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Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde na percepção dos trabalhadores e gestores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais

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Academic year: 2017

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NEUZA ANTUNES RODRIGUES

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES E GESTORES DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS

BIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência Faculdade de Medicina

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NEUZA ANTUNES RODRIGUES

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES E GESTORES DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS

BIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Dissertação a ser apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito final para a obtenção de título de Mestre. Área de concentração: Medicina Preventiva e Social. Linha de Pesquisa: Promoção da Saúde e suas bases: Cidadania, Trabalho e Ambiente.

Orientador - Prof. Tarcísio Márcio Magalhães Pinheiro Coorientadora - Profa. Jandira Maciel da Silva

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Reitor

Prof. Jaime Arturo Ramírez

Vice-Reitora

Profa. Sandra Regina Goulart Almeida

Pró-Reitor de Pós-Graduação

Prof. Rodrigo Antônio de Paiva Duarte

Pró-Reitora de Pesquisa

Profa. Adelina Martha dos Reis

Diretor da Faculdade de Medicina

Prof. Tarcizo Afonso Nunes

Vice-Diretor da Faculdade de Medicina

Prof. Humberto José Alves

Coordenador do Centro de Pós-Graduação

Prof. Luiz Armando Cunha de Marco

Subcoordenadora do Centro de Pós-Graduação

Profa. Ana Cristina Cortes

Chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social

Prof. Antônio Thomaz Gonzaga Mata Machado

Subchefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social

Profa. Alaneir de Fátima dos Santos

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência

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AGRADECIMENTOS

Com muita alegria, expresso aqui a minha gratidão:

À grande mestra, professora Elza Machado de Melo, que me pescou na “Rede Saúde Paz”.

A todos os gestores e trabalhadores do ICB, que participaram como sujeitos desta pesquisa (vice-diretor, administrador, chefes dos departamentos, gerente de resíduos e chefe dos serviços de limpeza, professores, alunos, técnicos e terceirizados da equipe da limpeza) que colaboraram dedicando seus preciosos tempos e saberes durante as entrevistas e grupos focais. Meu sincero respeito e carinho.

De maneira especial agradeço ao professor Tarcísio Márcio Magalhães Pinheiro e a professora Jandira Maciel da Silva por terem aceitado a empreitada de me orientar neste trabalho. Pelos ensinamentos, pelas profícuas discussões à cerca da Saúde do Trabalhador, da Biossegurança ambiental e pela oportunidade de outros aprendizados. A todos os professores, colegas do Mestrado e a Dione pela agradável convivência e auxílios.

A Lauriza Maria, Cintia Maciel, Amanda Batista e Tiago Moura pelo profissionalismo e atenção dispensada a todos nós deste mestrado.

A nossa querida diretora do ICB, grande “coach” chefa e amiga Andréa Mara Macedo que me incentivou e aceitou ser colaboradora neste e em outros projetos na minha caminhada no ICB. Muitíssimo obrigada pelo otimismo com que nos conduz.

A Ceres, por ter aceitado também ser colaboradora deste trabalho, pela força e incentivo de todas as horas. Obrigada demais.

A querida chefa Gloria Franco pela grande contribuição na apresentação deste trabalho, e pelo carinho de sempre.

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Ao chefe mor, professor Sérgio Danilo Junho Pena pela formação do grupo LGB/ICB do qual tenho muito orgulho em participar e pelos sólidos ensinamentos. Meu sincero respeito e carinho.

A todos os queridos alunos do LGB, muito obrigada pela saudável convivência diária, pela

amizade, carinho, ensinamentos, motivação e contribuições neste trabalho.

A Natália e Bruno pelos auxílios durante todo este trabalho.

As minhas queridas amigas do “Projeto do B”: Annamaria, Andrea, Gloria, Vania Prado, Elida, Luciana, Debora e Cida pela convivência e agradáveis encontros de longas datas.

As professoras Elci e Ilka Cintra, pelos ensinamentos e abertura de caminhos.

A Maria Aparecida Campana Pereira pela cumplicidade na caminhada rumo às causas ambientais.

À minhas queridas irmãs: Nilde, Nelmam, Neilza, Lia e Jane e aos queridos irmãos: Hamilton e Paulo Roberto.

A meus amigos por torcerem por mim, em especial a minha querida amiga comadre Andréa pelas mensagens diárias, companheirismo de sempre.

A todas as pessoas que contribuíram para que este trabalho tomasse a sua forma.

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Se quisermos continuar a aventura terrenal e cósmica, temos de tomar decisões coletivas que se ordenam à salvaguarda do criado e à manutenção das condições gerais que permitam à evolução seguir seu curso ainda aberto.

Precisamos fazer uma nova aliança com a Terra e um novo pacto social de responsabilidade entre todos os humanos, fundado numa dimensão espiritual de reverência frente ao mistério da existência, de gratidão pelo presente da vida, e de humildade, considerando o lugar que o ser humano ocupa na natureza.

Leonardo Boff

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RESUMO

O gerenciamento dos resíduos produzidos em instituições de saúde é assunto de alta relevância. Entretanto poucos estudos têm abordado a questão dos resíduos que são gerados nas atividades de ensino, pesquisa e extensão das universidades. Este estudo teve como principal objetivo analisar o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (GRSS) a partir da percepção de gestores e trabalhadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Utilizou-se uma abordagem de natureza qualitativa, de caráter exploratório, tipo Estudo de Caso. A coleta de dados se deu mediante a realização de entrevistas semiestruturadas com gestores da instituição estudada (diretor, administrador, gerente de resíduos e chefe de serviços da limpeza) e de grupos focais por meio de roteiros semiestruturados para gestores e trabalhadores (chefes de departamento, professores, técnicos de laboratórios, alunos e terceirizados dos serviços de limpeza). Foram pesquisados 40 sujeitos sendo 11 gestores e 29 trabalhadores. Os dados foram analisados mediante a técnica de análise de conteúdo de Bardin e estabeleceram-se as seguintes categorias de análise: percepção dos riscos ocupacionais e estratégias defensivas e de enfrentamento dos riscos no trabalho. Os resultados apontaram que todos os sujeitos reconhecem a existência de riscos para à saúde advindos do processo de trabalho com os resíduos de serviços de saúde (RSS). Estes riscos são múltiplos e de distintas naturezas e tipos. Entretanto, a maioria dos sujeitos relata dificuldades para minimizar ou eliminar os riscos identificados. Consideram a falta de capacitação continuada sobre biossegurança e GRSS, a elevada rotatividade de alunos, a terceirização dos serviços meio, a falta de comunicação e a deficitária estrutura física no instituto como os principais fatores dificultadores no processo de GRSS. Relatam disponibilidade de algumas ferramentas estratégicas para minimização dos riscos no instituto, mas que não consideram que as mesmas sejam suficientes. Além disso, relataram que a resolução dos problemas advindos do GRSS no instituto é conjugada a uma discussão conjunta de toda a comunidade envolvida no processo de trabalho com os RSS.

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ABSTRACT

The issue concerning the management of waste produced by health institutions is highly relevant. However, few studies have been approached the management of waste in which is generated by teaching, research and extension activities. The main goal of this study was to analyze the Health services waste management (GRSS, from the Portuguese Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde) through the perception of managers and employees from the Institute of Biological Sciences

(ICB, from the Portuguese Instituto de Ciências Biológicas) at Federal University of Minas Gerais (UFMG, from the Portuguese Universidade Federal de Minas Gerais). The present work follows a qualitative approach of exploratory character, i.e., it is a Case Study type of work. Data acquisition was performed through individual interviews through questionnaires with open questions to managers (director, manager, waste manager and cleaning services head) and through semistructured scripts for focus groups discussion composed by managers (department head) and employees (professors, laboratory technicians, students and outsourced cleaning services). A total of 40 subjects were interviewed including 11 managers and 29 employees. Data was analyzed according Bardin content technical analysis and the following categories were stablished: occupational risk perception and strategies of protection and risk addressing at work. Results point out that all subjects acknowledge the existence of risks that arise from working with health services waste (RSS, from the Portuguese Resíduos de Serviços de Saúde). RSS-associated risks are abundant and have distinct origins and kinds.

Nevertheless, the majority of subjects report inability in minimize and eliminate the risks in which were pointed out. Indeed subjects also consider that the lack of continued capacitation on biosafety and GRSS, high student turnover, outsourced service employees, lack of communication, and the Institute poor physical infrastructure act as complicating factors to the GRSS process. The subjects report the availability of a few strategic tools for risk minimization in the Institute, although they consider these to be insufficient. Moreover, subjects report that the solutions to GRSS-related problems are closely related to conjoint discussions involving the entire community of RSS workers.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária ART Anotação de Responsabilidade Técnica ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANBIO Associação Nacional de Biossegurança BVS Biblioteca Virtual em Saúde

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CDTN Centro de Desenvolvimento de Energia Nuclear

CENEX Centro de Extensão

CERAD Centro de Radioproteção do ICB CBO Classificação Brasileira de Ocupações CIBio Comissão Interna de Biossegurança

CTNBio Comissão Técnica Nacional de Biossegurança CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes COEP Comitê de Ética em Pesquisa

COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior DGA Departamento de Gestão Ambiental

DSG Departamento de Serviços Gerais LGB Laboratório de Genética Bioquímica EPC Equipamentos de proteção coletiva EPI Equipamentos de proteção individual FUNED Fundação Ezequiel Dias

FRPT Fatores de Risco Psicossocial no Trabalho GERES Gerência de Resíduos

GRSS Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde GERESOL Grupo de Estudos de Resíduos Sólidos

GF – Grupos Focal

ICB Instituto de Ciências Biológicas IGC Instituto de Geociências

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MTE Ministério do Trabalho e Emprego OGM Organismos Geneticamente Modificado NR Norma Regulamentadora

PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PAGRES Programa de Administração e Gerenciamento de Resíduos Sólidos PGIRSSEL Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos de Serviços de Saúde e Efluentes Líquidos.

PGR Programa de Gestão de Resíduos POP Procedimento Operacional Padrão

PPRA Programa de prevenção de Riscos Ambientais RH Recursos humanos

RSS Resíduos dos Serviços de Saúde

SIASS Sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor

SCIELO– Scientific Electronic Library Online

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SLU Superintendência de Limpeza Urbana TAE Técnico Administrativo em Educação

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LISTA DE FIGURAS

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Sumário

1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 10

Resíduos Sólidos ... 10

Resíduos de Serviços de Saúde ... 12

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde ... 14

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) ... 20

Programa de Gestão de Resíduos Sólidos na UFMG ... 24

Ações Relativas ao GRSS no ICB ... 27

Objetivo Geral ... 31

Objetivos específicos ... 31

Área de Estudo ... 32

População total do Instituto ... 36

Análise dos dados ... 38

Aspectos éticos ... 38

INTRODUÇÃO ... 40

MÉTODO ... 43

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 45

Percepção dos riscos ocupacionais ... 46

Estratégias defensivas e de enfrentamento dos riscos ... 59

Considerações Finais ... 69

AGRADECIMENTOS ... 70

REFERÊNCIAS ... 70

5- ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ... 74

APÊNDICES ... 83

APÊNDICE B ... 85

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os trabalhadores, (professores, TAEs, e alunos). ... 85

APÊNDICE C ... 87

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os gestores: administrador, chefe da empresa de limpeza terceirizada, diretor, gerente de resíduos e chefes de Departamentos. ... 87

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ENTREVISTA Nº 1 e 2 ... 89

QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO PARA OS GESTORES, ADMINISTRADOR E A CHEFE DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA DO PRÉDIO. 89 APÊNDICE E ... 90

ENTREVISTA Nº 3 ... 90

QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO PARA O GESTOR, DIRETOR. ... 90

APÊNDICE F ... 91

ENTREVISTA Nº 4 ... 91

QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO PARA A GESTORA, GERENTE DE RESÍDUOS ... 91

APÊNDICE G ... 92

GRUPO FOCAL Nº 1 ... 92

ROTEIRO PARA O GRUPO DE GESTORES, CHEFES DE DE DEPARTAMENTOS. ... 92

APÊNDICE H ... 93

GRUPO FOCAL Nº 2 ... 93

ROTEIRO PARA O GRUPO DE TRABALHADORES TERCEIRIZADOS DE SERVIÇOS DA LIMPEZA DO ICB. ... 93

APÊNDICE I ... 94

GRUPO FOCAL Nº 3, 4 e 5 ... 94

ROTEIRO PARA OS GRUPOS DE TRABALHADORES: PROFESSORES, TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO (TAES) E ALUNOS. ... 94

ANEXOS ... 95

ANEXO 1 - Aprovação para realização da pesquisa no ICB. ... 95

ANEXO 2- Aprovação do projeto no Departamento de Medicina Preventiva e Social da Fac. Medicina da UFMG. ... 96

ANEXO 3 – Aprovação do Projeto no COEP da UFMG. ... 97

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1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Resíduos Sólidos

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações (CARTA DA TERRA, 2000).

Neste sentido, considera-se que as mudanças aceleradas e as transformações da sociedade atual trazem além de melhorias no estilo de vida da sociedade também algumas preocupações. Estas mudanças geralmente vêm do campo da ciência e da tecnologia, cuja dinâmica movimenta o surgimento de inovações nos mercados de capital, trabalho, bens e serviços. Esse mercado exige readequações nos modos de fazer ciência tanto nos processos metodológicos, como nas situações e condições de trabalho, do ponto de vista da produção científica e da sistematização do trabalho dentro das instituições (MINAYO, 2010).

Estas instituições que aderiram ao novo estilo de vida produzem, diariamente, uma grande quantidade e variedade de lixo, atualmente denominados Resíduos Sólidos (RS). Estes em determinadas situações, podem ocasionar a poluição dos solos, das águas e do ar com seus potenciais tóxicos, além de propiciar a proliferação de vetores de doenças (HESS, 2002).

Sisinno & Oliveira (2000) consideram que a análise das consequências da exposição direta ou indireta aos RS urbanos é uma tarefa complexa e desafiadora, exigindo a participação integrada de profissionais das mais diversas formações disciplinares unidos por interesses comuns.

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11 procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

São princípios da Lei de Resíduos Sólidos Nº 12.305 observar a prevenção e a precaução. Prevenção entendida como a certeza de que todos os riscos são conhecidos no estado atual do conhecimento e reconhece-se a existência de medidas para diminuir, eliminar e intervir no possível dano. Sendo assim, adotam-se atitudes de segurança em função dos riscos identificados. A Precaução refere-se à certeza de que nem todos os riscos são conhecidos no estado atual do conhecimento, portanto existe a possibilidade da ocorrência de danos. Como risco desconhecido não pode ser considerado como sendo inexistente, deve-se ser mais restritivo e implantar medidas que possam prever o possível dano. Observar os princípios da cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

São objetivos desta lei a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; o tratamento dos RS, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; a minimização de impactos ambientais; a redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; a cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; a capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; a funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira.

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12 apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica.

Segundo Mavropoulos, diretor técnico mundial da ISWA (International Solid Waste Association) (2010) nos últimos anos houve um aumento da preocupação da sociedade com relação à gestão dos resíduos dos serviços de saúde a nível mundial, tendo sido direcionado um esforço significativo no sentido da realização de uma gestão adequada e segura dos resíduos perigosos advindos dos serviços de saúde. Esta preocupação cresceu devido ao aparecimento de alguns trabalhos nas últimas décadas sobre os riscos impostos à saúde pública e ao meio ambiente por uma gestão inadequada dos RSS (MAVROPOULOS, A., 2000, p.5).

Resíduos de Serviços de Saúde

Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são caracterizados como aqueles gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).

Os RSS representam uma pequena parcela dos resíduos gerados em um município, no entanto é importante que o seu gerenciamento seja feito com todos os cuidados preconizados pelas normativas vigentes e prerrogativas éticas.

Em 2004, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) formatou, através da Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 306, de 07 de dezembro de 2004, o regulamento que dispõe sobre o programa técnico para o gerenciamento de RSS. Em 2005, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) formatou a Resolução 358.

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13 serviços de tatuagem, estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; e similares. No entanto estes resíduos constituem um desafio com características especiais, uma vez que, além das questões ambientais próprias de qualquer resíduo, trazem também consigo uma preocupação em relação ao controle de infecções nos ambientes prestadores de serviços nos aspectos da saúde ocupacional, individual e à saúde pública.

Os RSS ganharam destaque legal no início da década de 1990, quando foi aprovada a Resolução CONAMA Nº 006 de 19 de setembro de 1991 que desobrigou a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde. Posteriormente, a Resolução CONAMA Nº 005 de 05 de agosto de 1993, fundamentada nas diretrizes da CONAMA Nº 006 de 19 de setembro de 1991, estipulou que os estabelecimentos prestadores de serviço de saúde e terminais de transporte deveriam elaborar o gerenciamento de seus resíduos, contemplando os aspectos referentes desde a sua geração até a disposição final. Esta resolução sofreu um processo de aprimoramento e atualização, o qual originou a Resolução CONAMA Nº 283/01, publicada em 12 de julho de 2001. A Resolução CONAMA Nº 283/01 dispõe especificamente sobre o tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde. Define os procedimentos gerais para o manejo dos resíduos a serem adotados na ocasião da elaboração do Plano, isto não havia sido contemplado em nenhuma resolução ou norma federal até então.

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14 na definição de regras equivalentes para o tratamento dos RSS no país, com o desafio de considerar as especificidades locais de cada Estado e Município.

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

A RDC ANVISA No 306 e a RDC CONAMA No 358 relatam sobre o gerenciamento dos RSS em todas as suas etapas. Definem a conduta dos diferentes agentes da cadeia de responsabilidades pelos RSS. Refletem um processo de mudança de paradigma no trato dos RSS, fundamentada na análise dos riscos envolvidos, em que a prevenção passa a ser eixo principal e o tratamento é visto como uma alternativa para que recebam manejo específico, desde a sua geração até a disposição final, definindo competências e responsabilidades para tal.

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15 Figura 1 - Representação da classificação, dos RSS por grupo.

Fonte: Livro Boas Práticas de Laboratório, 2013, p. 280.

Assim como os resíduos gerados pela comunidade, o potencial de risco dos RSS aumenta quando os mesmos são manuseados de forma inadequada ou não são apropriadamente acondicionados e descartados, especialmente em situações que favorecem a invasão de agentes de risco no organismo.

Segundo Cussiol (2008), os principais riscos a que os trabalhadores estão sujeitos são:

 Risco Biológico - Considera-se risco biológico a probabilidade da ocorrência de um evento adverso em virtude da presença de um agente biológico. Os pré-requisitos necessários para o desenvolvimento de uma doença infecciosa são: presença do agente infeccioso; número suficiente do agente; hospedeiro suscetível; porta de entrada do agente no hospedeiro, que deve estar presente ou ser criada. Exemplos desses agentes: fungos, vírus, vermes, bactérias, protozoários, etc., organismos geneticamente modificados (OGM) de acordo com os níveis de biossegurança I, II, III, IV.

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16 seringas; - colocar os recipientes coletores para o descarte de material perfurocortante próximo ao local onde é realizado o procedimento; - descartar todo resíduo perfurocortante e abrasivo, inclusive os que não foram usados, em recipiente exclusivo, resistente à perfuração e com tampa, sem ultrapassar o limite de 2/3 da capacidade total; - fornecer equipamentos de proteção individual ao pessoal da higienização e coleta dos resíduos, de acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA do estabelecimento, e exigir o seu uso correto (atentar para a possibilidade de haver agulha dispersa no chão); - seguir as orientações do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS do estabelecimento.

 Risco físico - Exposição dos profissionais a agentes físicos. Ex: ruído, calor, frio, pressões, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes vibrações iluminação deficiente ou excessiva e umidade. A capacitação continuada, o correto atendimento às normas e o gerenciamento dos resíduos minimizam a exposição a este tipo de risco.

 Risco químico - Exposição dos profissionais a agentes químicos, como poeiras, névoas, vapores, gases, mercúrio, produtos químicos em geral. A exposição aos resíduos químicos perigosos mal acondicionados ou submetidos a tratamento em instalações inadequadas também é danosa à saúde do trabalhador e da população do entorno da área de trabalho. O risco químico pode ser minimizado utilizando-se equipamentos de proteção individual – EPIs (luvas, máscaras, óculos e avental impermeável) adequados para o manuseio de produtos químicos, inclusive os desinfetantes, de acordo com boas práticas a fim de garantir a manutenção da saúde e a segurança das pessoas, além de evitar impactos ao meio ambiente.

 Risco ergonômico - Causado por agentes ergonômicos, como postura inadequada, levantamento e transporte manual de cargas e ritmo de trabalho e carga excessivos, que podem resultar em transtornos músculo-articulares. Para minimizar o risco ergonômico, são recomendadas as seguintes ações: organizar o ambiente de trabalho; fazer exercícios periódicos; planejar a frequência da coleta interna dos resíduos; promover capacitações permanentes de toda equipe envolvida no trabalho.

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17 riscos são: abrigo de resíduos com espaço físico subdimensionado ou arranjo físico inadequado, acesso inadequado ao abrigo de resíduos pelo pessoal da coleta externa, contêineres sem condições de uso, perigo de incêndio ou explosão de equipamentos de tratamento de resíduos, ausência de EPI adequado; improvisações diversas. Para minimizar o risco de acidentes, dentre outras medidas, devem adquirir EPI de qualidade, com desenhos respeitando a ergonomia e em número suficiente para a utilização da equipe de trabalho; segregar e acondicionar corretamente os resíduos, principalmente os que podem resultar em danos ao trabalhador que faz a higienização e coleta; realizar manutenção preventiva e corretiva da estrutura física da sala e do abrigo de resíduos; dos recipientes de acondicionamento, do carro de coleta interna e também, dos contêineres de armazenamento; implantar o PPRA, de acordo com a NR-9.

 Risco fator psicossocial - Os riscos psicossociais podem interferir até mais do que fatores físicos no desempenho do trabalho. Esses riscos são os menos estudados e raramente considerados capazes de causar doenças ocupacionais. Em tarefas repetitivas, a diferença pode ser o desenvolvimento de um Fator de Risco Psicossocial no Trabalho (FRPT) entre aqueles que fazem uma análise do momento de desenvolver maneiras ergonômicas corretas de executar a tarefa, e aqueles que não o fazem. Novas habilidades ou participação de decisões da organização podem ser fatores de risco psicossociais específicos que incluem as dimensões de controle no trabalho. Ambiente de sobrecarga de trabalho, ambiente e demandas conflitivas são mais vulneráveis a acidentes.

 Risco pela falta de conforto e higiene - Exposição do profissional a riscos por ausência de conforto no ambiente de trabalho e a riscos sanitários. Ex.: ausência de produtos de higiene pessoal, como sabonete líquido e toalha descartável nos lavatórios; ausência de água potável para consumo; não fornecimento de uniformes; ausência de vestiários com armários para a guarda de pertences; falta de local apropriado para lanches ou refeições; falta de proteção contra chuva; entre outros. Para minimizar o risco pela falta de conforto e higiene, o estabelecimento deve proporcionar à equipe condições de higiene, de conforto e de salubridade no ambiente de trabalho, de acordo com a NR-24 do MTE.

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18 disposição final “do berço ao túmulo”, o que caracteriza um dos maiores desafios aos estabelecimentos produtores de resíduos.

Segundo a RDC Nº 306/2004 e do CONAMA Nº 358/2005, o gerenciamento de resíduos é o conjunto de atividades técnicas e administrativas aplicáveis às etapas de geração, classificação, segregação no local da geração, acondicionamento, coleta, armazenamento e disposição final. Conforme a Figura 2.

Figura 2 - Etapas do Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

Fonte: Livro Boas Práticas de laboratório. 2013, p. 274

Quanto à produção dos Resíduos relativos aos OGMs, a Lei Nº 11.105, de 24 de março de 2005 da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), estabelece dentre outras, normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a liberação no meio ambiente e o descarte desses organismos e seus derivados, tendo como estímulo a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.

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19 para todos os servidores públicos federais tem como parte das iniciativas, o acompanhamento da saúde dos servidores com o objetivo de prevenção de agravos instalados e a promoção da saúde. O exame permite avaliar a condição de saúde dos servidores e detectar precocemente doenças relacionadas ou não ao trabalho, por meio dos exames clínicos e avaliações laboratoriais gerais e específicas com base nos riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos, psicossociais, entre outros) a que estão expostos os servidores nas diversas atividades exercidas. Porém o desconhecimento e a desatenção com relação aos mesmos não reduzem os seus efeitos.

Cussiol (2008) considera que o gerenciamento de risco é o processo de identificar e controlar de forma mais eficiente os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos durante o desempenho das tarefas, a fim de assegurar a saúde, prevenir acidentes, evitar danos ambientais e preservar o patrimônio público.

De forma geral, os riscos devem ser minimizados e, até mesmo eliminados por meio da: seleção e aplicação das possíveis medidas apropriadas de controle; implantação de programas de alertas, inclusive com distribuição de material informativo; capacitação dos recursos humanos sobre como reconhecer os riscos envolvidos em suas tarefas; e sensibilização para a importância da utilização e higienização dos equipamentos de proteção individual para evitar danos à saúde. A tarefa de gerenciamento de riscos deve ser implantada por todas as partes envolvidas nos processos, ou seja, em todos os níveis da organização. Figura 3.

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20 Figura 3 - Representação da cadeia de envolvidos com o gerenciamento e manejo dos

RSS no ICB.

Fonte: Capa Cartilha a segurança no Trabalho Depende de Todos. 2007.

Rodrigues & Barbosa

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)

O PGRSS é o documento onde estão estabelecidas as diretrizes de manejo dos RSS. É composto basicamente por vários procedimentos operacionais exclusivos do estabelecimento de saúde. O PGRSS deve ser elaborado conforme a RDC ANVISA Nº 306/2004, Resolução CONAMA Nº 358/2005 e normas do Ministério do Trabalho e Emprego como a NR-32 entre outras. Deve ainda ser compatível com as normas locais relativas à coleta, ao transporte e à disposição final estabelecida pelos órgãos locais responsáveis por essas etapas.

Este Plano estabelece duas fases distintas: a) intra-estabelecimento, relativa às etapas ocorridas desde o ponto de geração até a colocação dos resíduos para a coleta externa e b) a fase extra-estabelecimento, relativa aos procedimentos que ocorrem com a equipe da coleta em ambientes externos ao estabelecimento.

Essas fases constituem-se das seguintes etapas:

 Minimização da geração - a geração de resíduos deve ser mantida a níveis mínimos praticáveis de volume, pois, além de minimizar os riscos de exposição a agentes perigosos presentes em algumas frações, há redução dos custos para o gerenciamento.

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21 na disposição final dos resíduos. O uso de EPI adequados protege as áreas do corpo expostas ao contato com os resíduos, conforme previsto na NR-6 do Manual de Segurança e Medicina do Trabalho, e também da NR-32, sobre Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Cabe ao empregador dispor de equipamentos de proteção que se adaptem ao tipo físico do trabalhador. E cabe ao trabalhador usá-los devidamente. Também a RDC ANVISA Nº 306/2004, preconiza que o pessoal envolvido diretamente com os RSS deve ser submetido a exames médicos periódicos e deve receber também as imunizações cabíveis. Os trabalhadores imunizados devem realizar controle laboratorial sorológico para a avaliação da resposta imunológica. As medidas de proteção devem ser adotadas a partir do resultado da avaliação feita no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA do estabelecimento, exigido na NR-32.

 Segregação na origem - Esta operação deve ser feita no próprio local de geração e de acordo com as características físicas, químicas, biológicas e radiológicas do resíduo, estado físico (sólido e líquido) e forma química. Devem-se sempre observar as exigências de compatibilidade química dos resíduos entre si para que acidentes não ocorram.

 Acondicionamento - É a colocação, de forma segura, do resíduo em embalagens adequadas para coleta, transporte, armazenamento e disposição final. Deve ser de acordo com o tipo do resíduo e os limites de enchimento dos coletores. Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos plásticos contidos em recipiente (lixeira) confeccionado com material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e resistentes a tombamento. Os resíduos perfurocortantes e abrasivos devem ser descartados em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e devidamente identificados de acordo com a NBR 13853/97 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.

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22  Tratamento interno - Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes a cada tipo de resíduo, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente.

 Coleta e transporte internos são estipulados em dois momentos - A Coleta1, que consiste no recolhimento do resíduo diretamente do ponto de geração e remoção para a sala de resíduos, armazenamento temporário e a Coleta 2, que consiste no recolhimento do resíduo da sala de armazenamento temporário para o armazenamento externo. O carro ou recipiente utilizado para o transporte interno dos resíduos deve ser de uso exclusivo e específico para cada grupo de resíduo. Deve ser constituído de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, com cantos e bordas arredondados e identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo nele contido. O roteiro do transporte deve ser previamente definido e ocorrer em horários de menor fluxo de pessoas ou de atividades.

 Armazenamento temporário - Constitui-se de um local específico para este fim, dentro do estabelecimento, durante o aguardo da Coleta 2 e deve ser devidamente identificada.

 Registros para o controle dos resíduos especiais: Etapa que assegura o rastreamento dos resíduos químicos perigosos e rejeitos radioativos, como também dos materiais recicláveis e dos resíduos orgânicos destinados para alimentação animal e compostagem. Os registros devem ser atualizados sistematicamente, para fins de monitoramento dos indicadores e fiscalização.

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23 A RDC ANVISA Nº 306/2004 ANVISA prescreve que o dirigente do estabelecimento deve designar um profissional que se responsabilizará pela elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde – PGRSS.

O profissional designado para elaborar e implementar o PGRSS da instituição deve, segundo a ANVISA, ter registro ativo junto ao conselho de classe e apresentar Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), certificado de responsabilidade técnica ou documento similar, para exercer a função de responsável pela elaboração e implantação do PGRSS. O mesmo deve ter nível superior de escolaridade. Quando a formação profissional não abranger os conhecimentos necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as qualificações correspondentes.

Os dirigentes ou responsáveis técnicos dos serviços de saúde que forem designados como responsáveis pelo PGRSS deverão: manter cópia deste documento e mantê-lo disponível para consulta sob solicitação da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral; promover capacitação inicial e continuada dos recursos humanos; fazer constar nos termos de licitação e de contratação dos serviços referentes ao GRSS as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar nos estabelecimentos de saúde, bem como no transporte, tratamento e disposição final desses resíduos; requerer às empresas prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos RSS e documento de cadastro emitido pelo órgão responsável de limpeza urbana para a coleta e o transporte dos resíduos; requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta, transporte, tratamento ou disposição final dos RSS, documentação que identifique a conformidade com as orientações dos órgãos de meio ambiente; manter registro dos resíduos encaminhados para reciclagem e compostagem; manter registro dos rejeitos radioativos gerados e liberados após decaimento da radioatividade; manter registro dos resíduos químicos perigosos encaminhados para tratamento e disposição final; monitorar e avaliar o PGRSS, por meio de indicadores.

Os indicadores do PGRSS são importantes para avaliar o desempenho do

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24 Macedo (2014), a presidente da Associação Nacional de Biossegurança (ANBIO), considera ser importante a observância da contenção e manejo dos riscos como um caminho seguro para a minimização de perigos e que a evolução histórica do conceito de risco e da sua percepção ao longo do tempo representa a evolução da Biossegurança como Ciência.

Teixeira & Valle (1996) conceituam Biossegurança como sendo conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos presentes em atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados dos trabalhos desenvolvidos. Este foco de atenção remete ao ambiente ocupacional, amplia-se para a proteção ambiental, a qualidade de vida dos trabalhadores e também a qualidade dos trabalhos desenvolvidos nesses ambientes.

O programa de Biossegurança está diretamente ligado à Qualidade de Vida no Trabalho que têm como objetivo criar uma organização mais humanizada, mediante maior grau de responsabilidade e de autonomia no trabalho. A falta desse programa traz condições de trabalho inseguro que acabam levando a insatisfações, cansaços excessivos, queda de produtividade, problemas de saúde e acidentes de trabalho (ANVISA, 2005).

Ainda de acordo com a ANVISA (2005), o grande problema da Biossegurança não está nas tecnologias disponíveis para eliminar ou minimizar os riscos e, sim, no comportamento nas práticas cotidianas dos profissionais.

No sentido de atualizar as normativas técnicas e legais do gerenciamento de resíduos, em 30 de março de 2015, a representação da Diretoria Colegiada da ANVISA pelo uso das suas atribuições colocou para consulta pública uma nova resolução sob o N° 20, que se aplica aos serviços de saúde cujas atividades envolvam qualquer etapa do manejo dos resíduos, sejam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa.

Programa de Gestão de Resíduos Sólidos na UFMG

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25 diagnóstico da situação da geração, coleta e destinação desses resíduos e dentro deste contexto, favorecer a tríade ensino-pesquisa-extensão.

O levantamento de outros modelos externos e o mapeamento de atividades ligadas ao tema internamente foram ações de operacionalização do programa. Os resultados, ainda que não esgotados, destacaram a parceria com a Administração Pública Municipal através da Superintendência de Limpeza Urbana - SLU, o engajamento da comunidade universitária frente aos projetos de coleta seletiva da Instituição e principalmente a busca e ampliação da prestação de serviços na área de saneamento configurou-se num novo ambiente de negócios (Cintra et. al., 1997).

Quando se propõe a disciplinar o tratamento e a disposição final de RS em instituições de ensino superior emergem problemas como a falta de planejamento integrado e articulado entre os diversos agentes envolvidos e a dificuldade de se encontrar a melhor estratégia de trabalho para levantamento dos resíduos produzidos. A consequência imediata dessa situação é a destinação inadequada dos resíduos. Nesse contexto, o trabalho desenvolvido pela Comissão Técnica de Resíduos, recurso humano instituído para desenvolvimento do Programa de Administração e Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PAGERS, coordenado pelo Grupo de Estudos de Resíduos Sólidos – GERESOL onde foram participantes, o Instituto de Geociências da UFMG - IGC e a Pró-reitoria - PRA, pretendeu criar estratégias que pudessem nortear as ações da instituição no tocante ao lixo gerado e pudesse se constituir em instrumento para trabalhos sobre resíduos sólidos para outras instituições de ensino. Reuniram-se profissionais com experiência cotidiana em descarte de resíduos, além de um representante de projetos de sensibilização e educação ambiental da Instituição com objetivos de operacionalizar a formatação, aplicação, tabulação e análise estatística dos dados que subsidiassem tais ações, (CINTRA, et. al. 2001).

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26 transporte, armazenamento, tratamento e a disposição final dos resíduos, no âmbito de toda a UFMG (MAGALHÃES, 2010).

O PGR/DSG da UFMG é focado na minimização da produção e na destinação adequada dos resíduos. Para isto, vem desde a sua instituição, abrindo várias frentes de trabalho entre as quais se pode mencionar:

 Elaboração de planos de gerenciamento de resíduos dos campi da Universidade e sua aprovação em órgãos pertinentes.

 Interlocução com os órgãos públicos municipais, estaduais e federais dedicados à área de gestão de resíduos ou educação ambiental.

 A participação em ações e eventos de entidades públicas e não governamentais voltadas para a preservação ambiental das áreas contíguas à instituição.

 Contratação, por meio de processo licitatório, de serviços especializados para o recolhimento e destinação final de passivos químicos, quimioterápicos, antineoplásicos e anatomopatológicos acondicionados nas unidades acadêmicas.

 Participação no gerenciamento de resíduos sólidos das áreas verdes da UFMG, realizada através da parceria entre Divisão de Áreas Verdes do Departamento de Manutenção e Infraestrutura e o Departamento de Engenharia Sanitária da Escola de Engenharia.

 Implantação do Projeto de Coleta Seletiva Solidária no campus Pampulha, em atendimento ao Decreto lei 5.940 de 25 de outubro de 2006. Este Decreto está focado na inclusão social, viabilizada pela geração de renda para o agente social (o catador), ao determinar que a fonte geradora de recicláveis deva destiná-los às associações e cooperativas de catadores.

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27

Ações Relativas ao GRSS no ICB

No ICB/UFMG são oferecidas disciplinas do ciclo básico para os cursos de

graduação: Ciências Biológicas; Educação Física; Enfermagem; Farmácia; Fisioterapia; Fonoaudiologia; Medicina; Medicina Veterinária; Nutrição; Odontologia; e Terapia Ocupacional. Segundo informações registradas no PGRSS, a População total do ICB está em 5.124 integrantes.

Segundo Stehling, (2009), todo esse RH está envolvido em um ambiente que presta serviços de saúde, seja em atividades de laboratório ou em trabalhos que contêm diversos procedimentos e técnicas de pesquisa. Parte desses RH, que compõe o ICB, em algum momento está envolvida em atividades referentes à manipulação de materiais biológicos com microrganismos ou objetos por eles contaminados, organismos geneticamente modificados (OGM), produtos químicos, materiais que contenham radionuclídeos, materiais perfurantes contendo contaminantes ou não e outras substâncias que podem causar riscos à saúde da população e ao meio ambiente. As atividades de pesquisa ensino e extensão, desenvolvidas no ICB com riscos potenciais, quase sempre são desenvolvidas em laboratórios que podem estar ou não equipados de forma adequados para desenvolverem suas funções (STEHLING, 2009).

Este estabelecimento, conta, desde 2005, através da portaria Nº 014/2006, com uma servidora técnico administrativo responsável pelo gerenciamento dos resíduos aí gerados. Segundo informação desta profissional, o GRSS no ICB teve início com a elaboração do primeiro PGRSS em 2001. Nesta época, não havendo uma gerência de resíduos instituída no ICB, o Plano foi elaborado por uma servidora da Escola de Veterinária. Logo após a revisão da Legislação, ANVISA RDC 306/2004 e CONAMA Resolução 358/2005, foi realizada a designação do cargo de gerência de resíduos quando a servidora assume a gerência dos resíduos do ICB e a elaboração de um novo PGRSS. Este Plano contempla a situação atual da estrutura física e de atendimentos na área de ensino, pesquisa e extensão. Compõe-se das fases Intra e Extra-estabelecimento e dos aspectos relativos à saúde e segurança do trabalhador.

A geração dos RSS, qualitativa e quantitativa, é decorrente da frequência das atividades exercidas, das tecnologias utilizadas e da categoria, porte e complexidade do ICB.

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28 papel, lâmpadas fluorescentes queimadas e isopor, muito embora haja que se considerar a oscilação destas coletas de acordo com as demandas de mercado para as empresas catadoras e disponibilidades de transporte para as mesmas.

Outras medidas têm sido tomadas, no ICB, com o objetivo de minimizar os riscos advindos dos RSS. Dentre essas, pode-se mencionar: a organização de cursos de “Biossegurança em Laboratório” e “GRSS” que são oferecidos à comunidade interna para professores, técnicos em educação, alunos de pós-graduação e graduação, profissionais da área de saúde e afins. O interesse por este curso vem crescendo pela comunidade interna e externa à UFMG, já existindo inclusive a formação de turmas especiais voltadas para profissionais de outras instituições de ensino e pesquisa do Estado de Minas Gerais, como a Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), sob a coordenação de Neuza Antunes Rodrigues e Maria Aparecida Campana Pereira e com apoio da Diretoria do ICB. Este “Curso de Biossegurança em Laboratório” está constituído dos seguintes módulos: Relações Interpessoais no Trabalho; Práticas Essenciais em Laboratório; Higienização, Desinfecção e Esterilização de materiais; Segurança Microbiológica com enfoque nos OGMs ou não, com explicações sobre Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) e Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio); Segurança em Biotério; Segurança Química; Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (GRSS); Mapa de Riscos; Ética na Biossegurança (Bioética); Prevenção de incêndio e Primeiros Socorros.

Como resultado dessas atividades é possível identificar, dentre outros trabalhos desenvolvidos sobre resíduos na UFMG, a produção de alguns trabalhos científicos, literários e apresentações em congressos especificamente envolvendo o ICB

Dos trabalhos científicos: a dissertação apresentada à Escola de Veterinária, em 2009, intitulada “Gerenciamento de resíduos com risco biológico e perfurocortantes: conhecimento e sua aplicação no ciclo básico e na pesquisa do ICB da UFMG”, de autoria de Stehling, M. M. C. T.; a monografia de especialização intitulada “Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos de Serviços de Saúde e Efluente Líquido (PGIRSSEL) o Caso do Laboratório de Genética Bioquímica (LGB) do ICB da UFMG”, em 2010.

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29 “Boas Práticas de Laboratório, capítulo Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde” (RODRIGUES, N. A.; CAMPANA, M.A. P, 2013).

Apresentações em congressos: o trabalho, “Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos de Serviços de Saúde e Efluentes Líquidos o Caso do Laboratório de Genética Bioquímica do ICB da UFMG” (RODRIGUES, N. A., 2010), trabalho foi apresentado ao VII congresso de Biossegurança e “O gerenciamento de resíduos químicos perigosos como instrumento de minimização de riscos e impactos ambientais em um instituto de pesquisa”, este apresentado e premiado em primeiro lugar no VIII Congresso Brasileiro de Biossegurança (CAMPANA, M. A.P., et al., 2013).

Como fruto de um crescente trabalho, sobre a necessidade de medidas de biossegurança e do gerenciamento adequado do RSS na instituição, algumas medidas mitigadoras vêm sendo produtivamente tomadas no sentido de minimizar os riscos postos por esse tipo de trabalho. Todavia ainda percebem-se importantes lacunas no GRSS no ICB e na UFMG que frequentemente culminam em acidentes, levando a depreender que maiores esforços de controle e gerenciamento ainda são imperativos nesse setor.

Stehling (2013) considera que a literatura é vasta nas questões de biossegurança, manuais de procedimentos, protocolos pós-exposição, trabalho seguro em laboratórios, boas práticas laboratoriais, incluindo leis, decretos e resoluções apontados nos tópicos da dissertação, porém, há escassez desta literatura abordando riscos e acidentes em laboratórios de ensino, pesquisa e extensão nas universidades.

Visto que o trabalho pode trazer diversos tipos de riscos à saúde do trabalhador, Silva (1999) corrobora que a exposição a diferentes riscos presentes nos locais de trabalho pode expressar-se em acidentes, sofrimentos e doenças. O limitado e deficiente conhecimento destes riscos e danos à saúde relacionados com o trabalho têm importantes implicações para o Sistema Único de Saúde (SUS), no que se refere ao planejamento das ações de assistência, de vigilância e de intervenção sobre ambientes insalubres e inseguros.

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30 saúde dos trabalhadores tem ocupado espaços periféricos e ainda se encontra pouco estruturada dentro dos modelos de atenção a saúde no Brasil e na maioria de outros países.

De Couto (2010), analisou banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e revistas internacionais e nacionais e identificou, ainda que de forma preliminar, que os trabalhos apresentados estão geralmente centrados em abordagens corretivas e passiva do gerenciamento de resíduos, apresentando assim a escassez de estudos focados na prevenção e minimização nas fontes geradoras das universidades.

Neste sentido percebe-se a necessidade de investimentos em produções científicas e maiores articulações entre os atores sociais envolvidos para a melhoria da qualidade do trabalho com os RSS; consolidação de práticas corretas saudáveis e exemplares sintonizadas com a vocação do perfil das universidades.

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2- OBJETIVOS

Objetivo Geral

Analisar a percepção que gestores e trabalhadores têm sobre o Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (GRSS) produzidos no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Objetivos específicos

 Analisar e identificar quais são os riscos para a saúde percebidos pelos gestores e trabalhadores no gerenciamento e manejo dos RSS;

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3 - ABORDAGEM METODOLÓGICA

Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, tipo Estudo de Caso. Este tipo de desenho de pesquisa é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para construção de hipóteses ou reformulação do problema (GIL, 1987). Este estudo se insere no campo teórico-metodológico da Biossegurança e incorpora alguns elementos teóricos da área da Saúde do Trabalhador.

Área de Estudo

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33 Figura 4 - Mapa do Campus Pampulha da UFMG.

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34 O percurso do esgotamento sanitário onde compreendem: ramal interno com ligação predial, rede coletora secundária, rede coletora principal e interceptora no Campus. Pampulha da UFMG, está ilustrado na figura 5.

Figura 5 - Mapa da rede de esgoto do Campus Pampulha (UFMG).

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35 Segundo a engenheira civil sanitarista Leila Möller, do Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da UFMG o esgotamento que foi interceptado do córrego Engenho Nogueira segue em direção à estação de tratamento de esgoto do Ribeirão do Onça (ETE Onça), localizada no bairro Ribeiro de Abreu, região norte de Belo Horizonte.

De acordo com dados expressos no PGRSS do ICB 2015, todo este instituto produz, como representado na figura 6, o seguinte quantitativo de resíduos.

Figura 6 - Quantitativo dos RSS de todo o ICB por grupo, em litros/dia e em litros/mês.

Fonte: PGRSS do ICB, 2015.

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pós-36 graduação, 01 restaurante/cantina, 02 diretórios acadêmicos e 03 órgãos complementares: Centro de Bioterismo - CEBIO, Centro de Radiobiologia - CERAD que é um centro de ações de radioproteção e o Centro de Microscopia Eletrônica - CEMEL).

População total do Instituto

De acordo com dados disponibilizados no PGRSS do ICB 2015, a população total do ICB está em 5.124 integrantes. Sendo: 3.647 mil estudantes de graduação e pós-graduação; 245 servidores docentes e 197 servidores Técnicos Administrativos em Educação (TAE); 11 trabalhadores menores de 18 anos da Cruz Vermelha; 24 trabalhadores terceirizados de outras empresas (sendo desses, 21 responsáveis pela limpeza do prédio) e um público eventual de 1000 pessoas. Parte desse RH, em algum momento, está envolvido em atividades que envolvem Resíduos de Serviços de Saúde contendo: materiais biológicos (organismos geneticamente modificados ou não), químicos, radioativos e perfurocortantes que podem causar riscos e agravos à saúde.

População do estudo

Da população total do ICB, foram convidados 54 sujeitos para participarem desta pesquisa, sendo divididos em duas categorias: gestores e trabalhadores. A categoria dos gestores convidada foi composta: pelo diretor, pelo administrador do prédio, pela gerente do setor de resíduos, por 10 chefes de departamentos e a chefe da empresa terceirizada limpeza do prédio. Foram convidados para compor a categoria de trabalhadores: 10 docentes, 10 alunos de pós-graduação, 10 técnicos administrativos em laboratório e 10 funcionários da empresa terceirizada da limpeza.

Apesar dos alunos não possuírem vínculo empregatício ou direito trabalhista com o instituto, neste estudo optou-se por agrupá-los na categoria trabalhadores. O trabalho efetivo exercido pelo aluno de pós-graduação em ambientes fechados e controlados de laboratórios de serviços e pesquisa na área de saúde o expõe a diversos riscos ocupacionais.

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37 gerenciamento e manejo dos resíduos; que tivessem sofrido algum tipo de acidente com resíduos ou possuíssem maior tempo de admissão nos serviços e/ou permanência no instituto e que estivessem trabalhando nos laboratórios de pesquisa. Incluiu-se também nesta categoria os trabalhadores terceirizados dos serviços de limpeza de laboratórios de cada departamento, independentemente do tempo de admissão no serviço.

Foram excluídos desta pesquisa os trabalhadores que não tiveram veiculação direta com o problema investigado e também os trabalhadores e gestores que foram convidados, mas que estiveram afastados do trabalho por motivo de férias, licença por luto, doença e outros, durante o período da coleta dos dados. Neste caso foram convidados outros em substituição a estes.

Levantamentos preliminares para a coleta de dados

Foram inicialmente levantados na página eletrônica do ICB, nas secretarias dos departamentos e na Gerência de Resíduos o quantitativo e localização dos trabalhadores e gestores bem como os possíveis acidentes ocorridos com RSS no âmbito do ICB.

Coleta de dados

A coleta de dados ocorreu por meio dos instrumentos: Entrevistas individuais e Grupos Focais (GF).

As entrevistas, (apêndices 4, 5 e 6) foram realizadas com os gestores: diretor, administrador do prédio, chefe dos serviços terceirizados da limpeza e a gerente do setor de resíduos. Perfazendo um total de quatro entrevistas. Elas foram realizadas por meio de questionários com questões abertas.

As falas das entrevistas e GF foram gravadas por meio digital pela pesquisadora, sendo que os GF foram realizados com ajuda de uma auxiliar responsável pela observação e anotações cabíveis aos encontros. As entrevistas e GF aconteceram no período de 10 a 27 de fevereiro de 2015. Os questionamentos nas entrevistas e GF fizeram referências a percepção que os sujeitos têm sobre o gerenciamento e o manejo dos RSS abordando relativos ao manejo e o gerenciamento dos resíduos produzidos no ICB.

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38 As entrevistas e GF foram realizados durante o turno das escalas de trabalho, manhã e tarde no próprio ICB. Tomou-se o cuidado para que os participantes se sentissem acolhidos e à vontade para participarem deste trabalho.

Análise dos dados

Os conteúdos das entrevistas e GF foram transcritos na íntegra e analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo na Modalidade Temática proposta por Laurence Bardin (1979). Segundo Bardin, a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens (BARDIN, 1979, p. 42).

A análise foi composta por três fases: (1) pré-análise - transcrição e organização das entrevistas. Os nomes dos sujeitos foram substituídos por letras e números para manutenção do anonimato, conforme acordo firmado no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE; (2) exploração do material - após leitura exaustiva do conteúdo das entrevistas individuais e grupos focais os dados foram codificados e categorizados; (3) tratamento e interpretação dos resultados.

Revisão Bibliográfica

Os descritores pertinentes a esta pesquisa foram pesquisados nos Descritores das Ciências da Saúde. São eles: Resíduos de Serviços de Saúde. Risco Ocupacional. Biossegurança. Saúde do Trabalhador. Meio ambiente. Parte da pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases do Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da CAPES, e SCIELO.

Aspectos éticos

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39 a metodologia proposta e a obtenção da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

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71 BRASIL. Norma Regulamentadora n.32, de 11 de novembro de 2005 do Ministério

do Trabalho e Emprego. Dispõe sobre a segurança no trabalho em serviços de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 16 nov. 2005. Seção 01. p. 29.

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BRASIL - Lei federal; altera a lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a

Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. D.O.U, agosto de 2010.

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perfurocortantes: conhecimento e sua aplicação no ciclo básico e na pesquisa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Dissertação (Mestrado em Medicina

Imagem

Figura 2 - Etapas do Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
Figura 5 - Mapa da rede de esgoto do Campus Pampulha (UFMG).
Figura 6 - Quantitativo dos RSS de todo o ICB por grupo, em litros/dia e em litros/mês

Referências

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