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Ao olhar-se no espelho, a enfermeira não tem gostado da imagem que aí vê refletida....

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Academic year: 2017

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(1)

AO O LHAR-SE NO ESPE LHO, A E N FE RME IRA NÃO TEM GOSTADO DA IAGEM

QUE Aí vÊ RE F LETI DA

•••

Dagr E. Ese

nn

Meyer *

RESUMO

-

A

pa rti r d e u ma pesq u isa rea l izada com docentes de u

m

C u rso de Graduação de Enfe rmag em, procu ro situa r e a n a l isa r os p r i nc i pais pro­ blemas q u e permeiam o ensino e a p rática profi ssiona l da enfermei ra (na percepção das depoentes), no sentido de contri bu i r pa ra a reflexão acerca do papel da esco la e de sua r�lação com o co ntexto soci a l onde essa prática se inscreve.

ABSTRACT

-

T h i s a rticle u ses data from a research of a faculty fo r a n underg raduation Nu rsi n g Schoo l . I've tried to prove a n d ana lyse t h e ma i n p roblems which i n the teach i ng a n d p rofessiona l p ractice o f the n u rse (as perceived by the professo rs i nterviewed), with the objective of contri buti ng fo r the thi nki ng about the role of socia l context o n which this practice is. situated .

1

SITUANDO O TRABALHO

Ese igo

é

pe de

a

disserção de

esdo, inia "Repdndo elaçes e

r

e gêo e de clase no ensino e En­

fm", eenda no cso de P6s-a·

9

em duco a Univsidade

Fl

do

Rio de do Sul.**

No conexo de

a

invesigção que dis­

cue

o

ael da fço

l

e aitudinal no

ensno e nf

a

gem e sua vinculção com a

ncesside e nueção e prduço das

eles e r de gêeo e e classe

a

-issão, ese cpíulo, denindo

"O

ensino, a

poisso e eus aenes", eve or objetivo

descr os ços is níidos do quo em

que

s

cenes ouvidas eam a Efeagem

e seu ensino, nes e aenr

a

oblemáica

eecica da esquisá em quesão.

Sua dução na

fa

de igo unda­

en-e no pessuposo de que o que se colca

como endo

c

sics, valoes, ddvidas e

coios

qe

cm

a pica edag6gica

esss

dns,

e, e

ea fa, eleir

o

er e o fr no coidino da dcência de

nf

a

em, em ouos cusos nesse País.

Aeid-e ese pessuoso, enso que este

euo,

oa

o

esgoe a dicussão sobe

a o

levando,

oe

a

·

agem­

qe

e onibr

pa enr a elexão

a do so e flio da enfeea.

2

"HÁ U MA BARRE I RA SE PARANDO OS

QUE E N S I NAM A PRÁTICA E OS QUE

PRATI CAM A PRÁTiCA

...

• ..

A

coneção de educação e eeeo

poissional que p

e

ipUcia

s

enes

sugee, a eu ver, níida lência do e­

eno lieral e do mdelo cicisa de ensino.

O

en

e

no lieal eeia coles

como:

"

•••

no

fz

er um efeeo

a

ins­

ituição como não er, a qulide da

assiência não elhora... em

m

hos­

pial que eu conheço, na écá em qe

eu cheguei a Cuiabá,

a

ua efer­

eira pa

250

leitos. Hoje; em quie

e o paão assisencial, não mdou

absoluene em nada0

••

qundo é qe

o efemeo vai eenr ese esio

que é elhor a assisência

1"

(aa)

A

douina lierl unena-se em cinco

pincípios básicos, quais sejam:

o

individualis­

.

mo, a igualde, a popiedade, a liede e a

demccia

(UHA

I

)

.

A

l

us

eles em

muio evidentes nos deoienos.

O

ndividua­

lismo, or exeplo, pessue que os ndiví·

duos êm aibutos diversos e é em unção eles

que lcnçm osiçes vanajoas ou não.

e-sue ainda que os ndivíduos em ecoer

voluntimene o cnho que os leva ao su­

cesso ou

o

acsso,

à

riquea ou

à

obeza.

• Enfen,

ofsa

lnc o emeno e Enfemagem a Universidade Fl do Mao

so

•• Pqaa qliaiva em molds

e

e

om

A

Hisóia Oral. Foi deenvolvida no Cuo e Gradção em Enfemagem a T e os s fm coleam Jn.JFev. e 10. As fons de investiação envolveram a osla a duens o co e nes

i

-

us m

15 dcens do mesmo .

.

Pa maioes des ver: MEBR, D. "Repzino e­

s e r

e ao e de cse no jo e enfm". Poo Alere, Facule e Eo a UFRGS, 191.

"

­

ne

Mo. ···Almeia,'

(2)

.

CUNHA

a rena que

om

ese pncípio a douna

iel

não

ó

ceia e jusica a sci­

e

e classes, as fonece os rguenos que 'a leim. Segundo o pincípio da lierdade, caa nivíduo é ão lie qunto o ouo pra

nr a

detenada posição scial, em vir­ de e eus lentos e apides.

Assm,

o problema pece estr na efer­ .

ea que desemenha a unção. Sua vontade e

sua coagem de enenr desaios (ou a falta els) quase que são deeminantes no que

z

eseio ao seu econhecimento, enquanto cate­ goia poissional.

É

> e a pOlíica de sade do País, a poltica educacional, a situação de blhadora assliada, as exigências do er­ cdo e bho, o contexto s6cio-econômico do

Ps,

ec., não ineferissem no "bom" ou

"au"

enho da efenneira. Explica-se o

"o

de

sucesso" ou "racasso" aravés das esicas individuais dos sujeitos, que in­ enem do momeno hisórico e do contexto

cl

onde tal padão se aplica.

O

odelo ecnicista de ensino em peea­

do

a

nfenagem desde sua esuuração en­

qno

proissão, se considermos a ênfase no fr, a cionalidade, na eiciência e na po­ die, lém do conrole burcráico (evi­ eo

os

mdliplos fonulrios e is que peecem o dia-a-dia da enfeneira) que êm esdo pesenes tmbém na Enfenagem basileira, bem ntes da exaltação e incopo­ ração ese delo na educação do paes dos anos

-70. so

explica, em pe, a aceiação e a eiciêca com que as escolas de Enfena­ gem eenvolvem esse ipo de ensino. No crso em questão, soma-se a isso o fato de que ele nerou, desde sua criação, em

1976,

o subprojeto "Ensino integrado e ensino progra­ do do Pojeto

10

- Operação Produividde", concebido a ptir de metas desenvolvimentistas que ncederm o "milage econômico" brasi­ lero, subpojeto ese que se vinculou explici­ tmene

à

ecnologia educacional, um dos pila­ es as chs novações educacionais dos nos seenta. *'

A

luência ecicista ica mais evidente qundo se analism as foas de organização e condução do ensino. Manifesta-e, em' lguma edida, tabém nos deoimentos, quando eses pontam o "saber fazer" como caracerísica básica da ea.

"

.•• em que saer aplicr na páica o conheciento que recebeu .•. " (eva)

"

••• se a gene conseguir, deno da

uni-vesidade, foa-se com coeêca écica, já é m gande avanço .•• "

(Jdlia).

,

O

que esas docenes aponm coo p­ blemas de ensino na Enfemagem não foge

s

questões que vêm sendo discutidas em que tdos os rabalhos, conessos,

enios,

ec •••• , que efocam, aualmene, a foção

proissional da enfeneira: a dicotomia e­ páica; o deslocamento do conexto sci­ econômico; a não vinculação com o político; a histoicidade; a acriicidade; o ecnicismo (êfa­ se no fazer); a c

nradição que envolve o ef­ que biologicista dos conteúdos e o discso

a

pestação da assisência ao ser humano nos eus aspectos bio-psic-s6cio-espiritual, a não habi­ litação da proissional para agr em unção

s

necessidades de saúde da maioia da população; a ausência de um curículo coletivamene discu­ tido e consuído e que conemple um eil poissional com base em mcos conceitual, ­ feencial e esutural clraene deinidos, ec •••

" .•. eu não vejo como, na nossa prática

diária, vamos desenvolver o senso críi­ co do aluno, com o tipo de ensino que a gente faz; com o tipo de situação que o aluno vivencia, com o ipo de exeriên­ cia que ele em; com o tio de lieratura que a gente coloca

à

disposição do alu­ no. N6s colcmos essencialmene lie­ ratua écnica pra o aluno, com lieratu­ ra écnica vcê não desenvolve a críi­ ca. Vcê nunca ede pra o aluno ana­ lisr nada, vcê nunca pede pa o alu­ no avalir nada, você s6 pede pa o aluno identiicar •.. o discurso da sala e

aula é écnico, totalmene técnico". (Paula)

"Se você pegar mesmo o plano de en­ sino, ele é baseado numa sociedade es­ ruturada e que em ecrsos. Então supõe-se que todas as mulhees faão pré-natal e serão atendidas no hospitl, assim como as crianças, mas a nossa ealidade é oura ... "(aura)

Essas questões todas não são novas na En­ feagem brasileira e algumas delas nascem juntamente com a implementação do peo curso de Enfenagem no Basil, no Rio de Ja­ neiro, em

1923.

A

dicotomia ensino/pática p­ issional foi instiucionalizada quando se pe­ endeu que as enfeneiras auassem em nível de sadde pública e os esgios cuicules se de­ envolverm em nível hospialr. De lá pa cá, ela vem sendo repoduzida, assumindo

difeen-* GASTALO, D., MEYER, D., BODAS, M. "Esino inegrado: uma revisão hisórico-crítica do modelo implnado o o

ir

a a e aúe o Bsil". 1911978 . Poo Alege, 1990, mimeo.

(3)

es confoações em unção dos

e

nos

hisóicos e do conexo scial em que e ins­

ceve, mas, nunca foi esolvida. A meu ver, esa

dicoomia em inclusive uma duplá fce,

a ­

dida em que o que se ensina a nível eórico, não

e

er plicdo nem esmo nos estágios, em

vtude

s

condiçes da ioia dos cmpos

(de estágio) onde esse apenizdo se deen­

volve. Já comça nessa insncia a ser avaliada

a "ciaividde"

8

estudane, o que, em ouas

palaas, nda mais é do que "rovisção

diane da fala de maeial adequado" de codo

com os oeios de avalição vigenes. O fosso

exisene ene o ensino e a pática poissional"

a pir daí, é aenas ampliado e assue dife­

enes ccerísicas.

Inicia-se com o objeo de rablho que, no

ensino, é aesenado como endo unen­

mene o cuidado ao pciene/cliene e, na

práticà, em· sido pedominneene a geência

dos eviços e o conrole e essoal e maerial.

Manifesa-se, na peensão eóica da pesção

da. assiência de Enfeagem em nível bi-psi­

c-sci-espritul ao indivíduo, fiia e co­

munidade, aavés do "Prcesso de Efea­

gem", uto das eorias de Enfeagem elab­

rdas a pir da décda de 70

com o intuito de

cienr a poissão e esaelecer um saber

óprio da ea. Aesr de eieras tenaivas

e adapçes, o "Presso de Enf

a

gem" em

sido passível de aplicação, quse que exclusi­

vmene em alguns Hospitais Universitrios,

,que não eaam a ealidade das Instituiçes de

Sa1de basileiras. Emboa as dcenes enevis­

adas tenhm econhecido, com uniidade,

que a enfeeira não em ido ndmenção

eórica suiciene, nem condiçes práicas, pa

pesr assisência de Enfeagem nessa apli­

tude nem mesmo ao nível do ensino, nos está­

gios curicules, ese é um objeivo educacio­

l

pesene na totalidade dos planos de ensino

sdos no curso em questão*, desde sua

ciação aé os dias de hoje. Nese enido

concordo com ALMEIDA

1

qundo colca que

"o eosino

é

ccerizado como o pdigma do

sber, esquecend-se que é no rabaho que e

evem bucr os elementos do saer.

É

no de­

serolr do cuiddo de Enfeagem, no qul se

oea demene com

o

objeto - o dene - e

onde se dão as elações écnicas e sciais que

esá a esência do saer. O disancimeno ene

ensino e pática cda vez é mis polr. Há

a

breia sepndo os que ensinm a páica e

os qe praicm a áica".

Nesse conesto de ensino, como as dcenes

rcebem e descevem a sua páica enquno

agenes foadoras

?

Os elaos mencionm enaivs ão f

a

­

s

e,

a

ioia

s

vees, levas a

o

or eqenos uos 'ou indivíduos isolos, no

enido de enconr fo

s

is críics, is

abngenes e mis eizdas no conexo

­

cionÔmiccll

a

a conduço do en­

sino. No enno, pevalcem os obles

­

rdos no ago da ajeória hisóric-scil

a

poissão e

s

olíicas educcionais qe êm

nodo o eosino bsileio e, is esciica­

ene, da Enfemagem: o desepo pa a­

bhr os cone1dos, vinculnd-os a ma

-ciedde concea e histoicmene deenda;

s condiçes ene o discuso e o vivido; a

ênfae no fzer cnico em deeno do estí­

mulo'

à

pcua do conhcieno, ao cicnio,

à

ie

da práica e

à

pticipção crítica e

olítica; a indquação do nível de exigêcia do

ensino, minisado

à

clientela que o pca; a

busca

valoação do domio do conci­

eno· écnico, sem que se ea cleza dos li­

mies e da nateza do "conhecento da En­

feragem" .

Vejmos lguns exemplos:

I

"

•••

eu cho que o professor, nda

hoje, vai pa sla de aula com o co­

nhecmeno na ona da ·lngua. Ele

chega lá, deseja udo em cima do

aluno. Eu cho que ele consegue ra­

balhr muio ouco... de foma esti­

mulne, de foa que o aluno pti­

cie efetivamene do apendzdo de­

le" (Crla).

"

•••

nós emos

m

om n1ero de

pofessoes ainda em d1vida quano

ao execício da Enfeagem. Agoa

imagina com elação ao ensino de

Enfeagem

! •••

" (Mrina)

"

••• 0

que a gente em hoje é

a

con­

adição deno do pópio curso, nas

diversas uniddes (disciplinas) elas

quais o luno passa, inclusive em e­

lção a esse nível de cobnça de co­

hecimeno... algus unidades c­

bam o saer de Enfeagem, ouas

ensinam e cobrm o ser édico".

(Denise).

A eseio da pática agógica vigene

nos cursos de Enfeagem, GERMANO· con­

clui que

"é,

ono, a páica bnca, con­

sevdoa, e ão a páica pobleadoa,

quesionadoa, que se fez J'ene na foão

dos poissionais e, nessa erSeciva

•••

é

s

m eleento a conibuir na epdução das

­

sigualdes sciais".

• Aliados 125 pnos de ensino, referentes ao erído de 19810.

(4)

A luna ap

e

nesses depoimentos como

m dos elementos esponsáveis ela não efeti­

vação do ensino nos moldes propostos.

O'

cha a atenção pra o fao de que, ene

"culpr" a aluna ou colcr a própria escola em

quesão, é a pimeia altenativa que acaba

­

ceendo maior adesão das professoras.

Assim, lê-se nos depoientos:

... no início do semese você ecebe

9 %

de mulhees, mas independente

isso, são muhees com

m

nível de

escolidade muito

m,...

não sei se

o nível de escolridade delas é uim

oque são mulhees ou orque, de

eente, vêm de

m

nível sóci­

conômico baixo". (Ana)

..

... 0

aluno, que está fazendo o crso

de

n,

não tem deeminados

conhecimentos que são básicos para

qualquer aluno que faz um curso uni­

versitário... o que aconece

é

que o

que temos proposto, em emos de

ensno, é paa

m

ouro tio de alu­

nos que temos. Então o professor ica

aisfeito, porque ele prope uma

cQisa que ele não consegue execu­

r".

(Crla)

ve e em

m

gande impacto nas proisses

­

xualmene discriminadas. Esta socialização em

m

importane pael na escolha poissionl

a

mulher e acaba por encaminhá-la para deei­

nados tipos de poisses/cupaçes enendidas

como adequadas ao seu inesso no mecado e

abalho, em unção dos paéis designados a ela

(mulher) na esfera privada. Estas poisses/

ocupaçes são geralmene desvaloizadas e

mal emuneradas e, poanto, pouco aaenes

pra os homens, o que conribui para que elas

se transfoem ,em cursos de "fácil enrada" e

menos concoidos nos vestibules. Se consi­

derrmos ainda que a Efemagem vem se p­

letarizando e a qualidade de ensino a que

s

camadas menos favoecidas da população êm

acesso, não me parece diícil enender poque

as alunas de Enfemagem êm um "nível de es­

colaidade baixo".

3

..

... O PAPEL DO NFERMEIRO

HOJE.

NÃO

STÁ

CLARO

NA

PRO­

FISSÃO ...

Em elação

à

epesentação da proissão, o

que se evidencia na quase totalidade dos de­

poimentos é que as exectativas que essas

d-FORQUN3,

numa evisão dos esudos que cenes tinham qundo inress

m

no curso, f­

buscam explicr as desigualdades no êxito esco-

o

se modiicando - negaivamene - ao longo

lar e

sua elação com a classe social de oigem, dos semeses e o que se espeava ao inessr

fz uma elexão que consideo muito pertinente na pática proissional, mesmo com essas mdi- .

ao caso dos cursos de raduação em Enfema- icações, não era passível de realização.

gem no Basil: "Los estuianes dos medios

As efeências

à

falta de "staus" scial e

à

llaes iendem as concenrr-se en los cana- desvalozação proissional e salrial aliados

à

les 'faciles' o pco selectivos, que son mbiém cracerística de proissão predoinaneene

los menos entables socialmente, miensras que feminina, sem autonomia na tomada de

­

los esuines prcedenes de los medios pivi- cisões, submissa aos podees insiucional e

legidos escojen con

s

ecuência, los cana- médico, sem limies de atuação estabelecidos e

les done

a

selección es más severa, como la unções indeinidas, mostram, de eta foma, a

física e la medicina.

a

auo-seleceión que incopoação do discrso mais críico veiculado

consiuye la elección de cnales más faciles

Y

nos últimos anos, mas denom também um sen­

enos 'entables'

socialmene,

serve asi de

I

timento de impoência e pessimismo diane dos

sa,

de epeidor

y

de 'edulcorane' pa la umos da poissão.

desildad ane la selección".

Paece-me que persiste a diiculdade de

fa-Assim, quando a(o)s depoentes efeem que zer a vinculação ene o que se dá "denro" da

a cienela que procura o curso não peenche as

.

poissão com o que está "em volta dela"

e que

ss

execativas enquanto docenes, percee-

I

na verdade a aravessa, e o ato de

isolá-la no

e

é

lguma

cleza

do porquê isto aconece,

I

tempo e no espaço, leva a uma circulidade

nas

s

não

e vai undo nessa quesão e muito : discusses, que se evidencia nos depoientos

enos

e

vi lém dela.

aé aqui egisrados.

O

ensino é apolítico,

A fla de Ana, quando se efee ao "nível

I

ahistórico e desvinculado da ealidade, a( o)

de escolridade"

das alunas,

eee a ouo

I

cene sente que não em pepao teórico,

páico

plno

a

anlise, qual seja, o do cuzmento das

!

e políico pra fazer

m

ensino

difeene,

s

caegoias

gênero e classe scil

que se dá na alunas não estão prepaadas para o ensino que

fgem. Numerosos estudos êm demons- se planeja e ofeece, e a conceção que

s

do qe

a

scição fena, com

êfase

'soas êm da poissão caba por eler udo is­

a

nca

a f1a

junene

com o

I

SOe

Paula, nm eenado moeno, cola

(5)

demais pra o que vai fzer deois".

Nesse senido é inteessane o que se veii­

ca quando se analisa dcumentos que noeim

o ensino, esecialmene os plànOS e ensino,

que eletem (ou deveriam fazê-lo) os cone1dos

da fomação poissional. Busca-se a rans­

missão massiça de conhecentos écnicos, nu­

ma bodagem pedominantemente biologicista

e essa problemáica da proissão não apece

egisrada explicitamene, seja

m

emos de

conte1do, seja nos objetivos que peendem ser

alcançados.

Regiso nos depoientos:

"Hoje, eu sei muito mais, senão o que a

Enfemagem faz, as elo menos o que

ela deveria fzer. Eu enho muita cons­

ciência disso, eu não vejo a proissão

como a maioria das pessoas está vendo

hoje... num rimo de dcadência, de

queda. Se isso conece, eu acho que é

muito mais pelas pessoas que pc

m

,

que estão atuando a

ea, do que elas

crcterísicas da proissão em si

••.

"

(Denise)

"

.••

eu vejo a Enfemagem como uma

proissão que está disnciada da eali­

dade no nosso conexto". (Ione)

"

•••

hoje a proissão está seguindo uma

linha muito ais de busca do saber do

que esmo do fazer

•..

por um ldo eu

acho aé bom porque vem conribuir pa­

ra a proissionalização do enfemeo,

mas por ouro lado a práica está ican­

do muito distnciada e isso... é

a

problemáica ineira que a proissão

em

•••

" (luiz)

SIL

V

A

e

ao analisr as epesentações sobe

a Enfemagem, veiculadas pincipalmente em

nível da Associação Brasileira de Enfemagem,

ar.vés da Revisa Brasileia de Enfemagem,

assim como suas deiniçes,

z

que elas ele­

em "uma enfemagem abasrata, idealizada e

real, independeneene de

m

espaço e um

tempo concetos" porque não a mosm, en­

quanto práica social histoicmene deermina­

da, emeada de heteogeneidade e conra­

dições.

Eu

ia

que nas epesenaçes as dcen­

es deste estudo, aé esmo em unção da

cussão de extos como o acima ciado, mafes­

ta-se

a

entaiva de ir além dos liites imos­

tos elo que em sido concebido coo Enfer­

magem. Isso, no entanto, não em sido rnspor­

do pra as discusses ao. nível das salas de

aula.

O

entenmeno da proissão enquanto hee­

ogênea e conditóia mfesta-se nas ene­

visas pncipamene em elação a dois ontos:

a) a divisão inelectul/manual do baho e a

prcelaização das atividades elas diversas ca­

tegoias que inteiam a equipe de enfemagem;

b)

à

falta e cleza quanto ao eu objeto de

abalho e a não delimição de unçes.

MEL05, NAKAMN, e AMEIDA1 discu­

tem a divisão scial do rabalho e seus desdo­

braentos na Enfemagem, analisnd-a no

conexto do pcesso capitalisa de podução,

onde ela (a divisão) se consolida. Assim anali­

sada é ossível compeenê-la - no que

z

es­

eito

à

deinição de espaços/unçes da edici­

na e Enfemagem, e pincipalmene,

à

hierr­

quização que se desenvolve na equie de en­

femagem - como prdução da divisão ma­

nual/inelectual do rabaho, que no capilismo,

eforça as elaçes de doinação/subordinação

enre as classes sciis.

A

Enfeagem mder­

a

nasce eprduzindo a divisão scial do raba­

lho ene duas caegoias distinas: a "lady-nur­

se" e a "nurse". Essa divisão foi se consoli­

dando e ampliando, em emos de caegoias

poissionais envolvidas e em sido percebida

"elos enfermeros, na llioia das vezes, como

radição, como condição necessáia e hmonio­

sa pra uma maior podutividde do rabalho e,

ouras vezes, como indesejável e pejudicial"

(BARROS apud MEL05).

Isto se expessa nos deoimentos a segur:

"

••.

os problemas relacionados a essas

caegoias que existem em unção de

uma políica de rabalho do paes e que

de cea foma nós somos obigados a

aceitr

•.•

rabalhamos conra, na medida

em que nos qualiicamos, que mosra­

mos rabalho e que ocupmos um espa­

ço... prá que o enfemero seja valoi­

zado". (Rita)

"

••.

eu acho que o abalho em que ter

ua divisão técnica

.••

porque tudo em

divisão. Se você for ver na ea de en­

genhria, por exemplo, tem aquele que

comanda, tem o -que execua e tem o

que planeja, então na Enfemagem em

que ter também. Eu acho que pra o en­

femeiro ica o çoando das atividades

de Enfeagem

.••

" (Denise)

Na Enfeagem, a dimensão manual do seu

rablho em sido enendida como um dos fat­

es geradoes de sua desvalorização scial.

Nese senido, a agentação das atividades

por difeenes caegorias, com graus e pepro

e escolaização divesiicados signicou o des­

lcaento da enfemera pa

a

unção de di­

ção e conole dos seviços da assisência e da

equie

e

Efeagem e possibilitou-lhe, em

unção da eparção concepção/excuão,

suir o pael

e

inelecul da

.

(6)

z Cra:

" •••

em nossa sciee o que

é

mnual

não

é

vlodo... em valor o que

é

inelcual, e isso

é

a

coisa que em

edo, que em iluencido a nossa

poisão

a

buca de valoção

•••

í

eu cr aé que a ene em valodo

s enjodas cois em eimento

e ouas que e em que são bási­

s

a

poiso, or,

exemplo, a

quesão do cuido

•••

"

Pa AEDA

t,

o fao da páica de En­

fegem ão esr sendo execida ela enfer­

eia em

a

sua exensão, deenou eda

de epço poissionl, ois, a r do momen­

o em que passou a cupr crgos de cheia,

iniciou-e o seu eso de nJizção na

áca a adde,

a

vez que ela se disnciou

do pciene, do essoal auxilir e

s

aividdes

igis eente ao objeto de sadde - o pa­

ciene/cliene.

No que se efee

à

delimitção do espaço e

unçes e

a

caegoia

a

nfeagem, e­

ciene s enfeeirs, esa em sido mui­

.

o diicil

a

páica, evido

ce e ideni­

e" eses eleenos. Aesr a egulen­

ção em lei (ei n2

7498

e 5686),que es­

elce s aivies ivaivs a enfeea,

a cnica,' a aur de Enfeagem, iso não

vem e cocendo

a

páica, onde dos fa­

em pai

e

ne udo, icdo a enf

e

ia

vncula ioiene

s

aivies i­

nisaivas e báias.

Refed-e

à

ei do Excício Poissi­

l,

enr Mques· coena que já se encon­

ava

efa

qundo de sa povção (foi

ova

13

nos ois

e poosa)

e ar

iso, esiem ÍCules enas pa sua

, pleeno. faa que

s

unçes da en­

fea

o

em e

o

o

cumpis

s

es

de

blho genes. Nese endo,

a

efeea

vm

edo coivene cm o

e

ci

o

er

a

oso

no

ó qe

ss

e

nçes

qe

ão

o

sus, oo m6m

qe elega

ss

s

es e coninua

a pr eenes

de

ef

a

gem, caegoa

exna

a

efa ei. O

oeno e Slvia

6

ne

nee

o

qe f

o

i

io

ca':

..

...

0

el

o

efeeo hoje,

o

esá

co

a

oso...

a níel os hospi­

s

ces a ene já sae, o en­

eo sá á

a r

os

aen­

es

e' ues e

r

cona e m

one

de

caves. Nos enos

osos

e ade ele divide o ablho com

o édico... e muios poissionais

cm

que e valom or esem

substindo édicos".

Na veae, cae eletr qui em que

­

dida o peso de foção encanha a en­

feeia

a

esa ão,

a

vez que, não

endo clros eus ies concetos de atuaço,

o que

é

inculcdo e cobdo coo endo es­

onsbilidde poissional signica, na páica,

exataene isto: cobir as deiciências de dos

os eviços e e

s

os poissionais envolvi­

dos no atendeno do paciene/cliene, oque

este não pde ser pejudicado. Não ode e não

eve esmo; mas porqe

é

justaene a efer­

eia que deve esponer por isso

?

A

ass­

cição que faz ene as unçes poissionais da

efeeira com aquelas "de esponsablidade

da mulher" em casa, pde fonecer alguns ele­

entos pra compeender elhor esse asco.

Isso oque, na Jamnia, ce essencialene

à

mulher o aendeno das necessiddes básicas

de mnuenção e reprdução da vida. Pra

cuprir esse pael, a muher assume uma ga

.

de esonsbilides e pcua esonder

é

or situes que, na vedde, estão fora e eu

alcnce.

Com elação

à

"cise e ndentidade", diz

aura:

"... essa crise de indentidade vem em

unção da erda de espaço, erda de

comeência, erda de posa essoal

e poissional...

O

enfeeo e afas­

tou muito da assisência, icou muito

mais aás de uma esa, na pae ai­

nisaiva, em a visão do assisencial e

isso foi

m

poque ele edeu o c­

ndo e sua popia equie

•••

"

SLVA' nalisa essa crise e ienidade

como sendo iológica, oque a idenicção

com o cuidado deo (o que vem no ojo do

poeno de aura), ou eja, com a Efea­

gem o passdo, em divisão écica ene cui­

dos execidos or difeenes agenes, sigi­

a m

descompsso ene as nsfoçes

coidas e s conceçes adicionais e ia

a

siução bígua

a

as enfees,

ienicada coo sendo um poblema

e

inde­

niçlo e pa6is. Pra SLVA', a sueção

ieológica dessa indeímiço

ó

e

dá elo

esgae das

s

hisóicas dessa caegia

poissional e abhnd-' com os dos a

alie concea de um moeno hisóco de­

emindo, o que signiica cohcer as ns-

.

• Ex-ine o

CORBN-RS

m u ona

"oia Salil

c

cao Tabhsa"

pofeia o V Ef. Sul, Po

ee, nJI0.

(7)

fs els quis pssou a Enfeem do

ppio

o

cpio e ecr s

sas

c

ríicas básics na scie

bi­

leira al.

Io,

pra ela, plica em

r

que a. aividdes aisaivas e e ensi­

no consiem o objeo e blho

r

exel!n­

cia as enf

e

as hoje, no

Bl,

o

eno a

ego ese fo que vai gnr a �­

vção da caegoia. Já

N.ME7

defee

que essa sueção idolóia eve plr

mém nm esgae ou na conquisa

o

cui­

ddo deo, oque enuncir a ele

a

"a

submisão

l

do enfeeo ao cpial, com a

muo e sua coe!nca écnica e, em

coneqacia, a

ea

de sua eseciciade

poissional"

Não é eu objeivo, nese balho, defe­

d

e

r

a

o

u ouras

s

es

onas

ci­

a,

o

qe

e oa egisrr é que a ecu­

rção ou quisiço da idenie poissionl

passa nCessiene ela copeenão do

pcesso de blho da enf

e

a, ou seja, ­

la conciência

s

açes eees no c­

.

idiano.

A

enfeea não e connur

n

d

a

a

pópia práica (no enido no do

emo).

A

dcente de enfeagem, de do geral,

não

poupa críicas

i

enfeea no execício da

poissão.

A

copeensão

de

que ela é, em

11-tima insância,

tmém

m

prduto

do pcesso

de foção, ou seja, do próio abalho do­

cene, começa a desonr em lguns

eoen­

tos. Eu

a

q

ue, ao olhr-e no eselho, a en­

femea no em gado

a

agem que

í

ve

eleida. Os connos essa agem, deios

com mis �ldez, incluem o fseno do

cuiado deo; o cáer submiso e efeo do

seu fr;

a falta de ousdia pissionl; o

­

go

à

br

c

a,

à

eas e ao cáer geecil

a

assisência;

a buca da valorço aavés

de

unçes que não lhe coeem; a fala de

engajeno olíico; a la de visão críica em

elação

o

conexo scl

o

nôico ode sua

páica

e

ee.

Vejmos o que dizem os deoenos:

·'0

enfeeo na

á

muio bio­

do

••• ·

ele ainda

o

em uonoia

a

eenvolvr sua oiso, ele esá vin­

c

o

a aivides sis... ele em

muia dicule

a

eenvolvr a

auona.

•• "

(Sla)

"

••• eu cho que pa enf

e

a ina

fala qela ia de qer fer l­

a oa,

ineenene esa

oa

ó

cnica.

•• " (Jdlia)

... a

o

que o enfeeo

sa

é

s

dquele poissionl qe em

l

quali

e

s... is volado

r

lo do

coeno do que do io e

-nhceno que ele pcisa pa excer

essa poissão" (Taís)

Aqui e

quanto

a pópia dcene tem

esado envolvida no "cla" de

cise,

e ques­

ionentos e aé eso

de essimiso qe

epassa a poissão, ua vez que ela e o crso

não exisem em bsao,

s

se ineem con­

ea e ativene nua ide isóica e

sciene deeinda

4

E DAí

1

Analisadas

no

seu conjunto, estas falas

desvelm coitos

onde

usualmene e

pe­

supõe consenso, iluminm

a

disncia e/ou

ximidade ene o

ico

e o vivido e en­

sionm os efeitos de curículos, planos de ensi­

no

e

egulentôs.

Mais do que isso,

oém, eeem pa

ua

elexão acerca do pael da

e

co

la e

de sua

­

lção com o conexto scial one

a

pática

a

Efemagem

e

ceve.

Nessa ersciva, conhcer a foça de a­

balho dcene (e sus diiculddes e conlitos)

é

essencil pa

saer que ensino esá sendo exe­

cuado.

Só enão

seá ossível enender oque

ans

enaivs e

ansfoção aé hoje pr­

osas, não em saído do pael e quando o flC­

rm, não inerfeam siicativene na ea­

liade que e peendeu mudr.

R E F E RÊ NC IAS B I B L I OGRÁFICAS

1 ALMEIDA, M.C. e RHA, J. O ber e efagm

e

5 MELO, C. 0 ol o rao e Enfeagm. São

a

e

o

dJ.

São Paulo: Corez, 1986. Paulo: Corz, 1986.

2 CUNHA, L.A. ço e enIO sII o Bl. 6 MELLO, O.N. Matlo e I! Grau -a cea o 6 d. Rio e Jero: Frcico Alves, 1980. prso Ico. 7 d. São Paulo: Coez, 1987. 3 FORQUIN, I.C. ul efqe sMco ei o y

la-CO cs: iga e o r y oigm 7 NAKAMAE; D. Nos cs a Efeagm. São Pau-l' • Educion y Sciede, Madrid, (3): 177-224, lo: Coez, 1987.

1 985. .

4 OERMANO, R. dçQ

e

Uoa

a Efeagm o 8 SILVA, O.B. Eeagm pool - se a. São Bl. 2 ed. São Paulo: Cotez, 1985. Paulo: Corez, 1986.

Referências

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