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Tração cutânea continua em crianças com luxação congênita de quadril.

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Academic year: 2017

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ARTIGO CIENT(FICO

TRAÇA0 CUTAN EA CONTNUA EM CRIANÇAS COM LUXAÇAO CONG�NITA DE QUADRIL

I zabel Momiy 1 , I vani Aparec ida Nunes2 e Sofi a Maria Taffi l B e l l o Valente3

MOMIY, I. et alii. Fração cutânea em crianças com luxa­ ção congênita de quadril. R ev. Bras. En[ , Brasília,

39 ( 1 ) : 44-49 , jan./mar. 1 9 86.

RESUMO. O presente trabalho mostra estudo realizado em dez crianças hospitalizadas, de 7 meses a três anos de idade, portadoras de luxação congênita de quadril. A assistência de enfermagem prestada durante o per (odo de i nternação foi baseada na terapêutica da tração cutânea contfnua, com a utilização da espuma auto-adesiva para a tração dos mem­ bros i nferiores e o colete de couro para a contra-tração. As autoras descrevem os resultados do método utilizado, comentando-os.

ABSTRACT. The paper presents a study done with ten hospitalized children from seven to three years of age with congen ital hip dysplasia. The nursing assitance was give during the hospitalization period and was .basel on adhesive foam to the continued traction and leather jumer counterweight therapies. The nurse made the descript ion about the re­ sults, commentaries and recommendations.

I N TRODUçAo

"uxação coxo-femoral é a saída da cabeça do êmur de sua cavidade, que é o acetábulo".

A tração cutânea, no tratamento da uxação Congênita do Quadril (L. C. Q.), era feita com a utilização de esparadrapo colado diretmente nas coxas e penas das crianças, o que costumava de­ .teminr irritação na pele, líctenas, obrigando, às

vezes, a interromper a terapêutica.

Visndo evitar esses inconvenientes,

procura-mos empregar outros mateiis na execução a tração. Inicialmente , utiizamos a espuma de bor­ racha laminada comum colada à pele, com uma co­ la aderente (mastisol), mas os mesmos inconveni­ entes continuavam, além da menor adesão à pele.

Em 1982, passmós a utilizar uma espuma de borracha auto-adesiva Reston (marca registrada da almofada auto-adesiva da 3M), tendo sido o méto­ do realizado em dez crianças, cuja idade variou de 7 meses aos 3 anos; eram todas do sexo feminino; quanto ao lado obsevamos quatro crianças com L. C. Q. E., quatro do lado D e duas bilaterais.

1 . Enfermeira Chefe da Unidade Infantil I do I do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

2 Enfermeira Encarregada de Turno a Unidade Infantil II do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

3. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professor Assistente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermgem da USP.

(2)

T A B E L A

ado E. 2a 10m 9m 1 1m

Lado D. 1

ado E. 1 1

Bilat.

Dois casos de L. C. Q. bilaterl.

Para que a trção seja mis eiciente deve ser feita contra-tração, o que também ajuda a manter a crinça bem posicionada no leito. Esta contra: trção pode ser realizada com aparelho pelvi-po­ dlico ou pelvi-crual, o qual, geralmente, é ml suportado, torna difícil a hiienização, ica enchar­ cado de urina e, em alguns casos, provoca es­ caras.

Visndo melhor assistência e cuidados de en­ fengem, principalmente na higienizção, come­ çamos a usar o colete de couro para obter contra­ tração. O uso deste colete trouxe mis conforto para as pacientes e eliminou a corrência de esca­ ras, facilitando a assistência Ge enfenagem.

OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é veriicar a validade de um método altenativo da terapêuti­ ca de L. C. Q. , utilizando a espuma auto-adesiva para a tração cutânea contínua e colete de couro para . a contra-tração, no período compreendido entre a instalação da tração e a sua retirada.

São objetivos específicos:

1 - Veriicar a efetividade (resultado verda­ deiro) da espuma auto-adesiva para a tração e contra-tração alteram a integri­ couro para a ontra-tração como mé­ todo altenativo na terapêutica da L. C. Q. 2 - Obsevar se os materiais utilizados para a tração e contratração alterm a integri­ dade cutânea dos membros infeiores e do tórx.

3 - Estudar as cinçs submetidas ao méto­ do quanto à ssistência de enfenagem nos aspectos relacionados a:

- hiiene corporal ; - aimentação , - eliminações ; - conforto ;

- comportamento e recreação .

M ETODOLOG I A

oal do estdo

O peente estudo foi realizado na unidade

2a 8m 3a 7m 2a 4m 2a

1 2

1 1 .

1 1

infantil do Instituto de Ortopedia e Traumatolo­ ia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOTFMUSP).

opaão e itéros de seleão

A população estudada foi de dez crianças hos­ pitalzadas, com diagnóstico e displasia congênita de quadril, com prescrição médica de tração cutâ­ nea contínua, de zero a três anos de idade , de am­ bos os sexos. Foram dispensadas do trabalho cri­ nças que apresentavam problemas cutâneos de toda espécie, com exceção de aleria a esparadra­ o , e patologias paralelas.

Instumento

As autoras elaboraram um instrumento especial para a coleta de dados, contendo quatro pates : identiicação, entrevista, exame físico e evolução iária (ANEXO 1).

Coleta de dados

Os dados foram coletados no período de mar­ ço de 1984 a maió de 1985, na unidade de interna­ ção.

s fonulários form preenchidos pelas enfer­ meiras, autoras do pesente trabalho, a partir da intenação da criança mediante a técnica e entre­ vista. A seguir era relizado o exame físico e a ins­ talção da traçro cutânea contnua e a contra-tra­ ção (ANEXO 2). A evolução foi feita diariamente, no período em que a criança penaneceu com os membros inferiores tracionados, após os cuidados hiiênicos matutinos, dos quais as pesquisadors, também, participarm .

PR EPA RO DO L E I�O

A cama deve estar preparada pra receber o paciente com tração .

É utilizada a cama ortopédica com quadro balcânico, traves e roldns.

Após arumar o leito com lençol, colo­ cmos o colete de couro pra contra-tra­ ção, ixando-o no leito com cordão de nylon ou cadarço.

Colocmos sobre o colete de couro um len­ çol dobrado longitudinalmente ; isto vai sevir para proteger a região genital da cinça e também o tórx.

Se a cama e o colete de couro estão prepa­ rados, colocamos a crinça e instalmos a tração cutânea contínua.

(3)

Fechamos a parte ventral do colete com cadarço e tamém a parte do genital. Se a cama do paciente for o berço , deve

constar de traves e roldanas.

A cama deve ser colocada em posição de Trendelemburg, elevando os pés da cama.

AP L ICAÇÃO DA T RAÇÃO E CONTRA-TRAÇÃO

Colocar as tiras de espuma do lado exteno e inteno do membro nferior , com a face adesiva junto à pele e aplicar a porção proximal para a distaI. As tiras deverão icar bem ajustadas, atingin­ do do tonozelo até o terço médio da coxa.

Aima das tiras de espuma coloca-se uma tira de espararapo, da mesma largura, porém bem mais longa de modo a prender-se uns 3 cm na coxa da criança e abaixo, uns 10 cm, que irá ixar o qua­ drado de madeira que sevirá para prender o io de nylon.

Após esse procedmento , enfaixar o membro inferior com atadura de crepe e fixá-la com espara­ drapo, na própria atadura.

A seguir, colocar os ios de nylon em roldanas com os pesos, prescritos pelo médico , assim como o posicionamento que poderá ser de 4S? ou ao ní­ vel do leito, iniciando gradativamente a abdução dos MMIl. (ANEXO 3).

CONC LUSÕ ES

Por meio deste estudo , foi constatada a efeti­ vidade a utilização da espuma auto-adesiva pra a tração cutânea cont ínua dos membros inferiores , de crianças de sete meses a três anos de idade , por m período de até trinta dias , assim como a utili­ zação do colete de couro , para a contra-traço mostrou-se eicz, pelo fato de garantir o procedi­ mento , na terapêutica da displasia congênita do quadril.

Foi obsevado que os mateiais utilizados , a saber: espuma auto-adesiva e colete de couro, quando aplicados dentro da� normas padroniza­ das e utlizadas por este trabalho, bem como da assistência de enfermagem cont nua, não produ­ zem alterações da integridade cutânea.

Em relação à assistência de enfermagem con-cluiu-se que , no aspecto de :

hiiene corporal : foi possível manter a cri­ ança asseada, durnte todo o período em que foi submetida ao tratamento, sem reti­ rá-la da tração .

alimentação : as crianças que fizeram parte do presente trabalho, durante as re feições se comportaram adequadamente e se ai­ mentaram sozinhas quando tinhm esse

46 -Rev. Bras. Enl , Brasia, 39 (1), jan./fev. /mar. 1 9 86

hábito e idade acima de dois anos . As me­ nores alimentavam-se com o aux lio de fun­ cionários de enfermagem.

eliminações : a grande mioria não apresen­ tou problemas intestinais e urinários pelo fato de estarem praticamente imobilizadas. Essas funções permaneceram normais. conforto : as crianças permaneceram bem posicionadas, limpas e secas durante o pe­ ríodo de hospitalização .

comportamento e recreação : houve condu­ tas homogêneas das crianças quanto à acei­ tação da terapêutica, fato esse , talvez , as­ sociado ao conforto e ausência da dor, quando os membros inferiores encontram­ se tracionados e o restante do corpo bem posicionado e seguro. A presença constn­ te da equipe de enfemagem e o apoio mul­ tiproissional, utilizados na terapêutica das

crianças com L. C. Q., por meio de um tra­ balho de equipe dirigido essencialmente na visão global da crinça, proporcionaram os referidos aspectos de maneira satisfató­ ria.

MOM Y , I . et aliL Cutaneous continuai traction in chi!­ dren with congeital hip dysplasia. R ev. Bras. Enl, Brasília, 39 ( 1 ) : 44-49, Jan./Mars. 1 9 86.

REFER�NCIAS BIIBLlOGRAFICAS

1 . A LEXANDRE, M. M. & GROWN, M. S. Dagnósticos na enfemgem pedátria São Paulo , Andrei,

1 97 8 .

2 . DONAHOO, C A . & DIMON, J . H. Enfermgem em ortopedia e traumatologia . São Paulo, EPU­ EDUSP, 1 9 7 9 . p . l 0 3-6.

3 GARTLAND, I. I. Ortopedia . México, Interamerica­ na, 1 966.

4. MARCONDES, E. & A LCÂNTA RA, P. Pediatria bá­ sica. 6. ed. Sarvier, São Paulo , 1 9 7 8. v.3, p. 1 805-8. 5. PITZEN, P. & ROSSLER, H. Manual de ortopedia.

1 3 . ed . São Paulo, Athencu, 1 9 8 1 . p. 25 7-7 1 . 6 . SILVA, I . C . L . Importância do diagnóstico precoce

na luxação congênita do quadril e alguns aspec­ tos a assistência de enfermagem. In: BENUTHE, N. G. Temas de enfermgem em ortopedia e traumatologia . 2. ed. , São Paulo , IOT da FMUSP, 1 980. p. 7 1 -4 .

7 . STEGLICH, V . et alii. Tratamento a luxação congêni­ ta do quadril no Hospital Independência de Porto Algre Rev. Brasil. Ortop. 19 ( 1 ) . 1 25-30, jul./ago . 1 9 84 .

8. WAECHTER, E & B LAK E F. Enfermgem pedátrica

9 . ed . Rio de Janeiro, Interamericana, 1 9 7 9 . 9. WHALEY, L . F & WONG, D. L. Nursing care of in­

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ANEXO I

Formuláio pra coleta de dados

I - Identiic'o

Nome : Reistro : Sexo : Cor:

Data de Nascimento :

roceência dos pis e da cinça :

Data da intenação: Dianóstico :

Data do início do tratamento :

Tratamento anteior: Data da lta :

11 - Enrevita com os pais ou acompanhnte Fatores pé-natais:

arto : . Hospital:

Foi dianosticada a L. C. Q.?

Como e quando apaeceu a luxção?

Usou cueiro ou outro procedimento? Qul? Quando a criança começou a ndar?

Possui fiares com L. C. Q.? A crinça é lérica? A que?

III - Exme físico :

Relizado em : Enfemeira:

eso : T. : P. : P.A. : Cabeça (couo cabeludo , olos, nariz , boca, orels e pescoço) :

Tórx anterior e posterior : Nádegas e genitais : MMSS e MMII :

V - Evoluço diária, precedida de data, relacio­ nada com spectos de hiiene , limentação , eliminações, conforto, comportamento, e­ creação e outros, se necessário . Anotar todas s intercorêncis.

ANEXO �

Relaço do mateil necessário e descição da instalaç'o da tração cutânea.

Matal neesáo

4 tiras de 5 m de compmento da mofada auto-adesiva 1 5 60 eston - 3m, 2 1 6 x 280 x 1 2,7 m .

2 ataduras de crepe de 10 m de largura.

2 metros de cordão de nylon .

pesos (de acordo com a prescição méica). 2 pedaços de tábua de 45 x 45 x 0,5 mm, com orifício centrl.

1 rolo de esparadrapo 100 x 45 m . colete de couo para a contra-trção. 2 roldanas.

cma ortopédica cm uadro blcânico na osição de Trendelemburg.

ofecio do kt de taio

Veriicr a medida da pena da cinça e cortar 4 tiras de espuma;

Cortar 2 tirs de esparadrpo, onde a pimei­ ra tira de espuma vai er colcada ;

Após a colocção da primeira espuma no es­ paradrapo, deixar um espaço e 4 dedos e colocar a tábua de madeira;

- epois e colocar a tábua de maeira no espradrapo, deixr novamente um espço de 4 dedos e colocar a segunda tira de es­ puma no esparadrapo ;

A tira de esparadrapo deve ser mis lona do que a espuma;

O lado que vi ser colocado direto no espa­ radrapo , é o da espuma; o colnte da espu­ ma está coberto elo papel que deveá ser etirado e colocado na ena da crinça. Teminada a confecção do it da trço, cortar 1 tira pequena e esparadrapo, e co­ locar sobre a tábua de madeira. Furar com uma cneta o esparadrapo da tábua de ma­ deira e colocr o io de nylon.

ientaio da famlla e da anll

Explicar aos pais ou acompnhntes e à ci­

ança (conforme a idae e compeensão) a neces­ sidade da instlaço da tração como forma de tra­

tamento da L. C. Q., para que haja ceitaç'o e

colboraç'o durnte a teraêutica.

epro . da pele aa a pliaio a

aio

e onta taio

imeza a pele com água e sab'o e e­ r bem . Fazer tricotoia dos membros infe­ iores, e necesáio. Veriicar e há qualquer lteração da pele e notar no prontuário .

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ANEXO 2

Material utilizado para a tração cutânea contínua dos membros nferiores.

ANEXO 2

Colete de couro, adaptado a partir e modelo estrangeiro, confeccionado especilmente para ser utili­ zado na contra-tração de crianças om L. C. Q.

(6)

AN EXO 3

Criança com tração cutânea contínua e contra-tração com colete de couro .

Referências

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