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Consórcio entre tomateiro e alface em ambiente sem solo sob efeitos de épocas de estabelecimento, cultivares de alface e condutividade elétrica: consórcio entre tomateiro e alface em ambiente sem solo

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CONSÓRCIO ENTRE TOMATEIRO E ALFACE EM

AMBIENTE SEM SOLO SOB EFEITOS DE ÉPOCAS DE

ESTABELECIMENTO, CULTIVARES DE ALFACE E

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

Tatiana Pagan Loeiro da Cunha

Engenheira Agrônoma

(2)

CONSÓRCIO ENTRE TOMATEIRO E ALFACE EM

AMBIENTE SEM SOLO SOB EFEITOS DE ÉPOCAS DE

ESTABELECIMENTO, CULTIVARES DE ALFACE E

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

Tatiana Pagan Loeiro da Cunha

Orientador: Prof. Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho

Coorientadores: Profa. Dra. Durvalina Maria M. dos Santos

Prof. Dr. Miguel Urrestarazu Gavilán

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título Doutor em Agronomia (Produção Vegetal)

(3)

Cunha, Tatiana Pagan Loeiro da

C972c Consórcio entre tomateiro e alface em ambiente sem solo sob efeitos de épocas de estabelecimento, cultivares de alface e condutividade elétrica / Tatiana Pagan Loeiro da Cunha. ––

Jaboticabal, 2016

xx, 105 p. : il. ; 29 cm

Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2016

Orientador: Arthur Bernardes Cecílio Filho

Co-orientadores: Durvalina Maria Mathias dos Santos, Miguel Urrestarazu Gavilán

Banca examinadora: Priscila Lupino Gratão, Bráulio Luciano Alves Rezende, Roberto Botelho Ferraz Branco, Matheus Saraiva Bianco

Bibliografia

1. Lactuca sativa. 2. Parâmetros fisiológicos. 3. Solanum lycopersicum. 4. Viabilidade agronômica. 5. Viabilidade econômica. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

CDU 631.543:635.52/.64

(4)
(5)

Maria de Lourdes Pagan Loeiro da Cunha, nascida aos 09 de abril de 1984, natural de Amparo, Estado de São Paulo, Brasil. Graduou-se em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá, Câmpus Regional de Umuarama (2006-2010). Foi bolsista de iniciação científica dos projetos intitulados ‘Manejo de Meloidogyne spp. e Pratylenchus zeae em cana de açúcar usando plantas antagonistas’ sob

orientação da Profa. Dra. Cláudia Regina Dias Arieira e ‘Alternativas de

aproveitamento de efluentes como inovação tecnológica em laticínios: uma proposta para a região de Entre Rios - Noroeste do Paraná’ sob orientação do Prof. Dr. Eder

Pereira Gomes. Participou de Projetos de Iniciação Científica (PIC) intitulado

Reação de cultivares de alface a Meloidogyne javanica’ sob orientação da Profa.

Dra. Cláudia Regina Dias Arieira e ‘Produção de mudas de canafístula (Peltophorum

dubim) com substrato enriquecido por torta de filtro e diferentes fontes de adubação

sob orientação do Prof. Dr. Erci Marcos Del Quiqui. Foi monitora voluntária na

disciplina de ‘Biologia Celular’ em 2008 e monitora bolsista na disciplina de

Microbiologia Celular’ em 2010. Em março de 2011, ingressou no Programa de Pós -graduação em Agronomia, Mestrado em Produção Vegetal, pela Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal (UNESP/FCAV). Foi bolsista da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), obtendo o título de Mestre em fevereiro de 2013, com a

dissertação intitulada ‘Adubação nitrogenada no feijoeiro irrigado em sucessão à

(6)

O mundo não é dos espertos. É das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza um dia é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as próximas gerações. Uma corrompe a vida e a outra enobrece a alma.

(7)

À minha mãe Maria de Lourdes Pagan Loeiro da Cunha e ao meu pai Manoel Loeiro da Cunha, que nunca cessaram de me apoiar e serem o exemplo de simplicidade, caráter, coragem e determinação. Ao meu irmão Thiago pela convivência e ensinamentos para trilhar os caminhos e sonhos. Aos meus avós, Iracema Antonia Loeiro da Cunha (in memorian), Joaquim Gonçalves da Cunha (in memorian), Maria José Bortolini Pagan, em especial ao meu avô Alcides Pagan (in memorian), que sempre acreditaram em mim e me apoiaram. Ao meu amado marido Fernando Marcelo Chiamolera, pela compreensão, paciência, carinho e incentivo.

(8)

conceder discernimento na escolha do caminho a seguir e das decisões a tomar.

A minha família e ao meu marido, pelos ensinamentos, companheirismo, paciência, motivação e carinho nesta trajetória.

A UNESP/FCAV e ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal), pela oportunidade de realizar este curso.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão das bolsas de doutorado e doutorado sanduíche junto a Universidade de Almería, Espanha.

Aos mestres...

Professor Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho, pela orientação, dedicação, amizade, ensinamentos, oportunidade, confiança, sugestões, incentivo e contribuição para a realização deste trabalho.

A professora Dra. Durvalina Maria Mathias dos Santos, que com grande carinho aceitou ser minha coorientadora, compartilhando seu vasto conhecimento e sua vivência.

Ao meu coorientador, professor Dr. Miguel Urrestarazu Gavilán, pela orientação durante os 9 meses do doutorado sanduíche na Universidade de Almería, na Espanha. Acolhendo-me desde o primeiro dia com muito carinho, paciência, confiança e amizade. ¡Muchas gracias!

(9)

Anderson Fernando Wamser, Rodrigo Nowaki, Rafaelle Gomes, Camila Seno, Carolina Seno, Isidro Morales, Araceli Valdes, Mario Mejia e Amalia Garces Benete, que estiveram presentes durante essa jornada, com quem tive a honra de conviver e compartilhar bons momentos.

Aos funcionários da UNESP/FCAV, em especial a Rosane (secretária do Departamento de Produção Vegetal – Horticultura), ao Inauro, Reinaldo e Cláudio (funcionários do setor de Olericultura e Plantas Aromáticas) e a Sônia Raymundo Carregari (técnica do laboratório de Fisiologia Vegetal).

Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram ou participaram desse trabalho, que se finda com a elaboração da presente tese.

(10)

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ... xiii

LISTA DE FIGURAS ... xvi

RESUMO... xix

ABSTRACT ... xx

CAPÍTULO 1 Considerações gerais ... 01

1 Introdução ... 01 2 Revisão de literatura ... 2

2.1 Cultivo consorciado de hortaliças ... 2

2.1.1 Épocas de estabelecimento dos consórcios ... 5

2.1.2 Luminosidade ... 7

2.2 Cultivo em ambiente protegido ... 9

3 Referências ... 11

CAPÍTULO 2 – Desempenho agroeconômico do consórcio tomateiro e alface em cultivo sem solo ... 18

1 Introdução ... 19

2 Material e métodos ... 21

2.1 Condições de cultivo ... 21

2.2 Tratamentos e delineamento experimental ... 22

2.3 Instalação e condução experimental ... 23

2.4 Características avaliadas ... 25

2.4.1 Alface e tomateiro ... 25

2.4.2 Índices agroeconômicos dos consórcios e competitividade das espécies ... 25

2.4.2.1 Índice de eficiência no uso da área (EUA) ... 26

2.4.2.2 Coeficiente de competitividade (CC) ... 26

2.4.2.3 Agressividade (A) ... 27

2.4.2.4 Perda de produtividade real (PPR) ... 28

(11)

2.4.2.6 Rentabilidade bruta (RB) ... 29

2.4.2.7 Retorno líquido (RL) ... 29

2.5 Análise estatística ... 30

3 Resultados ... 31

3.1 Crescimento e produção da alface e do tomateiro ... 31

3.2 Análise agroeconômica dos consórcios e da competitividade das espécies ... 43

4 Discussão ... 48

4.1 Crescimento e produção da alface e do tomateiro ... 48

4.2 Análise agroeconômica dos consórcios e da competitividade das espécies ... 51

5 Conclusão ... 54

6 Referências ... 54

CAPÍTULO 3 – Trocas gasosas, pigmentos fotossintéticos e crescimento de alface em sistema consorciado com tomateiro ... 60

1 Introdução ... 61

2 Material e métodos ... 63

3 Resultados ... 66

4 Discussão ... 75

5 Conclusão ... 77

6 Referências ... 78

CAPÍTULO 4 - Viabilidade agroeconômica do cultivo consorciado de tomateiro e alface, em sistema sem solo, em função da condutividade elétrica da solução nutritiva ... 82

1 Introdução ... 83

2 Material e métodos ... 84

2.1 Condições de cultivo ... 84

2.2 Tratamentos e delineamento experimental ... 85

2.3 Instalação e condução experimental ... 86

2.4 Características avaliadas ... 87

(12)

3 Resultados ... 89

4 Discussão ... 95

5 Conclusão ... 99

6 Agradecimentos ...100

(13)

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2 ...18

Tabela 1.

Tabela 2.

Radiação fotossinteticamente ativa (PAR) média disponível

durante os ciclos das alfaces Vanda1, Vanda2 e ‘Lucy Brown’

em consórcio, em percentagem da PAR (μMol m-2s-1) disponível

para as alfaces em monocultivo ... Custo operacional (CO) dos consórcios, em valores reais referentes ao mês de junho de 2016...

22

30 Tabela 3. Resumo das análises de variância para médias de massa fresca

(MF), massa seca (MS) e produtividade (P) da alface em função

dos fatores alface, sistema de cultivo e época de transplantio. ...32 Tabela 4. Massa fresca e seca da alface em função da interação alfaces e

sistema de cultivo ...33 Tabela 5. Produtividade (g m-2) da alface em função da interação alfaces e

sistema de cultivo ...35 Tabela 6. Resumo das análises de variância para teores de nitrogênio

(NF), potássio (KF), magnésio (MgF) e ferro (FeF) na folha diagnose da alface em função dos fatores alface, sistema de cultivo e época de transplantio ...37 Tabela 7. Teor de Mg (g kg-1) na folha diagnose da alface em função da

interação alfaces e sistemas de cultivo ...39 Tabela 8. Teor de Fe (mg kg-1) na folha diagnose da alface em função da

interação alfaces e sistemas de cultivo ...40 Tabela 9. Resumo das análises de variância para área foliar (AF), índice

(14)

Tabela 10. Resumo das análises de variância para sólidos solúveis (SS) e pH do tomate em função dos fatores alface, época de

transplantio e sistema de cultivo ...42 Tabela 11. Resumo das análises de variância para teores de nitrogênio

(NF), potássio (KF), magnésio (MgF) e ferro (FeF) na folha diagnose do tomateiro em função dos fatores alface, sistema de cultivo e época de transplantio... 43 Tabela 12. Resumo das análises de variância para eficiência do uso da

área (EUA) e coeficiente de competitividade (CC) do consórcio

de alface e tomateiro em função da época de transplantio ...44 Tabela 13. Resumo das análises de variância para agressividade da alface

(Aa) e do tomateiro (At) e perda de produtividade real (PPR) do consórcio de alface e tomateiro em função da época de

transplantio ...46

CAPÍTULO 4 ...82

Tabela 1. Soluções nutritivas utilizadas no cultivo de tomateiro e alface,

em monocultivo e em cultivo consorciado ...87 Tabela 2. pH, condutividade elétrica (CE) e quantidade de solução

nutritiva drenada em relação ao aplicado (SND), em função do sistema de cultivo (consorciado e monocultivo) e das condutividades elétricas (2,0, 2,5 e 3,0 dS m-1) ... 89 Tabela 3. Produtividades comerciais total e por classe de tomate (kg m-2)

e eficiência de produção (EP) em função do sistema de cultivo (consorciado e monocultivo) e da condutividade elétrica (2,0, 2,5

e 3,0 dS m-1) ...90 Tabela 4. Características da planta de alface, do primeiro e segundo

cultivo, em função do sistema de cultivo (consorciado e

(15)

Tabela 5. Absorção de NO3-, K+ e de água pelas plantas em função do

sistema de cultivo (consorciado e monocultivo) e da condutividade elétrica (2,0, 2,5 e 3,0 dS m-1), durante o primeiro

ciclo de cultivo ...93 Tabela 6. Emissão de NO3- e K+ ao ambiente em função do sistema de

cultivo (consorciado e monocultivo) e da condutividade elétrica

(2,0, 2,5 e 3,0 dS m-1), durante o primeiro ciclo de cultivo ...93 Tabela 7. Eficiência da água absorvida, NO3- e K+ pelo tomateiro em

função do sistema de cultivo (consorciado e monocultivo) e das condutividades elétricas (2,0, 2,5 e 3,0 dS m-1) durante o ciclo

de cultivo ...94 Tabela 8. Eficiência no uso de água, NO3- e K+ pelo tomateiro em função

do sistema de cultivo (consorciado e monocultivo) e da condutividade elétrica (2,0, 2,5 e 3,0 dS m-1), durante o ciclo de

cultivo ... 94 Tabela 9. Receita bruta, custo da solução nutritiva e lucro obtido em

monocultivo de tomateiro (T) e consorciado com alface (A) em função da condutividade elétrica da solução nutritiva (2,0, 2,5 e

(16)

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2 ...18

Figura 1. Distribuição das plantas por unidade experimental: A - alface em monocultivo; B - tomateiro em monocultivo; C - cultivo consorciado com uma planta de alface entre os tomateiros; D - cultivo consorciado com duas plantas de alface entre os tomateiros ...23 Figura 2. Massa fresca da alface em função do sistema de cultivo (y1 -

monocultivo; y2 - consórcio) e época de transplantio da alface

(DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ... 33 Figura 3. Massa seca da alface em função do sistema de cultivo (y1 -

monocultivo; y2 - consórcio) e época de transplantio da alface

(DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ... 34 Figura 4. Produtividade da alface em função das alfaces (y1 = Lucy

Brown; y2 = Vanda1; y3 = Vanda2) e época de transplantio da

alface (DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ...35 Figura 5. Produtividade da alface em função do sistema de cultivo (y1 =

monocultivo; y2 = consórcio) e época de transplantio da alface

(DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ... 36 Figura 6. Teor de K na folha diagnose da alface em função do sistema de

cultivo (y1 - monocultivo; y2 - consórcio) e da época de

transplantio da alface (DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ...38 Figura 7. Teor de Mg na folha diagnose da alface em função das alfaces

(y1 = Lucy Brown; y2 = Vanda1; y3 = Vanda2) e época de

(17)

Figura 8. Teor de Fe na folha diagnose da alface em função das alfaces (y1 = Lucy Brown; y2 = Vanda1; y3 = Vanda2) e época de

transplantio da alface (DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ...40 Figura 9. Eficiência do uso da área em relação às épocas de transplantio

da alface (DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ...45 Figura 10. Coeficiente de competitividade (CC) do consórcio alface e

tomateiro, em função das alfaces (y1 = Lucy Brown; y2 =

Vanda1; y3 = Vanda 2) e época de transplantio da alface (DATT

– dias após o transplantio do tomateiro) ...45 Figura 11. Agressividade (A) do consórcio alface e tomateiro, em função da

alfaces (y1 = Lucy Brown; y2 = Vanda1; y3 = Vanda2) e época de

transplantio da alface (DATT – dias após o transplantio do tomateiro) ...47

CAPÍTULO 3 ...60

Figura 1. Máximas e mínimas de temperatura (ºC), média da umidade relativa do ar (%) e média de radiação solar incidente sobre o

tomateiro e a alface (PAR μ Mm2s), a cada cinco dias, durante o

cultivo da alface ...66 Figura 2. Transpiração foliar (A e E), condutância estomática (B e D) e

fotossíntese líquida (C e F) de alfaces (Lucy Brown, Vanda 1 e 2 plantas), em dois sistemas de cultivo (monocultivo e consorciado) e em quatro épocas de transplantio das alfaces (0, 7, 14 e 21 dias após o transplantio do tomateiro) ...69 Figura 3. Transpiração foliar, condutância estomática e fotossíntese

líquida de alfaces (Lucy Brown, Vanda 1 e 2 plantas), em quatro épocas de transplantio das alfaces (0, 7, 14 e 21 dias após o

(18)

Figura 4. Rendimento quântico máximo do PSII (Fv/Fm) de alfaces (Lucy Brown, Vanda 1 e 2 plantas) em dois sistemas de cultivo (monocultivo e consorciado) ...71 Figura 5. Clorofila a (A, C e E) e clorofila b (B, D e F) de alfaces (Lucy

Brown, Vanda 1 e 2 plantas), em dois sistemas de cultivo (monocultivo e consorciado) e em quatro épocas de transplantio

das alfaces (0, 7, 14 e 21 dias após o transplantio do tomateiro) ...72 Figura 6. Carotenoides de alfaces (Lucy Brown, Vanda 1 e 2 plantas), em

dois sistemas de cultivo (monocultivo e consorciado) e em quatro épocas de transplantio das alfaces (0, 7, 14 e 21 dias

após o transplantio do tomateiro) ...73 Figura 7. Crescimento (massa seca g planta-1) de alfaces (Lucy Brown,

Vanda 1 e 2 plantas), em dois sistemas de cultivo (monocultivo e consorciado) e em quatro épocas de transplantio das alfaces

(0, 7, 14 e 21 dias após o transplantio do tomateiro) ...74

CAPÍTULO 4 ...82

Figura 1. Distribuição das plantas por unidade experimental: A - alface em monocultivo; B - tomateiro em monocultivo; C - Cultivo

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CONSÓRCIO ENTRE TOMATEIRO E ALFACE EM AMBIENTE SEM SOLO SOB EFEITOS DE ÉPOCAS DE ESTABELECIMENTO, CULTIVARES DE ALFACE E

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

RESUMO – A crescente demanda da sociedade por alimentos saudáveis e produzidos de forma mais sustentável, impulsionou a agricultura começar a produzir alimentos de forma consorciada, onde em uma mesma área pode-se cultivar duas ou mais espécies. Porém, fatores como as interações fisiológicas, taxas de crescimento e a viabilidade agronômica e econômica das culturas devem ser avaliadas, pelo fato da alface sofrer com o sombreamento causado pelo tomateiro, além da condutividade elétrica utilizada, quando cultivado em substrato. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade agronômica e econômica, além dos parâmetros fisiológicos de trocas gasosas, pigmentos fotossintéticos e crescimento das plantas em cultivo consorciado em relação ao monocultivo, em função das épocas de estabelecimento e da condutividade elétrica da solução nutritiva. Para isso, foram conduzidos dois experimentos, onde no primeiro, conduzido no município de Jaboticabal, SP, avaliou-se a viabilidade agronômica e os parâmetros fisiológicos do consórcio entre alface e tomateiro, em função das épocas de estabelecimentos do consórcio. No segundo, conduzido no município de Almería, Espanha, foi avaliada a viabilidade agronômica e econômica do cultivo consorciado em função da condutividade elétrica da solução nutritiva, ambos conduzidos em casa de vegetação usando como substrato a fibra de casca de coco. No primeiro estudo foi confirmada a viabilidade agronômica e as respostas fisiológicas positivas, quanto às trocas gasosas, teores de pigmentos clorofilianos e taxa de crescimento nas cultivares de alface em consórcio com o tomateiro, quando a alface é transplantada no mesmo dia ou até sete dias após o transplantio do tomateiro. Com os resultados obtidos no primeiro experimento, no segundo, também foi observada viabilidade agronômica quando a alface é transplantada no mesmo dia que o tomateiro. As maiores produtividades para ambas as culturas foram alcançadas quando cultivadas na condutividade elétrica de 2,5 dS m-1, condição em que também se obteve o maior

rendimento econômico, evidenciando a viabilidade econômica do consórcio.

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INTERCROPPING BETWEEN TOMATO AND LETTUCE ON ENVIRONMENT WITHOUT SOIL IN ESTABLISHMENT OF TIMES EFFECTS, LETTUCE

CULTIVARS AND ELECTRICAL CONDUCTIVITY

ABSTRACT – The increasing demand of society for healthy food produced in a more sustainable way, boosted the agriculture to start producing food using the intercropping way, which means that it is possible cultivate two or more species in the same field. However, factors such as physiological interactions, growth rates, and the agronomic and economic viability of crops should be assessed, since the lettuce suffers with the shading caused by tomato plants, as well as the electrical conductivity used when grown on the substrate. So, the objective of this study was to evaluate the agronomic and economic viability, in addition to the physiological parameters of gas exchange, photosynthetic pigments and biomass accumulation of intercropping in relation to monocultures, depending on the seasons of establishment and the electrical conductivity of the nutrient solution. For this, two experiments were conducted. The first was conducted in Jaboticabal, SP and it was evaluated the agronomic viability and physiological parameters of the lettuce intercropped with tomato, according to the seasons of the establishments of the intercropping. The second experiment was conducted in the city of Almeria, Spain and it was evaluated the agronomic and economic viability of intercropping due to the electrical conductivity of the nutrient solution. Both experiments were conducted in a greenhouse using as substrate the coconut husk fiber. The first study confirmed the agronomic viability and positive physiological responses for the gas exchange, chlorophyll pigment content, and growth rate in the lettuce cultivars intercropping with tomato when the lettuce was transplanted in the same day or up to seven days of the tomato transplanting. As the results obtained in the first experiment, it was also observed in the second experiment, the agronomic viability when lettuce was transplanted in the same day of the tomato. Higher yields for both crops were achieved when grown in the electrical conductivity of 2.5 dS m-1, a condition that also had the highest economic performance, demonstrating the economic viability of the intercropping.

(21)

CAPÍTULO 1 – Considerações gerais

1 INTRODUÇÃO

As áreas cultivadas com tomateiro (Solanum lycopersicum L.) e alface (Lactuca sativa L.) têm aumentado com a necessidade de atender a demanda do mercado consumidor. Contudo, essa expansão resulta na abertura de novas áreas para aumentar a produção, que causa impactos ambientais. O emprego de técnicas e manejos que tornem possível o uso mais eficiente da água e do solo pode ajudar a reduzir esses problemas, verticalizando a produção de alimentos.

Entre as tecnologias disponíveis, a consorciação de culturas é uma técnica promissora para o cultivo de hortaliças, pois permite melhorar o aproveitamento do espaço produtivo, cultivando-se duas ou mais espécies na mesma área, com pelo menos parte de seus ciclos ocorrendo simultaneamente.

O cultivo consorciado de tomateiro e alface é viável (REZENDE; CANATO; CECÍLIO FILHO, 2005; CECÍLIO FILHO et al., 2008; CECÍLIO FILHO et al., 2013), porém, tem como característica principal, a competição pelos mesmos recursos disponíveis como água, nutrientes, luz e espaço. Com isso, é necessário manejar o sistema, otimizando a complementaridade entre as espécies e minimizando os efeitos da competição. Assim, a escolha das espécies, do espaçamento e da época de estabelecimento do consórcio é essencial para reduzir os efeitos negativos da competição entre as plantas, principalmente por luz, visando explorar, ao máximo, as vantagens do sistema consorciado (TRENBATH, 1975).

(22)

comercial do produto, diminuindo a sua classificação e, consequentemente, seu valor comercial.

Diante disso, o objetivo neste trabalho foi avaliar a viabilidade agronômica, econômica, fisiológica e condutividade elétrica da solução nutritiva do consórcio entre tomateiro e alface, em função das épocas de estabelecimento do consórcio em cultivo sem solo.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cultivo consorciado de hortaliças

Atualmente, as pesquisas voltadas ao setor agroalimentar, desenvolvidas por instituições e corporações, buscam gerar tecnologias para maximizar o uso dos recursos naturais e insumos agrícolas, a fim de produzir mais alimentos, com melhor qualidade, ao passo que, os impactos ambientais sejam mitigados (BARROS JÚNIOR et al., 2011; ZANG et al., 2015).

Entre as tecnologias disponíveis, uma das que podem auxiliar nesse modelo de trabalho é a consorciação de culturas, que consiste no cultivo simultâneo de duas ou mais espécies na mesma área, com ciclos e/ou arquiteturas distintas, sendo que seus produtos não são colhidos, necessariamente, ao mesmo tempo (WILLEY, 1979).

(23)

agricultura familiar (VAN ASTEN et al., 2011; SANTOS et al., 2015; TIAN et al., 2016).

Como nos exemplos citados, a eficiência dos cultivos consorciados também pode ser aproveitada na olericultura, atividade que se caracteriza pelo intensivo manejo do solo, uso de agrotóxicos, fertilizantes, irrigação, entre outras práticas culturais, que geram consideráveis impactos ambientais (OSHE et al., 2012; CECÍLIO FILHO et al., 2013; HAAN; VASSEUR, 2014). A vantagem de um sistema consorciado em comparação ao monocultivo fica mais evidente quando as culturas envolvidas apresentam diferentes demandas pelos recursos disponíveis, quanto à qualidade, quantidade ou época de requerimento (BARROS JÚNIOR et al., 2011). Assim, a complementaridade entre as espécies envolvidas é fundamental para a eficiência do consórcio (WILLEY, 1979).

Em geral, a complementaridade de um sistema de cultivo consorciado ocorre quando as plantas que o integram diferem quanto às épocas de transplantio, a fim de melhorar a eficiência do uso dos recursos disponíveis. Além disso, devem ser considerados a arquitetura do dossel foliar, a fim de minimizar os efeitos negativos provenientes da competição por luz, além do tipo de sistema radicular, para que as plantas explorem maior volume de solo ou substrato, e aproveitem melhor a água e os nutrientes (MORSY; DRGHAM; MOHAMED, 2009; HAAN; VASSEUR, 2014).

Considerando a complementaridade das espécies para o cultivo consorciado, podem ser citados o tomateiro (Solanum lycopersicum L.; Solanaceae) e a alface (Lactuca sativa L.; Asteraceae), hortaliças com características botânicas e agronômicas distintas, que exploram a complementaridade temporal e espacial, que são os primeiros critérios para se obter êxito nesse sistema de cultivo (CECÍLIO FILHO et al., 2011). Ademais, são hortaliças de grande importância econômica na olericultura nacional, consumidas durante todo o ano.

(24)

térmicas, consideradas ideais durante o cultivo, o tomateiro necessita de amplitude térmica mínima de 6-8ºC entre a temperatura diurna e noturna, com faixa ótima para o crescimento e produção entre 15ºC e 28ºC. Todavia, temperaturas muito altas prejudicam a frutificação e o pegamento dos frutos, enquanto temperaturas inferiores a 11°C retardam o crescimento vegetativo (ANTONIOLLI; CASTRO, 2008; FILGUEIRA, 2013).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), na safra de 2014, o tomateiro no Brasil produziu 4,3 milhões de toneladas em aproximadamente 64 mil hectares, abastecendo principalmente o mercado in natura

e as indústrias de processamento de polpa e derivados.

Com características botânicas distintas do tomateiro, a alface é uma planta de ciclo curto pós-transplantio (30 a 60 dias). As folhas crescem em roseta, em torno do caule, o qual é diminuto e não ramificado, com melhor crescimento sob dias curtos e temperaturas amenas (FILGUEIRA, 2013). É a hortaliça folhosa de maior importância econômica no Brasil, sendo fonte de fibra, vitaminas e minerais, principalmente, cálcio e ferro. Anualmente, no Brasil, são cultivados, aproximadamente, 35 mil hectares, sendo o Estado de São Paulo o maior produtor, com cerca de 400 mil toneladas em 11 mil hectares (IEA, 2015).

Além do aspecto econômico e alimentar, o tomate e a alface possuem grande importância social, visto a fixação do homem no campo e a geração de empregos. Por exemplo, no cultivo da alface, que em sua maioria é realizado por agricultores familiares, são gerados até cinco empregos diretos por hectare, principalmente, pela necessidade na colheita (COSTA; SALA, 2005). Com o tomateiro também há grande demanda de mão de obra, principalmente, pela necessidade de tutoramento e desbrotas constante das plantas, além das múltiplas colheitas.

(25)

para hortaliças cultivadas simultaneamente, o que torna difícil o manejo fitossanitário das plantas, em função dos elevados riscos de contaminação pelos resíduos químicos (CECÍLIO FILHO, 2005).

2.1.1 Épocas de estabelecimento dos consórcios

Em cultivos consorciados, a competição entre as espécies por água, nutrientes, luz e espaço acarreta efeitos negativos uma sobre a outra(s) e vice-versa, resultando em menores taxas de crescimento, sobrevivência e produtividade (TILMAN, 1988; JOSE; WILLIAMS; ZAMORA, 2006). Neste sentido, a escolha criteriosa das espécies, do espaçamento e da época de estabelecimento do consórcio é fundamental para minimizar os efeitos negativos da competição interespecífica e intraespecífica, principalmente por luz, visando explorar, ao máximo, as vantagens do sistema consorciado (TRENBATH, 1975).

Em cultivo consorciado, as espécies normalmente diferem em altura e na distribuição espacial das folhas, entre outras características morfológicas, que levam as plantas a competirem, principalmente, por luz, água e nutrientes (FLESCH, 2002; MARIOTTI et al., 2009; HAAN; VASSEUR, 2014). A altura e a arquitetura das plantas que compõem o sistema de cultivo consorciado interferem, diretamente, na partição da radiação solar que incide sobre o dossel foliar, contribuindo para determinar a eficiência de absorção e conversão de luz em energia química. Todavia, o sombreamento, causado pelas plantas de maior porte, reduz a quantidade de radiação solar às plantas mais baixas e, consequentemente, compromete seu desenvolvimento (TRENBATH, 1975).

(26)

Com a alteração da época de implantação de uma das culturas e, consequentemente, do estabelecimento do consórcio, o período de competição entre as populações de plantas é modificado, com reflexos negativos sobre a produtividade (MIDMORE, 1993). Desse modo, é importante que sejam escolhidas espécies divergentes quanto ao ciclo, porte, arquitetura, exigência em luz e nutrientes, para otimizar a exploração dos recursos e elevar a produtividade. Diante dessas considerações, trabalhos têm demonstrado a viabilidade agronômica e econômica de cultivos consorciados de hortaliças (REZENDE; CANATO; CECÍLIO FILHO, 2005; COSTA et al., 2007; CECÍLIO FILHO et al., 2008; GRANGEIRO et al., 2011; OSHE et al., 2012).

Estudando os efeitos do consórcio entre tomateiro e alface, sob diferentes épocas de transplantio da alface (0, 14, 28 e 42 dias após o transplantio do tomateiro), Rezende, Canato e Cecílio Filho (2005) observaram que a produtividade e a classificação de frutos do tomateiro não foram afetadas pela alface em nenhuma das épocas de estabelecimento do cultivo consorciado em relação ao monocultivo. Por outro lado, as alfaces apresentaram menor massa fresca e massa seca em relação à monocultivo. Quanto mais tardio foi o transplantio da alface em relação ao tomateiro, maiores às reduções na massa fresca e seca de alfaces.

Avaliando os efeitos do consórcio entre tomateiro e alface, sobre a produtividade de ambas, com o transplantio da alface em quatro épocas (0, 10, 20 e 30 dias após o transplantio do tomateiro), Cecílio Filho et al. (2008) observaram que não houve interferência no desenvolvimento e na produtividade do tomateiro em relação ao monocultivo. No entanto, a alface transplantada com período superior a 10 dias ao do tomateiro, apresentou menor parte aérea em cultivo consorciado quando comparado ao monocultivo. Com o crescimento vigoroso do tomateiro, a alface recebeu pouca luz, o que afetou o processo fotossintético e reduziu a taxa de crescimento das plantas.

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influenciadas pela rúcula em nenhuma das épocas de estabelecimento do consórcio. Por outro lado, quanto mais tarde foi realizado o transplantio da rúcula, ficou mais evidente o menor incremento de massa seca em relação ao monocultivo.

Em Mossoró, RN, avaliando a produtividade de beterraba (Beta vulgarias L.) e coentro (Coriandrum sativum L.), sob cultivo consorciado, em função de três épocas de semeadura do coentro (0, 7 e 14 após o transplantio da beterraba), Grangeiro et al. (2011) verificaram que há viabilidade agronômica e econômica do consórcio, desde que o coentro seja semeado até o sétimo dia após o transplantio da beterraba. Após esse período, a beterraba, em função do sombreamento, influenciou o crescimento do coentro. Os autores também observaram que o crescimento da beterraba (cultura principal) não foi comprometido, independentemente da época de semeadura do coentro. Isso indica que a demanda por água, luz e nutrientes por parte das plantas de coentro não comprometeu o desempenho da beterraba.

Testando a viabilidade do consórcio entre brócolis (Brassica oleracea L.) e alface, em função da época do transplantio da alface (0, 7, 14, 21 e 28 após o transplantio dos brócolis), Oshe et al. (2012) constataram que a em cultivo consorciado sempre foi viável para o brócolis. Porém, para a alface, somente quando o transplantio de ambas ocorreu simultaneamente. Com o atraso no transplantio da alface, as plantas de brócolis estavam maiores e suas folhas sombrearam as mudas de alface, que refletiu em menor taxa fotossinteticamente ativa, afetando o crescimento e a produtividade da alface.

2.1.2 Luminosidade

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afetando a condutância estomática, a assimilação líquida de CO2 e a transpiração

(GHANBARI et al., 2010; HOGEWONING et al., 2010; MACEDO et al., 2011; FAN et al., 2013).

Os efeitos da intensidade luminosa têm sido amplamente estudados, pois a luz é fundamental para fotossíntese, processo pelo qual a energia solar é convertida em energia química pelos vegetais (DAI et al., 2009; SU et al., 2014). Para que sejam mais eficientes no processo fotossintético, as plantas dispõem de mecanismos de resposta, como a movimentação e o reposicionamento dos cloroplastos nas células, os quais facilitam a captação de luz (DAI et al., 2009). Outro mecanismo de resposta é o controle sobre a condutância estomática, responsável pelas trocas gasosas e transpiração das plantas (PACHECO et al., 2013).

Assim, é importante mensurar algumas variáveis fisiológicas, como condutância estomática, assimilação líquida de CO2 e transpiração, pois estas

podem auxiliar na identificação de estresses bióticos ou abióticos, aumentando a confiança no momento de eleger as espécies mais apropriadas para um consórcio. Dentre essas variáveis, com as trocas gasosas é possível verificar se reduções nas taxas de crescimento das plantas estão relacionadas à menor fotossíntese, que pode ser resultado da maior resistência estomática, já que os estômatos constituem a principal via de troca gasosa entre as folhas e o meio externo (MENDES et al., 2013; LIU et al., 2014).

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Avaliando a taxa fotossintética, trocas gasosas e teores de clorofila em

Tapirira guianensis Alb. (Anacardiaceae), conhecida como tapirira ou peito de pombo, mantidas sob diferentes intensidades de luz (pleno sol; 30; 50 e 70% de sombreamento), Dousseau et al. (2007) observaram maiores taxas de fotossíntese e condutância estomática nas folhas das plantas mantidas sob pleno sol e 30% de sombreamento, enquanto as plantas mais sombreadas apresentaram teores de clorofilas mais elevados. Isso mostra que a intensidade luminosidade interfere no mecanismo fotossintético, e quando as plantas são submetidas à baixa intensidade luminosa, a eficiência na conversão da energia solar em fotoassimilados fica comprometida, restringindo o crescimento das plantas (PACHECO et al., 2013).

Em Lavras-MG, estudando o efeito de diferentes intensidades da radiação [100% (pleno sol); 70 e 50% de luminosidade) sobre plantas de mático (Piper aduncum L.), Pacheco et al. (2013) observaram que as plantas sob pleno sol (100% de luminosidade) apresentaram maior eficiência nas taxas de fotossíntese líquida, transpiração e condutância estomática, alcançando, portanto, maiores produtividades.

No sudoeste da China, avaliando as respostas fotossintéticas do consórcio entre soja e milho, em comparação ao monocultivo, Su et al. (2014) observaram que em consórcio, as plântulas de soja apresentaram baixas taxas de fotossíntese líquida, transpiração e condutância estomática, enquanto os teores das clorofilas foram elevados. Isso ocorreu devido a pouca disponibilidade de luz às plântulas de soja, mostrando que o sombreamento do milho induziu à baixa assimilação de carbono e, consequentemente, à baixa produtividade (SU et al., 2014).

2.2 Cultivo em ambiente protegido

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europeus, principalmente na região do mar Mediterrâneo, onde, dos 135 mil hectares de cultivo protegido, aproximadamente 96% são destinados à produção de hortaliças (URRESTARAZU, 2013).

No Brasil, a área cultivada em ambiente protegido é estimada em, aproximadamente, 17 mil hectares, sendo, pouco mais de 14 mil hectares no Estado de São Paulo (FIGUEIREDO, 2011; ALVARENGA, 2013). Essa pouca área cultivada em ambiente protegido deve-se, principalmente, aos elevados custos das instalações e equipamentos necessários para o funcionamento das casas de vegetação, além da dificuldade em determinar o manejo adequado da água e dos nutrientes nesse sistema de cultivo (DIAS et al., 2011).

Apesar dessas limitações, em geral, o cultivo em ambiente protegido reduz a sazonalidade na oferta de alimentos, abastecendo o mercado com hortaliças de excelente qualidade, proporciona precocidade, permite maior controle sobre os fatores climáticos e, além da qualidade, quando bem manejadas, alcançam produtividades superiores aos obtidos em campo aberto (CARUSO et al., 2011; GUTIÉRREZ; ALTAMIRANO; URRESTARAZU, 2012; MARTÍNEZ-RUIZ et al., 2012; JUÁREZ-MALDONADO et al., 2014). Espécies de clima tropical, que tem seu cultivo restringido por baixas temperaturas, são beneficiadas em ambiente protegido, principalmente na entressafra, adquirindo maior rentabilidade e valor de mercado ao consumidor (FNP, 2008).

Porém, ainda são poucas as pesquisas sobre o cultivo consorciado de hortaliças em ambiente protegido, especialmente para o consórcio de tomateiro e alface. Cecílio Filho et al. (2008; 2011) e Tringovska et al. (2015) avaliaram a produtividade desse consórcio em ambiente protegido e obtiveram elevados produtividades e maior oferta dos produtos durante o ano, quanto comparado ao cultivo em campo aberto.

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CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO AGROECONÔMICO DO CONSÓRCIO TOMATEIRO E ALFACE EM CULTIVO SEM SOLO

RESUMO – O sistema de consorciação de culturas é uma alternativa para diminuição do custo de produção de hortaliças em casa de vegetação, pois utiliza o espaço de forma mais eficiente. O conhecimento das características produtivas, dos índices competitivos e agroeconômicos do consórcio de alface e tomateiro podem auxiliar na maior eficiência desse sistema. Diante disso, foi conduzido um experimento em casa de vegetação, em fibra de coco, com o objetivo de avaliar os índices competitivos e as características agroeconômicos dos consórcios de alfaces (Lucy Brown, Vanda1 – uma planta entre tomateiros e Vanda2 – duas plantas entre tomateiros) e tomateiro, em função da época de transplantio da alface após o tomateiro (0, 7, 14 e 21 dias). Os resultados indicaram que a alface não influenciou a produtividade do tomateiro, nem a qualidade dos frutos, entretanto, o tomateiro causou redução na produtividade das alfaces. O cultivo consorciado mostrou-se viável quando a alface foi transplantada no mesmo dia que o tomateiro. O sombreamento do tomateiro sobre as alfaces não interferiu na absorção de nitrogênio, mas influenciou a absorção dos outros nutrientes, de forma a causar deficiência de magnésio, e consumo de luxo de potássio e ferro. „Vanda‟,

independentemente do número de plantas entre o tomateiro, foram mais eficientes quanto ao uso da área. Vanda1 aproveitou melhor os recursos disponíveis, o que a

tornou mais competitiva em relação à „Lucy Brown‟ e Vanda2. Os índices

econômicos indicaram que apesar da Vanda1 ter apresentado maior vantagem no consórcio, foi a Vanda2 que obteve maior retorno econômico.

Palavras-chave: Lactuca sativa, Solanum lycopersicum, produtividade, nutrientes, índices agroeconômicos.

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and tomato intercropping can help in increased efficiency of the system. Thus, an experiment was conducted in a greenhouse in coconut fiber, in order to assess the competitive rates and agroeconomic characteristics of lettuces consortia (Lucy Brown, Vanda1 - a plant between tomato plants and Vanda2 - two plants of tomato plants ) and tomato, depending on the time of transplanting of lettuce after tomato (0, 7, 14 and 21 days). The results indicated that the lettuce did not influence the tomato yield or fruit quality, however, the tomato caused a reduction in productivity of lettuces. The intercropping was feasible when the lettuce was transplanted the same day as the tomato. Intercropping plants showed yellowing due to nitrogen. The tomato shading on lettuce influence the absorption of nutrients, so as to cause magnesium deficiency and luxury consumption potassium and iron. 'Vanda', regardless of the number of plants of tomato plants, were more efficient in the use of the area. Vanda1 best advantage of the available resources, which made it more competitiveness in relation to 'Lucy Brown' and Vanda2. The economic indices indicated that despite the Vanda1 having larger advantage in the intercropping, was Vanda2 which obtained the highest economic return.

Keywords: Agroeconomic indexes, Lactuca sativa, nutrients, Solanum lycopersicum, yield.

1 INTRODUÇÃO

A crescente demanda por alimentos mais saudáveis e produzidos com baixo impacto ambiental impulsionam o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para a agricultura, visando racionalizar o uso dos recursos naturais (ZANG et al., 2015). Uma das tecnologias disponíveis que pode contribuir para a implantação dessa filosofia de trabalho é a consorciação de culturas, que consiste no cultivo simultâneo de duas ou mais espécies em uma área (WILLEY, 1979).

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ambas. Não obstante, a consorciação de culturas caracteriza-se por haver competição interespecífica, e para minimizá-la, é fundamental determinar a época de estabelecimento das culturas, pois o período de convivência afeta a complementaridade e, consequentemente, a produtividade das espécies (BEZERRA et al., 2012; OSHE et al., 2012).

Por serem hortaliças de grande expressão econômica e social, além de apresentarem características agronômicas e botânicas distintas, o tomateiro (Solanum lycopersicum L.) e a alface (Lactuca sativa L.) podem possibilitar a exploração das complementaridades temporal e espacial. Em cultivo no solo, em casa de vegetação, Cecílio Filho et al. (2011) constataram a viabilidade agronômica do consórcio tomateiro e alface, quando essa é transplantada até 10 dias após o tomateiro. Os autores observaram que, de modo geral, a alface é prejudicada pela presença do tomateiro, independentemente da época em que foi transplantada, mas que o dano é intensificado com o atraso no transplantio da alface. Por outro lado, o tomateiro não tem a produtividade e a classificação dos frutos prejudicados pela alface. A ausência de prejuízo ao tomateiro pela alface também foi observada por Tringovska et al. (2015).

Juntamente com a consorciação de culturas, o cultivo em ambiente protegido é uma ferramenta para alavancar o aumento da produção de alimentos. Apesar da pouca área cultivada em ambiente protegido no Brasil, esse sistema de cultivo vem crescendo no país, especialmente por reduzir a sazonalidade na oferta de alimentos, abastecendo o mercado com hortaliças de melhor qualidade. Aliado ao ambiente protegido está o cultivo sem solo, que facilita o manejo sanitário, visto a ausência ou baixa incidência de patógenos radiculares, e a maior facilidade no manejo da nutrição das plantas, entre outras vantagens, que proporcionam maior produtividade à cultura (JUÁREZ-MALDONADO et al., 2014).

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Entre os índices citam-se: eficiência do uso da área (EUA), coeficiente de competitividade (CC), agressividade (A), perda de rendimento real (PPR), vantagem consórcio (VC), rentabilidade bruta (RB) e retorno líquido (RL) (MCGILCHRIST; TRENBATH, 1971; WILLEY, 1979; WILLEY; RAO, 1980; BANIK, 1996; BANIK et al., 2000; DHIMA et al., 2007; YILMAZ; ATAK; ERAYMAN, 2008).

Avaliando a viabilidade econômica do consórcio entre tomateiro e alface em casa de vegetação, Cecílio Filho, Rezende e Costa (2010) observaram que o consórcio proporcionou lucro líquido de 14,8% em relação ao monocultivo de tomateiro, e 850% em relação ao monocultivo de alface. Otimizando o uso do espaço da casa de vegetação é possível reduzir os custos de produção e, assim, aumentar a rentabilidade do sistema de consórcio. Outros autores também obtiveram aumento na produtividade em sistemas consorciados, que contribuiu para aumentar rentabilidade do cultivo de hortaliças em ambientes protegidos (BARROS JÚNIOR et al., 2009; REZENDE et al., 2011).

Assim, o objetivo neste trabalho foi avaliar os índices competitivos e as características agroeconômicos do consórcio entre tomateiro e alface, em função das épocas de estabelecimento do consórcio em cultivo sem solo.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Condições de cultivo

O experimento foi realizado de 28 de agosto de 2013 a 15 de fevereiro de

2014, na UNESP, em Jaboticabal, São Paulo, situada a 21º15‟22”S, 48º15‟58”W e

575 m de altitude, em uma casa de vegetação com 652,80 m2, modelo teto em arco, com pé direito de 3 m, coberta com filme de polietileno de baixa densidade (150 μm

de espessura) com fechamento lateral e frontal de tela preta de polipropileno com 30% de sombreamento.

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vegetação. A temperatura média durante o ciclo de cultivo foi de 22,9ºC (média máxima = 31,0ºC; média mínima = 14,9ºC). A umidade relativa do ar variou de 37 a 97%. A média diária de radiação fotossintética ativa (PAR) medida acima do dossel do tomateiro, durante o seu ciclo foi de 879,16 µMol m-2 s-1. Para as alfaces „Vanda‟ e „Lucy Brown‟, a disponibilidade de PAR variou conforme a época de transplantio, pois à medida que mais tardiamente foi transplantada, maior estava o tomateiro e maior foi o sombreamento sobre a alface; muito embora, houve aumento da PAR com o avanço no ano. Os valores da PAR para cada ciclo das alfaces em monocultivo e a percentagem destas para as alfaces em consórcio estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Radiação fotossinteticamente ativa (PAR) média disponível durante os

ciclos das alfaces Vanda1, Vanda2 e „Lucy Brown‟ em consórcio, em

percentagem da PAR (μMol m-2s-1) disponível para as alfaces em

monocultivo.

DATT1 Monocultivo Consórcio

PAR (μMol m-2s-1) PAR (%)

Vanda 1 e Vanda 2 Lucy Brown Vanda 1 e Vanda 2 Lucy Brown 0 490,20 546,92 37,04 29,62 7 551,21 581,41 31,28 24,10 14 550,78 580,33 27,61 20,92 21 598,30 611,76 21,54 16,29

1 DATT = Transplante da alface, em dias após o transplante do tomateiro.

2.2 Tratamentos e delineamento experimental

Foram utilizadas plantas de duas cultivares de alface, „Lucy Brown‟ (Crisphead group) e „Vanda‟ (Looseleaf group) e plantas do tomateiro cultivar Débora Victory. O

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da alface (0, 7, 14 e 21 dias após o transplantio do tomateiro - DATT). Foram

realizadas seis repetições. Mudas das alfaces „Lucy Brown‟ e „Vanda‟ foram transplantadas com quatro folhas após a emissão das folhas cotiledonares. „Lucy Brown‟ e Vanda1, foram transplantadas na metade do espaçamento entre plantas do tomateiro (0,40 m entre si). Vanda2 foi transplantada distante entre si em 0,20 m. O tomateiro foi transplantado com quatro folhas após a emissão das folhas cotiledonares, em espaçamento de 1,10 m × 0,40 m (entrelinhas × entre plantas). As plantas foram conduzidas em haste única e tutoradas individualmente por fitilho plástico, amarrados a fios de aço tensionados a 2,00 m de altura sobre as linhas de cultivo, conforme o esquema de distribuição das plantas por unidade experimental (Figura 1).

(A) (B) (C) (D)

Figura 1. Distribuição das plantas por unidade experimental: A - alface em monocultivo; B - tomateiro em monocultivo; C - cultivo consorciado com uma planta de alface entre os tomateiros; D - cultivo consorciado com duas plantas de alface entre os tomateiros.

2.3 Instalação e condução experimental

As mudas foram transplantadas em canais de cultivo contendo substrato de fibra de casca de coco. Os canais foram confeccionados em lâminas de zinco (2,00 mm de espessura), em formato trapezoidal, com 0,18 m de largura na base, 0,38 m de largura superior, 0,20 m de altura e 5,00 m de comprimento, com capacidade de

280 L de fibra de casca de coco (23,30 L planta-1 de tomateiro). Os canais foram

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raízes com o metal, os canais foram revestidos internamente com polietileno de baixa densidade, de coloração negra de 0,10 mm de espessura.

A fibra de casca de coco utilizada foi a Golden Mix®, da AMAFIBRA, composto por 50% de fibras longas e 50% de fibras curtas, sendo distribuída até a borda superior dos canais. No sentido longitudinal do canal de cultivo e sobre o substrato foi instalado um tubo-gotejador Netafim®, modelo KifNet, com gotejadores autocompensantes espaçados por 0,40 m. Após a instalação do sistema de fertirrigação, o substrato foi coberto com o mesmo filme de polietileno usado para forrar os canais, protegendo o substrato da radiação direta, reduzindo a amplitude térmica e a evaporação de água.

A umidade do substrato foi monitorada constantemente por meio do sistema Hidrosense®, modelo MRI-D, composto de sensores Irrigas® e controlador eletrônico

de irrigação. O potencial hídrico do substrato foi determinado por pares de sensores instalados nos canais de cultivo nos seis blocos. Quando a média, dos doze sensores, de tensão de umidade no substrato apresentava-se inferior a -4 kPa, o sistema de fertirrigação era ativado até que a capacidade de retenção de umidade do substrato fosse restabelecida.

A solução nutritiva foi calculada para fornecer as concentrações de nutrientes, conforme recomendado por Muckle (1993). Diariamente, foi medido o volume da solução nutritiva drenada, e nela determinados pH, condutividade elétrica (CE), nitrato (NO3-) e potássio (K+). Essas medidas eram utilizadas para ajustar a solução

da fertirrigação.

As colheitas das alfaces „Vanda‟ e „Lucy Brown‟, em monocultivo e consorciado

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2.4 Características avaliadas

2.4.1 Alface e tomateiro

Para a alface, foram avaliados os teores foliares de nitrogênio (N), potássio (K), magnésio (Mg), em g kg-1, e ferro (Fe), em mg kg-1, na folha de diagnose do estado nutricional, a massa fresca e seca (g planta-1) e a produtividade (g m-2). As alfaces foram avaliadas quanto aos aspectos comerciais das cultivares, ou seja, características de folhas, formação de cabeça, e ausência de descolorações, de estiolamento, de podridões.

Para o tomateiro, também foram avaliados os teores foliares dos mesmos nutrientes determinados para alface, na folha de diagnose do estado nutricional, a área foliar (m2), índice de área foliar na colheita de acordo com a metodologia

descrita por Reis et al. (2013), massa seca foliar e total (g planta-1) e produtividade

comercial (kg m-2). Foram considerados comerciais os tomates com diâmetro igual ou superior a 50 mm e isentos de injúrias como podridões, rachaduras, deformações e danos profundos. Semanalmente, dois frutos comerciais por tratamento, foram separados para determinar o pH e o teor de sólidos solúveis.

2.4.2 Índices agroeconômicos dos consórcios e competitividade das espécies

Para os índices de eficiência do uso da área (eficiência produtiva do consórcio) e os índices que avaliam a interação das espécies (coeficiente de competitividade, agressividade e perda de produtividade real), foi considerada a produtividade total das alfaces em biomassa, independentemente, se as alfaces atingiram padrão comercial. Para os índices econômicos (vantagem do consórcio, rentabilidade bruta e retorno líquido), foram consideradas apenas as plantas comerciais. As alfaces que não apresentaram qualidade comercial não foram consideradas para esses índices.

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2.4.2.1 Índice de eficiência no uso da área (EUA)

Para o cálculo deste índice foi utilizada a fórmula proposta por Willey (1979):

onde: Yc,i= é a produtividade da cultura “i” em consórcio (c)

Ym,i= é a produtividade da cultura “i” em monocultura (m)

Para o cálculo dos índices EUA, foram utilizadas as produtividades totais da

alface „Lucy Brown‟ e „Vanda‟ (com uma e duas plantas entre o tomateiro) e do

tomateiro.

2.4.2.2 Coeficiente de Competitividade (CC)

A relação competitiva foi obtida a partir da fórmula sugerida por Willey e Rao (1980):

CC = CCa + CCt

sendo que o CCa foi calculado pela fórmula:

CCa = [(EUAa/EUAt) · Zta/Zat)]

e o CCt foi calculado pela fórmula:

CCt = [(EUAt/EUAa) · Zat/Zta)]

sendo que, CCa e CCt são os índices parciais calculados para a alface e o

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Zta é a proporção das plantas de tomate em relação às plantas de alface no

consórcio. EUAa e EUAt são os índices parciais de eficiência do uso da área (EUA)

calculados para a alface e o tomate, respectivamente.

Trata-se da avaliação da concorrência entre as culturas. Proporciona melhor medida da capacidade competitiva das culturas componentes do consórcio. Sendo assim, o CC fornece o grau exato de concorrência indicando o número de vezes em que a espécie dominante é mais competitiva do que a(s) espécie(s) dominada(s) (ESKANDRI; GHANBARI, 2010; EGBE; ALIBO; NWUEZE, 2010). O CC mostra qual cultura faz melhor uso dos recursos ambientais no sistema consorciado.

2.4.2.3 Agressividade (A)

A agressividade é um índice que indica o quanto uma cultura em sistema consorciado foi superior em produtividade à outra. O índice foi proposto por Mcgilchrist e Trenbath (1971) para medir o domínio de uma cultura sobre a outra e foi calculado pelas fórmulas:

Aa = (Yat/Ya·Zat) – (Yta/Yt·Zta)

At = (Yta/Yt·Zta) – (Yat/Ya·Zat)

sendo que: Yat = é a produtividade da alface em consórcio com o tomateiro, Yta

= é a produtividade do tomateiro em consórcio com a alface, e Ya e Yt são as

produtividades de alface e tomateiro, em monocultura, respectivamente; Zat e Zta

foram descritos no item de CC.

Referências

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