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A construção e validação de um teste com referência a critério para medir as competências básicas de leitura e escrita para o Programa de Alfabetização Funcional do MOBRAL

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(1)

REFERtNCIA A CRITERIO PARA MEDIR AS COMPE TtNCIAS BAsICAS DE LEITURA E ESCRITA PARA

" .

O PROGRAMA DE ALFABETIZAÇA~ FUNCIONAL DO "

MOBRAL

(2)

..

PARA O PROGRAMA DE ALFABETIZAÇAO FUNCIONAL DO MOBRAL

Regina Coeli Avila Alves Pereira

Rio de Janeiro Fundação Getulio Vargas

Instituto de Estudos Avançados em Educaçao Departamento de Psicologia da Educação

(3)
(4)

A necessidade de se desenvolverem instrumentos a

dequados a avaliação de programas educacionais

e

premente no

momento atual. Segundo os estudos mais recentes no campo da

medida educacional, os testes com referência a critério são

os que atendem a esta necessidade. Este estudo teve por obje tivo a construção de dois testes deste tipo para a avaliação

do Programa de Alfabetização Funcional do MOBRAL nos

domi-nios da aquisição das competências basicas em leitura e es

crita.

Inicialmente foram selecionadas e descritas qu~

tro competências para serem medidas por cada teste. As comp~

tências foram selecionadas tendo como base os objetivos do

programa apresentados no Roteiro de Orientação ao Alfabetiza Qor (1977).

A segunda etapa do estudo consistiu na criação

das especificações para cada competência selecionadas nos

dois dominios. A partir destas especificações foram

constru-idos 32 itens para o teste de leitura e 40 para o de escri

ta. Estes itens foram, distribuidos randomicamente em 5 for

mas experimentais para cada teste.

O teste de leitura é composto de itens de m~lti

pla escolha e o teste de escrita de itens de resposta

cons-truida. Os criterios de correção e os padrões minimos de de-sempenho foram estabelecidos para cada teste.

Para a analise destes padrões minimos foram cal

culados as medias e os desvios-padrão para cada forma aplic~

da. Estes resultados permitem a manutenção dos padrões mini

mos usados em estudos posteriores.

(5)

processo tradicional e na segunda os indices de sensitivida

de pelo processo desenvolvido por Gronlund (1976). Os resul

tados obtidos permitiram o aproveitamento de todos os itens.

Os itens foram divididos em duas formas

equiva-lentes para cada teste, cada um pode ser subdividido em três subtestes para a medida isolada das competências descritas.

Para o exame de validade foram estabelecidos os

indices de validade descritiva e de seleção de dominio. A fi

dedignidade dos testes ficou assegurada com a construção de

mais de 5 itens para competência Gronlund (1976).

(6)

The need for developing adequate instruments to evaluate educational programs is quite urgente presently.

Ac-cording to recent studies in the field of educational

measurements, this need is fulfi1led by the

criterion-referenced tests. The construction of two criterion-referenced

tests to evaluate basic competences in the areas of reading

and writing of MOBRAL's Functiona1 Literacy Program was the

objective of this study.

Firstly, four basic competences were se1ected and

described to be measured by each testo The selection of such

competencies was based on the objectives of the in the Teacher's Manual (1977).

Secondly, specifications for each

selected in the two areas were created. Based on

Program stated

competence these

specifications, thirty-two items for the reading test and

fourty items for the writing test were constructed. Such items

were randomly distributed into five experimental forms for

each teste

The reading test has multip1e-choice items and

the writing test has subjective answer. The correcting criteria

of minimum standards of performance were established for each testo

Means and standard deviations were the statistics

used in the analysis of the tests. The results of this analysis

al10w these minimum standards of performance to be kept in

subsequent studies.

Test-item analysis was developed in two stages: (a)

discriminatory rates were ca1culated in the traditiona1 way,

and (b) sensitivity rates were ca1cu1ated through the process

developed by Gron1und (1976). The results of the studyallowed

the uti1ization of a1l items.

The items were divided into two equivalent forms

for each test, each one subdivided into three subtests to

assess an iso1ated measure of the described competence.

(7)

re1iabi1ity was assured with the construction of more than five items for Gronlund's competence (1976).

(8)

LISTA DE ANEXOS... ix

LISTA DE TABELAS ... x

Capitulo

I. INTRODUÇAO

A Educação de Adultos Objetivo do Estudo Importância do Estudo Definição dos Termos

11. REVISAO DA LITERATURA

Educação,de Adultos no nha histórica

Aquisição da Leitura e tos

Avaliação de Programas

1 O

Brasil - rese

Escrita em Adul

Educacionais

lI!. METODOLOGIA... 31

Seleção das Competências Teste de Lei tura

Teste de Escri ta

Especificação do Teste Elaboração dos Itens População e Amostra Aplicação e Correção Análise dos Itens Fidedignidade Validade

Padrões de Desempenho

IV. APRESENTAÇAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS ... 37

Análise de Itens Teste de Leitura Teste de Escrita

Validade e Fidedignidade Montagem do Teste

Teste de Lei tura Teste de Escrita

Padrões de Desempenho Teste de Leitura

Teste de Escri ta

Referências Bibliográficas

V. CONSIDERAÇOES FINAIS... 54

REFERtNCIAS BIBLIOGR].\FICAS ... 56

ANEXOS ... 60

(9)

1. 2. 3 . 4 . 5. 6 . 7 • 8. 9. 10.

1 1 .

12.

13.

14 .

15.

Percentual de Congruência, Observado no Jul

gamento de 20 juízes, entre a Descriçao

de cada Comportamento e os Itens Elabora

dos no Teste de Leitura ... ~

Tndices de Discriminância dos Itens da Pri

meira Competência do Teste de Leitura

Indices de Discriminância dos Itens da Se

gunda Competência do Teste de Leitura

Indices de Discriminância dos Itens da Ter

ceira Competência do Teste de Leitura Indices de Discriminância dos Itens da Quar

ta Competência do Teste de Leitura ... o o o

Tndices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Primeira Competência do Teste

de Le i tu ra .. o o • o o o o o o o o • • • • • • • o • o o • • • • • o

Indices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Segunda Competência do Teste de

Lei tura .. o • o • • • • o o o o o o o • • • o o o • • • o o o o • o o o

Indices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Terceira Competência do Teste de

Leitura. o o o . o o . o . o o • • • • o o • • • o • • • • • o • • • • •

lndices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Quarta Competência do Teste de

Leitura o o o o • • • • • • • o . o • • • • o . o • • • • • • • • • o o .

Percentual de Congruência, Observado no Ju1

gamento de 20 Juizes, entre a Descrição

de cada Comportamento e os Itens Elabora

dos no Teste de Escrita. o • • • • • o o . o • • • o o~

Indices de Discriminância dos Itens da Pri

meira Competência do Teste de Leitura

Tndices de Discriminância dos Itens da

Se-gunda Competência do Teste de Escrita

Indices de Discriminância dos Itens da Ter

ceira Competência do Teste de Escrita Tndices de Discriminância dos Itens da Quar

ta Competência do Teste de Escrita ... o.~

Tndices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Primeira Competência do Teste de

Escrita 0 . 0 • • • • o • • • 0 • • o o o 0 0 o o . o o o ' o 0 0 o o o .

V I I I

(10)

17.

18.

19.

20.

21.

. 22 .

23.

24.

Itens da Segunda Compet~ncia do Teste de

Escrita . . . .

lndices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Terceira Compet~ncia do Teste de

Escri ta . . . .

lndices de Sensitividade ã Instrução dos

Itens da Quarta Compet~ncia do Teste de

Escrita ... ; . . . .

M~dia e Desvio-Padrão dos Grupos no Teste de

Le i tUl'a . . . . Percentual de Acertos dos Grupos no Teste de Leitura . . . .

Classificação dos Alunos Suhmetidos ãs For

mas Preliminares do Teste de Leitura .... ~

~t~ d i a e Dé s v i 0-P a d r

a

o dos G r u p o s no Te s te de

Escrita ... , . . . . Percentual de Acertos nos Grupos no Teste de Escrita . . . .

Classificação dos Alunos Submetidos ãs For

mas Prelimina~es do Teste de Escrita .... ~

IX

47

48

48

50

51

5 1

52

52

(11)

1. Relação das Palavras Geradoras ... . 2. Especificação de Teste ... .

x

61

(12)

INTRODUÇAO

A Educação de Adultos

O conceito de educação foi ampliado, decorrente

do progresso cientifico, avanço tecnológico e do aumento da

idade media do homem, não sendo mais concebido com um proce~

so estãtico, passando a ser um processo permanente e

conver-gente de equilibrio constante do homem com o meio. Nesta per~

pectiva o homem não e um ser acabado; estã em constantes modi

ficações solicitadas pelo meio, impulsionando-o a aprender

conteudos novos.

Segundo Furter (1968), o conceito de educação

permanente tem evoluido e prossegue em evolução. Isto deve

ser visto como um processo de desenvolvimento individual inte gral, devendo continuar durante a vida adulta. Objetiva permi tir ao individuo uma progressão, tendo em vista: necessidades pessoais, preparação e aperfeiçoamento profissionais e

desen-volvimento cultural. Pode-se dizer então que a educação perm~

nente tem como funções: (a) formação do individuo,

incluin-do a aquisição de conhecimentos; (b) reciclagem, abrangenincluin-do a

revisão de conhecimentos e (c) aperfeiçoamento, englobando o

complemento de conhecimento e o aprofundamento em uma especi-alidade. Por conseguinte, a educação permanente deve ser con cebida como uma dinâmica social do desenvolvimento do indivi-duo.

A educação de adultos é parte integrante do sis

tema de educação permanente havendo, desde a antiguidade, uma preocupação com este tipo de educação, porém, só começou aser

enfatizado neste seculo, após a criação da UNESCO

(Organiza-ção das Nações Unidas para a Educa(Organiza-ção, Ciência e Cultura) em

1945.

-Um dos primeiros incentivos a educação de

(13)

rei tos Humanos, aprovada na III Sessão Ordinária da Assembléia

Geral das Nações Unidas, em 10/12/1948. No seu artigo 26, a

Declaração estabelecia que "Todo Homem tem direto

-

a

instru-ção". A partir dai, a educação de adultos passou a ser vista

sob novo prisma: não seria voltada para àqueles que buscassem

urna qualificação profissional ou urna complementariedade, mas

atenderia também àqueles que nao tivessem qualquer tipo de

instrução, sem limite de idade.

Em 1949, a UNESCO promoveu a l~ Conferência In

ternacional de Educação de Adultos, em Elsinor, Dinamarca, sen

do debatida a necessidade de capacitar o individuo para a

a-quisição de conhecimentos necessários ao desempenho de suas

funções sociais, econômicas e políticas. Visava, em especial,

a participação comunitária. Segundo Di Ricco (1977) nesta Con

ferência a educação de adultos foi tratada corno elemento for

mador, "pois a informação pelo menos em seus elementos

bási-cos já havia sido assimilada pela populaçao. Nao se tratava

de dar conhecimentos, mas de utilizar os que já foram domina

dos" (p. 20).

Na 2~ Conferência Internacional de Educação de

Adultos, promovida pela UNESCO, em 1960, no Canadá, a

educa-ção de adultos passou a ser pautada nos princípios de

democra-tização, continuidade e funcionalidade e deveria atender a to

das as idades e a todos os individuos, procurando basear-se em seus problemas reais.

Para a UNESCO (1976) a expressa0 educação de adul tos pode ser definida corno:

"o conjunto de processos organizados de educação seja qual for o conteudo, o ni

vel e o método, quer sejam formais ou

nao formais, que prolonguem ou substitu

am a educação inicial ministrada nos

estabelecimentos escolares e universitá

rios e sob a forma de aprendizagem pr~

fissional, graças aos quais as pessoas,

consideradas adultas pela sociedade a

(14)

aptidões, enriquecem seus conhecimentos,

aperfeiçoam suas qualificações t~cnicas

e profissionais, ou lhes dão uma nova

orientação e fazem evoluir suas atitudes ou seu comportamento na dupla

perspecti-va da realização integral do homem e de

sua participação no desenvolvimento

so-cio-econõmico e cultural equilibrado e

independente" (p. 16).

Abrange, por conseguinte, a reciclagem ou

aper-feiçoamento tecnico e profissional do indivíduo em qualquer

ramo de atividades, bem como cobre lacunas de escolarização

destinada aos indivíduos que não tiverem acesso em idade pr~

pria.

Para tender, especificamente, ao problema do

analfabetismo foi promovido um Congresso Mundial de Ministros

de Educação em 1965, no Irã. Os estudos centralizaram-se na

importincia da eliminação do analfabetismo, como imprescindT-vel para o progresso econõmico, social, político e cultural.

A alfabetização de adultos deixou de ser uma

ação isolada, dissociada do meio social e sem perspectiva de

desenvolvimento pessoal, social e cultural.

Na 3~ Conferência de Educação de Adultos,

reali-zada em Tóquio, em 1972, estabeleceu-se que a educação de

adultos seria complementar ã educação dos jovens, no contexto

da educação permanente.

No Brasil, o problema da educação de adultos e,

especificamente, a erradicação do analfabetismo, so começou a ser enfatizado após a criação da UNESCO.

Virios programas foram criados para desenvolver

determinadas linhas de supletividade neste campo da educação.

O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL)

criado em 15 de dezembro de 1967, é o mais abrangente no cam

po da educação de adultos, pois visa ã formação do homem em

seus aspectos físico, intelectual, emocional e social.

O Programa de Alfabetização Funcional do MOBRAL

(15)

habilidades de leitura, escrita e contagem, desenvolver um vo

cabulãrio que permita o enriquecimento de seus alunos; desen

volver o raciocínio, visando facilitar a resolução

problemas e ~s de sua comunidade; forma hãbitos e

de seus

atitudes positivas, em relação ao trabalho; desenvolver a criatividade,

a fim de melhorar as condições de vida, aproveitando os recu~

sos disponíveis; levar os alunos a (a) conhecerem seus

direi-tos e deveres e as melhores formas de participação

comunitá-ria; (b) se empenharem na conservação da saude e melhoria das

condições de higiene pessoal, familiar e da comunidade; (c)

se certificarem da responsabilidade de cada um, na manutenção

e melhorfa dos serviços publfcos de sua comunidade e na

conservação dos bens e instituições; (d) participarem do

de-senvolvimento da comunidade, tendo em vista o bem-estar das

,

pessoas" (Koff & Campello, 1979, p. 152).

A

definição de alfabetização evoluiu, em 1948,

a Comissão da População das Nações Unidas considerava alfabe-tizado "aquele que tivesse aptidão para a leitura e a escrita dentro de uma lrngua" (Henquet, 1968, p. 8). Tal definição por ser muito abrangente foi redefinida em 1951, por uma comissão

de especialistas convocada pela UNESCO, que passou a conside

rar a pessoa alfabetizada "quando fosse capaz de ler com com

preensão e escrever uma breve e simples exposição dos fatos

da vida cotidianall

(Henquet, 1968, p. 8). Consideravam então

somente o aspecto da transmissão de conhecimento formal ao in

dividuo adulto, dando uma visão tradicionalista de

transmis-são de conhecimentos.

Dentro desta concepção de alfabetização,

poderí-amos estabelecer um contínuo. Para Neijs (1961) o nível míni

mo e a leitura de um texto fácil e a escrita de uma frase o seu nome. Os níveis máximos possíveis para Gray (1957)

"a) uma apreciação reflexiva da leitura e uma disposição para interpretar o sen

tido do que lê; b) um vocabulário de

2.500 palavras ou mais entre as empreg~

das com maior freqüência no idioma; c)

domínio técnico que permita ao leitor

identificar por sua conta as

pala-ou

(16)

vras novas; d) capacidade para assegurar

uma assimilação clara do que lê; e) cap~

cidade para raciocinar na forma

reflexi-va do que lê e para utilizar ou aplicar

os fatos aprendidos; f) capacidade de ~r

em voz baixa e aprendendo o significado

I numa velocidade de 150 palavras por minu

to; g) leitura correta em voz alta; h)

interesse pela leitura e costume de ler

com regularidade e iniciativa própria" (p. 40-41).

A partir de 1960, a alfabetização começa a enfa-tizar a integração do indivíduo na sua comunidade, na procura

de melhores cond~ções de vida, passando a alfabetização a ser

considerada funcional.

As definições de alfabetizaçao funcional variam

de um pais para outro, enfatizando a sua estrutura social, o

seu sistema de educação e segundo os diferentes imperativos

da vida urbana e rural. Peck e Kling (1977) consideram o ter

mo alfabetização um construto, que e significativo num contexto cultural específico.

somente

Segundo Henquet (1968) em uma reunião realizada

pela UNESCO em 1962, recomendou que os objetivos da alfabeti-zaçao funcional fossem definidos da seguinte maneira:

"uma pessoa está alfabetizada quando ad-quiriu os conhecimentos teóricos e prátl cos essenciais que o permitam dedicar-se

a todas aquelas atividades nas quais se

requer a alfabetização para atuar com

eficácia dentro de seus grupos e de sua

comunidade e quando o seu domínio de lei tura, escrita e cálculo o permitem contl

nuar aplicando aqueles conhecimentos p~

ra o seu próprio desenvolvimento e de

sua comunidade" (p. 11).

Para o MOBRAL a alfabetização funcional ate 1973

(17)

imediata das tecnicas de ler, escrever e contar

permitindo-1 h e s a b u s c a de mel h o r e s c o n d i ç õ e s d e v i da" (R a mos & F o n s e c a,

1979, p. 65).

Após 1973, a alfabetização funcional, defendida

pelo MOBRAL, passou a ter como objetivo: "permitir que ado1e~

c e n te s e ~ d u 1 tos, c a r e n t e s d e i n s t r u ç ã o, a p 1 i que m , d e f o rma p r ~

tica e imediata, as tecnicas que os habilitem a ler, escrever

e contar, capacitando-os assim a melhorar suas condições de

exist~ncia" (Ramos

&

Fonseca, 1979, p. 67).

Segundo o documento "Manual Dea1ing with Statistics

on Literacy Programmes" elaborado no encontro promovido pela

UNESCO em 1978, em Teerã, o conceito de funcionalidade

tornou-se mais amplo, n~o ficando restrito ao aspecto econômico-social,

passando a abranger os aspectos culturais e políticos. A alfa

betização funcional tem como objetivo "o desenvolvimento eco

nômico, político, social e cultural dos adultos de acordo com

as suas necessidades e motivações no contexto geral no qual o processo de alfabetização estã inserido" (p. 18).

Por conseguinte, o conceito de alfabetização fun

ciona1 passa a ser definido de forma mais ampla, abrangendo

toda a atividade do homem e sendo considerada a mola propu1s~

ra do engajamento do homem na sociedade.

Aluno alfabetizado para o MOBRAL ate 1976 era

a-quele que "lesse e escrevesse o seu próprio nome, endereço e

o de toda a sua famllia; lesse e escrevesse ordens escritas;

fosse capaz de escrever pequenos bilhetes, passar telegramas

e recibos, bem como redigir requerimentos se fosse orientado

para isso; interpretasse o que ouvisse e lesse em pequenos

trechos, jornais, revistas e cartas" (Koff

&

Campe110, 1979,

p. 157). A partir de 1977, ficou estabelecido que o aluno se

ria considerado alfabetizado, quando "escrevesse textos e fra-ses com sentido completo, identificasse o conteudo dos textos e das frases que lesse" (p. 18).

Tem sido preocupação constante do MOBRAL a ava

(18)

testes de leitura, escrita e cãlculo que apresentou deficiên

cias. Em 1977, foi construida por Pereira (1979), outra bate

ria de testes que foi pré-testada no Maranhão no mesmo ano e

que também apresentou deficiências.

Os testes e provas usados ate então tinham como

objetivo medir a atuação dos alunos em relação ao grupo. O

..

~e

se pretende na avaliação de um programa de alfabetização,

a-tualmente,

e

a verificação da proporção de alunos que adquiri

ram as competências especificadas nos objetivos, isto e, a

proporção de alunos que atingiram os padrões minimos de dese~

p e n h o e x i g i dos. P a r a a te n d e r a e s te n o voe n f o que d e a va 1 i ação

são necessãrios novos instrumentos de medida que foram desig-nados por teste com referência a criterio, expressa0

por G1aser em 1963 (Popham, 1978).

Objetivo do Estudo

criada

Este estudo tem por objetivo a elaboraçãode dois

testes com referência a critério, um de escrita e outro de

leitura, necessãrios para a avaliação do Programa de Alfabeti

zação Funcional em nivel nacional. Os instrumentos desenvolv~

dos neste estudo pretendem possibilitar aos dirigentes do

MOBRAL a coleta de informações, a fim de que possa ser julga-da a eficiência do programa em pauta.

Impqrtância do Estudo

A educação pode ser vista como um processo de e~

sino-aprendizagem, visando a produção de mudanças comportame~

tais. Essas deverão ser planejadas, pois dirigirão e

determi-narao as ações que se desenvolverão ao longo do processo, na

busca da consecução de objetivo determinado e na produção das mudanças (estratégias instrucionais).

A avaliação educacional torna-se importante, po~

que consubstanciarã as hipóteses formuladas, durante o

plane-jamento, sobre a aprendizagem. Para Golberg (1973) a

ava-liação

e

110 processo de coletar, analisar e interpretar

evi-dências relativas

ã

eficãcia e eficiência de programas

educa-cionaisll

(19)

A eficácia de um programa de alfabetização

fun-cional refere-se

ã

viabilidade e ao valor dos objetivos educa

cionais e poderá ser tanto mais eficaz quanto mais atender as demandas do sistema social no qual está inserido.

A eficiência diz respeito

ã

tomada de decisão so

bre o atingimento ou não, pela maioria dos alunos, da

,

melhor

forma possível, dos objetivos educacionais.

No exame do grau de eficiência e eficácia de um

programa de alfabetização funcional, torna-se necessário o es

tabelecimento de padrões mínimos de desempenho, a fim de que

fique bem caracterizada a aquisição das competências básicas

necessárias ao desempenho das tarefas consideradas essenciais nos objetivos do ,programa a ser avaliado. A necessidade de se

rem criados instrumentos apropriados ã medida destas competên

cias básicas torna-se flagrante.

Os instrumentos adequados a este tipo de avalia

çao são os testes com referência a criterio. Como os princí

pios que regem a sua construção ainda estão em fase de desen-volvimento, a elaboração deste instrumento e muito difícil. A necessidade porem e premente para avaliação de programas como o de Alfabetização Funcional que visa especificamente a aqui-sição de habilidades básicas.

o

uso deste novo tipo de instrumento de medida

na avaliação de programas de instrução ainda fornece informa-ções para o trabalho de recuperação dos alunos que não ating!

ram os limites mínimos de desempenho, fornecendo, ainda,

in-formações para a elevação do nível de eficiência do programa

(Popham, 1978, p. 12).

Dada a inexistência de testes que meçam as compe

tências básicas de um programa de alfabetização, a importãn

cia deste estudo

e

evidente.

Definição dos Termos

Os termos tecnicos foram definidos do seguinte

modo:

(20)

do MOBRAL sao escolhidas em obediência a uma ordem de dificul

dade gradativa da estrutura fonológica, tendo significado c~

paz de dar margem a associações de forma a estimular debate

entre alunos. Servirá então de referência para criação de no

vas palavras a partir da decomposição de suas silabas.

Cartaz G~rador - e o cartaz destinado

ã

desencadear uma dis

cussao que tem por finalidade a decodificação da palavra ger! dora.

Fam;lia Silãbica - ê a segmentaçao da palavra geradora, em si

labas, com o objetivo de estudar o fonema consonantal com ca

da um dos fonemas vocálicos.

Frase - e a expressão de qualquer pensamento, como no proce~

so de alfabetização geralmente não se diferencia frase e ora

çao, nesse estudo as duas palavras foram usadas mente.

indiferente

Teste com referência a criterio - teste que

e

deliberadamente

construido para produzir medidas que são diretamente interpr~

(21)

CAP1TULO

rr

Revisão da Literatura •

O presente capitulo está dividido em três

se-çoes. Na primeira e feita uma resenha histórica da educação

de adultos no Brasil; na segunda e focalizado o problema de

aquisição da leitura e escrita em adultos nos seus aspectos

psicológicos e na terceira e abordado o tópico da avaliação

de programas educacionais.

RESENHA HISTORICA DA EDUCAÇAO DE ADULTOS NO BRASIL

A preocupaçao com a educação de adultos no

Bra-sil. iniciou-se com o trabalho dos franciscanos no seculo XVI.

Essa ordem religiosa passou a ministrar os ensinamentos de

leitura, escrita e doutrina, logo após a sua che9ada na

comi-tiva de Pedro Alvares Cabral. Segundo Santos (1974) coube a

esses religiosos iniciar a história da educação brasileira bem como a serem os primeiros educadores de adultos no Brasil. Sua atuação não conseguiu ser mais efetiva em virtude da falta de

apoio de Portugal. Em 1549 chegaram os jesuitas. apoiados por

Portugal, que tinham como objetivo catequisar os indigenas

ã

fe católica atraves da instrução, primordial para a coloniza-ção portuguesa uma vez que "somente pela aculturacoloniza-ção

sistemã-tica e intensiva do elemento indigena pelos valores espiritu

ais e morais da civilização ocidental e cristã que a

coloni-zaçao portuguesa poderia ser bem sucedida" (Mattos, 1958, p.

30).

Esses missionários atuaram no Brasil ate 1759,

quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal. Durante o perl

odo colonial, Portugal não demonstrou interesse com a alfabe

tização de adultos, restringindo-se apenas a receber os prod~

tos comerciais da Colônia.

No perlodo imperial, a alfabetização de adultos

foi organizada de forma assistemãtica ora por iniciativa do

(22)

oria das provincias iniciara a alfabetização de adultos apos 1870, intensificando-a a partir de 1880.

A partir de 1870, a educação de adultos começa a

ser sistematfzada e vários projetos são apresentados. Dentre

eles destaca-se o da reforma João Alfredo, que em 1874, apo~

tava a necessidade de fundar escolar para adultos, nas quais

seriam admitidos individuos maiores de 13 anos. Os professores poderiam ser publicos, pagos mediante gratificação,

ta dos particularmente, desde que idôneos. O horário ções deveria atender às condições de trabalho dos que as freqUentassem. (Moacir, 1936-1939, p. 187).

to não foi regulamentado.

e

contra-das

li-individuos Tal

proje-Em 1879, a reforma Leôncio de Carvalho que , tor

nau o ensino primário obrigatório, preconizou a criação de

cursos para o ensino primário a adultos analfabetos.

Concomi-tantemente foram criados em cada municipio da Côrte cursos n~

turnos para adultos, em cada uma das escolas publicas de ins

trução primária. Segundo Paiva (1973) nesta "reforma aparece

pela primeira vez uma legislação social e politica do ensino

supletivo" (p. 82), de vital importância para a promulgação,

em 1882, da Lei Saraiva, que estabelece uma reforma eleitoral onde veta o voto do analfabeto.

Portanto, no Imperio surgiu nos textos preocupaçao com a alfabetização de adultos, uma vez haviamrecursos fisicos, humanos e financeiros para

legais

-que nao

atender o

ensino primário, visto como prioritário. Com isto segundo o

censo de 1890 a população analfabeta nesta epoca representava 85% da população total (Paiva, 1973, p. 85). Com o mesmo indi ce entramos no periodo republicano.

Instalada a Republica a Constituição de 1891, es

tabeleceu o principio federativo e cada Estado deveria organ~

zar o ensino primário, normal e tecnico profissional. 50 a

Constituição de 1934, trata do ensino de adultos e da sua obri gatoriedade (Di Ricco, 1977, p. 44). Na Constituição de 1937,

o ensino de adultos fica ã cargo de cada Estado da

Federa-çao.

(23)

em 1913, foram criadas as escolas regimentares para alfabeti

zar os soldados. Alem da alfabetização estas escolas

,

tambem

proporcionavam aos seus integrantes, uma parte de cultura g~

ra1 e os preparavam para as funções específicas na tropa.

Em âmbito nacional, no período republicano a al

fabetização de adultos não se desenvolveu, se restringindo a

iniciativas espontâneas e assistemãticas que tiveram resultados, como se depreende dos censos demogrãficos. dro 1 apresenta a porcentagem de analfabetos nos três realizados ate 1940 (Brasil, 1958, p. 13).

Quadro

Percentual de Analfabetismo de 1900 a 1940 ,

1900 1920 1940

65,34 64,94 59,22

poucos

O qu~

censos

O surgimento de novas formas de produção fez com que a necessidade de um preparo maior dos trabalhadores se ror

nasse mais premente. Com isto houve uma mobilização do poder

publico e das camadas da sociedade no sentido de maior escola rização.

Na parte internacional inicia-se a atuação da

UNESCO que estabeleceu uma posição decisiva em relação a edu

caça0 de adultos analfabetos. Isto veio incentivar o

movimen-to de educação de adulmovimen-tos no Brasil.

E

criada pelo governo f~

deral a primeira campanha nacional de alfabetizaçao de adul

tos em 1947 que foi o primeiro movimento popular em favor da

alfabetização de adultos, impulsionado por questoes políticas e econômicas.

No per;odo posterior a 1947, surgem várias camp~

nhas de cunho federal em favor da erradicação do

analfabetis-mo. são elas (1) Campanha de Educação de Adolescentes e Adul

tos; (2) Campanha Nacional de Educação Rural; (3) Campanha N~

(24)

(6) Movimento Brasileiro de Alfabetização.

'"

CAMPANHA DEEDUCAÇAO DE ADOLESCENTES E ADULTOS

Foi a primeira campanha de âmbito nacional para

a erradicação do analfabetismo iniciada em 1947 e extinta em

1963. Iniciado como um movimento nacional de mobilização do

povo em favor da importância e da necessidade de educação de

adultos. As primeiras tentativas foram no sentido de abrir em cidades, vilas e povoados de mais de 10 mil habitantes classes de ensino supletivo.

O objetivo principal da campanha foi o de "proc~

rar dentro dos moldes democrãticos, não só alfabetizar como

tambem criar centros de comunidade nos quais grupos de popul~

ções se colocassem, em contato com a cultura, por intermedio

do rãdio, cinema, coleções de livros e jornais" (Carvalho,

1977, p. 19).

Um dos pressupostos ideológicos em que a campanha

se apoiou foi no de que 110 analfabeto e improdutivo do ponto

de vista econômico e constitui um peso morto para o progresso

social ll

(Carvalho, 1977, p. 23).

O metodo de alfabetização utilizado se inspirou

no sistema Laubach que possuia, segundo Beisiegel (1975) as

seguintes caracteristicas: (a) ensinar o estudante a

pronun-ciar as silabas de maneira rãpida e fãcil; (b) auxiliar a me

mória empregando três ou quatro palavras-chave, que

empregas-sem as consoantes utilizadas na linguagem, seguidas por uma

vogal; (c) introduzir uma canção bem conhecida depois de os

alunos terem aprendido os primeiros diagramas; (d) ensinar um aluno por vez; (e) possibilitar a conversâo de qualquer casa,

ãrvore ou sitio ã margem do caminho em escola, a qualquer mo

mento do dia ou da noite; (f) tornar todas as lições fáceis

de serem aprendidas e de serem ensinadas; (g) fazer com que

cada estudante possuisse uma serie completa de liçoes impres-sas; (h) fazer com que o ensino da leitura e da escrita fosse

simultâneo; (i) converter, após cada liçao, o aluno em profe~

sor, ensinando a outros; (j) estimular o estudante quando co~

(25)

a ler todos os dias; (1) gravar discos com cançoes populares.

Pautado neste sistema foi elaborado o Primeiro

Guia de Leitura. Referia-se a três series em complexidade

crescente. A primeira s5 utilizava vogais e consoantes que

mantinham sempre os mesmos valores (b, 1, t, v, n). A segun

da apresentava consoantes que alteravam de modo diverso as

vogais ao aparecerem antes ou depois delas (s, r, 1, m, n) . A terceira serie abrangia os grupos consonantais (c, 1h, nh, br, pl).

Desde a primeira lição havia no final da

pãgi-na uma frase. Ao longo da cartilha o numero de frases ia au

mentando de modo a compor pequenas hist5rias. Nota-se que a

linguagem utilizada nas lições empregava situações e vocabu-lãrio infantil.

o

Segundo Guia de leitura apresentava vinte e

sete lições, compostas de estórias simples voltadas para a

aprendizagem da leitura e para divulgação de noções e1ementa

res nos campos da: saude, higiene, alimentação, tecnicas de

trabalho cooperativo e educação moral e clvica.

Os cursos compreendiam duas etapas; a primeira

destinada a alfabetização e a segunda complementar onde eram

aperfeiçoados os conhecimentos gerais. Cada etapa durava um

ano letivo.

A avaliação da Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos feita por Lourenço Filho (1967)

indi-cou que a campanha, nos seus primeiros 10 anos, foi bem suc~

dida porque possibilitou a redução da taxa de analfabetismo

no pais.

Paiva (1973) considerou a Campanha bem sucedida como campanha de alfabetização de massa afirmando que:

lias atividades da campanha mantiveram-se

em ascensão ate o inicio da decada dos

50 num clima de euforia; entre 1951 e

1954 tais atividades persistem e se ex

pandem embora não provocassem tanto entu siasmo. A partir de 1954, entretanto ini

cia-se a fase de dec1inio ou

(26)

proticomen-te deixa de existir, a execução dos

pla-nos pelos diversos estados era frequent~

mente fictTcia e a qualidade do ensino

e r a e x t r'e m a me n te p r e c á r i a

[...J

O d e

-clinio da campanha chega, ao auge em

1958 quando e convocado o 11 Congresso

de Educação de Adultos onde se reconhece

de pübltco o fracasso do ponto de vista

educativo." (p. 191, 192).

Sobre a qualidade do ensino ministrado, Carvalho (1977) classifica como tendo baixo aproveitamento tomando por base os seguintes fatores: o escasso preparo dos professores,

na maioria leigos; o amadorismo do trabalho dos voluntários;

a ausência do treinamento especifico e supervisão pedagógica

para professore~; a extensão e complexidade do programa a ser

desenvolvido em cursos de curta duração; o excesso de alunos

em classe e os poucos recursos materiais.

CAMPANHA NACIONAL DE EDUCAÇAO RURAL

Foi criada em 1952, como uma ramificação, da Cam

panha da Educação de Adolescentes e Adultos, voltada para a

educação de base no meio rural, desenvolveu em todo territó

rio nacional, por meio de Centros de treinamentos de lideres

rurais, missões rurais, centros sociais, cursos de

aperfeiço-amento, semanas educativas, cursos e conferências. Esta camp~

nha estendeu-se ate 1963.

A criação desta Campanha foi inspirada pelas

ideias difundidas pela UNESCO de não só alfabetizar o indivi

duo mas de oferecer condições minimas para que se desenvolves se e atuasse no meio.

Tem como objetivo básico o de "levar ao homem do campo a educação, para isto procuraram pesquisar as condições

sócio-econômicas da vida no campo, preparar técnicos de educ~

ção de base; aperfeiçoar os padrões educacionais, sanitários, assistenciais, civicos e morais da população" (Carvalho, 1977,

p. 23).

A atuação da Campanha Nacional de Educação Rural

(27)

pontos altos em favor do ensino rural.

CAMPANHA NACIONAL D~ ERRADICAÇAO DO ANALFABETISMQ

Criada em 1958 e extinta em 1963, "pretendia ser

um programa experimental destinado

ã

educação popular em g~

ral ll

(Paiva, 1973, p. 213), com o objetivo de verificar exp~

rimentalmente a validade sócio-econômica dos metodos e proce~

sos de ensino primãrio, de educação de base e de educação ru

ral ate então utilizados, visando determinar os meios mais e

ficientes de erradicação do analfabetismo no Brasil (Paiva,

1973). Sua atuação abrangeu vãrias faixas etãrias com vistas

ao combate do analfabetismo.

Par~ a verificação experimental de metodos e pr~

cessos de ensino a Campanha Nacional de Erradicação do Anal

fabetismo "deveria selecionar ãreas municipais, nos diferen

tes Estados e Territórios, que apresentassem caracterlsticas

t;picas de cada Unidade da Federação, e ali aplicar a sua no

va metodologia, de modo intensivo e controlado" (Carvalho,

1977, p. 113). O Projeto Piloto foi aplicado inicialmente, na cidade mineira, de Leopoldina, onde foram levantadas as condi

ções ~ôcio-econômicas, os problemas locais e analisadas possi

veis soluções. Alem desta cidade, a campanha instalou mais qu~

tro centros-piloto em 1958.

A ava 1 i ação da produti vi dade da Campanha Nacional

de Erradicação do Analfabetismo feita por Carvalho (1977) em

relação a erradicação do analfabetismo ê a de que seu foi muito reduzido.

MOBILIZAÇAO NACIONAL CONTRA Q ANALFABETISrlO

êx ito

Criada em 1961, dias antes da renuncia do Presi-dente da Republica Jânio da Silva Quadros não chegou a ser im plantada, sendo retomada em 1962 pelo Presidente da Republica

João Belchior Goulart. Em relaçao ã educaçao de adultos tinha

como objetivos: "(a) a identificação de todos os jovens

anal-fabetos entre 12 e 21 anos; (b) a instalaçao e manutenção de

cursos de alfabetização para esses jovens; (c) atendimento

(28)

pulação analfabeta de mais de 21 anos" (Paiva, 1973, p. 226).

Observa-se que não houve uma preocupação maior neste movimen

to, com a alfabetização de adultos. Esta foi feita na epoca

por movimentos locais em cada Estado. Esta Campanha foi ex

tinta em 1963.

COMISSAO DE CULTURA POPULAR

Criada em 1963, esta Comissão seria presidida por

Paulo Freire, para a implantação do projeto piloto do metodo

Paulo Freire em Brasilia. Alem disso, tinha como objetivos

"promover pesquisas e levantamentos sobre questões cul turais e aprimorar a cultura popular, conservando as peculiaridades re gionais" (Paiva, 1973, p. 226). Os estudos feitos por esta Co

missão resultaram na instituição, em 1964 do Plano Nacional

de Alfabetização, que deveria adotar o Sistema Paulo Freire

em todo o Brasil. A metodologia de Paulo Freire aliava intrín

sicamente o processo de alfabetização

ã

discussão dos probl~

mas vivenciais do educando" (Golberg, 1973, p. 15-16); desen

volvendo uma atitude motivadora e crítica, tornando a aprendl zagem mais rapida e eficiente.

O sistema ficou conhecido como de alfabetização em 40 horas visando atingir toda a população adulta brasileira. A

uni da d e b

ã

s i c a d a c a m p a n h a e r a o " c i r c u 1 o d e c u 1 t u r a" s eme 1 h a ~

te

ã

tradicional sala de aula, e os procedimentos didaticos

deveriam gerar em torno de debates.

Este plano foi suspenso em todo o território na

cional, em março de 1964.

MOVIMENTO BRASILEIRO DE ALFABETIZAÇAO - MORRAL

O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi

criado pela Lei 5.379 em 15 de dezembro de 1967 iniciando suas

atividades em 8 de setembro de 1970. Seus objetivos princl

~-pais são a erradicação do analfabetismo e a promoçao da

edu-caça0 continuada de adultos.

Estes objetivos foram norteados pela política ed~

caciona1 adotada a partir de 1970, seguindo o modelo de desen

(29)

"entusiasmo pela educação". Esta passou a ser o ponto funda

mental no processo de desenvolvimento brasileiro. Para isto

tornou-se imperioso a redução da taxa de analfabetismo bem co mo a aceleração do processo de desenvolvimento que eram incom

pativeis

ã

criação de uma sociedade moderna e desenvolvida.

Passando assiín a educação a ser vista como o "fator primor

dial para o desenvolvimento" atraves do qual poderia ser ace 1erado o processo de ascensão econômico-social, tornando-se um investimento de alta rentabilidade.

A estrutura organizacional da fundação estã divi

dida em três niveis MOBRAL Central, Coordenações Estaduais e

Territoriais (COEST/COTER) e Comissões Municipais (COMUN). As ações são descentralizadas, sendo as tarefas delegadas a quem

possa promovê-las com maior eficiência tornando o processo d~

cisório mais rãpido. O MOBRAL Central lida com as Comissões

Municipais por meio de convênios, fornecendo material didãti

co e/ou acervos para postos culturais, orientação tecnica e

verba para gratificação dos a1fabetizadores. As COESTjCOTER

planificam, coordenam e controlam as atividades nos Estados e

Territórios. A COMUN executa os programas do MOBRAL, mobili

zando os recursos comunitãrios, recrutando os alfabetizadores

e analfabetos, providenciando a instalação dos locais de fun

cionamento dos vários programas, postos de alfabetização e/ou postos culturais.

As estrategias de açao do MOBRAL foram; (a) ate~

dimento imediato

ã

população urbana analfabeta; (b) atendime~

to prioritário

ã

faixa etária dos 15 aos 35 anos e (c) ênfase

no Programa de Alfabetização Funcional (Brasil, 1973, p. 9).

A primeira estrategia de ação foi assim estabelecida por cau

sa da maior facilidade de recrutamento de analfabetos, uma vez

que a população urbana tem maior acesso aos veicu10s de comu

nicação, alem da facilidade de se mobilizar os alfabetizado

res e a importância desses adultos serem alfabetizados para

aumentar a produtividade do sistema econômico. O limite etã

rio estabelecido na 2~ estrategia, para o atendimento

priori-tãrio deveu-se a que o individuo nesta etapa oferece menor re

sistência

ã

mudança o que torna mais fácil o seu ajustamento

(30)

mentos na sua formação

e

maior.

Para atender seus objetivos o MOBRAL desenvolve

os seguintes programas: Programa de Alfabetização Funcional,

Programa de Educação Integrada, Programa Diversificado de Ação

Comunitãria, Programa Comunitário para a Saude, Programa Cul

tural e Programa de Autodidatismo.

Programa de Alfabetização Funcional - programa criado com o

movimento e que busca alfabetizar adolescentes e adultos

fa-zendo-os aplicar os conhecimentos adquiridos durante o progr~

ma

ã

sua vida. O metodo utilizado é o eclético ou

analitico-sintetico que consiste na apresentação de um cartaz com a pa

lavra geradora e um desenho que a representa, para mediante as sociação da forma da palavra a da figura, o aluno identificar

a palavra. A seguir

e

pronunciada a palavra lentamente, divi

dindo-a em seus elementos fonemicos e logo apos se processa

o reconhecimento das silabas formadas pela consoante, em estu do e as cinco vogais.

O processo de ensino-aprendizagem segue as

se-guintes etapas: (a) apresentação e exploração do cartaz ger~

dor; (b) estudo da palavra geradora; (c) decomposição silãbi

ca da palavra geradora; (d) estudo das familias silábicas; (e) formação e estudo de novas palavras; (f) formação e estudo de

frases e textos (Koff

&

Campello, 1979, p. 153).

As palavras geradoras são apresentadas também no material do aluno que e composto pelo livro de leitura, livro

de exercicios de linguagem e livro de matemãtica. Este mate

rial didãtico foi elaborado por diferentes editoras Bloch, Primor e Lisa).

(Abril,

O livro de leitura, de cada editora, engloba em

media 20 palavras geradoras. No Anexo I estão listadas as p~

lavras geradoras por editora. Alem do material didãtico o alu

no ainda recebe o material didático complementar constituido

de livros de leitura continuada e jornais de acordo com a me

(31)

Programa de Educação Integrada - foi criado para motivar os

recem-alfabetizados a prosseguir nos estudos.

r

equivalente

às quatro primeiras series do ensino de 19 grau, com a dura

ção m;nima de 720 horas. Fica

ã

cargo das Secretarias de

Edu-cação à distribuição dessa carga horária em etapas. Há uma

flexibilidade na carga horária uma vez que o aluno tendo atin

gido os objetivos estabelecidos poderá ser considerado apto,

independente da carga horária. Houve também o Programa de Edu cação Integrada - via radiofônica, criado em 1972, com a dura ção pre-fixada em 16 meses, distribu;dos em 4 (quatro) semes-tres. Para a execução do programa são estabelecidos convênios

do MOBRAL Central com a Secretaria Estadual de Educação, Se

cretaria Municipal de Educação e outras entidades.

Programa Diversificado de Ação Comunitária - foi concebido i-nicialmente com o nome de Programa de Desenvolvimento

Comuni-tário para "viabilizar os mecanismos de participação"

promo-vendo entre outras coisas: (a) a comunicação entre pessoas e

grupos; (b) o aproveitamento das horas de lazer através de jo

gos, festas; (c) o despertar da consciência coletiva para a

responsabilidade no tocante a higiene e saude, incluindo a mu

dança de hábitos elementares; (d) o desenvolvimento de habil~

dades e (e) o incentivo ao artesanato (Costa et alli, 1972) . O Programa foi concebido "a fim de verificar a possibilidade de

grupos de pessoas se reunirem para decidir e executar

proje

-tos" (Costa et alli, 1979, p. 336). O Programa passou por va

rias reformulações uma vez que os resultados não foram os de

sejados dado "0 desconhecimento do trabalho comunitário e a

descrença da comunidade em assumir a responsabilidade de seu

próprio crescimento" (Costa et alli, 1979, p. 336).

A partir de 1974, foram definidas as novas estra

têgias para o programa sendo tambem modificado o seu nome, pa~

sando a ser Programa Diversificado de Ação Comunitária. Proc~

rou, então, tomando como base a educação, integrar o homem no

seu processo de desenvolvimento e no da sua comunidade atra

(32)

Programa Cultural - este foi lançado em 1973 objetivando a

preservação, valorização e apoio às expressões culturais de

cada comunidade. Para isto norteou sua linha de ação nos

se-guintes principios: (a) a democratização da cultura; (b) a di namização da criatividade e intercâmbio cultural; (c) a

valo-rização do homem e preservação da cultura. O programa desenvo~

ve-se atraves do Posto Cultural Fixo e pela MOBRALTECA (Posto

Cultural Móvel) contando com vãrios subprogramas de

literatu-ra, publicações, musica, cinema, rãdio, teatro, artes plãstl

cas, arte popular, folclore, patrimônio histórico, jogos e te levisão (Cavalcanti, 1979).

Programa de Profissionalização - criado em 1973 objetiva a

formação de recursos humanos para o trabalho atraves de três

subprogramas: Testagem e Orientação Profissional, Treinamento Profissional e Colocação de Mão de Obra, compreendendo, ainda, o projeto Balcão de Emprego que tem a finalidade de colocar a mão-de-obra no mercado de trabalho do municipio.

Programa de Autodidatismo - lançado em 1975 visa proporcionar condições para que o individuo encontre possibilidades para o seu autodesenvolvimento.

-Os objetivos gerais do Programa sao: "(a) propo.!:.

cionar alternativa educacional, atraves de atendimento numa

linha de autodidaxia, às camadas menos favorecidas da

popula-ção; (b) ampliar a atuação do Posto Cultural, imprimindo-lhe

caracteristicas de uma agência de educação permanente, com

programas voltados para um aperfeiçoamento constante da

popu-lação (Koff et alli, 1979, p. 358). Sua faixa de atuação abra~

ge, preferencialmente, a zona rural, com a seguinte ordem de

prioridade para inscrição no programa: (a) alfabetizadores; (b)

ex-alunos de alfabetização funcional; (c) professores de edu

cação integrada; (d) alunos de educação integrada; (e) toda a comunidade" (Koff et alli, 1979, p. 360).

Programa Comunitãrio para a Saude - criado em 1975 com o nome

de Programa de Educação Sanitãria, passando em 1977 a se cha

(33)

ral "propiciar a melhoria das condições de sa~de das popul~

ções residentes na área de atuaçao do Programa, principalmen-te as mais carenprincipalmen-tes, atraves de trabalho de natureza educacio nal" (Backhenser, 1979, p. 314). Para a consecução deste

pro-curou-se atraves da ação educativa mobilizar toda a comunida

de para os problemas de saude e saneamento.

A partir deste esboço histórico do desenvolvimen to da educação de adul tos, no que se refere a alfabetização

ob-serva-se que, o governo so começou a se preocupar com ela a

partir de 1947. Houve, neste momento, um processo de

modifi-cação das estruturas de produção que exige que a edumodifi-cação pa~

se a ser um processo de formação de uma grande quantidade de

profissionais, com as condições necessárias requeridas pelo

mercado de trabalho.

ASPECTOS PSICOLOGICOS NA APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA

EM ADULTOS

O homem vive em constante interação com o meio,

modificando o seu comportamento em função das situações para

assegurar a sua sobrevivência. Esta interação ocorre em cir

cunstâncias não deliberadas e assistemãticas. t aprendizagem

acidental que compõe a bagagem de experiências que o indivi

duo possui antes de entrar no processo sistemãtico de aprendl

zagem, onde as circunstâncias são deliberadamente criadas pa

ra provocar mudanças de comportamento.

Portanto a aprendizagem no adulto pode ser enten dida como a "recepção e adaptação mental de impressões, infor mações e experiências orientada para ampliação, aprofundamento

e transformações de conhecimentos, conceitos, atitudes e com

portamentos" (Dohmen, 1977, p. 70).

APRENDIZAGEM DA LEITURA

Vários fatores diferenciam a aprendizagem da lel

-tura do adulto e da criança. Destes fatores o principal e o

tipo de experiência, enquanto na criança a experiência

e

mais

restrita e uniforme, no adulto ela

e

mais abundante e difere~

(34)

procura ampliar a sua experiência, no adulto a preocupaçao e

ajustar o processo

ã

experiência vivida a fim de se aumentar

a motivação e promover a retenção do adulto ate o fim do pr~

cesso.

Caracteristicas fisicas e psicológicas tais como

fadiga e memória são outros fatores a considerar. O adulto tem

o seu desempenho prejudicadO pela fadiga e por um poder de re tenção reduzido. Estudos de Leon (1977), Rogers (1974) e Cass

(1952) apresentam evidências de que a idade e a variável res

ponsãvel pelo declinio de algumas habilidades e capacidades

tais como a acuidade visual e autitiva. Cass (1952) e Rogers

(1974) concluem em seus estudos que o adulto tem dificuldade

em memorizar conteudos que não sejam significativos nem te

nham uma aplicabllidade imediata.

Estes fatores são controlados nos programas de

educação de adultos atraves de um conteudo atraente

estreita-mente relacionado a experiência vivida e que possa trazer be

nef;cios imediatos na solução dos problemas diários vividos

pelo adulto.

A motivação e outro fator que diferencia a apre~

dizagem do adulto e da criança. No caso do adulto analfabeto,

a motivação e preponderante .para a sua matricula no curso de

alfabetização, posto que o individuo e livre de pressões, não

estando subjulgado

ã

vontade e opressões de terceiros como a

criança. Para Gray (1957), o~ motivos variam entre os grupos

e os individuos que o integram. Alguns dos motivos dos

adul-tos para ingressarem em um programa de alfabetizaçao sao: re

nuncia a ser vitima da ignorância; o desejo de aprender; o de

sejo de manter igualdade de condições com as crianças e ami

gos e os atrativos da graduação quando se concedem os certifi

cados de instrução. Estes motivos apontados por Gray foram

confirmados num estudo feito no Ira, em 1972, sobre os moti

vos de ingresso, de evasão e de resistência ao programa de al

fabetizaçao funcional. Neste estudo foram comparados três

grupos de sujeitos (1) grupo de sujeitos de ingressarem no pr~

grama de alfabetização e permanecerem ate o termino; (2) gr~

po de sujeitos que ingressaram no programa e abandonaram an

(35)

en-trar no programa embora tivessem sido incentivados a fazê-lo.

Os motivos de ingresso no programa foram os de

aprender a ler e escrever bem como uma melhoria de emprego. As

razões apresentadas pelos que se evadiram foram: muito traba

lho, experiências negativas em sala de aula e o serviço mili

tar. Os resistentes, isto e, os que se recusaram a entrar no

programa, apresentaram os seguintes motivos: muito trabalho,a idade e problemas de saude.

Outro estudo sobre os motivos para o ingresso no programa de alfabetização foi feito por Rao e Nadig (1958). Os motivos listados para ingressar num programa de alfabetização foram: a necessidade ler e compreender sinais de trânsito, no

mes de ruas e di~eções, ler jornais, obter mais conhecimentos,

ajudar outros analfabetos lendo e escrevendo cartas para eles,

ganhar mais dinheiro, deixar de colocar as impressões

digi-tais em documentos, ensinar os filhos. Os analfabetos que não procuraram o programa de alfabetização indicaram como motivos:

a velhice que tornaria muito dificil a aprendizagem, os pr~

blemas pessoais, por acharem que a educaçáo da criança ê mais

importante que a educação de adultos e por preferirem dispor

do seu tempo livre cuidando dos filhos.

Alem desses estudos que identificaram os motivos de ingresso do analfabeto no programa de alfabetização, Neijs

(1967) coloca ainda entre os possiveis motivos de ingresso a

busca de uma profissionalização atraves de melhor remuneração,

a participação numa cultura letrada, a participação politica

pela obtenção do titulo eleitoral, a busca dos diversos conhe cimentos prãticos-domesticos ou artisticos e a busca da leitu ra de textos sagrados importantes para a sua formação

religi-osa. Qualquer que seja o motivo que o adulto tenha este irã

impulsionar o seu comportamento para a aquisição da leitura e de escrita. A motivação estã portanto implicita no

comportamen-to da busca de uma escolaridade, respondendo as pressoes in

ternas de ordem social e econômica.

o

processo de aprendizagem da leitura em adultos

(36)

pa compreende a percepçao das palavras abrangendo o reconhec~

mento e interpretação da palavra vista estando implicito a com paração dos símbolos gráficos, da mesma com os s;mbolos já co nhecidos determinando as unidades linguísticas representadas,

o grau de semelhança e diferença dos símbolos gráficos, a di

mensão dos s;mbolos gráficos e a correspondência entre o som

e a letra. A segunda etapa abrange a compreensão do material

lido implicando na compreensão da palavra no seu aspecto deno tativo como no conotativo. Para que isto ocorra se faz

neces-sário que o vocabulário, as estruturas sintáticas e o

conte-udo do texto sejam familiares ao leitor. A terceira etapa

in-clui a reação reflexiva do que é compreendido e a ultima e a

integração onde as ideias expressas no texto se unem com as

idéias que o ind~víduo já possue.

A aprendizagem da leitura no adulto poderã ser

influenciada por vários fatores, dentre eles, os mais impo~

tantes são, segundo W. Gray (1957), o interesse em aprender a

ler, uma suficiente capacidade mental para aprender a dar si~

nificado a palavra impressa e suficiente capacidade de distin

gOir sons e formas para poder discriminar uma palavra de

ou-t ra .

Na maioria dos países os programas de alfabetiz~

çao de adultos, nao seguem nem o método sintético nem o anal; tico, adaptam elementos de cada um desses metodos, segundo as

características do idioma local, compondo um metodo eclético.

APRENDIZAGEM DA ESCRITA

Os programas de aprendizagem da escrita em

adul-tos também se desenvolvem em quatro etapas compreendendo a

preparaçao para escrever, a aquisição das técnicas básicas da

escrita, aprendizagem do uso da escrita para satisfazer nece~

sidades práticas e aquisição de maior habilidade na escrita.

Estas etapas podem ser afetadas uma vez que "0 adulto

normal-mente apresenta menor flexibilidade nas mãos e nos dedos pr~

vocando uma dificuldade na aprendizagem da escrita"(Schivitz,

1977, p. 14). Esta falta de flexibilidade torna o ensino da

escrita mais difícil para o adulto do que o da leitura e ~~

(37)

muitos os casos de abandono do programa de adultos que domi

nam as tecnicas de leitura e não conseguem resultados idênti

cos com os da escrita por problemas motores. Para Schivitz

(1977), na aprendizagem da escrita, tem maior importância o

desenvolvimento da percepção e discriminação auditiva da com

posição dos sons, a estruturação espaço-temporal que propicia

a decodificação dos sons em imagens visuais adquiridas, a or

ganização e orientação espacial dos elementos, a seqUência

temporal dos mesmos, a coordenação motora fina e discriminada,

o conhecimento e controle do próprio corpo e da simetria de

seus lados em relação ao espaço disponivel para a ação motora.

AVALIAÇAO DE PROGRAMAS EDUCACIONAIS

A palavra avaliação pode ter varias conotações, va

riando de autor para autor, segundo os pressupostos do seu

modelo teórico. Algumas definições de avaliação procuram ve

rificar a consecução dos objetivos estabelecidos no programa.

Outras definições situam a avaliação como a coleta de

infor-mações para a tomada de decisão sobre o aperfeiçoamento do

programa educacional. Para outros a avaliação

e

vista como a

etapa de coleta de informações sobre o processo de desenvolvi mento do programa educacional. Outros ainda consideram a

ava-liação voltada para os efeitos produzidos pelo programa.

Estas variações na definição de avaliação

indi-cam que este conceito não

e

unitario, podendo assumir difere~

tes formas e servir a diferentes objetivos. Todos enfatizam que

a avaliação auxilia a tomada de decisões, isto porque se pr~

cura desenvolver um processo adaptado ãs necessidades e forn~

cer informações para a tomada de decisões (Bhola, 1979 e Weiss, 1972).

Conforme o tipo de definição de avaliação havera

um modelo de avaliação implícito. Antes de se selecionar ou

adaptar o modelo de avaliação que melhor se ajuste a avaliação

do programa, algumas características do programa devem ser l~

vantadas tais como: o alcance; o tamanho; a clareza e

especi-ficidade dos insumos e a complexidade dos objetivos (Weiss,

Referências

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