31

2.2.3 Flexibilização Organizacional ... 34

2.2.4 Alienação ... 37

3. METODOLOGIA 3.1 O Método ... 40

3.2 Tipo de Pesquisa ... 41

3.3 Seleção dos Sujeitos ... 42

3.4 Coleta de Dados ... 43

3.5 Tratamento dos Dados ... 45

3.6 Limitações do Método ... 47

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 4.1 Instituição A ... 49

4.1.1 Qualificação da Instituição ... 49

4.1.2 Qualificação dos Sujeitos ... 50

4.1.3 Participação ... 51

(9)

4.1.5 Impacto na Gestão Pública ... ... 61

4.2 Instituição B ... 66

4.2.1 Qualificação da Instituição ... 66

4.2.2 Qualificação dos Sujeitos ... 67

4.2.3 Participação ... ... 67

4.2.4 Poder, Controle e Autoridade ... 73

4.2.5 Impacto na Gestão Pública ... 78

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ... 82

6. REFERÊNCIAS ... ... 89

(10)

1. O PROBLEMA

1.1 Introdução

Para Garcez (2009), os últimos 10 anos foram marcados pelas contradições entre os

avanços da tecnologia da informação (TI) e os desperdícios relacionados às suas vantagens.

Estudar tais aspectos é essencial para melhorar o desempenho de qualquer tipo de organização

na conquista dos seus objetivos de negócio.

Cumpre ressaltar que, somente após a constatação de inúmeras impropriedades pelo

Tribunal de Contas da União (TCU), e por recomendação expressa deste, o Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) publicou a Portaria n° 11, de 30 de dezembro de

2008, aprovando a estratégia geral de TI (EGTI) para a Administração Pública Federal. O

MPOG foi considerado órgão central do Sistema de Administração dos Recursos de

Informação e Informática (SISP), atuando por meio de sua Secretaria de Logística e

Tecnologia da Informação (SL TI). As Unidades de Modernização e Informática dos diversos

Ministérios, e equivalentes nas Secretarias da Presidência da República, atuam como órgãos

setoriais do SISP na implantação direta das ações, colaborando com a coordenação e

desenvolvimento das políticas, normas e diretrizes do sistema.

A discussão sobre processos, métodos e aplicações da TI nas organizações privadas

tem sido objeto de diversos estudos no campo da administração. É reconhecido seu papel na

neutralização de ameaças, aproveitamento de oportunidades, eficiência da gestão e

viabilização de projetos que agregam valor ao negócio. Contudo, o pensar estratégico da TI

nas organizações públicas ainda não alcançou o grau de maturidade do setor privado.

As políticas, procedimentos, práticas e estruturas organizacionais desenhadas para

garantir o efetivo alinhamento da TI na Administração Pública Federal não devem se

restringir ao atingimento de melhor desempenho, mas também a prevenção, detecção e

correção de práticas lesivas ao patrimônio público e a moralidade administrativa. Neste

sentido, as deficiências relacionadas aos processos de TI têm sido objeto de diversos

pronunciamentos de órgãos de controle interno e externo da Administração Pública ao longo

dos anos, com a identificação de consideráveis falhas praticadas no âmbito da Administração

(11)

A relevância do tema foi reconhecida pelo Tribunal de Contas da União em 2006,

com a criação da Secretaria de Fiscalização de TI - SEFTI. Esta Secretaria tem por atuação o

controle externo da governança de TI, visando assegurar maior eficiência da TI na

Administração Pública em beneficio da sociedade.

Segundo o TCU (2008), foram identificados problemas de governança de TI na

Administração Pública Federal nas seguintes áreas: planejamento estratégico institucional e

de TI; estrutura de pessoal de TI; segurança da informação; desenvolvimento de sistemas de

informação; gestão de acordos de níveis de serviço; processo de contratação de bens e

serviços de TI; processo de gestão de contratos de TI; processo orçamentário de TI e auditoria

de TI.

Como elemento principal dessa estratégia, é desenhado um novo modelo de gestão

pública, alinhado às diretrizes da flexibilidade organizacional, da cidadania e a princípios,

substituindo o modelo burocrático que caracteriza as organizações públicas.

Diante do ineditismo do tema e da inexistência de pesquisa ou literatura abordando

qualquer aspecto sobre a transformação qualitativa e quantitativa dos recursos humanos citada

na estratégia geral de TI, torna-se imprescindível averiguar a perspectiva dos gestores

responsáveis pela sua implementação, visando a melhor e mais adequada compreensão do

fenômeno, já que os estudo mais recentes compreendem apenas o eixo de contratação de bens

e serviços de TI.

Portanto, a pesquisa pretende responder a seguinte questão: "Qual é a percepção dos

gestores públicos sobre a estratégia geral de TI formulada pelo MPOG para a Administração

Pública Federal e que mudanças foram por esta determinada na estrutura das organizações

(12)

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

o

objetivo geral desta pesquisa é investigar a percepção dos gestores públicos sobre

a estratégia geral de TI formulada pelo governo para a Administração Pública Federal e

verificar as mudanças ocorridas na estrutura das organizações públicas, considerando as

perspectivas teóricas existentes sobre poder, controle e autoridade orientadas para a promoção

da cidadania, em um modelo de flexibilidade organizacional.

1.2.2 Objetivos Específicos

Como objetivos específicos foram definidas as seguintes questões de estudo:

a) discutir, na percepção dos gestores, qual o papel e o que se espera da tecnologia da

informação nas organizações públicas e privadas, bem como as relações de poder,

autoridade e controle dela decorrentes;

b) analisar as políticas, procedimentos, práticas e estruturas organizacionais ligadas à

gestão tradicional da estratégia de TI da Administração Pública Federal;

c) avaliar a participação, envolvimento e integração dos servidores de TI no processo de

escolha, julgamento e decisão, determinados pela Portaria nO 11, de 30 de dezembro de

2008;

d) mapear as competências exigidas dos gestores públicos para o desempenho de

funções na área de TI da Administração Pública Federal, bem como a existência de

quantitativo suficiente para gerir os processos sob sua responsabilidade;

e) discorrer sobre o papel dos gestores na eficiência/excelência dos serviços públicos; e

f) refletir sobre avanços, sucessos, fracassos e limitações da estratégia geral de TI

(13)

1.3 Suposições

o

presente estudo tem por objeto a análise de dados qualitativos, mediante a realização de entrevistas junto aos gestores públicos que atuam como órgãos setoriais da

Administração Pública Federal na implantação direta das ações de TI, colaborando com a

coordenação e desenvolvimento das políticas, normas e diretrizes do sistema.

Inicialmente, tendo em vista que a EGTI foi desenvolvida com o objetivo de

estabelecer as bases para a transição entre a situação atual de gestão dos ambientes de

informática do Executivo Federal - heterogênea e em geral vulnerável - para um o modelo de

Govemança, com critérios para alocação de recursos e definição de prioridades, uma das

possíveis suposições seria a de que a EGTI teria sido recebida positivamente pelos gestores

públicos responsáveis pela sua execução, com a elevação do grau de maturidade e eficiência

nos processos relacionados à TI.

Contudo, como os únicos estudos existentes apontam exclusivamente para os

resultados positivos da EGTI no processo de contratação de bens e serviços de TI, em especial

a economia de recursos públicos com o uso do pregão eletrônico nessas contratações, não

seria pertinente propor tal suposição.

De acordo com Lakatos e Marconi (1982) a hipótese seria uma proposição inicial,

que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema.

Contudo, ante o caráter exploratório da presente pesquisa, não foi possível a formulação de

qualquer hipótese ou suposição sobre o tema, ante a impossibilidade de atrelar tal suposição à algum referencial teórico.

1.4 Delimitação do Estudo

Alinhado as orientações do TCU, a EGTI determinou expressamente o

monitoramento dos seguintes grupos de práticas relacionados ao aperfeiçoamento da gestão

de TI:

a) Alinhamento com o planejamento institucional do órgão;

b) Aprimoramento qual i-quantitativo dos Recursos Humanos;

(14)

d) Construção e Adoção de Padrões e Modelos de Apoio à Gestão e à Tecnologia; e

e) Segurança da Informação.

Lakatos e Marconi (1982) apontam que delimitar a pesquisa é estabelecer limites

para a investigação em relação ao assunto, extensão e fatores. Ante a complexidade de cada

um dos grupos de práticas acima listados, esta pesquisa é limitada ao estudo dos aspectos

envolvendo apenas o aprimoramento qual i-quantitativo dos recursos humanos na área de TI,

em quantidade suficiente, capacitado para acompanhar e gerir seus processos de trabalho.

Estes recursos humanos englobam ocupantes de cargos gerenciais e servidores

efetivos em exercício direto na área de TI, excluindo-se, portanto, empregados terceirizados e

estagiários, ainda que executem atividades em TI, além do restante do quadro de pessoal de

cada órgão, considerados usuários para fins desta pesquisa.

Tendo em vista que o modelo de estratégia geral de TI proposto pelo MPOG não se

aplica aos Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios, estes entes também foram excluídos

do escopo da pesquisa. Também, em razão de natureza jurídica diferenciada dos demais entes

da Administração Pública Federal, serão excluídas de análise as empresas públicas e

sociedades de economia mista.

Não foram incluídos no estudo pesquisa de satisfação ou análise da EGTI pelos

usuários externos dos serviços das instituições consultadas eis que a pesquisa limita-se ao

aprimoramento qual i-quantitativo dos recursos humanos de TI, em quantidade suficiente,

capacitado para acompanhar e gerir os processos de contratação, um dos eixos da EGTI.

Face a abordagem qualitativa da pesquisa, com a realização de entrevistas junto aos

gestores de TI da Administração Pública Federal, tomou-se inviável sua realização em outros

Estados da Federação além do Rio de Janeiro, ante as limitações econômicas para despesas

com passagens e hospedagem. Portanto, a amostra da pesquisa compreendeu órgãos sediados

ou com representação no Estado do Rio de Janeiro, desde que a estrutura organizacional

responsável pela gestão dos processos de TI também estivesse situada nesta área territorial.

Por fim, a compreensão e análise da estratégia proposta pelo Ministério do

(15)

controle e autoridade orientadas para a promoção da cidadania, em um modelo de

flexibilidade organizacional, razão pela qual não se encontram descritos no referencial teórico

proposto literatura específica sobre modelos de estratégias aplicadas à TI.

1.5 Relevância deste Estudo

Diante da edição da Portaria n° 11, de 30 de dezembro de 2008, ainda não existem

estudos consolidados na literatura nacional visando a compreensão do modelo de estratégia

geral de TI na Administração Pública Federal, relacionado diretamente com a prestação de

serviços públicos de cada um de seus órgãos.

o

comprometimento da Administração Pública com a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e o aumento da competitividade do país foi estipulado pelo

Decreto nO 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, que instituiu o Programa Nacional de Gestão

Pública e Desburocratização - GESPÚBLICA, propondo, dentre outras providências, à

aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem: a) eliminação do déficit

institucional, visando o integral atendimento das competências constitucionais do Poder

Executivo Federal; b) promoção da governança, aumentando a capacidade de formulação,

implementação e avaliação das políticas públicas; c) promoção da eficiência, por meio de

melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; d)

assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre

meios, ações, impactos e resultados; e e) promover a gestão democrática, participativa,

transparente e ética.

Não se pode perder de vista, ainda, a edição do Decreto n° 6.932/2009, tendo por

escopo a fixação de diretrizes nas relações entre os órgãos e entidades do Poder Executivo

Federal e o cidadão, consubstanciado, dentre outros aspectos, na melhoria de serviços

públicos, redução da burocracia, modernização e melhora da gestão pública, melhor

desempenho, eficiência, efetividade e controle na qualidade dos gastos, além do trabalho, de

forma coordenada, no âmbito dos governos.

Neste contexto, é reconhecida a TI como ferramenta indispensável em qualquer

organização, que dela cada vez se toma mais dependente, seja na melhoria de desempenho e

(16)

instituições públicas e privadas. A TI deve ser considerada como um ativo, um bem

patrimonial, com custos significativos de implantação, operação e manutenção.

Em relação aos custos, os gastos com TI realizados pelo Governo Federal vêm

crescendo consideravelmente nos últimos anos. De acordo com o TCU (2006):

"Embora não seja fácil precisar qual o montante desses valores, levantamentos no Sistema Integrado de Administração e Finanças -SIAFI realizados no ano de 2005 indicam que, em 2000, o gasto na sub-função' 126 - Tecnologia da Informação' foi de 2,675 bilhões de reais. Esse valor subiu para 3,75 bilhões em 2004, apresentando um incremento de 40% em cinco anos. Deve-se salientar, ainda, que nesses valores não estão incluídos os gastos das entidades que não integram o orçamento fiscal e da seguridade social, tais como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Correios e outros, que consomem grande parte dos seus recursos na aquisição desses bens e serviços."

Portanto, em razão da considerável quantia de recursos públicos envolvidos e seu

papel na melhoria do desempenho e qualidade dos serviços prestados pela Administração

Púbica Federal, torna-se relevante estudar avanços, sucessos, fracassos e limitações da

estratégia geral de TI proposta pelo MPOG sob a ótica daqueles que a executam, seus

(17)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, são realizadas considerações sobre o papel da tecnologia na

sociedade pós-industrial, com enfoque em sua natureza e nas relações de poder, controle,

legitimação e alienação que dela são decorrentes.

o

aprimoramento quali-quantitativo dos recursos humanos terá como eixo principal

seu papel na gestão democrática, participativa, transparente e ética proposta pelo Decreto nO

5.378, de 23 de fevereiro de 2005, que instituiu o Programa Nacional de Gestão Pública e

Desburocratização - GESPÚBUCA e, na promoção da cidadania, exigência contida tanto na

Constituição Federal quanto na Portaria n° 11, de 30 de dezembro de 2008, que institui a

estratégia geral de TI a ser adotada no âmbito da Administração Pública Federal.

Também será realizada análise sobre a estrutura, gestão e qualidade dos gastos da

Administração Pública Federal.

2.1 O Papel da Tecnologia nas Organizações

Etzioni (1972, p.8) aponta que as sociedades modernas são marcadas por atribuir

"um elevado valor moral ao racionalismo, à eficiência e à competência". O racionalismo das organizações produz um preço social e humano, na medida em que a maioria dos

trabalhadores se sente frustrado e alienado em suas atividades laborativas.

As teorias clássicas no campo da administração analisam as organizações sob os

seguintes aspectos: trabalhadores motivados por recompensas econômicas, divisão de trabalho

claramente definida, especialização da mão-de-obra e pronunciada hierarquização.

Tragtenberg (1977, p. 21) considera que a transição entre o capitalismo monopolista

e o capitalismo industrial propiciou o surgimento e a emergência da burocracia como um

poder funcional e político, utilizando os vários modelos da Teoria Geral da Administração.

o

processo de desenvolvimento industrial foi o responsável pela criação das

condições necessárias ao surgimento da administração científica, ante a grande divisão do

(18)

esquema empírico, onde o conhecimento "surge de evidência sensível e não da abstração".

Seu foco principal é no planejamento e desempenho, onde a qualificação e a especialização do

operário teriam um valor secundário, ante a alta divisão do trabalho e a constante troca de

indivíduos. A substituição da energia a vapor pela eletricidade, e a industrialização extensiva

inerente ao esquema de Taylor, resultaram na proliferação do trabalho desqualificado,

coexistindo com uma "estrutura administrativa monocrática, alienante, onde a principal

virtude é a obediência a ordens" (TRAGTENBERG, 1997, p.194).

Etzioni (I972) aponta que a administração científica, iniciada por Taylor, engloba

um estudo das capacidades fisicas do homem e sua interação com as características da

máquina, gerando maior produtividade dentro do fisicamente possível, divisão do trabalho

equilibrada por unidade de controle, necessidade de supervisão e um único centro de

autoridade e controle nas organizações. Estas características também foram adotadas por

Henry F ord na introdução de um modelo de produção em massa fundamentado em uma linha

de montagem.

Contudo, segundo Albuquerque (1999, p. 219), a crítica ao modelo taylorista é

amparada em suas contradições, onde "a estrutura rígida, excessivamente especializada e com

funções rotineiras e pouco desafiantes" não seria compatível com um ambiente em constante

mutação, concorrentes eficientes e agressivos, rápida evolução tecnológica e transformações

sociais, dentre outros.

Após a segunda guerra mundial, a introdução de novas tecnologias no processo

produtivo determina significativa substituição da mão de obra humana por máquinas e

computadores. Essa terceira revolução industrial impõe o surgimento de um novo modelo,

flexível, baseado na inovação, criatividade, produtividade e qualidade dos produtos e serviços,

humanização da empresa e aumento da qualidade de vida no trabalho.

2.1.1 A Terceira Revolução Industrial

Com a crise do padrão de acumulação capitalista firmado no binômio

taylorismo-fordismo a partir da década de 70 e a introdução de novas tecnologias, houve a sua

(19)

desafios e garantir sua sobrevivência, as empresas passaram a investir em modernas

tecnologias e adotaram concepções organizacionais com ênfase na formação e na gestão de

recursos humanos, com o objetivo de atender aos requisitos do processo de trabalho (MELLO

e AMÂNCIO FILHO, 2010).

Nas organizações, práticas como o downsizing e produção enxuta geram um melhor

desempenho em um mundo de capital globalizado e, consequentemente, maior lucro.

Contudo, muitos conflitos estão sendo atualmente deflagrados em razão da redução dos

beneficios originários do Estado de bem-estar social, que não consegue absorver o impacto da

redução no número de postos de trabalho.

De acordo com Tenório (2007), como caracteristicas da sociedade pós-industrial

devem ser citadas a descentralização das decisões e diversificação dos processos de trabalhos

gerados pela TI nas organizações.

Nesta mesma linha, Castells (2001) sustenta que a tecnologia e as relações de

técnicas de produção difundem-se por todo o conjunto de relações e estruturas sociais,

penetrando no poder e na experiência, modificando-os. As novas tecnologias estão integrando

o mundo em redes globais de instrumentalidade.

Isto por que a sociedade pós-industrial iniciada com a TI sena, na verdade, uma

sociedade irracional, destruidora do livre desenvolvimento das necessidades humanas, cujos

valores estão diretamente relacionados à eficiência. Como características principais, Marcuse

(1967) aponta a perda da autonomia; supressão da individualidade na mecanização de

desempenhos socialmente necessários, mais penosos; concentração de empreendimentos

industriais em organizações mais eficazes e produtivas; regulamentação da livre competição

entre sujeitos econômicos desigualmente equipados; redução de prerrogativas e soberanias

nacionais, impedindo a organização internacional dos recursos; racionalidade tecnológica e

criação de falsas necessidades (comportamentos, consumo, amor e ódio, gerando indivíduos

doutrinados e manipulados).

O pensamento unidimensional desta sociedade pós-industrial faz com que os

(20)

do indivíduo com a realidade que lhe é imposta e têm nela seu próprio desenvolvimento e

satisfação. O padrão de comportamento, segundo Marcuse (1967) é o bom estilo de vida.

A identificação do que Marcuse (1967, p.92) considerou como "consciência feliz",

ou seja, conformismo, caráter contraditório e racionalidades na gestão de TI, são

incompatíveis com os princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, em especial, o da moralidade, e a promoção da cidadania, também prevista na Constituição

Federal:

"O poder sobre o homem, adquirido por esta sociedade, é diariamente absorvido por sua eficácia e produtividade. Se ela assimila tudo o que toca, se absorve a oposição, se brinca com a contradição, demonstra sua superioridade cultural. E, do mesmo modo, a destruição de recursos e a proliferação do desperdício demonstram sua opulência e o "alto nível de bem-estar".

O prImeIro passo para ruptura das racionalidades da sociedade pós-industrial é a

conscientização de sua filosofia unidimensional. Isto encontra estreita relação com a privação

de poder, processo em que os indivíduos alienados se encontram excluídos, privados dos

meios de decisão e, assim, não podem determinar o curso dos acontecimentos conforme

desejam (MARCUSE, 1967).

Prestes Motta (apud Thompson, 2001, p. 86) di scorre que toda a tecnologia que possibilitou a construção da sociedade industrial estaria a serviço de uma forma de dominação

econômica e política, mesmo que alguns sustentem a existência de "uma nova fase do

capitalismo, com amenização do controle, flexibilidade estrutural, cultura organizacional da

tolerância, liberdade no trato da incerteza e a segurança psicológica". Na verdade, ela seria

menos igualitária do que nunca, pois a tecnologia proporciona uma maior concentração de

poder.

Portanto, deve-se considerar que tecnologia relaciona-se à racionalização da não

liberdade do homem, demonstrando a impossibilidade "técnica" de a criatura ser autônoma,

de determinar a sua própria vida. A transformação quali-quantitativa dos recursos humanos,

nos termos propostos pela estratégia geral de TI da Administração Pública Federal somente

será possível com a criação de um novo sujeito histórico nas instituições, autônomo e

(21)

2.1.2 Poder, Controle e Autoridade

o

senso comum já estabeleceu a ligação entre tecnologia e estrutura das organizações, sobre a definição de organizações como construções sociais, com o objetivo de

transformar matéria prima em um produto final, através de atividades coordenadas e

planejadas, estas moldadas pela natureza da tecnologia que a organização emprega (CLEGG;

DUNKERLEY, 1980).

Contudo a definição da tecnologia não se restringe a esta visão tradicional, também

envolve discussões sobre sua natureza, seja como ferramenta, conhecimento, artefato ou

controle. Clegg e Dunkeriey (1980) sustentam que a racionalidade tecnológica determina os

limites do trabalho da organização, sendo significativa, quando avaliada em conjunto com

outras variáveis na estrutura das organizações, em especial com o controle e a incerteza.

A escolha por determinada tecnologia não está adstrita ao aumento da eficiência

organizacional, mas também ao controle sobre o indivíduo e o produto de seu trabalho. O

aumento da eficiência estaria relacionado à introdução de um maior número de tarefas de

trabalho fragmentadas, negando ao indivíduo qualquer processo de escolha, julgamento e

decisão. A ordem deve ser mantida; estamos acostumados a assumir que a tecnologia é boa,

eis que ligada à noção de progresso, maior eficiência e desempenho. Mas isso é importante? De que forma ela afeta as organizações') Ela não é neutra, serve ao capital, sendo um

elemento político de controle sobre outros.

Prestes Motta (2001, p.42) aponta que existem diversas perspectivas de análise sobre

o fenômeno do poder:

"a) na perspectiva marxista, como um fenômeno de alienação econômica;

b) em um nível psicanalítico, como um fenômeno psicológico de alienação, dependência, projeção e introjeção, formação de sistemas de defesa e outros;

c) como um fenômeno político, de imposição e controle sobre decisões e sobre a organização de trabalho;e

(22)

A distribuição do poder entre as posições da organização burocrática e a análise da

capacidade de legitimação de seu exercício constituiu tema central dos estudos de Max

Weber. Etzioni (1972, p.82) discorre que as organizações, a que Weber denominou

burocracias, "estabelecem normas e precisam impô-las; tem regras e regulamentos; dão

ordens que devem ser obedecidas, a fim de que a organização funcione com eficiência". O

efeito da aplicação destas normas e regulamentos é a alienação, quando o dependente se

conforma. De outro lado, a utilização de regras/ordens baseadas em valores respeitados pelos

subordinados legitima o exercício do poder, gerando o aumento da submissão e alienação aos

que a elas são subordinados.

Para o exercício do controle, faz-se necessário o estabelecimento de uma relação de

autoridade considerada legítima pelos dominados. Etzioni (1972, p.83) descreve os 3 (três)

tipos de autoridade possíveis, de acordo com Max Weber. A autoridade racional, legal ou

burocrática existiria "quando os subordinados aceitam ordens dos superiores como

justificadas, porque concordam com um conjunto de preceitos mais abstratos que consideram

legítimos, e dos quais "deriva" o governo (e neste sentido, é racional)". Já autoridade

tradicional seria caracterizada pela aceitação de ordens dos superiores como justificadas,

porque essa sempre teria sido a maneira pela qual as coisas foram feitas. Por fim, a autoridade

carismática, em que o poder é exercido por qualidades excepcionais que conferem poder de

mando aos superiores.

Ainda de acordo com Etzioni (1972), para que uma estrutura moderna de

organização seja eficiente e competente, como instrumento da organização, Weber considera

necessária autoridade racional-burocrática para que se exerça a racionalidade do processo

produtivo ou administrativo. Portanto, as organizações se diferenciam apenas pelos tipos de

controle que adotam, pela alienação ou dedicação que provocam e os pelos aspectos

significativos de sua estrutura.

Sobre a racionalidade instrumental, Prestes Motta (2001, p.105) aduz que:

(23)

Tragtenberg (1977, p. 76), aponta que a burocracia seria "emergente das condições técnicas de trabalho, pela separação entre as funções de execução e planejamento, predominando a organização sobre o homem, acentuando como fator motivador único, o monetário". Portanto, a burocracia representa um processo de impessoalização, um tipo de poder, um sistema racional onde a divisão do trabalho tem um fim determinado, onde o formalismo, a existência de normas escritas, estrutura hierárquica, divisão horizontal e vertical do trabalho e impessoalidade no recrutamento dos quadros são suas caracteristicas

.

. . pnnClpalS.

Carvalho e Vieira (2007, p.2) consideram como determinantes no exercício de poder organizacional a autoridade formal, o controle de recursos escassos, o uso da estrutura organizacional mediante normas e regulamentos, o controle do poder decisório, do conhecimento e da informação, de fronteiras e da tecnologia. O capitalismo se traduziria no desencanto do mundo, e a burocracia o meio tradicional pelo qual o sistema pretende controlar o processo de trabalho e os indivíduos, já que, segundo Weber os princípios da meritocracia e da previsibilidade econômica se constituem em elementos decisivos para atestar a superioriade técnica das organizações burocráticas.

Sua capacidade para alcançar os objetivos do sistema sena fundamentada na racionalidade e na disciplina, aspectos que constituem seus sinais de identidade perante outros modelos de organizações sociais (CARVALHO e VIEIRA, 2007).

Neste sentido, o estudo da variável poder, bem como das novas formas de controle, é crucial nas organizações. Carvalho e Vieira (2007, p.69) discorrem sobre o novo papel da TI nas organizações:

"A chamada terceira revolução do sistema capitalista já não é uma revolução industrial, senão que decorre do domínio da comunicação e transmissão da informação: é a era da informática e da robótica. O conhecimento e o saber nunca haviam tido tanta importância estratégica no mundo do trabalho. As organizações burocráticas modernas que conformam a atual sociedade informatizada e midiática foram invadidas pelas inovações que vão aparecendo na sociedade".

(24)

normas, com extensiva estratificação hierárquica e fragmentação de tarefas, com a TI tem-se

uma nova orientação, com foco nas idéias, tarefas de concepção e execução estruturadas,

ajuste flexível, grupos multidisciplinares, controle do planejamento, orçamentos e da

investigação operativa (CARVALHO e VIEIRA, 2007).

Desta forma, os mecamsmos de controle das organizações sobre os indivíduos

tomaram-se mais sofisticados, indo além dos limites fisicos das organizações. Carvalho e

Vieira (2007, p.89) demonstram a existência de um poder sem face, já que não há

determinação direta sobre as pessoas ante ao alto poder de conectividade, velocidade, fluxo e

armazenamento de dados apresentados pelas novas tecnologias.

Ao contrário da autocracia, que significa o tipo de poder absoluto e freqüentemente

ditatorial associado ao exercício de comando por parte de alguém, nas burocracias a forma de

regulamentação estaria associada ao uso de palavra escrita e "seria exercida pelos burocratas

que se sentam atrás de seus bllreallx ou mesas, fazendo e administrando as regras que são o guia da atividade organizacional" (MORGAN, 1996, p. 148).

O poder e a responsabilidade das organizações burocráticas estariam ligados com ao

conhecimento e uso das regras por parte de alguém, e com a forma praticamente legal de

administração que isso implica.

Morgan (1996, p. 282) sustenta, de acordo com Weber, que estes três tipos de

dominação raramente são encontrados nas suas formas puras, havendo tensão e mal-estar

quando estes diferentes tipos de autoridade se misturam entre si.

Pagés et alli (1993), ao estudar os fenômenos de poder nas organizações onde a

centralização do controle é mantida, encontrarm contradições econômicas, políticas,

ideológicas e psicológicas, bem como atitudes bivalentes, quando da análise das restrições

(coerções) da empresa e os privilégios oferecidos aos indivíduos, onde a centralização do

controle é mantida.

Segundo Pagés et alli (1993, p. 33), deve-se levar em consideração que o poder dos

(25)

consistindo justamente em colocar seus conhecimentos a serviço de uma ação mediadora de redução das contradições da sociedade capitalista em desenvolvimento."

Nesta concepção, as organizações hipermodemas senam modelos de solitude, segredo e manipulação, tendo como uma de suas características "o desenvolvimento de um sistema decisório de autonomia controlada, assegurando a administração à distância de conjuntos vastos e complexos" (Pagés et alli, 1993, p.35). Ao invés de regras, regulamentos ou ordens, são interiorizados princípios conforme a lógica da organização.

Para a garantia do controle, é realizada sua mediação com a autonomia, de forma estrítamente limitada. Pagés et alli (1993, p.35 e 59) discorrem que essa gestão da contradição autonomia versus controle seria decisiva, sendo essencialmente nos modos de aplicação das regras o campo de autonomia dos indivíduos:

"A contradição entre liberdade e submissão aparece quando o indivíduo percebe que está submetido ao jogo. Estar submetido ao jogo provoca temor não só de perda, mas de perder-se, perdição esta

que é a consciência angustiada da alienação."

A conclusão lógica seria a de que a delegação de poder proporcIOna a despersonalização das formas de dominação, funcionando o sistema de regras como um sistema de regulação da autoridade. O sistema de regras, enquanto sistema de controle não é vivenciado como coercitivo, mas protetor. Ele instaura um quadro que permite canalizar a angústia, assimilável a um sistema de defesas (P AGES et alli, 1993).

(26)

2.2 Recursos Humanos

Dessler (2003) discorre sobre a extrema importância de se contratar as pessoas

certas, treiná-las e motivá-las efetivamente. E isso, por sua vez, demandaria um sistema de

recursos humanos mais efetivo. Contudo, a administração de recursos humanos vai muito

além visão tradicional contemplando seleção, treinamento, avaliação de seu desempenho,

remuneração de seus funcionários, etc. Ela requer um compartilhamento maior de

informações entre funcionários e a gerência, construído sobre uma base que enxerga as

pessoas como fonte de vantagem competitiva.

Isto porque o pensamento estratégico não deveria ficar concentrado em um único

centro, os responsáveis pela execução devem participar do processo de formulação de

estratégias, levando em consideração um processo de desenvolvimento coletivo abrangendo

as organizações em geral, sendo integrativo, informado e responsivo (MINTZBERG, 2004).

Albuquerque (1999, p.236) ilustra uma nova concepção e papel para a gestão de

recursos humanos da empresa competitiva, localizada na cúpula das organizações e

caracterizada, principalmente, pela "gestão planejada e proativa, descentralizada e

compartilhada (cada gerente deve gerir sua equipe); transparente; flexível; integrada; adulta

(sem paternalismos); orientada para resultados; estimuladora da inovação e da criatividade".

2.2.1 Administração Pública Brasileira

Os crescentes investimentos em áreas estratégicas como educação, pesquIsa e

desenvolvimento tecnológico impõem uma concepção renovada e revitalizada da gestão do

setor público (MELLO e AMÂNCIO FILHO, 2010).

Segundo Oliveira (2009), desde sua formação, o Estado moderno não parou de

crescer, evoluindo para a extensão de seu domínio e ampliação de controle sobre a sociedade

civil em todos os campos da vida econômica e social.

Em se tratando da economia brasileira, Reis et AIIi (2010) destacam a evolução do

gasto público pelos componentes da despesa primária do governo federal, estados e

(27)

substancial da importância de bens e serviços públicos no Produto Interno Bruto - PIB. Estas

despesas mais que triplicaram, passando de 10% do PIB em 1900, para 36% do PIB, em 1999.

As razões para tal aumento foram justificadas pelas despesas com previdência social e dos

estados e municípios, que refletem os avanços do Estado de bem-estar social e do federalismo

fiscal.

De acordo com Rezende e Cunha (2005), os desafios apresentados ao governo

federal exigem uma transformação qualitativa, com substancial melhoria do desempenho do

setor público e de suas organizações, visando a efetividade das políticas e programas

concebidos.

Cunha (2007) lista alguns desafios do Estado para tal transformação, caracterizados

pela incompetência de gestão, visão de curto prazo, preocupação corporativista,

imprevisibilidade, incapacidade de resposta à sociedade, inabilidade para lidar com crises,

desperdício de recursos e tantos outros.

Como algumas causas dos problemas aCima citados, existe a formulação e/ou

implementação de políticas públicas inadequadas, omissão dos cidadãos, corrupção e falta de

espírito público ente políticos, dirigentes, servidores públicos e agentes do mercado

fornecedor de bens e serviços ao setor público.

Impõe-se, portanto, a formulação de uma política de gestão pública. Tal política diz

respeito "às regras institucionais e às práticas de caráter administrativo que vão influenciar

transversalmente todo o setor público no desempenho de funções essenciais" (CUNHA apud

BARZELA Y, 2001, p.4), e se estenda não somente às necessidades coletivas, como por

exemplo, assistência à saúde, mas incluindo planejamento e gestão do orçamento e das finanças; organização e métodos de trabalho; forma de aquisição de bens e serviços junto ao

mercado fornecedor; o caráter e as práticas de auditoria e avaliação do desempenho das

organizações governamentais.

De acordo com Abrúcio e Loureiro (2004), o Brasil perde mais pela incompetência

da gestão pública do que pela corrupção, o que nos faz entender necessária maior atenção com

a qualidade da gestão e os resultados derivados da aplicação dos recursos públicos. Em

(28)

de curto prazo; o esforço de planejamento não pode ser mera formalidade, devendo as ações serem alvo de análise de impacto.

Em um contexto de globalização, as pessoas deixam de ser o recurso organizacional mais importante, para se tornar o parceiro principal do negócio, são os elementos impulsionadores da organização, capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso.

Nas organizações públicas e privadas têm-se discutido a gestão por competência, que propõe alinhar esforços para que as competências humanas possam gerar e sustentar as competências necessárias à consecução dos objetivos estratégicos de uma organização, envolvendo planejamento, avaliação de desempenho, educação corporativa, identificação e alocação de talentos e orientação ao trabalhador, visando sua ascensão profissional, melhoria da remuneração e obtenção de beneficios, bem como a excelência e a qualidade do trabalho. Há a proposição de uma mudança cultural, propiciando mais flexibilidade, adaptabilidade e espírito corporativo nas instituições (MELLO e AMANCIO FILHO, 2010).

Nos órgãos públicos, seu objetivo principal sena a melhoria da qualidade e eficiência dos serviços. Segundo Matias-Pereira (2009), o Estado existe fundamentalmente para realizar o bem comum. Em relação ao Brasil, a decisão política adotada para estruturar o Estado teve características autoritárias e centralizadoras, com a implantação de uma burocracia nos moldes weberianos.

°

capital humano, a infraestrutura e a tecnologia têm sido citados como processos permanentes e necessários para a modernização e o fortalecimento da Administração Pública nos debates relacionados à reforma do Estado, contudo ligados não só ao modelo de eficiência da gestão privada, mas também ao interesse público (MATIAS-PEREIRA, 2009, p. 5):

(29)

Portanto, embora a Administração Pública gerencial tenha ênfase em resultados,

deve afastar o patrimonialismo e a burocracia, fundamentando-se em um novo modelo com

foco na descentralização, com delegação de poderes, e atribuições e responsabilidades para os

escalões inferiores. As novas formas flexíveis de gestão, com horizontalização de estruturas,

descentralização de funções, incentivo à criatividade e inovação também não podem deixar de considerar seu alinhamento aos princípios da moralidade, impessoalidade e probidade

administrativa (MATIAS-PERElRA, 2009).

Ao estudar a conversão de burocracias tradicionais, orientadas para o status

pessoal, em formas modernas de organização governamental, para que os ideais de eficiência

e eficácia possam se tomar princípios operacionais, Riggs (1968, p.19) propõe que quanto

maior a formalidade da situação administrativa, menor seria o efeito que a alteração das

normas prescritas teria no comportamento dos indivíduos, ao contrário de um sistema

altamente realístico.

A Administração gerencial, nesta situação prismática, não consegue realizar a

separação entre política e administração, ante a ausência de uma diferenciação substantiva,

que reflita o caráter dos próprios processos políticos, mesmo que esta separação tenha se

constituído objeto de uma diretriz de governo, permanecendo então seu caráter centralizador

(RIGGS, 1968).

A Administração Pública gerencial se aproximaria das organizações orgânicas,

com estrutura e hierarquia flexíveis, sem muita divisão ou fragmentação de funções, com

descentralização das decisões e equalização de poder e democratização.

Contudo, a Administração Pública tem tratado frequentemente de temas como

padronização, objetivos de negócio, recursos, qualidade e controle, não priorizando seus

recursos humanos. Ainda permanece uma estrutura centralizadora, que não propicia a

transparência de sua gestão, bem como a participação dos servidores públicos nos processos

(30)

Em se tratando da TI, transparência e accountability são fatores centrais ante a

intangibilidade de resultados gerados, eis que na maioria dos casos ela reduz custos, o que na

Administração Pública seria essencial (JOIA, 2007).

É evidente o enfraquecimento do setor público nos últimos anos. Ritkin (2001)

discorre que os gastos crescentes do governo têm sido o único meio viável para resolver o

problema da demanda ineficaz da economia. Contudo, esta estratégia de gastar além da

arrecadação para criar empregos, visando estimular o poder aquisitivo e fomentar o

crescimento econômico seria uma justificativa para a "reengenharia no governo", utilizando

muitas das mesmas práticas gerenciais e das novas tecnologias de informação que aumentam

acentuadamente a produtividade no setor privado. Permanece, portanto, o culto à eficiência

proposto pelo modelo fordismo-taylorismo, onde se utiliza cada vez mais recursos públicos

para financiar programas sociais, cujos cortes geram tensões e conflitos que afetam a

legitimidade dos Estados.

Neste sentido, um novo modelo de gestão pública é necessário, com base em

processo democrático, cooperativo, e educativo, que possa influenciar em todos os âmbitos

decisórios, desde o planejamento, passando pela execução até a avaliação, sendo solidária no

empenho para a realização dos objetivos propostos (TENÓRIO, 2007b).

°

conceito base existente no processo democrático é a cidadania, não a partir de um modelo liberal, com respeito aos direitos de todos, e nem em uma concepção republicana,

com direitos vinculados a sua liberdade e deveres, mas com uma característica deliberativa,

onde a legitimidade das decisões políticas tenha origem em processos de discussão

(TENÓRIO, 2007b). Portanto, não há vinculação ou subordinação entre democracia e direitos

individuais, mas sim conciliação fundada em uma rede de debates e de negociações, a qual

deve possibilitar a solução de questões pragmáticas, éticas e morais.

Fica evidente que o processo de discussão e a promoção da cidadania são

incompatíveis com a ideologia das leis de mercado, fundada na eficiência, desempenho e

lucro, baseadas em uma racionalidade instrumental, já que o indivíduo não é visto como um

sujeito capaz de ação, com cidadania, mas sim um "cliente", com poder de comprar ou vender

(31)

A gestão pública deve estar comprometida com os processos democráticos

vinculados ao interesse social, envolvendo tanto os cidadãos quanto os servidores

responsáveis pela implementação de políticas públicas.

2.2.2 Aspectos Relevantes da Estratégia Geral de TI

Sobre a adoção de uma nova estratégia, Mintzberg (2006, p. 151) discorre que:

"Tecnicamente, estratégia é sobre mudança e não sobre continuidade: afinal está relacionada à imposição de padrões estruturados de comportamento em uma organização, sejam padrões em forma de intenções antecipadas que se tornam estratégias deliberadas, sejam de ações após o fato que se enquadram nos padrões consistentes de estratégias emergentes. Mas administrar estratégia, hoje em dia, freqüentemente, é administrar mudança - reconhecer quando uma mudança de curso de natureza estratégica é possível, desejável e necessária e, então agir - possivelmente colocando em ação mecanismos para mudança contínua".

As mudanças estratégicas são fruto de um ambiente altamente competitivo,

configurando-se não como "um fenômeno excepcional, mas como rotina, muitas vezes de

dificil assimilação, no universo organizacional" (SILVA, 1999, p. 102).

De acordo com Porter (2004), a essência da formulação de uma estratégia

competitiva consiste em relacionar uma organização ao seu ambiente, mesmo que este seja

muito amplo, abrangendo tanto forças sociais como econômicas, sendo seu aspecto principal a

competição existente, criando e implementando ações para lidar com processos de mudanças

nas organizações.

Como princípios norteadores da nova estratégia instituída pela Portaria nO 11, de 30

de dezembro de 2008, há o objetivo de busca da aderência equilibrada e harmônica em

relação aos princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, em especial à legalidade, à impessoalidade, à publicidade, à eficiência e à motivação, fixando como

finalidade da aplicação dos recursos de TI o cumprimento da missão institucional do governo

(32)

o

exercício de atividades de TI contemplaria basicamente a gestão, mantendo a

previsão de contratação de terceiros para atividades de execução, preservando os casos em

que condições especiais exijam execução por servidores públicos e pelos órgãos que possuam

carreira com quadros específicos para área de TI.

o papel da TI na Administração Pública foi reconhecido na busca de modelos de

aplicação, alinhado à simplificação de processos - redução de esforços dos cidadãos e

empresas para interagir com o Estado - e, ainda, pela incorporação qualificada de inovações

tecnológicas que confluam para o fortalecimento da renda.

Há grande destaque para o uso de TI voltado à promoção da cidadania e ao desenvolvimento social, tecnológico e econômico da sociedade brasileira, estipulados com

base em diretrizes, e não em normas e regulamentos:

a) Promoção da cidadania como prioridade;

b) A inclusão digital é indissociável do governo eletrônico;

c) O sofnt/are livre é um recurso estratégico para a implementação do

governo eletrônico;

d) Gestão do conhecimento como instrumento estratégico de articulação e

gestão das políticas públicas;

e) O governo eletrônico deve racionalizar os recursos;

f) O governo eletrônico deve contar com um arcabouço integrado de

políticas, sistemas, padrões e normas;e

g) A integração das ações de governo eletrônico com outras esferas e

poderes.

A EGTI da Administração Pública Federal contemplou a importância do quadro de

pessoal de TI com servidores permanentes e capacitados na gestão de TI, conforme

posicionamento dos Acórdãos TeU nOs 78612006 e 1603/2008 - Plenário.

O foco principal é o aprimoramento quali-quantitativo dos recursos humanos, em

quantidade suficiente, capacitado para acompanhar e gerir os processos de contratação. Além

do treinamento a cargo de cada instituição, adicionalmente foram previstas ações em conjunto

(33)

regulares focados em Gestão de TI, com a finalidade de auxiliar os servidores lotados nos

órgãos da Administração Pública Federal.

Os cursos regulares serão afetos à elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da

Informação - PDTI, planejamento da contratação de TI, avaliação técnica das propostas de

contratação e gestão de contratos. A EGTI também apresentou preocupação com o

treinamento de conteúdo técnico específico aos servidores, tais como contagem de pontos de

função e estimativas, uso e administração de comunidades no ambiente.

Entre os elementos da governança de TI, foi priorizada a melhoria do processo de

contratação, uma vez que este é estruturante de um novo modelo de gestão voltado para a

maior eficiência e efetividade. O aumento da capacidade de gestão sobre as aquisições de TI

teria ampla ressonância na melhoria dos serviços prestados pelas áreas e somente será

incrementado a partir dos servidores. Por servidores, a EGTI não se restringiu apenas àqueles

lotados nas áreas responsáveis pela TI. Através da constituição de Comitês de TI, há a

necessidade de interação interorganizacional de forma matricial e a sistematização do

conhecimento estratégico com as outras áreas de cada órgão.

Esses comitês institucionais deverão ser compostos por representantes da Secretaria

Executiva do órgão ou da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração ou área

co-relata no órgão, pela Coordenação Geral de Modernização e Informática (CGMI), por

outras eventuais áreas de tecnologia, e se necessário, por unidades que apresentem relação

direta com as CGMls. Dentre as ações esperadas, caberia aos comitês desenvolver ações

estruturantes e de controle para a plena implantação da estratégia.

O quadro permanente de pessoal deveria ser suficiente para realizar, de forma

independente das empresas prestadoras de serviços, o planejamento, a definição, a

coordenação, a supervisão e o controle das atividades de informática, com a finalidade de

garantir a autoridade e o controle da Administração sobre o funcionamento daqueles setores,

conforme Acórdãos TCU Plenário nOs 140/2005, 667/2005, 2023/2005 e 1603/2008. Estas

determinações motivaram a indelegabilidade do planejamento, definição, especificação,

(34)

Um importante retrato das deficiências qual i-quantitativas do quadro de pessoal de

TI na Administração Pública Federal foi apresentado em TCU (2008), identificando que, um

total de 29% dos 255 órgãos/entidades pesquisados possuía menos de 1/3 de seu quadro de TI

composto por servidores, o que poderia acarretar risco de dependência em indivíduos sem

vínculo com o órgão/entidade para a execução de atividades críticas ao negócio, além de

perda do conhecimento organizacional.

Segundo as informações levantadas no questionário da pesquisa do TCU, somente

37% dos servidores do quadro das áreas de TI dos órgãos/entidades possuíam formação

específica em TI (incluindo aqui doutorado, mestrado, pós-graduação lato senslI e nível

superior). Além disso, somente 43% dos órgãos/entidades possuíam carreiras específicas para

a área. Esse resultado preocupa em função do aumento da importância estratégica da TI para

as organizações, que correm o risco de não terem pessoal qualificado suficiente nem para

executar as atividades básicas, nem para fiscalizar eventuais contratados.

De acordo com as respostas ao questionário da pesqUisa do TCU, 60% dos

pesquisados não consideram competências gerenciais, técnicas e resultados produzidos

anteriormente na seleção de gerentes de TI. Com esse resultado, não se pode verificar se a

escolha de chefias nos órgãos/entidades participantes seria objetiva e baseada no mérito.

Diante de todos os problemas de gestão relativos à área de TI, fica claro que as

mudanças organizacionais exigidas devem ser fundadas em valores e crenças substantivas.

2.2.3 Flexibilização Organizacional

De acordo com Rifkin (2001, p. 23), o acesso instantâneo à informação significa que

"o controle e a coordenação da atividade podem ser exercidos rapidamente e em níveis mais

baixos de comando, permitindo que a informação seja processada horizontalmente ao invés de

verticalmente", substituindo a tradicional pirâmide corporativa por redes, operando ao longo

de um plano comum.

Tenório (2000) destaca que a ótica do mercado, com predomínio quase que

(35)

dos empregados na mudança tecnológica, poderia surgir a flexibilização, permitindo um agir

comunicativo.

Um dos paradigmas da TI é a flexibilidade organizacional. CasteIls (2000) propõe a

reversibilidade e alteração dos processos, organizações e instituições para a reorganização de

seus membros. Isso não implicaria na total ausência de regras, mas que sua criação e mudança

seriam orientadas por ações deliberadas e interações exclusivas. A flexibilidade não teria

força libertadora se os redefinidores das regras sempre forem os poderes constituídos.

Importante questão apresentada por Tenório (2007) seria a compatibilidade entre

flexibilização organizacional e autonomia. Sem autonomia, prevaleceria a razão instrumental

e o trabalho burocratizado e conformista. Para que não haja esta contradição faz-se necessária

uma interação consensual adotando um novo modelo de gestão e cidadania, promovendo de

maneira consciente o envolvimento do empregado no processo produtivo. Nesta perspectiva,

além da consciência de seu papel como sujeito, conhecedor do conteúdo de suas ações,

haveria participação no processo de tomada de decisão dentro da organização.

°

empregado deve ser encarado como cidadão, exigindo qualidade dos recursos humanos envolvidos nos processos produtivos e na gestão das empresas em matérias de sua

qualificação, capacitação e grau de iniciativa (TENÓRIO, 2007).

Mais uma vez, nào se trata da inexistência de regras e de supervisão hierárquica, mas

redução destes instrumentos de controle e sua substituição por uma estrutura horizontal

relativa à gestão dos processos de trabalho, baseada em uma concepção dialógica.

Alvesson e Deetz (2007, p.240) discorrem sobre o conceito de cidadania deliberativa

proposto por Habermas, essencial para um novo modelo de gestão dialógica:

(36)

Depreende-se que, somente através de uma comunicação não distorcida, da presença

da discussão livre, baseada na boa vontade, argumentação e diálogo, é possível atingir o

entendimento comunicativo. A busca de um consenso e de racionalidade comunicativa

relaciona-se a uma tomada de decisão baseada na força do bom e do bem, com fundamento no

foco aberto, em lugar da autoridade, tradição, ideologia ou exclusão de participantes

(ALVESSON; DEETZ, 2007).

A cidadania deliberativa tem lugar na participação no processo de tomada de

decisão, e não em função dos direitos estabelecidos pela lei ou orientação por interesses

comunitários e, assim, as políticas salariais devem se preocupar com o desempenho da equipe

e não do cargo; treinamento e reciclagem; incentivo à participação de todos em grupos de

trabalho. comissões, visando a solução conjunta dos problemas e conflitos (TENÓRIO, 2007).

A flexibilização organizacional deve ser medida, portanto, em função da gestão

dialógica e circulação de informações com efetivo impacto no nível de autonomia,

participação e qualidade de vida.

Tenório (2000) discorre que a flexibilização organizacional deve ser voltada para o

entendimento (dialógico), não existindo hegemonia decisória daqueles que ocupam cargos de

direção, mas sim uma esfera pública na qual todos os agentes envolvidos têm participação

ativa no processo de tomada de decisão.

Em se tratando da Administração Pública, ante aos princípios constitucionais

existentes, a tecnoburocracia, como a ação estratégica, seria por sua natureza anti democrática,

pelo seu distanciamento entre o pensar e o agir (TENÓRIO, 2000, p. 187).

Diante de um trabalhador com entendimento mais amplo e integrado da instituição e

de seus objetivos, propiciado pelo processo de discussão, há maior circulação de informações,

participação coletiva, delegação de responsabilidades e descentralização das decisões,

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