• Nenhum resultado encontrado

Efeitos do exercício físico sobre a remodelação do miocárdio e da aorta em ratas espontaneamente hipertensas (SHR)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Efeitos do exercício físico sobre a remodelação do miocárdio e da aorta em ratas espontaneamente hipertensas (SHR)"

Copied!
60
0
0

Texto

(1)

GISELLE CARVALHO MAIA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A REMODELAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA AORTA EM RATAS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSAS (SHR)

VIÇOSA

MINAS GERAIS – BRASIL 2008

  Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural, para obtenção do título de Magister

(2)

GISELLE CARVALHO MAIA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A REMODELAÇÃO DO MIOCÁRDIO E DA AORTA EM RATAS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSAS (SHR)

APROVADA: 11 de julho de 2008

___________________________ __________________________ Prof. Antônio José Natali Prof. Sérgio Luís Pinto da Matta (Co-orientador) (Co-orientador)

___________________________ _____________________________ Prof. Clóvis Andrade Neves Prof. Luciano Gonçalves Fernandes

___________________________________________ Profª Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado

(Orientadora)

  Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural, para obtenção do título de Magister

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por mais essa vitória! Obrigada por me iluminar e proteger sempre.

Aos meus pais Miguel e Cornélia pelo amor, cuidado e sacrifício. Obrigada por darem força, sempre valorizando meus potenciais. Essa conquista seria impossível sem vocês.

A minha irmã Michelle pelo carinho, incentivo e exemplo de competência, determinação e disciplina.

Ao Rubinho pelo companheirismo, amor e dedicação. Seu incentivo e apoio foram fundamentais nessa conquista.

A todos familiares e amigos que sempre estiveram presentes me incentivando nos momentos de dificuldades. Aos meus avós pelas orações...

Um agradecimento especial a minha orientadora e amiga Izabel Maldonado, pela oportunidade de crescimento, aprendizado, realização profissional e pessoal e pela confiança em mim depositada. Obrigada por sua disponibilidade, ensinamentos e apoio, fundamentais durante todo o processo de criação e elaboração desta dissertação.

Ao professor Sérgio da Matta, obrigada pelos ensinamentos e pelo carinho dedicado.

Ao professor Antônio José Natali, muito obrigada pelo apoio e disponibilidade.

Aos professores Clóvis Andrade Neves e Luciano Gonçalves Fernandes por aceitarem participar da Banca de Defesa desta dissertação, proporcionando discussões e sugestões que servirão para crescimento e aprendizado.

À professora Sílvia Pompolo por disponibilizar o laboratório onde foram capturadas as imagens do material.

À Universidade Federal de Viçosa, pela oportunidade de realização dessa pesquisa.

Edson, um exemplo de dedicação, persistência e determinação. Muito obrigada!

Agradeço à Gláucia pela afeição, pelas palavras de incentivo e por nossas conversas e gargalhadas que aliviavam o cansaço após um dia daqueles de trabalho...

(4)

Aos alunos da Educação Física que, sob a competente coordenação da Cínthia, ajudaram muito na execução do experimento. Aline, Judson, Regiane, Juscélia, Rubens, Karina, Luiz, Miguel... todos foram fundamentais. Obrigada pela amizade e adorável convivência.

Pollyanna Freitas (UFVJM), Bruna e João Pedro que ajudaram nas análises das lâminas.

A todos os professores do Laboratório de Biologia Estrutural (Izabel, Sérgio, Clóvis, Lino e Adilson) pelo exemplo de profissionalismo, pela paciência, momentos de descontração e principalmente pelos ensinamentos.

Alex, sempre disponível a ajudar, muito obrigada. A todos os colegas pela troca de experiências e ensinamento Max, Vinícius, Ana Paula, Claudinha, Mariana, Manu, Luis, Fabiana, Reggiani, Rejane, Fabiano, Bruna, Patrízia, Letinho, Katiane, Sirlene, Marcília, Cirlei... e todos que estiveram presentes no trabalho, nos estudos, nos momentos de descontração. Obrigada especialmente pela amizade, pela ajuda no experimento, pelos conselhos e pela alegria.

Enfim...todos foram muito importantes. MUITO OBRIGADA!

(5)

BIOGRAFIA

GISELLE CARVALHO MAIA, filha de Miguel Ferreira Maia e Cornélia Carvalho Maia, nasceu em Ipatinga, Minas Gerais, em 15 de setembro de 1977.

Em dezembro de 2003, graduou-se como Bacharel em Fisioterapia pela Fundação Educacional de Caratinga (FUNEC), Caratinga-MG.

Em maio de 2005, especializou-se em Reabilitação Cardíaca pela Fundação Educacional Lucas Machado - Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.

(6)

SUMÁRIO

Resumo... 1

Abstract... 3

Introdução ... 5

Referências Bibliográficas ... 9

Análise morfométrica do miocárdio e da aorta de ratas normotensas e espontaneamente hipertensas submetidas à natação ... Resumo ... 13

Abstract ... 14

Introdução ... 15

Material e Métodos ... 16

Resultados e Discussão ... 21

Conclusões ... 29

Referências Bibliográficas ... 31

Efeitos da atividade física aeróbica e da inatividade sobre a remodelação do miocárdio e da aorta de ratas espontaneamente hipertensas ... Resumo ... 35

Abstract ... 36

Introdução ... 37

Material e Métodos ... 38

Resultados e Discussão ... 42

Conclusões ... 48

(7)

RESUMO

MAIA, Giselle Carvalho, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, julho de 2008. Efeitos do exercício físico sobre a remodelação do miocárdio e da aorta em ratas espontaneamente hipertensas (SHR). Orientadora: Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado. Co-orientadores: Antônio José Natali e Sérgio Luís Pinto da Matta.

(8)
(9)

ABSTRACT

MAIA, Giselle Carvalho, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, July, 2008.

Effects of physical exercise on the myocardium and aorta remodeling of female spontaneously hypertensive rats (SHR). Adviser: Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado. Co-advisers: Antônio José Natali and Sérgio Luís Pinto da Matta.

(10)

8 weeks. Then the exercise program was suspended for the eight following weeks. The results showed that swimming training reduced the SHR animal blood pressure and the diameter of the cardiomyocytes. The animals from ND group presented a higher cardio somatic index (CSI) compared to NSd, suggesting physiologic hypertrophy, which was not confirmed by the cardiomyocyte diameter. The CSI of SHRD animals was significantly greater than SHRSd. There was an increase in the capillary density of the myocardium of animals from ND group, as well as in the aorta intimate layer thickness of SHR animals.

(11)

1. INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica é considerada uma das maiores causas

de morbidade e mortalidade cardiovasculares, acometendo, no Brasil, entre 15

e 20% da população adulta, possuindo também considerável prevalência em

crianças e adolescentes (Monteiro & Sobral Filho, 2004; Laterza et al., 2006;

Monteiro Júnior et al., 2008). É um dos fatores de risco para doenças

cardiovasculares, sendo responsável por 25% das mortes por doença arterial

coronariana e 40% das mortes por acidente vascular cerebral. Além disso, está

relacionada ao desenvolvimento da insuficiência renal e da doença arterial

periférica (Laterza et al., 2007).

Diante da hipertensão arterial, o coração utiliza um dos seus principais

mecanismos de compensação: a hipertrofia miocárdica (Souza, 2002). Essa

adaptação ocorre em resposta a estímulos mecânicos, hemodinâmicos e

fisiopatológicos, desencadeados pelo aumento da carga de trabalho

(Evangelista et al., 2003). Esses estímulos geram uma série de modificações

em toda a estrutura do miocárdio, ocasionando a remodelação tecidual que se

manifesta clinicamente como modificações no tamanho, na massa, na

geometria e na função do coração (Pontes & Leães, 2004). Essas alterações

estruturais também podem ocorrer em atletas, como conseqüência ao aumento

da carga de trabalho imposta ao miocárdio pela prática crônica de exercício

físico (Iemitsu, et al. 2003). Nesse caso, a hipertrofia ventricular é

desencadeada por estímulos fisiológicos, que resultam na melhora da atividade

contrátil do miocárdio. Assim, o estímulo indutor da hipertrofia cardíaca

determina diferentes fenótipos, tanto morfológicos como funcionais (Mill &

Vassallo, 2001).

A adaptação do músculo cardíaco ao exercício físico ocorre para atender

a maior demanda de suprimento sanguíneo dos músculos em exercício e

juntamente com alterações bioquímicas, elétricas e mecânicas, melhoram a

função cardíaca (Weber, 2001). Nesse caso, o tecido cardíaco se adapta de

forma homogênea, pois há um aumento proporcional de miócitos, vasos

sanguíneos e matriz intersticial (Weber, 2001). O tipo de remodelação do

(12)

padrão excêntrico, que se caracteriza pelo aumento da massa ventricular e do

diâmetro da cavidade do ventrículo esquerdo (Medeiros et al., 2000; Mill &

Vassallo, 2001; Oliveira & Krieger, 2002; Almeida, 2006).

Em conseqüência à sobrecarga crônica derivada do aumento da pressão

arterial, o miocárdio se adapta através da hipertrofia do cardiomiócito, aumento

desproporcional de colágeno no interstício e na região perivascular, redução da

densidade capilar e morte de cardiomiócitos, alterando a forma do ventrículo

esquerdo (Swynghedauw, 1999; Pontes & Leães, 2004; Matsubara et al.,

2006). Os mecanismos compensatórios que ocorrem em resposta a estímulos

desencadeados por agentes mecânicos e humorais sobre o tecido cardíaco

são inicialmente benéficos, mas com a manutenção da sobrecarga de pressão

e o conseqüente aumento da massa ventricular, tornam-se deletérios, levando

à perda progressiva da função cardíaca após o desequilíbrio no

desenvolvimento dos seus constituintes (Holthausen et al., 2002; Sampaio &

Nigri, 2003; Pontes & Leães, 2004; Matsubara et al., 2006). O padrão

geométrico da adaptação do ventrículo esquerdo em conseqüência à

hipertensão arterial é denominado hipertrofia concêntrica, que se caracteriza

pelo aumento na espessura da parede ventricular e redução da câmara

cardíaca (Olivetti et al., 2000; Samesina & Amodeo, 2001; Pontes & Leães,

2004; Almeida, 2006; Matsubara et al., 2006).

Além das alterações no miocárdio, a hipertensão arterial pode causar

modificações na estrutura da parede dos vasos sanguíneos, alterando sua

espessura e elasticidade (Horta et al., 2005). A remodelação vascular, que

envolve a interação de múltiplos tipos celulares, fatores de crescimento locais,

circulantes e forças mecânicas, está associada principalmente ao aumento da

espessura da camada média e ao prejuízo dos fatores vasodilatadores

derivados do endotélio (Bullock & Bunton, 2000; Dubey et al., 2002; Aguila &

Mandarim-de-Lacerda, 2003; Brasileiro Filho, 2006). A lesão vascular

decorrente do processo hipertensivo acomete de forma precoce os pequenos

vasos e, mais tardiamente, os grandes vasos (Plavinik, 1998).

Na disfunção endotelial em resposta à hipertensão arterial, o equilíbrio

na produção dos fatores vasoativos é alterado, com atenuação dos efeitos

vasodilatadores e predomínio dos vasoconstritores (Batlouni, 2001; Carvalho et

(13)

vasos são comuns na hipertensão arterial, enquanto que mudanças na túnica

íntima são normalmente associadas à hipercolesterolemia e aterosclerose,

geralmente em grandes artérias.

Os estudos sobre fisiopatologia da hipertensão arterial foram ampliados

pelo uso de vários modelos experimentais de hipertensão (Souza, 2002). O

rato espontaneamente hipertenso (SHR - spontaneously hypertensive rat) é o

modelo mais utilizado para determinar as alterações morfológicas que ocorrem

no sistema cardiovascular (Nag et al., 1980; Nishijo et al., 1999; Bullock &

Bunton, 2000; Souza, 2002). Esta cepa foi desenvolvida por Okamoto e Aoki

em 1963, através do endocruzamento de ratos Wistar-Kyoto (WKY), em uma

colônia de animais com hipertensão espontânea (Doggrell & Brown, 1998;

Bullock & Bunton, 2000; Souza, 2002). A hipertensão nesses animais, que é

definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a 150 mmHg, se

estabelece entre 2-3 meses de vida, sem nenhuma intervenção externa,

fisiológica ou cirúrgica (Nag et al., 1980; Doggrell & Brown, 1998; Souza, 2002).

Estudos têm demonstrado que nos estágios iniciais da hipertensão

essencial, o SHR, assim como os humanos, apresenta aumento do débito

cardíaco com uma resistência periférica normal. Assim que a hipertensão

progride para um estágio mais estável, o débito cardíaco retorna ao normal e a

hipertrofia dos vasos sanguíneos produz um aumento na resistência periférica

total (Doggrell & Brown, 1998; Nadruz Júnior & Franchini, 2001). Então, esse

modelo genético de hipertensão pode ser caracterizado pela elevação da

resistência periférica total na presença de débito cardíaco normal (Bullock &

Bunton, 2000), que progride para hipertrofia ventricular esquerda com a

cronicidade da doença (Doggrell & Brown, 1998; Nadruz Júnior & Franchini,

2001; Souza, 2002).

Nos últimos anos, grande ênfase tem sido dada às modificações no

estilo de vida como conduta não farmacológica para o tratamento da

hipertensão arterial (Laterza et al., 2006). Dentre as principais alterações,

recomenda-se: redução do peso corporal, diminuição da ingestão de sal,

redução no consumo de bebidas alcoólicas e prática regular de exercício físico

(14)

tem sido indicado por provocar importantes adaptações autonômicas e

hemodinâmicas que influenciam, principalmente, o sistema cardiovascular,

atuando no tratamento da hipertensão arterial e prevenindo alterações na

estrutura da parede dos vasos sanguíneos (Horta et al., 2005; Laterza et al.,

2007).

Estudos têm demonstrado que a prática regular de atividade física de

baixa intensidade diminui a pressão arterial por modular a atividade nervosa

simpática para o coração e vasos periféricos, reduzindo tanto o débito

cardíaco, quanto a resistência periférica total (Negrão et al., 2001; Laterza et

al., 2007).

Assim, esse trabalho objetivou verificar a influência da prática regular de

atividade física sobre as alterações estruturais no miocárdio e na espessura da

parede da aorta de ratas espontaneamente hipertensas (SHR) e também se o

condicionamento físico exerce efeito protetor prolongado sobre essas

(15)

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUILA, M. B.; MANDARIM-DE-LACERDA, C. A. Aorta wall quantitative

alterations due to different long-term high-fat diet in rats. Food and Chemical

Toxicology, v.41, p. 1391-1397, 2003.

ALMEIDA, G. P. L. Left ventricular hypertrophy: clinical practice implications.

Revista Brasileira de Hipertensão, v. 13, n. 4, p. 315-317, 2006.

BATLOUNI, M. Endotélio e hipertensão arterial. Revista Brasileira de

Hipertensão, v. 8, n. 3, p. 328-338, 2001.

BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia. 7 ed. Rio de Janeiro, RJ:

Guanabara Koogan, 2006. 1472 p.

BULLOCK, G.; BUNTON, T. E. The laboratory rat. Academic Press, 2000. p.

756.

CARVALHO, M. H. C.; NIGRO, D.; LEMOS, V. S.; TOSTES, R. C. A.; FORTES,

Z. B. Hipertensão arterial: o endotélio e suas múltiplas funções. Revista

Brasileira de Hipertensão, v. 8, n. 1, p. 76-88, 2001.

DOGGRELL, S. A.; BROWN, L. Rat models of hypertension, cardiac

hypertrophy and failure. Cardiovascular Research, v.39, p. 89-105, 1998.

DUBEY, R. K.; OPARIL, S.; IMTHURN, B.; JACKSON, E. K. Sex hormones and

hypertension. Cardiovascular Research, v. 53, p. 688-708, 2002.

EVANGELISTA, F. S.; BRUM, P. C.; KRIEGER, J. E. Duration-controlled

swimming exercise training induces cardiac hypertrophy in mice. Brazilian

Journal of Medical and Biological Research, v. 36, p. 1751-1759, 2003. HOLTHAUSEN, R. S.; GUS, M.; FUCHS, F. D. Hipertrofia ventricular esquerda

e hipertensão. Hipertensão, v. 5, n. 3, p. 100-102, 2002.

HORTA, P. P.; CARVALHO, J. J.; MANDARIM-DE-LACERDA, C. A. Exercise

training attenuates blood pressure elevation and adverse remodeling in the

aorta of spontaneously hypertensive rats. Life Sciences, v. 77, p. 3336-3343,

(16)

IEMITSU, M.; MIYAUCHI, T.; MAEDA, S.; SAKAI, S.; FUGII, N.; MIYAZAKI, H.;

KAKINUMA, Y.; MATSUDA, M.; YAMAGUCHI I. Cardiac hypertrophy by

hypertension and exercise training exhibits different gene expression of

enzymes in energy metabolism. Hypertension Research, v. 26, n. 10, p.

829-836, 2003.

LATERZA, M. C.; RONDON, M. U. P. B.; NEGRÃO, C. E. Efeitos do exercício

físico aeróbio na hipertensão arterial. Revista da Sociedade de Cardiologia

do Rio Grande do Sul, n. 9, p. 1-8, 2006.

LATERZA, M. C.; RONDON, M. U. P. B.; NEGRÃO, C. E. The anti-hypertensive

effect of exercise. Revista Brasileira de Hipertensão, v.14, n. 2, p. 104-111,

2007.

MATSUBARA, L. S.; NARIKAWA, S. FERREIRA, A. L. A.; PAIVA, S. A. R.;

ZORNOFF, L. M.; MATSUBARA, B. B. Myocardial remodeling in chronic

pressure or volume overload in rat heart. Arquivos Brasileiros de Cardiologia

v. 86, n. 2, p. 126-130, 2006.

MEDEIROS, A.; GIANOLLA, R. M.; KALIL, L. M. P.; BACURAU, R. F. P.;

ROSA, L. F. B. C.; NEGRÃO, C. E.; BRUM, P. C. Efeitos do treinamento físico

com natação sobre o sistema cardiovascular de ratos normotensos. Revista

Paulista de Educação Física, v. 14, p. 7-15, 2000.

MILL, J. G.; VASSALLO, D. V. Hipertrofia cardíaca. Revista Brasileira de

Hipertensão, vol. 8, n. 1, p. 63-75, 2001.

MONTEIRO JÚNIOR, F. C.; ANUNCIAÇÃO, F. A. C.; FILHO, N. S.; SILVA, G.

M. A.; BARBOSA, J. B.; FERREIRA, P. A. M.; LAGES, J.; MANDARINO, N. R.;

JÚNIOR, W. S. S.; MONTEIRO, C. C. Prevalência de verdadeiras crises

hipertensivas e adequação da conduta médica em pacientes atendidos em um

pronto-socorro geral com pressão arterial elevada. Arquivos Brasileiros de

Cardiologia, v. 90, n. 4, p. 269-273, 2008.

MONTEIRO, M. F.; SOBRAL FILHO, D.C. Exercício físico e o controle da

pressão arterial. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, n. 6, p.

(17)

NADRUZ JÚNIOR, W.; FRANCHINI, K. G. Influência de fatores ambientais e

genéticos na hipertrofia e remodelamento cardíacos na hipertensão arterial.

Revista Brasileira de Hipertensão, vol. 8, n. 4, p. 414-424, 2001.

NAG, S.; ROBERTSON, D. M.; DINSDALE, H. B. Morphological changes in

spontaneously hypertensive rats. Acta Neuropathologica, v.52, p. 27-34,

1980.

NEGRÃO, C. E.; RONDON, M. U. P. B.; KUNIYOSHY, F. H. S.; LIMA, E. G.

Aspectos do treinamento físico na prevenção de hipertensão arterial. Revista

da Sociedade Brasileira de Hipertensão, v. 4, n. 3, 2001.

NISHIJO, N.; TAKAMINE, S.; SUGIYAMA, F.; KIMOTO, K.; TANUGUCHI, K.;

HORIGUCHI, H.; OGATA, T.; MURAKAMI, K.; FUKAMIZU, A.; YAGAMI, K.

Vascular Remodeling in Hypertensive Transgenic Mice. Experimental

Animals, v. 48, p. 203-208, 1999.

OLIVEIRA, E. M.; KRIEGER, J. E. Hipertrofia cardíaca e treinamento físico:

aspectos moleculares. Hipertensão, v. 5, n. 2, p. 73-78, 2002.

OLIVETTI, G.; CIGOLA, E.; MAESTRI, R. LAGRASTA, C.; CORRADI, D.

QUAINI, F. Recent advances in cardiac hypertrophy. Cardiovascular

Research, v. 45, p. 68-75, 2000.

PEREIRA, L. M. P.; VIANNA, G. M. M.; MANDARIM-DE-LACERDA, C. A.

Morfologia e estereologia do miocárdio em ratos hipertensos. Correlação com o

tempo de inibição da síntese do óxido nítrico. Arquivo Brasileiro de

Cardiologia, v. 70, n. 6, p. 397-403, 1998.

PLAVNIK, F. L. Revisão/Atualização em Hipertensão Arterial: Avaliação do

sistema vascular na hipertensão arterial essencial através de metodologia

não-invasiva. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 20, n. 2, p. 191-197, 1998.

PONTES, M. R. N.; LEÃES, P. E. Remodelamento ventricular: dos mecanismos

moleculares e celulares ao tratamento. Revista da Sociedade de Cardiologia

(18)

SAMESINA, N.; AMODEO, C. Hipertrofia ventricular esquerda. Revista

Brasileira de Hipertensão, v. 8, n. 3, p. 316-329, 2001.

SAMPAIO, R. O.; NIGRI, M. Remodelação ventricular esquerda: aspectos de

interesse clínico. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São

Paulo, v. 13, n. 3, p. 312-316, 2003.

SOUZA, L. L. C. Ontogênese do remodelamento ventricular em ratos

espontaneamente hipertensos. Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de pós-graduação em Ciências Fisiológicas do Centro Biomédico da

Universidade Federal do Espírito Santo, 2002. Disponível

emURL://www.estacio.br/graduacao/fisioterapia/artigos/ontogenese.pdf. Acesso

em 1 fevereiro 2006.

SWYNGHEDAUW, B. Molecular Mechanisms of Myocardial Remodeling.

Physiological Reviews, v.79, n.1, p. 216-262, 1999.

WEBER, K. T. Cardioreparation in hypertensive heart disease. Hypertension,

(19)

RESUMO

MAIA, Giselle Carvalho, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, julho de 2008. Análise morfométrica do miocárdio e da aorta de ratas normotensas e espontaneamente hipertensas submetidas à natação. Orientadora: Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado. Co-orientadores: Antônio José Natali e Sérgio Luís Pinto da Matta.

O coração sofre modificações em sua estrutura quando é submetido a um aumento da carga de trabalho. Em atletas, a sobrecarga imposta ao coração pela prática regular de exercício físico ocasiona uma remodelação tecidual homogênea que melhora a função cardíaca. Já a sobrecarga decorrente da hipertensão arterial ocasiona aumento desproporcional de colágeno no interstício e na região perivascular, redução da densidade capilar e morte de cardiomiócitos, levando à perda progressiva da função cardíaca. Além disso, a hipertensão pode causar modificações estruturais na parede dos vasos sanguíneos, alterando sua espessura e elasticidade. O exercício físico aeróbico regular tem sido indicado no tratamento da hipertensão arterial por promover uma série de adaptações fisiológicas que influenciam o sistema cardiovascular. Assim, o objetivo desse trabalho foi verificar, através da análise histomorfométrica do miocárdio e da aorta de ratas normotensas e espontaneamente hipertensas (SHR), se o treinamento em natação pode atenuar as alterações estruturais observadas no sistema cardiovascular decorrentes da hipertensão. Para esse estudo utilizou-se 20 ratas (Rattus norvegicus, albinus) com 12 semanas de idade, dez da linhagem Wistar, normotensas e dez SHR, divididas em quatro grupos: NSd: Normotensas sedentárias (n=5); NEX: Normotensas exercitadas (n=5); SHRSd: hipertensas sedentárias (n=5); e SHREX: hipertensas exercitadas (n=5). Os animais dos grupos NEX e SHREX nadaram 90 min/dia, 5 dias/semana, durante 8 semanas. Os resultados mostraram que o índice cardiossomático dos animais SHREX aumentou em decorrência de um aumento na matriz extracelular do miocárdio desses animais. As análises do miocárdio indicaram que o treinamento físico adotado não promoveu adaptações no tecido cardíaco dos animais normotensos e não foi eficiente na redução da pressão arterial dos animais SHR, mas atenuou a hipertrofia celular (diâmetro do cardiomiócito). Na análise da estrutura da parede da aorta, verificou-se um aumento da espessura da camada íntima dos animais SHRSd.

(20)

ABSTRACT

MAIA, Giselle Carvalho, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, July, 2008. Morphometry of the myocardium and aorta of normotensive spontaneously hypertensive female rats submitted to swimming. Adviser: Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado. Co-advisers: Antônio José Natali and Sérgio Luís Pinto da Matta.

The structure of the heart is modified when it is overloaded. In athletes, the overload imposed to the heart by regular physical exercise leads to remodeling which improves the cardiac function. On the other hand, hypertension induces unproportional increase of collagen fibers in the interstice and in the perivascular area, reduction of capillary density and cardiomyocyte death, which leads to a progressive reduction in the cardiac function. In addition, hypertension may cause structural modifications in the wall of blood vessels by altering its thickness and elasticity. The regular aerobic physical exercise has been recommended as a treatment for hypertension as it promotes physiological adaptations that influence the cardiovascular system. Therefore, the aim of the first work was to test, through histomorphometry of the myocardium and aorta of normotensive and spontaneously hypertensive female rats (SHR), whether a swimming training program might minimize the structural alterations in the cardiovascular system induced by hypertension. Ten Wistar normotensive and ten SHR 12 weeks old female rats were divided into four groups: NSd: normotensive sedentary (n=5); NEX: normotensive exercised (n=5); SHRSd: SHR sedentary (n=5); SHREX: SHR exercised (n=5). The animals of NEX and SHREX groups swam 90 min/day, 5 days/week, for 8 weeks. The results showed that the cardio somatic index of the SHREX animals increased, due to the increase in the extracellular matrix of the myocardium. The employed physical training did not promote adaptations to the myocardium of normotensive animals and it was not efficient in reducing the blood pressure of SHR animals, however it reduced the diameter of cardiomyocytes. It was also observed an increase in the intimate layer thickness of the aorta from SHRSd group.

(21)

1. INTRODUÇÃO

A natação tem sido utilizada em várias pesquisas por produzir respostas

fisiológicas, bioquímicas e moleculares agudas ao exercício e adaptações ao

exercício crônico. Apresenta as vantagens de recrutar um grande volume de

massa muscular e promover extensivas adaptações ao sistema cardiovascular

e ao músculo esquelético (American Physiology Society, 2006). É um exercício

cuja prática tem-se acentuado, sendo prescrito como tratamento

não-farmacológico adjuvante em casos de hipertensão arterial, obesidade e

cardiopatias, atenuando os efeitos dos fatores de risco cardiovasculares

(Medeiros et al., 2000; Souza et al., 2007).

Dentre os principais parâmetros cardiovasculares que sofrem as

adaptações ao treinamento físico estão a freqüência cardíaca (FC) e a pressão

arterial (PA), tanto em animais geneticamente hipertensos como no homem

(Medeiros et al., 2000; Negrão et al., 2001). Entretanto, esse efeito hipotensor

do exercício físico depende da duração e da intensidade com que o

treinamento físico é realizado (Negrão et al., 2001; Monteiro et al., 2007).

Estudos têm demonstrado que o treinamento físico de baixa intensidade

diminui a atividade simpática no coração, diminuindo a FC em SHR (Negrão et

al., 2001). Laterza et al. (2007) verificaram que, no homem, após um período

de quatro meses de treinamento aeróbico, a hiperatividade simpática em

pacientes hipertensos foi normalizada, o que não foi observado nos pacientes

que permaneceram sedentários. Adicionalmente, perceberam que a diminuição

no tônus simpático periférico após o treinamento físico teve implicação

importante nos níveis da pressão arterial. Esses resultados mostram que o

treinamento físico pode modular a estimulação nervosa simpática para o

coração e vasos periféricos.

A literatura sugere que o exercício físico provoca melhora no sistema

vascular através de alterações hemodinâmicas e neuro-humorais, influenciando

o controle local da pressão arterial e alterações na função das células

endoteliais, estimulando, por exemplo, a produção do óxido nítrico, um

importante vasodilatador (Maeda et al., 2002; Horta et al., 2005; Laterza et al.,

(22)

Assim, o objetivo do presente trabalho foi verificar, através de análise

histomorfométrica do miocárdio e da aorta de ratas normotensas e

espontaneamente hipertensas, se a natação contínua de baixa intensidade é

capaz de minimizar as alterações estruturais observadas no sistema

cardiovascular decorrentes da hipertensão.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Animais

Foram utilizadas 20 ratas (Rattus norvegicus, albinus), com 12 semanas

de idade e procedentes do Biotério Central do Centro de Ciências Biológicas e

da Saúde da Universidade Federal de Viçosa, CCB/UFV. As ratas pertenciam

às seguintes linhagens: 10 fêmeas Wistar, normotensas, com peso médio de

222 g e pressão arterial sistólica (PA) média de 127 mmHg e 10

espontaneamente hipertensas (SRH – spontaneously hypertensive rats) com

peso médio de 207 g e PA de 166 mmHg. Os procedimentos realizados neste

trabalho quanto ao manejo dos animais seguiram os “Princípios Éticos na

Experimentação Animal” elaborados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação

Animal (COBEA).

Os animais foram alojados em gaiolas coletivas (5 animais por gaiola),

recebendo água e ração comercial ad libitum, mantidos em ambiente com

temperatura média de 24˚C e regime de luminosidade de doze horas de

escuridão e doze horas de claridade. Os animais foram pesados no início do

experimento e no dia da eutanásia. O acompanhamento da pressão arterial

sistólica foi feito no início e ao final do experimento através de um sistema não

invasivo, por meio de pletismografia.

Os grupos experimentais foram estabelecidos do seguinte modo:

Grupo 1: (n=5) ratas normotensas sedentárias (NSd)

Grupo 2: (n=5) ratas normotensas que exercitaram por 8 semanas (NEX) Grupo 3: (n=5) ratas hipertensas sedentárias (SHRSd)

(23)

2.2. Treinamento físico

O programa de treinamento físico foi adaptado de Bolter & Gordon (1983),

com um protocolo de exercício progressivo de natação. Os animais dos

grupos treinados iniciaram os exercícios com uma sessão de 10 minutos de

natação no primeiro dia, aumentando 10 minutos diários, de maneira que no

nono dia estavam nadando durante 90 minutos consecutivos. A partir da

segunda semana os animais mantiveram o treinamento com uma sessão de

90 min/dia, 5 dias/semana. Nesse experimento, os animais nadaram sem

sobrecarga adicional, caracterizando uma atividade física aeróbica de baixa

intensidade (American Physiological Society, 2006). Para esse fim,

utilizou-se um tanque de alvenaria azulejado de 60 cm de largura, 75 cm de

comprimento e 80 cm altura, com a profundidade da água mantida a 45 cm e

a temperatura a 32 ± 1ºC.

O protocolo de exercício físico foi realizado no Biotério de

Experimentação do Departamento de Educação Física, UFV e foi concluído ao

completar oito semanas de treinamento. Após esse período, os animais que

exercitaram e os sedentários foram eutanasiados.

2.3. Índice cardiossomático - ICS

O ICS foi obtido a partir da relação entre o peso do coração e o peso

corporal total (Medeiros et al., 2000; Aguila & Mandarim-de-Lacerda, 2003) e

calculado através da seguinte fórmula:

ICS=PC/PCT x 100

ICS = índice cardiossomático

PC = peso do coração

PCT = peso corporal total

2.4. Obtenção das amostras e procedimentos histológicos

Após eutanásia, que foi realizada através de anestesia profunda com éter etílico, coração e um fragmento do arco da aorta. Verificou-se o peso a

fresco do coração em balança de precisão, com 4 casas decimais (GEHAKA,

modelo AG 200, SP, Brasil), além da medida do seu comprimento e de sua

(24)

foi realizada da base ao ápice e a medida da espessura obtida na região do

septo átrio-ventricular. Retirou-se também a gordura intraperitoneal do animal

que foi pesada em balança de precisão com 4 casas decimais (GEHAKA,

modelo AG 200, SP, Brasil). O coração e a aorta foram fixados em

paraformaldeído a 4% em tampão fosfato 0,1M, pH 7,2-7,4 e processados para

inclusão em parafina e ou em resina plástica (Historesin® - Leica).

A microtomia foi realizada em micrótomo rotativo (Reichert-Jung 2045

Multicut, Germany). Dos fragmentos de ventrículo esquerdo incluídos em

parafina foram obtidos cortes semi-seriados com 5 μm de espessura, corados

com hematoxilina e eosina (HE). Dos fragmentos de miocárdio incluídos em

resina plástica obtiveram-se cortes semi-seriados com 2 μm de espessura,

posteriormente corados com solução de azul de toluidina-borato de sódio 1%.

A aorta foi incluída apenas em resina plástica, obtendo-se cortes transversais e

semi-seriados com 5 μm de espessura, também corados com azul de

toluidina-borato de sódio 1%.

2.5. Análise morfométrica

A análise morfométrica foi realizada para determinar o diâmetro dos

cardiomiócitos e a proporção volumétrica de vasos sanguíneos, tecido

conjuntivo e cardiomiócitos. Para o estudo da aorta, analisou-se a espessura

total de sua parede e das camadas adventícia, média e íntima,

determinando-se, ainda o número de lamelas. Utilizou-determinando-se, nessa análideterminando-se, o programa

Image-Pro Plus, versão 4.5 para Windows 98 (software disponível no Laboratório de

Anatomia Vegetal-UFV). As imagens analisadas foram previamente capturadas

utilizando-se a câmera fotográfica digital modelo QColor 3 (Olympus) acoplada

ao microscópio ótico modelo BX-60 (Olympus). As imagens do coração foram

obtidas com a objetiva de 20X e da aorta, de 10X, com a resolução de

2048x1536 pixels. Para cada parâmetro, foram capturadas 10 imagens por

animal.

Foram obtidas 100 medidas do diâmetro dos cardiomiócitos por animal,

traçando-se duas linhas paralelas (Fig. 1), imediatamente aquém e além das

extremidades do núcleo (Souza, 2002). Este procedimento foi realizado nos

(25)

Figura 1. Miocárdio de rata espontaneamente hipertensa (Coloração: hematoxilina-eosina). As linhas em paralelo, antes e após o núcleo indicam a maneira como foi obtido o diâmetro do cardiomiócito em corte transversal. Barra: 10 µm.

A determinação da proporção volumétrica de vasos sanguíneos, tecido

conjuntivo e cardiomiócitos foi realizada em campos microscópicos onde os

cardiomiócitos apareceram seccionados, em sua maioria, em corte transversal.

Esta análise foi realizada no miocárdio incluído em resina plástica. Foram

contados 880 pontos por animal, verificando a incidência dos pontos formados

pela intersecção das linhas da grade do programa Image-Pro Plus sobre

cardiomiócitos, vasos sanguíneos e tecido conjuntivo (Fig. 2).

Para o estudo da espessura da parede da aorta, realizou-se a medida da

espessura total da parede e das camadas íntima, média e adventícia, além da

contagem do número de lamelas. Para cada animal foram analisados três

cortes selecionados aleatoriamente e três regiões diferentes no mesmo corte,

(26)

Figura 2. Imagem adaptada da grade do programa Image-Pro Plus, aplicada sobre campo microscópico do miocárdio. Coração de rata espontaneamente hipertensa (Coloração: azul de toluidina - borato de sódio 1%). Barra: 10 µm

(27)

2.6. Análise estatística

Os valores médios referentes aos parâmetros analisados foram

comparados através da análise de variância (ANOVA) e teste de Duncan. Para

esse fim, utilizou-se o software STATISTICA for Windows 3.11, com nível de

significância de p<0,05.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Peso corporal dos animais

O peso corporal dos animais sedentários e treinados, tanto os

normotensos como os hipertensos, não diferiu significativamente (p>0,05) após

o período de treinamento físico (Tab.1). Medeiros et al. (2000), trabalhando

com um protocolo de uma hora de natação por dia com carga de 5% do peso

corporal, também não verificaram diferença estatística no peso corporal dos

animais sedentários e treinados. Já Iemitsu et al. (2003), comparando animais

SHR e WKY sedentários com WKY que praticaram natação por um período de

15 semanas, verificaram uma redução significativa no peso corporal dos

animais que exercitaram. Já entre os grupos sedentários, não houve diferença

significante, mostrando que a atividade física pode influenciar na redução do

peso corporal.

Com relação ao peso da gordura intraperitoneal também não houve

diferença significativa entre os grupos (Tab.1). Matsakas et al. (2006)

comparando ratos WKY que nadaram 5 dias por semana, durante 4 semanas,

com aumento progressivo da intensidade e duração do exercício (60 a 90

minutos por dia, carga de 3 a 6% do peso corporal) verificaram uma diminuição

do peso corporal nos animais treinados e uma redução da quantidade da

gordura intraperitoneal. No presente estudo, os animais de todos os grupos

ganharam peso durante o período experimental e, apesar de não haver

diferença estatisticamente significante no peso corporal e da gordura

intraperitoneal entre os grupos, acredita-se que houve um aumento na massa

(28)

Tabela 1. Peso corporal e da gordura intraperitoneal de ratas normotensas e hipertensas (SHR), sedentárias e treinadas, no início e no final do experimento (média ± d.p.).

Animais Peso inicial (g) Peso final (g) Gordura

intraperitoneal (g)

N Sd (n=5) 222,8±22,9a 232,2±29,47a 9,49±5,18a

N EX (n=5) 221,0±14,2a 240,8±20,93a 5,67±2,33a

SHR Sd (n=5) 205,4±5,73a 220,0±10,86a 4,68±0,90a

SHR EX (n=5) 209,2±3,56a 218,0±2,92a 3,70±0,81a

Letras iguais na mesma coluna não diferem significativamente entre si (p>0,05) pelo teste de Duncan.

NSd: normotensa sedentária. NEX: normotensa exercício. SHRSd: hipertensa sedentária. SHREX: hipertensa exercício.

3.2. Pressão arterial sistólica

A pressão arterial sistólica inicial e final foi significativamente maior nos

animais SHR que no grupo normotenso (Tab. 2). Porém, não houve diferença

entre normotensos treinados e sedentários, nem entre SHR treinados e

sedentários, mostrando que o protocolo de exercício adotado não influenciou

na pressão arterial. Horta et al. (2005) verificaram que a prática de exercícios

regulares de baixa intensidade em esteira elétrica é capaz de reduzir a pressão

arterial em SHR, sendo que, no final de 20 semanas de treinamento, a pressão

arterial dos animais hipertensos que exercitaram estava similar à dos

normotensos.

Todavia, Lajoie et al. (2004) observaram que o treinamento de animais

hipertensos em esteira elétrica (120 min/dia, 5 dias/semana, durante 8

semanas) não diminuiu a pressão arterial sistólica, ao contrário, foi observado

um aumento. Esses autores acreditam que esta resposta tenha acontecido

devido à realização da prática da atividade física na fase acelerada do

(29)

Tabela 2. Pressão arterial (PA) nos grupos experimentais (média ± d.p.).

Animais PA inicial (mmHg)

PA final

(mmHg)

N Sd (n=5) 125±12a 125±12a

N EX (n=5) 128±15a 128±15a

SHR Sd (n=5) 161±11b 169±9b

SHR EX (n=5) 170±10b 177±8b

Letras iguais na mesma coluna não diferem significativamente entre si (p>0,05) pelo teste de Duncan.

NSd: normotensa sedentária. NEX: normotensa exercício. SHRSd: hipertensa sedentária. SHREX: hipertensa exercício.

Souza (2002) analisou a evolução da pressão arterial de animais SHR e

Wistar normotensos em função da idade e verificou o aumento gradual da PA

nos ratos SHR, comprovando que a PA tende a aumentar com o

envelhecimento desses animais. Laterza et al. (2007) relataram que exercícios

com intensidade mais elevada (70-75% do consumo máximo de oxigênio)

parecem provocar uma diminuição mais efetiva e prolongada da pressão

arterial, quando em comparação aos exercícios de menor intensidade. Lajoie et

al. (2004) e Monteiro et al. (2007) relataram que o exercício físico é eficiente na

redução da pressão arterial, embora isso esteja na dependência da quantidade,

do tipo e da intensidade do exercício. Portanto, o protocolo de exercício

utilizado no presente estudo não foi eficiente na redução da pressão arterial

dos animais SHR.

3.3. Hipertrofia cardíaca

A análise do índice cardiossomático (ICS) é importante na estimativa da

hipertrofia de cardiomiócitos. No presente trabalho, não houve diferença

significante na relação peso do coração/peso corporal (ICS) entre normotensos

sedentários e treinados (Tab. 3). Isto sugere ausência de hipertrofia fisiológica,

que é uma adaptação benéfica associada à melhora da performance cardíaca.

Mas, comparando-se os animais hipertensos, percebe-se que os animais

(30)

Como não houve diferença estatisticamente significante com relação ao peso

corporal dos animais (Tab. 1), o que determinou essa variação no índice

cardiossomático foi o aumento significativo no peso do coração dos animais do

grupo SHREX (Tab. 3). Por outro lado, não houve diferença significativa ao se

comparar o comprimento e a espessura do coração. Por conseguinte,

acredita-se que o aumento do peso do coração acredita-seja devido à hipertrofia concêntrica,

que se caracteriza por um incremento da espessura da parede do ventrículo

esquerdo com diminuição da câmara cardíaca. Boissiere et al. (2008)

pesquisaram a influência do exercício físico na morfologia cardíaca e na função

do ventrículo esquerdo em animais normotensos e hipertensos. Os autores

observaram o exercício físico ocasionou hipertrofia fisiológica nos animais

normotensos e aumento da hipertrofia nos animais hipertensos que treinaram,

comparando com aqueles que permaneceram sedentários. Mas esse aumento

da hipertrofia cardíaca observada nos animais hipertensos que praticaram

atividade física não prejudicou a função diastólica do ventrículo esquerdo.

Tabela 3. Índice cardiossomático (ICS), peso, comprimento, espessura do coração e diâmetro dos cardiomiócitos dos grupos experimentais (média ± d.p.).

Animais ICS (%)

Peso coração (g) Comprimento (mm) Espessura (mm) Diâmetro dos cardiomiócitos (µm)

N Sd (n=5) 0,43±0,06a 0,96±0,04a 16,80±0,45a 12,40±0,55a 8,10±1,15a

N EX (n=5) 0,44±0,07ab 1,02±0,07a 16,80±0,84a 12,00±1,41a 8,58±1,06a

SHR Sd

(n=5) 0,48±0,06 b

1,00±0,14a 16,80±0,84a 12,60±0,89a 15,09±0,77b

SHR EX

(n=5) 0,57±0,06 c

1,18±0,11b 16,80±0,45a 12,20±0,45a 12,19±1,36c

Letras iguais na mesma coluna não diferem significativamente entre si (p>0,05) pelo teste de Duncan.

NSd: normotensa sedentária. NEX: normotensa exercício. SHRSd: hipertensa sedentária. SHREX: hipertensa exercício.

Com relação ao diâmetro dos cardiomiócitos constatou-se que não

houve diferença estatisticamente significativa entre animais normotensos

(31)

hipertrofia celular fisiológica induzida pelo exercício físico. Em contrapartida,

Medeiros et al. (2004) verificaram que houve aumento de 21% no diâmetro do

cardiomiócito do ventrículo esquerdo dos ratos Wistar que nadaram com carga

de 5% do peso corporal comparando com os sedentários. Por outro lado,

Evangelista et al. (2003) pesquisaram a influência da intensidade, freqüência e

duração de um programa de atividade física e observaram, através da análise

do diâmetro dos miócitos do ventrículo esquerdo, que houve hipertrofia nos

animais que nadaram 90 minutos, 2 vezes por dia e com carga de 2% do peso

corporal. Mas, para os animais normotensos que nadaram uma vez por dia,

durante 90 minutos, protocolo similar ao adotado na presente pesquisa, não

houve aumento significativo no diâmetro de cardiomiócitos. Evangelista et al.

(2003) também verificaram que o tempo do treinamento (4 e 6 semanas) não

influenciou na magnitude da hipertrofia dos cardiomiócitos. Estes achados

sugerem que a adaptação ao treinamento físico (hipertrofia celular fisiológica) é

dependente de fatores como carga, duração e freqüência.

Os animais hipertensos, tanto os treinados como os sedentários,

apresentaram valores médios de diâmetro de cardiomiócitos significativamente

maiores que os normotensos, mostrando que a hipertensão arterial induziu a

hipertrofia celular patológica (Tab. 3). Mas ao se comparar os hipertensos

treinados com os sedentários, pode-se verificar que os animais que praticaram

atividade física apresentaram diâmetro menor, logo o exercício físico atenuou a

hipertrofia da fibra muscular cardíaca. Souza (2002) verificou que o diâmetro

dos cardiomiócitos de Wistar é menor que no SHR em animais da mesma

idade, indicando que a hipertensão causa a hipertrofia celular patológica. Lee

et al. (2006), comparando WKY sedentário com SHR sedentário e treinado

(esteira elétrica), constataram que a espessura da parede do ventrículo

esquerdo (que também é um indicativo de hipertrofia miocárdica) do grupo

hipertenso treinado não apresentou diferença significativa do normotenso

sedentário, enquanto que os hipertensos sedentários apresentaram espessura

estatisticamente maior. Os autores concluíram que o treinamento físico induziu

adaptações no SHR similares àquelas manifestadas em animais normotensos.

Apesar do protocolo de atividade física adotado no presente estudo não ter

(32)

conseqüência à hipertensão arterial, ela reduziu essa alteração no

cardiomiócito.

3.4. Proporção volumétrica

A remodelação do ventrículo esquerdo que ocorre em conseqüência à

hipertensão arterial envolve todos os tipos de células do miocárdio:

cardiomiócitos, células intersticiais e vasculares. A hipertrofia do cardiomiócito,

em um primeiro momento, favorece o desempenho cardíaco. A manutenção da

sobrecarga imposta ao coração pelo aumento da pressão arterial acarreta

ativação dos sistemas neuro-hormonal e hemodinâmico, intensificando as

alterações morfológicas e bioquímicas do miocárdio, levando à perda

progressiva da função cardíaca (Sampaio & Nigri, 2003).

No presente estudo, percebeu-se que não houve diferença significativa na

incidência de pontos formados pela intersecção das linhas da grade do

programa Image-Pro Plus sobre cardiomiócitos, vasos sanguíneos e interstício

entre animais normotensos sedentários e treinados (Tab. 4). Esses resultados

confirmam os dados da tabela 3, onde se observou que não houve adaptação

do tecido cardíaco dos animais normotensos ao treinamento físico.

Tabela 4. Distribuição percentual (%) dos componentes do miocárdio de ratos normotensos e hipertensos (SHR), treinados e sedentários (média ± d.p.).

Animais Pontos sobre Cardiomiócito

Pontos sobre

vaso sanguíneo

Pontos sobre

interstício

N Sd (n=5) 87,91±3,37a 7,77±2,70a 4,32±2,04a

N EX (n=5) 90,27±0,61a 7,00±1,14a 2,74±0,81a

SHR Sd (n=5) 85,22±2,31b 10,82±1,61b 3,96±1,26a

SHR EX (n=5) 80,35±7,63c 11,14±3,27b 8,50±5,23b

Letras iguais na mesma coluna não diferem significativamente entre si (p>0,05) pelo teste de Duncan.

NSd: normotensa sedentária. NEX: normotensa exercício. SHRSd: hipertensa sedentária. SHREX: hipertensa exercício.

(33)

Mas, ao comparar os animais SHR sedentários e treinados, pode-se

perceber diferença estatisticamente significante na incidência de pontos sobre

cardiomiócito e interstício. Os animais treinados apresentaram maior incidência

de pontos sobre interstício, enquanto que os sedentários apresentaram maior

incidência sobre cardiomiócitos. O diâmetro do cardiomiócito estatisticamente

maior encontrado no grupo sedentário (Tab.3) influenciou na maior incidência

de pontos sobre cardiomiócitos nesse grupo.

No presente trabalho, observou-se alta incidência de pontos sobre o

interstício dos animais SHR que exercitaram (Tab. 4), mas não se sabe o que

influenciou esse aumento. A matriz extracelular está intimamente ligada à

função contrátil do coração pois está envolvida na sustentação dos

cardiomiócitos e da rede capilar. Além disso, o interstício também é o principal

determinante da rigidez do miocárdio (Mill & Vassalo, 2001). Durante a

remodelação tecidual ocorre um aumento na produção de colágeno pelos

fibroblastos. Mas, as propriedades do colágeno intersticial que interferem na

função cardíaca são influenciadas pela quantidade, pelos tipos de colágeno e

sua distribuição no interstício (Silva & Krieger, 2000; Mill & Vassalo, 2001;

Camelliti et al., 2005; Brower et al., 2006).

Segundo Burgess et al. (2002), os fibroblastos cardíacos, que são os

principais responsáveis pela síntese, depósito, manutenção e remodelação da

matriz extracelular cardíaca em condições fisiopatológicas, são sensíveis a

mudanças mecânicas e químicas e se adaptam alterando sua estrutura e

função de acordo com o estímulo. Esses pesquisadores analisaram a influência

do exercício físico aeróbico e da hipertensão na estrutura e na função dos

fibroblastos e verificaram uma modificação no fenótipo em resposta aos

diferentes estímulos, o que alterou seu papel no processo de remodelação do

tecido cardíaco. Constataram que o tipo de colágeno produzido, a quantidade e

sua distribuição no interstício determinam a melhora ou o declínio na função

cardíaca, em resposta ao estímulo inicial. Assim, apesar de ter sido alta a

incidência de pontos no interstício dos animais SHR que exercitaram,

percebe-se a necessidade de um estudo mais direcionado para verificar a quantidade, a

distribuição e a composição dos tipos de colágenos presentes nessa região e

(34)

3.5. Parede da aorta

A análise da parede da aorta mostrou que somente a camada íntima dos

animais hipertensos sedentários apresentou espessura estatisticamente maior

(p<0,05), não apresentando diferença nos outros parâmetros analisados (Tab.

5).

Tabela 5. Parede da aorta dos animais normotensos e hipertensos, treinados e sedentários (média ± d.p.).

Animais Espessura total (µm) Camada média (µm) Camada íntima (µm) Camada adventícia (µm) Número de lamelas

N Sd (n=5) 121,01±15,67a 79,22±14,34a 5,15±1,53a 36,80±13,07a 8±2a

N EX (n=5) 130,33±26,18a 95,72±15,31a 5,55±1,57a 28,53±10,88a 9±0a

SHR Sd

(n=5) 131,90±25,16 a

92,19±23,95a 8,81±2,53b 28,59±6,11a 9±1a

SHR EX

(n=5) 105,94±22,30 a

69,79±24,81a 4,74±1,09a 31,74±4,96a 8±3a

Letras iguais na mesma coluna não diferem significativamente entre si (p>0,05) pelo teste de Duncan.

NSd: normotensa sedentária. NEX: normotensa exercício. SHRSd: hipertensa sedentária. SHREX: hipertensa exercício.

Horta et al. (2005) verificaram os efeitos do treinamento em esteira

elétrica, 1 hora por dia, 5 dias por semana, durante 20 semanas, sobre a

remodelação da parede da aorta em ratos normotensos e SHR. Os autores

analisaram a espessura total da parede da aorta e da túnica média e

verificaram o número de lamelas e constataram que o exercício físico foi eficaz

para manter a estrutura da parede da aorta dos animais SHR em condições

similares a dos ratos normotensos.

O aumento da resistência periférica total, característico da hipertensão

arterial, ocorre em parte, por fenômenos adaptativos nas células musculares

lisas, presentes principalmente na camada média, e nas células endoteliais da

camada íntima, produtoras de fatores vasoativos que influenciam o tônus

(35)

celulares, fatores de crescimento locais, circulantes e forças mecânicas, está

associada ao aumento da espessura da camada média e ao prejuízo dos

fatores vasodilatadores derivados do endotélio (Bullock & Bunton, 2000; Dubey

et al., 2002; Aguila & Mandarim-de-Lacerda, 2003; Brasileiro Filho, 2006).

Segundo Pereira et al. (1998), as mudanças na túnica média dos vasos

são comuns na hipertensão arterial, enquanto que mudanças na túnica íntima

estão normalmente associadas à hipercolesterolemia e aterosclerose,

geralmente em grandes artérias. As alterações na função do endotélio em

resposta à hipertensão arterial refletem o primeiro passo fisiopatológico da

ativação da aterosclerose (Melo et al., 2007). Existem evidências, em modelos

experimentais de hipertensão, que a pressão sanguínea aumentada estimula a

proliferação de células musculares lisas na túnica íntima dos vasos, o que pode

ser resultado de lesões endoteliais causadas por alta pressão intravascular

(Pereira et al., 1998). Então, pode-se sugerir que o aumento na espessura da

camada íntima dos animais hipertensos sedentários, observadas no presente

estudo, ocorreu devido às alterações causadas por lesões endoteliais que não

ocorreram nos hipertensos que exercitaram. Tabara et al. (2007) relataram que

a prática de exercício físico induz efeitos anti-aterogênicos e aumenta a

complacência arterial. Além disso, o exercício físico diminui a ação do sistema

nervoso simpático sobre os vasos sanguíneos e aumenta a biodisponibilidade

dos vasodilatadores derivados do endotélio e melhoram sua ação (Maeda et

al., 2002; Monteiro & Sobral Filho, 2004; Horta et al., 2005; Laterza et al.,

2007).

4. CONCLUSÕES

A prática de natação 90 minutos por dia, 5 dias por semana, durante 8

semanas não influenciou o peso corporal e da gordura intraperitoneal dos

animais SHR e Wistar.

O treinamento físico adotado nessa pesquisa não promoveu adaptações no

(36)

O protocolo de exercício utilizado não foi eficiente na redução da pressão

arterial dos animais SHR, mas atenuou a hipertrofia celular (diâmetro do

cardiomiócito).

O índice cardiossomático dos animais SHR treinados aumentou pelo aumento

do peso do órgão.

Na análise da estrutura da parede da aorta, verificou-se um aumento da

espessura da camada íntima dos animais SHR sedentários, o que não foi

(37)

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUILA, M. B.; MANDARIM-DE-LACERDA, C. A. Aorta wall quantitative

alterations due to different long-term high-fat diet in rats. Food and Chemical

Toxicology, v.41, p. 1391-1397, 2003.

AMERICAN PHYSIOLOGICAL SOCIETY. Resourse book for the design of

animals exercise protocols. Feb, 2006, 152 p.

BOISSIERE, J.; EDER, V.; MACHET, M.; COURTEIX, D.; BONNET, P.

Moderate exercise training does not worsen left ventricle remodeling and

function in untreated severe hypertensive rats. Journal of Applied

Physiology, v. 104, p. 321-327, 2008.

BOLTER, C. P.; GORDON, B. L. Cholinergic responses of isolated atria from

swim-trained rats. European Journal of Applied Physiology, v. 51, p.

231-236, 1983.

BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia. 7 ed. Rio de Janeiro, RJ:

Guanabara Koogan, 2006. 1472 p.

BROWER, G. L.; GARDNER, J. D.; FORMAN, M. F.; MURRAY, D. B.;

VOLOSHENYUK, T.; LEVICK, S. P.; JAMICKI, J. S. The relationship between

myocardial extracellular matrix remodeling and ventricular function. European

Journal of Cardio-thoracic Surgery, v. 30, p. 604-610, 2006.

BULLOCK, G.; BUNTON, T. E. The laboratory rat. The handbook of

experimental animals. Academic Press, 2000, p. 756.

BURGESS, M. L.; TERRACIO, L.; HIROZANE, T.; BORG, T. K. Differential

integrin expression by cardiac fibroblasts from hypertensive and

exercise-trained rat hearts. Cardiovascular Pathology, v. 11, p. 78-87, 2002.

CAMELLITI, P.; BORG, T., KOHL, P. Structural and functional characterization

of cardiac fibroblasts. Cardiovascular Research, v. 65, p. 40-51, 2005.

COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal – Princípios Éticos na

experimentação animal. Disponível: http://www.cobea.org.br/index.php?pg=Principios%20Eticos

(38)

DUBEY, R. K.; OPARIL, S.; IMTHURN, B.; JACKSON, E. K. Sex hormones and

hypertension. Cardiovascular Research, v. 53, p. 688-708, 2002.

EVANGELISTA, F. S.; BRUM, P. C.; KRIEGER, J. E. Duration-controlled

swimming exercise training induces cardiac hypertrophy in mice. Brazilian

Journal of Medical and Biological Research, v. 36, p. 1751-1759, 2003. HORTA, P. P.; CARVALHO, J. J.; MANDARIM-DE-LACERDA, C. A. Exercise

training attenuates blood pressure elevation and adverse remodeling in the

aorta of spontaneously hypertensive rats. Life Sciences, v. 77, p. 3336-3343,

2005.

IEMITSU, M.; MIYAUCHI, T.; MAEDA, S.; SAKAI, S.; FUGII, N.; MIYAZAKI, H.;

KAKINUMA, Y.; MATSUDA, M.; YAMAGUCHI I. Cardiac hypertrophy by

hypertension and exercise training exhibits different gene expression of

enzymes in energy metabolism. Hypertension Research, v. 26, n. 10, p.

829-836, 2003.

LAJOIE, C.; CALDERONE, A.; BÉLIVEAU, L. Exercise training enhanced the

expression of myocardial proteins related to cell protection in spontaneously

hypertensive rats. European Journal of Applied Physiology, v. 449, p. 26-32,

2004.

LATERZA, M. C.; RONDON, M. U. P. B.; NEGRÃO, C. E. The anti-hypertensive

effect of exercise. Revista Brasileira de Hipertensão, v.14, n. 2, p. 104-111,

2007.

LEE, Y. L.; CHO, J. Y.; KIM, M. H.; KIM, K. B.; LEE, D. J.; LEE, K. S. Effects of

exercise training on pathological cardiac hypertrophy related gene expression

and apoptosis. European Journal of Applied Physiology, v. 97, p. 216-224,

2006.

MAEDA, S.; MIYAUCHI, T.; IEMITSU, M.; TANABE, T.; YOKOTA, T.; GOTO,

K.; YAMAGUCHI, I.; MATSUDA, M. Effects of exercise training on expression of

endothelin-1 mRNA in the aorta of aged rats. Clinical Science, v. 103, p.

(39)

MATSAKAS, A.; BOZZO, C.; CACCIANI, N.; CALIARO, F.; REGGIANI, C.

MASCARELLO,F.; PATRUNO, M. Effect of swimming on myostatin expression

in white and red gastrocnemius muscle and in cardiac muscle of rats.

Experimental Physiology, v. 91, n.6, p. 983-994, 2006.

MEDEIROS, A.; GIANOLLA, R. M.; KALIL, L. M. P.; BACURAU, R. F. P.;

ROSA, L. F. B. C.; NEGRÃO, C. E.; BRUM, P. C. Efeitos do treinamento físico

com natação sobre o sistema cardiovascular de ratos normotensos. Revista

Paulista de Educação Física, v. 14, p. 7-15, 2000.

MEDEIROS, A.; OLIVEIRA, E. M.; GIANOLLA, R.; CASARINI, D. E.; NEGRÃO,

C. E.; BRUM, P. C. Swimming training increases cardiac vagal activity and

induces cardiac hypertrophy in rats. Brazilian Journal of Medical and

Biological Research, v. 37, p. 1909-1917, 2004.

MELO, S. E. S. F. C.; YUGAR-TOLEDO, J. C.; COCA, A. P.; JÚNIOR, H. M.

Hipertensão arterial, aterosclerose e inflamação: o endotélio como órgão-alvo.

Revista Brasileira de Hipertensão, v. 14, n. 4, p. 234-238, 2007.

MILL, J. G.; VASSALLO, D. V. Hipertrofia cardíaca. Revista Brasileira de

Hipertensão, vol. 8, n. 1, p. 63-75, 2001.

MONTEIRO, H. L.; ROLIM, L. M. C.; SQUINCA, D. A.; SILVA, F. C.;

TICIANELI, C. C. C.; AMARAL, S. L. Efetividade de um programa de exercícios

no condicionamento físico, perfil metabólico e pressão arterial de pacientes

hipertensos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, n. 2, p.

107-112, 2007.

MONTEIRO, M. F.; SOBRAL FILHO, D.C. Exercício físico e o controle da

pressão arterial. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, n. 6, p.

513-516, 2004.

NEGRÃO, C. E.; RONDON, M. U. P. B.; KUNIYOSHY, F. H. S.; LIMA, E. G.

Aspectos do treinamento físico na prevenção de hipertensão arterial. Revista

da Sociedade Brasileira de Hipertensão, v. 4, n. 3, 2001.

PEREIRA, L. M. P.; VIANNA, G. M. M.; MANDARIM-DE-LACERDA, C. A.

(40)

tempo de inibição da síntese do óxido nítrico. Arquivo Brasileiro de

Cardiologia, v. 70, n. 6, p. 397-403, 1998.

SAMPAIO, R. O.; NIGRI, M. Remodelação ventricular esquerda: aspectos de

interesse clínico. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São

Paulo, v. 13, n. 3, p. 312-316, 2003.

SILVA, G. J. S.; KRIEGER, J. E. Hipertrofia ventricular esquerda na

hipertensão arterial. Hipertensão, v. 3, n. 4, p. 156-160, 2000.

SOUZA, H. C. D.; PENTEADO, D. M. D.; MARTIN-PINGE, M. C.; NETO, O.B.;

TEIXEIRA, V. P. A.; BLANCO, J. H. D.; SILVA, V. J. D. Nitric Oxide Synthesis

Blockade Increases Hypertrophy and Cardiac Fibrosis in Rats Submitted to

Aerobic Training. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 89, n. 2, p. 99-104,

2007.

SOUZA, L. L. C. Ontogênese do remodelamento ventricular em ratos

espontaneamente hipertensos. Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de pós-graduação em Ciências Fisiológicas do Centro Biomédico da

Universidade Federal do Espírito Santo, 2002. Disponível

emURL://www.estacio.br/graduacao/fisioterapia/artigos/ontogenese.pdf. Acesso

em 1 fevereiro 2006.

TABARA, Y.; YUASA, T.; OSHIUMI, A.; KOBAYASHI, T.; MIYAWAKI, Y.; MIKI,

T.; KOHARA, K. Effect of acute and long-term aerobic exercise on arterial

(41)

RESUMO

MAIA, Giselle Carvalho, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, julho de 2008. Efeitos da atividade física aeróbica e da inatividade sobre a remodelação do miocárdio e da aorta de ratas espontaneamente hipertensas. Orientadora: Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado. Co-orientadores: Antônio José Natali e Sérgio Luís Pinto da Matta.

A prática regular de exercício físico aeróbico provoca alterações que melhoram o funcionamento do sistema cardiovascular, além de promover adaptações teciduais nos músculos esquelético e cardíaco. A atividade física aeróbica tem sido indicada como terapia anti-hipertensiva com o objetivo de atenuar os efeitos da pressão elevada sobre o sistema cardiovascular, uma vez que o aumento crônico da pressão arterial gera modificações na estrutura do miocárdio e dos vasos sanguíneos. No entanto, estudos têm demonstrado que as adaptações decorrentes do treinamento são reversíveis quando os estímulos são suspensos ou reduzidos. Assim, essa pesquisa foi realizada com os objetivos de verificar, através da histomorfometria, se a prática regular de natação exerce efeito protetor prolongado contra as alterações estruturais no miocárdio e na aorta de ratas espontaneamente hipertensas (SHR) após um período de destreinamento. Foram utilizadas 20 ratas (Rattus norvegicus, albinus) com 12 semanas de idade, dez da linhagem Wistar, normotensas e dez SHR, divididas em quatro grupos: NSd: normotensas sedentárias (n=5); ND: Normotensas destreinadas (n=5); SHRSd: hipertensas sedentárias (n=5); e SHRD: hipertensas destreinadas (n=5). Os animais dos grupos ND e SHRD nadaram 90 min/dia, 5 dias/semana, durante 8 semanas. Após esse período, estes animais permaneceram sem exercício físico nas oito semanas seguintes (destreinamento), quando foram eutanasiados, juntamente com as ratas que permaneceram sedentárias durante as 16 semanas do experimento. Os resultados mostraram que o treinamento aplicado foi eficaz na redução da pressão arterial dos animais SHR, além de atenuar a hipertrofia celular (diâmetro do cardiomiócito). Os animais ND apresentaram um índice cardiossomático (ICS) maior que os sedentários, sugerindo a hipertrofia fisiológica, que não foi confirmada pela medida do diâmetro do cardiomiócito. O ICS dos animais SHRD também foi maior que do grupo sedentário. Houve aumento da densidade capilar no miocárdio dos animais ND e da espessura da camada íntima da aorta dos animais SHR, tanto os treinados como os sedentários, que não foi observado nos animais normotensos.

(42)

ABSTRACT

MAIA, Giselle Carvalho, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, July, 2008. Effects of aerobic physical activity and inactivity on the aorta and myocardial remodeling of female spontaneously hypertensive rat. Adviser: Izabel Regina dos Santos Costa Maldonado. Co-advisers: Antônio José Natali and Sérgio Luís Pinto da Matta.

Regular aerobic exercise promotes adaptations to skeletal and cardiac muscles that improve the cardiovascular system function. Aerobic physical activity has been used as anti- hypertensive therapy aiming at attenuating the effects hypertension on the cardiovascular system, inasmuch as the chronic increase of blood pressure leads to alterations in the structure of the myocardium and blood vessels. However, studies have demonstrated that physical training adaptations are reversible when it is suspended. Thus, the objectives of this work is to test, through the histomorphometric, whether regular swimming protects prolonged effect on the structural alterations in the myocardium and aorta of female rats Wistar and spontaneously hypertensive (SHR) after a detraining period. Ten Wistar normotensive and ten SHR 12 weeks old female rats were divided into four groups: NSd - normotensive sedentary (n=5); ND - normotensive detrained (n=5); SHRSd - SHR sedentary (n=5); and SHRD - SHR detrained (n=5). The animals from ND and SHRD groups swam 90 min/day, 5 days/week, for 8 weeks. Then the exercise program was suspended for the eight following weeks. The results showed that swimming training reduced the SHR animal blood pressure and the diameter of the cardiomyocytes. The animals from ND group presented a higher cardio somatic index (CSI) compared to NSd, suggesting physiologic hypertrophy, which was not confirmed by the cardiomyocyte diameter. The CSI of SHRD animals was significantly greater than SHRSd. There was an increase in the capillary density of the myocardium of animals from ND group, as well as in the aorta intimate layer thickness of SHR animals from the normotensive groups.

(43)

1. INTRODUÇÃO

A prática regular de exercício físico aeróbico provoca adaptações que

melhoram, de forma expressiva, o funcionamento do sistema cardiovascular,

metabólico e neuro-humoral (Medeiros et al., 2004; Laterza et al., 2007). Esta

prática é responsável por alterações autonômicas e hemodinâmicas

importantes que vão influenciar o sistema cardiovascular tanto em repouso

como durante a atividade física (Medeiros et al., 2000; Negrão et al., 2001).

Além de promover importantes alterações no sistema cardiocirculatório,

o exercício aeróbico também promove adaptações de natureza celular e

tecidual, dentre elas, o aumento de mitocôndrias e a angiogênese, as quais

contribuem para melhorar a oxigenação do tecido e aumentar a troca de

nutrientes entre os capilares e as fibras musculares (Negrão et al., 2001;

Medeiros et al., 2004; Souza et al., 2007). No coração ocorre remodelação

tecidual que melhora a função de ejeção do miocárdio (Souza et al., 2007).

Porém, para que ocorram alterações teciduais o treinamento físico deve ser

executado por um tempo suficiente para atingir o equilíbrio adaptativo, já que

essas adaptações também são influenciadas pela duração e intensidade dos

exercícios (Terjung, 1997).

O treinamento físico aeróbico tem sido indicado como terapia

anti-hipertensiva uma vez que a pressão arterial é um dos principais parâmetros

cardiovasculares que sofre adaptação ao exercício físico (Medeiros et al., 2000;

Negrão et al., 2001). Estudos têm demonstrado que a prática regular de

atividade física de baixa intensidade diminui a pressão arterial por modular a

atividade nervosa simpática para o coração e vasos periféricos, reduzindo tanto

o débito cardíaco, quanto a resistência periférica total (Negrão et al., 2001;

Laterza et al., 2007). Além disso, o treinamento aeróbico melhora a função

endotelial, diminuindo o estresse provocado pela alta pressão intravascular

sobre a parede dos vasos sanguíneos (Jurva et al., 2006; Okamoto et al.,

2007). Assim, a atividade física tem sido recomendada com o objetivo de

atenuar os efeitos da pressão elevada sobre o sistema cardiovascular, uma vez

que a hipertensão arterial gera uma série de modificações na estrutura do

Imagem

Figura 1. Miocárdio de rata espontaneamente hipertensa (Coloração:  hematoxilina-eosina)
Figura 2. Imagem adaptada da grade do programa Image-Pro Plus, aplicada  sobre campo microscópico do miocárdio
Tabela 1. Peso corporal e da gordura intraperitoneal de ratas normotensas e  hipertensas (SHR), sedentárias e treinadas, no início e no final do experimento (média  ± d.p.)
Tabela 2. Pressão arterial (PA) nos grupos experimentais (média ± d.p.).   Animais  PA inicial  (mmHg)  PA final (mmHg) N Sd (n=5)  125±12 a  125±12 a  N EX (n=5)  128±15 a  128±15 a  SHR Sd (n=5)  161±11 b  169±9 b  SHR EX (n=5) 170±10 b  177±8 b
+4

Referências

Documentos relacionados

Avaliação técnico-econômica do processo de obtenção de extrato de cúrcuma utilizando CO 2 supercrítico e estudo da distribuição de temperatura no leito durante a

A teoria das filas de espera agrega o c,onjunto de modelos nntc;máti- cos estocásticos construídos para o estudo dos fenómenos de espera que surgem correntemente na

Sobretudo recentemente, nessas publicações, as sugestões de ativi- dade e a indicação de meios para a condução da aprendizagem dão ênfase às práticas de sala de aula. Os

Após extração do óleo da polpa, foram avaliados alguns dos principais parâmetros de qualidade utilizados para o azeite de oliva: índice de acidez e de peróxidos, além

Lista de preços Novembro 2015 Fitness-Outdoor (IVA 23%).. FITNESS

Obedecendo ao cronograma de aulas semanais do calendário letivo escolar da instituição de ensino, para ambas as turmas selecionadas, houve igualmente quatro horas/aula

A disponibilização de recursos digitais em acesso aberto e a forma como os mesmos são acessados devem constituir motivo de reflexão no âmbito da pertinência e do valor