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Atividade física segundo a percepção dos estudantes de enfermagem.

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Academic year: 2017

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ATI VI DADE FÍ SI CA SEGUNDO A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

1

Car la Rober t a Mont eir o2

Ana Cr ist ina Mancussi e Far o3

Est e est udo t eve com o obj et ivo conhecer a percepção do aluno de graduação da Escola de Enferm agem

da Universidade de São Paulo sobre a prát ica de at ividade física para a m anut enção da saúde e do bem - est ar.

A colet a de dados se deu m edian t e a aplicação de u m qu est ion ár io em sala de au la, t en do par t icipado do

est udo 122 alunos. Nesse gr upo, 52,23% acr edit am que a at ividade física deve ser r ecom endada apenas par a

q u em ap r esen t e alt er ações d e saú d e. Ap en as 8 % d eles acr ed it am n a p r ev en ção d e d oen ças at r av és d a

pr át ica de at iv idade f ísica e, ain da, e apen as 6 , 6 1 % f azem u so de equ ipam en t os de pr ot eção. Dian t e dos

r esult ados, conclui- se que há necessidade de m elhor pr epar ação dos alunos dur ant e a gr aduação, par a que

esses, possam in t er v ir efet iv am en t e qu an do pr ofission ais.

DESCRI TORES: at iv idade m ot or a; en fer m agem ; saú de

PHYSI CAL EXERCI SE ACCORDI NG TO NURSI NG STUDENTS’ PERCEPTI ONS

This st udy aim ed t o get t o know t he percept ions of undergraduat e st udent s from t he Universit y of São

Paulo College of Nursing about physical exercise as an inst rum ent t o m aint ain healt h and well being. Dat a were

collect ed t h r ou gh t h e applicat ion of a qu est ion n air e in class, in v olv in g 1 2 2 u n der gr adu at e st u den t s. I n t h is

gr oup, 52. 23% believ ed t hat phy sical ex er cise should only be r ecom m ended t o people w it h healt h pr oblem s.

Only 8% t hought t hat ex er cise can pr ev ent diseases, and only 6. 61% uses pr ot ect ion equipm ent . Ther efor e,

we concluded t hat nursing st udent s need t o be bet t er prepared t o be able t o int ervene correct ly as professionals.

DESCRI PTORS: m ot or act iv it y ; nur sing; healt h

ACTI VI DAD FI SI CA SEGÚN LA PERCEPCI ÓN DE ESTUDI ANTES DE ENFERMERÍ A

La f in alid ad d e est e est u d io f u e con ocer la p er cep ción d e alu m n os d e p r eg r ad o d e la Escu ela d e

Enferm ería de la Universidad de Sao Paulo sobre la práct ica de act ividad física para m ant ener la salud y el bien

est ar. La recolect a de dat os fue realizada m ediant e la aplicación de un cuest ionario en aula y part iciparon 122

est udiant es. En est e grupo, el 52,23% cree que la act ividad física t iene que ser recom endada solam ent e a las

per sonas con alt er aciones de la salud. Sólo el 8% de ellos cr ee que sea capaz de pr ev enir enfer m edades. La

con cl u si ón es q u e h ay n ecesi d ad d e m ej or p r ep ar aci ón d e l os al u m n os, con v i st as a l a ef i caci a d e su s

in t er v en cion es cu an do pr of esion ales.

DESCRI PTORES: act iv idad m ot or a; enfer m er ía; salud

1 Trabalho ext raído da Monografia de conclusão de Curso de Graduação em Enferm agem financiada pela Fundação de Am paro à Pesquisa do Est ado de São

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I NTRODUÇÃO

A

urbanização, a falt a de espaços públicos, o m edo da violência e as facilidades tecnológicas que su p r i m e m a f u n çã o p r i m á r i a d a v i d a , q u e é a locom oção, vêm causando o que se pode cham ar de doenças “ hipocinét icas”. O sedent arism o é o fat or de r isco m ais pr ev alent e na população br asileir a, bem superior a outros fatores de risco com o o tabagism o, a hipert ensão art erial, a obesidade e o alcoolism o.

A necessidade de se t er hábit os saudáv eis de vida, tem sido divulgada na sociedade, com o pode ser obser v ada na pr ocur a e fr eqüência aum ent ada às praças de esport e, lugares públicos dest inados à prát ica de exercício físico, aos clubes esport ivos e às academ ias de ginástica. Nota- se a em ergência de um a n o v a ár ea à q u al d ev er - se- i a est ar at en t o p ar a ident ificar e, pr incipalm ent e, conhecer esse “ nov o” cliente, aquele que pratica atividade física e o atleta, p r at ican t e d e m od alid ad es esp or t iv as com cu n h o profissional ou de lazer( 1).

Sem que se perceba, esse cliente j á faz parte d o co t i d i a n o d o p r o f i ssi o n a l e n f e r m e i r o , p o i s, rot ineiram ent e, realiza- se orient ações a pessoas que são pelo m enos praticantes de atividade física. Deve-se refletir sobre essa clientela e perguntar Deve-se Deve-se está pr epar ado par a ofer ecer esse at endim ent o, pois o que se apresenta é um a clientela carente de cuidados, m as, principalm ent e, carent e de prevenção de lesões m úsculo- esquelét icas( 1).

E com o é o au t ocu idar ? É pr eciso r ef let ir sobr e a m an u t en ção da saú de e os ben ef ícios da p r á t i ca d e a t i v i d a d e f ísi ca n o q u e t a n g e a o aut ocuidado.

O aluno de enferm agem da Universidade de Sã o Pa u l o ( USP) é p r e d o m i n a n t e m e n t e j o v e m , en v olv id o p r of u n d am en t e com su a j ov ialid ad e e, conseqüentem ente, produtividade física. Tem tam bém m u it a in iciat iv a, car act er íst ica essa qu e con cilia e organiza out ros j ovens para as at ividades esport ivas na enfer m agem .

Diant e da expressão desses alunos, no que se r efer e à pr át ica espor t iv a e de at iv idade física, em er g e a q u est ão q u e en v olv e essas h ab ilid ad es volt adas à prom oção da saúde.

OBJETI VOS

Ge r a l: con h ecer a per cepção do alu n o de g r a d u a çã o e m e n f e r m a g e m so b r e a p r á t i ca d e at iv idade física par a a m anut enção da saúde e do bem - est ar ; Esp e cíf icos: car act er izar os alunos do

curso de graduação em enferm agem quant o à idade, sexo, et nia, procedência, ocupação at ual, prát ica de a t i v i d a d e f ísi ca , o co r r ê n ci a d e a l t e r a çõ e s e / o u d ef iciên cia f ísica, v isu al e/ ou au d it iv a; id en t if icar lesões m úsculo- esqueléticas sofridas e relatadas pelos alunos decorrent es da at ividade física, o t rat am ent o r ealizad o e a p r ev en ção d as m esm as; v er if icar a part icipação de alunos com deficiência física, visual e/ ou au d it iv a em p r át ica d e at iv id ad e f ísica e/ ou espor t iv a.

MÉTODO

Tipo de est udo

Trat a- se de est udo explorat ório e descrit ivo, de abordagem quant it at iva.

Am ost ra e local

Fo i co m p o st a p o r 1 2 2 a l u n o s d o s 3 5 2 r egular m ent e m at r iculados no Cur so de Gr aduação e m En f e r m a g e m d a Esco l a d e En f e r m a g e m d a Un i v e r si d a d e d e Sã o Pa u l o ( EEUSP) , o s q u a i s quiser am par t icipar do est udo, após esclar ecim ent o por m eio de um t er m o de r esponsabilidade, o qual cont em plava or ient ações sobr e a invest igação, com e x p l i ca çõ e s e scr i t a s e m l i n g u a g e m a ce ssív e l , garant indo sigilo e o anonim at o do est udant e, bem com o a livre part icipação do aluno na pesquisa.

Procedim ent os para a colet a de dados

Os d a d o s f o r a m co l e t a d o s m e d i a n t e a aplicação de um quest ionário em sala de aula após aprovação do Com itê de Ética em Pesquisa da EEUSP, e a u t o r i za d o p e l a d i r e t o r a d a i n st i t u i çã o . O questionário constou de um a prim eira parte contendo os dados sociodem ogr áficos par a a car act er ização da am ostra. Na segunda parte do instrum ento, foram invest igados os dados pert inent es à at ividade física. As l esõ e s m ú scu l o - e sq u el é t i ca s, b em co m o se u t r a t a m e n t o e p r e v e n çã o f o r a m i n v e st i g a d o s n a t erceira part e do inst rum ent o.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Os suj eit os do est udo

(3)

pr ocedent es do m unicípio de São Paulo ( 60, 66% ) . Apenas 18,85% deles relat aram que, além de cursar a graduação, t am bém t rabalham . E com o j á era de se esperar, devido ao fat o de ainda nos dias de hoj e a enferm agem ser um a profissão predom inantem ente f em i n i n a , 9 1 , 8 % d o s p a r t i ci p a n t es sã o d o sex o fem inino.

Alguns dos est udant es relat aram alt erações e / o u d e f i ci ê n ci a s f ísi ca s, a u d i t i v a s e v i su a i s, m erecendo dest aque as visuais, que foram relat adas por 4 0 , 9 8 % dos par t icipan t es, sen do qu e 1 8 , 8 5 % desses relataram apresentar m iopia e 12,29% m iopia e ast igm at ism o.

Con cepção de at iv idade f ísica e su a pr át ica com o form a de m anut enção da saúde e bem - est ar

D a t o t a l i d a d e , 6 2 , 3 5 % d o s a l u n o s conceituaram atividade física com o sendo um a prática de exercícios físicos, ou qualquer outra atividade, que en v olv a m ov im en t o cor por al, com esf or ço físico e g a st o en er g ét i co . A a t i v i d a d e f ísi ca t a m b ém f o i considerada por 24,69% dos est udant es com o sendo u m a at iv idade qu e t r az ben ef ícios à saú de e qu e pr om ove o aut ocuidado.

A at iv idade f ísica pode ser def in ida com o “ q u a l q u e r m o v i m e n t o co r p o r a l p r o d u zi d o p e l o s m ú scu l o s esq u el ét i co s q u e r esu l t e em g a st o d e energia”( 2).

Est u d os ep id em iológ icos e ex p er im en t ais evidenciam relação posit iva ent re a at ividade física e a dim inuição da m ortalidade, sugerindo tam bém efeito posit ivo nos riscos de enferm idades cardiovasculares, p e r f i l d o s l i p íd e o s p l a sm á t i co s, m a n u t e n çã o d a densidade óssea, na r edução das dor es lom bar es e m elhor es per spect ivas no cont r ole de enfer m idades respiratórias crônicas. Foram relatados, ainda, efeitos posit iv os no t r at am ent o pr im ár io ou com plem ent ar da art eriosclerose, da enferm idade venosa periférica, da ost eopor ose, assim com o benefícios psicológicos a cu r t o p r a zo , a d i m i n u i çã o d a a n si ed a d e e d o estresse e, a longo prazo, as alterações na depressão m o d e r a d a , n o e st a d o d e h u m o r, a u t o - e st i m a e at it udes posit ivas( 3).

Quando questionados sobre a população para a qu al é in dicado o desen v olv im en t o de at iv idade f ísica, 7 2 , 9 5 % r espon der am qu e apen as cr ian ças, adolescent es, adult os e idosos de am bos os sex os p od er iam p r at icar at iv id ad e f ísica, en q u an t o u m a m in or ia, d e ap en as 2 7 % , acr ed it a q u e, além d a

população cit ada, out r os t am bém poder iam exer cer a p r á t i ca . D e n t r e a s o p çõ e s ci t a d a s, t a m b é m m e n ci o n a r a m a s g e st a n t e s, a s p e sso a s co m deficiências física, audit iva, visual e m ent al, além de doent es crônicos e pessoas hospit alizadas.

At ribuiu- se, pelos alunos, com o benefício da pr át ica de at ividade física a m elhor a das condições físicas ( 62% ) e m entais ( 20% ) , sendo citados tam bém a prevenção de doenças, a m elhora da qualidade de vida e o aum ent o da disposição física e m ent al.

Ci e n t i st a s e n f a t i za m ca d a v e z m a i s a n ecessid ad e d e q u e a at iv id ad e f ísica sej a p ar t e fundam ent al dos pr ogr am as m undiais de pr om oção d a saú d e. O Cen t r o d e Con t r ole e Pr ev en ção d e D o en ça s d o s Est a d o s Un i d o s ( CD C) e o Co l ég i o Am e r i ca n o d e Me d i ci n a Esp o r t i v a ( ACMS) r e co m e n d a m 3 0 m i n u t o s d e a t i v i d a d e f ísi ca d e i n t e n si d a d e m o d e r a d a , d e m a n e i r a co n t ín u a o u acum ulada, na m aior part e dos dias da sem ana( 4).

Tabela1 - Dist r ibuição das r espost as dos alunos do cu r so d e g r a d u a çã o e m e n f e r m a g e m se g u n d o recom endações para a prática de atividade física. São Paulo, EEUSP, 2004

s e õ ç a d n e m o c e

R Respostas

N % , e d a d i s e b o ( e d ú a s e d s e õ ç a r e tl a r a t n e s e r p A s a ç n e o d , s o ir ó t a r i p s e r e s o c a í d r a c s a m e l b o r p -o l u c s ú m s a c i n ô r c s a ç n e o d , s a c il ó b a t e m e s a c i n ô r c o ã s n e t r e p i h , a n u l o c e d s a m e l b o r p , s a c it é l e u q s e )l a ir e t r a 5 3 52,23

s a ç n e o d e d o ã ç n e v e r

P 8 11,94

o s e p e d a d r e

P 5 7,46

o t n e m a x a l e r e e s s e r t s e e d o ã ç u d e

R 5 7,46

l a u s i v e a v it i d u a , a c i s íf a i c n ê i c if e d r a t n e s e r p

A 4 5,97

l e v á d u a s r a t s

E 3 4,48

o m s ir a t n e d e

S 3 4,48

a i c n ê i c if e d r a t n e s e r p a o ã

N 2 2,99

r a c it a r p m e v e d s o d o

T 2 2,99

l a t o

T 67 100

(4)

im agem corporal, dim inuição do estresse e ansiedade, m elhora de tensão m uscular e da insônia, dim inuição do consum o de m edicam entos e m elhora das funções cognit ivas e da socialização( 5).

I núm eras são as evidências cient íficas sobre o s ef ei t o s d o ex er cíci o f ísi co , a t i v i d a d e f ísi ca e t r e i n a m e n t o n a s v a r i á v e i s a n t r o p o m é t r i ca s, n e u r o m o t o r a s e m e t a b ó l i ca s d u r a n t e o en v elh ecim en t o, assim com o seu s ef eit os sobr e a saúde m ental do idoso. Sendo assim , a atividade física vem sendo considerada um aspect o fundam ent al do estilo de vida para a prom oção de um envelhecim ento saudáv el e bem - sucedido.

“ No p r o ce sso d e e n v e l h e ci m e n t o , o in cr em en t o d a at iv id ad e f ísica é f u n d am en t al n o con t r ole do peso e da gor du r a cor por al, poden do t a m b é m co n t r i b u i r n a p r e v e n çã o e co n t r o l e d e a l g u m a s co n d i çõ e s cl ín i ca s a sso ci a d a s a e sse s f a t o r e s, co m o a s d o e n ça s ca r d i o v a scu l a r e s, o diabet es, h iper t en são, aciden t e v ascu lar cer ebr al, ar t r it e, apn éia do son o, pr ej u ízo da m obilidade e aum ent o da m ort alidade”( 6).

Out r os benefícios do t r einam ent o da for ça m uscular na terceira idade são: m elhora da velocidade de andar, m elhora do equilíbrio, aum ento do nível da atividade física espontânea, m elhora da auto- eficácia, co n t r i b u i çã o n a m a n u t e n çã o e / o u a u m e n t o d a den sidade óssea, m elh or a de in gest ão diet ét ica e d i m i n u i çã o d a d ep r essã o( 6 ). To d o s o s b en ef íci o s

ci t a d o s, a d v i n d o s d o t r e i n a m e n t o a d e q u a d o d a m u scu lat u r a esq u elét ica q u e est á en v elh ecen d o, levam ao aum ent o da capacidade de realização das at ividades de vida diária, cont ribuindo assim para a independência funcional do idoso, o que lhe confere m elhor qualidade de vida e envelhecim ento saudável. Além disso, o exercício físico cont ribui para a p r e v e n çã o d a s q u e d a s m e d i a n t e d i f e r e n t e s m e ca n i sm o s: “ f o r t a l e ci m e n t o d o s m ú scu l o s d a s per nas e cost as, m elhor a dos r eflex os, m elhor a da siner gia m ot or a das r eações post ur ais, m elhor a da v elocidade de andar e incr em ent o da flex ibilidade, m anutenção do peso corporal, m elhora da m obilidade e dim inuição do risco de doença cardiovascular”( 6).

São reconhecidos os benefícios da prática de atividade física sobre o ciclo vital, inclusive durante a gestação. Atualm ente, alguns tipos de atividade física com o exercícios leves na água, cam inhada e ioga j á vêm se dest acando com o prát ica de at ividade física ent re as gest ant es. A at ividade física sendo regular, m oder ada e cont r olada desde o início da gest ação,

p r om ov e b en ef ícios t an t o p ar a a saú d e m at er n a quanto fetal. Dentre os benefícios, a literatura destaca a prevenção e redução de lom balgias, de dores das m ãos e pés e est resse cardiovascular, fort alecim ent o da m usculatura pélvica, redução de partos prem aturos e cesár eas, m aior f lex ibilidade e t oler ân cia à dor, controle do ganho ponderal e elevação da auto- estim a da gest ant e. No fet o, observou- se aum ent o do peso ao nascer e m elhoria da condição nut ricional.

As v ant agens da at iv idade física dur ant e a g e st a çã o se e st e n d e m , a i n d a , a o s a sp e ct o s em ocionais, contribuindo para que a gestante se torne ca d a v ez m a i s a u t o co n f i a n t e e sa t i sf ei t a co m a apar ên cia, elev e a au t o- est im a e apr esen t e m aior sat isfação na prát ica dos exercícios.

A atividade física, durante a gestação, dim inui as dores do parto, contribuindo para que as gestantes fisicam ente ativas tolerem m elhor o trabalho de parto, principalm ent e os m ais prolongados, do que aquelas não treinadas, ou do que aquelas que se exercitavam apenas espor adicam ent e( 7).

O Am e r i ca n Co l l e g e o f Ob st e t r i ci a n s a n d Gi n e co l o g i st s r ecom en d ou q u e a at i v i d ad e f ísi ca d e se n v o l v i d a d u r a n t e a g e st a çã o t e n h a , p o r car act er íst icas, ex er cícios de int ensidade r egular e m oderada, com o o program a volt ado para o período gest acional em que a m ulher se encont r a, com as at iv id ad es cen t r ad as n as con d ições d e saú d e d a gestante, na experiência em praticar exercícios físicos e na dem onst r ação de int er esse e necessidade da m esm a( 7).

Os principais sinais de que a at ividade física deve cessar são perda de líquido am niót ico, dor no peit o, san gr am en t o v agin al, en x aqu eca, dispn éia, ed em a, d o r n as co st as, n áu sea, d o r ab d o m i n al , cont rações ut erinas, fraquezas m usculares e t ont ura e redução dos m ovim entos do feto. A atividade física é ab so l u t am en t e co n t r a- i n d i cad a p ar a g est an t es p o r t a d o r e s d e d o e n ça ca r d ía ca co m a l t e r a çõ e s h e m o d i n â m i ca s si g n i f i ca t i v a s, d o e n ça p u l m o n a r o b st r u t i v a r e st r i t i v a , m u l t íp a r a co m r i sco d e prem aturidade, placenta prévia depois de 26 sem anas de gest ação, r upt ur a de m em br anas, sangr am ent o uterino persistente, no segundo ou terceiro trim estre, cérvix incom pet ent e e pré- eclâm psia( 7).

Outro estudo dem onstrou a forte contribuição da prát ica de exercícios físicos com o fat or int egrant e do program a de reabilit ação pós- m ast ect om ia.

(5)

à dim ensão física, com o m elhora do m ovim ent o dos b r a ço s e o m b r o s, p r e v e n çã o d o l i n f e d e m a e f or t alecim en t o d os m ú scu los, b em com o aq u eles b en ef ícios r elacion ad os à esf er a em ocion al com o m elhor a da disposição, ener gia, est r esse e padr ão de sono( 8).

Os benefícios oriundos da atividade física são t em p or ár i os e p od em ser m an t i d os ap en as se o engaj am ent o de at ividade do indivíduo for regular e consist ent e. I sso sugere que m elhores efeit os podem ser alcan çad os se a at iv id ad e f ísica in iciar - se n a in fân cia e per sist ir du r an t e t oda a v ida. Por t an t o, h á b i t o s e a t i t u d e s a d q u i r i d o s n e sse p e r ío d o influenciam o padr ão de com por t am ent o dur ant e a v i d a f u t u r a e , co n se q ü e n t e m e n t e , o s p e r f i s d e m or bim or t alidade( 2).

Um est i l o d e v i d a a t i v o p a r a cr i a n ça s e a d o l e sce n t e s b e n e f i ci a o cr e sci m e n t o e desenvolvim ent o. Além dos benefícios para a saúde, a p r át ica d e at iv id ad e f ísica p r op or cion a lazer e socialização, contribuindo para a aquisição de aptidões e elevação da aut o- est im a e confiança.

Ap esar d o r econ h ecim en t o d os b en ef ícios físicos, sociais e psicológicos da prát ica de at ividade f ísica r eg u lar, t em - se ob ser vad o q u e, ap esar d as cr ian ças ain d a r ep r esen t ar em a classe q u e m ais prat ica at ividade física, t em ocorrido decréscim o do nível de at ividade nessa faixa et ária.

D en t r e as r azõ es p ar a esse au m en t o n o padrão de inat ividade est á a ascensão da t elevisão, v ídeocasset e, j ogos de com put ador, o aum ent o do desenvolvim ent o do t ráfego e o crescent e pavor dos pais em deix ar suas cr ianças desacom panhadas( 9).

Se os p ad r ões d e p r át ica d e at iv id ad e f ísica são det er m in ados n a in fân cia, en t ão a dim in u ição dos níveis de atividade pelas crianças é preocupente tanto em relação ao presente, quanto em relação ao padrão de vida dessas crianças quando adult as.

Qu a n t o à p r á t i ca d e a t i v i d a d e f ísi ca desen v olv ida pelos alu n os qu e par t icipar am dest e est udo, not a- se a pr edom inância das m odalidades individuais sobre as coletivas. Modalidades individuais com o nat ação, cam inhada, m usculação, ioga, dança, lut a, ent re out ras, perfazem 80,85% das respost as, ao p asso q u e as colet iv as com o f u t sal, h a n d b a l l, basquet e e vôlei represent am apenas 17,02% .

A fr eqüência da pr át ica de at iv idade física relat ada pelos alunos do est udo, em sua m aioria, é de duas v ezes por sem ana com dur ação de um a a duas hor as, sendo r ealizada no cent r o de pr át icas

e sp o r t i v a s d a p r ó p r i a Un i v e r si d a d e . Pô d e se r evidenciado, tam bém , que a prática de atividade física por esses alunos não se trata de um hábito de longa dur ação, pois essa pr át ica v em ocor r endo som ent e desde o últ im o ano para a m aioria desses alunos.

Qu a n d o q u e st i o n a d o s, o s e st u d a n t e s sedent ár ios, sobr e os m ot iv os que os lev am a não prat icarem qualquer t ipo de at ividade física, alegam em su a m aior ia n ão t er em t em p o p ar a a p r át ica ( 64,04% ) . Já 22,47% , não ex pr essam v ont ade em in iciar u m a p r át ica d e at iv id ad e f ísica e 1 1 , 2 4 % r elat am com o m ot iv o par a a ausência da at iv idade no seu cotidiano a ausência de dinheiro para tanto e, isso, provavelm ent e se deve à concepção de que a at iv idade física dev e ser r ealizada em academ ias, escolas de danças, ou luta, e sob a supervisão de um t écnico especializado. Desses, 53,95% r elat am que a ausência de at ividade física os t orna indispost os e 18,42% se sent em culpados com a sit uação. Apenas 17,1% relat am sent irem falt a da prát ica de at ividade física, enquant o 1 0 , 5 3 % deles r elat ar am sent ir - se m uit o bem apesar da ausência de at ividade física.

CHCUVCOGPVQFCGUEQNC FGRGPFÄPEKC

EQORTQOGVKOGPVQFCUEQPFKÁÐGUUoEKQOGPVCKU

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Figura 1 - Dist ribuição das respost as dos alunos do cu r so d e g r a d u a çã o e m e n f e r m a g e m se g u n d o p r e j u ízo s d a p r á t i ca d e a t i v i d a d e f ísi ca . Sã o Paulo, EEUSP, 2004

Lesões m úsculo- esquelét icas com o conseqüência da at ividade física e o aut ocuidado

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( 20,59% ) e a fisioterapia ( 17,65% ) , aparecendo ainda outras m odalidades de tratam ento com o a crioterapia, o repouso, a com pressão e as com pressas de água m or n a.

A m aioria dos alunos ( 27,94% ) acredit a que a m elh or for m a de pr ev en ção de lesões m ú scu lo-esqueléticas é o respeito aos próprios lim ites, seguido d a i m p o r t â n ci a d o a l o n g a m e n t o ( 1 8 , 6 3 % ) , d o acom panham ent o t écnico ( 12, 25% ) e o do uso de equipam ent os de prot eção ( 11,27% ) . Apenas 0,49% deles cit aram o uso de im obilizações.

A p r e v e n çã o d e l e sõ e s p r o v o ca d a s p o r at ividades esport ivas é provavelm ent e aspect o m ais im port ant e de qualquer program a at lét ico. As lesões relacionadas ao esport e podem ser evit adas pelo uso co r r e t o d o e q u i p a m e n t o e p e l o t r e i n a m e n t o e con dicion am en t o efet iv os do cor po. É cer t o qu e o treinam ento específico precisa ser adequado à pessoa e ao t ip o d e esp or t e. Ger alm en t e, as r ot in as d e aquecim ento incluem cam inhada ou corrida por cerca d e 5 m i n u t o s, seg u i d a p o r al o n g am en t o l en t o e g r ad u al . O al o n g am en t o é m an t i d o p o r 1 0 a 2 0 se g u n d o s a n t e s d o r e l a x a m e n t o e r e p e t i çã o d o a l o n g a m e n t o . Pr e p a r a r o co r p o p a r a a t i v i d a d e s d esp or t iv as au m en t a a f lex ib ilid ad e d a p essoa e d im in u i e in cid ên cia d e est ir am en t os e en t or ses. Depois do exercício, o corpo precisa resfriar- se para e v i t a r o s p r o b l e m a s ca r d i o v a scu l a r e s, co m o a hipot ensão, síncope e ar r it m ias. As alt er ações nas at iv idades e est r esses dev em ocor r er de m an eir a gradual( 10).

Para as crianças, m edidas de prot eção com o a co l ch o a m e n t o , t a p u m e s, b a n d a g e n s e o u t r o s disposit iv os dev em ser em pr egados par a as ár eas de risco( 11).

A necessidade de aum ent ar a longev idade dos atletas, a m aior indicação terapêutica de atividade física e o pr ópr io aum ent o do núm er o de pessoas que desej am usufruir seus benefícios, propiciam que aspect os pr ev en t iv os sej am v ist os com pr ior idade cada vez m aior pelos profissionais da área da saúde esport iva( 12).

Mesm o sabendo da exist ência de form as de prevenção, 12,4% dos alunos não realizam qualquer ação de pr ev en ção e, con t r adit or iam en t e ao dado cit ad o acim a, ap en as 6 , 6 1 % d eles f azem u so d e equipam ent os de prot eção. As ações m ais realizadas são o aqu ecim en t o e alon gam en t o, r ealizados por 28,93% dos alunos.

CONCLUSÕES

Diant e do expost o conclui- se que, de acordo co m a s r e sp o st a s d o s 1 2 2 a l u n o s, o s q u a i s com puseram a am ost ra do est udo:

- quanto à caracterização da am ostra - a faixa etária predom inante foi de 18 a 37 anos; 91,8% dos alunos são do sex o fem inino; 60,66% são pr ocedent es do m unicípio de São Paulo; 18,85% cursam a graduação e t r abalh am ; alt er ações físicas e sen sor iais for am relat adas por 40,98% deles;

- quant o à per cepção do aluno sobr e a pr át ica de atividade física - 24,69% dos respondentes considera que a prática de atividade física traz benefícios à saúde; cr ianças, adolescent es, adult os e idosos de am bos os sex os podem pr at icar at iv idade física, segundo 72,95% ; 27% dos alunos consider a que gest ant es, d ef icien t es f ísicos, m en t ais e sen sor iais t am b ém podem prat icar at ividade física; 52,23% dos alunos recom endam a prática de atividade física para adultos e idosos com alt erações da saúde e 11,94% para a pr ev enção de doenças.

quant o à prát ica de at ividade física pelos alunos -80, 85% das r espost as apont am par a a pr át ica em m odalidades individuais; 53,95% relat aram sent ir- se indispost os e 18, 24% culpados pelo sedent ar ism o; 4 2 , 8 6 % sof r er am alg u m t ip o d e lesão e 2 7 , 9 4 % a cr e d i t a m q u e r e sp e i t a r o s p r ó p r i o s l i m i t e s e alon g am en t o são ef icazes n a p r ev en ção d e lesão m úsculo- esquelét ica; o t rat am ent o m ais cit ado foi o uso de im obilização por 26,47% .

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

É sabido que o profissional enferm eiro est á dir et am ent e ligado às ações de pr om oção à saúde, i n cl u si v e a t r a v é s d a p r e scr i çã o , e st r u t u r a çã o e im p lem en t ação d e p r og r am as d e ex er cícios, sej a isoladam ente, ou em conj unto com outros profissionais da área de saúde( 1).

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torna envolvido no autocuidado. I sso, de certa form a, auxilia na capacit ação do aluno, de form a adequada, para auxiliar prat icant es de at ividade física e at let as. Assim , sugere- se que o Curso de Graduação em En f er m agem dev a in cor por ar ao seu cu r r ícu lo

con t eú dos per t in en t es à at iv idade física e espor t e com o for m a de m anut enção da saúde e bem - est ar. Da m esm a for m a que se acr edit a ser im por t ant e o estím ulo e a incorporação da atividade física e esporte à vida acadêm ica.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRAFI CAS

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Referências

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